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Caminheiros/Companheiros
Setembro de 2008
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NOTA PRÉVIA
Ao longo do presente Manual, sempre que se ler Caminheiro, deve ler-se também companheiro. O
mesmo pressuposto deve servir para as restantes nomenclaturas específicas do Escutismo Marítimo, como
Companha, para Equipa, Arrais, para Chefe de Equipa, Comunidade, para Clã, ou Campanha, para
Caminhada, entre outras.
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Parte 1 — A Acção Pedagógica
A – Os destinatários da acção pedagógica
Para implementar o Projecto Educativo de maneira progressiva e adequada a cada secção, é importante o Animador
conhecer as características específicas de cada grupo etário.
Ainda que o desenvolvimento se processe de forma global e gradual, com ritmo diferente de jovem para jovem, a
caracterização das várias dimensões da personalidade, constituem uma forma de o compreender.
A partir dos 18 anos, aproximadamente, os factores sociais, económicos e personalidade são os que influenciam mais
directamente no desenvolvimento do jovem. Assim, os seus interesses, perspectivas, ideias, valores, dependem
bastante dos seus grupos de referência, se vivem em cidades ou meios rurais
Nesta faixa etária, temos estudantes do Ensino Superior e jovens que estão a entrar no mercado de trabalho. Os
segundos são, geralmente, mais maduros na sua maneira e pensar e agir, enquanto que os primeiros são mais
individualistas e de espírito aberto.
No entanto, apesar das diferenças, muitas coisas os unem. E este é sempre um período de crescimento, escolhas,
angústias, ansiedades, alegrias, compromissos...
A vida adulta é um período longo de desenvolvimento, passando o adulto por experiências múltiplas, complexas e
variadas.
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As 6 áreas de desenvolvimento
Desenvolvimento Físico
A nível físico os jovens atingem a sua maturação por volta dos 18 anos. São sexualmente maduros e, nesta fase, o
interesse sexual aumenta. Associado à esta maturação sexual e ao aumento da liberdade, vem risco de doenças
sexualmente transmissíveisSão, também, preocupantes riscos relativos ao sedentarismo, uma vez que começam a
andar mais de carro e transportes públicos e muitas vezes, nesta idade, por começarem a trabalhar ou irem estudar
para longe da terra natal, deixam de praticar desporto. Surgem também problemas relacionados com a à má
alimentação e aos vícios como o tabaco e a cafeína, uma vez que muitos deles saem de casa e por estarem sozinhos
começam a ter horários desregulados, acompanhados de “saltos” de refeições, “noitadas” para estudar
Desenvolvimento Intelectual
Por volta dos 18 anos, os jovens começam a desenvolver um tipo de pensamento adequado à complexidade da vida
adulta.
O jovem compreende e aceita que o conhecimento e os valores são relativos às pessoas e aos contextos. Isto é, o que
é certo para uns, pode ser apenas provável para outros e, altamente incerto para muitos.
A aceitação da contradição caracteriza o pensamento do jovem adulto, ou seja, perante pontos de vista diferentes, o
jovem consegue integrá-los e organizá-los, percebendo de que a contradição nem sempre poder ser resolvida pela
eliminação de um dos pontos de vista em confronto e ainda que a contradição e o conflito longe de serem fontes de
confusão e marasmo, são um potencial constante de clarificação e crescimento.
As várias experiências de vida vão sendo integradas, proporcionado ao jovem o conhecimento necessário para a
resolução dos problemas que vão surgindo, mesmo quando se depara pela primeira vez com tal situação.
Curioso e ainda sem muitas responsabilidades a nível financeiro e familiar, o jovem procura saber sobre temas que lhe
interessam, ter experiências diferentes, valorizando o seu crescimento pessoal.
Desenvolvimento do Carácter
Quando chega a esta faixa etária, o jovem tem, praticamente o seu carácter formado. No entanto, esta nunca é uma
construção fechada, podendo o jovem e o adulto, desenvolver algumas nuances do seu carácter.
Nesta altura, a formação do carácter está, quase, exclusivamente, entregue ao próprio. Já com uma quadro de
valores, o jovem escolhe, conscientemente, as ideias a que quer aderir e põe em prática os valores que professa.
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Desenvolvimento Afectivo
O jovem adulto está, progressivamente, a afastar-se dos pais. A saída de casa (para estudar ou definitiva) pode ser
um choque, pois para além do conforto (físico e psicológico) que a casa dos pais oferece, os contactos familiares
tendem a ser menos frequentes, o que, quando o jovem está menos bem, a enfrentar problemas, pode causar
sofrimento, por não sentir o suporte imediato da família.
No entanto, esta é também uma fase de conflito familiar. Porque ao mesmo tempo que o jovem gosta do conforto
familiar, sente-se, também, asfixiado por ele, tentando e exigindo a sua, cada vez maior, autonomia.
Os amigos e os pares assumem especial importância, quer para os momentos descontraídos, de festa e convívio,
quer para os momentos de crise.
Por estar numa etapa mais madura da sua afectividade, surgem relacionamentos amorosos mais sérios.
Desenvolvimento Espiritual
Se esta é uma idade de muitas dúvidas, é também a idade de muitos esclarecimentos. Passando a fase de maior
rebeldia (durante a adolescência), o jovem adulto é capaz de pensar e discernir sobre o Espiritual. Procura conforto no
seu Deus e há, muitas vezes, uma reaproximação à religião.
Capaz de compreender melhor a história e os princípios da religião que professa, o jovem vive mais intensa e
conscientemente a relação com Deus. Com maior complexidade intelectual, busca respostas para além do que é
visível.
As vivências espirituais proporcionadas nesta altura, assumem especial importância para que o jovem possa
desenvolver a Sua espiritualidade.
Desenvolvimento Social
A vida social do jovem atinge o seu ponto mais agitado. Gosta de sair de casa, passear e fazer amigos.
È uma etapa da vida onde os jovens se envolvem em muitas causas sociais, agregam-se a associações, missões e
tornam-se mais activistas das causas, principalmente os universitários, pelo próprio meio em que estão inseridos.
No entanto, por descrédito ou desmotivação, pode ocorrer o reverso da medalha e o jovem cair no marasmo, não se
interessando pelos seus direitos ou deveres enquanto cidadão.
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B – O projecto educativo que oferecemos
1. Proposta Educativa do CNE
O Escutismo é um movimento de educação não-formal, que contribui para a educação dos jovens através de um
sistema de valores, tal como se expressa no documento “A Missão do Escutismo”, Durban 1999:
“A missão do Escutismo consiste em contribuir para a educação dos jovens, partindo de um sistema de
valores enunciados na Lei e na Promessa escutistas, ajudando a construir um mundo melhor, em que as
pessoas se sintam plenamente realizadas como indivíduos e desempenhem um papel construtivo na
sociedade.
Isto é alcançado
envolvendo os jovens, ao longo dos seus anos de formação, num processo de educação não-formal;
utilizando um método original, segundo o qual cada indivíduo é o principal agente do seu próprio
desenvolvimento, para se tornar uma pessoa autónoma, solidária, responsável e comprometida;
ajudando os jovens na definição de um sistema de valores baseado em princípios espirituais, sociais
e pessoais expressos na Lei e na Promessa.”
A partir desta declaração de Missão, as associações escutistas devem elaborar a sua Proposta Educativa, na qual
expressam a sua intenção educativa, ou seja, aquilo que podem oferecer aos jovens de uma determinada comunidade e
por um determinado tempo.
Com a proposta educativa, o Corpo Nacional de Escutas (CNE) procura responder às necessidades educativas das
crianças e dos jovens, através dos Princípios e do Método escutistas. Ao mesmo tempo, a proposta pretende ser
referência para a acção continuada dos animadores adultos e também, um compromisso educativo perante a
sociedade.
Sendo um documento aberto e dinâmico, a Proposta Educativa concretiza-se nas actividades características do
movimento, que proporcionam a criação e/ou o desenvolvimento de determinadas competências e características nas
crianças, nos adolescentes e nos jovens.
A intenção educativa do CNE, adequada ao tempo e à sociedade, está expressa na Proposta Educativa “Educamos.
Para quê?”.
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- uma pessoa criativa e ousada face aos desafios e que cultiva o espírito crítico de modo a distinguir o essencial
- uma pessoa alegre, sensível e compreensiva, consciente de si própria, das suas limitações e potencialidades
- uma pessoa solidária e fraterna, que promove o respeito e a tolerância na sua relação com os outros
- uma pessoa que assume integralmente o seu compromisso cristão como opção de vida
- uma pessoa que respeita o seu corpo como manifestação de vida e com ele se relaciona de forma equilibrada
• ...para se tornar detentor de Saber;
- uma pessoa que reconhece as suas imperfeições e as procura superar de uma forma constante
- uma pessoa que busca sempre mais e usa esses conhecimentos para fundamentar as suas decisões, expressando
adequadamente as suas ideias
- uma pessoa que valoriza as sua emoções e afectos, vivendo-os em equilíbrio
- uma pessoa atenta ao Mundo, no qual identifica o seu papel, valorizando o trabalho em equipa
- uma pessoa que procura aprofundar sempre o seu esclarecimento na Fé
- uma pessoa que conhece as capacidades e limites do seu corpo, reconhecendo as ameaças ao mesmo
• ...para se tornar preparado para Agir;
- uma pessoa que, comprometendo-se, age de acordo com as suas opções, respeitando os outros e o mundo
- uma pessoa empreendedora, activa no desenvolvimento de iniciativas e que cuida da sua própria formação
- uma pessoa que cultiva amizades e que vive o amor de uma forma plena, dando disso testemunho em família
- uma pessoa que assume o seu papel na comunidade, exercendo a cidadania de uma forma participativa e
generosa
- uma pessoa que evangeliza pelo testemunho e pela partilha, no respeito pelas convicções dos outros, contribuindo
assim para a construção da paz
- uma pessoa que, reconhecendo o seu corpo como meio para transformar o Mundo, cuida dele em harmonia com o
ambiente
O CNE ajuda jovens a crescer...
...para que com o Ser, Saber e Agir se tornem homens e mulheres responsáveis e membros activos de comunidades,
na construção de um mundo melhor.
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A Proposta Educativa do CNE “Educamos. Para quê?” foi aprovada no Conselho Nacional
Plenário de Maio de 2003.
Este documento é um género de Bilhete de Identidade. ou cartão de visita que pode ser
usado:
Quando se recebe um novo elemento e os Pais querem perceber um pouco melhor o que
é o Escutismo e o que o distingue, por exemplo, de um qualquer clube desportivo;
Nas reuniões de Pais;
Quando se fazem exposições ou folhetos sobre o Escutismo;
Numa reunião com a Autarquia;
Num pedido de apoio financeiro;
Ou ainda em:
Num momento de formação da Equipa de Animação;
Num jogo sobre valores;
Num jogo sobre as qualidades individuais;
...
Em cada uma das áreas de desenvolvimento pessoal estão identificadas prioridades educacionais – três trilhos
educativos – que tomam em conta as necessidades e aspirações das crianças, dos adolescentes e dos jovens em
particular – os objectivos educativos. Entende-se por trilho educativo os caminhos de crescimento a trabalhar em cada
área, dos quais se definem os objectivos de crescimento a atingir no final do tempo vivido na secção.
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Áreas Trilhos Os objectivos relacionam-se com:
Na IV secção, não se utilizam os Trilhos Educativos. Os caminheiros são convidados a escolher directamente os
objectivos que pretendem alcançar em determinado momento. Assim, aumenta-se a liberdade de escolha do jovem e
permite-se uma maior sintonia destas escolhas com o seu PPV. Devido à sua maturidade, acredita-se que o caminheiro
é capaz de escolher, em consciência, o seu percurso, sem necessitar da estruturação que os trilhos oferecem.
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C – Como implementar?
— As sete Maravilhas do Método
O Movimento Escutista tem uma missão definida que passa por educar, promovendo o desenvolvimento das crianças,
dos adolescentes e dos jovens através de actividades recreativas e de serviço, de modo harmonioso com a sua própria
personalidade e com a comunidade em que vive.
A sua finalidade é “contribuir para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se plenamente no que respeita às
suas possibilidades físicas, intelectuais, sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e quer,
ainda, como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais.”
Vemos assim que o Método Escutista, a partir da forma natural como os jovens se relacionam, permite explorar
diferentes opções educativas, realçando o que eles aprendem uns com os outros e potenciando verdadeiras
experiências educativas, tais como:
- Alargar horizontes: o campo de acção e de experimentação do jovem vai aumentado à medida que cresce;
- Transportar o jovem da imaginação à realidade: os heróis e heroínas não existem só em lendas, mas são
indivíduos de carne e osso, o mundo fictício das histórias desafia a exploração do mundo real;
- Proporcionar o crescimento em pequenos grupos: a relação com os pares e o assumir de responsabilidades
são componentes essenciais de um ensaio para a vida futura em sociedade;
- Contribuir para a interiorização de regras sociais (através do jogo e dos valores universais), ajudando a
desenvolver um código de conduta próprio ao qual voluntariamente se adere;
- Incentivar a ser cada vez mais e melhor, desafiando limites e estabelecendo novas metas a alcançar;
- Arriscar num ambiente privilegiado onde as conquistas e os erros possuem igual valor pedagógico: a correcta
aplicação do método proporciona a criação de um espaço seguro onde os jovens aprendem, erram e voltam a
aprender numa dinâmica de crescimento;
- Construir uma relação de confiança com alguém que ajuda, prepara, apoia, encoraja, aconselha e educa.
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Identificadas as bases do Método Escutista e traçado o caminho para lá chegar, faltará apenas caminhar… E o caminho
possui sete características essenciais de que não podemos abdicar e que consideramos maravilhosas, por constituírem
a base do Método Escutista. São as “Sete Maravilhas do Método Escutista”:
Sistema
de
Patrulhas
Sistema de Relação
progressão jovem/adulto
pessoal
Lei
e
Promessa
Vida
Aprender na
fazendo Natureza
Mística
e
Simbologia
Nos caminheiros, cada uma destas “Sete Maravilhas do Método Escutista” deverá ser aplicada de modo distinto das
outras secções, de acordo com as características próprias da cada faixa etária e tendo em conta o grau de autonomia,
de maturidade e de responsabilidade de cada jovem..
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1 – Sistema de patrulhas
O Sistema de Patrulhas é o principal motor do Escutismo, permitindo a cada Escuteiro encontrar o seu
lugar entre os outros
O sistema de patrulhas, tal como B.-P. o idealizou, assenta na divisão de rapazes e raparigas em pequenos grupos –
Equipa (no caso dos caminheiros) –, dentro dos quais estabelecem relações e são chamados a assumir diversas
tarefas para a promoção do bem-comum. Um dos elementos assume a direcção e cada um dos restantes é chamado a
desempenhar funções específicas, que permitem a cada um contribuir para o bem geral. Esta divisão de tarefas
incentiva, assim, a co-responsabilidade e permite a aprendizagem da democracia e da solidariedade. Ao mesmo tempo,
possibilita também a compreensão do papel do líder e da importância de uma boa e equilibrada liderança para o
desenvolvimento do grupo.
É o Sistema de Patrulhas que faz das Unidades e, por conseguinte, de todo o Escutismo, um verdadeiro esforço de
cooperação. Faz dele um método de educação natural e não formal, onde cada jovem, com as suas particularidades e
curiosidades muito pessoais, cresce com os outros e entre eles. Os seus pares passam a ser por si reconhecidos pela
vivência conjunta e pela prática da Lei do Escuta.
É fomentada a ideia de que o valor individual de cada Escuteiro deverá estar sempre ao serviço da Equipa e,
consequentemente, da Unidade, sendo que cada um trabalha segundo as suas forças e recebe segundo as suas
necessidades.
Assim sendo, a Equipa, não é mais do que uma sociedade, um grupo de rapazes e raparigas, unidos por ideais e
objectivos comuns e regidos pela mesma lei – a Lei do Escuta. Na Equipa, os jovens poderão e deverão viver juntos
experiências inesquecíveis e realizar actividades de serviço. A Equipa é uma “micro-sociedade”, onde cada escuteiro
desempenha um papel. Ao assumir a responsabilidade de determinadas tarefas no seio da Equipa, o Caminheiro torna-
se responsável por si mesmo e... cresce!
Na vida de cada um destes pequenos grupos, no seu funcionamento regular, são promovidos valores como o da
liderança responsável, da democracia, da co-responsabilidade, da solidariedade, do trabalho em equipa, através da
divisão de tarefas.
O Sistema de Patrulhas proporciona ainda a perda da perspectiva egocêntrica, e permite aos jovens a criação de
hábitos de divisão de tarefas e bens. Este sistema une os jovens num ideal comum, repleto de camaradagem,
cumplicidade e amizade.
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Organização
Quadro-síntese:
I.ª Secção II.ª Secção III.ª Secção IV.ª Secção
Designação
do Projecto
Caçada Aventura Empreendimento Caminhada
Continua…
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Quadro-síntese:
… Continuação
Especificidades do Escutismo Marítimo
I.ª Secção II.ª Secção III.ª Secção IV.ª Secção
Designação
do Projecto Caçada Expedição Cruzeiro Campanha
Constituição
a) Nome
As Equipas, são um pequeno grupo de elementos que partilha ideais, tradições e responsabilidades, criando-se uma
identidade própria. Daí que todas as Equipas tenham um patrono – nome de uma individualidade, escolhida pela
Equipa – que as identifica e que as distingue dentro do Clã.
O patrono de equipa dever ser um santo da Igreja, benemérito da Humanidade ou herói nacional, com o qual a Equipa
se identifique, que saiba a sua vida e siga como exemplo
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Exemplo:
- Santo da Igreja: Santa Zita
- Benemérito da Humanidade: Jean Henri Dunant
- Herói nacional: Aristides de Sousa Mendes
Sugestão:
- Para a escolha de nomes de santos da Igreja, beneméritos da Humanidade ou heróis nacionais, há listas de
sugestões no sítio oficial do CNE.
b) Número de elementos
Muito embora não se possa definir o número ideal de elementos de uma equipa, a experiência recomenda que esse
número esteja compreendido entre 5 a 8 elementos. Isto por uma questão de funcionamento – haverá tarefas para o
sucesso do trabalho da equipa que terão de ser feitas –, mas, também, por uma questão de convenção – para melhor
funcionamento e harmonização colectiva.
Acontece, no entanto, que, se no Clã, por determinada razão, só existem 9 elementos, terá de arranjar-se uma
solução enquanto não cresce o conjunto. Assim, aceita-se que em casos excepcionais haja uma divisão e uma equipa
possa ser constituída por 4 elementos. Note-se, no entanto, que essa deve ser encarada como uma solução de
contingência, a prazo, e não a melhor solução do ponto de vista pedagógico.
O género
Consideram-se mistas as Equipas constituídas por elementos de géneros diferentes. Há vantagens na constituição
mista da Equipa. Senão vejamos: Se o Clã é misto, e se dessa heterogeneidade resulta uma aprendizagem, será
natural que os elementos também se queiram juntar da mesma forma as Equipas;
Todavia, caberá à Equipa de Animação analisar costumes, culturas, temores, e assim, ao avaliar a sua realidade
decidir sobre qual o melhor método a adoptar.
Ainda que o caminho passe pela implementação de Equipas mistas, há que salvaguardar e acautelar que, em
acampamento, a tenda seja vista como um espaço de intimidade em que a privacidade dos géneros deverá ser
conservada. E que numa equipa nunca deve estar, de um determinado género, um elemento sozinho.
A idade
Consideram-se verticais as Equipas constituídas por elementos de diferentes idades. Denominam-se por Equipas
horizontais as que incluem todos os elementos com a mesma idade.
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O aconselhamento pedagógico vai para a preferência pelo modelo vertical. De facto, uma Equipa que integra jovens de
diversas idades é encarada como o mais positivo. É certo que esta heterogeneidade poderá criar obstáculos no seio da
Equipa, pela diferença de interesses ou estágios de maturidade em que cada um deles se pode encontrar, mas, por
outro lado, poderá trazer também enormes benefícios, dos quais destacamos o acompanhamento dos mais novos por
parte dos mais velhos e a partilha do conhecimento. De facto, compete aos mais velhos, olhados como exemplo a
seguir, ensinar e orientar os mais novos e dar testemunho dos costumes que vão sendo construídos no seio da Equipa.
