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O ENSINO DE HISTÓRIA NAS PRÁTICAS DA

DOCÊNCIA MODERNA
Um olhar apreciativo

Rosa Maria
Prof. Orientador
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de História – Trabalho de Graduação
04/07/2015

RESUMO

A temática será desenvolvida com o intuito de singularizar o campo dos saberes


relacionados às práticas educativas do ensino de história dentro dos ambientes
escolares. São teorias, metodologias, conhecimentos adquiridos e vivências
compartilhadas pelos gestores e docentes que, quando aplicados na sala de aula,
instrumentalizam as práticas e promovem a permanência do discente por meio de
atividades relacionadas e integradas às suas vivências. Este trabalho irá revisar a
literatura que trata do assunto dessas práticas históricas escolares ao longo dos
tempos e da necessidade de criar estratégias para implementá-la de forma eficaz
dentro dos espaços escolares da atualidade. Dada a importância desta temática e sua
aplicação no sistema educacional atual, alguns pesquisadores têm estudado o tema
com relevância, avaliando sua eficácia e ressaltando que se faz necessário, aos
docentes e gestores, atualizarem-se e pesquisarem sempre, pois a educação não é um
processo estagnado e finito nos bancos escolares..

Palavras-chave: História. Docência. Educação.

1 INTRODUÇÃO

Com o advento das novas teorias educacionais, percebe-se que a Educação tem
conquistado um papel social de destaque no que diz respeito à sua importância como
alicerce de construção do desenvolvimento humano e à compreensão de mundo e de
historicidade inerentes a cada cidadão, tendo como objetivo a extrema significação para
o desenvolvimento integral do ser humano.

Analisando este ponto de vista, os estudos e as vivências realizadas no decorrer


do Curso de História, da UNIASSELVI, sentiu-se a necessidade de aprofundar as
reflexões em torno do tema como etapa imprescindível de construção de sentidos e de
significados para o sujeito discente.
A temática sobre “O ensino de história nas práticas da docência moderna”, surge
da necessidade de abordar a relação teoria-prática como alternativa para qualificar as
vivências do processo ensino-aprendizagem e ressignificá-las, tendo em vista que o
mero domínio da teoria não implica, necessariamente, numa ação reflexiva sobre a
prática.

O estudo será realizado tendo como base um pouco de revisão da literatura


estudada no decorrer do curso, colocando um olhar mais criterioso sobre “O ensino de
história nas práticas da docência moderna”, através das leituras realizadas e das
pesquisas feitas, que darão base à prática. A ideia principal é apoderar-se das
percepções a cerca da efetiva aplicação do ensino de História nos espaços escolares da
modernidade, refletindo sobre o papel do professor e do aluno enquanto sujeitos sociais
efetivamente participantes no seu contexto histórico.

Há que procurar compreender de que forma essas relações acontecem e, além, de


que forma deveriam acontecer, com o objetivo de entender o que deve ensinar-se na
disciplina de história, garantindo-se a formação adequada, contextualizada e não vazia
de significados.

A palavra história (em todas as línguas românticas e em inglês) vem do grego


antigo histoire (...). Esta forma deriva da raiz indo-europeia wid, weid, “ver”.
Daí o sanscrito vettas, “testemunha”, e o grego histor, “testemunha” no
sentido “daquele que vê”. Essa concepção da visão como fonte essencial do
conhecimento leva-nos à ideia de que histor, “aquele que vê”, é também
“aquele que sabe”, historien em grego antigo é “procurar saber”, “informar-
se”. Histoire significa, pois “procurar”. (LE GOLF, 1996, P.17)

Então, no que se refere ao ensino de história nos espaços escolares da atualidade,


há que se levar em conta a construção de um currículo não somente veiculado ao
passado histórico, mas tendo como enfoque as conexões possíveis que essas concepções
podem trazer aos alunos e transformá-los “naqueles que veem”. O estudo da história não
concebe mais a corrente conteudista e estática, sem que se faça do passado histórico um
elo de ligação com a educação moderna, dinâmica e social.

As inúmeras e múltiplas experiências trazidas pelos seres humanos através dos


tempos, introjetadas pelo conjunto de conhecimentos adquiridos, não podem ser tratadas
como recortes disciplinares despidos de significados. Há que se compreender os
discentes como a prova viva de que a história acontece diariamente através dos vários
aspectos das ações cotidianas que se assemelham e se transformam ou acrescentam ao
que permanece, permitindo,desta forma, que os pensamentos de uma época se
eternizem.

Os contextos sociais permitem ao historiador interpretar e reconstruir o passado.


