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Como a Música é Percebida no Cérebro Humano

Jeffrey K. Lauritzen

Provavelmente o desenvolvimento mais importante na investigação científica sobre a música foi a


descoberta de que a música é percebida através da parte do cérebro que recebe os estímulos das
emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida aos centros cerebrais envolvidos com a
razão e a inteligência. Schullian e Schoen explicam este fenômeno: "Música, que não depende das funções
superiores do cérebro para franquear entrada ao organismo, ainda pode excitar por meio do tálamo – o
posto de intercomunicação de todas as emoções, sensações e sentimentos. Uma vez que um estímulo foi
capaz de alcançar o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e, se o estímulo é mantido por
algum tempo, um contato íntimo entre o cérebro superior e o mundo da realidade pode ser desta forma
estabelecido." 1

Tempo e espaço não permitem uma abordagem completa da percepção musical. É suficiente dizer que
estudos nos últimos cinqüenta anos tem trazido à luz algumas descobertas bastante significativas, que
podem ser resumidas como se segue:

(1) A música é percebida e desfrutada sem necessariamente ser interpretada pelos centros superiores do
cérebro que envolvem a razão e o julgamento.

(2) A resposta à música é mensurável, mesmo quando o ouvinte não está dando uma atenção consciente a
ela.

(3) Há evidencias de que a música pode levar a mudanças de estados de espírito pela alteração da química
corporal e do equilíbrio dos eletrólitos.

(4) Rebaixando o nível de percepção sensorial, a música amplifica as respostas à core, toque e outras
percepções sensoriais.

(5) tem sido demonstrado que os efeitos da música alteram a energia muscular e promovem ou inibem o
movimento corporal.

(6) Música rítmica altamente repetitiva tem um efeito hipnótico.

(7) O sentido da audição tem um efeito maior sobre o sistema nervoso autônomo do que qualquer outro
sentido. 2

Estas descobertas sugerem que Satanás é capaz de, através da música, desferir um ataque furtivo sobre
qualquer pessoa que se disponha a ser indulgente com o tipo “errado” de música.

Pode-se concluir que a música por si mesma, e não apenas o texto, é uma questão chave na aceitação de
música para a adoração. É por isto que uma palavra de advertência deve ser dada a todos os grupos que
estão experimentando com novas músicas para a igreja e novos estilos de adoração. Mesmo um texto
biblicamente sólido, quando conjugado com um veículo musical apropriado, torna-se uma “Babilônia”
teológica, uma mistura do bem com o mal – verdade e erro. Referindo-se à queda do homem Ellen White
diz: "Por misturar o mal com o bem, sua mente se tornou confusa, e entorpecidas suas faculdades mentais
e espirituais. Não mais poderia apreciar o bem que Deus tão livremente havia concedido." 3

O profeta Ezequiel também adverte sobre os perigos de se misturar o sagrado com o profano: “Os seus
sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e
o profano, nem ensinam a discernir entre o impuro e o puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e
assim sou profanado no meio deles... dizendo: Assim diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado.”
(Ezequiel 22:26,28)

Misturar a verdade de Deus com as coisas do mundo é um negócio arriscado!

Notas

1 - Dorothy Schullian e Max Schoen, Music and Medicine (New York: Henry Schuman, Inc, 1948), 270,271.
(voltar)

2 - H. Lloyd Leno, “Music, How it Affects the Whole Man”, Ministry, novembro de 1973: 24,25. Uma
abordagem mais abrangente do assunto da percepção pode ser encontrada neste excelente artigo,
juntamente com uma bibliografia completa da documentação da pesquisa. (voltar)

3 - E.G.White, Educação (Tatuí, São Paulo, Casa Publicadora Brasileira), 25. (voltar)

Jeffrey K. Lauritzen é diretor dos corais da Collegedale Academy e da A.W.Spalding Elementary School,
ambas parte do conjunto de escolas no campus do Southern College dos Adventistas do Sétimo Dia. Vários
alunos da faculdade estudam canto sob a sua direção.

Este artigo é um trecho do artigo "Música na Adoração - Estamos realmente adorando-O? ", do mesmo
autor.

CAPÍTULO III

EFEITOS E USOS DA MÚSICA

A compreensão da vontade de Deus e das orientações que Ele deixou para Sua Igreja
poderá ficar comprometida se não entendermos o porquê de no-las haver concedido.
Sua linguagem ser-nos-á ininteligível se não conhecermos os termos e expressões que
usa. Nós mesmos não saberemos do que Ele nos está falando se não conhecermos
alguns estudos e fatos científicos a respeito dos fenômenos acústicos e seus efeitos
sobre o organismo. Lembremo-nos de que a verdadeira ciência jamais se opõe às
revelações e orientações do seu Criador.

Por isso queremos condensar neste capitulo algumas verdades científicas sobre os
efeitos da música no ser humano, nos animais e nas plantas, e, por conseguinte, dos
vários usos que se pode fazer da música. Cada fato destes lançará luz sobre tudo o
que será apresentado até o final do volume. A ciência assim ajudará a responder e
explicar o porquê das ordens divinas.
Todos nós, como seres racionais, gostamos de manifestar uma fé que não seja cega,
mas que tenha algum suporte em evidências ou provas científicas, desde que a mente
esteja à altura de compreender os fatos. A resignação vem apenas quando isto não é
possível.

Estas conclusões provêm de uma infinidade de fontes e estudos científicos para os


quais nem sempre serão dadas as referências porque este livro é mais de reflexão do
que técnico. Contudo, recomendamos aos interessados que leiam pelo menos Os três
artigos do Prof. H. Lloyd Leno, do Walla Walla College, "Música - Efeitos sobre o
Homem” (RA, 02, 03, 04/ 1977), publicados também na apostila da FAT - “Dinâmica da
Liturgia Adventista”, pags. 97-110; “Som Saúde” do Dr. Steven Halpen com o Dr. Louis
Savary (Tekbox Produtos de Alta Tecnologia Ltda., Rio de Janeiro-RJ) e “Rock in
Igreja?!” de John Blanchard com Peter Anderson e Derek Cleave - Editora Fiel, onde
encontrarão as citações.

Em primeiro lugar, devemos deixar a idéia de que ouvimos apenas com os ouvidos. As
vibrações, audíveis ou não, são absorvidas pelo corpo como um todo, através de uma
ressonância geral por

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simpatia. Façam uma experiência: Com a sala em silêncio, pisem no pedal direito do
piano e depois gritem, começando num som agudo e deslizando até um som grave. O
organismo é afetado de maneira idêntica a do piano, até por vibrações inaudíveis. Cada
célula é um receptor sonoro. O Prof. Schafer descobriu que, na Alemanha, os
estudantes, ao Ihes ser solicitado que murmurassem um som que Ihes viesse do centro
do ser, em sua maioria entoaram o tom de Sol Sustenido. A mesma experiência nos
Estados Unidos e Canadá resultou em que a maioria dos estudantes entoou
espontaneamente o tom de Si. A resposta a esta diferença está apenas na ciclagem da
eletricidade que na América é de 60 ciclos e na Europa 50 ciclos por segundo,
freqüências respectivas do Si e do Sol Sustenido, apanhadas pelo subconsciente de
tudo o que funciona com eletricidade.

Outro ponto do qual temos de nos conscientizar é de que nosso ouvido foi criado para
funcionar dentro de um certo limite de volume sonoro. Se passar do limite, o som
destrói a sensibilidade auditiva, conforme o tempo da exposição. Para termos uma
idéia: um trânsito agitado de uma cidade média está produzindo 75 a 85 decibéis de
ruídos (o limite máximo tolerável, sem muito prejuízo para o ouvido), e grandes aviões a
jato na decolagem chegam aos níveis do Rock ao vivo, amplificado, que é de 130
decibéis ou mais. Por isso é que, após uma festinha jovem com “som”, o ouvido e o
sistema nervoso se foram, e as crianças nas grandes cidades acordam irritadas e
nervosas.

Também deveríamos estar conscientes de que somos o que comemos, vemos e


ouvimos. Podemos absorver sons saudáveis ou nocivos, como os alimentos. Podemos
nos viciar com drogas de som tanto quanto os toxicômanos com as suas. Podemos
inclusive ter uma boa dieta sonora. É já muito comum o conhecimento de que vacas
produzem mais leite e galinhas, mais ovos, ao som de certos tipos de música, e menos
com outros.

A pesquisadora Dorothy Retallack testou a resposta das plantas à música em seu


laboratório. Quando as plantas não gostavam da música, viravam-se para o lado oposto
aos alto-falantes; inclinavam-se na direção da música quando dela gostavam, à medida
que cresciam. Com música indiana clássica elas se enroscavam nos alto-falantes.
Gostavam da música de Bach, mas com rock (Led Zeppelin) algumas secaram e
morreram (Som Saúde, Pág. 48). Poderíamos até pensar

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em fertilizantes sonoros...

Os musicoterapeutas e os adeptos da Medicina Holística estão conseguindo coisas


incríveis com a música, desde a formação de moléculas orgânicas no corpo que aliviam
a dor e a tensão, até a diminuição do colesterol, e muitas outras situações que
favorecem e aceleram o restabelecimento dos pacientes.

Baseados no princípio do arrastamento, ou encadeamento, descoberto pelo cientista


holandês Christian Huygens há mais de 300 anos (oscilações muito aproximadas, lado
a lado, tendem a “acertar o passo"); no princípio da ressonância ou simpatia; no das
ondas estacionárias; no das vibrações impostas; no da adaptação e da oposição, etc., a
medicina do som abre um leque muito grande para o uso da música saudável e a
determinação da nociva. A ultra sonografia, por exemplo, e sua atuação sobre a
molécula de ADN, ou a síntese do ADN em células cartilaginosas, ou a incorporação da
timidina ao ADN, ou mesmo os movimentos vibratórios atuando sobre a melanina,
estão provando que há uma tremenda e complexa atuação dos sons sobre o organismo
humano.

Sabe-se, por exemplo, que a música age no organismo como um todo, apresentando
não só efeitos sobre o físico, mas também sobre a mente. Produz efeitos psicológicos
variados. As emoções, a imaginação, as disposições podem ser induzidas e
estimuladas. Conforme a música, as pessoas são afetadas para o bem ou para o mal,
inclusive moral e espiritualmente.

Ninguém pode dizer que tal ou tal música não o afeta. Uma das maiores descobertas
científicas foi a de que a música penetra na mente humana através daquela porção do
cérebro que não depende da vontade, da parte consciente, mas estimula, por meio do
tálamo, a sede de todas as emoções, sensações e sentimentos, invadindo o centro
cerebral automaticamente, quer a pessoa queira ou não.

Descobriu-se que a música atua sobre o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea, a


respiração, e, muito importante, sobre as glândulas endócrinas, liberando adrenalina e
outros hormônios.

Outra verdade científica de importância capital é que o ritmo da música é o fator básico
primário em determinar o efeito emocional produzido.

O ritmo anapéstico interrupto, padronizado, que permeia a

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música rock e pop em geral “confunde o corpo e enfraquece os músculos. Entre


centenas de pessoas testadas pelo cinesiologista do comportamento Dr. John
Diamond, 90% registraram uma perda quase instantânea de 2/3 da força muscular
ouvindo este ritmo” (Som Saúde, pág. 92).

Também é de se notar que o sentido da audição é o que maior efeito tem sobre o
sistema nervoso autônomo, e, por conseguinte, faz que a variação do limiar sensorial
provoque o aumento de até 25% na percepção das cores, o que explica o pscodelismo
jovem associado à música pop.

É também comprovado que a música influencia a condutividade elétrica do corpo, seu


potencial eletrolítico e o equilíbrio eletrolítico do sistema nervoso; com isso provoca um
reflexo psicogalvânico epidérmico, e, quando é excitante, deixa os nervos à flor da pele,
“eriçados”.

Ainda mais. Particularmente os sons graves (de baixa freqüência do contrabaixo e da


guitarra-baixo) nas fórmulas rítmicas repetitivas, em batidas marcantes, com o volume
acima de certo número de decibéis, com a atmosfera sonora criada pelos instrumentos
e baterias usados na música popular, afetam diretamente a glândula Pituitária, ou
Hipófise, localizada bem no meio da cabeça; excitam-na e fazem que seus hormônios
influenciem todo o metabolismo do corpo, bem como as glândulas sexuais; enfim,
afetam a química corporal por completo, fazendo o organismo se sentir num clima
totalmente alterado. Isto sem contar os elementos de transe e hipnóticos que contém.

Em virtude disto podemos compreender o clima reinante nos “camp-meetings”


reavivamentistas, que já mencionamos anteriormente, e o que reinava no “Rock in Rio”,
por exemplo. Podemos compreender também por que a música popular em si pode
conter não só mensagens, mas ser veículo de imoralidade sobre as massas,
especialmente sobre a juventude no seu vigor.

Enfim, enquanto há música que produz um equilíbrio na mente e no organismo todo,


também há a música popular de hoje que traz o sexualismo, o ocultismo e o satanismo,
bem como mensagens ocultas e reversas (vide Rock in Igreja, págs. 59-64).

Ah, se nossos olhos cegos de laodiceanos pudessem ver tudo o que Deus vê e que
Satanás bem sabe, nós que normalmente

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somos zelosos em não ter uma dieta cárnea, com café e outros estimulantes para não
estimularmos as paixões carnais inferiores, jamais permitiríamos ser massageados e
fascinados pela música popular, que é muito pior, quer dentro ou fora da Igreja.

Podemos assim facilmente compreender como um dom tão sublime como a música,
que pode ser uma grande benção se devidamente usado, pode também ser causa de
perdição se usado para o mal.

O que muitos irmãos acham difícil de ver é uma saída para a confusão musical do
mundo, no lar, na escola e na Igreja, principalmente os que têm filhos. O que é certo e o
que é errado, o que e saudável e o que é nocivo na dieta musical? Que tremenda
responsabilidade para Laodicéia!

Não precisamos, porém, temer. Deus tem o colírio para abrir nossa visão, a fim de
compreendermos Suas orientações.

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Capítulo 4 Voltar à Apresentação

Música – Seus Efeitos Sobre o Homem (Parte I) [*]

H. Lloyd Leno
(H. Lloyd Leno recebeu o grau de doutor em Arte Musical na Universidade do Arizona, Estados Unidos)

Parte I – Efeitos Físicos

Os adventistas do sétimo dia baseiam sua filosofia de vida não apenas na fé na divina revelação, mas em
evidências concretas.

Segue-se, pois, que uma filosofia de música deveria ser desenvolvida não mediante reuniões precipitadas e
pesquisas de opinião, mas por meio de informações seguras e conselho inspirado. Inclui tanto a
compreensão da natureza do homem como da natureza da música. A falta de conhecimento em ambas as
áreas tem ocasionado muita confusão e dissensão.

A questão se a música pode afetar as emoções, as atitudes e o comportamento, é obviamente o ponto de


debate. Alguns rejeitam tal idéia, por que admitem que as pessoas variam em sua maneira de reagir à
música. Insistem em que determinada seleção ou tipo de música que evoque certa reação em algumas
pessoas, "não me afeta de forma alguma". Concluem, pois, que a reação à música só é previsível se a
reação for aprendida ou condicionada. Outros crêem que, em questões pertinentes à estética, a moral não
está envolvida; a música é amoral.

Embora o assunto dos efeitos da música sobre o indivíduo tenha intrigado os homens desde a antiguidade,
pouquíssíma investigação científica teve lugar nesse campo, até à última parte do século dezenove. O
primeiro impulso maior ocorreu após a I Grande Guerra Mundial, quando muitos estudiosos do
comportamento, nos Estados Unidos, se preocuparam com a possibilidade de influenciar o comportamento
humano por meio do uso terapêutico da música.

A Percepção da Música

Provavelmente, o mais importante progresso na investigação científica da música, foi a descoberta de que a
música é percebida através daquela parte do cérebro que recebe o estímulo das emoções, sensações e
sentimentos, sem ser primeiro submetida aos centros do cérebro que envolvem a razão e a inteligência. O
significado deste fato com relação à terapêutica musical, é exposto por Schullian e Schoen:

A música, que não depende do cérebro superior para penetrar no organismo pode estimular através do
tálamo - a estação de todas as emoções, sensações e sentimentos. Uma vez que o estímulo seja capaz de
atingir o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e se o estímulo continuar por algum tempo,
um mais estreito contato entre o cérebro superior e o mundo ou realidade pode ser assim estabelecido.[1]

Este mecanismo possibilita atingir mentalmente os pacientes enfermos, com os quais não se pode entrar
em contato.

Música, Estado de Espírito e Química do Corpo

Schoen, numa investigação de âmbito nacional, descobriu que a música provoca um estado de ânimo
acentuadamente uniforme na grande maioria dos ouvintes.[2] Conforme Podolsky, a influência da música
tem sido demonstrada experimentalmente. Ele afirma que a pesquisa demonstra "que o estímulo musical
em determinadas condições bem conhecidas determina reações funcionais transitórias no organismo o que
caracteriza a emoção.[3] Ele nos lembra que o estado de alma tem uma base biológica. Isto não depende
apenas da atividade do cérebro e da circulação do sangue, mas também na química do corpo. Experiências
demonstram que a música exerce efeito direto sobre a pulsação e a pressão sangüínea que sobem ou
caem de acordo com o ritmo. Ela também afeta as glândulas de secreção interna e, por conseguinte, as
emoções. Charles-Hughes, colaborador no livro "Música e Medicina ", admite uma direta relação da reação
emocional do ouvinte para com a música, e salienta que "essa reação é acompanhada pelas mesmas
mudanças fisiológicas que acompanham os estados emotivos, como estes ocorrem nas" situações da vida
". Além disto, ele explica:

Tal efeito é uma reação ao efeito total e complexo da música. Além do mais o exame de composições
musicais empregadas para testar os efeitos emocionais da música, indicaria que o ritmo é o fator primacial
ao se determinar a espécie de efeito produzido. Não é somente a presença ou ausência de uma forma
rítmica acentuada que está envolvida aqui, mas também o grau de movimento seja ele, rápido, moderado
ou lento.[4]

Cannon, eminente fisiologista de Harvard, defendeu a tese de que a música "libera a adrenalina e, talvez,
outros hormônios".[5]

A influência da música sobre a condutibilidade elétrica do corpo é referida por Soibelman.[ 6] Dado o papel
do potencial elétrico e do equilíbrio eletrolítico no sistema nervoso humano, podemos obter uma
compreensão adicional do uso da música no estímulo do estado de ânimo e nas mudanças deste.

Harrer e Harrer demonstraram que de todos os sentidos, o da audição exerce maior efeito sobre o sistema
nervoso autônomo do que os outros. Em suas experiências, todos os que a elas se submeteram
demonstraram significativas mudanças na pulsação e no ritmo da respiração, assim como um reflexo
psicogalvânico na pele.[7]

Numa experiência, a atenção de um indivíduo foi desviada da música mediante um desconforto físico de tal
sorte que ele não se apercebeu de que determinada música havia sido tocada. Não obstante, uma forte
reação emocional foi registrada nos aparelhos de teste. Entretanto, quando lhe foi solicitado que ouvisse
analiticamente a música, sua reação emocional diminuiu significativamente. Muito embora se tenha
concluído que a reação depende, de certo modo, das atitudes e presença de espírito, descobriu-se que,
quando determinada escolha de música foi associada previamente com fortes experiências emocionais pelo
ouvinte, sua reação emocional a essa música foi intensa.

Gilman e Paperte demonstraram que a música pode baixar O limite da percepção sensorial. Descobriram
que a música e os sons rítmicos podem aumentar a visão dos ouvintes até 25%. Ainda que pequenos como
o tique-taque de um relógio, as experiências demonstraram que eles serviram para estimular a visão.[8]

Uma investigação feita por Urbantschitsch, no início de 1887, provou que o limite de percepção da cor
abaixa mediante o estímulo tonal.

Música e Reação Sensorial-Motora

A música, em todos os tempos, foi reconhecida como um agente unificador e estimulador durante a
atividade física. Verificou-se experimentalmente que a música diminui ou aumenta a energia muscular. Isto
certamente justifica o uso da música em conexão com trabalho que requer movimentos sincronizados.
Trabalhadores em muitas culturas cantavam não somente como meio de aliviar a monotonia de seu labor,
mas também por causa do efeito unificador exercido sobre eles. Hughes, reconhecendo que a música
vigorosa aumenta o grau de pulsação e de respiração, afirma:

Ocorre, algumas vezes, que os jovens se esforçam mais - e por um período mais longo - na dança do que
nas ocupações mais proveitosas e menos rítmicas. De modo semelhante, tem-se observado que uma
banda em marcha faz com que os soldados se esqueçam de sua fadiga, pelo menos por algum tempo,
permitindo-lhes marchar com renovado vigor.[10]

Entretanto, Soibelman descobriu que, embora seja a música rítmica um auxilio na atividade, como escrever
à maquina, "a música não exerce efeito positivo quanto à precisão ou exatidão do movimento, se o ritmo
não for adaptado ao ritmo do trabalho. Ela reduziu a exatidão ao se escrever à máquina e a mão, sendo isto
demonstrado no aumento do número de erros".[11]

Há pouca dúvida de que a música rítmica exerça forte apelo sobre praticamente todo ser humano. Van de
Wall resume isso: "Muito do que denominamos de irresistível na música, deve-se a nossa reação a este
nível sensorial motor de atuação".[12]

Em face da relação do ritmo musical com O ritmo do corpo, não é difícil compreender por que O ritmo passa
facilmente de uma para outra cultura. Em todas as civilizações primitivas, esteve evidente a atividade
rítmica. Em muitas delas uma monótona seqüência rítmica repetitiva foi empregada nas danças, com o
propósito de afetar o bem-estar ou o comportamento do indivíduo ou do grupo. O transe estático, foi o
elemento essencial na dança cerimonial, secular ou religiosa, dos antepassados dos negros americanos.
Stearns segue os vestígios da música dos adoradores conhecidos por vodun (ou voodoo) de Dahomeans,
da África Ocidental para Nova Orleans, onde ela permanece como uma "reserva do ritmo em nossa cultura".
[13] Os índios Chippewa da América do Norte usavam música na qual havia elementos de êxtase e
hipnotismo. Gaston declara:

Um frenesi igual à dança dionisíaca grega reapareceu repetidamente entre os aborígenes da América do
Norte. Na Dança do Espírito, por volta do ano 1870, os índios dançavam monotonamente numa formação
em círculo até que, um após outro, todos caíssem rígidos e prostrados no solo. Benedict admitiu que
durante a captura desses índios os que dançavam tinham visões de libertamento dos brancos. Outros
exemplos dos poderes mágicos da dança incluem o dos primitivos dançadores do nordeste do México. O
que era visto nas danças dos feiticeiros na Califórnia Ambas as danças requerem algum componente de
acesso cataléptico.[14]

Referindo-se aos repetidos e monótonos ritmos de dança da cultura azteca, Gaston diz: "Isso faz lembrar o
rock and roll".[15]

Mais recentemente, o campo da psicologia da música foi tema de estudo de cientistas soviéticos, e a
relação entre o ritmo e o movimento do corpo foi claramente mostrada.