Assim se estimula a solidariedade e se mantêm as tradições, que vão permitir a conservação da memória colectiva e a
formação de espírito de corpo ao longo da vida.
Menos vulgar, e a ser utilizada apenas em casos de necessidade, é a implementação do modelo horizontal que, por
sua vez, integra jovens da mesma idade e que estão todos na mesma fase de desenvolvimento. Isto vai facilitar a
integração dos elementos na Equipa (uma vez que partilham interesses), mas tem grandes desvantagens. Por um lado,
quando se dá a passagem simultânea de todos os elementos para a secção seguinte extingue-se a equipa e não houve
lugar à aprendizagem colectiva e à transmissão de tradições da Equipa. Por outro lado, nos jogos e competições
sadias, e porque não há equilíbrio de idades, as Equipas com elementos mais velhos têm mais probabilidades de terem
melhor desempenho que as Equipas mais novas, perdendo-se os valores da solidariedade e da fraternidade. Por fim, a
estratégia do ‘irmão mais velho’, que orienta e ensina, é impossível de implementar, dado que não há diferenças
etárias.
Os jovens criam empatias e laços de amizade com relativa facilidade, o que pode facilitar em muito a integração de
novos elementos, sejam eles noviços ou aspirantes. Em ambos os casos, deverá dar-se “espaço” ao Clã e aos novos
elementos a integrar para que possam, de forma espontânea e informal, criar essas relações de amizade e assim, se
integrarem naturalmente. Pese embora esta “aproximação” natural, a distribuição de novos elementos pelas equipas
deverá ser, sempre, da responsabilidade da Equipa de Animação, ouvido o Conselho de Chefes de Equipa.
Sugestão:
- Porque não transformar a formação das Equipas num jogo?
- Observas a constituição do Clã e numa folha escreves, como se fossem regras, obrigatoriedades que é preciso cumprir para fazer
a equipa. Podes pôr critérios de idade e de género… mas também de interesses, estéticos, de características físicas, etc. Até pode
ter sido a Equipa de Animação a fazer as equipas, mas eles podem sempre pensar que foram eles que, naquele jogo, o fizeram. –
No caso de necessidade de reestruturação do Clã ou da entrada de muitos noviços e/ou aspirantes
- Feira de Equipas – As Equipas tentam “vender-se” aos novos elementos. Cada Equipa deve apregoar-se, de modo a convencer
os “clientes” a fazerem parte dela. - No caso da entrada no Clã de poucos noviços e/ou Aspirantes.
d) – O espírito de equipa
O espírito de equipa quer dizer que cada um dos membros da Equipa sente que é parte essencial de um todo
completo e uno – um corpo que a cada membro cumpre executar o seu papel individual com o fim de se atingir
a perfeição e plenitude do conjunto.
São várias as imagens que podem utilizar-se para ilustrar a valia pedagógica e o que se entende por espírito de
Equipa, ou aquilo que vulgarmente se chama de espírito de corpo – a rede de identidades, de cumplicidades, de
hábitos e tradições que dão coerência e são factor de unificação dos elementos de um determinado grupo.
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Pode dizer-se que uma Equipa se assemelha a um corpo humano: cada órgão e cada membro tem a sua função e
todos funcionam para o mesmo objectivo, mas, se um deles adoece, todo o corpo sofre com isso e deixa de funcionar
perfeitamente. São Paulo, na Carta aos Romanos (Rm 12, 3-8) utiliza exactamente essa mesma imagem.
O mesmo se passa com uma Equipa que não tenha espírito de corpo: se os seus elementos não fazem ou sentem
que não fazem parte de coisa nenhuma vão desmotivar-se e a Equipa vai deixar de funcionar.
Para que esse espírito de corpo exista, se forme ou cresça, pode recorrer-se a dois tipos de acções:
• Utilizar e incentivar todas as características do trabalho em equipa que a Equipa promove: a divisão de tarefas,
a democracia interna para decisão de interesses comuns, a co-responsabilização, o debate, etc. Toda a
responsabilidade individual, se for devidamente assumida, une e fortalece.
• Recorrer, mostrar ou dar a descobrir aos Caminheiros as ferramentas pedagógicas (objectos, símbolos e
tradições) em que o Escutismo é riquíssimo e que foram idealizadas com vista à distinção e promoção da
identidade das Equipas. Algumas são sugeridas por B.-P. nas várias publicações e intervenções que fez e
outras foram nascendo com o tempo
- Patrono
Patrono é o nome da individualidade que cada Equipa escolhe para servir de seu nome, a identificação primária e mais
básica. Dessa escolha resulta o uso do nome mas devem ser assumidas, também, as suas vivências, as qualidades e virtudes
que lhe estão comummente atribuídas. Os caminheiros devem ser capazes de reconhecer os méritos e os factores de
notabilidade da vida da personalidade escolhida.
- Divisa ou Lema
Frase escolhida de acordo com o nome da Equipa e que deverá fazer referência às características mais evidentes do Patrono.
Esta frase deve exprimir e ser encarada como o objectivo que a Equipa pretende alcançar.
Canto da Equipa
Sempre que possível, deve existir na Base um local exclusivamente reservado à Equipa e a que só ela e a chefia
podem aceder. Este canto é da responsabilidade da Equipa e pode estar organizado e decorado como ela entender.
Deve, no entanto, exigir-se asseio e ordem. O canto pode incluir, entre outras coisas, espaço para os materiais da
Equipa (cordas, ferramentas, material escolar, etc.), quadros variados (de informações, de nós, de presenças, com
colecções), local para arrumar as varas, decoração relacionada com os Patronos, etc.
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Cargos e funções dos seus membros
O fim principal do sistema de patrulhas é atribuir verdadeira responsabilidade a tantos rapazes quantos for
possível. O sistema mostra a cada rapaz a sua responsabilidade pessoal no bem da patrulha e leva cada
patrulha a reconhecer que tem responsabilidade bem definida no progresso de todo o Grupo.”
O Sistema de Patrulhas, tal com B.-P. o pensou, aposta amplamente na atribuição de cargos individuais. Assim se
entrega a cada Caminheiro a execução de uma tarefa pessoal dentro da Equipa. Responsabilizado, desta forma,
perante os outros no que concerne à sua actuação, ele sente-se indispensável à Equipa e conquista um lugar de
importância junto dos outros: pode assumir a qualquer momento a liderança da sua Equipa (ao acudir a um ferido, é
ao socorrista que cabe a tarefa de chefiar a patrulha, etc.) e deve revelar espírito de iniciativa e criatividade na
resolução dos problemas.
Esta divisão de tarefas permite que os jovens aprendam progressivamente a desempenhar diversos papéis de forma
responsável e se preparem para a vida.
Será esse um dos grandes objectivos da metodologia do Sistema de Patrulhas: que cada Escuteiro cresça
consciente do seu valor e do seu lugar na sociedade, tendo sempre por base a alegria, o respeito pelos outros, a
partilha e a fraternidade. Assim, é-lhe proporcionado um crescimento e uma valorização pessoal que servirão de
pilares para a vida.
O desempenho de um cargo no seio da Equipa ou de uma função na Caminhada constitui uma oportunidade de ouro
para progredir. Isto porque o exercício de cargos e funções privilegia o crescimento em várias áreas.
O Cargo
Dentro da Patrulha, é conveniente que todos possuam um cargo, na medida em que este constitui uma forma de
motivar a participação do escuteiro e de desenvolver o seu sentido de responsabilidade individual e de utilidade para o
bem-estar dos outros.
CARGO
Por cargo, entende-se a responsabilidade que é atribuída a cada elemento de forma fixa e estável ao longo de,
pelo menos, seis meses (socorrista, tesoureiro, animador, etc.).
Chefe de Equipa,
Secretário,
Tesoureiro,
Guarda de material.
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Poderão ainda ser desempenhados os cargos complementares de
Animador,
Socorrista,
Intendente
Informático.
Nos caminheiros, o único cargo que implica o uso da insígnia correspondente é o de Chefe de Equipa
Os cargos de Tesoureiro e Secretário de clã também são desempenhados por caminheiros.
De notar que o exercício de um cargo privilegia sempre o crescimento numa determinada área de desenvolvimento,
podendo ainda potenciar o aperfeiçoamento de outra áreas. Nesta medida, o cargo é uma ferramenta específica que a
equipa de animação poderá utilizar para desenvolver cada elemento em determinada direcção.
Sugestão:
A equipa de animação deverá considerar a oportunidade em organizar ateliers para cada um destes cargos, recorrendo, por exemplo,
aos jovens que desempenharam esses mesmos cargos no ano anterior, a outros dirigentes, pais, etc. As actividades da secção
devem também contemplar a possibilidade de explorar as diversas tarefas inerentes a cada cargo (podem até ser criadas actividades
específicas para aprofundar cada um).
Cargos básicos
1. Chefe de Equipa
“O grupo ou bando é a unidade natural entre os rapazes, quer para a brincadeira, quer para o mal, e o
rapaz de carácter mais decidido entre eles é geralmente escolhido para chefe.”
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Um dia perguntaram a Baden-Powell que cargo escolheria, no Escutismo, se não fosse Chefe Mundial. Ele
respondeu: “Se me permitissem escolher, escolheria o de Guia de Patrulha”.
Pistas para o Guia de Patrulha (J. Marques da Silva, Edições Flor de Lis, 1970)
O cargo de Chefe de Equipa é bastante importante, pela capacidade de liderança que implica. De facto, num Clã onde
é correctamente implementado o sistema de patrulhas, o Dirigente tem nos Chefes de Equipa grandes aliados na
condução do grupo: ele actua como intermediário entre a equipa de animação e os restantes escuteiros e é a ele que
compete (e nunca ao Dirigente) a liderança da equipa.
Sugestão:
Quando necessita de dar uma ordem ou informação, o dirigente deve sempre comunicá-la aos Chefes de Equipa
para que estes a façam chegar às suas Equipas. Nunca deve falar para o grande grupo como se tivessem todos o
mesmo papel: se o fizer, que valor dá aos chefes de equipa?
Este ‘poder’ que o cargo de Chefe de Equipa tem, atrai muitos elementos da Equipa, que aspiram a vir a exercer
tarefas contínuas de liderança, assim como a responsabilidade inerente afasta também bastantes.
No entanto, e pelas consequências negativas que uma má escolha acarreta, há que ter especial atenção à sua
eleição, que deve ser secreta. De facto, um mau Chefe de Equipa, incapaz de liderar, de assumir a Lei ou de assumir
responsabilidades, dá origem a equipas fracas, desmotivadas, desorganizadas ou que não conhecem o espírito de
Equipa.
Estudo de caso:
Uma Equipa escolheu como Chefe de Equipa o seu líder natural que, por acaso, não tem um comportamento exemplar.
Compete à Equipa de Animação, nestes casos, encontrar estratégias para que esse Chefe de Equipa sinta a importância do
cargo e melhore a sua conduta até se tornar um exemplo a seguir. Muitos escuteiros com condutas pouco adequadas têm
apenas falta de auto-estima e, como não querem perder o cargo (através do qual adquirem uma importância que nunca tiveram),
respondem muito bem ao reforço positivo e à exigência dos Dirigentes.
Apesar deste cuidado, não deve ser o dirigente a impor a sua escolha à Equipa, embora deva ter em atenção, por
exemplo, a necessidade de ter elementos de ambos os sexos na chefia das Equipas. Na medida do possível, devem
ser os elementos a escolher o seu Chefe de Equipa , embora, para isso, possam contar com indicações do chefe
sobre o perfil que ele deve possuir. Este perfil não deve impedir o líder natural da patrulha de ascender ao cargo.
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As qualidades de chefia são em parte naturais e em parte adquiridas. As qualidades naturais são importantes,
pois que, por muito excelente que um rapaz seja, não pode ter a esperança de vir a ser Guia deveras eficiente, se
não possuir uma parcela daquela qualidade especial – daquele magnetismo pessoal…
Para evitar más lideranças, o Dirigente deve promover momentos de formação para os seus Chefes de Equipa. Estes
momentos podem passar por encontros de Chefes de Equipas ou podem surgir nos Conselhos de Chefes de Equipa.
Apesar disto, pode haver necessidade de destituir o Chefe de Equipa – ou pela equipa ou pela equipa de animação. Este
acto deve ser bem ponderado, mas não deve ser evitado caso se conclua que, de facto, é o melhor para a equipa e para
o elemento.
O Caminheiro Guia
Para além do Chefe de Equipa, o Clã ainda pode ter um Caminheiro Guia, que deve ser eleito, por voto secreto
individual, em Conselho de Clã. O seu mandato termina no final do ano escutista no decorrer do qual foi eleito, mas
pode ser interrompido por decisão do próprio ou por determinação do Conselho de Chefes de Equipa.
Apesar de a sua existência não ser obrigatória, para o Chefe de Unidade, o Caminheiro Guia é uma grande mais valia,
uma vez que ele é o elo de ligação entre as Equipas e a Equipa de Animação, exercendo funções de liderança e
aconselhamento. Para além disto, representa todo o Clã e coopera com todos os Chefes de equipa na interpretação das
dificuldades e valências de cada um dos elementos.
Por esta razão, deve ser um exemplo a seguir para os outros, tanto na sua postura, como no seu Progresso Pessoal.
Para além disto, deve revelar capacidades de liderança e organização.
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Para que entre o Chefe de Equipa e o seu adjunto haja um espírito forte de união e cooperação, é essencial que
ambos se conheçam bem. Por essa razão, o Chefe de Equipa Adjunto não deve resultar de uma imposição do
Dirigente ou de uma eleição da equipa: deve ser uma escolha pessoal do Chefe de Equipa, que tende naturalmente
para seleccionar um amigo ou um elemento com quem tem maior afinidade. Assim se promove a complementaridade
e interajuda.
“A tarefa de dirigir uma Patrulha é tão importante que não se poderá esperar que um rapaz a
desempenhe só por si. (…) O Sub-Guia é um rapaz escolhido pelo Guia para seu ajudante. É
essencial que o Guia e o Sub-Guia trabalhem em íntima colaboração. O Chefe que escolhe os
Sub-Guias comete um erro.”
Compete ao Chefe de Equipa Adjunto auxiliar o Chefe de Equipa em todas as suas tarefas, acompanhando-o de
forma próxima não apenas para o apoiar, mas também para ir desenvolvendo as suas capacidades de chefia. Como
este cargo é subsidiário, o elemento que o desempenha pode acumulá-lo com outras funções dentro da equipa.
3. Secretário
É o especialista da Equipa na área da comunicação, escrita, oral e audiovisual. Terá como principais atribuições:
- Redigir e expedir as convocatórias da Equipa;
- Arquivar os documentos da Equipa;
- Tratar de toda a correspondência da Equipa (cartas, faxes, mails).
- Fazer as actas das reuniões
4. Tesoureiro
É o especialista da Equipa na área da intervenção económica. Terá como principais atribuições:
- Escriturar o livro de quotas (ou folha de cálculo, se assim preferir) e demais receitas da Equipa e recolha das
mesmas;
- Orçamentar as actividades da Equipa, bem como o respectivo controlo orçamental;
- Planificar as campanhas de angariação de fundos da Equipa.
5. Guarda-material
É o perito da Equipa na conservação do seu material e equipamento. Terá como principais atribuições:
- Inventariar e catalogar o equipamento e material da Equipa;
- Cuidar do equipamento e material da Equipa;
- Controlar as saídas de equipamento e material da Equipa, bem como o seu estado de conservação;
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- Fazer o levantamnto do equipamento e material necessário à Equipa;
- Requisitar o equipamento e material para as actividades de Equipa.
Cargos complementares
1. Animador
É o guardião das tradições da Equipa. Tem como principais atribuições:
- Coordenar as cerimónias e rituais da Equipa;
- Preparar os novos elementos da Equipa para estas cerimónias e rituais;
- Transmitir o historial da Equipa;
- Coordenar a encenação das actividades da Equipa;
- Planificar e coordenar o protocolo da Equipa
.
2. Socorrista
É o técnico de saúde da Equipa. Terá como principais atribuições:
- Equipar e cuidar da farmácia da Equipa;
- Tratar as pequenas feridas dos elementos da Equipa, quando em actividade;
- Zelar pela higiene e segurança física da Equipa nas actividades.
3. Intendente
É o especialista da Equipa na área gastronómica. Terá como principais atribuições:
- Elaborar a lista dos produtos alimentares necessários para a alimentação da Equipa, bem como a sua aquisição
e/ou requisição ao Clã;
- Cuidar e enriquecer o ficheiro gastronómico da quipa (ementas, receitas e riqueza nutritiva destas).
4. Informático
É o especialista da Equipa no relacionamento com pessoas e entidades exteriores. Terá como principais atribuições:
- Estabelecer contactos, nos mais diversos níveis com entidades exteriores;
- Reunir informação relativa a locais de realização de actividades (informação histórica, cultural);
- Manter informações sobre a Equipa na Internet; (ex:Site da Equipa, Blog, Hi5, Mailing List, Etc.)
- Gerir todos os Ficheiros Informáticos usados na Equipa (ex: Documentos, Imagens, Cartazes, Fotografias)
- Gestão da mailling list;
- Fazer as apresentações multimédia que a Equipa necessite;
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Em resumo, os cargos caracterizam-se por:
Desempenho de um Ao longo do ano
cargo
A Função
Durante uma Caminhada específica, poderão surgir, caso a caso, necessidades de organização ou de realização de
tarefas que impliquem o exercício de funções.
FUNÇÃO
Por função entende-se uma responsabilidade temporária que é atribuída a cada elemento. Assim, por exemplo, numa
Caminhada que contemple um acampamento, poderá haver necessidade de existirem um ou mais cozinheiros,
encarregados pelas compras e abastecimentos, financeiro, socorristas, etc. É possível que cada elemento
desempenhe mais do que uma função (o Guarda de material pode ser também o Encarregado das construções, o
Animador pode ser também Treinador, etc.).
Ao contrário dos cargos, as funções podem ser inúmeras: Secretário, Repórter, Financeiro, Guarda do material,
Animador, Cozinheiro, Ambientalista, Socorrista, Intendente, Informático, Encarregado das construções, Treinador,
etc.
Também elas, à semelhança dos cargos, estão intimamente ligadas a determinadas áreas de desenvolvimento,
podendo ser usadas como ferramentas de auxílio à progressão de cada elemento.
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Financeiro Intelectual Carácter Orçamentar actividade
Social Planear Campanhas de Financiamento
Controlo de contas e de pagamentos
Prestar contas ao Tesoureiro da Equipa
Guarda de Intelectual Carácter Deve ser um elemento com especial interesse
material Físico pelo equipamento. Prepara lista de material
daEquipa, faz constante o controlo do inventário,
tentando com isso identificar falhas, e resolver
pequenos problemas no equipamento que tenta
resolver com o Guarda Material da Equipa. Em
Campo será o responsável pelo estaleiro de
material e por alertar todos os elementos para
os cuidados a ter com a utilização do
equipamento e para a segurança dos elementos.
Animador Espiritual Carácter Sente-se à vontade para animar a Equipa ou o
Social Grupo, e memoriza facilmente letra, musicas ou
Afectivo danças, assim como gritos de animação. Será
responsável por animar tanto os momentos
dinâmicos como os de reflexão e oração.
Saltimbanco Afectivo Carácter Coordenar apresentações no fogo de conselho
Social Responsável por vestes e outros elementos
cénicos. Tem especial interesse por
representações e procura pesquisar formas de
apresentação, tentando encontrar sempre novas
formas de adaptar à aventura do momento.
Socorrista Físico Carácter Responsável pela Mala de Primeiros Socorros
Social daEquipa, tenta saber tudo o que tem de estar
Intelectual nessa mala, onde está, se está guardado em
condições de higiene, e dentro do prazo de
validade. Tem de saber para que serve cada
uma das coisinhas do inventário, e o modo de
aplicação. Sempre que não souber, mostra
interesse em se informar e formar.