É através da forma como ele vê o mundo e dialoga com este mundo que a história
acontece. É da interação que a apreensão “daquele que vê” surge. Através da análise e
da discussão, nas intencionalidades, nas crenças e nas lacunas de uma sociedade é que
confere-se a dinamicidade ao estudo da história, pois este não pode ser permeado de
verdades absolutas, acabadas e definitivas.

2 REFLEXÃO A CERCA DO PAPEL DA ESCOLA ATRAVÉS DOS TEMPOS

Compreender do papel da escola é realizar uma profunda análise e rediscussão de como


a mesma é percebida pelos diversos segmentos que a compõe e como esta percepção
atinge os contextos sociais, desde que se compreenda a educação dentro do processo
histórico da humanidade, constituída de significados indissociáveis dentro dos
perímetros sociais considerados relevantes.

Ao analisar a história da educação, percebe-se a importância que esta tem desde os


primórdios da humanidade, na Antiga Grécia e em Roma. Foi na Idade Média que a 1ª
Universidade surgiu, galgando importantes passos para que a educação, voltada para a
escolarização, acontecesse em espaços próprios, tais como instituições específicas mas,
ao mesmo tempo, restringindo o acesso a poucos: uma elite privilegiada que a igreja,
enquanto instituição de ordem superior, avalizava..

Foi com a Revolução Francesa que surgiu a idealização de uma escola de fácil acesso às
classes trabalhadoras, iniciando-se profundas e pertinentes discussões sobre a
importância da acessibilidade da escola a todos os segmentos da sociedade, sejam eles
advindos das massas trabalhadoras ou das elites.

No Brasil, ainda observa-se esse legado, advindo do período colonial e jesuítico. Um


legado de escola permitido somente à educação educação mais elitizada sendo que,
somente no século XX , houve uma mudança de paradigmas , fazendo com que se
observasse e se discutisse a escola e a educação como elementos importantes para a
modernização e o crescimento do país. A escola, então, passa a ter caráter mais social,
voltado para a formação do conhecimento, sem que este estivesse destituído da
compreensão histórica dos envolvidos.

À escola antiga, presumida da importância do seu papel e fechada no seu


exclusivismo acanhado e estéril, sem o indispensável complemento e
concurso de todas as outras instituições sociais, se sucederá a escola moderna
aparelhada de todos os recursos para estender e fecundar a sua ação na
solidariedade com o meio social, em que então, e só então, se tornará capaz
de influir, transformando-se num centro poderoso de criação, atração e
irradiação de todas as forças e atividades educativas. (TEIXEIRA ET AL,
2009, p.69)

Pode-se verificar, no contexto acima, a necessidade de encontrar uma escola realmente


significativa, baseada na pluralidade dos meios sociais, capaz de reavaliar e reavaliar-se
e resultando na compreensão e no conhecimento histórico necessário para que os
diversos segmentos captem e interpretem o mundo, inserindo-se nele de forma
reflexiva, crítica e apossada de conhecimentos.

Ter em vista estes objetivos, bem como discuti-los nos espaços escolares, são de
extrema importância, pois vão ao encontro de outras transformações necessárias ao
cerne da sociedade, tais como: de ordem econômica, social e política. Apesar dessas
transformações e mudanças corroborarem para novas perspectivas e contextos sociais,
ainda esbarra-se na ideologia da sociedade capitalista, regida pela manutenção da
formação de massa para a produção de mão-de-obra e ideologias da classe dominante.

Conhecer resulta em interagir. E, somente de posse desses novos conhecimentos, a


escola conseguirá mudar o foco educacional e fazer com que as instituições escolares
deixem de ser apenas detentoras de bancos educativos estagnados, passando a
estabelecer uma relação ativa, que perpasse pela construção e reconstrução dos
conhecimentos adquiridos, quisá historicamente ou nos contextos escolares, e
estabelecendo uma ação transformadora dos sujeitos a fim de levá-los a novas
interações com o mundo.

Observa-se que a tecnologia, historicamente, trouxe novos rumos para a sociedade. Ao


mesmo, cada vez mais, as diferentes realidades sociais e econômicas, estabeleceram
uma crise nas instituições educativas. Crise esta que perpassa pela violência, problemas
disciplinares, evasão escolar e repetência. Vê-se que o aluno não quer mais estar na
escola, pois esta instituição não corresponde aos seus interesses.
Já em 1932, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, dizia-se que:

A consciência do verdadeiro papel da escola na sociedade impõe o dever de


concentrar a ofensiva educacional sobre os núcleos sociais, como a família,
os agrupamentos profissionais e a imprensa, para que o esforço da escola se
possa realizar em convergência, numa obra solidária, com as outras
instituições da comunidade. Mas, além de atrair para a obra comum as
instituições que são destinadas, no sistema social geral, a fortificar-se
mutuamente, a escola deve utilizar, em seu proveito, com a maior amplitude
possível, todos os recursos formidáveis, como a imprensa, o disco, o rádio,
como que a ciência, multiplicando-lhe a eficácia, acudiu à obra da educação e
cultura que assumem, em face das condições geográficas e da extensão
territorial do país, uma importância capital. ( TEIXEIRA ET AL., 2009, p.69)

