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Intervenção Psicológica no
Acompanhamento Hospitalar
de uma Criança Queimada
Psychological Intervention in the Hospital
Accompaniment of a Burnt Child

Intervención Psicológica en el Acompañamiento


Hospitalario de un Niño Quemado

Adriano Valério dos


Santos Azevêdo & Ana
Flávia Trindade dos
Santos

Universidade
Federal de Sergipe
Artigo

PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2011, 31 (2), 328-339


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PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO, Adriano Valério dos Santos Azevêdo & Ana Flávia Trindade dos Santos
2011, 31 (2), 328-339

Resumo: A teoria cognitivo-comportamental destaca a interação de processos cognitivos, afetivos e


comportamentais no funcionamento psicológico. O presente estudo objetivou analisar um modelo de
intervenção psicológica no acompanhamento hospitalar de uma criança queimada. Foram utilizadas as
seguintes técnicas: entrevista motivacional, mapa de rosto de sentimentos, jardim de flor de pensamentos,
Escala Numérica de Relato Verbal para Avaliação da Dor, treino de relaxamento e informações psicoeducativas.
A análise de dados indicou que a intervenção se mostrou efetiva e que a criança desenvolveu habilidades
adaptativas que contribuíram para a adesão ao tratamento na unidade hospitalar e para o manejo da
dor. Recomenda-se a aplicação dessas técnicas de intervenção nas unidades de pediatria hospitalar para
verificar a necessidade de adaptações. Acredita-se que as intervenções cognitivo-comportamentais podem
ser utilizadas no ambiente hospitalar devido às suas contribuições para a recuperação da saúde integral da
criança hospitalizada.
Palavras-chave: Intervenção psicológica. Criança hospitalizada. Queimaduras. Saúde infantil.

Abstract: The behavioral-cognitive theory highlights the interaction of cognitive, affective and behavioral
processes in the psychological functioning. The present study had as objective the analysis of a model
of psychological intervention in the hospital accompaniment of a burnt child. The following techniques
were used: motivational interview, face map of feelings, flower garden of thoughts, Numerical Scale for
Pain Evaluation, relaxation training, and educative information. The analysis of the data indicated that the
intervention was effective, that the child developed adaptative abilities that contributed to the adhesion to
the treatment in a hospital unit and to the handling of pain. It is recommended the use of these techniques
of intervention in the units of hospital pediatrics to verify the necessity of adaptations. We believe that the
behavioral-cognitive intervention can be used in the hospital environment, due to its contributions for the
recovery of the hospitalized child integral health.
Keywords: Psychological intervention. Hospitalized child. Burns. Child health

Resumen: La teoría cognitivo comportamental destaca la interacción de procesos cognitivos, afectivos y


de comportamiento en el funcionamiento psicológico. El presente estudio objetivó analizar un modelo de
intervención psicológica en el acompañamiento hospitalario de un niño quemado. Fueron utilizadas las
siguientes técnicas: entrevista motivacional, mapa de rostro de sentimientos, jardín de flor de pensamientos,
Escala Numérica de Relato Verbal para Evaluación del Dolor, entrenamiento de relajación, y las informaciones
psico-educativas. El análisis de datos indicó que la intervención se mostró efectiva, el niño desarrolló
habilidades adaptativas que contribuyeron para la adhesión al tratamiento en la unidad hospitalaria
y manejo del dolor. Se recomienda la aplicación de estas técnicas de intervención en las unidades de
pediatría hospitalaria para verificar la necesidad de adaptaciones. Se cree que las intervenciones cognitivas
de comportamiento pueden ser utilizadas en el ambiente hospitalario, debido a sus contribuciones para la
recuperación de la salud integral del niño hospitalizado.
Palabras clave: Intervención psicológica. Niño hospitalizado. Quemaduras. Bienestar del nino.

Os principais estudos na área da Psicologia A situação de adoecimento e hospitalização


pediátrica destacaram as reações das crianças ocasiona na criança sofrimento emocional
provocadas pelo processo de hospitalização, e físico decorrente das características do
tais como mudanças no humor, sensações ambiente hospitalar, da sensação de abandono,
de medo, regressões no comportamento, da perda da identidade e da ruptura do núcleo
agressividade, transtornos do sono e déficit nas familiar (Camon, 2006; Chiattone, 2003; Dias,
habilidades sociais, considerando relevante Baptista, & Baptista, 2003). Na hospitalização
a presença do acompanhante, representada para o tratamento de queimaduras, a criança
com frequência pela genitora, que compartilha pode desenvolver sensações de medo em
com o filho momentos de ansiedade (Barros, virtude dos procedimentos invasivos que são
1999; Crepaldi, Rabuske, & Gabarra, 2006; utilizados na área queimada pela equipe de
Lindquist, 1993; Quiles & Carrilo, 2000; saúde.
Roberts & Steele, 2009; Seagull, 2000). Dessa
forma, o período relacionado à hospitalização A queimadura representa uma lesão provocada
durante as primeiras fases do desenvolvimento por agentes externos que incluem o fogo,
humano repercute nos aspectos cognitivos, o choque elétrico, os produtos químicos e
emocionais e comportamentais da criança. os demais fatores que danificam a pele e