Ambientalista Social Carácter Análise das condições ambientais do local de
actividade
Tratamento de lixos
Racionalização de recursos
Condições sanitárias e de higiene
Intendente Intelectual Carácter Programação de compras
Físico Locais de compra e preços
Distribuição dos ingredientes pelos elementos da
Equipa
Encarregado das Intelectual Carácter É uma pessoa com um interesse especial por
construções Físico projectos de construções de campo. Faz
pesquisas sobre construções e tenta arranjar um
projecto bem desenhado e calculado ao
pormenor. Analisa as condições físicas do local,
coordena as construções, faz listas de materiais
necessários para o Tesoureiro orçamentar e para
o Intendente programar compra
Informático Intelectual Carácter Coordenação do site/blog
Armazenagem de recursos electrónicos
(relatórios, cartas, fotos)
Cozinheiro Físico Carácter Será um elemento que gosta de cozinhar, e
Intelectual nessa actividade vai estar na cozinha a fazer
aquilo que mais gosta junto com o cozinheiro da
Equipa. Antes de ir para campo, colabora com
ele a construção da ementa para a Actividade.
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Treinador Físico Carácter Conhecer jogos da actividade
Intelectual Coordenar preparação física, intelectual e
emocional da Equipa. Pode orientar a ginástica
matinal.
Explorador Intelectual Carácter Coordenar meios de transporte para o local
Físico Analisar condições do local da actividade em
coordenação com ambientalista e encarregado
de construções. Preparar a Equipa para meios de
orientação necessários em coordenação com
navegador.
O desempenho destas funções pode ser feito pelo detentor do cargo (Tesoureiro – Financeiro; Secretário – Repórter;
etc), mas isto não é obrigatório (o Tesoureiro da Equipa pode, numa actividade, ter a função de Cozinheiro, por
exemplo). No entanto, o facto de o desempenho de uma determinada função (Financeiro, por exemplo) ser exercido
por um caminheiro diferente do Tesoureiro (cargo), não diminui as responsabilidades deste último nem o substitui. O
Tesoureiro continua a ser responsável pela cobrança de quotas ou pelo controlo da actividade financeira da Equipa,
por exemplo. É ele que tem que reunir com os Financeiros, a fim de analisar com eles os orçamentos por estes feitos,
avaliar as necessidades de fundos e, no final da Caminhada, receber e conferir as contas dos Financeiros.
Sugestão:
Para que cada um saiba exactamente o que fazer e quando fazer, é importante os Chefes de Equipa (ou o
coordenador) peçam ao caminheiro que tem a função de secretário para elaborar Uma “Fita do Tempo”. Esse
documento deve ser distribuído por todos e explicita quem faz o quê, até quando e que material, informações e
recursos são necessários. Esta ferramenta permite aumentar a eficácia da Equipa (cada um tem noção exacta da
sua responsabilidade) e ajuda a reforçar o espírito de corpo, já que todos se sentem a contribuir para o bem do
grupo.
A periodicidade do exercício da função deverá ser avaliada actividade a actividade, promovendo-se assim a rotação
de funções e valorizando as experiências que cada um pode ter ao longo do ano ou da sua vivência na secção.
- as necessidades particulares de cada actividade face às funções (se não houver necessidade de cozinheiros, quem
tinha esta função terá de ter outra, por exemplo);
- a disponibilidade/vontade dos jovens em aprender ou aplicar aptidões específicas associadas a uma determinada
função. Assim sendo, ao distribuir as funções, o Conselho de Chefes de Equipa deverá ter em conta as apetências e
gostos de cada elemento.
Nesta dinâmica, não se prevê que o exercício de uma função seja acompanhado pelo uso da insígnia correspondente.
No caso dos caminheiros, o exercício das funções pode ainda incluir a de coordenador ou moderador, que é
responsável pela liderança do projecto. Esta função é tipicamente conferida ao caminheiro ou caminheira que mais se
terá destacado e trabalhado na preparação do projecto. Mais uma vez, não se confunde com o cargo de chefe de
equipa. Esta é uma excelente oportunidade de poder experimentar uma função directa de liderança sem ser
necessariamente chefe de equipa.
O coordenador / moderador assumem a liderança nas reuniões de trabalho para o projecto específico. A
coordenação da equipa no seu dia-a-dia continua a ser feita pelo chefe de equipa.
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Em resumo, as funções caracterizam-se por:
“Os princípios do Escutismo estão todos certos. O êxito da sua aplicação, depende do
Chefe e do modo como ele os aplica.”
A dimensão da Equipas de Animação dependerá do efectivo Clã. Idealmente, e muito embora por vezes seja difícil de
satisfazer, as Equipas de Animação deverão ser constituídas por um Chefe de Unidade, um Chefe de Unidade Adjunto,
Instrutores e eventualmente CIL’s e candidatos a Dirigente.
Atendendo a que a realidade evidencia a existência de Clãs mistos, será fundamental e altamente recomendável que a
Equipa de Animação também o seja, sob pena de se criar algum desconforto dos elementos perante determinado tipo
de situação que possa ocorrer. Certamente haverá situações e necessidades específicas dos elementos que os farão
buscar apoio no Dirigente do mesmo sexo, pelo que é importante que esta premissa seja salvaguardada.
Assim, as competências da Equipa de Animação passarão por:
- Ajudar o Conselho de Chefes de Equipa na selecção dos objectivos do plano;
- Contribuir para o enriquecimento do plano anual do Cla;
- Ajudar na elaboração dos ante-projectos da Caminhada;
- Ajudar a enriquecer a programação das actividades da Caminhada;
- Dar o mote organizativo da vida do Clã;
- Analisar cada Caminheiro de forma a poder ajudá-los a superar as suas dificuldades;
- Responsabilizar-se, em última instância, pela vivência do Clã bem como pelo progresso individual dos Caminheiros
que por ela são analisados;
- Inventariar e aplicar soluções de optimização das equipas e do Clã;
- Executar as tarefas de gestão do Clã, da sua responsabilidade.
É importante que na execução das suas tarefas, o Dirigente não substitua os seus elementos, especialmente os
Chefes de Equipa. Muito embora por vezes a “tentação” seja grande, há que dar espaço para que os elementos
desenvolvam em pleno as suas funções. O Dirigente deve orientar e esclarecer os elementos relativamente às
tarefas que têm para desempenhar. Substituir toldará a capacidade de desenvolvimento do Caminheiro, podendo-
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lhe erroneamente dar a entender de que “não é capaz, por isso o chefe faz”.
A qualidade do Escutismo praticado, a inovação nas actividades, a cativação e motivação que é necessária
empreender no Clã (as “injecções de entusiasmo”), dependem da boa afinidade/interacção e da capacidade de
trabalho patente na Equipa de Animação. Por isso, para que os objectivos traçados sejam alcançados e para que
se tenha um Clã motivado, é importante que a Equipa de Animação reúna com frequência. É importante que não
vigore o improviso, e que este seja apenas um recurso a uma situação inesperada e não seja, de forma alguma a
regra.
Ainda que sendo transversal ao Agrupamento, o Assistente deverá integrar a Equipa de Animação, sendo um precioso
auxílio uma vez que lhe é atribuída toda a assistência religiosa.
Reuniões e Conselhos
A vivência escutista é feita entre os irmãos escuteiros. Em actividades ao ar livre, o espaço preferencial, mas,
também, na sede, na intimidade da Equipa ou entre o Clã. O espaço de reunião é, então, um momento importante do
crescimento escutista e deve ser valorizado e vivido com entusiasmo.
a) Reunião de Equipa
Uma reunião de Equipa deve ser muito própria e muito íntima, devendo estar directamente relacionada com a Equipae
só a ela dizer respeito. Por outras palavras, deverão existir tantos tipos de reuniões de Equipa quantas Equipas
existirem, desde que cada uma delas contenha alguns elementos que são fundamentais, e que distinguem uma
reunião de Equipade outra reunião qualquer.
O esquema seguinte, não é uma “receita” para todas as reuniões mas pode servir de orientação e de “guia”:
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Valores pedagógicos da Reunião de Equipa
- Sentido de participação em comum;
- Sentido de organização;
- Sentido de auto-gestão;
- Responsabilidade;
- Visão crítica e avaliação;
- Diálogo e cooperação.
A reunião de Equipa, enquanto momento íntimo de partilha, organização e criação, deve ser exclusivo da mesma. Por
isso, os dirigentes apenas deverão participar se e só se tal for solicitado.
Sugestão:
Ver regulamento do CNE
“ O Conselho de Guias é tão velho como o Escutismo e é fundamento essencial para um Escutismo
eficiente no Grupo. Sem o Conselho de Guias a procurar desempenhar as suas funções eficazmente, o
sistema de Patrulhas está condenado (...) ao fracasso...”
Este conselho é o órgão permanente que, sob a coordenação do Chefe de Clã, orienta a vida do Clã. Aqui, mais que
nunca, o Chefe de Equipa marca a sua posição de responsável da Equipa, ou não fosse o Conselho de Chefes de
Equipa o elemento mais importante do Sistema de Patrulhas.
Nas Reuniões e Conselhos o Chefe de Equipa deve procurar apresentar-se como o delegado da Equipa: por um
lado, para fazer valer os interesses, projectos e realizações da Equipa; por outro para receber indicações e
advertências a respeito da mesma.
Como responsável pelo Equipa, o Guia deve pôr a Equipa de Animação ao corrente dos progressos e dificuldades de
cada um dos seus elementos. Como conselheiro, o Chefe de Equipa deve também participar com as suas sugestões,
ideias e aprovações na orientação definida para o Clã.
É importante que o Chefe de Equipa se aperceba da amplitude de acções e de responsabilidades que têm enquanto
membro dos Conselhos.
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Constituição
Sugestão:
Ver regulamento do CNE
O Conselho de Chefes de Equipa é composto pelos Chefes de Equipa e pelo Chefe de Unidade. Poderão participar,
também, os Chefes de Equipa Adjuntos e todos os elementos da Equipa de Animação.
No entanto, a constituição do Conselho de Chefes de Equipa deverá ter em atenção a própria constituição do Clã e o
número de Equipas existente. Se o Clã for extenso, com cinco Equipas, por exemplo, poderá tornar-se demasiada a
participação conjunta de Chefes de Equipa e Chefes de Equipa Adjuntos e de toda a Equipa de Animação.
Paralelamente, esta situação acarreta uma outra: se Chefes de Equipa e Chefes de Equipa adjuntos estão presentes
no Conselho e se este se realiza no horário normal de actividades do Clã, quem orienta a Equipa? E quem orienta o
restante Clã se a totalidade da Equipa de Animação estiver no Conselho?
Deverá por isso haver algum bom senso na dinamização deste Conselho, sob pena de conduzir o Clã ao “abandono”.
Esta situação pode ser facilmente resolvida se o Conselho se efectuar fora do horário de actividades do Clã
Se se realizar antes das actividades permite preparação, depois permite avaliação.
Pode porém colocar-se à consideração do próprio Conselho de Chefes de Equipa, quem nele terá assento, se
somente Chefe de Clã e Chefes de Equipa, se toda a Equipa de Animação com os Chefes de Equipa e Chefes de
Equipa Adjuntos.
Gere os trabalhos da reunião o Caminheiro Guia. Não havendo este cargo a tarefa caberá a quem o conselho definir.
Sugestão:
E porque não “converter” o Conselho de Chefes de Equipa num jantar em casa do Chefe de Clã? Este
momento de maior “intimidade” trará inúmeros benefícios: a informalidade, a aproximação entre Dirigente
e Chefes de Equipa, a partilha de vivências, se “segredos”, de preocupações, a cumplicidade e a
confiança.
Tarefas
- Tratar dos assuntos gerais do Clã;
- Elaborar Plano Anual;
- Estimular o lançamento e período de preparação dos ante-projectos;
- Acompanhar as ideias para as actividades com as Equipas;
- Distribuir as missões da Equipa;
- Estabelecer a ligação entre o plano anual do Clã e os planos dasEquipas;
- Escolher os ateliês necessários para realizar o projecto e nomear os responsáveis;
- Analisar o progresso de cada elemento e o progresso dasEquipas;
- Decidir sobre a gestão do Clã sob o ponto de vista administrativo e financeiro;
- Apreciar assuntos disciplinares, distinções e prémios.
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Após a aprovação de cada Cminhada, e havendo responsáveis das oficinas (ateliers) com quem é necessário reunir
para que a Caminhada se possa concretizar, estes podem ser chamados ao Conselho de Chefes de Equipa para
ajudar a:
- Seleccionar os meios que são necessários para a execução da parte técnica do projecto;
- Fixar a "clientela" de cada atelier;
- Inventariar as potencialidades de cada atelier, deixando margem à criatividade;
- Integrar as competências potenciais a tirar durante o projecto;
- Inventariar e prever os meios materiais e financeiros para a realização do projecto.
- Seleccionar os meios;
- Comprovar a possibilidade de resolução dos problemas;
Periodicidade
A periodicidade deverá ser estipulada pelo próprio Conselho. Todavia, sugere-se uma regularidade semanal. Diária
em campo.
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O Chefe de Clã pode propor ao Conselho de Chefes de Equipa a realização de um Regulamento de
Funcionamento (Regimento) do Conselho. Este deverá ser simples mas deve espelhar as competências e funções
de cada membro (por exemplo, quem redige as actas). Além da vantagem organizativa e de implementar normas
de funcionamento, contribuirá também para aumentar o “grau de importância” do Conselho e de quem nele tem
assento.
Nele deve constar a periodicidade, o horário, em q suporte são registadas as actas, o q acontece em caso de
votações com empates e/ou falta de membros, etc.
Papel do Dirigente
Mais uma vez, o Dirigente deverá estar ciente das suas atribuições e competências no seio do Conselho de Chefes de
Equipa. Muito embora lhe compita a coordenação, não deverá substituir-se ao Caminheiro Guia e aos Chefes de
Equipa.
c) Conselho de Clã
Este Conselho é fundamentalmente deliberativo. E pode ser convocado pelo Chefe de Clã, ou a requerimento de uma
Equipa.
Constituição
- Todo o Clã (Caminheiros com voto deliberativo; Noviços e Aspirantes com voto consultivo)
- Equipa de Animação.
Tarefas
- Velar pelo bom nome do Clã;
- Apresentação e escolha da Caminhada (um voto por cada Caminheiro);
- Dar sugestões sobre os ateliers necessários;
- Elaboração e revisão da Carta de Clã (Projecto Comunitário de Vida);
- Analisar o êxito dos Projectos;
- Preparar a Festa da Caminhada;
- Apresentar propostas para o Conselho de Agrupamento;
- Admissão à Promessa dos novos Caminheiros;
- Aprovar se é dada a Partida de um Caminheiro;
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Paralelamente é também neste Conselho que o Clã reconhece o progresso de cada Caminheiro realizado ao longo da
Caminhada, as distinções e os prémios. São discutidas aqui, perante a Equipa de Animação, as opiniões de todos os
Caminheiros
Periodicidade
- Quando se escolhe a Caminhada;
- Avaliação final da Caminhada;
- Sempre que seja necessário;
- Recomenda-se, pelo menos, uma vez por trimestre;
Papel do Dirigente
Quando o Conselho reúne, o Dirigente deverá ter um papel de coordenação, sem ingerência demasiada, no sentido
de deixar fluir as propostas e ambições dos membros do Conselho relativamente ao que pretendem. Para além disto,
desempenha ainda um papel organizativo, na medida em que fará a gestão das diferentes propostas elaboradas pelas
Equipas; aquando da votação, deverá contabilizar os resultados. Este papel de Cooedenação poderá também, ficar a
cargo do Caminheiro Guia, assumindo o Dirigente um papel de mero observador, intervindo apenas quando achar
estritamente necessário.
Se o Conselho reúne para avaliação do progresso dos Caminheiros, o Dirigente deverá coordenar as intervenções,
ouvir as opiniões dos Chefes de Equipa e restantes elementos, ajudar a delinear projectos que visem cumprir os
objectivos traçados pelos elementos relativamente ao seu progresso individual.
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Sede
O "território" da Equipa, por excelência, é o campo, a Natureza. Todavia, como nem sempre é possível estar em
comunhão com ela, o Clã tem a sua Base, que é então o local onde se reúne. A Base deverá ser intima, exclusiva, é
o seu “território”, é um espaço onde se “respiram” as tradições e o espírito do Clã.
Na Base, (idealmente) deve haver lugar para os cantos das Equipas, espaço (estante, armário, baú) exclusivo para a
Equipa de Animação, oratório, espaço comum para reuniões de Conselhos de Clã, de Chefes de Equipa e de Equipa
de Animação. Para além disto, convém que tenha espaço para o Painel da Caminhada , Painel de Percurso (onde é
registado o progresso de cada elemento) e diversos quadros, por exemplo para afixar ordens de serviço, avisos,
escalas de serviço para tarefas comuns, fita do tempo das Caminhadas. Pode haver também lugar para quadros
decorativos (sistema de progresso, fardamento, Baden-Powell, lei e princípios, sinais de pista, etc.).
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2 – Mística e simbologia
A criação do Escutismo resulta de uma aturada reflexão de Baden-Powell, a partir da sua experiência como condutor de
homens e da meditação sobre a educação dos jovens. Tudo começou no momento em que assumiu como missão dar
um sentido à vida de tantos rapazes que mergulhavam numa existência desequilibrada de vícios e delitos. O Movimento
Escutista possui assim, na sua génese, uma intenção educativa e a sua finalidade é clara:
«o fim é o carácter – carácter com um propósito. E esse propósito é que a próxima geração seja dotada
de bom senso num mundo insensato, e que desenvolva a mais elevada concretização do Serviço, que
é o serviço activo do Amor e do Dever para com Deus e o próximo».
BP-RF 80
Assim se sintetiza o Espírito Escutista, que surge como ideal de vida a transmitir às gerações mais novas. Para o
conseguir, Baden-Powell cria um movimento baseado no Jogo, onde abundam histórias, ambientes, pessoas/heróis,
símbolos. Numa palavra: cria um Imaginário.
Entende-se por Imaginário:
Ambiente que envolve um determinado grupo e que se traduz por um espírito e uma linguagem próprios.
Envolve frequentemente uma história com heróis e símbolos. Induz a um sentimento de pertença em
relação ao grupo e permite a transmissão de determinados valores.
Este Imaginário não tem apenas uma intenção lúdica. Busca também educar. E, esta intenção educativa faz despontar
a Mística, que constitui a expressão do ideal espiritual a transmitir, sendo como que a alma do jogo, aquilo que lhe dá
sentido. Para Baden-Powell, a transmissão de valores religiosos é essencial e constitui o âmago do Movimento: este
existe para ajudar cada rapaz a aproximar-se de Deus e a esforçar-se por cumprir a Sua vontade.
«NO MOVIMENTO não há qualquer “lado religioso”, nem a religião “entra” em lado algum. Ela já lá
está. É o factor FUNDAMENTAL E SUBJACENTE AO ESCUTISMO.»
BP-RF 153
Neste sentido, e porque o CNE, enquanto membro activo da Igreja, procura educar catolicamente, os valores da Igreja
constituem a substância da Mística que se procura desenvolver em cada secção.
Para que toda esta vivência seja completa, recorre-se a símbolos que ajudam a transmitir e reforçar o ideal presente no
Imaginário e na Mística.
Por símbolos, entendemos:
Elementos / objectos representativos de realidades, características ou atitudes que materializam o ideal
proposto na mística de cada secção.
No Projecto Educativo do CNE, todas as secções têm o seu símbolo, podendo este ser único ou integrado
num conjunto de símbolos complementares.
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O Projecto Educativo do CNE integra ainda a escolha de patronos.
Entende-se por Patrono:
Santo ou Beato da Igreja que no decurso da sua vida encarnou na plenitude os valores que se pretendem
transmitir através da Mística e do Imaginário de uma determinada secção, sendo por isso escolhido como
protector e exemplo de vivência para os jovens dessa mesma secção.
São patronos: Nossa Senhora, Mãe dos Escutas, S. Jorge (patrono mundial do Movimento Escutista), Beato Nuno de
Santa Maria (patrono do CNE) e também S. Francisco de Assis (patrono dos Lobitos), São Tiago Maior (patrono dos
Exploradores/Moços), São Pedro (patrono dos Pioneiros/Marinheiros) e S. Paulo (patrono dos
Caminheiros/Companheiros).
