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0- INTRODUÇÃO
Sobre a definição dos cuidados, mesmo antes de serem característica da
profissão de enfermagem, eram considerados maneiras de fazer, ver e
transmitir o modo como se cuida da vida humana (Silva, 2006). Diziam respeito
a qualquer pessoa que ajudasse outra, a garantir tudo o que lhe era
indispensável à vida (Collière, 1989).
O vocábulo higiene “deriva da deusa Hygiéia, reverenciada em Atenas como
protectora da saúde, do bem-estar orgânico”. O termo admite vários adjuntos
adnominais que o complementam e expandem seu significado: higiene
colectiva, higiene mental, higiene profissional, higiene pública, higiene social,
higiene da habitação, higiene da alimentação e higiene corporal, entre outros.
Este último conceito higiene corporal é o alvo de nossa atenção neste trabalho.
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mobilidade/locomoção estejam afectadas.” No entanto, observa-se que este
procedimento é relegado ao segundo plano, isto é, não é dada a devida
importância a ele, tanto pelos profissionais quanto pelos estudantes de
enfermagem.
FURST (1977), HORTA (1995) e ARAÚJO (1980) enfatizam que o banho, além
de oferecer à enfermagem uma de suas maiores oportunidades para conhecer
seu paciente, identificar seu estado emocional e suas necessidades, possibilita
também verificar as condições da pele, as áreas que estão sofrendo pressão,
além de ouvir queixas de dores e desconforto. Os autores reforçam também
que a higienização da pele é de grande valia para o organismo como um todo.
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é contribuir para a manutenção do conforto e auto-estima do paciente; ainda
enfatiza que a maioria das pessoas em nossa sociedade valoriza a higiene
pessoal como aspecto importante na maneira pela qual se apresenta aos
outros; portanto, qualquer queda nos padrões de aparência enquanto no
hospital pode causar ao paciente embaraço ou mesmo depressão severa. Por
outro lado, uma minoria dos pacientes normalmente prefere não tomar
banho com frequência. Esta atitude negativa, além de trazer riscos de
infecção cruzada, ainda poderá causar desconforto físico, diminuição da
importância dada à auto-imagem ou até provocar rejeição pelos outros.
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0.1- Problema de investigação
De acordo com Souka (1978) defende a pele é importante para o organismo
humano porque desempenha funções de protecção, sensibilidade, respiração,
excreção e respiração térmica. Deste modo é necessário que se tenha a pele
sempre limpa, para mante-la flexível e elástica, evitando assim a secura e o
fervilhamento que tanto lhe são prejudiciais.
Mais do que cuidar do corpo, essas pessoas precisam também de apoio moral,
para que não se sintam um “peso” para seus familiares e cuidadores. Trabalhar
a auto-estima pode ajudar muito na melhora do estado do paciente.
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0.3- Objectivos
Sabe-se que os objectivos da investigação tem como fim determinar os limites
e a amplitude do estudo. Permite ao investigador definir com facilidades a
hipótese da investigação, permite ainda situar o estudo dentro de um contexto
geral e de servir como indicadores na avaliação, ainda permite ao investigador
descrever os principais métodos utilizados. Em face ao dito, a higiene do
corpo tem por objectivo:
0.3.1- Gerais
Analisar e Discutir a aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito, partindo
das percepções dos próprios pacientes.
0.3.2- Específicos
Analisar os aspectos psicológicos da relação do enfermeiro com o
paciente, familiar/cuidador e equipe profissional, no banho do leito;
Identificar a reacção do paciente mediante o acompanhamento do
mesmo banho;
1.0- Introdução
O objetivo da construção do Referencial Teórico é concentrar a ênfase na temá
tica abordada, e, através de diferentes metodologias de pesquisa, sustentar
uma argumentação pautada nos dizeres de autores consultados.
Neste capítulo preste a iniciar vai-se abordar as indagações feitas em
programas, documentos livros orientados, guias metodológicos e diferentes
manuais que sustentam não só a higiene corporal como uma necessidade
humana básica de maior importância, principalmente para as pessoas que
necessitam de repouso absoluto, ou sem capacidade para locomover-se.