Experiencia-se a era do acesso facilitado à informação, mas as escolas (em sua maioria
e não totalidade) vivem ainda da prática da memorização. Essa forma arcaica de
produção de conhecimento urge da necessidade de ser repaginada ou a educação, como
instituição colaborativa do desenvolvimento humano e social, estará fadada ao fracasso.
É preciso experimentar novos processos educacionais dinâmicos, permitindo que o
aprendizado histórico desperte novos e variados processos internos, combinando
elementos do presente e do passado, a fim de fazer com que os sujeitos se apropriem das
experiências acumuladas e não apenas as reproduzam.

Para as crianças, pensar significa lembrar; no entanto, para os adolescentes


lembrar significa pensar. Sua memória está tão carregada de “lógica” que o
processo de lembrança está reduzido a estabelecer e encontrar soluções
lógicas, o reconhecer passa a consistir em descobrir aquele elemento que a
tarefa exige que seja encontrado.. (VIGOTSKI, 1991, p. 57)

Essa nova forma de organização de escola passa, vai além das esferas meramente
administrativas, prescinde do trabalho do professor, da compreensão deste por parte dos
alunos, da participação dos pais como componentes norteadores do processo ensino-
aprendizagem. Essa conexão e relação dinâmica configuram elementos somatórios e
decisórios ao processo educativo.

À equipe administrativa e pedagógica cabe o papel de fornecer os instrumentos


pedagógicos necessários para que a aprendizagem efetivamente aconteça e transforme a
formação do pensamento de forma à internalizar noções essenciais para a construção-
reconstrução dos indivíduos, de todas as idades, dentro da sociedade . A formação e o
aprofundamento dessas percepções constitutivas dos seres humanos sociais, somente
acontecerão com base no planejamento, nos planos de apoio, nas formações continuadas
à nível de teoria e prática.
Gerir os sistemas de ensino de forma à conduzi-los a um entendimento do conhecimento
como uma construção sobre o real, sobre a história já existente, é de imensa importância
para a eficácia de todo o processo.

Segundo Aguiar (2004, p.207), “ a atuação do profissional da educação da gestão


requer o desenvolvimento de determinadas competências/habilidades que precisam ser
tematizadas e experenciadas no decorrer de formação que articule de forma sistemática
teoria e prática.”

Desta forma, é necessário compreender as políticas educacionais a fim de poder intervir


nos espaços pedagógicos e curriculares, bem perceber a escola como uma construção
histórica, cultural e social, em constante mudança. Portanto, a necessidade de estar
sempre em aperfeiçoamento é imprescindível.

Essas mudanças permitem uma série de reflexões sobre o espaço escolar. A


primeira diz respeito à constatação da vertiginosa ampliação dos espaços
pedagógicos propiciados pelo avanço científico e tecnológico em todas as
áreas, reduzindo os espaços e tempos das comunicações, agora on-line e
permitindo o acesso imediato a qualquer tipo de informação pelos mais
diversos meios. Mais do que nunca, o processo de aprender escapa dos muros
da escola para realizar-se nas inúmeras e variadas possibilidades de acesso ao
conhecimento presentes na prática social e produtiva. Surgem novas
tecnologias educacionais e novos materiais, o que, se não diminuem a
importância da escola e o papel da relação entre o professor e aluno, as
transformam substancialmente. ( KUENZER, 2003, p.49)

Iniciar uma discussão teórica entre equipe de professores e comunidade escolar de nada
adianta se a teoria não propicia o diálogo e a articulação dos saberes com o coletivo,
fazendo inferências no social.

Os professores precisam propiciar aos seus educandos condições de problematização e


de transformação. Para tanto, os professores têm que dirigir e coordenar o trabalho
escolar de forma a ter responsabilidade quanto às decisões tomadas, serem decididos
para agir sem fugir de um plano de trabalho coletivo, ter postura que respeite as
normatizações e ter iniciativa para solucionar os imprevistos que surgem de forma a não
comprometer o coletivo.

Nos novos contextos da humanidade, os professores precisam estar em consonância


com sua própria história e a de sua comunidade, entendendo que a educação não pode
ser mais massificada, mas agente de transformação social, apesar do sistema capitalista
vigente.
A função de encaminhar ações pedagógicas e articular estratégias que possam subsidiar
as propostas curriculares elaboradas em conjunto cabe à equipe pedagógica. Outrossim
cabe, também, adotar medidas pedagógicas preventivas que possam facilitar o bom
andamento escolar, coibindo situações tais como a retenção e a evasão, problemáticas
escolares muito comuns nos contextos das escolas da atualidade.