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suas estruturas internas (Borges, 1995). A Ferreira, & Carvalho, 2007; Weinberg, Birdsall,
área lesionada deve ser avaliada conforme Vail, Marano, Petrone, & Mansour, 2000). Os
sua profundidade, a partir das classificações pacientes hospitalizados com queimaduras
de 1º, 2º e 3º graus, sendo as duas últimas podem apresentar dificuldades no manejo da
consideradas mais graves, e quanto à extensão, dor, tendo em vista que as sensações dolorosas
atribuindo-se um escore quantitativo que se podem ser percebidas com intensidade mesmo
relaciona entre pequeno, médio e grande diante de lesões no corpo que já se encontram
queimado. cicatrizadas. Assim, considera-se fundamental
o atendimento psicológico para pacientes que
Destaca-se que a dor representa um fenômeno apresentam sofrimento psíquico secundário na
vivenciado pelos pacientes hospitalizados presença de uma doença física.
com queimaduras. A International Association
for Study of Pain (IASP, 1979) ressaltou que
A teoria cognitivo-comportamental focaliza
as sensações dolorosas estão ligadas a uma
a identificação, a análise e a modificação
lesão nas áreas do corpo que é percebida
dos processos mentais relacionados ao
de maneira distinta pelas pessoas. No que
pensamento, aos sentimentos e ao
se refere ao fenômeno da dor, a percepção
comportamento do indivíduo por meio
do indivíduo acerca de uma sensação
de um enfoque educativo, com diferentes
desagradável no corpo envolve a interação de
técnicas terapêuticas para promover mudanças
fatores fisiológicos e psicológicos. A noção de
cognitivas e comportamentais (Beck, 1976). O
doença parte do pressuposto de que a mente
e o corpo estão integrados na vivência do princípio central baseia-se no funcionamento
indivíduo e desempenham um papel relevante dinâmico da cognição proveniente das
na manutenção e na evolução do quadro interpretações que os indivíduos atribuem
clínico, de tal modo que as repercussões as suas experiências. As aplicações das
psicológicas de uma experiência ocasionam o intervenções cognitivo-comportamentais
surgimento de uma doença física (Mello-Filho, demonstraram eficácia para o tratamento de
2002) ou as vivências em situações traumáticas diversos transtornos clínicos, e a sua utilização
provocam reações corporais e psicológicas no nos ambientes de saúde, em pacientes com
indivíduo. doenças crônicas, tais como câncer (Maguire,
Hopwood, Tarrier, & Howell, 1985; Scott,
Na literatura consultada, os autores destacaram 1994; Worden, 1987), síndrome do intestino
a importância de reconhecer o papel das irritável (Schwartz & Blanchard, 1986) e
emoções, considerando que as sensações artrite reumatóide (Bradley, 1985) apontou
desagradáveis no corpo integram um conteúdo os avanços que ocorreram na intervenção em
psicológico quando a criança começa a Psicologia da saúde. Dados positivos indicaram
expressar os afetos por meio dos impulsos que os pacientes apresentaram qualidade
agressivos como o choro e o grito de dor de vida, adaptação e enfrentamento das
física e de sofrimento emocional (Ballone, condições adversas das doenças, considerando
2007; Jeammet, Reynaud, & Michel, 2000). a importância de novas pesquisas para verificar
Outras pesquisas destacaram a importância quais estratégias de intervenção podem ser
de compreender os sentimentos do paciente desenvolvidas. O estudo teórico de Ritvo,
queimado diante das sensações de dor e Irvine, Katz e Shaw (2003) apresentou a
ansiedade, devido aos estressores físicos estrutura básica de um programa de grupo para
provenientes das mudanças fisiológicas o atendimento de pacientes em tratamento
do corpo, e dos estressores psicológicos médico, sendo o principal foco a promoção
que repercutem nas alterações do humor da saúde e o desenvolvimento de habilidades
e comportamento (Carlucci, Rossi, Ficher, adaptativas.