Clarke (1986) enfatiza que a maioria das pessoas em nossa sociedade
valoriza a higiene pessoal , como aspecto importante na maneira pela qual se
apresentam aos outros, qualquer queda nos padrões de aparência enquanto no
hospital pode causar embaraço ou mesmo depressão severa . Por outro lado,
uma minoria dos pacientes normalmente prefere não tomar banho com
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frequência . Esta atitude negativa , além de causar risco de uma infecção
cruzada, ainda poderá causar desconforto físico, diminuição da importância
dada à auto·imagem ou provocar rejeição pelos outros.
O banho e os demais cuidados higiénicos são rituais importantes em todas
as culturas, no entanto , conta ainda com uma literatura bastante limitada.
Fuerst (1977) , Horta ( 1 995) , Araújo ( 1980) enfatizam que o banho, além
de oferecer a enfermeira uma de suas maiores oportunidades para conhecer
seu paciente, identificar seu estado emocional, suas necessidades, possibilita,
também, verificar as condições da pele, áreas que estão sofrendo pressão,
além de ouvir queixas de dores e desconforto. Reforçam também que a
higienização da pele é de grande valia para o organismo humano.
Entendemos que a oportunidade do paciente poder expor à enfermeira seus
problemas é psicologicamente confortável, enquanto a simpatia e a suavidade
manifestada através de suas mãos também o confortam.
Assistir em enfermagem , na visão de Horta ( 1 979) , é fazer pelo ser humano
tudo aquilo que ele não pode fazer por si mesmo, ajudar ou auxiliar quando
impossibilitado de se autocuidar.
Caso seja possível, todo o material necessário à higiene oral e banho deve ser
colocado na mesa-de-cabeceira ou carrinho móvel do lado da cama, da forma
que for mais funcional para o paciente. A enfermagem deve dar apoio,
auxiliando e orientando no que for necessário.
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Para os pacientes acamados, o banho é dado no leito, pelo pessoal de
enfermagem. Convém ressaltar que a grande maioria deles considera essa
situação bastante constrangedora, pois a incapacidade de realizar os próprios
cuidados desperta sentimentos de impotência e vergonha, sobretudo porque
a intimidade é invadida. A compreensão de tal fato pelo profissional de
enfermagem, demonstrada ao prover os cuidados de higiene, ajuda a minimizar
o problema e atitudes como colocar biombos e mantê-lo coberto durante o
banho, expondo apenas o segmento do corpo que está sendo lavado, são
inegavelmente mais valiosas do que muitas palavras proferidas.
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hospitalização reforçam a necessidade das boas relações interpessoais que se
deve estabelecer entre enfermeira e pacientes.
De acordo com Dugas (1971), a higiene sendo um hábito muito pessoal , as
informações devem ser dadas com muito tato para não ferir a susceptibilidade
do paciente .
A referência de desconforto provocado pelo banho dado por um profissional
foi com um entre os pacientes entrevistados; contudo, devido à sua situação de
acamado se a partir das informações recebidas, alguns acabaram se
conformando:
Não gostei muito da ideia mas a necessidade nos obriga;
O que eu posso fazer se eu não dou conta?
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interpessoais desenvolvidas suficientemente para que se sinta capaz de
trabalhar com os pacientes em situações terapêuticas (Mendes, 1994) .
Apesar do banho ser desejado pelos pacientes, Atkinson & Murray ( 1 989)
lembram que o tipo a ser oferecido é quase sempre decidido pela enfermeira.
- As enfermeiras devem ser mas ágeis, demoram muito, acho que uma deve ir
passando o sabão e outra secando. Deixa a gente desprotegido descoberto por
muito tempo,
- A quantidade de sabão que usam é muito grande, além de usarem ele dentro
da água. Limpar após o procedimento.
- o banho deve ser com mais água.
