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Apostila 01 – Noções de Conforto e Eficiência Energética I 1

NOÇÕES DE CONFORTO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


O objetivo inicial desta disciplina é introduzir os principais conceitos relativos ao manejo e controle
das condições climáticas que atuam sobre as edificações, tendo como critérios centrais de projeto o
conforto dos usuários e a busca por uma maior sustentabilidade do ambiente construído.

Desde sempre, o homem, ao realizar suas atividades, da mesma forma que precisou enfrentar a força
da gravidade para se locomover, também teve de enfrentar as forças naturais que agiam sobre o
ambiente, procurando proteger-se das chuvas, do calor, do frio e dos ventos.

A flexibilidade e a capacidade de adaptação do corpo humano, contudo, é relativamente frágil


quando comparadas com as dos animais. Estes possuem defesas naturais contra um grande espectro
de climas desfavoráveis.

Assim, por exemplo, o urso, em climas frios, reduz seu metabolismo com o sono. O morcego pode
sobreviver a uma mudança de temperatura em seu corpo de 60°C, enquanto os pássaros regulam o
isolamento térmico de seu corpo, aprisionando bolhas de ar entre suas penas. Quando as
dificuldades se tornam excessivas, migram para ambientes em que a comida e a temperatura são
mais favoráveis para a existência.

Desprovidos desses mecanismos de adaptação naturais, o homem viu-se condicionado a fazer uso de
seu intelecto para desafiar os rigores dos ambientes: ora inventando dispositivos (como o uso de
fogueiras para se esquentar), ora criando vestimentas (como a pele de animais) para se cobrir.

Porém, quando o ser humano substituiu a capacidade de adaptação física dos animais pela
construção de abrigos, criou o mecanismo de defesa mais elaborado contra climas hostis. O abrigo
representava um filtro, uma envoltória de proteção.
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À medida que se deparava com diferentes tipos de clima, as populações primitivas foram
acumulando experiências. Assim, grupos étnicos de origem similar, estabelecidos em regiões
climáticas diferentes, criaram também variadas formas de edificações. Um bom exemplo dessa
situação é aquele fornecido pelas tribos indígenas estabelecidas na América do Norte.

Atualmente, acredita-se que os índios americanos são procedentes da Ásia, sendo que suas ondas
migratórias ocorreram através do estreito de Bering, estabelecendo seus povoados de Norte a Sul do
continente, em que se defrontaram com uma grande diversidade de regiões climáticas: desde o frio
dos territórios do Norte até as áreas mais quentes do Sul; desde as zonas mais áridas do Sudoeste
até as partes mais úmidas do Sudeste.

As tribos que se assentaram na zona polar encontraram um frio extremo e pouco combustível. Diante
dessas circunstâncias, a conservação das fontes de energia converteu-se em algo essencial, sendo que
os abrigos adotaram uma forma muito compacta, com um mínimo de exposição superficial.

O iglu dos esquimós constitui uma solução muito conhecida ao problema da sobrevivência em zonas
geladas. Estes refúgios baixos e de forma semi-esférica desviam os ventos e aproveitam a capacidade
isolante da neve que os rodeia. Possuem pequenas aberturas (apenas para garantir a necessária
renovação do ar), sendo que os túneis de saída desses refúgios orientam-se desviados da trajetória
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dos ventos, para evitar as correntes de ar e a saída do ar mais quente produzido no seu interior (pelo
corpo humano e/ou por outra fonte de calor).

Na zona temperada, com um clima mais favorável,


existiam menos condicionantes térmicos para seus
habitantes – o que se traduziu em maior liberdade para a
criação de abrigos. Assim, as aldeias dos habitantes dos
bosques e planícies organizavam-se de uma forma livre e
espalhada. Cada habitação unitária, por sua vez, era
constituída por uma estrutura de mastros, disposta em
forma cônica, coberta de peles para proteger-se do vento
ou da chuva. Uma única fonte de calor era capaz de
aquecer as tendas, que podiam ser transportadas
facilmente durante as migrações.

Por outro lado, as zonas quentes e úmidas apresentavam dois problemas básicos aos seus
habitantes: fugir da excessiva radiação solar e permitir a evaporação das altas taxas de umidade.

Para solucionar esses dois aspectos, as tribos do Sudeste organizavam as aldeias criando sombras e
de forma a não impedir o movimento do ar livre (pois a ventilação é que garantiria a evaporação da
umidade). Assim, também construíam suas habitações de forma isolada, aproveitando as sombras
formadas pela flora existente. As edificações contavam com grandes telhados, cobertos por folhas,
para proteger-se do sol. Além disso, a extensa superfície e inclinação dos telhados protegiam as
cabanas contra as chuvas. Já os pisos eram construídos separados da terra, de maneira a permitir a
circulação do ar e mantê-los secos. Seguindo esse mesmo raciocínio, as habitações não tinham
paredes (que poderiam impedir a passagem do ar).

Em contrapartida, o assentamento nas zonas áridas e muito quentes colocava fortes limitações à
construção das habitações no Sudoeste: insolação excessiva, baixa umidade relativa do ar, presença
de ventos quentes contendo poeira e grande diferença de temperaturas entre dia e noite.