Para além dos patronos, cada secção pode ainda recorrer a modelos de vida e grandes figuras históricas cuja vida, ou
alguns aspectos desta, pode servir de exemplo. São, por isso, referências a ter igualmente em conta.
No percurso sugerido, procura-se que o Escuteiro compreenda que a sua vida tem duas dimensões essenciais, uma
sobrenatural e uma natural, e que ambas se relacionam intimamente: Cristo, Senhor da Vida, não se reduz à vivência
espiritual e mística do Homem; Ele está presente na vida do dia-a-dia e ao longo de toda a existência humana. É, por
isso, presença constante na vida de um Escuteiro.
Nesta perspectiva, o itinerário proposto está sempre centrado em Cristo, pois tem no Senhor o seu centro e fonte de
irradiação de sentido.
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Mística das Secções:
A construção da Igreja de Cristo, sinal da maturidade da fé, projecta o Homem para o mundo. O cristão, chamado a ser
«sal da terra», «luz do mundo» e «fermento na massa» assume o seu lugar activo na construção dos «novos céus e da
nova terra». O Reino de Deus, cuja lei está sintetizada nas bem-aventuranças, é a vida em Cristo, o Homem Novo: essa
é a meta a alcançar pelo Caminheiro.
Neste sentido, o Caminheiro é chamado a assumir integralmente o ideal do “Homem Novo”. Sabe que a “novidade” não
consiste na adesão permanente às “últimas modas” mas sim na descoberta, aprofundamento e assunção dos valores
genuínos que estão ligados à própria natureza do Homem e que, por isso mesmo, o farão ser mais feliz. Não busca uma
felicidade ligada a coisas efémeras (dinheiro, fama, prazer, vicio,...) mas a verdadeira Felicidade. Aquela que tem como
referência a “novidade radical das Bem-Aventuranças”.
Num tempo como o que se vive, de extraordinários avanços em todos os campos e em que o progresso parece não ter
limite, é cada vez mais necessário mergulhar no interior de si mesmo para encontrar algo verdadeiramente inovador: a
vontade de amar, o gosto de fazer, a necessidade de partilhar, o desejo de viver, o prazer de Servir, a satisfação de
sentir, a emoção do criar. Neste sentido, a proposta que é feita aos Caminheiros não é meramente “romântica”. É uma
proposta concreta destinada a ser vivida por eles todos os dias: na sua escola, no seu trabalho, com os seus amigos,
com a sua família, etc.. Dentro do seu mundo estarão assim a ser artesãos de um mundo novo.
De forma a potenciar a descoberta da verdadeira felicidade, o Caminheiro é convidado a ter como exemplo S. Paulo.
Assim como S. Pedro foi escolhido para anunciar a Boa Nova aos judeus, S. Paulo foi escolhido para o anúncio aos
gentios. Por isso, S. Paulo é ícone da universalidade da Igreja: a salvação que Cristo anuncia, e inaugura, tem como
destinatários os homens e mulheres de todos os tempos, lugares e culturas.
Com S. Paulo, o Caminheiro aprende a dialogar com todas as pessoas, no respeito pela diferença e pelo ritmo de cada
um, mas na afirmação de um só caminho para a salvação: Cristo Jesus. Sem medo de o afirmar, o Caminheiro assume
o seu lugar activo na sociedade, procurando dar o seu contributo para que o Homem se realize plenamente, de acordo
com o projecto de Deus. A vida «em Cristo», o Homem Novo, é a meta para a qual caminha, até que possa dizer um
dia, com S. Paulo, «já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim» (Gal 2,20).
Os Caminheiros podem ainda ser chamados a seguir o exemplo de algumas figuras bíblicas e santos que serão
também para eles modelos de vida: S. João de Deus, Beata Teresa de Calcutá, S. Teresa Benedita da Cruz, João
Paulo II, Stº Inácio de Loyola. A estas figuras da Igreja, juntam-se ainda grandes personalidades da História, como
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Aristides Sousa Mendes, Ghandi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Aung San Suu Kyi, Wangari Maathai, etc.
Simbologia
De forma a reforçar a Mística da Secção, o itinerário do Caminheiro vive-se em torno de quatro dimensões (as quatro
etapas de progresso) que adquirem um valor simbólico: Caminho, Comunidade, Serviço e Partida. É um itinerário de
progressão pessoal, de tomada de consciência das possibilidades de evolução, de pensamento, que se lhes oferece na
vida em Clã e na vida de cada dia. No final deste itinerário, o Caminheiro está a franquear as portas da vida adulta, livre
e responsável, prestes a tomar a vida nas suas mãos.
Este itinerário tem assim quatro vertentes: é individual, mas tem também uma dimensão comunitária; está virado para o
serviço aos outros e para o desafio do desconhecido. Essas quatro vertentes estão presentes nas quatro
dimensões/etapas em que o Caminheiro vai crescendo:
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Ser Caminheiro é ser para (tornar-se apto para a Missão)… É ser Testemunho: no Caminho
de Emaús, Cristo serviu os seus discípulos ao explicar-lhes as Escrituras…
Estas quatro dimensões que o Caminheiro vive na sua passagem pelo Clã, com vista a preparar-se para a sua vida
adulta, são coloridas por um certo número de sinais com uma elevada carga simbólica: Vara bifurcada, Mochila, Pão,
Evangelho, Tenda e Fogo.
A Vara bifurcada, é antes de tudo apoio no caminho e companheira do caminho do Caminheiro. Ao ser bifurcada torna-
se símbolo da necessidade de o Caminheiro constantemente fazer ou renovar as suas opções, expressão das
encruzilhadas do caminho, das decisões que terá de tomar, da rota que entende seguir, sinal de que se compromete a
aderir continuamente ao projecto das Bem-Aventuranças.
A Mochila, convida o jovem a pôr-se a caminho, a arriscar, a decidir se quer empreender ou não esta viagem que o
pode levar longe. É neste caminhar de mochila às costas que o Caminheiro descobre o que é útil e o que é supérfluo, o
que o faz penar e o que o impele para a frente, a diferença entre o essencial e o acessório. Como na mochila só se
deve levar o essencial para a jornada, simbolicamente do seu conteúdo fazem parte o Pão, o Evangelho e a Tenda. A
mochila torna-se assim o seu suporte neste Caminho – simbolizando o seu desprendimento e a sua determinação de ir
sempre mais além.
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O Pão, é alimento do corpo, dado em partilha e em comunhão. Fruto do trabalho árduo do homem.
A Tenda, transportada na mochila, é sinal da mobilidade do Caminheiro e da sua prontidão para se pôr em marcha, da
sua capacidade de se fazer ao largo. Ao ser montada demonstra a necessidade de paragem temporária, de descanso.
A tenda também é sinal de acolhimento aos outros - da presença de Deus no meio do seu povo.
O Fogo. Sinal da descida do Espírito Santo, é o fogo que ilumina e aquece o Caminheiro durante a sua caminhada.
Cerimoniais
A mística e o imaginário de cada secção, embora presentes em todas as actividades, encontram expressão concreta
nos diversos cerimoniais escutistas.
Abertura e bênção do Fogo de Conselho, Vigília de Oração, Promessa, Investidura de Chefes de Equipa,
Investidura de cargos, Totemização, entrega de insígnias, Partida, etc. Todos possuem em comum o facto de
utilizarem os símbolos da secção e linguagem tipicamente escutista.
Estes cerimoniais, tal como todas as actividades que utilizam o método escutista, possuem um cunho pedagógico que
deve ser reforçado em todas as ocasiões. Para que isto aconteça, os cerimoniais devem:
- estar envolvidos por um ambiente escutista, tanto a nível dos conteúdos (Leis, exemplo de B.-P., patronos, etc.), como
a nível da elaboração (cânticos, imagens escutistas, etc.), o que implica desenvolver um ambiente místico (com recurso
a sons, imagens, etc.) que contribua para uma maior receptividade da mensagem. Será indicado, sempre que possível,
utilizar o espaço da Natureza para as realizar (é preciso não esquecer que a Natureza é o espaço privilegiado para
todas as actividades escutistas).
- revestir-se de dignidade e de respeito pelos valores escutistas: a título de exemplo, são de evitar cerimoniais de
passagem de secção que se convertam em verdadeiros atentados à Lei do Escuta, por implicarem faltas de higiene,
perigos para a saúde ou perda de dignidade dos elementos.
- possuir uma carga formativa, utilizando símbolos, linguagem e duração adequada à secção a que se dirigem.
- implicar uma participação activa dos caminheiros (não ficam apenas a ouvir), de forma a que se sintam integrados na
Unidade. Envolver directamente o Clã, recorrendo ao auxílio dos elementos e a alusões sobre as suas características,
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induz a que todos se sintam envolvidos e motivados. Este envolvimento deve implicar alguma flexibilidade, para que
todos se sintam à vontade para participar.
- ser preparados correctamente e com antecedência (a nível de materiais, duração, ensaios), integrando-se de forma
adequada na vivência das secções e na idade dos participantes.
- ir variando de tempos a tempos: se os cerimoniais nunca mudam, o que, de início, pode parecer que reforça a coesão
do Clã (por se tratar e uma tradição) pode acabar por se tornar antiquado e desmotivante. Convém, por isso, efectuar,
de vez em quando, uma revisão das dinâmicas, dos símbolos usados e dos valores explorados, para que se possa
modificar o que está desactualizado, desadequado ou incoerente.
Nem sempre os cerimoniais tradicionais das Equipas (como a permissão para aceder ao Livro de Ouro)
possuem um fundo educativo ou ligado a valores. A este nível, é importante que o Dirigente auxilie os seus
elementos a construir cerimoniais que veiculem valores. Para isso, deve procurar-se que haja referências ao
Patrono da Equipa e aos valores místicos da Secção, promovendo uma reflexão sobre os gestos, as fórmulas e
as acções desenvolvidas, no sentido de os levar a compreender o seu significado, riqueza e validade.
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3 – Lei e promessa
A Igreja e a sociedade possuem um quadro de referência de valores que nos ajudam a viver em comunidade. Na Igreja,
esses valores têm por base os Mandamentos da Lei de Deus. Cada sociedade, por seu lado, incute valores
relacionados com a moral e o respeito por si mesmo, pelo outro e pela propriedade.
Também o Escutismo possui um quadro de valores que procura incutir a todos os seus elementos, de forma a ajudá-los
a progredir no sentido do Bem. Neste sentido, é portador de uma forte dimensão espiritual.
Esses valores estão resumidos nos Princípios, na Lei do Escuta e na Promessa e através deles o Escuteiro é chamado
a comprometer-se livremente com ideais que lhe permitem ajudar a construir um mundo mais justo e mais solidário.
b) Os três Princípios
Os Princípios do Escuta definem as três dimensões de vida com que o Escuteiro se compromete: Deus, a Pátria e a
Família. Cada um deles estabelece um ideal a alcançar, criando metas específicas que visam desenvolver a
responsabilidade de cada um a nível espiritual, social e pessoal.
1º Princípio: O Escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta toda a sua vida.
O primeiro Princípio do Escuta elege como ideal o compromisso com Deus, fonte de felicidade. Esta dimensão espiritual
está presente no Movimento escutista desde o primeiro momento. De facto, o Escutismo, tal como BP o idealizou,
integra a Fé em todas as suas dimensões: o seu quadro de valores remete-nos, no seu todo, para propósitos morais
que espelham os valores cristãos, razão pela qual é impossível separar as dimensões escutista e cristã.
O verdadeiro Escuteiro assume sem reservas a sua Fé: comprometido com Cristo, em quem confia como Salvador do
mundo, assume e honra esse compromisso sem hesitação. Toda a sua vida, assim, ilustra a certeza no amor de Deus:
é a Ele que se entrega, é Ele que testemunha em todos os momentos, é Ele que o guia toda a vida. E poe Ele se
entrega aos outros, ajudando-os, numa atitude permannte de serviço.
Neste mundo em constante mutação, os conflitos entre os povos são frequentes e as dificuldades económicas e os
desafios sociais são cada vez maiores. Ao mesmo tempo, o egoísmo individual e a indiferença perante o sofrimento têm
tendência a aumentar.
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« ”A Pátria acima de mim”, deve ser a tua divisa». BP - ER 36
«Lealdade com a Pátria, orientada para as opiniões dos cidadãos. O altruísmo e Serviço
cívico hão-de necessariamente incluir a disponibilidade para servir a Pátria: É esse o dever
de todo o cidadão.»
BP-RF 135/6
Perante isto, a consciência cívica é um valor a defender e torna-se cada vez mais urgente educar na cidadania, de
modo a que cada indivíduo tome consciência das suas responsabilidades para consigo, com o outro e com a Natureza.
Neste sentido, sentir-se filho de Portugal não é assumir nenhum tipo de nacionalismo. Pensar na pátria é pensar no
nosso próximo, é assumir a responsabilidade para a construção de um país justo, economicamente equilibrado e onde a
igualdade não é uma utopia.
O bom cidadão, assim, é aquele que contribui para o bem do país, servindo-o de todas as formas possíveis. Isto implica
usar com moderação os seus recursos naturais, cumprir os deveres cívicos, contribuir para o desenvolvimento da
sociedade e fomentar a solidariedade.
Com a entrada na vida adulta acrescem as responsabilidades perante a sociedade, mas também acrescem as
possibilidades de fazer algo para a melhorar. Incutir nos caminheiros uma cidadania activa, por exemplo, motivando ao
voto ou discutindo problemas e realidades sociais, é realizar um dos principais objectivos do escutismo: a formação de
cidadãos felizes, saudáveis e úteis.
A família continua a ser a célula fundamental da sociedade: é nela que o indivíduo forma a sua personalidade e
apreende valores, descobrindo a importância da dignidade, da confiança, do diálogo, da cooperação, do bom uso da
liberdade, da obediência. No entanto, para que esta aprendizagem seja profícua é necessário que exista disponibilidade
para estar com os outros e partilhar sentimentos e acções.
«Por isto, o Céu não é qualquer coisa vaga, algures lá em cima nos ares. Fica aqui
mesmo na Terra, no teu próprio Lar.»
BP-CT 143
Ao escuteiro é pedido que pratique boas-acções, que auxilie os outros. E o bom Escuteiro compreende que essa
responsabilidade começa na sua família. De facto, o Escuteiro tem que estar, em primeiro lugar, disponível para a sua
família: pais, filhos, irmãos,…
É nesta disponibilidade, que muitas vezes implica espírito de sacrifício, perdão, paciência, generosidade, que
aprendemos o verdadeiro valor do amor.
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O Escuta orgulha-se da sua fé - HONRA
e por ela orienta toda a sua vida - CONFIANÇA
- SERVIÇO
Tendo como pano de fundo, para o crescimento de cada Escuteiro, Deus, a Pátria e a Família, o Movimento escutista
propõe a cada elemento um conjunto alargado de valores que, interligados, permitem desenvolver o sentido da
responsabilidade, aprender a fazer opções e criar hábitos de convivência e respeito para consigo mesmo e com o outro.
Para um escuteiro, ter honra é actuar com honestidade em tudo o que diz e faz. Isto não implica apenas não mentir: é
também não omitir nem actuar com subterfúgios ou às escondidas.
Na prática, significa que o Escuteiro assume que a sua liberdade o leva a agir de forma a nunca ser contrário à verdade,
demonstrando a sua coerência de vida:
- aquilo em que acredito é aquilo que ponho em prática (tanto em público como em privado);
- o que eu penso e digo é o que eu faço;
- o que eu digo é a verdade;
- o que eu me comprometo a fazer faço-o com seriedade.
Se actuar desta forma – demonstrando que possui uma só palavra, cumpre as suas promessas, fala com franqueza, é
coerente –, o Escuteiro é alguém digno de confiança, ou seja, é alguém em quem podemos acreditar e com quem é
possível contar.
2º O Escuta é leal.
Ser leal éser honesto. É ser fiel às suas convicções, à sua família, a Deus, aos seus amigos, à sociedade, sabendo agir
de acordo com a sua consciência. Um Escuteiro leal respeita as regras do jogo da vida, actuando com coerência e
respeito por si mesmo e pelos outros. Não faz batota, não engana, não atraiçoa, não desampara ninguém.
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Joga com lealdade e exige jogo leal aos outros.
BP – ER 249
O caminheiro deve saber defender aquilo em que se acredita, por muito tentador que seja ficar calado e quieto. Saber
valorizar as pessoas e as relações, ser-lhes dedicado. Deve reconhecer na relação com o outro um dos pilares do seu
crescimento enquanto pessoa.
A lealdade para consigo e para com os outros é, no Movimento escutista, um valor forte, na medida em que o que se
pretende é desenvolver em cada rapaz e rapariga a coerência de atitudes e o respeito para com o outro.
Ser útil é ter a capacidade para ajudar os outros em todas as circunstâncias em que o auxílio pode contribuir para suprir
algumas necessidades. Quem assim procura agir, habitua-se a não orientar a vida exclusivamente para os seus
próprios interesses, aprendendo a viver em verdadeira comunidade.
«Como Caminheiro, o teu objectivo supremo é SERVIR. (…) Estarás pronto a sacrificar tempo,
comodidades ou, sendo preciso, a própria vida, pelos outros». BP – CT 194
«…que as nossas acções e pensamentos sejam orientados pelo amor. (…) Refiro-me à
manifestação dum espírito amável. (...) É a boa vontade. E a boa vontade é a vontade de Deus.»
BP – CT 18
Assim se nega o egocentrismo e se descobre o valor do altruísmo, cujo grau máximo implica dar a vida por alguém.
Para um Escuteiro, o altruísmo aprende-se através da Boa Acção diária, cuja prática é tão importante incutir em cada
jovem. É ela que exercita na arte de fazer o bem; é ela que, pela repetição, acaba por criar em cada um o hábito de
estar atento para o bem-estar dos outros e a disponibilidade para os auxiliar. E há-de ser realizada de forma discreta e
sem esperar recompensa. A humildade de fazer o bem sem esperar elogios é essencial: só ela permite que seja o Amor
a guiar as nossas acções. E Amor é o que Deus espera de nós.
A B.A. diária que se espera de um caminheiro em nada se deve parecer com o que é pedido a um explorador.
A B.A. assume nos caminheiros uma dimensão bem maior e mais comprometida: a dimensão do Serviço. Deve surgir
quase como uma necessidade. Estar ao dispor do outro e do mundo para fazer algo de bom em cada momento.
Num mundo como o de hoje, onde o egoísmo e a exclusão são quase banais, a amizade é um valor precioso, pelo que
este artigo da Lei do Escuta manifesta cada vez mais relevância.
Ser amigo dos amigos implica ser capaz de se colocar no lugar deles, actuando com respeito e solidariedade perante as
suas necessidades e diferenças e aprendendo a perdoar. No entanto, este artigo vai mais longe, ao declarar que
devemos ser amigos de todos. Com isto, pretende-se não que demonstremos uma amizade profunda por quem não
conhecemos, mas que consigamos ter a disponibilidade interior para aceitar como possível amigo aquele que ainda nos
é desconhecido, pondo de lado reservas sem sentido rela-cionadas com raça, credo, sexo, cultura, classe social,
nacionalidade, etc.
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«Como Caminheiro reconheces que os outros são como tu, filhos do mesmo Pai e
menosprezas quaisquer diferenças de opinião, casta, crença ou nacionalidade que
possa haver entre vós. Recalcas os preconceitos e descobres-lhes os méritos.» BP -
CT 194
É este mesmo sentimento de disponibilidade interior que torna os escuteiros capazes de se sentirem irmãos de outros
escuteiros. De facto, há que incutir em cada elemento a certeza de que, esteja onde estiver, terá sempre um irmão
escuta com que pode contar; e de que ele próprio deverá ser sempre um irmão para quem dele precisar. A começar
pela sua própriaEquipa, por vezes o sítio onde é mais difícil viver a fraternidade, por ela ter de ser permanente.
O Caminheirismo é uma fraternidade… assim dizia o nosso fundador. Esta vivência começa na Equipa, no Clã e no
Agrupamento e alarga os seus horizontes para a consciência de que se pertence ao maior movimento de jovens do
mundo…
O respeito é o sentimento que nos leva a sentir consideração pelos outros, a ter em conta os seus direitos e a tolerar
diferentes ideias e que nos inibe de qualquer vontade em lhes causar dano.