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Poucas publicações se referiram ao uso dessas psicológicos permitiram delimitar as estratégias


intervenções em pacientes hospitalizados, e de intervenção.
alguns estudos enfatizam as sessões de grupo
(Browder, 2003; Freeman, Schrodt, Gilson, O presente artigo descreve um relato de
& Ludgate, 1993) e individuais (Blackburn, pesquisa proveniente da atuação no Serviço
1994; Scott, 1994; Walker & Healy, 1980). de Psicologia do Hospital de Urgências de
Os dados destacaram as contribuições do Sergipe (HUSE), na Unidade de Tratamento
atendimento psicológico hospitalar, mas o de Queimados (UTQ). Utilizou-se o delinea-
número limitado de amostras provenientes mento de estudo de caso com base nos
de autores internacionais revela a necessidade procedimentos utilizados no processo de
de mais pesquisas na área. A importância intervenção psicológica.
dos planos de tratamento, a formulação de
casos clínicos, a aplicação de técnicas de Método
psicoeducação e relaxamento e os registros das
sessões, acompanhando os resultados obtidos, Participante
representam os principais pontos destacados
nesses estudos. É importante ressaltar que, Procurou-se ilustrar o caso clínico por meio de
na literatura (Gorayeb & Guerrelhas, 2003; um nome fictício, Laurence, sexo feminino,
Myiasaki, Domingos, & Caballo, 2001), as 07 anos, hospitalizada na UTQ, vítima de
recomendações para a atuação do psicólogo queimaduras de 2º e 3º graus nos membros
nos ambientes hospitalares priorizam o inferiores, com o diagnóstico de grande
desenvolvimento de pesquisas e a avaliação queimada. A equipe de saúde dessa unidade
constante das intervenções. Verifica-se a hospitalar solicitou um parecer psicológico
relevância de analisar as técnicas utilizadas que descrevesse os seguintes comportamentos
pelo psicólogo no hospital para estabelecer da criança: manifestações de choro, queixas
diretrizes que possam facilitar a atuação frequentes relacionadas a dor nas áreas
profissional visando a contribuir para a do corpo que estavam em processo de
sistematização das intervenções. cicatrização e dificuldade de adaptação nos
procedimentos técnicos do setor. Iniciou-
Este estudo objetivou analisar um modelo se a discussão desse caso clínico com a
de intervenção psicológica utilizado no equipe de saúde para, em seguida, realizar o
acompanhamento hospitalar de uma planejamento das intervenções.
criança queimada. O termo modelo integra
concepções teóricas e um conjunto de técnicas Instrumentos
e procedimentos para orientar o planejamento
e a avaliação das intervenções. Acredita-se que No acompanhamento psicológico hospitalar,
o indivíduo hospitalizado precisa desenvolver foram utilizadas as seguintes técnicas: entrevista
estratégias para auxiliar a adesão ao tratamento motivacional (Stallard, 2007), mapa de rosto
e a reinserção no ambiente familiar e social. de sentimentos (Bernard & Joyce, 1984),
Foram incluídas, nessa proposta de intervenção, jardim de flor de pensamentos (Friedberg &
técnicas cognitivo-comportamentais para Mcclauren, 2004), Escala Numérica de Relato
crianças. Contribuições teóricas de Bandura Verbal para Avaliação da Dor (Greenberger
(1962) acerca da aprendizagem social pela & Padesky, 1999), treino de relaxamento
observação, os estudos sobre técnicas de autógeno (Shultz, 1967) com a respiração
mudanças comportamentais elaboradas diafragmática e as informações psicoeducativas
por Skinner (1995) e os avanços na teoria relativas às orientações para a criança acerca de
cognitiva (Beck & Alford, 2000) acerca procedimentos da unidade hospitalar, visando
do intermédio da cognição nos processos a facilitar a adesão ao tratamento.

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Procedimentos 1984; Friedberg & Mcclauren, 2004) foram