Faz-se necessário acompanhar todos os processos, planejando em equipe, avaliando e


estabelecendo critérios a fim de que as grandes discussões tragam resultados eficazes.

De acordo com Hora (2004, p.33-34),

A organização escolar, estruturada pela sociedade capitalista, procura, em


última instância, a manutenção das relações sociais de produção, refletindo as
divisões sociais existentes, a manutenção do poder da classe dominante. Sob
a influência da ideologia burguesa, realiza escolhas, estabelece critérios que
desfavorecem aos já desfavorecidos, excluindo de seus limites a bagagem
experimental da criança, especialmente a criança do povo, utilizando-se do
autoritarismo e das práticas centralizadoras.

A escola não é apenas a agência que reproduz as relações sociais, mas um


espaço em que a sociedade produz os elementos da sua própria contradição.
É um lócus e que as forças contraditórias, próprias do capitalismo, se
defrontam. Na medida em que a educação é dialética e assume formas de
regulação ou libertação, a escola é arena onde os grupos sociais lutam por
legitimidade de poder.

Nessa perspectiva, há uma imensa necessidade de um entendimento mais profundo


sobre as organizações sociais que influenciam os espaços escolares. E professores e
alunos não podem abster-se desse processo de empoderamento dessas informações..

Observa-se que a escola está inserida numa comunidade, refletindo-a e fazendo parte da
construção de sua história, deve-se entender que a integração da escola com a família
ocorre de forma significativa, para que a comunidade escolar não veja a instituição
como uma “caixa-preta”. (Penin e Vieira. 2002, p.35).

Já é difícil que os pais participem das relações cotidianas da escola devido à jornada
exaustiva de trabalho, aos contextos da crise social e econômica e ao distanciamento da
linguagem usada pelas instituições. Mas também percebe-se o quanto é cada vez mais
significativo para a qualidade do ensino fazer com que a comunidade se aproxime da
escola e se integre ao processo, fazendo com que o espaço escolar tenha mais referência
para o aluno diminuindo, desta forma, as taxas com as da retenção escolar e da evasão.
Esse contexto meramente teórico, não promove uma luta a exclusão econômica,
política, cultural e social. O objetivo de propor encaminhamentos mais democráticos e
participativos é de que se rompa com essa realidade e se transforme essas contradições.

4 O PROFESSOR DE HISTÓRIA COMO AGENTE DA MUDANÇA


EDUCATIVA

As interações no espaço escolar são de suma importância para refletir sobre o modo de
pensar a escola e a educação.

Cada vez mias, urge criar estratégias de participação, tendo em vista a concepção
democrática e participativa com que a escola é concebida.

Um dos principais protagonistas desta nova era na educação é, com certeza, o professor,
pois exerce contato direto com os discentes, como mediador do processo ensino-
aprendizagem. Ele é um dos atores que contribui para o desenvolvimento de seus
tutelados, compartilhando saberes. No caso dos professores das áreas de estudo,
compartilhando saberes específicos. Surge aí a necessidade de que as políticas públicas
de formação de professores e planos de carreira que contemplem a valorização dos
docentes são diretrizes importantes para que se tenham melhorias significativas na
educação nacional.

Considerando a escola como o lócus onde se desenvolve o processo de


transmissão/assimilação do saber específico transformado em saber escolar, e
o/a professor(a), o/a principal agente desse processo, na relação direta com
o/a aluno(a), entendo que o trabalho pedagógico abrange todas as formas de
atuação científica dos/das profissionais da educação no exercício de suas
funções, visando o pleno desenvolvimento do/a aluno/a em todas as
dimensões, por meio de um novo saber que constitua e se construa na
aquisição dos conteúdos científicos, técnicos e éticos- conhecimento
emancipação – alicerçado na solidariedade e na participação, permitindo,
dessa forma, o verdadeiro acesso ao mundo da cultura e sua inserção no
processo de construção de uma nova sociedade, mais justa e humana.
( FERREIRA, 2003, p. 110)

Ao ter esse conhecimento, o professor compreende seu papel específico e determinado


para a organização da escola, sentindo-se responsável pela dinâmica do processo.
A fim de que os espaços escolares sejam, efetivamente, educativos, seus componentes
devem compreender a educação como um processo dinâmico, estruturado nas relações
cotidianas, que se alicerçam nas relações históricas e sociais.

A realidade só será compreendida através das mediações das práticas sociais, que
articulam as visões de mundo e levam os julgamentos a serem condicionados através
dos sistemas valorativos que são aceitos.

O fim é o mesmo: promover condições necessárias para realizar ações efetivas que
levem o aluno a alcançar seus objetivos e inserir-se na sociedade, construindo relações
sociais saudáveis.