Esta consideração pela dignidade do outro traduz-se, na prática por atitudes de delicadeza, que mais não é do que a
forma amável, sensível e afectuosa como tratamos os demais, evitando chocá-los, magoá-los ou melindrá-los. Neste
contexto, mesmo a frontalidade é usada de forma equilibrada, sem recurso à grosseria.
Assim sendo, o Escuta deve procurar não apenas ter atitudes exteriores de delicadeza para com os outros, mas
também sentir consideração profunda pela sua dignidade, independentemente das diferenças que possam existir. Este
sentimento, nem sempre fácil de inculcar, é de máxima importância: o respeito é a base a partir da qual conseguimos
viver em paz com os outros.
No tempo de BP, não existiam preocupações de maior com a protecção da Natureza. Contudo, como visionário que era,
Baden-Powell apercebeu-se da necessidade de respeitar e proteger a obra da Criação. Segue os passos de S.
Francisco de Assis e de S. Paulo e concebe este artigo da lei, através do qual todo o Escuta é impelido pela consciência
a assumir como seu dever a defesa dos outros seres que, criaturas de Deus como o Homem, habitam o planeta.
«Hás-de reconhecer a solidariedade com os outros seres que Deus criou e, como tu, foram
colocados no mundo para gozarem por algum tempo o prazer da existência. Maltratar um
animal é, pois, contrariar o Criador.»
Isto não se faz apenas com grandes gestos: não pisar uma formiga, não arrancar uma flor são pequenas acções que
não mudam o mundo, mas que nos permitem preservar a beleza que Deus criou para que outros usufruam dela. Abusar
do que Deus pôs ao nosso dispor sem motivo válido, mas por malvadez ou capricho, não é digno de um escuteiro.
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O escuteiro aprecia e preserva a Natureza, servindo-se dela apenas quando tal é necessário para a sua subsistência.
Assim se cultiva o sentido da responsabilidade perante as maravilhas de Deus, hoje tão exploradas e votadas ao
desprezo.
O mundo criado por Deus é o pano de fundo do percurso de um caminheiro…. Enquanto caminheiro admira e protege o
que o rodeia. Aprende a conhecer a Natureza e tudo o que nela existe, deixa-se maravilhar por um pôr do sol, aprende
o valor da contemplação e da simplicidade. No clã, deve estar sempre presente esta dimensão do caminho. Um Clã que
não caminha não cresce e esta vivência do caminho faz-se no terreno, na Natureza.
7º O Escuta é obediente.
Todos os grupos possuem regras que assumimos como necessárias para o bem-comum e que evitam a anarquia e o
caos. É assim que surgem as leis, os regulamentos, as normas, os valores. A obediência enquadra-se no respeito por
estas regras: de facto, surge quando um indivíduo se sente completamente livre, no seu íntimo, para acatar as ordens
de outro que possui uma autoridade legítima e globalmente aceite pelo grupo em que se insere.
É nisto que a obediência se distingue da submissão: somos obedientes quando, em plena consciência, reconhecemos
como legítima e necessária uma determinada autoridade, aceite por todos; somos submissos quando, numa relação de
poder em que a lei é a do mais forte, acatamos ordens por medo ou vergonha.
Educar para a obediência é também educar para a liderança. Pois, para se ser Chefe de Equipa é necessário ser um
verdadeiro líder, exemplo de obediência; só assim consegue que os seus elementos lhe reconheçam autoridade e
sejam obedientes.
Ao fazer a sua Promessa, assumida livremente, o Escuteiro prometeu obedecer à Lei do Escuta e cumpre-a com
fidelidade.
Por outro lado, há também que ensinar a cada escuteiro que obedecer não é sinal de humilhação. É, sim, revelar
capacidade para compreender que uma sociedade que funcione bem possui disciplina; é aprender o valor da
humildade, que nos ensina a submeter a nossa própria vontade; é aprender que responsabilidade é assumir os
compromissos e cumprir todas as tarefas que nos forem destinadas.
Por fim, há ainda duas ideias que devem ser inculcadas no Escuteiro:
- a autoridade ilegítima, que degenera muitas vezes em tirania, não atrai a obediência, mas a submissão, e é
lícito que os cidadãos revelem espírito crítico e queiram defender a sua liberdade;
- a obediência não implica a supressão da consciência: nunca um indivíduo deve obedecer se a actuação que
lhe é exigida for contrária ao que sente e defende. Na nossa consciência vive a voz de Deus e é ela, em última
análise, que devemos seguir. Em último grau, isto pode implicar a própria vida: foi o que aconteceu com todos
os mártires que morreram por se recusar a obedecer a ordens que os impeliam a renunciar à sua Fé.
O bom funcionamento do Conselho de Clã e do Conselho de Chefes de Equipa, assim como a aplicação do Sistema de
Patrulhas nas Equipas do Clã (por poucas ou pequenas que sejam) ajudam na vivência desta lei.
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8º O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.
A alegria é, sem dúvida, uma das características que se deve apontar a todo o escuteiro. Aquela alegria pura de quem
tem a consciência tranquila, de quem se sente bem consigo mesmo e com o mundo que o rodeia. Quem assim procede
consegue dominar sentimentos como a raiva ou a tristeza, revelando capacidade e força interior para enfrentar os
maiores desaires. Mais: vivendo assim, o escuteiro opta por viver a vida com optimismo, preferindo a esperança à
preocupação e ao medo.
«Como Caminheiro todos esperam de ti que não percas a cabeça e que em caso de
emergência te servirás dela com alegria coragem e optimismo. Se conseguires …Meu
filho, serás um homem.» BP – CT 195
É isto que importa transmitir: por mais difícil que seja o caminho, por mais desespero que se possa sentir, um Escuteiro
espera sempre, em Deus, por dias melhores e sorri.
Um caminheiro que não consegue sorrir perante as adversidades, anda distraído no seu caminho, seguramente.
Problemas todos têm, mas aprender a enfrentá-los com boa disposição marca toda a diferença. Nos meios onde se
movimenta (casa, escola, emprego,...) o caminheiro deve sobressair pelo seu sorriso.
As equipas de animação são as primeiras a dar o exemplo. Elementos sisudos, normalmente, espelham a incapacidade
de sorrir dos seus dirigentes. Nos caminheiros a equipa de animação deve ter um espírito alegre na resolução dos
problemas do clã, deve também conseguir fazer a distinção entre a alegria que permite resolver problemas e arranjar
soluções criativas e os excessos que podem provocar mau estar e desinteresse pelo que é realmente importante.
Este artigo da Lei envolve três ideias distintas que se revelam bastante importantes num mundo consumista como o
nosso, onde os bens materiais são cada vez mais valorizados.
Em primeiro lugar, defende que todo o escuteiro deve ser sóbrio. Com isto, pretende-se chamar a atenção para o
equilíbrio que cada um deve ter na sua vida. Um escuteiro sóbrio vive sem exageros, tanto a nível de pensamento como
de acções. Assim, por um lado contenta-se com o que tem, não tendo inveja do que os outros conseguiram; por outro
lado, procura ter uma vida equilibrada, sem os exageros que todos os vícios implicam e sem desperdiçar o seu tempo.
Este comedimento envolve também o controlo do dinheiro. Por isso, defende também que o escuteiro deve ser
económico: não gasta o seu dinheiro em inutilidades, não esbanja tudo o que tem, não arranja dívidas atrás de dívidas,
é capaz de amealhar para se sustentar quando for necessário. É preciso ajudar a perceber que, o que traz felicidade
não é a fortuna, mas sim o bom uso do que se tem e a satisfação que advém do trabalho.
Por fim, o equilíbrio envolve também o respeito pelos bens dos outros: quem é sóbrio e económico valoriza o que faz e
o que tem e, consequentemente, procede de igual forma para com os outros. Assim, protege o que lhe emprestam
como se fosse seu e restitui-o quando já não precisa; devolve o que encontra ao seu legítimo dono; não rouba; não
vandaliza propriedade alheia
Estes são valores com muito pouca saída na sociedade actual. A aparente facilidade em adquirir tudo o que se deseja é
uma realidade difícil de combater. Os caminheiros já têm maior liberdade, maior autonomia económica e mais
conhecimentos…. Devem, portanto, saber usar o que lhes é dado da melhor forma, com equilíbrio e respeitando o que
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os rodeia. A vida do Clã é o melhor exemplo da aplicabilidade desta lei. Orçamentar actividades para evitar gastos
desnecessários, estimar o material para que dure mais tempo, encontrar códigos de conduta em actividade e na base,
por exemplo. São pequenos gestos que podem fazer a diferença.
Muitos pensam que o último artigo da Lei se relaciona directamente com a castidade, resumindo os seus ensinamentos
à pureza física e mental que o cristão deve procurar ter.
Na verdade, porém, este artigo é muito mais profundo: se tivéssemos de condensar a Lei do escuta em poucas
palavras, o resumo adequado seria este artigo. De facto, se o Escuteiro for puro em pensamentos, palavras e acções
cumpre todos os outros preceitos da Lei que escolheu.
«Espera-se que, na qualidade de Caminheiro, não só tenhas ideias puras, mas também desejos puros e
saibas dominar as tendências e abusos sexuais; que dês aos outros exemplo de pureza e sinceridade em
tudo quanto pensas, dizes e fazes.» BP – CT 195
Quando procura a pureza de pensamentos, o Escuta evita o egoísmo e a inveja e procura que todas as suas intenções
e ideias sejam pautadas pela verdade, tolerância e honestidade.
Já a pureza nas palavras não se resume a evitar uma linguagem obscena e que choca os demais; implica também a
capacidade de não dizer nada que possa pôr em causa a imagem de alguém: mexericos, rumores, acusações sem
fundamento, chacota, etc.
Por fim, a pureza das acções impele o escuteiro a evitar todos os comportamentos potencialmente prejudiciais. Isto
implica a renúncia a tudo o que atenta contra a sua própria dignidade e a do outro. O escuteiro não se comporta de
forma prejudicial. Humilhante ou ilícita, não compele os outros a tais comportamentos e protege todos os que não se
podem defender.
Os caminheiros estão numa fase de descoberta do mundo adulto. Movem-se em muitos meios, têm várias
solicitações, conhecem uma variedade enorme de pessoas. A entrada para universidade, o começar a trabalhar, a
possibilidade e a autonomia de viajar com alguma facilidade para outros países, as amizades, os namoros, etc. É
portanto, desafiante manter a coerência e o equilíbrio no modo de pensar, falar e agir, mediante esta diversidade de
estímulos. Para o chefe de clã e restante equipa, é um desafio acompanhar e estimular este processo. Conhecer os
caminheiros com quem se trabalha é o primeiro passo para descobrir os aspectos onde têm maior dificuldade em
manter esta pureza. Encontrar estratégias para trabalhar estes valores é exigente, mas é um trabalho enriquecedor.
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A honra do Escuta inspira confiança - VERDADE, CONFIANÇA e COERÊNCIA
Na IV Secção, a aprendizagem assume um cariz mais reflexivo, na medida em que o jovem é capaz de reflectir sobre o
seu comportamento e o dos outros, compreendendo o que está certo e o que está errado. No entanto, e porque esta é
uma fase complexa, de muita novidade e competição , na medida em que se luta por uma entrada na universidade, um
emprego, uma casa, um carro… os valores escutistas não são facilmente aceites ou adoptados.
Perante isto, o Dirigente deve recorrer a vivências para explorar com os Caminheiros os valores subjacentes à Lei e
Princípios. Tudo serve, assim, para relembrar a importância de ter Leis e Princípios seguros e firmes: jogos, actividades
que obriguem à utilização de valores, reflexões, histórias reais de defesa de valores, etc.
Neste processo, o Dirigente deve ter a consciência clara de que está a trabalhar para que os valores defendidos pelo
escutismo se fortaleçam no espírito de cada escuteiro. Para que isto aconteça, não nos podemos esquecer que o
exemplo ocupa um lugar central na educação. Assim sendo, é essencial que o chefe assuma como seus os valores que
quer transmitir e se esforce por os cumprir, procurando ser, realmente, um modelo a seguir. E isto não se pode fazer
apenas quando os elementos estão presentes, dado que não sabemos quando poderão estar a ouvir-nos ou ver-nos.
De facto, não é coerente pedir-lhes respeito uns para com os outros, sinceridade, solidariedade para com um elemento
mais difícil ou paciência para com os desobedientes quando os Dirigentes não se falam, mentem, rejeitam algum
elemento de forma ostensiva ou se descontrolam quando lidam com o Clã. Educa mais quem apresenta um
comportamento baseado no apoio mútuo, no reforço positivo, na coerência de atitudes, no encorajamento perante o erro
e o desânimo, na defesa de comportamentos saudáveis.
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A promessa
Iniciada há já algum tempo a etapa do Caminho (adesão), a data da Investidura e da Promessa estará a aproximar-se.
É importante, para não dizer fundamental, que os Caminheiros entendam o verdadeiro significado da Promessa, que
está para lá do que é visível – a simples imposição do lenço.
Prometo,
Pela minha honra e com a graça de Deus,
Fazer todos os possíveis por:
O Movimento Escutista contribui para a educação dos jovens propondo-lhes um projecto de vida assente em valores
espirituais, sociais e pessoais a que devem aderir de forma livre. A Promessa deve ser então um momento de decisão
pessoal, em que o Escuteiro, sentindo-se preparado para viver os valores descobertos e propostos na Lei, assume o
compromisso de “fazer todos os possíveis por” os viver e aprofundar ao longo do seu crescimento. E assume-o com a
consciência de que se está a responsabilizar -“pela minha honra”- e de que Deus o acompanha no seu esforço -“e com
a graça de Deus”-.
Isto não significa que os caminheiros não possam faltar ao prometido (“fazer todos os possíveis por” implica esforço
pessoal, mas não garante sucesso). Só quem não conhece a natureza humana poderá exigir ou esperar que não haja
falhas. É aqui que o Dirigente assume um papel basilar: sempre que necessário, competir-lhe-á relembrar aos seus
elementos, com o máximo de clareza, a Promessa e o que ela significa, para os ajudar a compreender a seriedade do
compromisso que vão assumir. E caso verifique que os aspirantes ou noviços não assumem, com responsabilidade, a
preparação para esse compromisso (ou seja, logo à partida não fazem “todos os possíveis por”), não deve permitir
facilitismos: o lenço não se dá a qualquer um e de qualquer maneira, é ganho por aquele que de facto compreende que
está a assumir um compromisso e que trabalha para o poder fazer de forma consciente.
Deus é presença constante na nossa vida aparecendo de forma natural e espontânea. Ele partilha os nossos projectos,
sonhos, inquietações e alegrias. Seria possível assumirmos um compromisso tão importante se não exprimíssemos a
nossa Fé e não convidássemos Deus a estar presente, a fazer parte dele e a connosco caminhar? O nosso
compromisso é com Ele, por Ele e diante Dele. E ao assumirmos este compromisso, incluímos também nele o nosso
próximo, a família, os amigos e todos os que connosco fazem parte da Igreja de Deus: é nosso dever, como membros
da comunidade eclesial, ser testemunha de Deus e mostrá-Lo aos outros no nosso dia-a-dia.
Para além disto, a Promessa é também um compromisso de cidadania. Devemos cumprir os nossos deveres de
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cidadãos para com a nossa Pátria, servir a terra em que vivemos, assumindo o compromisso de salvaguardar a
Natureza, de fomentar a justiça, a paz, a solidariedade e de proteger e perpetuar as tradições históricas e culturais
(idioma, tradições, músicas tradicionais, etc.) que fazem parte da nossa identidade.
O Escuta deve estar disponível para auxiliar o próximo, não importando as condições e as circunstâncias em que o faz.
Devemos assim combater a indiferença e prestar atenção aos sinais de quem precisa de apoio e muitas vezes sofre em
silêncio, por vergonha, medo ou para não gerar preocupações. E o nosso auxílio ao próximo não tem que passar por
actos de elevado heroísmo: pequenos gestos podem causar imensa felicidade. Neste sentido, a Boa Acção é um
convite a agir e a converter o nosso compromisso em acções concretas. E a insistência na sua prática diária permite
que cada escuteiro, de forma espontânea e gratuita, adquira capacidade de estar sempre preparado, de forma
voluntária e sincera, para servir o próximo.
«Pela promessa Escutista estamos pela nossa honra obrigados a fazer todos os dias, alguma coisa
pelos outros: “A Boa Acção”; pouco importa que seja insignificante: um sorriso, uma palavra uma
ajuda! O importante é fazer qualquer coisa.»
BP-RF 32
Prometer obedecer à Lei do Escuta não significa saber os artigos da Lei de cor, pela ordem correcta, ou cumpri-la de
forma obrigatória.
O compromisso vai mais além: ao aceitarmos a Lei do Escuta, estamos a assumir a responsabilidade de viver de acordo
com os seus valores. Pretende-se assim que vivamos a Lei: ela faz parte das nossas convicções, por ela pautamos a
nossa integridade. Por isso, ao aceitarmos viver a Lei do Escuta, fazêmo-lo de forma natural, sem fingimentos, com
responsabilidade e durante a toda a nossa vida. Decerto todos já ouvimos dizer: Escuteiro uma vez, Escuteiro para
sempre.
O Dirigente tem como tarefa manter acesa esta “chama”, ou seja, manter nos seus elementos o desejo de ser fiel ao seu
compromisso, não permitindo que se esqueçam dele. Para isto, sempre que possível deve relembrar aos seus escuteiros a sua
Promessa, levando-os a reflectir sobre aquilo a que se comprometeram e a analisar o seu desempenho, crescimento e conduta
individual. Uma das alturas propícias a esta reflexão é o momento em que Noviços ou Aspirantes fazem a sua Promessa: ao
incentivar os Caminheiros mais velhos a acompanhar os mais novos na sua preparação para este compromisso e ao convidá-los
a renovar a sua Promessa, o Dirigente está também a ajudá-los a crescer.
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Prometo… Compromisso pessoal
A Cerimónia
Por ser um acto de tanta responsabilidade, este o da Promessa, o Caminheiro não deve ser empurrado para ele, mas
sim incentivado a preparar-se o melhor possível para este compromisso e a fazê-lo quando, realmente, se sente capaz
e digno.
Assim sendo, deve-lhe ser permitido fazer a sua Promessa assim que acaba a etapa do Caminho. Não é obrigatório os
Caminheiros fazerem a promessa todos juntos, ou mesmo com todo o Agrupamento. Nem podem ser penalizados com
um ano de espera, quando assumem, conscientemente, que ainda não estão preparados para a fazer.
Enquanto compromisso pessoal, a Promessa deve ser feita quando o Caminheiro se sente preparado para tal. São as
datas que se devem adaptar à preparação e caminho que o jovem se propôs a fazer e não o contrário.
Oração do Escuta
Ser leal para com Deus significa nunca te esqueceres Dele e recordá-Lo em tudo o que fazes. Se nunca O
esqueceres, nunca farás nada de mal. E se te lembrares Dele quando estiveres a fazer qualquer coisa errada,
deixarás logo de a fazer. Deus tem sido bom para contigo, por isso cabe-te fazer alguma coisa em troca que Lhe
agrade; é esse o teu dever para com Deus.
Baden-Powell
A Oração do Escuta foi criada a partir de um texto de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, e foi
adaptada ao escutismo católico pelo Padre Jacques Sevin, jesuíta francês, fundador da associação Scouts de France. É
utilizada como a Oração do Escuteiro em várias associações escutistas de todo o mundo.
A Oração do Escuta sintetiza dois aspectos essenciais da vida cristã, o Amor a Deus e o Amor ao próximo. O
Caminheiro deve ser, em cada dia, a personificação desta oração, vivendo as dimensões do Caminheirismo na sua
plenitude. Se não se identificar com a Oração do Escuta, dificilmente se identificará com aquilo que lhe é proposto
enquanto Caminheiro.
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Senhor Jesus, O escuteiro dirige-se directamente a Cristo, num
diálogo fraterno e respeitoso, abrindo o coração
para O escutar.
senão saber que faço a Vossa vontade santa. E FÉ – Que nos impele a termos uma relação
pessoal com Deus e assim crescer na confiança de
que o nosso maior bem está no cumprimento da
Sua vontade.