A música especialmente selecionada, aumenta a capacidade de trabalho dos músculos. Ao mesmo tempo,
o ritmo de movimentos do trabalhador muda com a mudança de ritmo musical. É como se a música
determinasse uma velocidade ideal do movimento rítmico. Outra série de experiências em estudantes,
provou que não somente a capacidade de trabalhar é alterada sob a influência da música, mas também a
pulsação e a pressão sangüínea.[16]

Este é, apenas, um breve relato de alguns estudos científicos sobre a música e seus efeitos sobre a mente
e o corpo. Entretanto, mesmo essa limitada informação traz à. baila alguns dados: 1) a música é percebida
e apreciada sem necessariamente ser interpretada pelos mais altos centros do cérebro, os quais envolvem
a razão e o discernimento; 2) a reação à música é mensurável mesmo que o ouvinte não preste atenção
consciente dela.

Notas e Bibliografia:

[1] Dorothy Schullian e Max Schoen, "Music and Medicina" (New York: Henry Schuman, lnc., 1948), pp. 270
e 271.

[2] Max Shosn "Psychology of Music" (New York: Ronald, 1940), p. 89


[3] Edward Podolski, "Music for Your Health" (New York: Bernard Ackerman, lnc., 1946), pp. 26 a 27.

[4] Schullian e Shoen, Op. Cit., pp 168 e 169.

[5] lbid., p 270.

[6] Doris Soilbelrnan, "Therapeutic and Indultrial Use of Music" (New York: Columbia University Press. 1948),
p. 47.

[7] G. e H. Harrer, "Music, Emotion and Vegetativum", Wiener Medizinnische Wonchenschrilt, NR. 45/46,
1968.

[8] Leonard Gilman e Fraces Papert., "Music and Your Emotions" (New York: Liveright 1958), p. 28.

9. Charles Discerens e Harry Fine, " A Psychology of Music" (Cincinnati: College of Music, 1939), p. 229.

[10] Schullian e Schoen, Op. Cit., p. 146. 11. Soibelman, Op. Cit., p. 47.

[11] Soibelman, Pp. Cit. P. 47.

[12] Willen Van de Wall, "Music in Hospitals" (New York: Russel Sage Foundation, 1946), p. 15.

[13] Marshall Stearns, "The Story of Jazz" (New York: Oxford, 1956), pp. 38-50.

[14] E. Thayer Gaston, Music and Therapy" (New York: Macmilan Co, 1968), p. 323.

[15] Ibid., p. 20.

[16] Lonid Melnikov, "U.S.S.R.; Music and Medicine", Music Journal XXVII: 18 (Nov. 1970).

Leia também de H. Lloyd Leno: Música – Seus Efeitos Sobre o Homem (Parte II).

[*]Agradecemos à Loide Simon por essa contribuição ao www.musicaeadoracao.com.br.

Fonte: Revista Adventista. Fevereiro (págs. 40-42) de 1977.

Música – Seus Efeitos Sobre o Homem (Parte II) [*]

H. Lloyd Leno
(H. Lloyd Leno recebeu o grau de doutor em Arte Musical na Universidade do Arizona, Estados Unidos)

Parte II – Implicações Morais

A noção de que a música possui significado moral e espiritual não é, por certo, um conceito do século
dezenove, originando com revivalistas radicais ou místicos. O poder da música tem sido uma fonte de
interesse e especulação por parte de vários tipos de povos através das eras. Antigos filósofos e cientistas,
tais como Pitágoras e Platão, se aperceberam de seu potencial e o temeram.

Tem-se dito: "A música pode ser intoxicante. Tais coisas, aparentemente sem monta, destruíram a Grécia e
Roma, e destruirão a Inglaterra e a América". Os Adventistas do Sétimo Dia não apenas têm tido interesse e
preocupação quanto ao poder da música, mas possuem a mais imperiosa razão para investigar sua
influência - a possibilidade de conseqüências eternas.

Em nosso último artigo, examinamos algumas das evidências científicas dos efeitos físicos e mentais da
música sobre o indivíduo. Agora vamos debater as implicações éticas, morais e espirituais, baseadas nessa
informação Há outro tipo de evidência que embora não testada cientificamente em laboratório, é claramente
identificada por historiadores, sociólogos, psiquiatras e músicos, o que tem sido comprovado no laboratório
da experiência da vida.

Música e Moralidade

Possui a música, fora de seu conteúdo textual, uma "mensagem"? Há mais do que a associação com a
imoralidade que influência as atitudes e comportamento do participante. Esta questão tem sido evitada por
alguns, simplificada por outros, disseminada por muitos, mas, por outro lado, tem sido alvo de séria
consideração por muitos outros.

Existe um reconhecimento difundido de que, dentro da música, há alguma coisa simbólica da experiência
da vida humana. Na verdade, a música parece combinar algum estado de ânimo e atividade em que alguém
possa estar envolvido. A filósofa Susanne Langer afirma que em todas as culturas há evidência de que o
homem tem sempre avaliado a atividade estética e tem procurado sempre simbolizar tais experiências de
alguma forma comunicativas. Reconhecendo que o homem cumpriu isto por meio da música. Soilbelman
concluiu que "o comportamento humano se relaciona com os símbolos inerentes aos sons musicais".[1] "O
princípio terapêutico da música", diz Altshuler, "repousa numa íntima afinidade entre o organismo humano e
o ritmo, assim como sobre o simbolismo inerente aos sons musicais".[2]

Criado à imagem de Deus, o homem foi dotado de muitos atributos divinos. Foi criado perfeito, capaz dos
mais elevados pensamentos, aspirações e emoções.

No entanto, como ser caído, tem-se comportado, muitas vezes, mais à semelhança das bestas
quadrúpedes que foram entregues ao seu domínio. Quando o homem procurou simbolizar suas
experiências, naturalmente incluiu as que eram contrárias ao caráter de Cristo. O símbolo musical é uma
representação da natureza pecaminosa do homem, o que devemos reconhecer como possuidor de
conteúdo imoral. Ora, o pecado é, muitas vezes e sob qualquer ângulo, difícil de ser explicado, porque
estamos tratando de verdade espiritual, e esta é discernida espiritualmente (I Coríntios 2:13 e 14). Quanto
mais difícil é explicar ou debater a verdade e o erro em sua forma mais abstrata!

Muitas vezes, respostas a difíceis questões são encontradas tão facilmente que as deixamos passar por
alto. Grande parte pode e deve ser aprendida mediante observar a música não apenas em seu habitat, mas
também seus produtores e consumidores. Alguns poderiam objetar à consideração da associação como
evidência do significado e influência musicais, mas não podemos ignorar o fato de que o homem tende a ser
mais pragmático em seu comportamento. Ele é inventivo e capaz de selecionar. Usa aquilo que mais se
ajusta a seus propósitos. Esta é a razão para a intima afinidade de certos tipos de música com
determinadas atividades. Isto não pode ser mera coincidência.

Recentemente a Companhia de Seguros Cruz Azul divulgou um estudo sobre o cenário da juventude, na
América, intitulado "Adolescence for Adults". Crendo que "a educação da saúde pública I começa com a
compreensão", a Cruz Azul encarregou um grupo de sociólogos, psicólogos e escritores de várias
instituições educacionais, para fazer um profundo estudo da cultura dos jovens, sua filosofia, costumes e
moral. A análise do cenário musical intitulado "Filhos da Ética Licenciosa" começa com esta provocante
afirmação:
A música popular tem agitado os americanos desde a virada do século, quando o "ragtime" (espécie de
música sincopada norte-americana) e o jazz começaram a expandir-se e a ser tocados fora dos limites das
cidades do sul e leste. Desde seu início, ela foi colorida com a má fama das pessoas das quais provinha e
desde então muitas pessoas têm-se preocupado com as influências degradantes e desmoralizantes da
nova música selvagem.[3]

A História corrobora a exatidão desta assertiva com uma exceção, a época em que surgiu o "ragtime". De
acordo com o historiador da música negra, Eileen Southern, o piano "ragtime" desenvolveu-se durante o
período de 1865 a 1875. Os shows de menestréis (teatro de variedades) também emergiram por esse
tempo. Digno de nota o fato de que Ellen G. White, durante esses anos, ter primeiro advertido a igreja a
respeito da música própria para dança que poderia excitar determinados órgãos do corpo, permitindo que
Satanás tivesse acesso à mente[4] . Por volta do ano 1896, ela contemplou em visão uma festa e uma
execução ao teclado que tinham "abundância de entusiasmo e uma espécie de inspiração; mas a alegria
era daquela espécie que unicamente Satanás é capaz de criar". Esse entusiasmo, ela declarou, "prepara os
participantes para pensamentos e ações profanos".[5]

De acordo com Southern, "a fusão de canções de ritmo sincopado com charanga e música de dança
sincopada resultou na música chamada jazz".[6] Nomes descritivos para a música funcional são comuns, e
a etimologia do nome jazz é indiscutivelmente significativa. Muitos dos ingredientes do jazz, como o jazz em
si mesmo, estavam tão intimamente associados com a subcultura imoral da qual o jazz era uma parte, que
se tornou natural a escolha desse termo com tal conotação.

O Novo Dicionário Mundial de Webster (Webster's New World Dictionary) é mais explícito: "jazz (patoá
crioulo, termo sexual aplicado a danças do Congo - Nova Orleans); uso vigente em Chicago, cerca de 1914,
mas de uso semelhante anterior no cenário do vício de Nova Orleans". Borroff confirma que o jazz era uma
"palavra de quatro letras" comum nos bordéis de Nova Orleans.[7] Mais tarde, ela se tornou uma expressão
da gíria vulgar no comércio sexual em muitas partes dos Estados Unidos.

Alguns têm tentado equiparar todo o cenário popular musical do jazz-rock com música folclórica. Alguns
elementos folclóricos, como protestos de camponeses, canções de trabalho espirituais estavam entre os
elementos que colaboraram com o jazz, mas o resultado não foi mais música folclórica. O jazz não tem
paralelo em qualquer parte do mundo. É uma manifestação musical distinta cujo estilo e desenvolvimento
não comportam semelhança com nenhuma classe da literatura folclórica onde quer que seja.

Southern afirmou: "O musicista negro criou uma música inteiramente nova - num estilo peculiarmente afro-
americano - que hoje espalha sua influência por todo o mundo".[8] O sucesso de muitas excursões dos
grupos de, jazz do Departamento Estadual a muitas partes do mundo, é prova convincente de atração
universal do jazz. O eminente músico terapista Gaston reconheceu a influência da música própria para
dança, ao dizer: "Durante a dança, o homem e a mulher, têm os braços um ao redor do outro, numa
intimidade que jamais poderia ser tolerada pelos dois, ou pelo público, mas aceitável na dança enquanto a
música continua".[9]

O jazz - também conhecido como música afro-americana - continuou como parte integrante do
entretenimento universal, sendo aceito prontamente em todos os níveis econômicos da sociedade. Evoluiu e
sofreu variações de acordo com o clima social, e criou uma indústria lucrativa, largamente financiada e
divulgada pelos estabelecimentos comerciais dos brancos.

Entretanto, O antigo estilo continuou a ser usado, apesar dos novos que surgiram. A seqüência de estilos
seguida é esta: o Dixieland jazz (no sul dos EEUU, como em Nova Orleans; mais tarde, também em
Chicago), O boogiewoogie (espécie de swing caracterizado por um ritmo persistente de notas baixas), o
swing (vários estilos e movimentos), be-bop (uma modificação do jazz, caracterizada por muita improvisão),
o coll-jazz (frio e calmo), o rhythm and blues (canção de ritmo sincopado e letra melancólica), o funky
(qualidade e estilo provenientes do blue, o soul e, a seguir, na década dos 50, o aparecimento do rock and
roll. A nova forma de música, necessitava novamente, de um título apropriado. Este foi dado pelo brilhante
"disc Jockey" Allan Freed, que batizou a nova música de rock and roll, expressão própria do comércio
sexual originária do ghetto.[10]
Assim, não seria surpreendente o relatório da Cruz Azul, que analisaria o significado do rock and roll da
seguinte maneira:

Tomada em sentido amplo, a nova música abrange duas mensagens: 'Venha gingar comigo'. A atração
mediante o canto sentimental para o romance, que foi o suporte principal da música popular durante as
décadas de 30 e 40, e a essência do rock and roll nos anos 50, tornou-se uma atração mais direta para se
dançar a dança da vida. Tal atração - expressa em muitas pelo grito - é muitas vezes apontada
especificamente para uma possível associação com o sexo, sendo uma proposta ligeiramente mascarada.

Muitos pais, bem como outras pessoas, se preocupam com o fato de que a música deva ser bastante
sugestionável, francamente sexual, estimulante para pessoas jovens ouvirem e dançarem. Muitos que são
crentes reais na nova música, não se defendem a si mesmos contra tais pontos de vista, porquanto,
conforme pensam, as notas e palavras são representações de suas atitudes e emoções. Quanto àqueles
que reivindicam que a música restitui as relações sexuais íntimas, provendo cenas coletivas de orgasmo
rítmico, eles rebatem: "Observem outra vez. (...) E, enquanto empenhados nisso, analisem a música de sua
própria geração e as inibições que ela disfarça.[11]

Muitas pessoas, inclusive psiquiatras e sociólogos, reconhecem a implicação sensual do ritmo da música
rock, mesmo que estejam despreocupadas quanto aos valores morais envolvidos "A maioria dos sociólogos,
que encaram seriamente este tipo de coisas, concorda em que a sensualidade do rock and roll é
‘inofensiva’. (...) 'Essas danças', diz o psiquiatra Philip Solomon, da Harvard, são 'vazões para a
impaciência, para desejos sexuais reprimidos e sublimados. Isso é completamente saudável’".[12]

Outros, entretanto, estão preocupados. "As grandes implicações sensuais da dança big-beat preocupam
alguns psiquiatras". Diz um deles: "Ela é uma doença sexual voltada para a diversão do espectador".[13] O
Dr. Matterson acrescenta:

A música não é apenas um meio de vazão física, mas, de certo modo, uma espécie de expressão sexual. A
cadência possui implicações sexuais típicas e produz meios de realização de suas sensações.[14]

Como esta música afeta os jovens? Davíd Wilkerson, autor de "A Cruz e o Punhal", relatou a seguinte
entrevista com um jovem que explicou como a música rock o influenciou entre seus 13 a 20 anos. "Ela é
completamente tumultuosa e desinibidora, e você não é capaz de deixá-la. (...) Por vezes eu podia dançar
diante de um espelho e fazer todos os tipos de contorções e movimentos. Descobri-me a mim mesmo,
mergulhando na música".[15]

Fránk Garlock, presidente do departamento de teoria musical da Universidade Bob Jones e diretor do
conjunto de metais, tem realizado muitas palestras em escolas e clubes. Ele relata: "Certo jovem que se
distinguiu por conquistar garotas, contou-me que descobriu o melhor modo de 'fazer com que as meninas se
acendam: é fazer amor ao ritmo do rock and roll. Qualquer moça cederá sob circunstâncias apropriadas’".
[16]

Como os próprios amantes do prazer analisam seus papéis? Morrison of the Doors: "Imaginem-nos como
políticos eróticos"[17] . Marty, do Jefferson Airplane: "Não estamos recepcionando, estamos fazendo
amor"[18] . Jagger, do Rolling Stones: "Você pode sentir a adrenalina caminhando através do corpo"(...)[19] .
Arthur Brown: "Toda música apaixonante é sexo"[20] . Zappa: "Negar o rock é negar o sexo"[21] . "A música
de Hendrix é muito interessante. O som de sua música é extremamente simbólico: grunhidos orgásticos,
guinchos angustiados, gemidos lascivos. Rapazes conduzem moças para os bastidores do teatro, para
autógrafos. Enquanto assina seus pedaços de papel, suas costas, bolsas e calças, Hendrix freqüentemente
é interrogado: 'Você pensa em determinada menina enquanto está tocando, ou você pensa em sexo?’ Os
rapazes parecem apreciar o fato de que suas amiguinhas estão sexualmente ligadas a Hendrix"[22] .

A carreira de Bob Larsen como musicista do gênero rock, propiciou-lhe, em primeira mão, a experiência de
observar os efeitos da música. rock. Sua experiência levou-o a investigar possíveis interpretações
fisiológicas para o padrão de comportamento que observou em jovens.
Em seu livro "The Day Music Died", Larson apresenta a teoria de que abaixa freqüência dos metais
eletrônicos e ritmo impetuoso da música afetam a glândula pituitária e o fluido cerebrospinal e, assim, altera
o equilíbrio químico da secreção hormonal, particularmente das glândulas sexuais. Quando alguém está
ciente desse tipo de estímulo, diz Larson: "Não é difícil notar por que essas danças (rock and roll) envolvem
tais movimentos eróticos".

Sua observação pessoal combinada com um parecer médico, levou-o a concluir que o indecente
comportamento histérico que algumas meninas exibem é resultado de sua "submissão a um estado de
sensualidade progressiva ".[23]

Em face desta evidência, seria impossível negar a implicação sensual de determinada música. Muitos
consumidores parecem entender seu significado; evidentemente, captam a mensagem que os artistas
tencionam comunicar. Psiquiatras reconhecem-na como a maioria dos "disc jockeys". Satanás sabe[24] , e
nós?

Texto Bíblico:

I Coríntios 2:13 e 14 - 13 as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana,
mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o
homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-
las, porque elas se discernem espiritualmente.(voltar)

O Poder de Cura da Música

Peter Jaret

(Citado na edição brasileira da revista Seleções do Reader's Digest de dezembro de 2001. pág. 131)

Quando Debbie Clark levou Adam, seu filho autista de 3 anos, a um musicoterapeuta, o menino mal
conseguia falar. Na clínica da Universidade Estadual da Califórnia, os terapeutas incentivaram o garoto a se
expressar, tocando instrumentos e tambores. E musicaram conversas a fim de fazer Adam falar. "Em três
meses a transformação foi fenomenal" diz Debbie. "Antes, Adam nunca olhava pessoas desconhecidas nos
olhos, muito menos falava com elas. Agora, dá adeus aos terapeutas e diz: 'Tchau, Jim. Tchau, Ron. Até
semana que vem.' Pode acreditar: isto é música para os meus ouvidos."

Pesquisadores vêm descobrindo que a música pode ajudar a curar de várias maneiras. Vítimas de
queimaduras estimuladas a cantar quando lhe trocam as ataduras sentem menos dor. Pacientes de câncer
que ouvem música e aprendem a tocar instrumentos, por exemplo, vêem os níveis de hormônios do
estresse cair e o sistema imunológico se fortalecer.

Parte do poder da música resulta da capacidade de reduzir a ansiedade - que pode comprometer as
defesas imunológicas, bem como intensificar a sensação de dor. A música, em especial o canto, desvia a
atenção da pessoa do sofrimento e alivia a tensão.

As experiências com crianças autistas como Adam Clark sugerem que os efeitos da música vão além,
influenciando mesmo o desenvolvimento cerebral. O uso terapêutico da música parece ativar partes
diferentes do cérebro, inclusive áreas associadas a controle motor, memória, emoção e fala, explica o
neurocientista e músico Michel Thaut, da Universidade Estadual do Colorado.
Em seu trabalho, Thaut vem se valendo da estreita ligação entra música e movimentos para ajudar vítimas
de acidente vascular cerebral, paralisia cerebral, distrofia muscular e mal de Parkinson.

Segundo o musicoterapeuta Ron Borczon, "há séculos os curandeiros usam músicas e tambores. Estamos
apenas redescobrindo o que sempre souberam: a música, por meio de sua profunda repercussão sobre a
mente e o corpo, pode ser uma arma poderosa para curar as pessoas".

O Poder Oculto da Música

Trecho do artigo Rock Cristão? de Ric Llewellyn

David Tame, em seu livro O Poder Oculto da Música (Ed. Cultrix – SP), não apenas demonstra a natureza
moral da música, mas revela uma intensa pesquisa médica que demonstra os efeitos destrutivos da música
rock, tanto na mente quanto no físico. [Veja a bibliografia abreviada fornecida ao final para materiais
adicionais de referência que detalha mais algumas das pesquisas extensas (inclusive científicas) que têm
sido conduzidas a respeito dos efeitos da música.]

(a) Comentando sobre a origem moral da música rock, Tame diz: “A esta altura, já se tornava aparente certa
fecundação cruzada entre a ‘nova música’ e o estilo geral do jazz e do rock. Constatou-se que as diferenças
técnicas entre a música ‘séria’ e o jazz, rock ou qualquer outra forma de música moderna eram menos
importantes do que o fator unificador de terem todas uma base filosófica mais ou menos igual: hedonismo e
anarquia.” (pág. 111). (Ênfase acrescentada.)

(b) “Na indústria do rock, o dinheiro é, basicamente, a única coisa que importa; e, nessas circunstâncias,
dirige-se a música não para cima (desenvolvendo a mente das pessoas e expandindo-lhes a consciência),
mas para o mínimo denominador comum. A pergunta das perguntas é a seguinte: Venderá? O padrão do
talento artístico não poderia ser menos importante.” (pág. 124)

(c) “Se esquadrinhássemos o globo em busca da música mais agressiva e indisfarçavelmente perniciosa
que existe, é mais do que provável que nada encontrássemos, em parte alguma, que sobrepujasse o vodu
nesses atributos. Ainda praticada na África e no Caribe, especificamente, como acompanhamento rítmico de
rituais e orgias satânicas, o vodu é a quinta-essência do mal tonal. ... Seus múltiplos ritmos, em lugar de se
unir num todo integrado, são executados como se conflitassem entre si. ... O certo é que ouvir esta música é
tornar-se instantaneamente envolvido pelo som de seu poder lívido e cru. ... Musicólogos e historiadores
não têm dúvidas de que os ritmos de tambores da África foram transportados para a América e ali
transmitidos e traduzidos no estilo de música que veio a ser conhecido como jazz. Visto que o jazz e o blues
foram os pais do rock and roll, isso também significa que existe uma linha de descendência direta
entre as cerimônias do vodu africano, através do jazz, e o rock and roll e todas as outras formas de
música rock hoje existentes.”(pág. 205)(Ênfase acrescentada.)

(d) “Num canto: os antigos e tradicionalistas; a convicção de que a música afeta o caráter e a sociedade e
que, portanto, ao artista cabe a obrigação de ser responsavelmente moral e construtivo, e não imoral e
destrutivo. No outro canto: os materialistas, repudiando a responsabilidade e a necessidade de julgamentos
de valor, não dando atenção ao resultado de seus sons. O segundo campo contém não só a vanguarda
radical, mas também toda a massa de músicos muito mais populares e culturalmente significativos do jazz e
do rock. Quem, então, está certo? ... Os padrões da vida seguem, ou não, os padrões da música?”(pág.
146). Tame cita então uma exaustiva pesquisa que apóia completamente a tese dos tradicionalistas: que a
música, em geral, pode ser e que o rock, especificamente é, uma influência negativa, tanto sobre o corpo
quanto sobre a natureza moral do homem.
(e) “À pergunta: ‘A música afeta o corpo físico do homem?’, a pesquisa moderna replica de maneira
claramente afirmativa. É difícil encontrar uma única fração do corpo que não sofra a influência dos
tons musicais. ... Mostrou a investigação que a música influi na digestão, nas secreções internas, na
circulação, na nutrição e na respiração. Verificou-se que até as redes nervosas do cérebro são sensíveis
aos princípios harmônicos” (pág. 146-147). (Ênfase acrescentada.)