os instrumentos utilizados para estabelecer
Foram realizados 24 atendimentos psicológicos o vínculo com a criança e identificar as
com a criança em uma enfermaria de situações, os pensamentos, sentimentos e
queimados com periodicidade semanal em comportamentos de forma criativa. No mapa
dias alternados, incluindo a participação da de rostos, solicitou-se à criança que desenhasse
acompanhante, representada pela genitora, um círculo em uma folha em branco e fizesse
e a equipe de saúde. Destaca-se que o uma expressão facial; em seguida, identificava-
acompanhamento psicológico hospitalar se o sentimento atribuindo-lhe um escore
apresenta peculiaridades tais como: a de 0 a 10. Buscou-se também identificar
ocorrência do atendimento em qualquer o sentimento por meio do relato verbal da
espaço do hospital; o número de sessões criança, e, em seguida, quantificá-lo no círculo
dependente dos objetivos definidos pelo em branco com lápis colorido.
psicólogo; os dias, os horários e o tempo
destinados ao atendimento podem sofrer No jardim de flor de pensamentos, a criança foi
variações; o contrato terapêutico é realizado solicitada a desenhar um solo que representava
nas entrevistas iniciais, mas a continuidade uma situação em que o talo indicava o
do atendimento depende exclusivamente pensamento, e a flor, o sentimento, registrando-
do período em que o paciente permanece se em seguida o seu comportamento, e, com o
hospitalizado, e o atendimento psicológico lápis colorido, era ilustrado o desenho, o que
pode ter início a partir da solicitação da equipe permitiu facilitar seu entendimento acerca
de saúde ou por meio das atividades de rotina da técnica. Outro instrumento utilizado foi
do psicólogo hospitalar, quando este identifica uma escala numérica de 0 a 10, adaptada do
essa demanda diante da sua integração modelo de Greenberger e Padesky (1999) para
permanente em uma equipe multiprofissional. avaliar os níveis da dor (leve, médio, intenso)
através do relato verbal da criança, quando
A criança permaneceu hospitalizada durante esta identificava a área do corpo avaliando o
três meses, e o processo de intervenção ocorreu nível da dor com a escala.
a partir do segundo mês de hospitalização,
sendo esse vínculo finalizado no momento Utilizou-se o treino de relaxamento autógeno
da alta hospitalar, totalizando oito semanas (Shultz, 1967) para tensionar e relaxar partes do
de atendimento psicológico. Buscou-se corpo da criança por meio da sua imaginação;
estabelecer o contato inicial com a equipe inicialmente, a criança foi solicitada a identificar
de saúde e com a genitora para obter uma região do corpo e a imaginar sensações
informações sobre a criança. A entrevista de dor e, em seguida, de ausência de dor.
motivacional desenvolvida por Stallard (2007), Optou-se por essa estratégia devido à situação
que tem o objetivo de identificar processos atual que se encontrava a criança, que
de mudança no indivíduo, foi utilizada para sentia dificuldade de lidar com a dor. Com
conhecer a percepção da criança acerca da maior frequência, foi utilizada a respiração
situação de adoecimento, e foi realizada por diafragmática, que consiste em focalizar
meio do relato verbal e da solicitação de um o processo de respiração para minimizar
desenho, buscando identificar seu interesse tensões nas esferas fisiológicas e psicológicas,
para promover mudanças visando à adesão quando o indivíduo começa a identificar as
ao tratamento. sensações no corpo. A respiração se torna
mais lenta e a pressão sanguínea diminui,
O mapa de rosto de sentimentos e o jardim propiciando efeito calmante, principalmente
de flor de pensamentos (Bernard & Joyce, quando são apresentadas frases que levam o