Essas relações desafiam os professores, principalmente no campo da história, pois cabe


a eles apresentar aos seus alunos o passado histórico, imutável, que alicerçará as
construções históricas do presente. Para isso, o professor deve selecionar conteúdos
significativos, empenhando-se para que estes desenvolvam uma visão crítica a cerca dos
conteúdos estudados, construindo seus próprios saberes.

O ensino da história não pode ser algo longínquo, distante, externo, mas uma prática
com a qual o aluno possa interagir. Somente desta forma, a história, como processo de
conhecimento, tornar-se-á uma atividade prazerosa e repleta de sentido.

Todo estudo histórico, portanto, implica uma seleção, uma seleção minúscula,
de algumas coisas da infinidade de atividades humanas do passado, e daquilo
que afetou essas atividades, mas não há nenhum critério geral aceito para se
fazer tal seleção. (HOBSBAWRN, 1998, p.71)

Neste trecho, pode-se fazer uma alusão ao livro didático, como elemento de
contribuição do processo de ensino-aprendizagem e não como principal recurso
empregado. É possível observar, em muitos espaços escolares, professores cujo ensino
não acontece sem o uso do livro. Não faz-se uso de outros recursos a não ser o livro
didático como um diário onde as aulas estão prontas para serem aplicadas. Críticos
como Bittencourt, dizem que:

Muito criticados, muitas vezes considerados os culpados pelas mazelas do


ensino de história, os livros didáticos são invariavelmente um tema polêmico.
Diversas pesquisas têm revelado que são um instrumento a serviço da
ideologia e da perpetuação de um ensino tradicional. (BITTENCOURT,
2008, p. 300)
Então, cabe ao professor ponderar e balancear, também, os recursos utilizados a fim de
que esses possam ser seus aliados na tentativa de instigar o aluno a produzir saber e não
a recebê-lo pronto, “de fora para dentro”, sem a devida interpretação.

Tão importante quanto os conhecimentos repassados pelos professores, são os outros


conhecimentos: aqueles desenvolvidos através das competências e habilidades que
tornam o discente apto a aplicar o que aprendeu, vivendo em sociedade.

A tarefa principal do professor é professar seu conhecimento, promovendo o processo


de ensino-aprendizagem, que não acontece enquanto os dois lados não estiverem em
harmonia: docente e discente. Para que o professor consiga, de fato, um desempenho
profissional efetivo, é necessário que esteja preparado para esta missão. Isto somente
acontecerá no momento em que ocorra uma formação inicial adequada, formações
continuadas de aprimoramento, em que houver boas e cooperativas condições de
trabalho e no momento em que domine a matéria e os métodos de ensino, mas
respeitando a cultura e os saberes de seus alunos.

Ao torna-se professor, o profissional sabe que terá grandes desafios pela frente. E a
busca incessante por conhecimento é essencial para que esses desafios possam ser
superados. Não é porque o profissional se formou na disciplina de história que poderá
pensar que seu conhecimento está pronto. A construção do conhecimento acontece em
todas as áreas de forma contínua e dinâmica. Dessa forma, “a construção e o
fortalecimento da identidade profissional precisam fazer parte do currículo e das
práticas de formação inicial e continuada.” (LIBÂNEO, 2004, p.77)

3.1 OTRABALHO DO PROFESSOR DE HISTÓRIA

Ao optar por sua profissão surge, para o professor, um grande desafio. A busca
do conhecimento não se conclui ao finalizar-se uma graduação, mas esta será uma busca
incessante e essencial para que no professor se torne um profissional crítico e reflexivo,
levando essas práticas para as salas de aula, dentro dos contextos em que está inserido.

Em primeiro lugar, o professor precisa aprender a observar os contextos,


produzindo reflexões próprias a cerca deles. Sem essas práticas de consciência crítica e
reflexiva, não é possível desenvolver nos sujeitos as habilidades necessárias para
também fazê-lo.

Desta forma, é desafiador e essencial que as práticas dos professores, nas


formações iniciais que recebem nos cursos de graduação, sejam revestidas de
significado e não somente de conteúdo estático. Além disso, é de extrema importância
que a escola estabeleça práticas contínuas de formação continuada que promovam o
debate, a discussão, a construção e a formação dos docentes.

O professor só exerce sua liderança de forma democrática,


como só acontece em uma escola que se pretende democrática
também (...). A liderança democrática implica negociação,
acordo, estabelecimento coletivo de normas, regras e padrões.
Implica delegação de responsabilidades e atribuição de tarefas.
(AMARAL. 2005, p. 94-95).

Para que o professor possa desenvolver com eficiência e eficácia sua arte de
professar, ele precisa construir relações saudáveis no que diz respeito ao aluno e às
comunidades, tornando-se agente de transformação social.

