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Resumo

O estudo descritivo, com o qual se objectivou identificar que aspectos da


higiene corporal são valorizados pelos componentes da equipe de
enfermagem, na higiene corporal pessoal e na higiene corporal do paciente. A
pesquisa foi desenvolvida em duas instituições públicas de saúde e a amostra
foi composta por 67 profissionais de enfermagem, correspondendo a 69,8% do
total de 96 componentes das equipes de enfermagem destas instituições.
Na higiene corporal pessoal, chamou a atenção o facto de que os cuidados
com o organismo no seu todo, mas especificamente "as unhas e com os
cabelos tenham suplantado, no número de citações dos profissionais de
enfermagem, aspectos básicos como o cuidado com as mãos. Na higiene
corporal do paciente, o banho foi o aspecto considerado mais importante pelas
três categorias profissionais; a higiene oral, pelas(os) enfermeiras(os) e
auxiliares de enfermagem; e as unhas, pelas(os) enfermeiras(os) e técnicas(os)
de enfermagem.
Descritores: saúde pública, importância da higiene, higiene corporal,
assistência de enfermagem

0- INTRODUÇÃO
Sobre a definição dos cuidados, mesmo antes de serem característica da
profissão de enfermagem, eram considerados maneiras de fazer, ver e
transmitir o modo como se cuida da vida humana (Silva, 2006). Diziam respeito
a qualquer pessoa que ajudasse outra, a garantir tudo o que lhe era
indispensável à vida (Collière, 1989).
O vocábulo higiene “deriva da deusa Hygiéia, reverenciada em Atenas como
protectora da saúde, do bem-estar orgânico”. O termo admite vários adjuntos
adnominais que o complementam e expandem seu significado: higiene
colectiva, higiene mental, higiene profissional, higiene pública, higiene social,
higiene da habitação, higiene da alimentação e higiene corporal, entre outros.
Este último conceito higiene corporal é o alvo de nossa atenção neste trabalho.

O banho no leito, segundo OGASAWARA (1989), “é muito mais que um


procedimento básico de enfermagem, é uma necessidade humana essencial
para pessoas que precisam de repouso absoluto, ou cuja

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mobilidade/locomoção estejam afectadas.” No entanto, observa-se que este
procedimento é relegado ao segundo plano, isto é, não é dada a devida
importância a ele, tanto pelos profissionais quanto pelos estudantes de
enfermagem.

A higiene corporal é uma necessidade humana básica da maior importância,


tanto para pessoas saudáveis quanto para doentes que necessitam de repouso
absoluto, ou seja, que estão sem capacidade para se locomover. O facto do
indivíduo estar doente pode levar a uma diminuição da resistência às
infecções e, o fato de estar em um ambiente hospitalar, onde a presença de
bactérias patogénicas é comum, acarreta risco constante de adquirir uma
infecção. SOUZA (1978) afirma que a limpeza da pele durante uma doença é
mais importante do que no estado normal. A pessoa confinada ao leito está
privada do exercício físico, que serve para estimular a circulação. Portanto, o
banho com a fricção cutânea estimula a circulação, substituindo o exercício, um
dos factores essenciais na manutenção da saúde, além de conservar o
paciente sempre limpo e confortável.

Todo paciente internado necessita de algum tipo de banho, e a escolha é,


quase sempre, uma decisão da enfermagem. A enfermagem deve considerar a
força, as condições e o grau de dependência do paciente. Pode ser indicado
banho no leito, de imersão (banheira) ou chuveiro.

FURST (1977), HORTA (1995) e ARAÚJO (1980) enfatizam que o banho, além
de oferecer à enfermagem uma de suas maiores oportunidades para conhecer
seu paciente, identificar seu estado emocional e suas necessidades, possibilita
também verificar as condições da pele, as áreas que estão sofrendo pressão,
além de ouvir queixas de dores e desconforto. Os autores reforçam também
que a higienização da pele é de grande valia para o organismo como um todo.