Ámen
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4 – Aprender fazendo
“A criança quer fazer coisas; então vamos encorajá-la a fazê-las, apontando-lhe o caminho certo e
permitindo-lhe fazê-las como ela quer. Deixá-la errar; é através dos erros que ela constrói a sua
experiência”.
Baden Powell
Papel do Dirigente:
“Ask the boy” dizia-nos B.-P. É dever do Dirigente ter noção das expectativas, sonhos, dificuldades, medos dos seus
Caminheiros. Compete-lhe ser o orientador, o irmão mais velho, permitindo que o Caminheiro seja o principal motor da
sua educação.
Educamos para a autonomia, por isso é necessário que eduquemos com autonomia. E isso é o aprender fazendo!
O Jogo
Crianças, jovens e adultos gostam de jogar. O Ser Humano é um ser lúdico, que espontaneamente se organiza para
jogar a qualquer coisa, desde o mais simples ao mais elaborado e complexo jogo.
Para concretizar a sua intenção educativa, o escutismo apoia-se no jogo social espontâneo, ou seja, no dinamismo
natural das crianças e jovens, neste gosto pelo jogo e na facilidade que eles têm de criar regras sociais e se
organizarem para que o jogo funcione.
No escutismo, as dinâmicas de grupo são optimizadas na Patrulha (nos caso dos caminheiros, na Equipa), uma
pequena sociedade, em que todos têm um papel importante, com direitos e deveres, onde só a vontade e trabalho de
todos os pode fazer atingir os objectivos por eles delineados
O jogo estimula o desenvolvimento do jovem, quer pelas tarefas que executa, quer pelos ensinamentos que retira do
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ganhar e do perder, pela aprendizagem das relações sociais, pelas regras que tem que cumprir. Isto porque quando
as crianças brincam ou os jovens cooperam, espontaneamente descobrem a necessidade de se organizar, de
respeitar regras, de colaborar entre si, de interiorizar os valores do grupo.
Por meio do jogo, o escuteiro exercita as capacidades necessárias ao seu desenvolvimento integral; dentre elas:
autodisciplina, vida em sociedade, afectividade, criatividade, valores morais, espírito de equipa.
O jogo é dos instrumentos mais importantes e poderosos que o educador tem ao seu dispor. Caracterizado pela
espontaneidade, agrada a qualquer escuteiro, toca em várias áreas do desenvolvimento e permite conhecer cada
indivíduo, assim como a sua interacção com o grupo.
Mais uma vez o papel do Dirigente e da Equipa de animação é fundamental. Cabe-lhes orientar para que o jogo seja
mesmo motivador e motor de aprendizagem. Devem ajudar e orientar o jovens escuteiros, mas nunca resolver o
problema por eles ou fazê-los sentir que o seu desempenho não é importante.
Nos jovens existe uma tendência natural e espontânea para que, rapazes e raparigas, se formem em pequenos grupos,
sejam esses grupos formados para as mais diversas ocasiões, sendo uma delas o jogo.
É nesta base natural de convivência e crescimento que o Escutismo se baseia, pois o jogo responsabiliza a liberta os
jovens, fazendo-os crescer. É por este facto que do jogo espontâneo advém um crescimento, uma aprendizagem, uma
realização de algo em conjunto, onde o contributo de cada elemento é fundamental para a realização de um todo
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1. Pedagogia do Projecto
O que é um Projecto?
É um conjunto determinado de acções interrelacionadas que se planeiam e implementam com vista a atingir um
objectivo último num determinado prazo.
No Escutismo, é a principal “ferramenta” utilizada para organizar diferentes actividades visando um objectivo comum.
Um projecto escutista:
• …é um desafio colectivo;
• …tem uma meta clara e um horizonte temporal;
• …envolve 4 Fases principais;
• …está baseado no uso do Método Escutista;
• …incorpora uma variedade de oportunidades de aprendizagem;
• …tem em conta interesses, talentos, capacidades e necessidades distintas;
• …procura que todos e cada jovem da Equipa ou Clã esteja comprometido no atingir do objectivo através de
esforço pessoal.
3. As Fases da Caminhada
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Ainda dentro da 1ª fase, o Conselho de Chefes de Equipa deverá proceder ao Enriquecimento da Caminhada:
2ª Fase: Preparação
• Em Equipa/Conselho de Chefes de Equipa:
Actividades
Ateliers
Tarefas e Missões
Responsabilidades
Calendário
Recursos (Humanos, Financeiros, Materiais)
Contactos
• Elaboração do Painel da Caminhada;
3ª Fase: Realização
Viver o projecto! Agir, acampar, jogar, visitar, construir, cantar, representar! Vamos fazer tudo aquilo que preparámos!
Actividades mal preparadas, geralmente são pobres e sem conteúdo e desmotivam os elementos.
4ª Fase: Avaliação
• É a fase de “extrair o sumo” ao que se viveu;
• Feita pelo Clã e pelas Equipas;
• Usar meios criativos e adequados (não é um exame);
• Duas componentes essenciais:
Aspectos operacionais (como correu?)
Aspectos educativos (o que se adquiriu?)
• Reconhecer o progresso feito (ligação com a celebração): objectivos educativos, insígnias de especialidade…
• Que orientações ficam para o futuro? (próxima Caminhada?)
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Em suma:
Avaliar a Caminhada:
Preparar um projecto de
Equipa - Avaliação global, com proposta de
Reunir o Conselho de alteração/ correcção do que correu
- tema sugestivo e menos bem
Chefes de Equipa -
cativante;
definir e distribuir tarefas
- o que queremos fazer, - Objectivos alcançados
pelos elementos e
como e porquê o Equipas Painel da Caminhada - Níveis de participação
queremos fazer e onde o
queremos fazer; Deverão então reunir os Conselhos
de Chefes de Equipa e de Clã.
Actividades da IV Secção
RAP, WOSM
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No Movimento escutista, os jovens aprendem fazendo. A aprendizagem pela acção permite uma aprendizagem por
descobertas, fazendo com que os conhecimentos, atitudes e habilidades se interiorizem de forma natural. Assim, de
alguma maneira, os jovens autoeducam-se. As actividades, são o meio privilegiado para alcançar essa aprendizagem.
ACTIVIDADE EXPERIÊNCIA
• É a acção que se desenvolve entre • É o que se passa e é apreendido por cada pessoa;
todos; • É o que se obtém da acção desenvolvida;
• É um instrumento que gera • É o resultado que se produz no jovem ao enfrentar
diferentes situações; diferentes situações;
Atendendo ao efeito que se pretende que as actividades tenham nos jovens é importante, senão mesmo fundamental,
que as actividades sejam programadas, seleccionadas e desenvolvidas de forma adequada. O improviso pode ser
nefasto para as experiências que os jovens possam vir a adquirir de uma actividade preparada “em cima do joelho”.
Por outro lado, é importante introduzir inovações, especialmente nas actividades que tendem a seguir um padrão na
sua forma de realização. Introduzamos variações, questionemo-nos se não poderemos melhorar essas actividades ou
introduzir novas componentes que as tornem mais atractivas, sob pena dessas mesmas actividades perderem o seu
valor educativo e o seu interesse por parte dos nossos jovens escuteiros. Não podemos deixar assim que a rotina se
instale e constitua uma “pedra na engrenagem”.
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5 – Contacto com a Natureza
A utilização do contacto com a Natureza como forma de educar as crianças, os adolescentes e os jovens é, de facto,
uma característica do escutismo e um dos elementos fundamentais do método escutista. Pelo valor pedagógico que
contém, como espaço, tabuleiro, do jogo escutista, como espaço de desenvolvimento de instintos e capacidades
intrínsecas, como oportunidade de crescimento e de desenvolvimento da consciência crítica, como materialização,
visível, da obra do Criador, interessa, por isso, dela retirar todo o aproveitamento.
Para um escuteiro o contacto com a natureza é, por isso, condição imprescindível para um crescimento pessoal e
colectivo
Valor pedagógico
a) Um laboratório
O contacto com a Natureza incentiva a consciência crítica dos jovens em relação à gestão dos recursos naturais que
toda a comunidade tem ao seu dispor e ajuda-os a integrarem-se e a considerarem-se parte dessa mesma comunidade.
Assim, ao observarem a forma cuidada ou descuidada como os outros cuidam da Natureza, a criança, o adolescente e
o jovem adquirem hábitos e comportamentos — de aplauso e de censura — em relação aos seus pares, mas também
aos mais velhos, que lhes dão uma espécie de autoridade moral essencial.
Porquê um laboratório?
— Porque evidencia que as coisas mais simples são, verdadeiramente, as importantes;
— Porque o jovem pode adquirir a consciência de que é passageiro, e não dono, o único proprietário do planeta;
— Porque promove a consciência individual, a cidadania, a noção de responsabilidade individual;
— Porque permite a aquisição de conceitos como o da Ecologia e o do desenvolvimento sustentável;
— Papel do Dirigente: Neste processo, compete ao dirigente incentivar os seus elementos a assumir comportamentos
saudáveis e de defesa da Natureza, nunca se esquecendo de que o exemplo é o melhor meio de educação.
— Boas práticas:
- Incentivo à separação de lixos
- Reaproveitamento e reutilização de alguns objectos (reciclagem)
- Compostagem
- Iluminação com baterias recarregáveis por painel solar
- Drenagem e filtragem das águas de lavagem
- Monitorização das águas de algum curso de água
- Contacto com centros de investigação e conservação da Natureza (ICN)
- Investigar que forma de cozinhar causa mais impacto e consciencializar o Grupo
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Anotações:
- Carta do índio Seattle
- Papalagui
- Princípios Escutistas vs. Educação Ambiental
- Desenvolvimento Sustentável
- Eco (casa) + logia
Bibliografia para aprofundar:
Escuteiro Global, de Frankie Opie
Ajuda a salvar o Mundo
50 Actividades para Miúdos, Cecilia Fitzsimons
Sendas Ecológicas, Edições Salesianas
b) Um clube
O espaço natural é o palco preferencial para a realização de actividades escutistas. Lembrar-nos-íamos, imediatamente,
do acampamento, mas convém salientar que todo o jogo escutista tem como território ideal o ar livre e a Natureza. É a
partir da sua observação e da vivência, individual e colectiva que a criança, o adolescente e o jovem recolhem o
conjunto das regras primárias e instintivas que presidem à natureza humana e às regras sociais elementares, por
exemplo.
Porquê um clube?
— Porque permite o confronto com um espaço menos confortável que leva os escuteiros a superar as suas dificuldades
e incentiva o respeito pela natureza;
— Porque possibilita o contacto real e físico com o mundo natural e as suas características, entraves e obstáculos;
— Porque fornece ferramentas e sugestões de auto-suficiência, de conhecimento do seu próprio corpo e do ambiente
que o rodeia;
— Papel do dirigente: Compete ao dirigente, a este nível, desenvolve, sempre que possível, actividades de relação com
a Natureza que permitam o crescimento saudável e harmonioso dos escuteiros.
— Boas práticas:
- Identificação de diferentes espécies de Avifauna (procurar panfletos de avifauna local e tentar a partir deles identificar
as especiais que vão aparecendo durante uma pista ou raid)
- Criação de Herbários
- Recolha de Pegadas de Gesso e elaboração dos seus positivos
- Identificação de espécies protegidas e não danificação da vegetação durante a montagem do campo
- Limpeza de matos com o cuidado de não danificar
- Jogos com o contacto com os elementos naturais, explicando a importância de cada um deles
- Visionamento de documentários em vídeo sobre o animal Totem da Patrulha
Anotações:
- À contrário sensu — O Deus das Moscas, William Golding
Bibliografia para aprofundar:
- As mil e uma actividades para Escuteiros
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c) Um templo
A natureza é, para o jovem, também, um espaço de contemplação e de deslumbramento. É a arena mais limpa e clara
de toda a obra da Criação. O jovem é convidado a descobrir nela as mais elementares intenções de sã convivência,
mas também de livre arbítrio dado por Deus ao Homem. A criança, o adolescente e o jovem têm na Natureza o espaço
de contemplação, de deslumbramento, a montra privilegiada para vivenciar Deus.
Porquê um templo?
— Porque, nas palavras de B.-P., “o estudo da Natureza mostrar-nos-á as coisas maravilhosas e belas de que Deus
encheu o Mundo para nosso deleite”;
— Porque o ar livre é, efectivamente, um ambiente que permite a activação de todos os sentidos e da própria natureza
da pessoa;
— Porque permite, através dos sentidos, da observação, pela razão e pela lógica, a intervenção quase directa do
Espírito Santo na pessoa.
— Papel do dirigente: Incentivar, sempre que possível, atitudes de contemplação e de reflexão sobre as maravilhas da
Criação, auxiliando os seus elementos a compreender o tesouro que nos foi dado por Deus.
— Boas práticas:
- Oração de contemplação daquilo que o rodeia o Homem (vegetação, estrelas, rios, etc.), incentivando cada um a
agradecer a beleza das flores, dos verdes, do perfume no ar, do sol (no fundo aquilo que torna especial o lugar de
acolhimento, por mais singelo que seja).
- Jogos e contemplação: ao amanhecer tentar perceber o que estarão a dizer os pássaros uns para os outros ao
acordar; ao anoitecer tentar perceber o que desejariam os animais ali à volta.
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6 – Progresso pessoal
Valor pedagógico
A progressão pessoal tem por objectivo essencial ajudar cada jovem a envolver-se activamente e de forma consciente,
no seu próprio desenvolvimento.
O Sistema de Progresso é a principal ferramenta de suporte à progressão pessoal e tem três características principais:
- é centrado no indivíduo;
- considera as capacidades de cada um;
- é baseado num conjunto de objectivos educativos.
Permite assim atingir os objectivos educativos da Secção – Objectivos Educativos Finais, no caso dos Caminheiros-
(adquirir conhecimentos, competências e atitudes), sendo um factor de motivação para o jovem (ser e fazer melhor).
Para além disso, guia-o no seu percurso de desenvolvimento, sendo uma oportunidade de aprofundamento de
habilidades próprias, valorização pessoal ou até mesmo de descoberta vocacional. O Sistema de Progresso impulsiona
o jovem a adquirir “rotinas” de análise e planeamento da sua vida.
O Sistema de Progresso é orientado por Objectivos Educativos Finais e apresenta as seguintes componentes, que representam as
suas principais vantagens:
- o diagnóstico inicial é valorizado;
- há um reforço da consciência pessoal do caminheiro no que diz respeito ao seu progresso e à sua preparação para a Promessa
(é ele que reconhece que está preparado para assumir um compromisso com o Clã)
- são definidas oportunidades educativas como programa-guia que permite atingir determinados objectivos a nível de crescimento;
- na relação educativa entre Caminheiro e Dirigente surge a possibilidade de negociação sobre o caminho a percorrer e as metas a
atingir;
- o diagnóstico, a avaliação e o reconhecimento envolvem diversos intervenientes (os pares, os Dirigentes e outros organismos), o
que enriquece o processo.
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A estrutura do Sistema de Progresso
A passagem do jovem pela secção é distribuída em 2 grandes fases: a integração e a vivência. Durante a integração,
o Caminheiro faz a sua adesão. Durante a vivência, ele evolui nas etapas de progresso
Diagnóstico inicial
Todas os jovens que entram para o Clã são diferentes em diversos aspectos: idade, contextos familiares, escolares e
profissionais, níveis de desenvolvimento, aptidões e dificuldades. Desta forma, poderão estar em estádios de
desenvolvimento diferentes e o Chefe de Clã deverá ter por missão promover – a partir de pontos de partida
diferenciados – um desenvolvimento pessoal harmonioso — que idealmente os levará a atingir em pleno os Objectivos
Educativos Finais.
No âmbito de um sistema de progresso orientado por objectivos torna-se pois imprescindível conhecer o jovem que
chega ao Clã – a isto chamamos o diagnóstico inicial.
O diagnóstico inicial e formal deverá ser realizado, em conjunto, pelo Aspirante/Noviço, pelo
Chefe de Clã e por um Caminheiro mais experiente, escolhido pelo Aspirante/Noviço. Poderá ser
necessário recorrer a dinâmicas e jogos específicos para o efeito.
Esta fase será crucial para a posterior escolha dos objectivos, uma vez que esta escolha deve ter em consideração as
necessidades de desenvolvimento do jovem adulto. O Aspirante/Noviço deverá ser incentivado a escolher objectivos
onde o seu desenvolvimento seja mais necessário e a concretizá-los em acções práticas no seu PPV.
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Este diagnóstico mais formal irá servir para reconhecer – depois da sua fase de adesão - em que Etapa de Progresso o
Caminheiro se encontra, ou seja, que Objectivos Educativos ele já detém e que equivalência será atribuída em termos
de Etapa de Progresso:
Na óptica de identificar necessidades em vez de validar competências, caso o elemento já tenha alcançado algum
objectivo este fica “fechado” e escolhe outros objectivos para a sua 1ª etapa (2 a 3 de cada área).
Como o desenvolvimento de pretende equilibrado, mesmo que o elemento já tenha alcançado todos os objectivos de
uma determinada área e desenvolvimento, não completa Etapa nenhuma, estas só estão completas quando ele
atinge, pelo menos, 2 objectivos de cada área de desenvolvimento.
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Exemplo 1:
A Carolina tem 5 objectivos da área de desenvolvimento Físico, 2 da área de desenvolvimento Intelectual e 3 da área
de desenvolvimento Social, ainda tem de alcançar 2 objectivos (pelo menos) de cada uma das outras 3 áreas restantes,
antes de fechar a etapa 1 - Comunidade.
Exemplo 2:
Caso tenha (pelo menos) 12 objectivos alcançados (2 em cada área de desenvolvimento) está na 2ª etapa e escolhe
mais (pelo menos) 12 objectivos (2 de casa área de desenvolvimento) para a completar.
1- Folha de apoio ao registo de conhecimentos, comportamentos e atitudes da IVsessão – Pode também ser
usada como diagnóstico. Ver anexo 3
Poderá ser preenchida (na totalidade ou parcialmente) pelo próprio, com a ajuda do Chefe de Equipa, do Chefe
de Clã…. Poderá inclusive valorar-se de 1 a 4 (de não adquirido a totalmente adquirido) e fazer o registo de
acontecimentos e atitudes que exemplifiquem. Se todos os intervenientes, ou a maioria, especialmente o
próprio, considerar aquele objectivo adquirido, poderá ser validado. Sem receio de ter de voltar a ele no próximo
ano, se se reconhecer essa necessidade.
2- A entrevista com o Chefe de Clã ou adjunto é um momento de reflexão, conhecimento e crescimento muito
importante. Para o Dirigente é uma oportunidade privilegiada para conhecer melhor aquele caminheiro. Para o
jovem é uma experiencia única de se conhecer melhor e ver reconhecido o seu valor. É uma oportunidade para
validar objectivos, mas também para definir prioridades, dar corpo a projectos individuais (dentro e fora do
escutismo) e formas de os implementar.
3- E, claro, o Jogo. Os jogos escutistas e as dinâmicas de grupo como experiencias de aprendizagem activa,
constituem oportunidade por excelência de nos testarmos, conhecer e dar a conhecer.
Esquema resumo
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Não; é aspirante ou noviço Transição
Sim
entre sistemas
de progresso
?
O objectivo é promover uma aproximação aos Caminheiros, que funcione como “quebra-gelo” e que ajude a colocar
os Pioneiros que passam para a IV Secção mais à-vontade, promovendo uma integração mais fácil, a partir do
momento da efectiva passagem e do início da adesão formal.
Pretende-se que os Chefes de Equipa convidem o Pioneiro a participar numa actividade, de forma informal, para se
poder ir inteirando da dinâmica do Clã, conhecer as Equipas, os seus Chefes de Equipa, os Dirigentes e a Base. Tudo
informalmente, sem pressões. A ideia é ir observando, sem participação activa, em termos de tarefas ou
responsabilidades.
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Adesão formal ao Clã
Quando chegam à IV Secção, os Noviços e Aspirantes recebem uma insígnia da Etapa Caminho (adesão) no seu
início.