(f) “Descobriram os pesquisadores que acordes consonantes e dissonantes, intervalos diferentes e outras
características da música exercem todos um profundo efeito sobre o pulso e a respiração do homem –
sobre a sua velocidade e a regularidade ou irregularidade de seu ritmo. A pressão sanguínea é abaixada
pelos acordes ininterruptos e elevada pelos acordes secos, repetidos” (pág. 147). [Descobriu-se também
que a laringe é influenciada pelas melodias, que alguns estímulos musicais tem efeito negativo sobre os
músculos esqueléticos, que o ritmo do rock pode causar a perda do perfeito ritmo cardíaco e que alguns
ritmos podem causar uma doença rara conhecida como “epilepsia musicogênica” (existiam 76 casos
documentados até o final de 1984), que causa um tormento tal que tem levado suas vítimas ao
suicídio ou homicídio] (pág. 150-151). Podemos ver claramente que a música influi sobre o corpo de duas
maneiras diferentes: diretamente, com os efeitos que o som produz sobre as células e órgãos e
indiretamente, influenciando as emoções, as quais voltam a influenciar numerosos processos biológicos e
corporais.

Julius Portnoy também descobriu que a música não apenas é capaz de “modificar o metabolismo, elevar ou
diminuir a pressão sangüínea e influir na digestão”, mas que ainda “pode fazer todas essas coisas com
maior sucesso e de maneira bem mais agradável do quaisquer outros estimulantes capazes de produzir as
mesmas alterações em nosso corpo.” (pág. 149)

(g) Foi conduzida uma exaustiva pesquisa para examinar os efeitos da música na vida não humana: ou seja,
animal e vegetal. Paradoxalmente como possa parecer, as experiências com as plantas a respeito dos
efeitos da música sobre a vida são mais convincentes que as experiências sobre os seres humanos; a
música tem influência sobre a vida biológica, que inclui a humana. Isto acontece porque, nas experiências
com as plantas, os efeitos do pré-condicionamento subjetivos da mente têm a sua reação subjetiva à
música, ou aos sentimentos pela música, ou aos gostos pessoais, são, evidentemente removidos. Se for
possível demonstrar que a música (os arranjos) pode influenciar as plantas, então tais efeitos devem ser a
causa direta da atuação dos tons e ritmos diretamente sobre as células e sobre os processos biológicos da
vida (Também é evidente que é muito mais fácil manter um experimento controlado com plantas do que com
seres humanos).

Os resultados das pesquisas com as plantas são solidamente a favor dos tradicionalistas. Não apenas a
música rock detêm o crescimento de uma variedade de plantas mas, se tocado durante muito tempo, produz
a sua morte. Mais extraordinárias ainda são as descobertas do Dr. T. C. Singh, responsável pela seção do
Departamento de Botânica da Universidade de Annamalia, na Índia. Suas experiências não apenas tem
mostrado que as formas musicais e alguns instrumentos (especificamente a música clássica e o violino)
causam um veloz crescimento nas plantas, mas que as gerações seguintes das sementes destas plantas
incorporam tais características em seus componentes genéticos (tamanho maior, maior número de folhas
etc.). Presumivelmente o mesmo resultado pode resultar da música má, obviamente em sentido oposto. O
possível significado desta descoberta do Dr. Singh deve colocar em alerta os fãs da música rock. (págs.
152-157).

(h) “Como a própria natureza humana, a música não pode, de maneira alguma, ser neutra em sua
direção espiritual. ... basicamente, todos os empregos do tom [música] e todas as letras musicais podem
ser classificadas de acordo com a sua direção espiritual, para cima ou para baixo. ... Para dize-lo com maior
franqueza, a música se inclina a ser ou da treva ou da luz” (pág. 202) Em sua famosa obra As Leis, Platão
lamentava a revolução musical de seu tempo e a sua “anarquia dissonante”: “Néscios, iludiram-se pensando
que não havia certo nem errado em música – a qual seria julgada boa ou má pelo prazer que
proporcionasse. Através de sua obra e sua teoria, eles infectaram as massas com a presunção de se
considerarem juízes adequados. ... Acontecia que o critério não era a música, mas uma reputação de
esperteza promíscua e um espírito de transgressão das leis.” (pág. 204)
(i) Em seus comentários finais sobre as raízes dos estilos e ritmos musicais, David Tame, um não crente,
com uma perspicácia "espiritual" freqüentemente não encontrada em muitos crentes atuais, toma posição
contra a música rock: “Mais do que qualquer outra forma de uso indevido do som, é com o rock que temos
que nos confrontar hoje. ... Trata-se de um fenômeno global; um compasso destrutivo, que bate e bate,
repetidamente, e se ouve da América e da Europa Ocidental até a África e a Ásia. O seu efeito sobre a alma
consiste em tornar quase impossível o verdadeiro silencio interior e a paz necessária à contemplação das
verdades eternas. ...Quão necessário, nesta época, é terem alguns a coragem de ser os ‘diferentes’ e
apartar-se da súcia que, há muito, vendeu a vida e a personalidade a este som... Creio inflexivelmente
que o rock e todas as suas formas são um problema crítico que a nossa civilização precisa
enfrentar... se quiser sobreviver...” (pág. 222) (Ênfase acrescentada)

Para o mundo é impossível separar-se das ilusões dos prazeres carnais; não existe o desejo e nem o poder
para faze-lo, mesmo que o desejasse. Mas que razão temos nós, como cristãos, para ignorar a ordem do
Senhor, para sairmos do mundo e permanecermos separados? Temos adotado a música do mundo em
todas as suas formas destrutivas (no arranjo e no caráter), adicionamos versos cristãos a ela e pensamos
que estamos prestando um serviço a Deus e que somos um testemunho de santidade a um mundo
descrente.

Mais recentes pesquisas médicas (além das citadas por Tame) apóiam o conceito da suposta "neutralidade"
da música:

(a) O Dr. John Diamond, conduziu uma exaustiva pesquisa dos efeitos médicos causados pela música. Ele
notou que o homem é um ser rítmico no que diz respeito à respiração, à pulsação cardíaca, o pulso, a
linguagem e o caminhar e, quando o ritmo da música corresponde ao natural deste corpo, produz
sentimentos de êxtase, de prontidão e de paz e que fornece energia à mente e ao corpo, facilitando o
equilíbrio e o autodomínio (Estas descobertas seculares também são apoiadas pela Bíblia – I Samuel 16:15-
17 e 23).

(b) O Dr. David Nobel, outro doutor e uma autoridade reconhecida no campo da música, conduziu uma
extensa pesquisa sobre a correspondência dos ritmos musicais e os do corpo humano. Ele escreve que:
“Nenhuma dessas qualidades se harmoniza com o som do rock. Ao contrário, o rock contêm dissonâncias
harmônicas e desarmonia melódica, enquanto o ritmo é acentuado com uma batida forte. De fato, o ritmo
chamado de ‘anapéstico’, formado por duas batidas breves e uma longa, seguida de uma pausa, usado pela
maior parte dos músicos de rock, é diretamente o oposto do ritmo natural cardíaco e arterial do homem
[causando, desta forma uma imediata perda de energia muscular].”

[O Dr. Diamond confirma as descobertas do Dr. Nobel e acrescenta que o ritmo “anapéstico” potencializa a
ira, baixa o rendimento, aumenta a hiper-atividade e debilita a força muscular. (Admitindo que a capacidade
tecnológica para a medição objetiva da ira e do stress seja no mínimo problemática, a medição da força
muscular, ao contrário, é muito precisa e atende todos os requisitos da confiabilidade científica e
significância estatística.)]

(c) O poder da música para comunicar está demonstrado em um artigo de David Mazie, “Music's Surprising
Power to Heal”, publicado no número de agosto de 1992 na revista Reader's Digest. “A música reduz a
tensão do pessoal na sala de cirurgia, diz o Dr. Clyde L. Nash Jr, ... e ajuda o paciente a relaxar.” Ele usa
música clássica, como Vivaldi e Mozart. O Dr. Nash é um dentre vários médicos que estão descobrindo que
a música, utilizada ao lado das terapias médicas convencionais, pode ajudar o enfermo em seu processo de
recuperação.

Os pesquisadores clínicos da Escola de Enfermagem da Universidade U.C.L.A. (Los Angeles) e do Centro


Médico Batista em Atlanta, Geórgia, descobriram que os recém-nascidos prematuros aumentavam de peso
rapidamente e eram capazes de utilizar o oxigênio de forma muito mais eficiente quando eram expostos a
uma música relaxante, misturada com vozes ou ruídos do ventre materno. No Memorial Regional Medical
Center em Tallahassee, Florida, recém-nascidos prematuros ou com pouco peso, expostos a uma hora e
meia de música vocal relaxante a cada dia, ficavam apenas 11 dias, em média, no centro de cuidados
intensivos, comparado com 16 dias do grupo de controle, que não era exposto. No Hospital St. Agnes de
Baltimore, foi experimentada a música clássica no setor de tratamento intensivo. “Meia hora de música
produziu os mesmos efeitos de 10 miligramas de Vallium”, declarou o Dr. Raymond Bahr, chefe da unidade
de tratamentos cardíacos. Outros estudos sugerem que a música pode ajudar a aumentar a produção de
endorfina e de S-IgA (Imunoglobulina Salivar A). A S-IgA aumenta a velocidade da recuperação, reduz o
risco de infecções e controla o ritmo cardíaco. Estudos indicam que os dois hemisférios cerebrais são
envolvidos no processamento da música. O Dr. Sacks explica que “A base neurológica das reações à
música são sólidas e pode, de fato, permanecer depois de lesões nos dois hemisférios,” ( Reader’s Digest,
Agosto 1992).

“Em conclusão, podemos dizer que, até agora, no que concerne ao corpo físico, a noção de que a música
não exerce efeito algum sobre o homem, ou de que ela é inofensiva, deve ser posta de lado por ser
totalmente errônea”, (Tame, pág. 152). (Ênfase acrescentada) Os músicos modernos já não poderão
proclamar que a música seja uma questão de ‘gosto’, ou que ao músico deva ser concedido o direito de
tocar o que bem entende. ... Todo momento de música a que nos submetemos pode estar
intensificando ou consumindo ... nossa clareza de consciência, pouco a pouco” (Tame, pág. 155-156)

A Mensagem Subliminar na Música (partes I e II)

Elias Pinheiro

A Mensagem Subliminar na música (I parte)

Antes de focarmos nosso estudo sobre a mensagem subliminar na música, temos que ter uma visão geral
do que seria a mensagem subliminar, onde ela é encontrada, de como atua no cérebro humano, e como se
previnir deste mal que esta tomando conta de nossos lares e nossas vidas.

O que é?

A psicologia é quem melhor define Subliminar: - Qualquer estímulo produzido abaixo do limiar da
consciência, e que produz efeitos na atividade psíquica ou mental. A Mensagem Subliminar é dotada de
uma arte a mais. A arte da persuasão inconsciente. Ela trabalha com o subconsciente das pessoas. Dá-se o
nome de mensagem ou propaganda subliminar toda aquela mensagem que é transmitida em um baixo nível
de percepção, tanto auditiva quanto visual. Embora não possamos identificar esta absorção da informação,
o nosso subconsciente capta-a e ela é assimilada sem nenhuma barreira consciente, e aceitamo-la como se
tivéssemos sido hipnotizados. Por definição, subliminares são as mensagens que nos são enviadas
dissimuladamente, ocultas, abaixo dos limites da nossa percepção consciente e que vão influenciar nossas
escolhas, atitudes, motivar a tomada de decisões posteriores. Subliminares são mensagens que entram na
nossa mente de contrabando, como um vírus de computador que fica inerte, latente, e só é ativado na hora
certa.

De Raquel Braz Ribeiro (Trabalho acadêmico da cadeira de Comunicação Comparada do Centro


Universitário Feevale - Novo Hamburgo - RS)

Onde elas estão?

Elas estão em todo lugar. É isso mesmo que você leu!!! - Em todo lugar. As mensagens subliminares, ou
ocultas estão inseridas na mídia em geral, ou seja, na televisão, música, nos outdoors, em fim... todos os
lugares de onde você recebe algum tipo de informação audio-visual, inclusive recintos e paisagens.

Objetivo das mensagens


O objetivo destas mensagens é: Controlar a mente humana. As inserções de imagens, palavras, ícones ou
idéias não podem ser percebidos pelo consumidor em um nível normal de consciência, portanto não lhe é
dada a opção de aceitar ou rejeitar a mensagem, como acontece com a propaganda normalmente.

Mas nem toda mensagem é criada com fins maléficos. Existem empresas onde é adotado um pequeno
aplicativo que emite uma mensagem periodicamente nos monitores dos computadores de seus funcionários
do tipo: "Trabalhe mais rápido!", para aumentar a produtividade dos empregados. Ela é emitida tão
rapidamente que eles nem percebem!

Também supermercados instalam som ambiente com frases "sou honesto" e "roubar é errado", a fim de
reduzir os índices de furtos entre os clientes, e bancos agem de forma semelhante para estimular
aplicações financeiras.

Pouca gente sabe mas o primeiro filme da série "Star Wars" foi patrocinado pela IBM, em troca divulgaram
o nome da empresa subliminarmente. Pergunto... Qual o nome daquele computador que aparece diversas
vezes no filme? HAL-> que são as letras que antecedem IBM (*) .

Ou há ainda o caso da "Coca-Cola". A empresa usa as cores da logomarca não é por a caso! A cor preta
indica: Abafado, quente. O Vermelho a agitação. Somando agitação em um dia quente temos o que? - Sede!

Pode fazer o teste, olhe para a logomarca num dia quente e a mesma logo num dia frio para você perceber
como sua reação é diferente!

Mas não deixe de raciocinar que isto fere um princípio divino, chamado de livre arbítrio. Ou seja, Deus que é
Deus, não obrigou o homem a seguir os seus caminhos, antes, propôs-lhe que optasse ou pelo bem ou pelo
mal. Você pode consultar as leis de Moisés, que constituem ainda uma das bases do Direito até os dias de
hoje. As sociedades modernas vivem enganadas com a pseudo ilusão de que tem o controle de todas as
coisas, e que todas as coisas podem ser controladas. Tudo isso em verdade são fantasias, reforçadas
inconscientemente através de um bombardeio de mais de 100 mil fixações por dia.

A origem

O registro escrito mais antigo sobre influência subconsciente, que se conhece está escrito, por mais incrível
que pareça, no livro de Gênesis, escrito por Moisés (primeiro livro da Bíblia), onde lemos a história entre
Jacó e seu tio Labão.

Jacó, após trabalhar vários anos de graça para ele, faz um acordo aparentemente inviável e totalmente
favorável a seu tio, No contrato constava que toda cria do rebanho sob seus cuidados que nascesse
listrada, salpicada e malhada seria sua, como forma de salário e todas de peles lisas continuariam de
Labão.

Dada a dificuldade de ocorrerem estes casos, Labão que era seu sogro, aceita prontamente a proposta.
Jacó, inspirado divinamente, coloca nos bebedouros e nas bicas de água, varas de álamo, aveleira e
castanheiro, descascadas de tal forma, que aparecia a parte clara dos caules em forma de listras, malhas,
etc.

"E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas".

Ou seja, ao beber água, as ovelhas via a imagem das varas se refletindo na água, e essa imagem, ficava
registrada nos seus subconscientes repetidas vezes durante o dia; esses estímulos subliminares, eram
remetidos diretamente ao ventre das fêmeas, interferindo na formação genética dos embriões. Jacó, usando
dessa técnica tornou-se um dos homens mais prósperos da época.

A Mensagem Subliminar na música (II parte)


Os sons subliminares são muito usados no cinema para se conseguir um estado alterado de consciência ou
para se conseguir o efeito desejado em determinadas cenas, semelhantes às sugestões pós-hipnóticas.

Antes prosseguir em nosso estudo, gostaria de relembrar de que o objetivo deste estudo, não é abordar a
música como arte, mas sim, a música como energia literal, que é capaz de trazer consigo informações que
podem influir na construção do caráter da pessoa, para melhor ou pior.

Toda pessoa que se dispõe a estudar e tentar decifrar os textos das diversas canções, verá que de modo
geral a reação das pessoas são quase sempre os mesmos:

1. revolta contra os pais que alertam os filhos;


2. contra a pessoa que estudou e divulgou o resultado de seus estudos;
3. revolta contra que existe.

Digo isso por experiência própria; e até pessoas próximas a mim tentaram me incentivar a desistir de tudo,
com a suposta idéia que minha mente seria dominada, ou acabaria ficando louco, coisas desse tipo.

Amados, sei que esses conselhos que recebi foram de pessoas que querem meu bem, mas também sei que
quem mais estava interessado em que esse estudo não fosse concluído foi o "inimigo", pois para ele
importava que você e sua família continuasse na obscuridade; sem notar o mal que nos cerca. Vou
continuar sim, enquanto Deus permitir, estarei estudando e tentando alerta-los sobre esse mal que esta tão
presente em nosso meio.

Violação da consciência

Exemplos:

A canção dos Beatles do ano de 1968: "The Devil's White Album" ("O Álbum Branco do Diabo"). Esse foi o
primeiro disco em que se transmitiu sinais ocultos através do inconsciente, para comunicar o "evangelho de
Satanás".

Rolling Stones, The Who, Black Sabbath, Led Zeppelin, Kiss (abreviatura de "Knights in Satan's Service"-
"Cavaleiros a Serviço de Satanás") em uma música, cujo título é: "She is Satan's Daugther" - tradução: "Ela
é filha de Satã". Estes dentre outros grupos continuam a usar a sua música como um instrumento para
injetar mensagens satânicas dentro do seu lar.
Incentivação a libertinagem, liberação de todos os impulsos sexuais levando à perversão à destruição físico-
mental, moral e espiritual, drogas, distúrbios mentais, depressão, desvios de conduta e sexuais,
homossexualismo, agressividade, violência, suicídio, assassínio, ruína interior, degradação humana e
satanismo.

No início de 1982, o grupo de rock Led Zeppelin foi condenado por um tribunal da Califórnia por causa da
influência exercida com mensagens satânicas ocultas no disco: "Stairway to Heaven". O seu texto era: "It's a
feeling I get, when I look to the west" e "Mu spirit is crying for leaving". Esse texto, na versão invertida é: 'I
have got to live for Satan'. ("Tenho que viver para Satanás"). "Sim ao diabo, não tenhas medo do diabo, não
sejas um idiota. Quero que o Senhor caia de joelhos diante do diabo".

Um compositor americano informa: "Escolhi o grupo de hard rock 'ACDC', porque essa abreviatura significa:
"Anticrist, death to Christ" ("Anticristo, morra Cristo"). E esse grupo canta em louvor dos sinos do inferno:
"Hells Bells".

Outros textos invertidos do grupo Kiss: "Unifica-te, funde! Se me amas, corta-te! O próprio diabo é teu
deus!"

Black Sabbath: "Jesus, tu és repugnante!" e "Toma tua marca e vive!" - que refere-se ao número 666, o
'sinal da besta - o anticristo, gravado na capa do disco com um relâmpago diabólico.

Wicca

Existe nos EUA e em nível internacional uma associação denominada "Wicca" - Associação de Mágicos e
Feiticeiros, que possuem três gravadoras. Cada disco tem a tarefa de contribuir para a destruição moral e a
ruína interior dos jovens de hoje. Eles praticam na gravação dos discos uma espécie de culto ao diabo e
consagram-se à pessoa do diabo.

Os Rolling Stones, por exemplo, pertencem a uma seita de adoradores do diabo da região de San Diego.
Um outro grupo conhecido, "Garry Funkell", também produz a mesma espécie de música. Essa associação
estabeleceu como objetivo divulgar especialmente discos de orientação ideológica que leva a juventude ao
satanismo.

As mensagens subliminares transmitidas pela música, não são percebidas pelos sentidos exteriores, e
dessa forma não existe nenhuma possibilidade de defesa contra esse tipo de agressão. Mas o
subconsciente tem condições de decifrar essas mensagens, influenciando a consciência através da
memória.

Como as mensagens são transmitidas?

Essas mensagens em palavras são transmitidas pelo "reverse-masking-process", ou seja, de trás para
diante. Elas tornam-se imediatamente compreensíveis se tocarmos a música de trás pra frente.

Além disso, utiliza-se conscientemente volume de sete decibéis acima da tolerância do sistema nervoso.
Isso é exatamente calculado: quando os jovens ficam expostos a essa música durante um determinado
tempo, surge uma espécie de depressão, revolta e agressividade. Eles não sabem porque; eles imaginam
que no fundo nada mais fizeram do que ouvir música. Através da excitação do sistema nervoso chegou-se a
esse resultado, isto é, produziu-se uma perturbação que impulsiona as pessoas a realizarem o 'beat' que
ouviram durante toda a noite.

A isso somam-se sinais ocultos (subliminares). Trata-se de sons muito elevados, acima do limite da
percepção do ouvido humano. Trata-se de uma harmonia da ordem de 30.000 oscilações por segundo. Os
ouvintes não os percebem, porque trata-se de ultra-sons. Eles causa a produção de uma substância, pelo
cérebro, que tem o mesmo efeito das drogas. Trata-se de uma droga natural, produzida pelo cérebro
humano. Eles sentem-se estranhos, e essa é também a intenção: despertar neles a necessidade de drogas
ou continuar com as sensações existentes.

Fonte de estudo: "O Controle Total - 666" - Win Malgo)

A Influência da Mensagem Subliminar na Música

A música é capaz de estimular todos os tipos de sentimento e emoções, como adrenalina, paz, agitação,
tranqüilidade e etc. Certas música, portanto, tem o poder de formar o caráter.

"Os os vários tipos de música, baseados nos vários modos, distinguem- se pelos seus efeitos sobre o
caráter - um, por exemplo, operando na direção da melancolia, outro na da efeminação, um incentivando a
renúncia, outro o domínio de si, um terceiro o entusiasmo, e assim por diante, através da série"(Aristóteles).

Música, Matemática ou Física?

A música ou até mesmo um simples som pode ser transformada em números e relações matemáticas, e nos
mesmos números e relações matemáticas especiais encontrados na música. A compreensão matemática da
música é muito mais do que apenas materialista, acadêmica.

As vibrações dos seus acordes, em determinadas freqüências, fazem estilhaçar não só taças de cristal, mas
também lustres e vidraças. Podemos afirmar que determinadas vibrações na música são usadas de maneira
subliminar, visto que o ouvido humano tem um limite para captação de sons conscientes. As vibrações
abaixo e acima destes limites são captadas inconscientemente provocando em algumas pessoas, dores de
cabeça, sensações de mal-estar, medo, angústia, excitação ou até mesmo, uma calma aparente.

Os sons subliminares são muito usados no cinema para se conseguir um estado alterado de consciência ou
para se conseguir o efeito desejado em determinadas cenas, semelhantes às sugestões pós-hipnóticas.

Prova desse poder físico que a música exerce sobre o meio é o exemplo que todos professores de física
usam para ilustrar essa força: "Uma tropa de soldados marchando em uníssono, ao atravessar uma ponte.
O somatório das vozes, da cadência da marcha, da altura e principalmente da freqüência dos sons, se
estiverem na mesma freqüência das vibrações das moléculas da estrutura daquela ponte, podem faze-la ruir
em poucos segundos. A destruição da ponte, antes mesmo dos soldados atravessá-la.

Nos Dias de Hoje...