CLARKE (1986) informa que a manutenção da higiene corporal do paciente


acamado é importante por várias razões: Em primeiro lugar, sob o ponto de
vista de evitar infecção cruzada ou do próprio paciente, pelo fato deste estar
mais vulnerável a doenças; uma segunda razão, que não pode ser desprezada,

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é contribuir para a manutenção do conforto e auto-estima do paciente; ainda
enfatiza que a maioria das pessoas em nossa sociedade valoriza a higiene
pessoal como aspecto importante na maneira pela qual se apresenta aos
outros; portanto, qualquer queda nos padrões de aparência enquanto no
hospital pode causar ao paciente embaraço ou mesmo depressão severa. Por
outro lado, uma minoria dos pacientes normalmente prefere não tomar
banho com frequência. Esta atitude negativa, além de trazer riscos de
infecção cruzada, ainda poderá causar desconforto físico, diminuição da
importância dada à auto-imagem ou até provocar rejeição pelos outros.

Acreditamos que só a partir da identificação destes problemas podemos propor


mudanças no sentido de uma melhor qualidade de assistência. Portanto, este
trabalho tem como objectivo: Discutir a aceitação/rejeição/satisfação pelo
banho no leito, partindo da importância do banho e das percepções dos
próprios pacientes.

Assim, para apresentação do estudo o presente relatório encontra-se dividido


em três capítulos. Num primeiro capítulo apresentamos a justificação do estudo
e sua fundamentação, terminando com a apresentação dos objectivos de
investigação. No segundo capítulo, descrevemos o desenho do estudo no que
concerne às opções metodológicas, tipo de estudo, meio de estudo, amostra e
método de amostragem, recolha e de análise dos dados, salvaguardando os
procedimentos metodológicos e éticos para a realização deste. Seguidamente,
no terceiro capítulo, apresentamos o contexto de estudo, a unidade hospitalar e
os participantes. No ultimo capitulo, expomos os resultados e a sua respectiva
interpretação e discussão, nomeadamente sobre a importância do banho como
um espaço de cuidar e de cuidados, terminando o relatório relatamos as
conclusões e implicações do estudo para a prática de cuidar.

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0.1- Problema de investigação
De acordo com Souka (1978) defende a pele é importante para o organismo
humano porque desempenha funções de protecção, sensibilidade, respiração,
excreção e respiração térmica. Deste modo é necessário que se tenha a pele
sempre limpa, para mante-la flexível e elástica, evitando assim a secura e o
fervilhamento que tanto lhe são prejudiciais.

Este facto levou-nos a questionar, o porquê Discutir a


aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito, partindo das percepções dos
próprios pacientes? Desta disparidade, chegamos à conclusão que existe uma
pergunta para a qual gostaríamos de encontrar uma resposta, ou seja que
factores mais condicionam na higiene pessoal do paciente, em África e em
particular em Angola e como contribuir para diminuir tal realidade?

0.2- Justificação da investigação


O interesse em realizar esta pesquisa decorreu do fato de verificarmos grande
controvérsia sobre a operacionalização do banho no paciente sem capacidade
para autocuidar-se. O paciente com suas actividades restritas passa a
depender de outrem para sua higiene corporal, o que indirectamente ameaça
sua auto-estima. A higiene corporal é uma necessidade humana básica de
maior importância, principalmente para as pessoas que necessitam de repouso
absoluto, ou sem capacidade para locomover-se. O banho, além do seu
propósito de limpeza, pode ser ainda refrescante, estimulante e confortante.

Mais do que cuidar do corpo, essas pessoas precisam também de apoio moral,
para que não se sintam um “peso” para seus familiares e cuidadores. Trabalhar
a auto-estima pode ajudar muito na melhora do estado do paciente.

Pensamos serem esses os motivos suficientes para analisarmos as causas que


têm maior influência na expectativa de vida dos países africanos no geral e em
particular em Angola e propor um estudo sobre a importância da higiene
pessoal no hospital

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0.3- Objectivos
Sabe-se que os objectivos da investigação tem como fim determinar os limites
e a amplitude do estudo. Permite ao investigador definir com facilidades a
hipótese da investigação, permite ainda situar o estudo dentro de um contexto
geral e de servir como indicadores na avaliação, ainda permite ao investigador
descrever os principais métodos utilizados. Em face ao dito, a higiene do
corpo tem por objectivo:

0.3.1- Gerais
Analisar e Discutir a aceitação/rejeição/satisfação pelo banho no leito, partindo
das percepções dos próprios pacientes.