É de significativa importância que o professor domine o processo histórico e


aborde-o de forma coerente, fazendo uso de uma sequência de tempo que fará com que
o aluno observe as mudanças e permanências da sociedade em constante evolução.

Os diferentes contextos sociais ressoam do passado e concretizam-se no presente


através de uma construção histórica que não pode ser ignorada. No entanto, quando
aborda-se esse processo histórico, não há que se entendê-lo inexorável, pois não é uma
realidade única e imutável mas, sim, uma forma de estudar o presente através de
indagações próprias e constituídas de significado.

Outrossim, o professor deve utilizar fontes variadas de pesquisa, tais como:


histórias orais, jornais antigos e atuais, literatura, cinema, documentos escritos, visitas à
museus e bibliotecas, músicas, etc., a fim de escapar do determinismo e da estagnação.
O professor deve incentivar a pesquisa e a reflexão.

A docência envolve uma proposta pedagógica e um modo de


conceber a produção do conhecimento histórico que estão
intimamente ligados. A relação professor-aluno expressa
sempre uma concepção de história mesmo quando professores
e alunos não se dão conta disso (...). Embora no passado
enquanto tal não se modifique, a construção do conhecimento
se modifica de acordo com o modo pelo qual o historiador se
vê no presente, pensa o social e se insere nele, enquanto sujeito
social NE enquanto pesquisador. ( VIEIRA, ET AL. 2007,
p.65)

Além de ser um constante pesquisador, o professor deve incentivar os seus


alunos também a sê-lo, instigando a pesquisa como forma de compreender o mundo. É
através da pesquisa, em variadas fontes e suportes, que a interação com as realidades
sociais acontece.

As fontes de pesquisa são materiais ricos para incrementar as aulas, mas o toque
de instigação deve vir do professor que fará surgir no aluno a inquietude e a vontade de
ir além, provocando o gosto pela pesquisa e, por conseqüência, pela disciplina de
história e todas as relações culturais e sociais que a ela se agregam. É preciso, portanto,
haver conscientização histórica, que perpassa por um processo contínuo de vinculação
dos sujeitos às próprias experiências e à sua realidade social, permitindo que se superem
muitas demandas de analfabetismo político e cultural, ao propiciar suporte para o
desenvolvimento de cidadãos comprometidos e atuantes.

Ao deparar-se com as várias realidades sóciocognitivas dos alunos e seus


diferentes momentos históricos, o professor não deve ver neste fato um empecilho, mas
uma referência para trabalhar essas construções cidadãs e seus percursos históricos, de
forma a ampliar o campo de visão e permitir o cruzamento de informações.

O que se observa é o quanto torna-se difícil adequar o conhecimento pré-


existente, confrontando-o com o esforço constante de reflexão sobre a realidade. O
professor precisa estar atento para não ser um mero observador, mas garantir que os
alunos captem e sistematizem as informações recebidas, ampliando-as e aprofundando-
as.

Surge a necessidade de identificar as dificuldades, os avanços e os recuos num


incessante e contínuo movimento de busca de informação que possa ressignificar as
diferentes identidades, subjetividades e historicidades, em interação com o processo
histórico.
Há que se entender que o professor, ao ministrar suas aulas, confronta-se com a
história planejada e a história ensinada, visto que os fazeres em sala de aula são únicos e
devem ser captados em todas as suas especificidades. No entanto, muitas vezes, o
professor de história planeja aulas com o objetivo de estimular a consciência crítica dos
alunos, através de comparações e de análises que levem os discentes ao entendimento
dos fatos históricos mas,na prática, estabelece com seus tutelados um processo ensino-
aprendizagem conduzido,onde as comparações e as análises acontecem somente através
da leitura do livro didático e da realização de exercícios estruturais e pré-formatados.

Observa-se um ensino de história que está muito apegado à enumeração de


algumas datas e fatos, bem como às ações de alguns personagens tidos como
importantes e distantes da realidade dos alunos. O problema é que os suportes teóricos e
metodológicos deveriam se fundamentar em concepções de história mas, também,
validar experiências dos sujeitos nem suas múltiplas dimensões sociais em culturais.
Um fato, sem o outro, decontextualiza-se.
A possibilidade de combinar elementos dos campos visuais
presente e passado (...) num único campo de atenção leva,por
sua vez, à reconstrução básica de outra função fundamental, a
memória. Através de formulações verbais de situações e
atividades passadas, a criança liberta-se das limitações de
lembranças diretas e sintetiza, com sucesso, o passado e o
presente de modo conveniente a seus propósitos. As mudanças
que ocorrem na memória são similares àquelas que ocorrem no
campo perceptivo da criança, onde os centros de gravidade são
deslocados e as relações figuras-fundo alteradas. A memória da
criança não somente torna disponíveis fragmentos do passado
como também transforma-se num novo método de unir
elementos da experiência passada com o presente.
(VIGSOTSKY, 1991, P. 41)

Tendo em vista o trecho acima, de VIGOTSKY, pode-se considerar que o


professor deve, primeiramente, internalizar as noções históricas a fim de conseguir
incorporá-las nas memórias de seus tutelados e nos espaços escolares. A interação
necessária entre professor-aluno-conhecimento, favorecendo ações de construção e
reconstrução, de forma contínua e de percepções próprias para o desenvolvimento
intelectual, da prática e da abstração, gerando subjetividades.