Uma tática militar anti-guerrilha ou manifestações populares, revela a eficiência dos sons(combinados). O
conjunto matematicamente combinado dos sons das botas batendo cadenciadas no chão, das vozes de
comando, dos 'gritos de guerra', das batidas ritmadas dos cassetetes nos escudos, fazem com que um
pequeno pelotão, represente de maneira inconsciente, subliminar, algo muito mais ostensivo do que é na
situação real.

No caso da passagem bíblica sobre as muralhas de Jericó, como relatamos, ficou provado, após minuciosa
perícia técnica das ruínas, que num determinado momento, os muros simplesmente se desmoronaram,
como se tivesse havido uma grande implosão, algo místico, divino e ao mesmo tempo físico, desintegrando
ou desestruturando toda harmonia que agregava umas moléculas às outras, nas bases das edificações.

Backward Masking: As mensagens invertidas


Quando Gary Greenwald começou a desenvolver estudos sobre mensagens invertidas nas músicas,
empreendidos pelas Universidades de Standford e Universidade de Los Angeles, também conhecidas como
'Backward Masking', certamente foi chamado de louco, fanático, religioso, lunático, etc... e que o cérebro
não entende as mensagens quando estão invertidas, como se pudéssemos comparar o cérebro, o melhor e
mais complexo computador que existe, a um simples rim... Graças a Deus que, os estudos científicos tem
conseguido mostrar, através de modernos equipamentos, que frases e até palavras são codificadas pelo
cérebro, e, no exato momento que estamos falando, estas expressões já estão sendo enxertadas na fala. Já
colhemos depoimentos surpreendentes de crianças que, quando estão dormindo, balbuciam palavras
invertidas de músicas que ouviram durante o dia. Quando se inverte a rotação de uma fala, discurso, ou
depoimento, detecta-se claramente o real significado ou sentido que gostaríamos de ter falado, mas por
medo, repressão ou por um motivo alheio ao nosso consciente, não o fizemos do modo normal. É como se
fosse um (moderno) detector de mentiras.

Bibliografia/Referências:

TAME, David. O Poder Oculto da Música. S.Paulo, Ed.Cultrix,1984.

ALVES, Júlia Falivene. A Invasão Cultural Norte-Americana. 17a. ed. São Paulo, Ed.Moderna, 1988.

MUGGIATI, Roberto. Rock - O Grito e o Mito. A música pop como forma de comunicação e contracultura.
4a.edição. Petrópolis, Ed. Vozes, 1983.

BRANDÃO, Antonio C. e DUARTE, Milton F. Movimentos Culturais de Juventude. 8a.ed. São Paulo, Ed.
Moderna, 1990.

COSTA, Jefferson Magno de Santana; ANDRADE, Claudionor de et alii. 6a.ed. Rio de Janeiro, Edições
CPAD, 1993.

Revistas:
Showbizz - Editora Azul (Várias Edições)
Bizz - Editora Azul (Várias Edições)
Metal Head - Editora Escala (Várias Edições)

Base de estudo: Estudos e pesquisas nos sites:

http://www.mensagemsubliminar.com.br/ - Professor Vicente

Fonte: http://www.adoracao.com.br/home/comunidade/musicaelouvor/view.php?codigo=35&secao=13

(*) Nota: O computador HAL é personagem do filme 2001 - Odisséia no Espaço, e não do primeiro filme de
Star Wars, como citado pelo autor - Nota dos editores do www.musicaeadoracao.com.br

Som de Órgãos de Igreja Pode Induzir 'Religiosidade'

Jonathan Amos
O sentimento de espiritualidade que muitos sentem na igreja pode
ser induzido pelos sons mais graves de alguns órgãos de tubos,
afirmam pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, na Grã-
Bretanha.
O canhão de infra-som foi instalado
Muitas igrejas e catedrais têm órgãos com tubos tão longos que emitem no fundo da sala de concertos
sons em freqüências abaixo dos 20 hertz – normalmente inaudíveis para
o ouvido humano. No entanto, em uma experiência em que infra-sons eram tocados em uma sala de
concerto, os cientistas descobriram que eram capazes de, quando quisessem, induzir sentimentos na
platéia. Entre eles, uma forte sensação de pesar, frieza e ansiedade e, até mesmo, arrepios.

O infra-som tem sido objeto de intensos estudos nos últimos anos. Pesquisadores descobriram que certos
animais, como os elefantes, são capazes de se comunicar com chamadas de baixa freqüência.

Vulcões

Os infra-sons podem ser detectados em vulcões e podem se revelar uma forma de prever erupções. Um
dos recentes estudos nessa área indicou que a sensação de estar sendo observado por alguém que não se
consegue ver também pode ser provocada por infra-sons.

Para testar o impacto de notas extremamente graves de um órgão na platéia, os pesquisadores construíram
um "canhão infra-sônico" de sete metros de comprimento, que foi posto no fundo do Purcell Room, uma sala
de concertos no sul de Londres. Depois disso, 750 pessoas foram convidadas a relatar as suas sensações
depois de ouvir peças de música contemporânea que atravessavam o canhão, tocando freqüências de 17
Hz a volumes entre seis e oito decibéis. Os resultados mostraram que a ocorrência de “sensações
esquisitas” na platéia aumentou 22% quando o infra-som estava presente.

"Já se desconfiava que, devido ao fato de algumas igrejas e catedrais


produzirem infra-sons, isso poderia levar pessoas a ter experiências
estranhas que elas atribuem a Deus", disse o professor Richard
Wiseman, da Universidade de Hertfordshire.

"Algumas das experiências do nosso público incluem 'tremores no pulso',


'uma sensação esquisita no estômago', 'aceleração dos batimentos
cardíacos', 'grande ansiedade' e uma 'repentina lembrança de perda
emocional'", relata ele.
A freqüência tocada era de 17 Hz
"A experiência foi realizada sob condições controladas e mostra que o
infra-som pode ter um impacto e que tem implicações em um contexto religioso e nas experiências
incomuns que alguns experimentam em determinadas igrejas."

Para Sarah Angliss, engenheira e compositora do projeto, organistas têm acrescentado infra-sons na
composição musical há 500 anos. "Não somos os primeiros 'viciados em baixo'", disse Angliss.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2003/09/030908_orgaoebc.shtml
Músicas que "grudam" criam "coceira no cérebro"

Uma pesquisa nos Estados Unidos descobriu que algumas músicas não saem da nossa cabeça porque
criam uma espécie de "coceira no cérebro", que só pode ser aliviada se o som for cantarolado muitas vezes.
Na Alemanha, esse tipo de música é conhecido como "ohrwurm" ("verme de ouvido") e, tipicamente, tem
uma melodia otimista, com letra repetitiva, que fica entre atraente e irritante.

Músicas como Y.M.C.A., do Village People e Macarena, de Los Del Rio, devem seu sucesso à capacidade
que têm de criar uma "coceira cognitiva", segundo o professor James Kellaris, da Escola de Administração e
Negócios da Universidade de Cincinnati. "Uma coceira cognitiva é o tipo de metáfora que explica como
essas músicas ficam na nossa cabeça", disse o professor Kellaris ao programa Outlook, do Serviço Mundial
da BBC.

Jingles
"Algumas músicas têm propriedades análogas às de uma histamina, que faz coçar nossos cérebros",
explicou. "A única maneira de aliviar a comichão cognitiva é repetir a música em nossa cabeça". O professor
Kellaris apresentou os resultados preliminares de sua pesquisa em uma conferência de psicologia do
consumo.

Segundo ele, virtualmente todo mundo sofre de comichão cognitiva em um momento ou outro. "Nas
pesquisas, descobrimos que entre 97% e 99% das pessoas são suscetíveis a vermes de ouvido em algum
momento", afirmou.

"Mas certamente algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras. Mulheres tendem a ser mais
suscetíveis do que homens. Os músicos também são mais suscetíveis do que os que não são músicos".
A pesquisa é de grande interesse para a indústria pop - de olho no aumento de vendas - e para
anunciantes, que usam jingles para assegurar que as marcas fiquem na cabeça dos ouvintes. "Para os
objetivos da música pop e da propaganda, deseja-se alguma coisa que uma vez ouvida não seja esquecida
rápida ou facilmente", explicou Chris Smith, criador de jingles.

Segundo ele, um bom "verme de ouvido" é "insidioso e freqüentemente primitivo". "Um dos elementos-
chave de um "verme de ouvido" é a repetição", disse Smith. "Algo com conteúdo muito variado não é
assimilado facilmente".

"Realmente, eu acho que, para objetivos práticos, um "verme de ouvido" é realmente alguma coisa que as
pessoas podem captar rapidamente e reproduzir enquanto estão caminhando na rua, para a infelicidade de
muita gente".

Mozart
Até mesmo os grandes músicos sofreram com "vermes de ouvido", segundo Smith. Mozart ficava
"enfurecido" quando seus filhos tocavam melodias e escalas no piano em um quarto abaixo do dele, mas
paravam antes de concluir a música. "Ele descia correndo e completava a escala, porque não podia
suportar ouvir uma escala incompleta", contou Smith.

Professor Kellaris disse que sua pesquisa mostrou que não há, no entanto, um padrão para criar um "verme
de ouvido". As pessoas reagem de forma diferente a diferentes canções. Segundo ele, também não há
qualquer meio garantido de tirar a música de nossa cabeça.

"Estratégias de substituição raramente funcionam, porque enquanto procuramos na memória uma canção
substituta, provavelmente vamos achar outro "verme de ouvido"", reconheceu. "Algumas pessoas defendem
estratégias de conclusão. Se você ouvir uma música integralmente, algumas vezes isso faz com que saia da
sua cabeça.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,6752,OI200523-EI238,00.html

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Musicoterapia e a Terceira Idade


ou
Musicoterapia: Corpo Sonoro

Lúcia Maria Chaves Tourinho

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesta época conturbada em que vive a sociedade contemporânea, é um alento podermos tomar
consciência de nós mesmos, rever padrões e valores e encontrar saídas para melhor integração.
Tentando fazer pontes entre geriatria, gerontologia, musicoterapia, que são áreas antigas e novas ao
mesmo tempo, estamos descobrindo saídas para alcançar a integração interior e ajudar na compreensão da
senescência.

O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal e uma experiência individual que faz parte da
aventura humana confrontada à finitude, no contexto de um grupo social, cultural e afetivo.

Qualquer grupo social atribui algum papel a seus idosos e organiza alguma forma de responder às suas
necessidades e à sua vulnerabilidade, pela inclusão ou exclusão.

Os idosos e seus problemas têm tido pouca importância nos debates éticos e bioéticos, provavelmente
devido ao "recalque " da morte na cultura contemporânea simbolizado pelas metáforas da "juventude
eterna" e da "saúde perfeita", que implicam na idéia de que a velhice é uma doença a ser prevenida e
tratada. A velhice da falta de dinheiro, da solidão, da aposentadoria e da viuvez, muitas vezes considerada
um problema social, constitui-se em fonte para matéria jornalística sempre explorada pela mídia ao bel
prazer do editor.

Minha experiência em instituição asilar, em ambulatórios e em clínica particular me asseguram a utilização


da musicoterapia como uma saída criativa e primordial para melhora global de todas as pessoas que
tenham acesso a esse tipo de atendimento.

A musicoterapia é mais um canal, uma saída para beneficiar a todos e principalmente a pessoa idosa na
recuperação e reabilitação, na prevenção, promovendo saúde.

O IDOSO E SUAS PERDAS

"A doença tem uma função iniciática: através dela se pode chegar a um maior conhecimento
de nós mesmos. Assim, se você ficar amigo de sua doença, ela lhe dará lições gratuitas
sobre como viver de maneira mais sábia." ( Rubem Alves).

Há dificuldades por parte dos brasileiros em apreender e aceitar que o Brasil, com grande proporção de
jovens, conviva ao lado de expressivo grupo etário de mais de 60 anos. Isto é um grande desafio, pois há
carência de recursos e grande demanda de serviços para todas as faixas etárias (Veras, 1997p. 54 ).

Velhice deve ser entendida como uma etapa da vida onde acontecem modificações que afetam a relação do
indivíduo com o meio, dentro de um tempo.

Que será tempo?

Para Lygia Clark, artista plástica: ... "a matéria orgânica provém desse impacto. O tempo é o novo vetor da
expressão do artista. Não o tempo mecânico, é claro, mas o tempo-vivência que traz uma estrutura viva em
si."

Na opinião da autora, o tempo tem um espaço indefinido e por vezes não pode ser medido, se confundindo
com o ontem, o hoje e o amanhã.

O Brasil está fazendo sua transição demográfica de "país jovem" para "país idoso" porque a taxa de
nascimentos diminuiu em virtude do controle da natalidade e a expectativa de vida aumentou face às
melhorias sanitárias, ao aumento progressivo da qualidade da alimentação e ao progresso da medicina,
destarte todas as dificuldades conjunturais por que vem passando o país.

Independente da classe social, a velhice é representada como um processo contínuo de perdas e ausência
de papéis sociais e nada pode comparar-se à perda do seu papel maior no núcleo familiar. Todos enfrentam
e sofrem a segregação, tanto decorrente de uma instituição asilar quanto daquela sentida nos atendimentos
ambulatoriais ou mesmo aqueles que estão sendo cuidados em suas residências, onde a queixa a esse
assunto é uma constante. Esses idosos se sentem isolados, sós, sua auto-estima diminui, sentem-se
desvalorizados, chegando à perda de sua identidade. Entram facilmente em depressão, pois sentem-se
"não valendo nada".

A depressão é, principalmente entre os idosos, uma doença com importantes repercussões sociais e
individuais, de difícil diagnóstico, devido ao fato de afetar não somente o convívio social, impossibilitando
uma rotina de vida satisfatória, mas também pelo risco inerente de morbilidade e cronicidade. Existem
muitas dificuldades em discernir os fatores psicológicos dos orgânicos e, em se tratando do paciente
geriátrico, estas são ainda maiores, não só relacionadas à etiologia mas também ao próprio reconhecimento
de sua existência.

A depressão costuma ser subestimada pelos profissionais de saúde e familiares, como também pelo
paciente. "Os idosos tendem a preservar uma imagem de saúde, justificando suas limitações através da
doença" [...] " É mais fácil acreditar que estão doentes e não velhos" ( Papaleo, 1996 ).

A importância do seu reconhecimento é que, ao estabelecer a terapia indicada, devolvemos ao indivíduo a


capacidade de amar, pensar, interagir e cuidar de pessoas, trabalhar, sentir-se gratificado e assumir
responsabilidades. Todo ser humano experimenta, de diferentes maneiras, as várias crises de sua
existência à medida que evolui e as enfrenta. Quanto mais capaz de enfrentar e sobrepujar essas crises,
menos sintomas desenvolverá.

... "o idoso não raramente é portador de uma ou mais doenças crônicas que são relacionadas com
manifestações depressivas como, por exemplo, doença cerebrovascular, doença reumatóide etc.
Além disso, é oportuno lembrar a associação de depressão e demência (pseudo demência
depressiva). Falar de velho implica em problemas de ordem biológica, social e psicológica, que
podem ser considerados fatores facilitadores da depressão no idoso." (Papaleo, 1996 p. 160).

Dentro desse contexto, a musicoterapia mostra-se um tratamento eficaz na elaboração e resolução de


conflitos internos e emoções, trazendo-os à tona, podendo então ser expressos e reativados por meio da
música.

Nas clientelas, as pessoas mais simples, menos capacitadas intelectual e culturalmente, têm um menor
grau de crítica à exposição e ao ridículo. São em geral mais espontâneas e têm menos dificuldades de
interagir com os companheiros do seu grupo e o terapeuta. Não ficam bloqueadas e as atividades fluem
com facilidade, sendo os objetivos terapêuticos mais rapidamente alcançados.

... " muitas vezes os mais gabaritados intelectualmente ( e mais racionais) percebiam e captavam
menos do outro e de si mesmo. Outros, mais simples na sua forma de ser, culturalmente mais
empobrecidos, apresentavam alto grau de sensibilidade e ‘apreendiam’ o processo ( ou tinham
maiores insights dramáticos) com mais facilidade ( Sene Costa, 1998 ).

Não é regra geral. Há também os intelectuais espontâneos e os simplórios inespontâneos.

Esta confusão referente a quem somos e o que deveríamos fazer é o aspecto mais penoso do "viver".

Nossa tarefa é mostrar como reconhecer e como enfrentar alguns problemas de maneira construtiva. É,
portanto, reforçar a consciência de nós mesmos, encontrar forças integradoras que nos permitam resistir,
apesar da confusão que nos rodeia.

" Quanto mais forte o nosso eu – isto é, quanto maior a capacidade para preservar a consciência
pessoal e do mundo objetivo que nos rodeia – tanto menos seremos dominados pela ameaça."
( May, 2000).

SAÍDAS CRIATIVAS PARA DEPRESSÃO: MÚSICA – MUSICOTERAPIA.

Há saídas criativas para promovermos nossa saúde e obtermos melhor qualidade de vida.
Atentando para dentro de nós mesmos, descobriremos através da nossa respiração, dos batimentos
cardíacos, dos nossos sons viscerais, uma verdadeira "orquestra" interior onde cada um com seu corpo
sonoro através dos seus mais variados ritmos internos, poderá detectar algum mal funcionamento físico ou
mental, pois esses instrumentos corporais que muitos mal conhecem, nos possibilitarão o reconhecimento
de disfunções.

Ruud (1991) salienta que a saúde é um fenômeno que se estende além do indivíduo para abranger a
sociedade e a cultura. Como saúde individual, ela não poderia ser higidez do corpo, mente e espírito em
uma sociedade e em uma cultura que não são saudáveis. Por outro lado, uma sociedade e uma cultura não
podem ser saudáveis se os indivíduos em seu interior não são hígidos de corpo, mente e espírito.

Bruscia (2000) afirma que a saúde de cada indivíduo, a sociedade e cultura estão completamente
vinculadas ao meio ambiente. Assim, a saúde abrange e depende do sistema ecológico completo, desde o
corpo, a mente e o espírito com suas interações no indivíduo até os contextos mais amplos das relações do
indivíduo com a sociedade, a cultura e o meio ambiente.

"O corpo ocupa o espaço na natureza e as idéias e emoções é que fazem, junto com o corpo, o contato do
ser-no-mundo." ( Barcellos, 1992). Ela nos diz ainda que:

..."a música acompanha cada homem desde antes de seu nascimento até o momento em que morre
[ ...]; é utilizada como elemento de expressão individual e coletiva e se insere em quase todas as
atividades do homem."

Pode ser aplicada como terapia e ser uma das saídas para o homem contemporâneo que vive nesta
sociedade conturbada.

Durante o século presente se abandonou e perdeu quase toda a crença na música como força capaz de
mudar o indivíduo e a sociedade. Na relativa falta de importância que o homem do século XX atribui à
música, a nossa civilização subsiste virtualmente só. Isto é uma questão controvertida pois pode ser
resultado do progresso tecnológico ou supermaterialista do mundo. Nem todos os homens modernos
ignoram as possíveis relações entre música e civilização e seus efeitos.

Ratificando essas observações, David Tame (1997 p. 26) dá vários exemplos que reforçam a nossa crença
em que a música tem uma força que age sobre o mundo a nossa volta. Uma força que exibe um aspecto
físico visível e audível e talvez um aspecto místico.

A música é um estímulo potente para a evocação de lembranças e é lembrando que podemos avivar fatos
inconscientes que ampliam o significado do "ser velho".

O velho sente as transformações físicas acarretadas pelos anos e precisa adequar-se sempre. Contudo é
na rejeição da sociedade em relação a ele que começa a conceber-se como idoso. Por isso Sartre afirma
ser a velhice um "irrealizável":

..." é uma situação composta de aspectos percebidos pelo outro e, como tal, reificados que
transcendem nossa consciência. Nunca poderei assumi-la, tal como ela é para o outro, fora de
mim".

A memória, reativada pela música, faz a senescência ser encarada como tempo de lembrar. Momento em
que o idoso pode reconstruir e reviver passagens significativas de sua mocidade e resgatar sua identidade.

Lembrar, muitas vezes, não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar com as imagens e idéias de hoje as
experiências do passado. Memória não é só sonho, é trabalho. Esse trabalho que emerge através do fazer
musical, além de prazeroso, nos leva a elaboração consciente de material inconsciente que vem à tona,
impulsionado pela música.
As possíveis releituras durante a vida são como um "abrir de baús" de que nos falam tantos poetas e
escritores. Uma apreensão do tempo dependente da ação passada e da presente e um tempo que fosse
abstrato e a-social nunca poderia abarcar lembranças e não constituiria a natureza humana." ( Bosi, 1987 p.
344)

Numa sociedade pobre em rituais públicos de passagem, sobretudo de passagem para a velhice, nos
momentos em que os velhos se entregam às reminiscências, podem construir pequenos rituais de reforço à
sua identidade e a seu papel no grupo social. O ritual está presente como tema das lembranças dos tempos
de menino/a, nas festas familiares, nos rituais religiosos etc. Esses ensinamentos, que serão possivelmente
reconhecidos por outros, constituem-se num verdadeiro acervo moral para aqueles que o ouvem e
pretendem transmiti-los, sendo uma importante experiência de vida.

Através do rememorar, podemos voltar ao tempo passado e tornar presentes fatos possíveis que,
reelaborados, nos sirvam de introspecção, que nos levem a outras saídas.

Essas saídas são oportunidades e esclarecimentos que passamos a conhecer . Cada qual deve fazer suas
próprias opções e o passo fundamental para a conquista da liberdade interior é optar por si mesmo. A
liberdade não chega automaticamente: é conquistada, e não é de uma só vez. Precisa ser conseguida dia-
a-dia.

A responsabilidade para consigo mesmo assume novo significado. A pessoa aceita as responsabilidades da
própria vida não como uma carga e sim como um valor por ela escolhido. "A liberdade e responsabilidade
andam juntas: quem não é livre é um autômato, não tem responsabilidade e, se não é responsável por si,
não pode ter liberdade." ( May, 2000). Ao optar por si mesma, a pessoa se torna cônscia de ter escolhido,
conjuntamente a liberdade pessoal e a responsabilidade.

Todos nós estamos envolvidos e devemos ser responsáveis pelas escolhas que fazemos. Quando
aceitamos as realidades, a liberdade está implícita, não por cega necessidade e sim por opção. Quero dizer
que a aceitação de limitações não precisa ser uma "rendição" , mas pode e deve ser um ato livre e
construtivo.

" Talvez tal opção tenha resultados mais criativos para a pessoa do que se esta não precisasse lutar contra
nenhuma limitação." ( May, 2000 )

Posso assegurar que a musicoterapia auxilia no processo de vida e também quando esse processo está
"perturbado".

A maioria das pessoas tende a assumir certas regras que se originam em sua conformidade inconsciente
com o que espera a sociedade. Para May (2000), "conformidade" e "dogmatismo" serve de estrutura
inconscientemente assumida por muita gente, hoje em dia. De qualquer modo é melhor indagar a si mesmo,
bem consciente, qual a estrutura que se adotou (May, 2000 p. 139).

Os atendimentos com clientes institucionalizados, do ambulatório e do consultório, me fazem entrar em


contato com muitos migrantes de diversas regiões do Brasil e cada grupo deve ser compreendido com suas
características únicas.