Quanto a isto, Henderson (1989); Elhart (1983) afirmam que, ao dar o banho no
leito, não se deve deixar de imergir as mãos e os pés do paciente assim como
remover o sabão da pele de forma completa.
Detectamos que a não observância destes pontos foram situações que também
desagradaram os pacientes , visto que é um dos direitos deles receber uma
assistência segura e eficiente e que, nesse contexto , a enfermagem deve
discutir e preocupar-se com a eficiência na execução dos procedimentos
prestados.
Visto que o banho no leito é uma técnica directamente relacionada a mobilidade,
higiene e conforto, sua execução requer passos criteriosos para que sua
finalidade não ocasione danos ao paciente ou ao profissional envolvido no
cuidado.
RISCOS POTENCIALMENTE CAUSADOS COM A MÁ EXCECUÇÃO DA
TÉCNICA DO BANHO NO LEITO
Os principais cuidados para o banho no leito, segundo Luciana, devem estar
sempre atrelados aos riscos de infecções. “Os materiais utilizados devem estar
limpos e de maneira asséptica. No modo tradicional e mecânico, a água deve
ser potável e límpida. O ideal é que os materiais utilizados sejam desprezados
após o uso, porém, não é o que acontece na prática. Por isso a utilização dos
descartáveis como luvas de higiene corporal, touca com shampoo e lenços
umedecidos para banho são com certeza a melhor opção, alerta a enfermeira.
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observam um custo menor nos materiais que são comprados periodicamente,
além da higiene e organização durante o procedimento, declara Luciana. Com
a utilização desses produtos, tempo do banho caiu praticamente pela metade:
25 minutos. Além disso, economiza-se 15 litros de água a cada banho.
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A cada passo realizado durante o banho no leito, o profissional deverá ter o
cuidado de secar a pele e protege-la da temperatura externa, ou seja, evitar
que o paciente permaneça por um maior tempo exposto a baixas
temperaturas, diminuindo o risco de hipotermia. Isso é comum ocorrer em
pacientes neurológicos e sedados. Para isso, muitas UTIs utilizam produtos de
banho a seco.
Risco de Infecção
Como foi citado, o banho deverá obedecer a sequência céfalo-caudal, deixando
as partes íntimas e a região anal para a última etapa.
Caso haja contacto directo do material (toalha de banho ou lenço) com
substâncias orgânicas, estes deverão ser descartados, evitando a propagação
de microorganismos. Evitar o contacto directo das luvas com secreções.
Descartar caso isso ocorra. As roupas de cama sujas deverão ser
acondicionadas nos hampers, nunca no chão.
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prolongado de banho, nesses casos potencializa o fechamento dos capilares,
acarretando em hipóxia periférica e instabilidade hemodinâmica. Em muitos
casos, deve-se contra indicar o banho, pois a simples manipulação do paciente
acarreta em valores vitais clínicos alarmantes.
Risco de Queda
Outro risco que o paciente acamado apresenta no momento do banho é a
queda do leito. Para que isso não ocorra, os critérios a serem adoptados antes
de iniciar o procedimento baseiam-se nas condições psicomotoras do paciente
(agitação, confusão mental), sedação e superfície corpórera (pacientes obesos
requerem uma maior mobilidade da equipe durante seu posicionamento no
leito.
METODOLOGIA
As percepções dos pacientes que se submeteram ao procedimento técnico,
banho no leito, constituíram-se em objectos centrais deste estudo. Optamos
pela
realização de um trabalho de campo, de natureza descritiva com abordagem
qualitativa.
O estudo desenvolveu-se em um Hospital-Escola, localizado em Goiânia Go.
, no período de 1 9 de junho a 1 9 de Julho de 1 995.
Foram sujeitos do estudo 20 pacientes com dependência total internados
nas unidades médico-cirúrgica e ortopédica do referido hospital e que se
submeteram ao procedimento banho no leito.