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paciente a perceber o relaxamento do corpo, um caso relevante para estudo por ser único e
procedimento realizado nesse estudo de caso. ainda não evidenciado na literatura científica,
o que justifica o delineamento utilizado para
De acordo com Guimarães (2001), o exercício investigação.
de relaxamento possibilita a identificação,
pelo paciente, dos níveis de inspiração e de Resultados
expiração, assim como da percepção das
sensações do organismo. Foram apresentadas Diante das informações obtidas com a equipe
as seguintes instruções para a criança: feche os de saúde, buscou-se estabelecer o contato
De olhos e preste atenção no ar que entra e sai do com a genitora, que se mostrou receptiva
acordo com
seu corpo; imagine um balão no seu abdômen, ao diálogo destacando as reações de choro
Guimarães
(2001), o e, quando você inspirar, estará enchendo-o, e tristeza da criança, o que indicava que
exercício de e, ao expirar lentamente, pense que você está percebia a importância do acompanhamento
relaxamento
apagando uma vela e sentindo o seu corpo psicológico. A criança apresentava um déficit
possibilita a
identificação, relaxado. A criança foi orientada a praticar a de habilidades na expressão verbal, mas
pelo paciente, respiração diafragmática, principalmente nas relatou que vivenciava períodos intensos
dos níveis de
situações que envolviam os procedimentos de dor provocados pelos procedimentos
inspiração e
de expiração, de rotina do setor, tais como a realização de realizados na unidade hospitalar, sendo que
assim como da curativos na enfermaria hospitalar. A genitora as sensações dolorosas se iniciavam após a
percepção das
também foi orientada para acompanhar a realização do curativo no centro cirúrgico.
sensações do
organismo. criança durante esse exercício de respiração.
Na entrevista motivacional, foram abordadas
Utilizaram-se as informações psicoeducativas, questões acerca da percepção da criança
informando à criança a importância de no que se refere à situação de adoecimento
continuar com o tratamento da queimadura na e hospitalização, assim como seu interesse
unidade hospitalar, com o objetivo de facilitar para iniciar mudanças visando à adesão ao
sua integração nos procedimentos do setor e tratamento. A criança desenhou sua imagem
de fortalecer os vínculos com o acompanhante corporal em uma folha em branco, destacando
e com equipe de saúde. As orientações à os membros inferiores comprometidos pela
genitora foram dadas visando a facilitar o queimadura, que impossibilitavam sua
manejo das situações vivenciadas no período locomoção, e mostrou-se cooperativa ao relatar
de hospitalização com a criança, priorizando- seu interesse para participar do tratamento das
se a expressão dos vínculos afetivos, o apoio queimaduras. As situações de crise geralmente
e o reforço de comportamentos adaptativos ocorriam durante o período da manhã,
da criança, com base nas estratégias para com o choro prolongado que representava
orientação de pais utilizadas na abordagem a intensidade da dor. Assim, buscou-se
cognitivo-comportamental. permanecer ao lado da criança para entender
essa vivência por meio de uma compreensão
A publicação deste estudo foi aprovada empática, e esse procedimento possibilitou
pelo Comitê de Ética e Pesquisa com desenvolver o processo de vinculação entre o
Seres Humanos da instituição hospitalar. A psicólogo e a díade (mãe/criança).
estrutura metodológica do estudo de caso foi
fundamentada em uma investigação empírica, O diagnóstico da queimadura indicava um
por meio de um conjunto de técnicas e tratamento longo devido às lesões na pele que
de procedimentos que visavam à geração necessitavam de cirurgia plástica de enxerto
de dados e à busca de evidências, pontos para recomposição das áreas lesionadas.
recomendados por Yin (2004). Trata-se de Destaca-se que algumas áreas do corpo

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estavam cicatrizadas, mas a criança indicava a presença de sensações dolorosas no membro inferior
esquerdo. Dessa forma, foi possível perceber que a criança apresentava repercussões fisiológicas e
psicológicas da dor, provavelmente oriundas da experiência traumática provocada pela queimadura.
Essas pressuposições foram compartilhadas com os profissionais de saúde da unidade hospitalar,
que demonstraram interesse nessa informação.

No contato interdisciplinar com a fisioterapeuta, iniciou-se um breve relato do caso clínico, diante
do fato de as queixas principais estarem relacionadas com a dificuldade da criança no procedimento
fisioterapêutico e diante da necessidade que a profissional manifestou para o aprimoramento da
sua relação no atendimento infantil. Com os demais integrantes da equipe de saúde, procurou-se
compartilhar informações educativas sobre a hospitalização infantil, destacando a importância do
contato empático desses profissionais na relação com a criança, para que fosse possível compreender
as reações psicológicas provenientes do processo de hospitalização. As técnicas de intervenção
foram utilizadas com aplicações criativas para facilitar o entendimento da criança acerca das relações
entre pensamentos, sentimentos e comportamentos. A transcrição dos dados, a verificação e a
comparação dos escores representaram os principais critérios para a correção dos instrumentos.

A Tabela 1 apresenta uma síntese dos dados obtidos no acompanhamento psicológico. Verificou-se
que, na primeira semana, a criança demonstrou receptividade durante a aplicação das técnicas.
Utilizou-se o mapa de rosto de sentimentos no início de cada atendimento psicológico para
identificar as emoções e, em seguida, o jardim de for de pensamentos para destacar as situações
típicas vivenciadas pela criança, como, por exemplo, a realização de curativos e a sua forma de
comunicação com a equipe de saúde. O treino de relaxamento autógeno foi utilizado nas fases
iniciais dos atendimentos, assim como a respiração diafragmática, que foi mantida durante o
período de acompanhamento hospitalar. A criança relatou as sensações agradáveis, e destaca-se
que não foi evidenciada a presença de dor no corpo; assim, essas técnicas promoveram a distração,
a capacidade de lidar com a dor e o controle da respiração.