O respeito às características individuais de cada sujeito, devem ser somadas as responsabilidades para
consigo mesmo e liberdade para optar pelas saídas a fim de enfrentar as intempéries da vida. "Não há
dúvida que quem pensa compreende teoricamente que a liberdade e a responsabilidade andam juntas"
[ ... ]" é uma lição em que todos progressivamente aprendem na luta pela conquista da maturidade". (May, p.
144).

MUSICOTERAPIA COM O IDOSO.

" ... a mutação que permitiu e todos os dias permite, que o "leito" do doente se torne
campo de investigação e de discursos científicos não é a mistura, repentinamente
deflagrada, de um velho hábito com uma lógica ainda mais antiga, ou a de um saber
com o esquisito composto sensorial de um 'tato', um 'golpe de vista' e um 'faro'."

(Michael Foucault 1994).

Nada deve ser feito ao acaso nem de qualquer forma.

As atividades conscientes nos levam a alcançar com facilidade os objetivos que desejamos.

Perceber o nosso corpo, nossos sons internos e externos, os sons que nos cercam, o que esses sons
querem e podem nos dizer será uma conquista diária e fundamental para mantermos nosso equilíbrio.

Uma dificuldade rítmica provavelmente virá de um desequilíbrio emocional que poderá estar relacionado
com alguma patologia. Essa disfunção musical evidencia a existência de problemas como nos é ratificado
por Gainza (1988) e Milleco(1992).

Usando música com prazer, fazendo dela uma linguagem, estaremos conscientemente contribuindo para
maior compreensão do mundo e de nós mesmos. Estaremos evitando somatizar patologias. Estudos
comprovam que a atividade muscular, a respiração, a pressão sangüínea, a pulsação cardíaca, o humor e o
metabolismo, são afetados pela música e pelo som. O corpo funciona como caixa de ressonância onde o
som é produzido e de onde é lançado no espaço. O corpo é um instrumento. A voz, o som singular de cada
um de nós.

A musicoterapia pode lançar mão de técnicas, facilitando diversos processos: reabilitação, readaptação,
prevenção, promoção de saúde.

Vemos então as seguintes definições:

Musicoterapia. Definição da Comissão de Prática Clínica da Federação Mundial de Musicoterapia - 1996


(Bruscia, 2000 ).

" Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e
harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo
para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão,
organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades
físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.

A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e restabelecer funções do indivíduo para


que ele/a possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal e, conseqüentemente,
uma melhor qualidade de vida pela prevenção, reabilitação ou tratamento".

Podemos conceituar de outra forma, sabendo-se que é sempre um grande desafio definir musicoterapia e
como nos diz Bruscia, " ela é transdisciplinar por natureza [...]não é uma disciplina isolada e singular
claramente definida e com fronteiras imutáveis".(2000 p.7-8).

Musicoterapia é o desenvolvimento de um processo de tratamento em que se usa basicamente como


elemento principal de trabalho, a música. Música no seu mais amplo sentido ( som, ritmo, melodia,
harmonia), com uma intenção.

E música?

Filósofos, psicólogos e estudiosos de música estão às voltas com a dificuldade de definir música, há
séculos. Na forma mais simples, para Bruscia, " música é a arte de organizar sons no tempo" (p.9) para
Costa, "é a organização de relações entre sonoridades simultâneas ou não no decorrer do tempo. Sons e
silêncio são combinados e encadeados entre si, formando ritmos, melodias e harmonias".
Como a música é usada de diversas formas em diferentes contextos, vamos clarificar sua utilização.

Quando a música é utilizada como terapia, a música assume o papel principal na intervenção e o terapeuta
é secundário; quando a música é utilizada na terapia , o terapeuta assume o papel principal e a música é
secundária. Quando a música é utilizada sem um terapeuta, o processo não é qualificado como terapia;
quando o terapeuta ajuda o cliente sem utilizar música, não se trata de musicoterapia. As intervenções de
musicoterapia são singulares por centrarem-se no som, na beleza e na criatividade. (Bruscia p. 23)

O que será então , música em terapia? E como terapia?

Barcellos (1992 p.20), ratifica, e nos diz que música em terapia é a utilização da música como uma técnica
de mobilização da emoção e de sentimentos. É utilizada aqui, em geral, a chamada "música morta", isto é,
discos, fitas ou rádio. O paciente ouve músicas e depois fala sobre os aspectos que foram mobilizados por
elas. Ou ainda, a música como mobilização psíquica para quaisquer outras técnicas expressivas como o
desenho, a pintura ou a modelagem.

A utilização da música como terapia difere da anterior porque em geral se utiliza "música viva" ou seja, o
próprio paciente comprometido no processo de "fazer música" junto com o musicoterapeuta. (p.21) A música
não será só uma técnica de mobilização, mas irá além disso. O paciente se expressará através da própria
música e podemos enfatizar também a capacidade simbólica da música. Barcellos( p.21) cita Byinton: a "
função consteladora da energia psíquica lhe confere o status de linguagem simbólica" .

Muitas atividades utilizam música, mas nem todas podem vir a ter efeitos terapêuticos. A música que tem
objetivos terapêuticos e se constitui como terapia é a musicoterapia como mostra Barcellos ( 1999 p.44) no
seguinte gráfico:

Utiliza música? Pode vir a ter efeitos Tem objetivos


terapêuticos terapêuticos

Atividades musicais + + -

Educação musical + + -

Aprendizagem de um + + -
instrumento musical

Musicoterapia + + +

+ (sim) e - (não)

Toda e qualquer manifestação sonora do paciente é valorizada e durante o processo musicoterápico. Pode-
se escutar música, cantar, dançar , tocar.

A pessoa não precisa ter conhecimento prévio de música. O musicoterapeuta sim, precisa conhecer música,
cantar e tocar algum instrumento.

Mário de Andrade (p. 50) nos diz :

" A terapêutica musical é o contrário da terapêutica de origem física. Se nesta aos


doentes insensíveis aumenta-se a dose, na musical aos insensíveis deve-se
diminuir a dose, músicas mais fáceis, sem grande complexidade, de mais modestas
exigências estéticas. A música é equiparável aos medicamentos que se utilizam,
como agentes terapêuticos, dos elementos vibratórios, luz, calor, raios X, e
portanto, como se dá com estes e principalmente com a eletricidade, a dosificação
tem de a princípio tatear terreno e deverá ser estabelecida para cada caso em
particular."

Atualmente é utilizada em educação especial, reabilitação, psiquiatria, geriatria e gerontologia. Outras


áreas: acompanhamento às mães e pais no pré-natal; estimulação essencial com bebês em creches e
outras instituições; atendimento a deficientes mentais e sensoriais; clínicas e hospitais na área da saúde
mental; recuperação de dependentes químicos(drogas e álcool); na assistência à deficientes físicos em
instituições de reabilitação; atendendo pessoas com câncer e AIDS; atuando com idosos; no
desenvolvimento pessoal, aprofundando a vivência do processo criativo e as relações interpessoais; área
social, com meninos e meninas de rua e menores infratores.

Os objetivos e métodos de tratamento variam de um setting para outro, de acordo com a clientela e de um
musicoterapeuta para outro. Os objetivos podem ser educacionais, recreativos, de reabilitação, preventivos
ou psicoterapêuticos e podem atender a necessidades físicas, emocionais, intelectuais, sociais ou
espirituais do cliente.

Na musicoterapia com o idoso utilizamos a bagagem musical que o indivíduo experimenta no decorrer
das etapas da sua vida (infância, adolescência, vida adulta e velhice) assim como também dos ritos de
passagem tais como: aniversários, casamentos nascimentos, mortes, acontecimentos políticos, e outras
ocasiões nas quais a música era um veículo de divulgação crítico e caricatural dos anseios da coletividade.
(Souza et al, 1988 )

A juventude dos idosos de hoje era cercada de ambiente sonoro rico, onde o rádio era o principal veículo de
comunicação e ainda hoje continua sendo, até onde não há eletricidade ( uso do rádio à pilha) tendo
portanto a predominância das mensagens a nível auditivo e pouco visual.

É muito importante para a pessoa idosa a utilização da linguagem verbal, pois é esta que ela utilizou
durante toda a sua vida, apesar das dificuldades de reter e recordar informações, em virtude do declínio da
capacidade de captar e estruturar dados. O musicoterapeuta deverá estar aberto e flexível para receber e
atuar com a linguagem verbal como forma de comunicação .

O tempo de captação e estruturação dos dados por parte do idoso é lento. É importante a verbalização
pausada, articulando bem as palavras, utilizando corretamente as inflexões para o ritmo bio-psíquico ser
naturalmente acompanhado.

A memória recente no idoso se encontra em geral prejudicada. Deve-se resgatar então suas vivências
sonoras anteriores, facilitando a abertura dos seus canais de comunicação.( Souza et al,1988 e Tourinho,
1999)

O processo de recordação não é fazer com que o idoso se isole no passado, porque esse era o "bom tempo
". É resgatar do passado os pontos saudáveis para que ele possa reutilizá-los no presente.

Quando o idoso traz as músicas do "seu tempo" elas vêm carregadas de elementos anteriores e também
atuais, pois a música é uma arte temporal que transcende o tempo.

O idoso tem o seu ritmo orgânico e físico alterado. Isto é perfeitamente normal, e explica sua preferência por
andamentos mais lentos, levando o musicoterapeuta a regular seu tempo pelo tempo do paciente com quem
ele estiver trabalhando.

Parte considerável dos idosos de hoje lembra sempre seu tempo "antigo", onde suas músicas preferidas
são as marchinhas de carnaval , algumas de cunho político ; sambas retratando fatos da vida real ; canções
românticas; boleros; tangos; polcas; maxixes; baiões; chorinhos; valsas; cantos patrióticos; comédias
musicais; hinos religiosos , paródias e repentes (, Souza et al 1988, Assumpção 1999, Tourinho 1999
-2000).

As músicas folclóricas, as brincadeiras de roda e jogos cantados em geral se referem às próprias


lembranças de infância. Os acalantos e canções de ninar, relacionam-se às vivências dos papéis nos quais
atuam como pais, mães, avós, avôs, bisavós, bisavôs.

Neles o interesse por músicas atuais é menos freqüente. Sua memória recente, no momento em que é
ativada, é extremamente gratificante, pois ele passa longo tempo tentando lembrar de determinadas letras
de músicas e, quando consegue, realimenta-se, impulsionando-se a novas manifestações expressivas, indo
daí para novas conquistas. Isto favorece o aumento da sua auto-estima, proporcionando mudanças de
comportamento.

Certas músicas, por si só, produzem estímulos para a mobilização corporal. São escolhidas para auxiliarem
no relaxamento e na estimulação rítmico-sonora que proporcionam movimentos corporais ajudando a
melhorar os problemas ósteo-musculares e reativando as funções motoras.

O instrumento fundamental do idoso é a sua voz e a escolha de qualquer outro instrumento é feita pela
facilidade de manuseio, pela menor amplitude de movimento e pelo pouco esforço requerido, como, por
exemplo: o chocalho, os guizos, o reco-reco, a clava, etc. A escolha criteriosa do instrumento auxilia o idoso
a sentir mais segurança quando manipula e tira som do instrumento no início das atividades.
Posteriormente, instrumentos de grande porte podem ser utilizados, tais como, bumbos, tambores,
atabaques e outros, proporcionando descarga de energia e surgimento das lideranças (Ibid ).

No desenvolvimento do trabalho, o espaço físico utilizado é chamado "setting" e fazem parte do setting
musicoterápico tudo que pode estar envolvido com o desenvolvimento do processo de tratamento: sala de
atendimento, instrumentos, gravadores, fitas, músicas, musicoterapeuta, clientes.

O "setting musicoterápico" é um espaço sagrado que se constrói para a promoção da saúde, independente
do lugar ser rico, mais bem equipado, com instrumentos caros ou não. Claro que se tivermos à nossa
disposição tudo aquilo que há de nova geração, sempre será de grande valia. Neste "espaço físico", os
instrumentos e demais seres inanimados, só terão importância se "animados" pelas pessoas e suas
relações interpessoais.

Depois de estabelecido o vínculo, deve haver um envolvimento e uma responsabilidade que Bruscia (p. 25)
nos descreve como relações intrapessoal, intramusical, interpessoal, intermusical e sócio-cultural. A relação
do cliente com o terapeuta e com a música tem significação central no processo terapêutico.

O musicoterapeuta, de forma verbal ou não-verbal, deve sempre se apoiar no trinômio: escuta clínica, olhar
clínico e tato clínico.

A escuta clínica, seria a audição cuidadosa, o ouvir atenciosamente o paciente quando este se expressa,
procurando ouvir todos os sons emitidos por ele. Sons verbais ou não verbais (Tourinho, 1999-2000)

Segundo Tomatis que é citado por Ruud (p.113) o homem evoluído caminha em direção à escuta e para ele
o ouvido é uma antena aberta para a comunicação no

sentido mais amplo do termo. Não devemos nos limitar ao órgão anatômico, como muitos poderiam fazê-lo.
Schafer também alerta: "Os ouvidos de uma pessoa verdadeiramente sensível estão sempre abertos. Não
existem pálpebras nos ouvidos".

Escuta clínica portanto, seria a recepção por parte do terapeuta, de toda emissão sonora produzida pelo
paciente, no seu mais amplo sentido.

O olhar clínico, seria a visão cuidadosa do terapeuta para seu paciente.


O olhar/observar com todos os órgãos dos sentidos, com uma intencionalidade, sem pré-conceitos,
aceitando seu paciente com suas dependências físicas e/ou emocionais, procurando através desse olhar,
descobrir a melhor comunicação com este paciente, independente de idade, sexo, cultura ou religião. Um
olhar/observar com abrangência para poder dar, junto com a escuta que é fundamental e característica
primordial de um musicoterapeuta, o continente seguro de que cada paciente precisa.

O tato , que é um dos cinco órgãos dos sentidos, pode ser visto, fisiologicamente e no sentido figurado da
palavra, segundo o Dicionário enciclopédico brasileiro, organizado pelo professor Alvaro Magalhães et al.
( 1964).

Tato, fisiologicamente, é um dos sentidos externos, impressionável por contato direto. Compreende
sensações de contato e de pressão térmicas com calor e frio. Essas sensações se combinam
freqüentemente, pois o tato, em seu exercício normal, é inseparável do movimento.

Tato, no sentido figurado, é sagacidade, intuição segura e delicada da ação e do pensamento, convenientes
em determinadas situações.

De uma ou de outra forma, poderíamos nos apossar de ambas as explicações e utilizá-las em musicoterapia
e poderíamos ampliar dizendo que tato clínico seria o cuidado, a intuição, a maneira "humana" ( com tato,
com jeito, o contato ) com que se procura escutar e olhar o paciente para melhor podermos conduzi-lo (ibid
op.cit.).

O musicoterapeuta, além de sua formação equilibrada, na sua práxis, deveria desenvolver esse sentido
sensorial. Deveria ter essa sagacidade, na condução dos procedimentos musicoterápicos, visando alcançar
da melhor forma seus objetivos.

Portanto, tomando consciência na prática clínica poderíamos resumir a conduta clínica nesse triângulo
eqüilátero:

Nas sessões musicoterápicas ( atendimentos) são feitas em primeiro lugar as entrevistas iniciais e logo a
seguir a testificação ( seguindo os passos sugeridos por Benenzon 1985( p.82) e Barcellos 1999 (p.34-35)
para preenchimento da ficha musicoterápica.

Os instrumentos utilizados vão do mais primitivo como o chocalho, até os eletrônicos como os teclados e
sintetizadores. Segundo Kurt Sacks são divididos em: idiófonos, membrafones, aerofones, cordofones. Nos
grupos de musicoterapia um instrumento pode converter-se rapidamente em guia dos outros instrumentos e
por outro lado , podem aglutinar ao redor deles mesmos o resto do grupo. O objeto integrador, então é
aquele instrumento musical que num grupo musicoterapêutico, liderando sobre os demais instrumentos e
absorvendo, em si mesmo, a dinâmica de um vínculo entre os pacientes de um grupo e o musicoterapeuta.
" Este objeto integrador está ligado intimamente ao ISO Grupal e ao ISO Cultural." (Benenzon p.49).

Todo o envolvimento: cliente, terapeuta e música, está regido por teorias e técnicas musicoterápicas que
devem ser conhecidas e dominadas para serem utilizadas da maneira mais adequada.

Há um embasamento filosófico que fundamenta as teorias psicoterápicas e o caminho realizado pelo


musicoterapeuta é a sua trajetória. Uma teoria ajuda a explicar o que acontece na terapia, ajuda a fazer
prognósticos e a avaliar e aperfeiçoar resultados. Segundo Steffire, "como um bom mapa, uma teoria nos
indica o que procurar, o que esperar, e onde ir". (Wheeler 1972)
Em uma sessão, quando o cliente fala ou age, o terapeuta reage e responde da forma que ele creia que
seja a melhor para o cliente, com base na sua sensibilidade e compreensão do cliente. Grande parte daquilo
que o terapeuta percebe ser o melhor para seu cliente, reflete na verdade uma teoria pessoal. Não importa
se o terapeuta tem ou não consciência desta teoria. Escolhendo uma entre tantas respostas possíveis, o
terapeuta está pondo a teoria em prática, ao decidir o que o cliente está querendo expressar, o que as
afirmações do cliente significam em sua vida, quais os objetivos adequados para essa terapia, qual a função
do terapeuta e qual a melhor técnica a ser utilizada para atingir seus objetivos.

A principal abordagem teórica utilizada foi a humanista existencial. De acordo com a concepção humanista
existencial, a experiência de cada pessoa é única e todas as pessoas têm dentro de si mesmas uma força
que as conduz ao crescimento.

Entre os maiores teóricos desta escola incluem-se Carl Rogers, Abraham Maslow e Frederick Perls
(Wheeler 1981, p. 4). C. Rogers dá maior ênfase à relação terapêutica. Em sua abordagem que tornou-se
conhecida como "terapia centrada na pessoa" (Rogers 1992), o potencial individual para o crescimento
tenderá a ser liberado numa relação na qual a pessoa que ajuda é percebida pelo cliente como autêntica,
dotada de calor humano e jamais se coloca como juiz dos atos alheios. O crescimento do cliente leva-o a
uma maior consciência de suas experiências internas e a um comportamento determinado por tais
experiências. Um musicoterapeuta que se identificar com uma linha rogeriana teria por objetivo, a interação
terapêutica numa relação na qual o cliente é livre para crescer, com o terapeuta ajudando a clarificar e
conscientizar suas experiências internas, podendo ser aplicada numa variedade de situações
musicoterápicas.(Wheeler) O terapeuta aceitará qualquer desempenho musical ou não musical que o cliente
escolha e então ajudará o cliente a expressar musical ou verbalmente suas experiências internas. Se for
feita, por exemplo, uma improvisação, como uma comunicação não verbal, o terapeuta não poderá guiar o
cliente em determinada direção, mas poderá sustentar e refletir a improvisação do cliente das duas formas:
musical e verbal.

Em vista da abertura científica da abordagem humanista existencial, seu "respeito pelo valor da pessoa" e
respeito pelas diferenças de abordagem, tende a compartilhar outras abordagens ou outros movimentos no
campo da psicologia científica.

Na abordagem humanista existencial, "o terapeuta tem o papel de facilitador, daquele que se "introduz" no
mundo perceptivo do cliente e partilha com ele seus sentimentos e percepções" ( Barcellos 1994, p.12 ).

As técnicas de abordagem mais empregadas foram a re-criação, a improvisação, a composição e


audição musical. Essas técnicas podem ser usadas cada uma de "per si" ou combinadas, dependendo da
situação que emergir.

Como o ponto de partida para uma terapia deve ter como base as experiências musicais do cliente, o
terapeuta deve saber selecionar e saber planejar suas atividades musicais terapêuticas tendo o cuidado em
relacioná-las com os problemas do paciente, suas necessidades e os efeitos potenciais que estas poderão
lhe trazer.

Na re-criação os candidatos potenciais à técnica de re-criação são clientes que necessitam: desenvolver
habilidades sensório-motoras, aprender comportamentos adaptados, manter a orientação de realidade,
dominar diferentes papéis comportamentais, identificar-se com sentimentos e idéias de outros, ou trabalhar
cooperativamente em metas comuns. Esses aspectos são considerados como requisitos básicos de cantar
ou tocar músicas já compostas.

A improvisação, indiscutivelmente na música,tem uma larga história. Tão larga quanto a música em si
mesma. Temos através das diferentes épocas e diferentes lugares, funções bastante menos simplistas que
as que se lhe querem atribuir hoje, tais como funções de ordem estética, também sociais, religiosas e
ritualísticas.

Vamos tratar aqui da improvisação como produto da intuição e da emoção inconsciente.


"Dessa maneira a improvisação é uma aparição efêmera, sempre diferente Ela não existe antes do ato em
si e nem depois dele. Ela é o produto da intuição, da emoção do inconsciente"(Globokar, p.11)

Gainza (1981) A improvisação se aplica a todo processo de desenvolvimento e pode promover a expressão
e "descarga pessoal". A desinternalização de materiais e estruturas utilizadas permite que se conheça
melhor e mais rapidamente a pessoa que improvisa, ao mesmo tempo que lhe traz um efeito benéfico,
resultado da ação expressiva e comunicativa.

Barcellos (1994 p.13) nos fala da utilização desta técnica num dos casos por ela tratados, nos relatando
como técnica principal a "Improvisação Musical Livre" e em outros a "Improvisação Musical Orientada" e
conclui que "... numa situação musical improvisada há lugar para que qualquer coisa aconteça e que num
sentido amplo, improvisar é sinônimo de "brincar" musicalmente.

Não se trata de julgarmos se a improvisação é boa ou má e sim estimularmos nosso saber e informação. A
improvisação não deve ser vista só pelo ângulo musical, mas também pelo ângulo psicológico, sociológico,
terapêutico, religioso, filosófico e também político e cultural.

Acreditamos que poderemos resumir essa questão da improvisação com o que nos diz Bruscia (1991) em
seu livro. Para ele os candidatos a esta técnica, são clientes que necessitam desenvolver a espontaneidade,
iniciativa, criatividade, liberdade de expressão, senso de identidade ou habilidades interpessoais e tomadas
de decisões. Além disto ajuda ao terapeuta a estabelecer um meio de comunicação com o cliente e o
habilita a expressar sentimentos que são difíceis de expressar verbalmente. Produz um lugar seguro de
experimentação de comportamentos, papéis ou modelos de interação, enquanto desenvolve a habilidade de
fazer coisas e tomar decisões dentro de limites estabelecidos. Acreditamos ainda que mesmo as pessoas
que participam desta técnica tendo antecedentes musicais diferentes podem estabelecer situações onde
sejam capazes de interagir ou de se comunicar.

Diferentes clientes manifestam estas necessidades terapêuticas. Desde crianças, adolescentes e adultos
com desordens da personalidade, ou obsessivos, agressivos ou impulsivos até os que se apresentam
deprimidos, inibidos , com alguma incapacidade física ou mesmo aqueles livres de impedimentos.

São portanto, candidatos à improvisação musical, todos os seres humanos independentes de idade, sexo,
cor, raça, religião, cultura.