A colecta de dados foi realizada pelas pesquisadoras e o instrumento
utilizado foi entrevista individual realizada na própria enfermaria , através de um
roteiro com perguntas abertas, o qual permitia ao informante maior flexibilidade
de suas informações. Aspectos éticos, tais como sigilo e autorização para
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utilizar os dados, foram observados. Os dados foram analisados de forma
descritiva de acordo com a percepção e opinião dos pacientes.
CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
Os sujeitos do estudo pertenciam à faixa etária entre 1 8 e 70 anos. Alguns
não eram alfabetizados , outros possuíam 1 ° Grau completo, havendo ainda
aqueles que cursaram o 2° Grau e que possuía nível superior. Todos
encontravam-se acamados, com dependência total, conscientes, capazes de
se
comunicar e manter conversação, condição de importância básica para
aplicação da entrevista.
AS PERCEPÇÕES
• O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSI DADE DE
TOMAR BANHO.
Através dos relatos dos pacientes , pode-se verificar que, assim como
constatado por Ogasawara (1989) , as percepções sobre o banho no leito
foram diversificadas. O procedimento foi considerado desagradável e
constrangedor para uns , enquanto que para outros era indispensável.
Os pacientes acamados, com dependência total , necessitam de muita
compreensão porque, além das condições físicas afectada s , existem os
factores emocionais e psicossociais que também necessitam ser atendidos .
Ressalta-se assim o valor da interacção enfermeiro/paciente em relação ao
procedimento.
AS PERCEPÇÕES
• O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSI DADE DE
TOMAR BANHO NO LEITO.
Através dos relatos dos pacientes , pode-se verificar que, assim como
constatado por Ogasawara ( 1 989) , as percepções sobre o banho no leito
foram
diversificadas. O procedimento foi considerado desagradável e
constrangedor
para u n s , enquanto que para outros era indispensável .
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Os pacientes acamados, com dependência total , necessitam de muita
compreensão porque, além das condições físicas afectada s , existem os
factores
emocionais e psicossociais que também necessitam ser atendidos .
Ressalta-se
assim o valor da iteração enfermeiro/paciente em relação ao
procedimento .
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A Enfermagem apoia-se em fundamentos científicos para desenvolver sua
prática profissional. Acredita-se portanto que, ao se realizar um
procedimento que envolve a higiene corporal, quer seja a própria ou a do
paciente, estejam sendo aplicados conhecimentos acumulados ao longo
da história da profissão e dos campos afins. Hábitos, costumes e
determinantes culturais são valorizados como factores importantes nesse
processo e, no quotidiano das instituições de saúde, temos observado
uma certa desarticulação entre os conhecimentos transmitidos durante o
período de formação profissional e os comportamentos esperados na
prática dos componentes da equipe de enfermagem quanto a cuidados
higiénicos.
De acordo com defendido por Henderson (2007), a principal
responsabilidade da enfermeira, é, ajudar as pessoas nos seus padrões
de vida quotidianos, ou nas actividades que elas realizam habitualmente
sem ajuda, tais como a respiração, a alimentação, a eliminação, o
repouso, o sono e o movimento, a limpeza do corpo e a manutenção da
sua temperatura e vestuário apropriado.
Dessa forma, este estudo objectivou verificar como os componentes da
equipe de enfermagem definem os conceitos de higiene e higiene
corporal; e identificar que aspectos da higiene corporal são valorizados
pelos componentes da equipe de enfermagem, tanto no que diz respeito à
higiene corporal pessoal como à higiene corporal do paciente sob seus
cuidados profissionais.
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Nos pacientes acamados, normalmente existe uma série de necessidades
básicas afectadas, as quais na maioria das vezes exigem a assistência
sistematizada de enfermagem a fim de satisfazê-los, e uma série de
cuidados objectivando evitar complicações. Clarke (1986) refere que a
manutenção da higiene corporal do paciente acamado é importante por
várias razões. Em primeiro lugar, sob o ponto de vista de se evitar
infecção cruzada ou do próprio paciente, por estar mais vulnerável a
doenças. Uma segunda razão, que não pode ser desprezada, é contribuir
para a manutenção do conforto e auto-estima do paciente.
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