Tabela 1. Dados obtidos no acompanhamento psicológico

1ª semana
A criança demonstrou interesse para participar do tratamento das queimaduras/ Identificou
pensamentos, sentimentos e comportamentos/ Mostrou-se receptiva à técnica de relaxamento/
Identificou os níveis da dor com a escala numérica

2ª - 3ª semanas
A criança apresentou receptividade com a equipe de saúde/ Capacidade de lidar com a dor/
Adesão aos procedimentos do setor relacionados aos curativos e à fisioterapia/ Reestruturou
pensamentos e compreendeu as informações psicoeducativas

4ª - 8ª semanas
A criança desenvolveu habilidades adaptativas durante a fisioterapia e na fase pós-cirúrgica/
Entendeu a existência de áreas cicatrizadas no corpo/ Apresentou mudanças positivas no humor
e no comportamento

Entre a segunda e a terceira semanas, a criança estabeleceu comunicação com a equipe de saúde,
e isso contribuiu para a adesão ao tratamento e para a reestruturação de pensamentos relacionados
aos procedimentos técnicos do setor. Verificou-se que as intervenções da fisioterapia e os curativos

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diários despertavam na criança sensações de medo que ocasionavam a dor no corpo. Dessa forma,
procurou-se registrar esses eventos com o uso da técnica do jardim de flor de pensamentos, o
que possibilitou iniciar um questionamento com a criança visando a atribuir respostas adaptativas,
auxiliando sua preparação para o enfrentamento dessas situações. Em uma sessão, Laurence
identificou a seguinte situação: “O exercício da fisioterapeuta”, o pensamento: “Eu não quero
fazer, vai doer”; sentimento: “medo”; comportamento: “Fica chorando através de gritos”. A criança
foi solicitada a indicar o local doloroso atribuindo o escore (0-10) por meio da Escala Numérica
de Relato Verbal, e foram discutidas as contribuições desse procedimento para sua recuperação.
Laurence descreveu a seguinte resposta adaptativa: “Pode doer um pouco, mas vai passar, eu quero
ir para minha casa e escola”. Nesse momento, a criança identificou a situação geradora de medo,
e, a partir disso, foi possível promover a reestruturação cognitiva com mudanças na maneira de
perceber os eventos, tendo ela considerado importante a realização dos procedimentos técnicos
da unidade hospitalar.

O desenvolvimento de habilidades adaptativas durante a fisioterapia predominou entre a quarta e


a oitava semanas, assim como no período pós-cirúrgico, quando precisou ficar durante três dias em
uma posição específica para contribuir com os resultados da cirurgia plástica de enxerto, realizada
na região do glúteo para recomposição das áreas lesionadas. Em outros momentos, a criança
identificava o nível da dor durante a fisioterapia e enfrentava o procedimento atribuindo respostas
adaptativas que foram desenvolvidas no acompanhamento psicológico. Um ponto importante é o
da inexistência de queixas sobre a dor no membro inferior do corpo, devido a sua percepção de
que o local estava cicatrizado. Existem evidências que comprovam sua integração no tratamento
e o entendimento da evolução clínica, o que representou um ponto positivo na sua recuperação.
Os dados acerca da aplicação de técnicas e da evolução da criança estão destacados na Tabela 2.

Tabela 2. Síntese comparativa do Acompanhamento Psicológico (AP)

Técnicas Início No decorrer do AP


Mapa de rostos Sentimentos de tristeza (6) Sentimentos de alegria (6-8)
Escala Numérica de Dor Dor intensa (8) Dor leve (3)

Características da criança

Fase inicial No decorrer do AP


Choro constante Receptividade com a equipe de saúde
Dificuldades de adaptação Adesão ao tratamento
Vivência de sensações dolorosas Capacidade de lidar com a dor
Queixas de dor em áreas específicas do corpo Entendimento acerca das áreas cicatrizadas

Deve-se ressaltar que, no decorrer dos atendimentos psicológicos, ocorreram mudanças positivas
no humor da criança, e, na escala numérica, verificou-se redução dos níveis de dor. A criança
desenvolveu estratégias cognitivas e comportamentais adaptativas que contribuíram para a
vivência no período de hospitalização, se comparadas às queixas iniciais que indicavam sofrimento
psicológico. O entendimento acerca das sensações dolorosas, representado pela atribuição de um
novo significado a essa experiência, teve início a partir da percepção da criança quanto às reações

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fisiológicas e psicológicas da dor. A técnica de relaxamento permitiu desenvolver a capacidade de


reflexão na criança acerca de reações corporais, e a avaliação dos níveis da dor, com o auxílio da
genitora, possibilitou integrar a criança no automonitoramento, atividade que consistia no relato
verbal da criança ao avaliar a dor e compartilhar com a genitora o escore da escala numérica.

Durante situações de crise, por meio do choro e gritos, a criança foi solicitada a identificar o local
da dor indicando o escore, o que permitiu compreender e enfrentar a sensação dolorosa. Após a
realização do curativo no centro cirúrgico, procurou-se ressaltar para a criança, por meio de um
enfoque educativo, que as sensações dolorosas no corpo eram temporárias e oriundas da substância
tópica que havia sido utilizada na área queimada, informações essas obtidas com a equipe de saúde.