O objectivo da adesão é o de valorizar a tomada de consciência individual do Noviço/Aspirante sobre como funciona o
Clã, como se vive o dia-a-dia das actividades típicas, qual é a mística e a simbologia e quais são os compromissos
que se espera de um Caminheiro. É com base nessa tomada de consciência individual que cada Noviço/Aspirante
toma, por si, a decisão de aderir ao Clã, ou seja, de fazer a sua promessa, ou não.
O Noviço/Aspirante deve, durante a Etapa Caminho, conhecer a organização do Clã e das Equipas, a sua mística
e a sua simbologia. Deve conhecer o patrono, o seu percurso de vida e o exemplo que ele constitui para o
Caminheiro.
Durante a Etapa Caminho, o Noviço/Aspirante deve participar no quotidiano da Equipa e do Clã. Deve ainda
participar activamente numa Caminhada, com duração entre os 3 e os 4 meses. O objectivo é que conviva de perto
com a aplicação do método a uma actividade típica da secção.
Em adição, é durante a Etapa caminho que o Noviço/Aspirante toma conhecimento das áreas de desenvolvimento
(“percursos”- linguagem utilizada pelos caminheiros) e dos objectivos educativos (“objectivos”). Cada Caminheiro é
incentivado, após ter seleccionado 2 a 3 objectivos educativos de cada área de desenvolvimento, a incluir acções
concretas no seu PPV que concretizem esses objectivos. Os objectivos educativos serão assim trabalhados pelos
próprios Caminheiros.
Por exemplo, para o objectivo da área de desenvolvimento Físico: “Cultivar um estilo de vida saudável e equilibrado –
alimentação, actividade física e repouso – adaptado a cada fase do seu desenvolvimento”, o Caminheiro que tenha
escolhido este objectivo deverá ser incentivado a concretizá-lo com o que para ele isto significa, podendo,
inclusivamente especificar acções concretas (por exemplo, começar a praticar andebol, tomar 5 refeições por dia
incluindo alimentos de cada um dos diversos grupos da nova roda dos alimentos em pelo menos 2 dessas refeições e
cultivar um estilo de vida que valorize um período de sono de pelo menos 7 horas diárias).
Pretende-se ainda que nesta fase de adesão, o Noviço/Aspirante contacte e reflicta sobre o compromisso que deverá
assumir formalmente na sua investidura. Com base em dinâmicas propostas, deverá progressivamente aprofundar o
sentido deste compromisso, valorizando e fortalecendo a sua decisão de aderir, ou não, ao clã.
A duração da Etapa Caminho deverá ser adaptada ao Noviço/Aspirante. Cada indivíduo necessitará de tempo
diferenciado para tomar a sua decisão de aderir. Sugere-se que não ultrapasse os 9 meses.
A validação do andamento da adesão e da decisão de aderir dos Noviços/Aspirantes deve ser feita nos Conselhos de
Chefes de Equipa e deve haver uma validação da reunião das condições particulares de adesão, nomeadamente no
que toca à vivência na Equipa, no Clã e na actividade típica.
O Clã deve também validar a decisão de fazer a Promessa do Noviço/Aspirante, com base em proposta dos Chefes
de Equipa no Conselho de Clã.
A Promessa deve ser valorizada enquanto momento marcante do processo de adesão. Por isso, deve ser
individualizada e marcada durante os 2 meses seguinte da decisão de fazer a Promessa e respectiva validação. Os
Noviços/Aspirantes podem assumir o seu compromisso em conjunto, agrupados de acordo com o tempo da sua
tomada de decisão e validação do Clã.
No caso dos Aspirantes, deve adicionar-se, no campo do conhecer, a organização do agrupamento, a vida e
mensagem de Baden-Powell e o domínio prático de técnica escutista e pioneirismo.
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O Compromisso
Durante a Fase de Integração cada Caminheiro irá viver esta nova experiência de forma muito pessoal – a adaptação a
novas pessoas e a novas dinâmicas podem por isso resultar em ritmos muito diferentes, que devem ser respeitados.
Por outro lado será nesta fase também que o Caminheiro irá conhecer o que se espera dele quando aderir
formalmente ao Clã. Com o apoio do Chefe de Clã e de um Caminheiro mais experiente, tendo em conta o diagnóstico
inicial, o Caminheiro irá escolher o seu primeiro percurso de progresso.
Neste sentido e sempre com o objectivo de colocar o jovem no centro da acção pedagógica, deverá ser em primeiro
lugar o jovem a reconhecer que quer pertencer ao Clã e que está apto a fazer a sua promessa – a assumir o seu
compromisso perante o Clã.
Também em termos de Etapas de Progresso e com a clara intenção de reforçar esta vertente de compromisso pessoal,
a insígnia de progresso deverá ser entregue no início de cada Etapa. Corresponde ao compromisso assumido pelo
Caminheiro em procurar progredir nos conhecimentos, competências e atitudes que o levam a atingir os Objectivos
Educativos Finais.
Etapas de progresso
No caso dos Caminheiros, os nomes propostos para as etapas de progresso são Caminho (adesão); Comunidade,
Serviço e Partida.
Caminho - Adesão
É nesta fase que o Noviço/Aspirante inicia o seu caminho no Clã. Enceta essa grande aventura de querer tornar-se
Caminheiro. Inicia o caminho rumo ao Homem-Novo
Comunidade – Etapa 1
Ao fazer a sua Promessa, assume o compromisso de pertencer a esta comunidade – os caminheiros – mas também
de ser activo na comunidade a que pertence. É altura de partilhar experiências, e de se dedicar ao Clã que acaba de
recebe-lo como irmão.
Serviço – Etapa 2
Ao longo do seu percurso, o caminheiro vai, cada vez mais, assumindo o Serviço como modo de vida. Nesta Etapa, o
serviço ao outro e a vontade de ser melhor deve estar em alta.
Partida – Etapa 3
Esta é a Etapa em que o Caminheiro se assume como um exemplo para os outros. Está casa vez mais próxima a
saída do Clã e as atenções do Caminheiro devem-se voltar, cada vez mais, para fora do Clã e tornar-se cada vez
mais activo no mundo. Esta é a Etapa em que se deve preparar, mais intensivamente, para a Cerimónia da Partida.
É, também, onde é convidado a fazer o seu Desafio.
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Note-se que as Etapas têm o mesmo nome das dimensões do Caminheirismo. Cada Etapa valoriza cada uma dessas
dimensões, mas as outras não devem ser deixadas para trás, abandonadas ou esquecidas. O Caminheiro deve ter
sempre presente todas as suas 4 dimensões
A proposta de progresso assenta em conhecimentos, competências e atitudes, com base das 3 vertentes do saber:
o saber-saber, o saber fazer e o saber ser.
No caso do CNE, pretende-se que a dinâmica de progresso vá de encontro aos objectivos definidos para cada uma
das áreas de desenvolvimento.
Progredir significará assim atingir objectivos, ao invés de aumentar o nível de proficiência em conhecimentos,
competências e atitudes que o jovem já dominava.
Exemplificando, nesta proposta, pretende-se que o jovem seja capaz de jogar um jogo em equipa. Se ele já pratica
regularmente um desporto de equipa, o objectivo está cumprido. O progresso será então tentar desenvolver outras
atitudes que levem a atingir outros objectivos.
Cada Caminheiro constrói a sua Etapa de Progresso, seleccionando 2 a 3 Objectivos Educativos de cada uma
das diferentes Áreas de Desenvolvimento.
Exemplo:
(carácter)
- Ser capaz de formular e construir as suas próprias opções, assumindo-as com discernimento.
- Mostrar-se responsável pelo seu desenvolvimento, colocando a si próprio objectivos de progressão pessoal.
(espiritual)
- Caminhar na conversão e adesão aos valores do Evangelho, vivendo as propostas da Igreja.
- Conhecer e aceitar as diferentes manifestações espirituais.
(físico)
- Identificar e evitar, na vida quotidiana, os comportamentos de risco relacionados com os hábitos alimentares, da
actividade física e/ou do consumo de substâncias.
- Conhecer e aceitar o desenvolvimento e amadurecimento do seu corpo com naturalidade.
(intelectual)
- Ter definido o seu itinerário de formação e qualificação profissional preocupando-se em mantê-lo actualizado.
- Lidar com novas situações e desafios fazendo uso dos conhecimentos e resultados de experiências anteriores.
(social)
- Conhecer a existência de diferentes papéis num grupo e desempenhar com competência o seu papel no
mesmo.
- Expressar-se de forma clara e empática.
Para o Tiago, a combinação desses 12 objectivos educativos constituem a minha etapa Comunidade.
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Outro Caminheiro pode escolher alguns destes objectivos na sua selecção para efeito da sua etapa Serviço.
A liberdade de escolha compete inteiramente ao Caminheiro. No entanto, o Chefe de Clã e o Chefe de Equipa
desempenham aqui um papel importante, a 2 níveis:
- No apoio do diagnóstico dos conhecimentos, competências e atitudes que o Caminheiro já detém e que o ajudam
a seleccionar os objectivos que irão constituir as suas Etapas;
- Na observação da evolução dos conhecimentos, competências e atitudes que contribuem para validar os objectivos
educativos como atingidos.
Os conhecimentos, competências e atitudes são trabalhados no seio do Clã e da Equipa no desenrolar do dia-a-dia e
das fases da vivência das caminhadas, como se exemplifica no Anexo 4.
O Progresso faz-se através de Oportunidades Educativas que o nosso método, com as suas 7 maravilhas, oferece.
Sem necessidade de recorrer a provas, obrigatórias ou facultativas, opcionais ou de qualquer outra ordem.
No nosso Sistema de Progresso faz sentido dizer-se que “o Caminheiro deu provas de” (porque isso foi observado em
conhecimentos, competências e atitudes) em vez de “o Caminheiro prestou provas” (porque realizou uma determinada
acção prevista num sistema de progresso com provas especificadas).
As Oportunidades Educativas
Tudo o que os Caminheiros fazem dentro e fora do movimento ajuda-os a alcançar os Objectivos Educativos da Finais,
ou seja, a crescer nas 6 áreas de desenvolvimento pessoal.
E os Objectivos Educativos que apresentamos aos jovens nesta idade não são mais do que propostas atractivas que
os desafiam a ser mais e melhor.
Desta forma as Oportunidades Educativas permitem que cada jovem viva experiências enriquecedoras, e são essas
mesmas experiências que levam ao desenvolvimento pessoal.
Neste sentido a cada Objectivo Educativo foram associadas algumas oportunidades educativas – meras sugestões –
que podem ser adaptadas e “negociadas” com os Caminheiros. Pretende-se assim criar condições para acolher novas
propostas e sugestões de Oportunidades Educativas, potenciando desta forma a participação dos jovens no processo.
As Oportunidades Educativas contribuem para se alcançar os objectivos educativos de uma forma indirecta e
progressiva. Isto significa que não existe uma relação directa entre a realização de uma oportunidade e o
alcançar de um Objectivo Educativo. Mediante a avaliação do desenvolvimento do jovem – e não da realização ou
não da Oportunidade Educativa – poderá ser necessário escolher novas Oportunidades Educativas e insistir na
aquisição de novos conhecimentos, competências ou atitudes
No anexo 1 podem encontrar os quadros com a lista das oportunidades educativas propostas para cada
objectivo educativo da IV Secção
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Os Caminheiros podem ainda adquirir conhecimentos, competências e atitudes na sua vivência escolar, catequética,
nos clubes a que pertençam, equipas de outros organismos, etc. A ideia é o Chefe de Clã verificar esses
conhecimentos, competências e atitudes, sem que o Caminheiro tenha que as repetir, necessariamente.
O PPV conterá uma parte aberta, em que o caminheiro expressa as suas escolhas. Essa parte é partilhada com a
Equipa e com o Chefe de Clã. Será, também, com base nessa partilha que a carta de clã deve ser construída. O
Chefe de Clã terá agora acesso às escolhas que o caminheiro fez para o poder apoiar e acompanhar no seu
progresso.
O PPV conterá ainda uma parte fechada, partilhável ou não, em que o Caminheiro expressa objectivos mais pessoais
e íntimos.
Especialidades
O desenvolvimento de aptidões associadas a especialidades durante a fase da vivência no Clã constitui igualmente
uma Oportunidade Educativa para progredir. Tal como no desempenho dos cargos e das funções, o trabalho no
desenvolvimento dessas aptidões e a sua aplicação na vida quotidiana das equipas privilegiam o crescimento em
determinadas áreas de desenvolvimento, como pode ser ilustrado no quadro do Anexo 6.
Este trabalho nas especialidades pode e deve iniciar-se a partir do momento em que se iniciou a fase da vivência, isto é,
logo após o jovem ter realizado o seu compromisso e ter seleccionado os (pelo menos) 12 Objectivos (pelo menos 2 de
cada área de desenvolvimento) que compõem a sua etapa Comunidade.
Avaliação
A avaliação dos conhecimentos, competências e atitudes adquiridas e validação de objectivos educativos concluídos
deve ser feita de forma contínua, ao longo da vivência escutista do jovem. Ver Anexo 3
O reconhecimento que os objectivos foram alcançados e a consequente atribuição da conclusão das etapas de
progresso deve ser feito na fase da celebração das Caminhadas.
Nos Caminheiros, é na vida da Equipa que se vão debatendo os conhecimentos, comportamentos e atitudes que cada
Caminheiro vai adquirindo e que poderão ser indícios de que um determinado objectivo poderá estar concluído. Este
processo deverá ser induzido pelo próprio e apoiado pelo Caminheiro mais experiente que foi escolhido pelo próprio. O
Caminheiro, tendo concretizado os objectivos com acções concretas, na fase da escolha dos novos objectivos, tem ao
seu dispor um excelente indicador sobre a sua própria progressão.
Se a equipa concorda que um Caminheiro concluiu um determinado objectivo, o Chefe de Equipa apresenta esse caso
no Conselho de Chefes de Equipa seguinte, sendo o assunto debatido entre os Chefes de Equipa. No caso de Equipas
isoladas (quando só há uma Equipa, por haver menos de 10 caminheiros),o assunto é debatido em Equipa e com o
Chefe de Clã.
Se os Chefes de Equipa se colocam de acordo, interpelam o Chefe de Clã para obter a sua validação que, em caso
afirmativo, significa que ao Caminheiro lhe foi atribuído o objectivo como concluído.
Caso os Chefes de Equipa não concordem com a conclusão do objectivo, ou estes concordando, o Chefe de Clã dá
parecer desfavorável fundamentado, o Chefe de Equipa do Caminheiro em causa explica, na Equipa, a não aceitação
da sua proposta, explicando ao Caminheiro o que ele deverá ainda adquirir, em termos de conhecimentos,
competências e atitudes, para que possa concluir o objectivo.
Reforçando o papel e a importância dos “pares” e partindo da premissa de que o Clã é autogerido pelos membros
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que o compõem, também a componente do progresso deverá ser acompanhada e avaliada pelos seus elementos.
O Conselho de Chefes de Equipa será o espaço privilegiado para a tomada de decisões relacionadas com o progresso
dos elementos – escolhas de percurso, avaliação e reconhecimento de progresso.
Novos “agentes” foram considerados na fase de avaliação do Progresso Pessoal. Partindo do pressuposto que tudo o
que os Caminheiros fazem, dentro e fora dos escuteiros, contribui para o seu desenvolvimento e que existem
Oportunidades Educativas a ser concretizadas em outros “ambientes educativos” tal como a escola, associações,
instituições etc, em alguns casos a avaliação do seu Progresso Pessoal poderá ser feita também por outros
intervenientes.
Num sistema orientado por Objectivos Educativos os mesmos não podem ser controlados como se fossem “provas” ou
“exames”. Os Objectivos Educativos avaliam-se mediante a observação do progresso dos jovens durante um percurso
prolongado de tempo.
Neste sentido foram identificados no quadro em Anexo 2 os conhecimentos, competências e atitudes que devem ser
observados em cada um dos Objectivos Educativos dos Caminheiros. Quando estes forem observados no jovem e
avaliados pelo próprio, pelos “pares” e pela equipa de animação o Conselho de Chefes de Equipa poderá reconhecer
que o Caminheiro alcançou aquele Objectivo Educativo.
De forma a ajudar a Equipa de Animação a conservar um registo de observação dos conhecimentos, competências e
atitudes de cada um dos caminheiros foi criada uma ferramenta de suporte, que podem encontrar no Anexo 3.
O Desafio
No último ano, quando o Caminheiro estiver na Etapa Partida, deve ser incentivado a comprometer-se com uma causa
pessoal, que envolva uma acção mais continuada no tempo (mínimo de 3 meses). Essa acção deve privilegiar um
esforço de cooperação ou de voluntariado com uma instituição ou organização escolhida pelo Caminheiro.
A acção deve ser apresentada e partilhada no Clã, o Caminheiro deve ir dando testemunho da sua experiência. O
Desafio poderá implicar uma menor participação do Caminheiro na vida do Clã e da sua Equipa.
Esse Desafio será uma excelente oportunidade para o Caminheiro concluir o seu Progresso e antecede a sua Partida
do Clã. Essa acção deverá ser, preferencialmente, fora do Agrupamento, embora esteja em aberto que a mesma possa
ocorrer no Agrupamento. No entanto, é mais enriquecedor o Desafio ser realizado noutro ambiente e não uma
Comissão de Serviço numa Secção, o que pode tornar este Desafio redutor.
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A Partida
O final do seu percurso pessoal será assinalado pela Cerimónia da Partida. Momento para o qual o Caminheiro se
deve preparar desde cedo, e que deve ser o grande objectivo para que caminha ao longo da sua passagem pelo Clã:
poder Partir.
A Partida de um Caminheiro é auto-proposta quando o Caminheiro se sente preparado, e tem que ser aprovada em
Conselho de Clã. Ao aprovar a Partida, o Clã está a assumir que envia o caminheiro para a sociedade e o mundo,
porque reconhece nele valores, conhecimentos e aptidões dignas de um verdadeiro Caminheiro, activo na sociedade e
capaz de contribuir para um mundo melhor e mais justo.
Quando o Caminheiro terminar a sua última etapa, ou seja, completa todos os Objectivos Educativos definidos para a
IV Secção (Finais), estará pronto para fazer a sua Partida do Clã, reconhecendo-se assim que completou a totalidade
do percurso educativo proposto aos Caminheiros.
Caso o Caminheiro se proponha a fazer a Partida, porque se considera pronto e digno e acredita que atingiu todos os
Objectivos Educativos Finais, antes de ter completado, formalmente, o seu Progresso Pessoal, o Conselho de Clã deve
reunir, como sempre, cada vez que alguém se propõe a Partir, para debater se o Caminheiro atingiu todos os
Objectivos Educativos Finais (mesmo que ainda não se tivesse comprometido a alcançá-los). Assim, se o Conselho de
Clã verificar que o Caminheiro realmente atingiu os Objectivos Educativos Finais e se o considerar apto para Partir,
está-se, automaticamente, a validar o término da última Etapa e a conclusão do Progresso Pessoal.
Esta deve ser uma medida de excepção. O Caminheiro deve fazer o seu percurso “normal”, propondo-se a alcançar
objectivos e alcançando-os, com compromisso. Assim sendo, quando o Progresso Pessoal é concluído desta forma
excepcional, o Caminheiro não tem direito a usar a Anilha de Reconhecimento.
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7 – A Relação Educativa
O Clã é composto por jovens em busca da maturidade plena que encontram no Chefe de Clã um irmão mais velho
que os acompanha no seu percurso de desenvolvimento.
O facto de o Sistema de Progresso se basear numa escolha individualizada de percursos, irá implicar uma relação
personalizada do Chefe de Clã com cada um dos Caminheiros, de modo a poder acompanhar devidamente o seu
desenvolvimento pessoal.
“Os princípios do escutismo estão todos certos. O êxito da sua aplicação depende do
chefe e do modo como ele os aplica.”
A presença do Adulto constitui elemento essencial de qualquer comunidade pedagogia ou metodologia educativa, pois
não há educação sem a presença do Adulto.