A solução encontrada por essas tribos – também chamadas de pueblos – para reduzir o impacto do
calor foi agrupar as edificações para proteção mútua, diminuindo a superfície de exposição e criando
mais áreas de sombra. Da mesma forma, as paredes e os tetos das edificações eram feitos em adobe,
proporcionando um alto grau de isolamento e atrasando o impacto térmico durante muitas horas.
Assim, era possível controlar os picos de temperatura. Aberturas pequenas garantiam a iluminação
dos ambientes, sem que entrasse insolação em excesso. Além disso, as organizações orientavam-se,
geralmente, ao longo de um eixo Leste-Oeste, voltadas para o Sul. Fazendo isso, conseguiam reduzir,
durante o verão, o impacto do calor da manhã e da tarde a dois muros extremos. E, ao mesmo
tempo, aproveitavam, durante o inverno, a máxima insolação, quando o calor proporcionando pelos
baixos raios solares é bem-vindo.

Algumas dessas tribos, como o Pueblo Bonito e o Pueblo da Mesa Verde, construíram suas
habitações protegidas do sol por encostas de pedra, de forma a sombrear a incidência dos raios
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solares no verão quente e seco. No inverno, a inclinação mais baixa do sol permite sua entrada nas
habitações, aquecendo-as durante o dia. Além disso, o calor armazenado na rocha das encostas
durante o dia é devolvido ao interior das habitações à noite, quando a temperatura cai.

Pueblo Bonito

Pueblo da Mesa Verde

As edificações comunitárias, como a


Kiwa (sala de reuniões), contavam com
outro dispositivo: uma fogueira aquecia
o ar que, ao subir, induzia a entrada de
uma corrente de ar fresco (porque
protegido do sol pelas edificações
vizinhas) para o interior.

Como pode ser visualizado nas imagens,


o Pueblo Taos seguia os mesmos
princípios de organização: agrupamento
compacto para obter ambiente interno
com variação mínima de temperatura;
aberturas voltadas para a fachada Sul, de maneira a aproveitar o sol no inverno; orientação Norte com
exposição mínima aos ventos frios; paredes maciças que retardavam a passagem do calor para a
edificação; presença de dutos de ventos; edificações sobrepostas que criavam áreas de sombra e, ao
mesmo tempo, diminuíam a superfície de exposição.
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Pueblo Taos

A partir da observação dessas tipologias básicas utilizadas pelos índios norte-americanos em


diferentes regiões, destaca-se a grande habilidade que possuíam as tribos para adaptar seus abrigos
às dificuldades específicas de seu entorno particular. Como conseqüência, surgiram expressões
construtivas com forte caráter regional. Contudo, é importante perceber que a preocupação com o
clima era inerente à construção das habitações vernaculares em todo o mundo.

Na província de Honnan, situada ao Norte da


China, por exemplo, as populações depararam-
se com um clima extremo: longos e frios
invernos, agravados por tempestades de
vento; enquanto o verão possui alta insolação.
Para enfrentar essas dificuldades, as
edificações foram construídas embaixo da
terra, aproveitando a temperatura mais amena
do solo (que compensa os extremos da
temperatura do ar – alta durante o dia e baixa
à noite). As edificações foram escavadas ao
redor de pátios, para os quais se abrem os vãos
que proporcionam ventilação e iluminação.
Além disso, a orientação, o tamanho e a forma
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dos pátios permitem a entrada do sol baixo do inverno. Assim, as edificações são quentes no inverno
e frias no verão (quando não recebem insolação direta). É desta forma que estão construídos todos
os equipamentos urbanos, tais como fábricas, escolas, hotéis e repartições públicas. Vista de cima, a
cidade mostra apenas os pátios das tipologias arquitetônicas.

Outro exemplo que evidencia um profundo conhecimento do lugar é o da Medina de Casablanca, em


Marrocos, pois o traçado da cidade busca aproveitar a topografia do sítio de implantação: as ruas
canalizam os ventos necessários para a ventilação (brisas marinhas) e impedem a passagem de
outros ventos inconvenientes (aqueles que transportam poeira do deserto). Além disso, as ruas são
estreitas a fim de proporcionar sombra, ao passo que os materiais de construção possuem elevada
inércia térmica.

Já as tribos do Amazonas, no Brasil, enfrentaram um clima de características diferentes: quente e


úmido. Nesse tipo de situação, o impacto da radiação direta é menos intenso, enquanto a radiação
difusa aumenta. As constantes precipitações e as altas taxas de umidade são os principais problemas.
Por causa disso, as edificações surgem isoladas umas das outras, proporcionando a livre circulação de
ar. Seu teto (um grande pára-sol à prova de água) constitui o elemento de maior proteção: é sob os
limites da projeção de sua sombra que ocorre a ocupação. Os pisos elevados garantem a evaporação
da água presente no solo, criando ainda uma corrente de convecção (o ar aquecido torna-se mais
leve, tendendo a subir e a sair pela cobertura). Como a necessidade é de muita ventilação, as
aberturas devem ser as maiores possíveis e os fechamentos leves.
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Enfim, considerando os vários exemplos observados, embora existam variações, fruto de tradições
locais, é possível afirmar que, em geral, a habitação autóctone nasce de sua relação com o entorno.
Na verdade, até o final do século XIX, o arquiteto ainda se via, de certo modo, obrigado a considerar as
condições climáticas: era preciso reconhecer os efeitos positivos e negativos do clima para o
desenvolvimento de estratégias adequadas ao seu aproveitamento ou rejeição.