O choro foi minimizado após as informações psicoeducativas dadas à criança. A psicoeducação


foi utilizada para destacar a importância de a criança participar dos procedimentos do setor
estabelecendo o contato com a equipe de saúde, o que permitiu facilitar a adesão para a
continuidade do tratamento na unidade hospitalar. A genitora recebeu orientação adequada para
lidar com as situações de crise da criança, que visava a demonstrar apoio e a compartilhar atividades
lúdicas para facilitar a vivência da díade no brincar. Destaca-se o vínculo seguro no relacionamento
da díade por meio da expressão dos afetos e do diálogo, um ponto importante que contribuiu para
a evolução do acompanhamento psicológico.

Discussão
O principal interesse deste estudo foi analisar um modelo de intervenção psicológica utilizado
no acompanhamento hospitalar de uma criança queimada. Neste estudo, o planejamento das
intervenções terapêuticas foi realizado a partir da identificação dos problemas vivenciados pela
criança hospitalizada, por meio do contato com a equipe de saúde e genitora. A escala numérica
facilitou identificar a área do corpo e o nível da dor através do escore, e esse procedimento foi
utilizado pela criança sem que apresentasse dificuldades, o que possibilitou iniciar o processo de
atribuição de novos significados para as sensações dolorosas. Saber lidar com a dor representa um
aspecto relevante que deve ser utilizado pelo paciente queimado (Mocelin & Andreoli, 2008),
com o auxílio de técnicas específicas e o apoio da equipe de saúde. Nesse contexto, o treino de
relaxamento contribuiu de maneira significativa para inserir a criança na identificação e no controle
da respiração.

As intervenções permitiram auxiliar a criança a identificar pensamentos, sentimentos e


comportamentos, e as técnicas do mapa de rosto de sentimentos e jardim de flor de pensamentos
mostraram-se adequadas no que se refere a sua aplicabilidade no ambiente hospitalar devido
aos conteúdos lúdicos. As informações psicoeducativas sobre a importância da continuidade
do tratamento das queimaduras permitiram facilitar o preparo da criança para enfrentar os
procedimentos técnicos do setor. As pesquisas indicaram que a preparação psicológica para
o enfrentamento das situações no hospital contribui para o desenvolvimento das habilidades
adaptativas da criança e do acompanhante (Doca & Costa-Júnior, 2007; Ribeiro, Tavano, & Neme,
2002; Salmon & Pereira, 2002).

Os estudos sobre as aplicações das intervenções cognitivo-comportamentais destacaram a


importância de utilizar um enfoque educativo para facilitar a compreensão do indivíduo acerca da
situação de adoecimento (Blackburn, 1994; Browder, 2003; Scott, 1994). Em um estudo de caso
clínico com uma criança hospitalizada na unidade de queimados, Walker e Healy (1980) utilizaram

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estratégias cognitivo-comportamentais e considerar o contexto ambiental e as queixas