Na composição, candidatos a esta técnica, são clientes que precisam de organizar a sua tomada de
decisão, aprender a selecionar e a se comprometer, desenvolver os sentidos, identificar e desenvolver
temas, organizar sentimentos e pensamentos internos, ou ter evidência tangível de realização pessoal, já
que estes são alguns aspectos básicos do compor. ( Bruscia)

Com os idosos, através nossa experiência clínica, sempre depois de efetuarem seus resgates de
acontecimentos e fatos passados, emergem situações correlatas atuais que através improvisações que
aparecem, muitas vezes terminam por se consolidarem em composições.

Na audição musical, os candidatos à esta técnica são clientes que necessitam ser estimulados ou
acalmados física e emocionalmente, intelectual ou espiritualmente, pelo fato de que estes são os tipos de
respostas que o ouvir música traz à tona. Por exemplo, pacientes hospitalizados encontram no ouvir a
música ajuda no relaxamento, na redução do estresse, no controle da dor, e na regulação das funções
corporais, tais como batimento cardíaco e a respiração. Pode ser também estimulante, energizante e
tranqüilizador.

Esta técnica, é utilizada no Brasil mas nunca sozinha. Aparece combinada com outras técnicas como a
improvisação e a re-criação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gerontologia e a geriatria são especialidades novas e a musicoterapia também.


A musicoterapia tem provado sua eficácia no tratamento, na prevenção e na reabilitação em diversas
patologias, e vem promovendo a saúde daqueles que dela se utilizam.

Com o avanço acelerado do número de pessoas que estão envelhecendo, a musicoterapia se mostra
fundamental, sendo de eficácia comprovada no exterior bem como no Brasil.

Entre nós ela já é utilizada em vários hospitais, centros psiquiátricos e casas gerontológicas e geriátricas.

Sofremos pressão da sociedade e estando alerta, conhecendo o nosso corpo sonoramente, poderemos
melhor decodificá-lo, auxiliando-nos e podendo dar aos profissionais que nos tratam dicas mais exatas para
que eles também possam detectar com mais segurança o que estiver acontecendo conosco.

O homem pode se expressar através da música e pode provocar respostas em vários níveis. Pode ser
usada de forma compatível com a cultura do indivíduo, viabilizando todos aqueles envolvidos com essas
questões, seja abrindo os canais de comunicação através do processo não-verbal (característico da
musicoterapia), ou mesmo abrindo os canais de percepção que muitas vezes se encontram bloqueados e
dos quais a música é a ponte.

A música - elemento e agente de cultura - , pode ser utilizada como elemento terapêutico, pois é uma
linguagem estruturada. Pode ser utilizada não só para auxiliar no processo de vida e, principalmente,
quando este processo se desfaz, interrompe, por aspectos ou problemas internos e externos.

Posso com essa estratégia prevenir, reabilitar, readaptar o indivíduo biopsicossocialmente, promovendo sua
saúde através do canal som-música-emoção. Desta maneira estaremos contribuindo para termos uma
sociedade com uma visão mais ampla e humana permitindo a nós mesmos, aos idosos e aos jovens que
irão envelhecer melhores condições de vida e com qualidade, ao longo de nossas existências.

Este trabalho, mais do que fechar questões, pretende abrir possibilidades e metas, mostrar saídas para que
os indivíduos se integrem vivendo assim com melhor qualidade de vida.

BIBLIOGRAFIA

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Fonte: http://www.targon.com.br/users/lucia/1001.html

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Capítulo 8
OS EFEITOS
DA
MÚSICA ROCK
por:
Tore Sognefest

Tore Sognefest é músico profissional e pianista. Durante os anos


oitenta ele teve a sua própria banda de rock que ficou famosa na
Noruega. Ele recebeu o grau de Mestre em música pela
Academia de Música em Bergen, Noruega, onde ensinou música
durante vários anos.

Sognefest é autor de um livro popular The Power of Music. Ele é


um conferencista popular convidado por diferentes
denominações para realizar seminários de música. Atualmente
ele está trabalhando como Diretor de uma Escola Secundária
Adventista do Sétimo Dia na Noruega.

A controvérsia atual sobre os efeitos da música rock está baseada, em grande parte, em preocupações
estéticas, sociais, religiosas, e/ou políticas, ao invés de estudos científicos sobre seus efeitos mentais e
físicos nos seres humanos. Avaliações subjetivas da música podem dar origem a infindáveis controvérsias,
porque elas estão baseadas em gosto pessoal e/ou considerações culturais.

Isto nos lembra das tentativas que Hitler fez para eliminar as características “primitivas” e negróides da
música negra, estabelecendo normas para determinar o que se constituía em música satisfatória para o
povo alemão. Entre outras coisas, o Terceiro Reich decretou: “As composições denominadas como jazz
podem conter não mais que 10% de síncopes. O restante tem que consistir de um fluxo de legato natural,
completamente despojado das voltas rítmicas histéricas tão típicas da música das raças bárbaras, que
apelam aos instintos obscuros tão estranhos à raça germânica (o denominado ‘riffs’). (N.T. - riffs são frases
ritmicas curtas, que são repetidas em improvisação.” 1

--- pág. 235 ---

É evidente que o Terceiro Reich não obteve sucesso em eliminar as músicas “rítmicas histéricas” das “raças
bárbaras”, porque apenas alguns anos após a queda do império de Hitler a música rock veio à existência
com uma batida rítmica impulsionadora, mais forte do que o jazz. Hoje, os efeitos da música rock são
criticados não apenas por alguns políticos, pastores, e analistas sociais, mas também por músicos
consagrados.

Por exemplo, o famoso pianista de concertos norueguês Kjell Bekkelund, declarou: “A cultura pop
representa uma mentira humana básica. Retrata os seres humanos sem problemas e restrições, sonhando
sobre suas novas conquistas sexuais, carreiras sociais, e aceitação pelos ‘níveis sociais mais elevados.’ É
culpada pela degradação sem limites da mulher, considerando-a apenas como objeto sexual. O objetivo da
2
indústria pop, na minha opinião, parece ser a criação de indivíduos que ‘não precisem pensar.’”

Alguns podem desejar questionar as opiniões pessoais dos críticos de música como Bakkelund porque elas
estão baseadas em uma avaliação subjetiva da música popular. É, portanto, imperativo olharmos para os
estudos científicos acerca dos efeitos da música rock no corpo humano.

Objetivos deste Capítulo. Baseado em vários estudos científicos recentes significativos, este capítulo
examina os efeitos físicos e mentais da música rock nos seres humanos. Devido às limitações de espaço, é
citada apenas uma amostragem dos estudos.

O capítulo é dividido em duas partes. A primeira trata, de uma forma mais geral, da influência da música no
corpo humano. Considera, especialmente, como a música afeta o funcionamento do cérebro, a produção de
hormônios, e os ritmos do corpo.

A segunda parte examina alguns dos efeitos específicos da batida irregular, incansável, intensa, do rock
sobre o corpo humano. Referência específica é feita sobre como a batida do rock coloca o corpo humano
sob stress, aumentando a freqüência de pulso, a pressão sangüínea, e a produção de adrenalina. Também
são feitas considerações sobre o impacto do barulho ensurdecedor da música rock na audição.

Parte 1
A INFLUÊNCIA DA MÚSICA

Leis naturais governam a química do corpo e da mente, assim como os efeitos físicos e mentais da música.
Estas leis foram estudadas através de

--- pág. 236 ---

experiências científicas e cuidadosas observações. Ao medir os efeitos dos estímulos da música, os


investigadores procuraram por respostas fisiológicas tais como aumento na freqüência de pulso e na
resistência elétrica da pele. Claro que uma experiência espontânea de música envolve muito mais que uma
resposta física mensurável. Não obstante, é a presença física do som que influencia nossas reações.

A maioria das pessoas não presta muita atenção às leis da música e ignora o impacto que a música tem
sobre a sua saúde física, social e mental. Hoje a escolha da música é amplamente determinada pelo gosto
pessoal. Esta tendência reflete a orientação consumista de nossa sociedade onde muitas pessoas se
enchem indiscriminadamente com “alimento impróprio” inferior que causa inúmeros efeitos psicológicos,
bem como desordens físicas, tais como a falta de concentração e a deficiência na aprendizagem entre as
crianças na escola e jovens estudantes. A mesma atitude indiscriminada é encontrada no consumo de
música inferior e prejudicial.

Ondas Sonoras e o Cérebro. Para apreciarmos os efeitos da música, precisamos estar atentos aos
processos básicos que ocorrem no ouvido humano ao som da música. As ondas sonoras (vibrações) que
chegam no tímpano do ouvido são transformadas em impulsos químicos e nervosos, que registram em
nossa mente as diferentes qualidades dos sons que estamos ouvindo. O que muitos não sabem é que “as
raízes dos nervos auditivos – os nervos do ouvido – são distribuídos mais amplamente e tem conexões
mais extensas do que os de qualquer outro nervo no corpo. ... [Devido a esta extensa rede] dificilmente
existe uma função no corpo que possa não ser afetada pelas pulsações e combinações harmônicas de tons
musicais”. 3

A investigação da influência da música no corpo humano foi conduzida, em grande parte, por um ramo da
medicina conhecido como “musicoterapia.” Em 1944, “The Music Research Foundation” (A Fundação de
Pesquisa da Música) foi estabelecida em Washington, D. C., com objetivo de explorar e desenvolver novos
métodos para controlar o comportamento humano e as emoções. O governo americano financiou esta
pesquisa por causa da necessidade premente de tratamento psiquiátrico para os veteranos de guerra, que
sofreram lesões ligadas às ondas de choque dos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial.

Rapidamente foi feita uma descoberta muito importante. Os pesquisadores descobriram que a música é
registrada na parte do cérebro que normalmente é estimulado pelas emoções, contornando os centros
cerebrais que lidam com a inteligência e razão. Ira Altschuler, um dos pesquisadores, explica que “Música,
que

--- pág. 237 ---

não depende das funções superiores do cérebro para franquear entrada ao organismo, ainda pode excitar
por meio do tálamo – o posto de intercomunicação de todas as emoções, sensações e sentimentos. Uma
vez que um estímulo tenha sido capaz de alcançar o tálamo, o cérebro superior é automaticamente
invadido.” 4

Isto significa que a “música ataca o sistema nervoso diretamente”, 5 contornando o cérebro superior. Alguns
pesquisadores são da opinião que o sentido da audição, mais do que os outros sentidos, exerce maior
impacto no sistema nervoso autônomo através de seus trajetos auditivos. 6 Embora as conclusões de vários
estudos sejam divergentes, o denominador comum é que os estímulos auditivos afetam, diretamente, o
sistema nervoso.

Estudos mostraram que o impacto da música no sistema nervoso e as mudanças emocionais provocados
direta ou indiretamente pelo tálamo, afetam processos tais como a freqüência cardíaca, a respiração, a
pressão sangüínea, a digestão, o equilíbrio hormonal, o humor e as atitudes. 7 Isto nos ajuda a entender por
que a batida impulsionadora e incessante do rock, exercendo um impacto diretamente sobre o corpo, pode
ter uma gama tão extensa de efeitos físicos e emocionais.

Música e a Produção de Hormônios. Even Ruud, pesquisador de som e professor de música do “The
Institute of Music”, da Universidade de Oslo na Noruega, mantém que uma compreensão da conexão
automática entre música e as reações emocionais levanta alguns problemas, porque dificilmente se pode
generalizar o conceito de música ou o usar modelos tão elementares para explicar problemas psicológicos.
8
Embora reconhecendo as limitações conceituais da música, outros pesquisadores chegaram a algumas
conclusões específicas.

É um fato bem conhecido que o sistema endócrino regula não somente as funções dos órgãos internos,
como o coração e os órgãos respiratórios, mas também as glândulas endócrinas. Estas glândulas são
controladas pelo tálamo, o qual está intimamente ligado às nossas emoções. Mary Griffiths, uma
fisiologista, explica que “o hipotálamo controla as excreções da glândula tiróide, o córtex adrenal e as
glândulas sexuais. Assim, ele influencia a velocidade do metabolismo... bem como também a produção de
hormônios sexuais.... O hipotálamo tem um efeito marcante na liberação das respostas autônomas
provocada pelo medo, raiva, e outras emoções.” 9

Ruud aponta para recentes pesquisas, as quais provam que a música poderia influenciar o ciclo menstrual
das mulheres. Um estudo também encontrou um aumento do hormônio lutenizante (LH) enquanto se
escutava música. 10 Outros

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estudos indicam que a música libera adrenalina e possivelmente outros hormônios. Também influencia a
resistência da eletricidade da pele do corpo, a qual, por sua vez, afeta e governa os humores de uma
pessoa. 11

Embora seja verdade que a resposta à música varia de acordo com cada indivíduo, tornando difícil
generalizar seus efeitos, permanece o fato de que a indústria da música e o mundo dos negócios sabem
usá-la para criar ou mudar humores e vender mercadoria.

Os Efeitos do Ritmo. Um cientista russo, Ivan P. Pavlov, conduziu experimentos sobre os efeitos da
música em cães. Ele publicou os resultados de suas experiências por volta do início do século. Sua
pesquisa contribuiu significativamente para o desenvolvimento no campo da psicologia comportamental na
América. Pavlov administrou testes das reações de reflexos de seus cães ao ritmo. Ele percebeu que
quando ele tocava ritmos rápidos seus cães reagiam com excitação; ritmos mais lentos tinham um efeito
tranqüilizador. Quando exposto a ritmos sincopados, o sistema nervoso dos cães dava a impressão de estar
sendo manipulado, e eles pareciam estar confusos não sabendo como reagir. Os ritmos assincrônicos os
fizeram muito confusos.

Muito tempo antes do surgimento da música rock, platéias em concertos na Europa tiveram um exemplo
dos efeitos do ritmo quando a obra sinfônica de Igor Stravinsky “Sagração da Primavera” foi executada em
Paris em 1913. Esta composição causou uma reação violenta. Logo após seu movimento de abertura, a
platéia parecia estar em estado de choque. A música consistia em uma série de dissonâncias ligadas a
ritmos desconexos, incoerentes e violentos. Bastaram apenas alguns minutos, antes que a sala de
concertos estivesse fervendo em rebelião. Depois de dez minutos, irromperam brigas entre aqueles que
não gostaram da música e aqueles que gostaram dela.

Poder-se-ia perguntar se foram os ritmos complicados da música ou o protesto contra este novo tipo de
música que causou a turbulência. Reações semelhantes aconteceram alguns anos depois quando a música
atonal de doze notas de Arnold Schönberg (música sem tonalidade fixa, sem tons maiores ou menores)
atingiu o público dos concertos na Europa como um relâmpago. Esta quebra das velhas tradições da
música parece ter sido um prenúncio de uma nova era caracterizada pela experimentação por ritmos
complicados.

Hoje, ritmos complicados, como esses da música rock, não causam mais tumultos populares. Ao contrário,
muitos foram se tornando dependentes deles. A batida impulsionadora da música rock está dominando a
vida cotidiana dos jovens em muitas partes do mundo. Analistas sociais estão muito preocupados

--- pág. 239 ---

porque parece que somente através de uma batida de rock pesadamente pulsante é possível conquistar os
jovens. Ruud também expressa esta preocupação: “Minha preocupação é que quase toda a música para as
crianças e jovens deva ser ritmicamente atrativa para romper as barreiras do som. Isto por sua vez, os
bloqueia para outros tipos de experiências auditivas.” 12

Consonância ou Dissonância? Críticos da música rock geralmente apelam aos efeitos físicos prejudiciais
de seu ritmo, o qual sobrepuja a melodia e a letra. Eles explicam que a boa música deveria consistir de uma
combinação e equilíbrio entre cinco elementos básicos:

Melodia: Tons organizados para compor uma canção.

Timbre: A qualidade do som produzida por instrumentos ou pela voz.

Harmonia: O encadeamento de tons para criar acordes.

Ritmo: Uma porção específica de tempo dado a uma nota ou sílaba em um verso e a marcação de tempo
numa composição musical.

13
Tempo: A velocidade do ritmo em que a peça é tocada ou cantada.

Todos estes cinco elementos consistem de vibrações rítmicas e/ou ciclos rítmicos. Cada nota vibra em
freqüências específicas. Um “lá” médio vibra 440 vezes por segundo. O timbre é dependente na
combinação das vibrações dos tons harmônicos naturais inerentes em cada nota.

Harmonia tem a ver com a combinação de notas numa relação vertical. Intervalos como terças, quintas, ou
sextas apresentam-se ao ouvinte como harmônicos ou consonantes, comparados com segundas e sétimas,
que soam dissonantes por causa da relação de freqüência entre as notas. Uma quinta perfeita e uma oitava
perfeita soam muito harmoniosas devido à simplicidade matemática presente em sua relação. Se
misturarmos outras notas de freqüências variadas, outras combinações e qualidades de som aparecem,
quer na direção da consonância ou da dissonância.

A exposição à música com ritmos “harmônicos” reforça os ciclos rítmicos do corpo humano, sincronizando
mensagens nervosas, melhorando a coordenação, e harmonizando humores e emoções.

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Por contraste, a exposição à música com ritmos desarmônicos” – “quer seja a ‘tensão’ causada pela
dissonância ou ‘barulho’ ou os balanços antinaturais de acentos rítmicos deslocados, síncopes, e
polirritmos, ou tempo impróprio – podem resultar em uma variedade de mudanças incluindo: uma
freqüência cardíaca alterada com sua correspondente alteração na pressão sangüínea; uma estimulação
excessiva de hormônios (especialmente os opióides ou endorfinas) causando uma alteração no estado da
consciência, desde mera estimulação num extremo do espectro até a inconsciência no outro extremo; e
digestão inadequada.” 13

A associação do nosso corpo com certos elementos da música é tão profunda que “a não ser pelo
entorpecimento de todo o cérebro, os neurologistas não puderam suprimir a habilidade rítmica. Dopar
qualquer lado do cérebro ou muitas regiões de uma só vez, ainda permite ao paciente contar e bater
palmas no tempo.” 14

Os estudos dos efeitos dos ritmos “desarmônicos” no corpo humano nos ajudam a entender melhor por que
o ritmo enfático da música rock exercita tal influência hipnótica nas vidas de tantas pessoas hoje em dia.

Vários Usos da Música. A música foi usada com diferentes propósitos durante o curso da história humana.
Uma função era aliviar a monotonia do trabalho pela sincronização dos movimentos dos trabalhadores. De
fato, muitas canções folclóricas originaram-se desta maneira. Isto é especialmente verdadeiro com relação
aos Negro Spirituals, que traçam suas origens às canções de trabalho dos afro-americanos que estavam
em escravidão. Testes conduzidos em locais de trabalho mostraram que a menos que a música seja
ajustada ao ambiente particular e ao tipo de trabalho, a precisão e exatidão são prejudicados. 15

Na União Soviética, um instituto para estudos médicos e biológicos informou os resultados de testes
mostrando que o ritmo e o tempo da música tiverem um impacto imenso no organismo humano. “Música
especialmente selecionada aumenta a capacidade de trabalho dos músculos. Concomitantemente, o tempo
dos movimentos do trabalhador muda com a alteração do tempo musical. É como se a música
determinasse um bom e rápido ritmo de movimento.” 16

O ritmo também foi usado para excitar as pessoas durante rituais religiosos. Isto foi verdade nas
celebrações festivas das antigas orgias selvagens do culto a Dionísio, nas danças de guerra e religiosas
entre os índios americanos, e os ritos de vodu na África Ocidental. Estas danças repetitivas, rítmicas, e
monótonas resultam, normalmente, em reações semelhantes a transes.

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Os xamãs usam formas de percussão para conseguirem contato entre a humanidade e as dimensões
ocultas. Ruud observa: “Parece que os elementos reguladores da tensão do ritmo estão sendo
conscientemente usados. Durante o progresso gradual do ritual, a tensão rítmica é regulada a fim de
corresponder ao espírito daquela doença em particular. A música que leva à tensão é contrastada por uma
forma mais livre e sincopada, destinada a servir como uma espécie de relaxamento no fim do ritual.” 17

Em muitas culturas, a música é também usada para curar. O “curandeiro” toca um padrão rítmico que tem
um efeito hipnótico sobre a mente do paciente. Psicólogos ocidentais podem achar este fenômeno difícil de
explicar. Ruud nota que “quando tais rituais de cura realmente funcionam, poderíamos achar difícil de
avaliar o papel da música, especialmente para aqueles dentre nós que estão arraigados na atual orientação
educacional-psicológica. Este tipo de psicologia da música poderia não aceitar as reivindicações de que a
música possui qualidades universais que causam efeito no ouvinte, não obstante sua cultura e instrução.” 18

Ritmo da Música e o Ritmo do Corpo. A música com um ritmo forte causa uma reação sensitivo-motora
no corpo humano. Quando os soldados se cansam, uma marcha estimulante cria um aumento de energia.
Em seu livro Music in Hospitals, Van de Wall, explica: “Vibrações de sons que atuam sobre e através do
sistema nervoso dão impulsos em seqüência rítmica para os músculos, levando-os a se contraírem e a
colocar nossos braços e mãos, pernas e pés em movimento. Por causa desta reação muscular automática,
muitas pessoas fazem um pouco de movimento quando ouvem música; para que elas permaneçam imóveis
seria necessária uma restrição muscular consciente.” 19

Elementos rítmicos estão definitivamente presentes no corpo humano e em outros organismos. O psicólogo
Carole Douglis afirma: “Somos criaturas essencialmente rítmicas. Tudo, desde o ciclo de nossas ondas
cerebrais ao bombeamento de nosso coração, nosso ciclo digestivo, o ciclo do sono - tudo trabalha em
ritmos. Nós somos uma massa de ciclos acumulados uns sobre os outros, somos claramente organizados
tanto para gerar quanto para responder aos fenômenos rítmicos.” 20

Todo ser humano funciona de acordo com um tempo rítmico. Isto está, em parte, relacionado ao ritmo do
coração que trabalha entre 60 e 120 batidas por minuto. Uma pulsação normal varia entre 70 e 80 batidas
por minuto. Alguns estudos indicam que as pessoas parecem trabalhar melhor quando

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se associam com outras que têm um “tempo” rítmico semelhante. Tendemos a reagir desfavoravelmente a
pessoas que ou tenham uma pulsação muito rápida ou são muito lentas. 21

Estes fenômenos rítmicos ou cíclicos podem ser observados em todos os níveis da organização biológica.
Dentro de um organismo, os processos parecem que não são apenas acidentais e auto-controlados, mas
também auto-ampliados e essenciais à vida, como as atividades cerebrais, as batidas do coração, e o ciclo
respiratório. Todos estes ritmos importantes para a vida são sincronizados com outras atividades celulares e
cooperam harmonicamente com todas as outras funções corporais. 22

Problemas ocorrem quando interferimos com os ciclos e ritmos do corpo. Este é um fato muito conhecido
pela medicina. Quando o corpo é exposto a estímulos desarmônicos variados e contínuos, vários dos
mecanismos de stres de nosso corpo são postos em estado de alerta. Se estes mecanismos de defesa
excessivamente tensionados, a harmonia natural dos ritmos biológicos é perturbada. Isto causa desarmonia
e pode conduzir a um colapso. A menos que o equilíbrio seja restabelecido, a situação de tensão pode
resultar em uma desordem patológica fundamental.