Foi o rápido desenvolvimento tecnológico pós-Revolução Industrial que mudou essa situação. A
partir de então, o arquiteto foi liberado para buscar outros paradigmas que não os resultantes das
considerações dos elementos naturais e/ou das técnicas construtivas locais.

Os novos materiais, como o aço e o concreto armado, passaram a substituir a tradição de se construir
em alvenaria de pedra ou de tijolos (dominante desde o Egito antigo até o século XIX) no mundo
ocidental. Já a evolução da produção de vidro e, posteriormente, o advento da luz elétrica contribuíram
para retirar a função térmica da envoltória e passá-la aos sistemas mecânicos de aquecimento e de
refrigeração – substituindo as aberturas na função de fontes primárias de luz e ventos.

No período entre guerras, surgiu o Estilo Internacional – marcado por soluções padronizadas de
edificações em aço, concreto e vidro. Várias gerações de profissionais seguiram esse tipo de
formalismo em todo o mundo, internacionalizando o que era distinto para algumas localidades. O
conseqüente edifício “estufa” foi então exportado como símbolo de desenvolvimento, assim como
sistemas sofisticados de condicionamento de ar e grandes estruturas de aço e concreto, sem sofrer
readaptações às características culturais e climáticas do local de destino.

Devemos compreender que a implantação generalizada dessas tipologias deve realizar-se com maior
cuidado. Afinal, estas soluções têm sua origem como resposta a climas frios e podem causar graves
problemas quando são adotadas como símbolos equivocados de progresso cultural. Ficam as
perguntas: Você usaria a mesma roupa no inverno de Gramado (RS) e no verão de Fortaleza (CE)?
Então por que a edificação deveria vestir a “mesma roupa” em diferentes climas?

Edifícios-sede do banco HSBC em Londres, Cingapura e São Paulo, respectivamente


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O arquiteto permaneceu nesta posição bastante “cômoda” perante os problemas de adequação do


edifício ao clima até a crise de energia da década de 1970, quando o embargo do petróleo atentou a
sociedade em relação à dependência energética.

Para superar a crise nacional, a produção de eletricidade teve


de crescer muito desde então. Porém, esta alternativa traz os
inconvenientes do impacto ambiental causado por novas
usinas, tais como: possíveis inundações e deslocamento de
populações (no caso das hidrelétricas), a poluição e os riscos
com a segurança pública (termoelétricas e nucleares). Além
disso, a exigência de grandes investimentos do governo nestes
projetos implica a redução dos investimentos em outras áreas
(saúde, educação, habitação), contrariando a idéia de
progresso embutida nessa política.

A alternativa que se mostra mais adequada a esse quadro é aumentar a eficiência no uso da energia.
Economizar energia é mais barato que fornecê-la, pois se reduzem as necessidades de gastos do setor
público, passando aos fabricantes de equipamentos e aos consumidores os investimentos necessários.

Observando o consumo de energia elétrica no Brasil, verifica-se que 46,7% é utilizada por edificações
residenciais, comerciais e públicas. Isso representa um grande potencial de economia, e depende da
mudança de estratégias projetuais com o desenvolvimento de novas soluções.

Se para o cliente ou investidor, o apoio a uma posição de uso mais eficiente da energia passa apenas
por uma análise de custo/benefício, para o arquiteto, a questão assume outra magnitude: exige uma
reavaliação dos métodos e estratégias de projeto, bem como a retomada de conhecimentos básicos
para o resgate de sua função de projetista integrador.

Nesse sentido, um processo lógico de concepção seria trabalhar com as forças da natureza e não
contra elas, aproveitando suas potencialidades para criar condições de vida adequadas.

O objetivo é reduzir tensões desnecessárias existentes no ambiente, aproveitando todos os recursos


naturais que favorecem o conforto humano, em busca de seu equilíbrio.

Raras vezes é possível alcançar o equilíbrio perfeito, porém, é possível reduzir os impactos. O desafio
do arquiteto, então, consiste em aplicar os conhecimentos em uma situação de projeto específica.

Para auxiliar, podemos seguir algumas escalas de análise (que correspondem à própria maneira como
as disciplinas da área de Conforto Ambiental foram estruturadas):

1. Análise dos dados climáticos, tanto de uma região quanto em relação à escala da edificação.
2. Avaliação biológica, ou seja, conhecimento das sensações humanas frente às diversas condições
climáticas.
3. Conhecimento das soluções tecnológicas, isto é, dos mecanismos que possibilitam a obtenção de
conforto térmico, lumínico e acústico.
4. E, por fim, aplicação arquitetônica, sintetizando os aspectos estudados.

O primeiro passo, portanto, consiste em estudar a relação entre Arquitetura e Clima.

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