Portanto, uma construção sobre o real perpassa pela história ensinada e


entrelaçada aos indivíduos, desfragmentando conteúdo e diluindo a visão estática da
história, que dificulta sua compreensão.
Percebe-se, ao fazer esta análise, que o ensino de história deve ser norteado pela
construção progressiva e contínua da noção de identidade do aluno, servindo de
propulsor para o desenvolvimento de competências e habilidades extremamente
necessárias para que os sujeitos históricos valorizem seus espaços e tempos, inserindo-
se em contextos cada vez mais diversificados e globalizados.

Nesse sentido, o professor, ao ensinar história, deve nortear-se pelos eixos


fundamentais para a formação do cidadão e da construção progressiva das noções de
identidade e do saber histórico de seus alunos. Ao apropriarem-se desses elementos,
serão capazes de inserir-se nos grupos sociais, respeitando as diversidades que neles
acontecem e desenvolvendo a capacidade de analisar, criticamente, a realidade.
Outrossim, apossados desses saberes, os alunos poderão ser capazes de intervir, de
forma consciente, no seu meio social.
Pode-se considerar, como ponto importante no ensino de história, que as noções
históricas perpassam pelas interferências cotidianas que o professor realiza, comparando
os outros “mundos” diferentes no tempo e no espaço, com a realidade presente e
intrínseca nas comunidades escolares. A partir dessas referências é que os sujeitos
podem comparar, analisar, estabelecer relações.

O conhecimento, quando transformado em subjetividade e apreendido, ajudará


suas práticas sociais e será transmitido nas várias esferas sociais onde os sujeitos
circulam e se relacionam: trabalho, família, escola, entre outros. Os alunos se sentirão
motivados pelas necessidades e intenções.

4 MATERIAL E MÉTODOS

Os estudos efetivados no decorrer do curso, juntamente com as vivências


da prática pedagógica, fizeram-me escolher o tema aqui explicitado: “O ensino de
história nas práticas da docência moderna”. Primeiramente, por entender que sempre
surgem questionamentos que emergem da prática, mesmo que esta esteja bem alicerçada
nas teorias. A seguir, por entender que o assunto aqui abordado é a culminância de toda
a caminhada realizada: seja nas vivências dos bancos escolares da graduação em prol de
um conhecimento mais teórico e fundamentado, seja nas práticas escolares das diversas
escolas pelas quais circulo. Este trabalho vem a ser processo e produto de minha jornada
discente e docente. Assim como meu alunado, também sou aprendiz. A cada dia, algo
novo surge e pormenores se agregam aos processos educativos já apreendidos, num
eterno e contínuo processo de aprendizado e de criação de conhecimentos. Enquanto
seres inconclusos, aprende-se todos os dias, novas lições, que reportam à caminhada já
realizada e preparam os sujeitos sociais para novas ações, cheias de novas descobertas,
alegrias, tristezas, avanços e recuos. Assim é o ato de apreender e aprender o mundo.

Busquei algumas fontes literárias para embasar a escrita e coloquei um olhar


apreciativo sobre as práticas, quisá minhas ou de colegas, a fim de carregar de sentido o
texto e as considerações aqui realizadas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando-se tudo o que foi apresentado no decorrer deste trabalho, o


objetivo foi realizar observações pertinentes a cerca da panorâmica do ensino de história
nos contextos escolares atuais.