Pesquisadores têm observado uma conexão entre o distúrbio dos ritmos do corpo e doenças como diabete,
câncer e patologias respiratórias. Uma vez que a maioria dos mecanismos reguladores são neutros na
origem, não é surpreendente que muitas alterações patológicas também possam acontecer em estruturas
neutras. No caso das células cerebrais, esta “desordenação” pode se manifestar não apenas no estado
físico dos neurônios, mas também na harmonia de seu funcionamento. Por conseguinte, o comportamento
do organismo pode vir a ser seriamente afetado. 23

Encontramos exemplos deste tipo se privamos as pessoas do sono ou deixamos gotas de água baterem
constantemente em sua testa, um método usado na tortura de prisioneiros. O pesquisador David A. Noebel
diz que o ritmo da música rock cria uma secreção anormalmente alta de hormônios sexuais e adrenalina
podendo causar alterações nos níveis de açúcar no sangue e a quantidade de cálcio no corpo. 24

Uma vez que o cérebro recebe sua nutrição do açúcar no sangue, sua função diminui quando este açúcar é
dirigido a outras partes do corpo para estabilizar o equilíbrio hormonal. No ponto em que uma quantidade
insuficiente de açúcar do sangue alcança o cérebro, o julgamento moral é muito reduzido ou
completamente destruído. Isto é o que acontece quando o ritmo da música rock muda o nível de açúcar
sangüíneo no corpo.

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Parte 2
OS EFEITOS DA MÚSICA ROCK

Para melhor entendermos os efeitos da música rock no corpo humano, é importante saber, em primeiro
lugar, como o ritmo musical age. O elemento rítmico da música consiste em medidas de tempo divididas em
ciclos de compassos. As unidades de tempo mais comuns são grupos de compassos contendo duas
batidas (compasso binário), três batidas (compasso ternário), ou quatro batidas (compasso quaternário). No
compasso quaternário (como o compasso 4/4), os acentos naturais principais caem nas batidas um (o
acento ou tensão principal) e três (o acento ou tensão secundário). O acento primário no primeiro tempo é,
naturalmente, o mais forte dos dois. Isto poderia ser ilustrado como segue: UM, dois, TRÊS, quatro.

Na música rock e formas semelhantes, o padrão da acentuação é invertido, de forma que as batidas dois e
quatro são acentuadas, em vez das batidas um e três, como representado no compasso que se segue: um,
DOIS, três, QUATRO. Invertendo a ordem, o rock torna o ritmo a parte mais importante do som e cria um
conflito com os ciclos rítmicos naturais do corpo. Este efeito, conhecido como “contra-golpe” ou “batida
quebrada”, causa tensão nervosa (um “clímax”), porque vai contra o ritmo das batidas cardíacas e outros
ritmos do corpo.

O Poder Viciante do Rock. O “clímax” causado pelo ritmo irregular do rock aumenta a freqüência cardíaca,
debilita a força da pessoa, e tem poder viciante. O psiquiatra Verle Bell oferece uma explicação gráfica de
como a batida do rock causa o vício: “Uma das mais poderosas liberações de adrenalina para lutar ou fugir
acontece na música alta que é discordante em suas batidas ou acordes. A boa música segue regras
matemáticas exatas que fazem a mente se sentir confortável, encorajada, e ‘segura.’ Os músicos
descobriram que quando vão contra estas regras, o ouvinte experimenta um clímax viciante.” 25

Bell continua notando que “assim como médicos inescrupulosos de ‘dietas’ viciam seus pacientes com
anfetaminas para assegurar sua continuada dependência, os músicos sabem que música discordante
vende e vende bem. Como em todo processo de dependência, as vítimas acabam se tornando tolerantes. A
mesma música que no passado criava uma sensação agradável de excitação, agora não satisfaz mais. A
música precisa se tornar mais estridente, alta e mais discordante. A pessoa começa com soft rock, depois
26
passa para o rock and roll e depois vai para a música hevy metal.”

John Diamond, um médico de Nova Iorque, realizou numerosas experiências sobre os efeitos da música
rock. Em 1977, trabalhou como presidente eleito da Academia Internacional de Medicina Preventiva. Ele
descobriu que

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a música rock é a forma mais séria de poluição sonora nos Estados Unidos. Particularmente prejudicial é a
música rock que emprega uma batida “anapéstica” (N.T. – pé de verso grego ou latino formado de três
sílabas, as duas primeiras breves e a última longa.) onde a última batida é a mais intensa, como “da da
DA.” De acordo com Diamond, este tipo de música pode “suscitar stress e ira, reduzir a produtividade,
aumentar a hiperatividade, debilitar a força muscular e poderia desempenhar um papel na delinqüência
juvenil.” 27

O Ritmo do Corpo Sob Stress. Estas desordens de comportamento ocorrem, de acordo com Diamond,
porque a música rock causa um desarranjo no sincronismo dos dois lados do cérebro, de forma que a
simetria entre os dois hemisférios cerebrais seja perdida. Ele conduziu uma experiência numa fábrica em
Nova Iorque onde a música rock era tocada o dia todo. Quando a música foi substituída por outra que não
fosse rock, Diamond descobriu que a produtividade da fábrica aumentou em 15%, enquanto que o número
de erros diminuiu na mesma proporção. 28

Diamond publicou seus resultados no livro Your Body Doesn’t Lie (Seu Corpo não Mente). Ele explica que a
batida anapéstica, característica especial da música rock, é perturbadora porque é o oposto das batidas do
coração, assim como coloca o ritmo do corpo normal sob stress. Isto resulta em dificuldades de percepção
e manifestações de stress. Em pessoas jovens estas manifestações podem incluir um menor desempenho
escolar, hiperatividade e ansiedade, diminuição da produtividade no trabalho, mais erros e ineficiência geral.
Nos adultos, os sintomas incluem uma reduzida capacidade de tomada de decisões no trabalho, uma
sensação irritante que as coisas não vão bem, e a perda de energia sem razão aparente. 29

Em seu próprio laboratório, Diamond testou os efeitos da música rock, medindo a força do músculo deltóide
no braço. Ele descobriu que um homem normal poderia suportar a aproximadamente 20,5 kg de pressão no
braço, mas isto era reduzido a um terço quando a batida anapéstica era tocada ao fundo. 30 O propósito da
pesquisa de Diamond não era buscar uma proibição para a música rock, mas advertir as pessoas contra
seus perigos. Ele resume: “A música rock não vai matar ninguem, mas eu realmente duvido se Mick Jagger
vai viver tanto tempo quanto Pablo Casals ou Segovia.” 31

Pesquisadores russos chegaram a conclusões semelhantes. Eles descobriram que a música rock tem “um
efeito psíquico tremendamente prejudicial.” 32 Discursando em um encontro da juventude russa, a equipe
médica que realizou as experiências anunciou que a música rock era “como uma série de sinais de alarme,
causando a erupção de ondas concentradas de energia que deviam ser liberadas em algum lugar.” 33 A
energia é canalizada para disputas e brigas que, como foi notado pelos médicos russos, são características
comuns nos concertos de rock ocidentais. 34

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Even Ruud explica como a música rock alta e rítmica cria uma necessidade por reações musculares e
movimentos corporais: “Se o estímulo de som originado pelo tronco cerebral e sistema límbico for incapaz
de se expressar em termos de movimento físico, isto pode resultar em sintomas indesejáveis de stress, ou
seja, um incremento dos estados de alerta e preparação para alarme no sistema, e que não encontram
nenhum alívio. Vendo que esta condição é dependente da intensidade do estímulo, podemos entender por
que as pessoas expostas ao barulho são propensas a experimentar situações de stress. A música alta e
sincopada criará, semelhantemente, uma enorme atividade límbica, além de reações vegetativas e
hormonais, ou reações de stress. Estas forças poderiam ser neutralizadas por meio da dança.” 35

A Freqüência de Pulso. Um efeito mensurável importante na batida do rock é sua influência no ritmo
cardíaco, independente se o corpo está em movimento ou não. Ann Ekeberg, professora de escola
secundária e pesquisadora de música, envolveu alguns de seus colegas – professores de música – em
experimentos com seus estudantes. Antes do teste, a freqüência de pulso de cada estudante foi registrada.
Um disco de hard rock foi tocado por 5 minutos. Durante o teste, os estudantes permaneceram quietos em
seus assentos. Ao fim do teste, foram conferidas as freqüências de pulso novamente e uma média foi
registrada. O resultado mostrou um aumento na freqüência de pulso de 7 a 12 batidas por minuto enquanto
a música rock era tocada.

As seis colunas abaixo representam as classes da escola que participaram na experiência de Ekeberg. A
coluna escura representa a freqüência de pulso antes da música rock ter sido tocada e a coluna clara, a
freqüência de pulso depois que os estudantes estiveram escutando por 5 minutos música hard rock.

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Para validar o resultado dos testes de Ekeberg, realizei meus próprios testes com meus alunos na escola
secundária adventista em Bergen, na Noruega. Nós registramos um aumento médio na freqüência da
pulsação de 10 batidas por minuto quando os estudantes escutaram “Hell’s Bells” do grupo AC/DC. Quando
tocamos uma “Ária” de Bach, as freqüências da pulsação abaixaram em até 5 batidas por minuto em
relação à sua pulsação normal. A diferença de 15 pulsações cardíacas por minuto é bastante notável. É
justo dizer que escolhi dois tipos muito diferentes de música.

É digno de nota que os estudantes que eram os fãs do AC/DC tiveram respostas mais fortes que aqueles
que não gostavam da música. O teste prova que os vários tipos de música nos afetam fisicamente de
diferentes maneiras. O excesso de energia gerado pela batida do rock leva o coração a bater mais rápido,
mesmo quando o indivíduo está sentado quieto na cadeira. Isto pode explicar por que os fãs de rock acham
difícil permanecerem sentados, enquanto escutam música que acelera a pulsação. Sua energia acumulada
almeja algum tipo de alívio.

O professor de música norueguês Even Ruud realizou testes semelhantes sobre os efeitos da música rock
no Instituto de Música Karajan em Salzburg. Ele descobriu: “Ritmos sincopados são especialmente capazes
de causar batidas sistólicas extras, batidas que chegam muito cedo. Também é possível aumentar a
freqüência de pulso através de mudanças dinâmicas, como o crescendo e decrescendo de uma batida de
tambor…. Reações fisiológicas são dependentes do tipo de música que está sendo tocada. Formas como a
música de dança ou marchas tendem a ativar respostas motoras, enquanto que outras formas parecem
causar mudanças na respiração e nas freqüências da pulsação. 36

Produção Aumentada de Adrenalina. Roger Liebi, um músico suíço e especialista em idiomas bíblicos,
defende que um aumento na freqüência das pulsações também aumenta a pressão sanguínea. Como
conseqüência, isto leva a um aumento na produção de adrenalina. Este processo é um mecanismo de
defesa contra o stress, o qual ajuda a manter o corpo em estado de alerta aumentando o fluxo de sangue
nos músculos e facilitando a entrada de oxigênio. 37

Se o stress na pulsação continua, como num concerto de rock prolongado com música intensa e monótona,
é produzida uma quantidade excessiva de adrenalina, a qual as enzimas do corpo não são capazes de
metabolizar. O resultado é que uma parte da adrenalina se transforma em outra substância química
chamada adrenocromo (C9H903N). Esta é de fato uma droga psicodélica semelhante ao LSD, mescalina,
STP, e psilocibina. Adrenocromo é um composto um pouco mais fraco que as outras, mas os testes
mostraram que

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ele cria uma dependência semelhante às outras drogas. “Não é de causar surpresa, então, quando o
público nos concertos de rock ou nas discotecas atinjam ficam ‘altos’, entram em transe e perdem o
autocontrole.” 38

A secreção aumentada de hormônios causada pela música rock é confirmada por outros estudos. David
Noebel, um pesquisador médico, explica: “Sob a música rock, a secreção de hormônios é mais
pronunciada, o que causa um desequilíbrio anormal no sistema corporal, diminuindo os níveis açúcar e
cálcio no sangue e comprometendo o julgamento.” 39 Ele cita a pesquisa médica indicando que “As
vibrações de baixa freqüência do contrabaixo, junto com a batida impulsionadora da bateria, afetam o fluido
cérebro-espinhal, o qual afeta a glândula pituitária, a qual, por sua vez, controla as secreções hormonais do
corpo.” 40

A reação humana à música rock é tão dominante que os neurologistas foram incapazes de suprimir a
resposta física de seus ritmos. Foram feitas experiências para entorpecer cada a metade do cérebro ou
várias áreas do cérebro simultaneamente, mas o paciente ainda responde à batida do ritmo.” 41

Os Efeitos das Luzes Piscando. Os estímulos rítmicos da música rock podem ser intensificados com
luzes piscantes. Por exemplo, o laser e as luzes estroboscópicas usadas nas discotecas e em concertos de
rock intensificam e amplificam a manipulação rítmica. Jean-Paul Regimbal, um pesquisador canadense,
explica como o fenômeno age: “Luzes que constantemente mudam de cor e intensidade perturbam a
capacidade de orientação e os reflexos naturais. Quando a alteração entre luz e escuridão, acontece entre
seis a oito vezes por segundo, o senso de profundidade é seriamente prejudicado. Se isto ocorre 26 vezes
por segundo, as ondas alfa do cérebro se alteram e a capacidade de concentração é enfraquecida. Caso a
freqüência de alteração entre luz e escuridão ultrapasse esse valor e perdure por um tempo considerável, o
controle da pessoa sobre os sentidos pode cessar completamente. Por essa razão, não é exagero alegar
que o rock, combinado com efeitos luminosos, resulta em completa ‘violação da consciência do indivíduo.’”
42

Bäumer, um pesquisador alemão, comenta dos efeitos de tal manipulação nas funções corporais
(especialmente em níveis extremos): “A pessoa entra num estado extático, com espasmos semelhantes aos
dos ataques epilépticos, nos quais grita, morde, ruge e ri, urina e rasga suas vestes, num intenso
sentimento de alegria e felicidade.” 43 Por esta
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razão, as pessoas propensas à ataques epilépticos são advertidas a ficarem longe das discotecas onde as
luzes estroboscópicas estão sendo usadas, visto que estas luzes piscando tendem a causar ataques
epilépticos.

Uma combinação de luzes e sons intensifica os efeitos do ritmo, porque o corpo não pode decidir se os
ritmos que estão sendo recebidos são compatíveis com o seu próprio. O segredo por detrás da
manipulação rítmica é encontrado nas ondas de som e luz que afetam o sistema nervoso agindo como
choques seqüenciais nos músculos, fazendo com que os braços e as pernas se movam. Isto explica por
que as pessoas num concerto de rock acham difícil resistir o desejo de se moverem. Para permanecer
imóvel seria necessário um considerável esforço restritivo.

Os fenômenos citados acima são facilmente observados na cultura popular do rock e nas festas rave, onde
luz e som são usados em rápida alternação, com padrões monótonos e repetitivos, em ordem para produzir
o máximo efeito na platéia.

Peter Bastian, conhecido músico dinamarquês e professor na Royal Music Academy de Copenhague,
descreve como elementos relativamente simples e periféricos podem manipular os indivíduos, de forma que
seu comportamento seja alterado de forma inconsciente. “Certa vez observei uma cena assustadora
envolvendo um rapaz e uma máquina caça-níqueis. A música tocada pela máquina continha uma
mensagem subliminar na forma de batidas cardíacas, cuja freqüência aumentava gradualmente. O rapaz
ficou cada vez mais excitado, até finalmente lançar-se sobre a máquina. Ele não podia ‘ouvir’ as batidas
cardíacas, mas a ‘mensagem’ teve seu efeito.” 44

Ann Ekeberg se refere a um exemplo semelhante. Durante um concerto de rock na Suécia, o pânico
dominou a platéia e três pessoas foram pisoteadas até a morte, enquanto que muitos outros ficaram feridos.
Enquanto a polícia e os paramédicos tentaram reabilitar os sofredores, a multidão de jovens lançava todos
os tipos de xingamentos e insultos sobre eles. Em uma entrevista, Jan Agrell, professor sueco e um
especialista em psicose de massas, fez um comentário sobre este comportamento: “Uma multidão possuída
de psicose de massas comporta-se como o estouro de uma manada de búfalos, e você não será capaz de
alcançá-los... A música pop tem um poder mágico que leva as pessoas a agir coletivamente.” 45

Um Barulho Ensurdecedor. O volume é um elemento muito importante na música rock. São necessárias
pilhas de equipamento para produzir a quantidade exigida de amplificação para causar o impacto físico
desejado. Volume pelo

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volume em si é uma marca registrada que define o hard rock. Lemmy Kilminster, da banda popular de rock
“Motorhead”, disse à revista Hit Parader que seu grupo queria ver “sangue saindo dos ouvidos de todo o
mundo, se possível. Nada perigoso, só bastante para sabermos que eles estão se divertindo.” 46 Se a
música rock precisa ser tocada tão alta a ponto de causar sangramento nos ouvidos das pessoas para
assegurar que “eles estão se divertindo”, então dificilmente se poderia dizer que não há “nada perigoso”
nisto. Pelo contrário, numerosos estudos científicos têm demonstrado que o nível elevado de barulho da
música rock pode prejudicar o corpo de várias maneiras.

Em experimentos controlados, Andrew Neher descobriu que o toque rítmico do tambor tem efeitos
neurofisiológicos, resultando em impulsos de respostas auditivas (mudanças no potencial elétrico do
cérebro), os quais podem ser medido pelo eletroencefalógrafo. 47 Neher acrescenta que as respostas
subjetivas incluem “temor, espanto, diversão, tensão muscular, enrijecimento do peito, som de fundo,
48
zumbidos, agitação, imagens visuais e auditivas.” Tais respostas dificilmente são compatíveis com o
espírito do Cristianismo.

Por muitos anos, a profissão médica tem advertido que a música rock alta pode causar problemas,
especialmente a perda da audição. Em 1967, Charles Lebo, um pesquisador médico, apresentou um
documento sobre o assunto à Associação Médica da Califórnia. Os destaques de seu discurso foram
relatados na revista High Fidelity: ‘O próprio som dessa amplificada forma de arte pode representar um
grande trauma ao ouvido interno, assim como a qualidade geral da música freqüentemente faz ao homem
interior.” 49

Lebo realizou medições sonoras da música rock em dois estabelecimentos em São Francisco, onde
registrou níveis de ruído entre 100 a 119 decibéis no palco do rock. Ele descobriu que os níveis de ruído
“eram capazes de produzir dano temporário ou permanente ao ouvido interno dos músicos e da platéia.” 50
Ele concluiu: “Uma vez que o dano ao ouvido interno do tipo produzido pela exposição ao ruído é
cumulativo e permanente, conveniência de níveis mais baixos de amplificação para este tipo de música ao
vivo é aparente.” 51

Até mesmo Ralph Nader, um famoso ativista americano das causas de defesa do consumidor, envolveu-se
com este assunto e propôs que o Congresso deveria classificar a música rock acima de certos decibéis
prescritos como uma “inconveniência pública.” 52 Ele concluiu: “O trauma acústico da música rock ‘n’ roll
está emergindo como ameaça real à qualidade da audição de jovens que

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se expõem por períodos prolongados a esta música através dos grupos de rock ao vivo com alta
amplificação.” 53

Audição prejudicada. Ralph Rupp, audiologista na Speech Clinic da Universidade de Michigan, concorda
com Nader de que o governo local deveria estabelecer um nível de 100 decibéis para o rock tocado em
clubes. 54 Ele advertiu contra fones de ouvido: “Sem o controle da monitoração paterna, eles podem pulsar
ao ritual do rock com tal abandono que o dano permanente ao ouvido interno é quase certo.” 55

Muitos jovens passam seus dias completamente envolvidos em um manto de som pelo uso de
equipamentos como walkmans, “sound blasters” portáteis, e outras formas de sistemas estéreos em casa,
bem como nas discotecas e outros locais de entretenimento. Os efeitos a longo prazo da escuta constante
de música rock alta não pode ser determinado.

Em 1992, a Companhia de Radiodifusão Norueguesa, NRK, realizou alguns testes enfocando o problema
de sons intensos e audição prejudicada. Os três testes mostraram que 40%, 50% ou 70% dos músicos
experimentaram perda da audição devido ao volume extremo nos ensaios e nas apresentações. Muitos
acham difícil ouvir a conversação em geral, e outros são perturbados com um tom penetrante constante,
gerado no ouvido (tinitus).

Alguns concertos de rock podem alcançar níveis de volume entre 110-135 decibéis, enquanto o limiar para
o dano auditivo está em 85 decibéis. Este não é um problema limitado apenas aos artistas; afeta também
aos ouvintes. O walkman é considerado como um dos maiores culpados.

Testes auditivos nas pessoas que se alistam para os serviços militares na Noruega revelaram um grau
acentuado de perda de audição entre os jovens. Esta deterioração provou tornar-se crescentemente notável
com a idade. Os pesquisadores são da opinião que este problema é uma catástrofe social de dimensões
alarmantes. Todos os tipos de música alta, até mesmo passagens poderosas de uma orquestra sinfônica,
poderiam expor ao problema, mas a música eletricamente ampliada é definitivamente o problema maior.
Fabricantes de sistemas som sabem muito bem que os efeitos da amplificação do som tem usado as
pessoas. Geoffrey Marks, diretor de Cerwin Vega, uma fábrica na produção de alto-falantes em Los
Angeles, reconhece que os testes mostram que alguns têm sido excitados sexualmente quando dançam a
uma música num volume de 100-120 decibéis. 56 Quando perguntados se a música das discotecas poderia
ter um efeito semelhante, ele disse, “Absolutamente! Se o sistema de som reproduz o som de maneira
apropriada,

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podemos manipulá-lo de forma que pessoas fiquem excitadas sexualmente. Mas o volume tem que estar
correto. Também é importante que os graves tenham o efeito correto. Os graves são o que de fato governa
e comanda nossos sentimentos. Ele penetra em nosso corpo e afeta nossos nervos. Nós testamos este
volume particular em pessoas e vimos como eles respondem com rápida estimulação sexual. Parecem
achar difícil de resistir a isto. As freqüências mais graves têm uma influência poderosa no corpo e nas
emoções.” 57

A indústria da música está claramente manipulando os efeitos das fortes vibrações dos graves, presentes
de forma especial na música rock. Estas vibrações atingem abaixo da cintura, levando o ouvinte a perder os
benefícios de seus mecanismos de controle. Por esta razão, os fabricantes se esforçam continuamente
para melhorar os efeitos dos quilowatts, de forma que os efeitos físicos possam alcançar alturas cada vez
maiores.

As provas dos efeitos negativos da música rock vêm de diferentes fontes e países. Concluindo, cito um
relatório enviado de Moscou por Martin Walker, correspondente do jornal inglês Times on Sunday. Walker
relata que um projeto de pesquisa russo da Sovyetskaya Rossiya fez “uma descoberta impressionante”
relativa à música rock. “Quanto mais selvagem a música, mais baixa é a capacidade de trabalho dos
jovens.” 58

O professor G. Aminev, chefe do departamento de psicologia na Universidade de Bashkiria, descobriu que


“ouvintes de heavy metal são afetados pelos mecanismos psico-fisiológicos da dependência. Se forem
isolados de tal música por uma semana o nível geral de sua saúde declina, eles ficam mais irritáveis, suas
mãos começam a tremer e o seu pulso fica irregular. Alguns deles se recusaram continuar com nossas
experiências depois do terceiro dia. Isto significa que estamos testemunhando um certo tipo de doença.
Parece que a música rock não tem uma influência somente psicológica mas também bioquímica, pois
parece ligada à aparência das substâncias do tipo da morfina, que induzem ao ‘prazer.’” 59

O professor Aminev continua explicando que estudos com crianças das escolas russas expostas ao heavy-
metal nas discotecas mostrou “um agravamento da memória, perda da atenção, uma queda na velocidade
de leitura, e um aumento na agressividade e teimosia.” 60

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CONCLUSÃO

Investigações científicas têm demonstrado que a música afeta a freqüência cardíaca, respiração, pressão
sanguínea, digestão, equilíbrio hormonal, rede neural do cérebro, ritmos do corpo humano, humores e
atitudes. A enorme influência da música sobre os aspectos físicos, mentais, e emocionais de nosso corpo
deveria ser de grande preocupação para os cristãos que aceitam o apelo para se consagrarem todo o ser
como “um sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus” (Rom 12:1).