Para se “funcionar educativamente, (…) é imprescindível que alguém (…) se resigne a ser adulto”
No Escutismo, o Adulto é o garante da educação integral dos jovens no Clã; a sua missão não é mais do que educar,
e educar através da aplicação do Método criado por Baden-Powell para os valores por ele propostos. No caso
particular do Corpo Nacional de Escutas, esta aplicação do Método e a vivência dos valores decorre à luz do
Evangelho de Jesus Cristo, sendo o testemunho cristão do Adulto elemento fundamental.
Os Animadores responsáveis pela implementação do programa educativo asseguram que cada criança e
jovem tem oportunidades para se desenvolver nas diversas áreas da sua personalidade (física, intelectual,
social, espiritual, afectiva e carácter). Tal ocorre por via da organização de actividades adaptadas às
necessidades, aspirações e capacidades dos jovens de cada idade, determinando objectivos educativos
relevantes e estabelecendo relações de suporte entre os adultos e os jovens, assim como entre estes.
A intervenção do Adulto no Escutismo é, porém, por princípio subsidiária; ou seja, a acção pedagógica – para além de
voltada para o jovem – deve estar centrada no próprio jovem, chamado a ser, pela vivência do ‘Jogo Escutista’,
protagonista do seu auto-desenvolvimento. O Adulto, na medida da idade e maturidade dos jovens, é chamado a
recuar na intervenção, competindo-lhe, no entanto, sempre assegurar a existência de um ambiente seguro e propício
a uma aprendizagem do tipo aprender-fazendo, bem como da conformidade da vida da Unidade com os ideais e
valores com que o Escutismo se identifica e se propõe promover. Cabe, assim, ao Adulto, a humilde postura de João
Baptista: “Ele é que deve crescer, e eu diminuir” (Jo, 3, 30).
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Ausência Pedagógica
Se a presença do Adulto é fundamental no Escutismo, a ausência também o é. O Adulto tem de dar espaço aos jovens para que
estes possam crescer e desenvolver a sua autonomia.
Ausência nos Caminheiros pode até – se assim for considerado adequado – ser a total ausência (mas não desconhecimento ou
falta de informação) do Dirigente no Hike ou no acampamento de Equipa
Ausências que não são vazio, mas expressão de uma intencionalidade pedagógica.
O Adulto no Escutismo
Ser Adulto no Escutismo não pode resultar apenas de um – ainda que bem-intencionado – voluntarismo, nem ser
encarado como algo apenas acessível a um pretenso escol de super-homens, ou super-mulheres, com critérios
externos ao Movimento.
Ser Adulto no Escutismo deve resultar de um encontro entre uma intenção voluntária do próprio e o cumprimento de
requisitos – o Perfil – estabelecidos pela associação, encontro que terá de se consubstanciar num compromisso
subsequente a uma formação inicial, formação a que deverá ser dada continuidade ao longo do ciclo de vida na
associação.
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Face aos Jovens...
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Em termos de vida espiritual…
O Dirigente do CNE é um Adulto que assumiu um compromisso pessoal e voluntário de trabalhar na implementação e
desenvolvimento da Proposta Educativa do CNE enquanto Educador. Ao assumir este compromisso, assume-se uma
Missão de Serviço com as devidas implicações – em termos de responsabilidades e de deveres – daí resultantes.
A Missão do Dirigente tem contornos e conteúdos definidos, e procedimentos próprios, os quais importa explicitar;
assim, a Missão do Dirigente desdobra-se em atribuições [conteúdos] e concretiza-se segundo determinadas formas
de actuação [métodos].
Constituem atribuições do Dirigente:
ARQUITECTAR
Organizar o Clã garantindo a integração e funcionamento de todos os elementos do método;
Adaptar a aplicação do método à realidade sócio-cultural local;
Ajustar a organização ao enquadramento comunitário, designadamente paroquial;
Dotar os Chefes de Equipa de competências e espaço para o exercício pleno da sua actividade, remetendo-se
para um papel supervisor e subsidiário;
Garantir a gestão de equilíbrios na organização e composição das Equipas, designadamente nos momentos de
entrada e saída de elementos.
GUARDAR A MISSÃO
Garantir o regular funcionamento dos elementos do método;
Gerar e garantir condições de funcionamento da vida do Clã;
Ser exemplo e modelo de vida.
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ADMINISTRAR A VISÃO
Lançar desafios de desenvolvimento do Clã;
Fazer convergir horizontes e perspectivas pessoais e das Equipas;
Promover a adesão e a perseverança em torno do caminho.
MOTIVAR
Estimular a iniciativa e o desenvolvimento das capacidades pessoais de cada jovem;
Promover, de forma autêntica e não manipulativa, o entusiasmo;
Sugerir vias de exploração e de busca de soluções.
GERAR COMPROMISSOS
Incentivar a autonomia na tomada de decisões;
Promover consciência e consistência na tomada de decisões;
Apelar ao sentido das opções e à coerência para com as mesmas;
Manifestar reciprocidade nos compromissos.
EDUCAR
Estimular a pró-actividade dos jovens;
Ajudar a explorar criativa e realisticamente a tensão entre os sonhos e a realidade;
Fomentar uma cultura de progressão e superação pessoal.
Promover, simultaneamente, a integração na comunidade e a autonomia pessoal;
Educar é, assim, a atribuição nobre de um Dirigente; contudo não pode a mesma ser levada a bom porto
isoladamente, sem o concurso das demais.
CONHECER OS JOVENS
Conhecer as características gerais dos jovens da faixa etária da Secção onde presta serviço - Caminheiros;
Conhecer cada jovem, a sua personalidade e a sua realidade.
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Ser capaz de dar espaço e tempo ao ritmo pessoal de cada jovem.
TRABALHAR EM EQUIPA
Aceitar e promover a partilha de tarefas;
Aceitar partilhar capacidades e resultados;
Aceitar e valorizar as diferenças dos outros;
Aceitar e valorizar a decisão colegial;
Aceitar compromissos que conduzam à convergência de pontos de vista.
TER TEMPO
Para estar com os jovens;
Para corresponder às exigências da função;
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Para acompanhar semanalmente o Clã;
Para comprometer-se por períodos plurianuais.
De uma forma resumida, estas atribuições e formas de actuação do Dirigente podem ser esquematizadas, como um
“8”, em que o “educar” – o seu papel, a sua vocação e missão – se perspectiva quer do ponto de vista das suas
atribuições – “o quê…” – como das suas formas de actuação – “como”.
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ADMINISTRAR A
VISÃO
GUARDAR A MOTIVAR
MISSÃO
O QUÊ…
ARQUITECTA GERAR
R COMPROMISSOS
EDUCA
PERCEPCIONAR E
CONHECER OS JOVENS CONTROLAR O RISCO
COMO…
QUERER APRENDER E
CRESCER COMO TRABALHAR EM EQUIPA
PESSOA
AJUDAR OUTROS A
CRESCER
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Relação Adulto / Jovem
“O Educador, porque é o herói dos seus rapazes, tem uma poderosa alavanca para o seu desenvolvimento, mas ao
mesmo tempo pesa sobre ele uma grande responsabilidade. Os rapazes estão sempre prontos a apanhar as menores
manifestações da sua maneira de ser, sejam elas virtudes ou defeitos. O seu estilo torna-se o deles; a afabilidade ou a
irritação, a alegria sorridente ou o seu entusiasmo impaciente, o domínio da vontade sobre si próprio ou as suas
esporádicas falhas à moral, não são simplesmente notadas, são copiadas pelos seus discípulos.”
O êxito na educação do rapaz depende em grande parte do próprio ‘exemplo pessoal’ do Chefe Escuta.”
Aquilo que cada um é e como é, a maneira como age e lida com os assuntos, a postura perante a vida e a sociedade,
são tudo elementos comportamentais seguramente observados e registados, com minúcia e perspicácia, pelos jovens
Escuteiros.
A tendência normal é o comportamento do Dirigente influenciar, seja pela positiva seja pela negativa, o
comportamento dos jovens, pelo que este deve ter ser presente que lhes serve de exemplo.
É fundamental que o Dirigente se adapte à Secção ao serviço da qual se encontra, devendo o seu comportamento ser
modelado de acordo com a idade e maturidade dos elementos da Secção, dos jovens com quem interage.
ENVOLVIMENTO DO ADULTO
AUTONOMIA DO JOVEM
A finalidade do Escutismo é que o jovem se desenvolva em autonomia, logo o papel do Dirigente não pode ser senão o
da promoção dessa autonomia, sendo que esta relação entre a autonomia do jovem e o envolvimento, ou a
intervenção, do Dirigente deve perspectivar-se de uma forma dinâmica, progressivamente decrescente e
qualitativamente diferenciada, ao longo do percurso educativo do jovem através das Secções.
Dependendo da Secção, há maior ou menor necessidade de “espaço”, mais ou menos graus de liberdade, formas
diferentes de companheirismo e de partilha de cumplicidades. Mas em todas as Secções é fundamental a permanência
e a sensação de presença do Dirigente, que transmite segurança, que “está lá” sempre que for preciso e para o que for
preciso, que está com eles e com eles caminha nos bons (incentivando) e nos maus (orientando) momentos.
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Para que o Dirigente consiga atingir estes objectivos, é necessário que conheça os seus elementos, que crie com eles
relações de proximidade e afinidade. Interessa ser amigo e não ser “o chefe”, o General, aquele que apenas ordena.
Mas ser amigo não representa nem implica qualquer demissão da sua dimensão adulta e educativa. O Dirigente não é
o “amigalhaço” do jovem, o amigo da sua idade, é o seu amigo adulto.
No Escutismo, o Dirigente tem de saber misturar-se com os jovens, sem nunca se deixar confundir com os mesmos,
equilíbrio que é a chave de ouro da relação educativa escutista entre jovens e adultos.
Estilo de Animação
O estilo de animação de um Dirigente, isto é a forma como interage com os jovens, não pode ser abordado de uma
forma meramente pessoal, mas tem de ser visto na perspectiva da missão que quis e quer, abraçar. O estilo indvidual
de animação é um ponto de partida, não uma mera constatação, pois o Escutismo – e neste a relação educativa
adulto / jovem – não se compadece com o exercício reiterado de qualquer estilo de animação, isto é há um estilo de
animação próprio intrínseco à relação educativa adulto / jovem no Escutismo.
E esse estilo de animação é o democrático ou participativo, em que o Dirigente deixa aos jovens o máximo de espaço
para imaginar, decidir, planear, concretizar, avaliar e celebrar, isto é, faculta aos jovens o espaço/ambiente necessário
para que estes possam viver e jogar o jogo escutista.
Assim, deixar aos jovens o máximo de espaço significa, por um lado, que o Dirigente não pode ser autoritário,
directivo ou super-protector, não deixando aos jovens espaço e liberdade para jogar. Uma estrutura rígida pré-
determinada e uma atitude dirigista impossibilitam a existência de oportunidade para que os jovens exerçam a sua
liberdade e desenvolvam a sua autonomia – o jogo escutista não é, assim, possível.
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Por outro lado, o máximo não significa todo o espaço, pois a imensidão de espaço e – consequente – falta de
enquadramento e de referências que constitui uma atitude libertária do estilo laissez-faire, impede igualmente o jogo,
pois não há jogo sem enquadramento, não há jogo sem regras. O desenvolvimento da autonomia responsável ocorre
no encontro – e confronto – dos dinamismos do indivíduo com uma realidade; a inexistência desta sob uma forma
estruturada impede tal desenvolvimento.
Ou seja, o Dirigente tem de garantir aos jovens um espaço de liberdade e iniciativa, mas um espaço onde existem um
enquadramento e regras; só um espaço com todas estas características – que se consubstanciam nos elementos do
método escutista atrás apresentadas – permite jogar o jogo escutista.
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Em conclusão, o papel do Dirigente na relação educativa escutista é o de garante da presença e regular
funcionamento dos elementos constituintes do método escutista, o garante de enquadramento e ambiente para o jogo
escutista.
Despertar a imaginação;
Valorizar a actividade na sua globalidade, “Soprar” ideias;
nunca alterando a sua ideia central; Sugerir iniciativas;
“limar arestas” (organização e Espicaçar o entusiasmo;
planificação) para aumentar as garantias Procurar a dose certa de
de êxito. atracção, aventura e emoção.
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Uma autonomia acompanhada é característica fundamental de um Clã, onde os Caminheiros – jovens adultos –
interagem e vivem comunitariamente em Equipas.
Ecl 3, 1a
Há que ter sempre presente que as actividades devem ser adequadas às idades, estando-lhes
subjacente um percurso evolutivo em matéria de esforço e exigência, e até de apreensão, avaliação e
gestão do risco que lhes está subjacente.
Assim, deve o Dirigente deve saber adequar a ‘fasquia’ da tipologia e da ousadia que se atribui às
actividades, sob pena até de se distorcer e confundir – perante o jovem – a identidade pedagógica
das secções.
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O Adulto Animador da Fé
No Corpo Nacional de Escutas, a Animação da Fé faz-se, em paralelo com o percurso catequético de cada criança e
jovem, pela promoção de um ambiente de convivência e partilha, de momentos de descoberta e contemplação, de
oportunidades de formação e de acção caritativa, de vivência eucarística e sacramental, de oração. Tudo isto, de uma
forma escutista, integrada no processo educativo, num prisma de desenvolvimento pessoal e num ambiente de
vivência comunitária.
A Animação da Fé assenta numa responsabilidade pessoal tripartida: por um lado, temos o Assistente, com um papel
preponderante na orientação pastoral e na promoção da eclesialidade, a quem cumpre ser o guia, o garante, o
‘facilitador’; por outro, temos o jovem, aquele que, à justa medida da sua idade e maturidade, participa, procura,
explora, e se compromete.
Entre estes, está o Dirigente, a quem cumpre ser aquele que quotidianamente propõe, que convida a caminhar
conjuntamente, que testemunha.
Mas, para que tal aconteça com autenticidade e sentido, terá ele também de ser aquele que procura – ele próprio –
crescer no caminho, que procura – ele próprio – crescer na fé, e isso não acontece sem formação, sem vivência
eucarística e sacramental, sem acção caritativa, sem oração.
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Duas questões são aqui fundamentais:
Celebrar;
Caminhar;
Viver.
O testemunho autêntico de vida cristã é a mais pedagógica das ferramentas ao serviço do Dirigente do CNE enquanto
Animador da Fé.
Uma quase autonomia na avaliação e na precaução do risco é o que se espera que caracterize os Caminheiros, pelo que o
Dirigente deve ser aqui subsidiário, embora não possa estar alheio a estes assuntos. Deve recordar, habilitar, orientar, ou, se
necessário, intervir.
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Relação jovem/ jovem
Na maior parte das vezes, a integração dos jovens na IV Secção faz-se sem sobressaltos. Mas as Equipas de
Animação não devem confiar demasiado neste (pseudo) facilitismo da integração. Casos há, em que a passagem de
secção provoca “choques” que acabam na maioria dos casos por se traduzir numa uma apatia, auto-marginalização e
absentismo todos eles com consequências directas ao nível da progressão individual. Em última instância, poderão
levar inclusivamente o abandono do Movimento.
Na integração dos elementos não devemos esquecer alguns aspectos:
• Idade física e idade psicológica;
• Estrato social - Sinais exteriores que possam criar mau estar, acanhamento, problemas de ordem económica,
etc.;
• Centros de interesse
• A sua Equipa de origem e a Equipa para onde vai - os amigos, as ligações afectivas, etc.;
• Casos particulares – Deficiências físicas ou outras, traumas, etnia, etc.
Em casos em que se verifiquem algumas destas situações, é imprescindível o diálogo entre os Dirigentes das Secções
intervenientes e, se necessário for, a análise em reunião de Direcção. Fundamental será a preparação prévia da
integração dos jovens nas Secções
Coeducação
O CNE promove a Coeducação. Mas afinal o que é a Coeducação?
A coeducação é a educação que considera a heterogeneidade. Embora no início, quando se começou a falar de
coeducação apenas se considerasse as diferenças de género, hoje em dia, a coeducação contempla outro tipo de
heterogeneidade: idade, nível sócio-económico, condição física, cultura, etc. Assim, podemos considerar a coeducação
como a educação em conjunto de indivíduos distintos.
Para que haja desenvolvimento e para que este seja equilibrado, o processo educativo deve visar a heterogeneidade e
o contacto com a diferença, sendo que na diversidade se encontra não a desigualdade mas sim a verdadeira riqueza
do mundo.
A prática da coeducação promove a integração, a inclusão e a não discriminação servindo de alicerce a uma nova
sociedade baseada na interacção, cooperação e respeito mútuo.
A coeducação tem em atenção o Caminheiro em si e o modo deste se relacionar com os outros, porque promover a
igualdade de oportunidades não é dar o mesmo a todos, indiferenciadamente, mas sim dar a cada um o que lhe
faz falta.
Numa sociedade habituada a acentuar diferenças sem as tentar compreender, o Escutismo tem o papel importante de
esclarecer essas diferenças e de, através delas, criar novas competências que enriquecem o caminheiro,
individualmente, e, em consequência, contribuem para uma nova sociedade com valores globais e não globalizantes.
Todos os jovens têm necessidades individuais e é ao encontro delas que o Escutismo deve ir.
As unidades devem ser coeducativas desde os Escuteiros que a compõem até às Equipas de Animação. Devem estar
preparadas para trabalhar a diversidade seja ela ao nível do género, da cultura, da forma física ou outra,
proporcionando educação com vista à construção de uma sociedade mais multicultural e tolerante.
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Vantagens da Coeducação no Clã
Ao utilizarmos a Coeducação no Clã, estimulamos nos jovens o desenvolvimento e aperfeiçoamento da relação com o
outro, permitindo que valores como a tolerância, cooperação e respeito mútuo sejam praticados de forma constante.
Mais concretamente, a acção coeducativa permite que cada Caminheiro:
• aprofunde o conhecimento pessoal e dos outros, encarando as potencialidades dos que o rodeiam
(incluindo as suas diferenças) como factor de riqueza;
• desenvolva atitudes de tolerância, confiança, compreensão e aceitação recíprocas, compreendendo
que todos são seres únicos e iguais em dignidade, direitos e obrigações. Isto permite o crescimento
pessoal e desenvolve o respeito mútuo;
• tome consciência da necessidade de todos partilharem responsabilidades em todos os domínios da
vida;
• desenvolva um grau de autonomia que lhe permita assumir, para toda a sua vida, um papel activo de
cooperação e partilha numa relação de amor;
• desenvolva atitudes familiares equilibradas, compreendendo o papel de respeito e aceitação que deve
nortear o relacionamento afectivo;
• decida o seu futuro baseando-se nas suas preferências e aptidões e não na pressão social;
• desenvolva uma estrutura psicológica e moral suficientemente forte para suportar eventuais
discriminações profissionais e sociais que possam surgir.
• Estimular a realização de actividades com todos, que promovam o conhecimento pessoal e do outro e que
estimulem a solidariedade, a cooperação e a partilha:
• Actividades variadas, que ponham plenamente à prova a capacidade física, de forma a todos poderem
compreender que, independentemente do sexo e condição física, todos podem desenvolver variadas aptidões;
• Actividades evitando os papéis tradicionais dos sexos e estimulando a inversão de papeis:
• Actividades de descoberta do meio social envolvente onde a cooperação e corresponsabilização seja um factor
preponderante;
• Partilhar todas as tarefas zelando para que os Caminheiros escolham as tarefas a assumir a partir das suas
preferências pessoais e não baseados papéis sociais estereotipados;
• Incentivar a utilização de imaginários com figuras masculinas e femininas, de várias religiões e contextos
sociais, de forma a que se valorize o papel na evolução da sociedade independente de raça, cor ou credo;
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• Promover o mais possível, através da Lei e dos Princípios, valores como o respeito, a amizade, a tolerância, a
solidariedade;
• Desenvolver o PPV, estimulando a escolha de actividades segundo as preferências pessoais e não segundo
estereótipos sociais com os quais não há identificação;
• Incitar à reflexão sobre as características do outro sexo, a nível social e familiar, e a riqueza que pode advir da
complementaridade e do respeito mútuo;
• Incitar à reflexão sobre a discriminação sexual, racial, social que a sociedade ainda, debatendo os perigos e
injustiças que assim são criados.
Para uma Pedagogia da Coeducação, Lisboa, Ministério da Educação Nacional e Secretaria de Estado da Instrução e
Cultura, 1973.
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