ressaltaram que as técnicas de modificação destacadas pelos pacientes, que geralmente
de comportamento, treino de relaxamento, envolvem o relacionamento com outros
biblioterapia e atividades lúdicas apresentaram indivíduos, por considerar que a inclusão de
resultados positivos. Stoddard, Sheridan, Saxe, pessoas significativas amplia as perspectivas
King, Chedekel, Schnitzer, e Martyn (2002) de intervenção psicológica.
destacaram que os estudos acerca dos efeitos
das intervenções cognitivo-comportamentais Neste estudo, a análise de dados indicou que
em crianças hospitalizadas estão em constante as intervenções se mostraram efetivas devido
processo de avaliação, principalmente devido aos seguintes fatores: adesão da criança
às contribuições das técnicas no que se refere ao tratamento, pela sua participação nos
a lidar com a dor e com as situações de procedimentos técnicos do setor, controle
estresse. Dessa forma, existem evidências que da dor, com a utilização da escala numérica,
comprovam a efetividade dessas intervenções ausência de queixas dolorosas na área
com crianças hospitalizadas, e os dados cicatrizada, receptividade junto à equipe
do presente estudo confirmam a literatura de saúde e redução das situações de crise.
consultada. As evidências deste estudo indicam que as
intervenções cognitivo-comportamentais
A utilização das intervenções psicológicas podem ser utilizadas com crianças
hospitalizadas, desde que o psicólogo realize
no acompanhamento hospitalar representou
o planejamento dos instrumentos que serão
um recurso importante para a sistematização
aplicados baseando-se no problema inicial
das técnicas e dos procedimentos. O
vivenciado pela criança. Para a aplicação
estabelecimento do diálogo constante do
das técnicas, é preciso utilizar a criatividade
psicólogo com os profissionais do setor
no contexto hospitalar, considerando que,
possibilitou conhecer as características do nas enfermarias, existe a presença constante
ambiente hospitalar e as técnicas utilizadas de pacientes e de profissionais de saúde.
pelos profissionais para o tratamento das Recomenda-se a aplicação das técnicas em
queimaduras. Os estudos na área da Psicologia novas amostras para analisar as possibilidades
pediátrica indicaram que a comunicação entre de adaptações com o propósito de ampliar
o psicólogo e a equipe de saúde representa uma as pesquisas acerca dessa temática. Nesse
característica relevante para o planejamento e contexto, Yin (2004) destacou que os estudos
a avaliação do processo de intervenção com a de caso permitem a construção de teorias,
criança (Crepaldi et al., 2006; Pedromônico, e a replicação do método possibilita avaliar
2006). Blackburn (1994) destacou que os dados obtidos fazendo comparações
as aplicações das intervenções cognitivo- com outras pesquisas, o que representa um
comportamentais no ambiente hospitalar procedimento adequado.
apresentam similaridades com a metodologia
de terapia cognitiva padrão. As principais Em síntese, o objetivo do presente estudo foi
diferenças incluem a maior frequência das alcançado, e, para outras pesquisas, seguem
as seguintes sugestões: é necessário investigar
sessões e a importância de compartilhar
se outras técnicas podem ser utilizadas e
informações com a equipe de saúde, o
quais resultados podem ser obtidos com
que permite verificar os comportamentos
novas amostras, por se tratar de apenas um
emitidos pela criança e a evolução dos dados
estudo de caso. A proposta apresentada
obtidos na intervenção. Esse procedimento
neste relato de pesquisa integrou referencial
representa um recurso bastante utilizado nessa teórico da psicossomática e da abordagem
abordagem teórica, o que foi destacado por cognitivo-comportamental para ampliar as
Beck e Alford (2000) sobre a importância de noções de adoecimento e as perspectivas

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PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO, Adriano Valério dos Santos Azevêdo & Ana Flávia Trindade dos Santos
2011, 31 (2), 328-339

de intervenção psicológica. No que se apresentadas pela criança, assim como dos


refere às limitações deste estudo, na fase de relatos identificados durante a aplicação das
avaliação inicial, a dificuldade da criança em técnicas que envolviam reestruturação cognitiva
se expressar verbalmente impossibilitou a e das considerações apresentadas pela genitora
aplicação de instrumentos psicométricos para e pela equipe de saúde.
verificação dos níveis de estresse e depressão;
assim, não foi possível fazer comparações Destaca-se que o acompanhamento psicológico
de dados objetivos nas fases pré e pós- hospitalar na área pediátrica se torna efetivo
intervenção, com exceção apenas da Escala quando o psicólogo desenvolve a capacidade
Numérica de Avaliação da Dor e do mapa de de adaptação para utilizar as técnicas cognitivo-
sentimentos, que foram aplicados com êxito. comportamentais nesse ambiente repleto de
É importante ressaltar que o atendimento variáveis, que se distinguem de um contexto
psicológico focalizou apenas o período de clínico estruturado. Os dados obtidos
hospitalização da criança, não tendo sido destacaram que a utilização da metodologia
possível estabelecer sessões para verificação no estudo de caso facilita delimitar técnicas
dos efeitos (follow up) após a alta hospitalar. e procedimentos, e isso contribui para o
Os dados obtidos no processo de intervenção desenvolvimento científico da intervenção
foram provenientes dos escores de duas psicológica com crianças hospitalizadas.
técnicas, das mudanças de comportamento

Adriano Valério dos Santos Azevêdo


Mestre em Psicologia Social - Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sergipe, SE-Brasil. Especialização em
Psicologia Hospitalar. Pesquisador da área da Psicologia da Saúde e Hospitalar.
E-mail:adrianoazevedopsi@yahoo.com

Ana Flávia Trindade dos Santos


Especialização em Psicologia Conjugal e Familiar. Serviço de Psicologia do Hospital de Urgências de Sergipe,
Sergipe, SE- Brasil.
E-mail:flatrindade_se@hotmail.com

Endereço para envio de correspondência:


Universidade Federal de Sergipe , Núcleo de Pós-Graduação em Psicologia Social Cidade Universitária Prof.
Aloísio de Campos Av. Marechal Rondon s/n, Jardim Roza Elze
São Cristóvão, Sergipe - Brasil CEP 49100-000

Recebido 3/11/2009, 1ª Reformulação 27/1/2011, Aprovado 4/4/2011

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