A batida irregular, incansável, e intensa da música rock coloca o corpo humano sob stress aumentando a
freqüência da pulsação, a pressão sanguínea, e a produção de adrenalina, e prejudicando a qualidade da
audição das pessoas. Mais importante, descobrimos que a música rock não atinge apenas o ouvido, ela
esmaga o cérebro como um trem de carga.

A repetição constante, a batida incessante, e a avalanche de decibéis fazem com que a música rock seja
capaz de explodir as emoções e a mente. Prejudicando o funcionando da mente, música rock faz com que
seja impossível refletir sobre a verdade, honestidade, integridade, e, acima de tudo, oferecer uma
“adoração racional [logike em grego]” (Rom 12:1).

--- pág. 253 ---

NOTAS

1. Josef Skvoreck, Comments on “Bass-saksofonen” (Cappelen, 1980), pp.11-12.


2. Kjell Bekkelund, “Pop og antipop,” Berlingske Tidende (6 de junho de 1964).
3. Edward Podoisky, Music for Your Health (New York, 1945), pp. 26-27.
4. Ira A. Altshuler, “A Psychiatrist’s Experiences with Music as a Therapeutic Agent,” Music and Medicine
(New York, 1948), pp. 270-271.
5. Erwin H. Schneider, ed., Music Therapy (Lawrence, 1959), p. 3.
6. G. and H. Harrer, “Musik, Emotion und Vegetativum,” Wiener Medizinische Wochenschrift, no. 45/46
(1968).
7. Veja Willem Van de Wall, Music in Hospitals (New York, 1946), pp. 15-20; G. e H. Harrer (nota 6). pp. 45-
46; Edward Podoisky (nota 3), p. 131; Arthur Guyton, Functions of the Human Body (Philadelphia, 1969), pp.
332-340.
8. Even Ruud, Musikksom kommunikasjon og samhandling (Oslo, 1990), p. 263.
9. Mary Griffiths, Introduction to Human Physiology (New York, 1974), pp.474-475.
10. Even Ruud (note 8), p. 44.
11. See Ira A. Altshuler (note 4), p. 270; Doris Soibelman, Therapeutic and Industrial Use of Music (New
York, 1948), p. 4.
12. Even Ruud, Musikken—vart nye rusmiddel? (Oslo, 1983), p. 17.
13. Carol and Louis Torres, Notes on Music (New York, 1990), p. 19.
14. Michael Segell, “Thythmatism,” American Health (dezembro de 1988), p. 60.
15. Doris Soibelman (nota 11), p. 47.
16. Leonid Malnikov, USSR: Music and Medicine, Music Journal, 82 (novembro de 1970), p.15.
17. Even Ruud (nota 8), p. 45.
18. Ibid., p. 43.
19. Willem Van de Wall (nota 7), p.15.
20. Carole Douglis: “The Beat Goes On,” Psychology Today (novembro de 1987), p .42.
21. Ibid., pp. 37-42.

--- pág. 254 ---

22. Veja Gervasia M. Schreckenberg and Harvey H. Bird, “Neural Plasticity of MUS musculus in Response
to Disharmonic Sound,” Bulletin, New Jersey Academy of Science 32, no 2 (outono de 1987), p. 8.
23. Ibid., p. 82.
24. Cited by Ann Ekeberg, För Sverige—pa tiden (Stockholm,
199 I), p. 53.
25. Verle L. Bell, “How the Rock Beat Creates an Addiction,” in How to Conquer the Addiction to RockMusic
(Oakbrook, IL, 1993), p.82.
26. Ibid.
27. “Medico Finds Root of Many Evils in a Pesty Rock Beat,” Variety 288 (28 de setembro de 1977), p. 77.
28. Ibid.
29. John Diamond, Your Body Doesn’t Lie (New York, 1979), p. 49.
30. Roman Kozak, “Can Certain Music Harm One’s Health?” Billboard 92 (23 de fevereiro de 1980), p. 53.
31. Ibid.
32.”Soviet Doctors Blast Rock’s ‘Harmful Effect,”‘ Variety 314 (28 de março de 1984), p. 32.
33. Ibid.
34. Ibid.
35. Even Ruud (nota 12), p. 254.
36. Ibid., p. 260.
37. Roger Liebi, Rock Music! The Expression of Youth in a Dying Era (Zurich, 1989), p. 4.
38. Ibid.
39. David Noebel é citado em Contemporary Christian Music (agosto/setembro de 1981), p. 26.
40. Ibid.
41. Michael Segell (nota 14), p. 60.
42. Jean-Paul Regimbal and others, Le Rock’n Roll viol de la conscience par des messages subliminaux
(Gen6ve, 1983), pp. 17-18.
43. U. Bäumer, Wir wollen nur deine Seele, Rockszene und Okkultismus: Daten—Fakten—Hintergründe,
vol. 2 (Bielefeld, Germany, 1986), p. 102.
44. Peter Bastian, Inn i Musikken (Stockholm, 1987), p. 46.
45. Ann Ekeberg (nota 24), p. 58.
46. Hit Parader (fevereiro 1982), p. 12.

--- pág. 255 ---

47. Andrew Neher, “Auditory Driving Observed with Scalp Electrodes in Normal Subjects,” EEG and Clinical
Neurophysiology 13 (1961), pp. 449-451.
48. Ibid., p.451.
49. “Acoustic Trauma from Rock and Roll,” High Fidelity 17 (novembro 1967), p. 38.
50. Ibid.
51. Ibid.
52. “Nader Sees Deaf Generation from Excessive Rock ‘n’ Roll,” New York Times (2 de junho de 1969), p.
53.
53. Ibid.
54. Cited by Jeff Ward, “Cum On Kill the Noize!” Melody Maker 48 (8 de dezembro de 1973), p. 3.
55. Ibid.
56. Interview in Vecko Revyn, no. 41(1979), p.12.
57. Ibid.
58. Times on Sunday (7 de junho de 1987), p. 17.
59. Ibid.
60. Ibid.

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Capítulo 9 Escolher outro capítulo

Página de Abertura Índice da Seção Atual


Um Ritmo Próprio
A Musicoterapia e suas Aplicações

Toda pessoa tem um ritmo interior, uma identidade sonora que a diferencia das outras. Identificá-lo e
equilibrá-lo são procedimentos da musicoterapia, alternativa usada principalmente no trabalho com crianças
com deficiência mental

Conta a história que dois mil anos antes de Cristo, quando o imperador da China queria saber como
andavam as coisas em suas províncias, ele convocava os músicos de cada uma delas para tocar para ele.
E, de acordo com a música que vinha embalando seu povo, o imperador sabia se elas estavam indo bem ou
mal. Em tempos de Internet, quando esse recurso não se faz mais necessário, paralelamente aos avanços
tecnológicos, cresce a aceitação de terapias alternativas, que valorizam o lado emocional do indivíduo. A
musicoterapia, considerada uma ciência paramédica que estuda a relação do homem com o som/música, é
uma delas. "A influência fisiológica e psicológica do som no cérebro traz inúmeros benefícios à pessoa",
afirma Maristela Pires da Cruz Smith, presidente da Apemesp (Associação dos Profissionais e Estudantes
de Musicoterapia do Estado de São Paulo).

Musicoterapeuta, educadora artística com habilitação em música e mestre em Psicologia Social, Maristela
afirma que a música por si só é terapêutica. Segundo ela, o benefício mais comum e mais facilmente
percebido é a sensação de relaxamento, de bem-estar. "Todas as pessoas têm uma identidade sonora, um
ritmo pulsando em seu interior, conseqüência dos inúmeros sons recebidos por nós. A musicoterapia,
através da pesquisa sobre a vida e o ambiente ao qual está inserido o paciente, busca identificar e equilibrar
seu ritmo interno, para possibilitar uma melhora", explica. "Um bom exemplo é o que ocorre com crianças
hiperativas, em geral com um ritmo interno bastante acelerado. Primeiramente, elas são tratadas com
músicas em seu próprio ritmo, para depois, lentamente, ir buscando equilibrar esse som", explica Maristela.
"Assim como em qualquer outro método terapêutico, não há prazo determinado para o tratamento, que vai
depender da resposta do paciente", ressalta.

Gama de aplicações - Entre as inúmeras aplicações da musicoterapia, destaca-se o trabalho com pacientes
portadores de deficiências físicas, como paralisia e distrofia muscular progressiva. As deficiências sensoriais
(visual e auditiva) e as síndromes genéticas (Down, Turner e Rett) também contam com essa opção como
tratamento complementar. Distúrbios neurológicos (lesões cerebrais, dislexias, disfonias, entre outros) e
doenças mentais, como esquizofrenia, autismo infantil, depressões e distúrbio obsessivo compulsivo
também podem se beneficiar com essa terapêutica. "A musicoterapia pode ser aplicada desde a vida intra-
uterina, pois pesquisas provaram que o feto reage ao som e, por ser estimulado desde cedo, nasce com
maior capacidade de desenvolver seu potencial", afirma Maristela.

As principais pesquisas sobre musicoterapia têm sido feitas em países como Estados Unidos, França,
Alemanha, Noruega, Inglaterra, Itália e Argentina, onde o uso terapêutico da música é amplamente
difundido. No Brasil, nos últimos dois anos, os benefícios dessa terapia têm sido mais amplamente aceitos
por fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos. Sua aplicação tem ocorrido principalmente em entidades
que trabalham com crianças portadoras de deficiência mental, como a Apae (Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais) de Barueri. "Esse trabalho começou a ser realizado por uma de nossas fisioterapeutas
com crianças portadoras de deficiência mental, visual e auditiva. Os resultados foram animadores. Por isso,
também vamos passar a utilizar a música em trabalhos com fonoaudiólogos", ressalta Giovanna Aparecida
de Carvalho Sales, diretora da entidade. "A música relaxa e tranqüiliza as crianças. Vamos usar os recursos
da musicoterapia para trabalhar os processos de linguagem. A percepção corporal através da dança
também fará parte do processo terapêutico. Com isso, a criança passa a ter contato consigo mesma e com
o outro, é uma forma de integrá-la ao meio", acrescenta a fonoaudióloga Adriana F. de Souza Aquino, uma
das responsáveis pela elaboração do projeto.

Na educação, a musicoterapia pode auxiliar no desenvolvimento psicopedagógico e em dinâmica de grupo


em sala de aula. É o que vem ocorrendo com os alunos da Escola Municipal de Educação Especial de
Barueri, voltada para a alfabetização de crianças e adolescentes com deficiência mental leve e moderada.
Desde o início deste ano, a disciplina Educação Musical passou a contar com recursos de musicoterapia.
"Procuro sociabilizar o grupo através da música. A resposta das crianças é uma coisa incrível. Dentro de
suas capacidades, elas cantam e dançam", explica Fernanda Rodrigues dos Santos, formada em Educação
Artística, com habilitação em música, e pós-graduada em Musicoterapia.

Segundo os especialistas, a musicoterapia já vem se popularizando também como alternativa terapêutica


em tratamento de estresse. A psicoterapeuta Adelina Rennó utiliza os recursos da musicoterapia por meio
do canto no processo terapêutico de seus clientes. "Trabalho a voz como expressão da personalidade. É
através dela que mostramos quem somos ou, muitas vezes, escondemos quem somos verdadeiramente",
afirma. Doutora em psicologia e também com formação musical, Adelina foi buscar especialização para
desenvolver o trabalho de cantoterapia na Alemanha. "Dependendo da indicação, trabalho com uma ou com
outra medida terapêutica. Há casos em que utilizo os recursos das duas, já que acredito tratar-se de
processos terapêuticos complementares", encerra.

Em busca da cura - Além da utilização da música como processo terapêutico, há correntes de estudiosos no
assunto que voltam seus interesses para a ação curativa de determinado som. No livro O Poder Terapêutico
da Música, do norte-americano Randall McClellan, o autor trata os efeitos da música sobre o indivíduo como
um todo. Segundo ele, "toda música pode alterar de algum modo nosso estado de consciência. O que não
foi ainda determinado é que tipo de música afeta nossa consciência e de que modo e, particularmente, que
tipo de música é mais útil para provocar os estados mais desejáveis para fins de cura". As indagações de
McClellan, doutor em Filosofia em Composições Musicais pela Eastman School of Music e também
graduado no Cincinnati College Conservatory of Music, têm sido temas de inúmeras pesquisas realizadas
principalmente nos Estados Unidos.

No Brasil, o interesse pelo assunto não é menor. Segundo levantamento realizado pela Apemesp, o país
conta com cerca de 1500 profissionais com formação em musicoterapia. Mas isso ainda não se traduziu em
investimentos e pesquisas sobre o tema.

A falta de dados também incomoda Luiz Roberto Perez, maestro formado pela Escola de Comunicação e
Artes da USP (Universidade de São Paulo) e incansável estudioso do tema. "Os efeitos da música sobre
nosso equilíbrio emocional e nossos órgãos são notórios. Além do poder de cura, ela também reforça o
organismo a agir contra as doenças. Mas para chegarmos a essas informações teríamos de ter pessoas
empenhadas nisso, e infelizmente não temos", ressalta.

À frente do coral que montou no bairro - na Igreja Bom Pastor -, o maestro não deixa de trabalhar os
recursos da musicoterapia com seu grupo. "Junto do trabalho de voz, aplico alguns dos recursos da
musicoterapia, voltados para o relaxamento e a auto-estima. A boa música terá sempre um cunho benéfico",
diz Luiz, para quem o maior exemplo disso é o canto gregoriano. "Esta música nos transporta para uma
outra dimensão, quando ficamos próximos de uma entidade superior. E isto sempre faz enorme bem",
encerra.

"...cada vez que uma peça musical é tocada renasce para uma vida de algum modo nova, e a cada vez que
se rende ao silêncio ela morre outra morte. E a cada vez que ouvimos uma peça musical, nos erguemos e
morremos de novo com ela: pois a nossa música, tal como nós mesmos, é mortal e morre no final, sempre à
espera do renascimento." (Robert Meagher (filósofo)).

Fonte: http://www.jornalalphanews.com.br/ed85/saude.htm

Página de Abertura Índice da Seção Atual


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O Que São Mensagens Subliminares

Tópicos nesta página:


- Você sabe o que é Mensagem Subliminar ?
- Como surgiu ?
- Cérebro
- Propagandas com mensagens Subliminares
- Real perigo
- Proteja- se e denuncie
- Bibliografia dos estudos
Você sabe o que é Mensagem Subliminar?
Talvez não, mas com certeza já foi vítima dela.

Você sabe o que é Mensagem Subliminar ?

A Mensagem Subliminar é dotada de uma arte a mais. A arte da persuasão inconsciente. Ela trabalha com o
subconsciente das pessoas. Dá-se o nome de mensagem ou propaganda subliminar toda aquela
mensagem que é transmitida em um baixo nível de percepção, tanto auditiva quanto visual. Embora não
possamos identificar esta absorção da informação, o nosso subconsciente capta-a e ela é assimilada sem
nenhuma barreira consciente, e a aceitamos como se tivéssemos sido hipnotizados. Por definição,
subliminares são as mensagens que nos são enviadas dissimuladamente, ocultas, abaixo dos limites da
nossa percepção consciente e que vão influenciar nossas escolhas, atitudes, motivar a tomada de decisões
posteriores. Subliminares são mensagens que entram na nossa mente de contrabando, como um vírus de
computador que fica inerte, latente, e só é ativado na hora certa.

Como surgiu ?
Experimento realizado em Fort Lee, New Jersey - EUA em 1956

Jim Vicary instalou em um cinema de Nova Jersey um segundo projetor especial, taquicógrafo, o qual
projetava intermitentemente na tela frases como DRINK COKE e EAT POP CORN. O taquicógrafo pode ser
comparado a um tipo de projetor de slides que projeta um único slide na velocidade de 1/3.000 de segundo.
No cinema é colocado ao lado do projetor do filme - cuja projeção é ao ritmo de 24 fotogramas por segundo
- e fica repetindo a imagem (sobreposta ao filme) a cada cinco segundos para dar a ilusão de movimento.
Durante o filme Picnic, com Kim Novac (no Brasil "Férias de Amor"), o segundo projetor emitia um slide com
a frase Drink Coke numa velocidade de 1/3.000 de segundo. O slide era projetado sobreposto ao filme,
rápido demais para ser percebido conscientemente, mas a repetição do sinal subliminar causava efeitos no
subconsciente do público, aumentando as vendas da Coca-Cola em 57,7%.

Segundo Ronnie Cuperfain e Keith Clarke, os resultados seriam otimizados caso fossem imagens, ícones,
no lugar de textos verbais. Ambos comprovaram que o emprego de mensagens subliminares projetadas no
campo visual esquerdo (direcionadas assim ao hemisfério direito do cérebro) são mais eficazes quando são
empregadas imagens. Wilson Brain Key descreve uma técnica de edição de imagem que gera um mosaico
de impressões visuais, chamado efeito Mc Luhan ou Perceptual Overload, e cita os comerciais de TV da
Coca-Cola, nos quais até quatro tomadas são mostradas em um só frame, mostrando pessoas e cenários
diferentes o que satura o consciente que não consegue forçar um sentido, aceitando a cachoeira de
imagens inconscientemente. Ora, tal edição em ritmo de vídeo clipe, com muitas tomadas ou cenas por
segundo, é um claro exemplo da fórmula proposta: SUBLIMINAR= > Maior quantidade de informação
(dividido por) < Menos tempo de exposição
Cérebro

Com o taquiscocópio, provou-se que o cérebro reage à imagens projetadas a uma velocidade de exposição
de até 1/3.000 de segundo.

Segundo a Semiótica da Cultura, de V. V. Ivanov, o signo, que possui um significante e um significado, é


interpretado pelos dois hemisférios do cerebrais: Significado: hemisfério direito - tempo real e imagens
concretas (todo); Significante: hemisfério esquerdo - abstrações e estruturas lógicas (partes).

Existem muitos tipos de Propaganda Subliminar

Subliminar Ambiental: Mídia Exterior

Enquanto a visão fóvica (criada na fóvea, ou ponto nervoso central da retina) consciente foca o nome legível
em letras garrafais do estabelecimento comercial ou simplesmente quando dirigimos concentrados nosso
carro, passam despercebidos o fundo, o ruído, a poluição visual indiferenciada, entrópida dos outdoors e
placas captadas pela visão periférica, o fundo subliminar dos anunciantes. Mesmo a colocação dos outdoors
pode ser estrategicamente planejada.

Subliminar Eletrônico: Merchandising

O Subliminar tem seu potencial melhor aproveitado quando inserido dentro da programação normal do que
nos intervalos comerciais, burlando assim, os mecanismos de defesa do consumidor. O Merchandising,
como é conhecida esta técnica subliminar, tem sido constantemente usada pela Coca-Cola em filmes. Um
exemplo seria o filme Blade Runner de 1982 que se enquadra na categoria subliminar. Todo o quadro é
preenchido por uma poluição visual urbana com dezenas de anúncios, nunca focalizados plenamente
graças ao timing rápido das mudanças de enquadramento, movimento ágil da câmera focando os atores em
ação e a edição com cortes rápidos e freqüentes, que estonteiam, como um vídeo clipe. O cenário de fundo
subliminar é imperceptível graças à edição veloz . Não há tempo de efetuar uma varredura fóvica pela tela.
Assim, o espectador focaliza os atores e deixa-se envolver pela trama narrativa, enquanto sua visão
periférica recebe subliminarmente as dúzias de anúncios que pagaram o filme. O Merchandising pode ser
definido como toda a inserção comercial em shows, novelas, filmes e eventos, porém não é um comercial
direto do produto. Quem não se lembra de já ter visto em alguma novela um personagem bebendo aquela
cerveja cujo rótulo e marca aparecem claramente na imagem ou então em uma partida de futebol você notar
a existência de várias placas colocadas ao longo do campo exibindo marcas ou nomes de produtos.
Inserido em histórias como filmes ou novelas, quanto menos aparece o produto, melhor é o resultado do
merchandising. Basta que se perceba a sua presença.

Real Perigo

Muitas vezes vemos filmes do cinema ou da televisão os personagens falando de lavagem cerebral, guerra
psicológica, desinformação, hipnotismo e mensagens subliminares.

"A primeira vez em que vi uma explicação dos poderes da tecnologia de comunicação subliminar foi num
episódio da série policial Columbo. Depois, vi filmes como They Live, do Carpenter, só tratando da
manipulação subliminar, até chegar no Arquivo X, no episódio "Senha", no qual são abordados os
subliminares governamentais." Flávio Calazans

Hoje com a atual tecnologia existem sofisticados aparelhos subaudíveis/visuais, ondas de rádio, etc...que
fazem o experimento de Jim Vicary parecer brincadeira de criança. As mensagens subliminares são
empregadas para ensinar idiomas enquanto o estudante dorme, para vender produtos e até eleger
Presidentes da República. Existem grandes empresas que colocam vírus nos computadores que fazem
piscar na tela (efeito flicker) frases como "trabalhe mais rápido", para aumentar a produtividade dos
empregados. Também supermercados instalam som ambiente com frases "sou honesto" e "roubar é
errado", a fim de reduzir os índices de furtos entre os clientes, e bancos agem de forma semelhante para
estimular aplicações financeiras.
Nem todo o subliminar é mau e nocivo; veja, além das artes, os subliminares didáticos e terapêuticos para
curar fobias e traumas psíquicos.

Proteja-se e denuncie

A Propaganda Subliminar nem mesmo é citada nas leis, mas por um processo de interpretação
hermenêutica foi proposto que se aplique aos casos dela o artigo 20 do Código de Ética dos Publicitários,
que diz que as mensagens devem ser ostensivas e assumidas ( o merchandising subliminar é anti-ético,
pois é não ostensivo e é dissimulado), assim como também o artigo 36 do Código de Defesa do
Consumidor, que proíbe anúncios disfarçados, dissimulados.

Bibliografia

--- Propaganda Subliminar Multimídia. CALANZANS,Flávio Mario de Alcântara. 2ª edição, São Paulo,
Summus Editorial, 1992. (Coleção Novas Buscas em Comunicação, vol.42)

----. Teoria da Comunicação Subliminar. Trajetória e questões contemporâneas da publicidade brasileira;


org. por J. B. Pinho. São Paulo, Intercom, 1995. p.147-161.

----. Subliminal for a new world. Comunication for a new world: brasilian perspectives; edited by José
Marques de Mello. ECA-USP , 1993. p.77-87.

----. Propaganda Subliminar Multimídia. Anuário de Inovações em Comunicação e Artes. ECA-USP, 1991,
p.343-353.

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