A apresentação dos capítulos e problemáticas busca abordar questões coerentes e


essenciais para a compreensão da trajetória educativa da história e de seus sujeitos
educativos, assim como de que forma acontecem as permanências e as mudanças
educacionais ao longo do tempo e, também, de que forma essas mudanças influenciam o
presente e o futuro.
O homem haverá de conquistar seu futuro com a ajuda de sua
imaginação criadora; orientar no amanhã uma conduta baseada
no futuro e partir desse futuro é função básica da imaginação e,
portanto, o princípio educativo do trabalho pedagógico
consistirá em dirigir a conduta do escolar na linha de prepará-lo
para o porvir, já que o desenvolvimento e o exercício de sua
imaginação são uma das principais forças no processo de
alcance desse fim. (ALVES, 2013, P.49)

Apesar de poder se observar que, no campo educacional, há significativos


avanços, também é possível considerar muitos desafios que irão requerer empenhos e
esforços coletivos para sua superação e enfrentamento. Compreendendo a construção
histórica da realidade atual, é possível perceber o quanto o passado histórico - individual
ou coletivo – faz-se presente na legitimação do presente. O quanto da caminhada da
humanidade ( de forma passiva, omissa ou ativa ) implicou no que está posto e vai
incidir sobre as gerações futuras. Então, cabe aqui extrair um olhar histórico sobre o uso
dos conhecimentos adquiridos, ou que precisam ser buscados ou resgatados, para a
construção de um futuro possível, percebido na nossa consciência histórica.

Neste trabalho, fez-se referência mais atentamente à questão educacional do


trabalho histórico e ao papel primordial dos docentes nessa construção. Por mais que as
formações iniciais, de graduação ou de forma continuada, ressaltem a legitimidade do
campo do conhecimento e das produções dele geradas, é o agente educativo que
conduzirá a compreensão e a percepção das conjunturas, através das suas explicações e
práticas ( de adesão, de manutenção, de questionamento ou de mudança) que virão a
partir das suas próprias percepções.

Assim, o grande desafio é estabelecer relações dinâmicas entre os docentes e os


sujeitos educativos, de forma a produzir conhecimento através das relações que ali se
estabelecem, condizentes com as perspectivas atuais dos conhecimentos históricos.

O referencial teórico contribui para a construção histórica, através de suas


especificidades e no âmbito normativo e político, mas não deve ser um fim, mas uma
referência para nortear todo o planejamento e aplicação do trabalho docente, bem como
as práticas avaliativas, estabelecendo espaços efetivos de socialização e base sólida para
a ampliação dos saberes que constituirão os cidadãos.

6 CONCLUSÃO

Tendo em vista o que foi exposto, este trabalho tem como objetivo mostrar a
imprescindível responsabilidade educativa do professor história, enquanto detentor de
um papel decisivo na educação formal e informal dos sujeitos educativos. Dentro dos
espaços escolares, muitas vezes, é que os discentes apreendem, pela primeira vez,
valores éticos, sociais e de conhecimento significativo, estabelecendo valores e
aprendizagens que perdurarão por gerações.

Cabe ao docente da área de história levá-los a refletir sobre suas vivências, a fim
de que possam assumir-se como sujeitos históricos dentro do universo educacional e
social.
Somente ao realizarem-se severas reflexões a cerca da importância e da
magnitude do papel docente é que se perceberão as grandezas desse processo e a
inacreditável diferença que essas práticas conscientes produzem no processo ensino-
aprendizagem.

A realização deste trabalho foi culminância de toda caminhada histórica deste


sujeito educativo, entendendo a importância da formação para a ação enquanto
educadora. Através da graduação foi possível aplicar conhecimentos, teorias estudadas e
vivenciadas na prática, que é tão importante na constituição dos novos educadores.

Este trabalho não é o fim de uma jornada, mas o início de uma caminhada e de
um aprendizado efetivo, a partir das vivências teóricas adquiridas.

O objetivo, ao concluir-se esta etapa, é buscar uma educação significativa, na


qual os alunos se percebam capazes de aprender a apreender, de buscar o conhecimento
ao realizar processos interativos com outros sujeitos sociais, com seus iguais e buscando
compreender seus diferentes. Quanto mais efetiva for a parceria, os resultados atingidos
serão mais significativos.

Pensar educação, seja em qualquer área do conhecimento, é propiciar a


promoção de num aprendizado além dos bancos e muros escolares: um aprendizado
moral e ético que desperte a consciência e que estabeleça a constituição histórica dos
alunos, em todas as dimensões da vida social.

Que a desacomodação aconteça. Este é o objetivo do educador: propiciar


desafios para a construção de um futuro possível.

REFERÊNCIAS

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In: OLIVEIRA, M.A.M. (Org.). Gestão educacional: novos olhares, novas abordagens.
Petrópolis: Vozes, 2005.

LIBÂNEO, J.C.. Gestão e organização da escola: teoria e prática. Goiânia:


Alternativa, 2004.
FERREIRA, N.S.C. A gestão da educação e as políticas de formação de profissionais
da educação: desafios e compromissos. In: FERREIRA, N.S.C.. (Org.). Gestão
democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2003.

HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia Das Letras, 1998

BITTENCOURT, Circe Maria. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo:


Contexto, 2008.

AGUIAR, M. Ã. Gestão da educação e a formação profissional da educação no Brasil.


In: AGUIAR, M.Ã. (Org.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e
compromissos.
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