0.3.2- Específicos
 Analisar os aspectos psicológicos da relação do enfermeiro com o
paciente, familiar/cuidador e equipe profissional, no banho do leito;
 Identificar a reacção do paciente mediante o acompanhamento do
mesmo banho;

Capítulo I Fundamentação teórica

1.0- Introdução
O objetivo da construção do Referencial Teórico é concentrar a ênfase na temá
tica abordada, e, através de diferentes metodologias de pesquisa, sustentar
uma argumentação pautada nos dizeres de autores consultados.
Neste capítulo preste a iniciar vai-se abordar as indagações feitas em
programas, documentos livros orientados, guias metodológicos e diferentes
manuais que sustentam não só a higiene corporal como uma necessidade
humana básica de maior importância, principalmente para as pessoas que
necessitam de repouso absoluto, ou sem capacidade para locomover-se.
Clarke (1986) enfatiza que a maioria das pessoas em nossa sociedade
valoriza a higiene pessoal , como aspecto importante na maneira pela qual se
apresentam aos outros, qualquer queda nos padrões de aparência enquanto no
hospital pode causar embaraço ou mesmo depressão severa . Por outro lado,
uma minoria dos pacientes normalmente prefere não tomar banho com

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frequência . Esta atitude negativa , além de causar risco de uma infecção
cruzada, ainda poderá causar desconforto físico, diminuição da importância
dada à auto·imagem ou provocar rejeição pelos outros.
O banho e os demais cuidados higiénicos são rituais importantes em todas
as culturas, no entanto , conta ainda com uma literatura bastante limitada.

Fuerst (1977) , Horta ( 1 995) , Araújo ( 1980) enfatizam que o banho, além
de oferecer a enfermeira uma de suas maiores oportunidades para conhecer
seu paciente, identificar seu estado emocional, suas necessidades, possibilita,
também, verificar as condições da pele, áreas que estão sofrendo pressão,
além de ouvir queixas de dores e desconforto. Reforçam também que a
higienização da pele é de grande valia para o organismo humano.
Entendemos que a oportunidade do paciente poder expor à enfermeira seus
problemas é psicologicamente confortável, enquanto a simpatia e a suavidade
manifestada através de suas mãos também o confortam.
Assistir em enfermagem , na visão de Horta ( 1 979) , é fazer pelo ser humano
tudo aquilo que ele não pode fazer por si mesmo, ajudar ou auxiliar quando
impossibilitado de se autocuidar.

Definição do banho no leito


É a higiene corporal do cliente acamado, realizada em seu próprio leito, para a
remoção de sujidades e dores estimulando a articulação, remoção de células
mortas e microorganismo, proporcionando o conforto e bem estar do paciente.
Percebe-se que este cuidado é uma acção considerada de primeira
necessidade para o paciente pela equipe de enfermagem, mas denota-se uma
certa “repulsa” por parte daquele que a realiza, não sendo diferente com os
estudantes que, muitas vezes, a consideram como actividade “doméstica”.

Caso seja possível, todo o material necessário à higiene oral e banho deve ser
colocado na mesa-de-cabeceira ou carrinho móvel do lado da cama, da forma
que for mais funcional para o paciente. A enfermagem deve dar apoio,
auxiliando e orientando no que for necessário.

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Para os pacientes acamados, o banho é dado no leito, pelo pessoal de
enfermagem. Convém ressaltar que a grande maioria deles considera essa
situação bastante constrangedora, pois a incapacidade de realizar os próprios
cuidados desperta sentimentos de impotência e vergonha, sobretudo porque
a intimidade é invadida. A compreensão de tal fato pelo profissional de
enfermagem, demonstrada ao prover os cuidados de higiene, ajuda a minimizar
o problema e atitudes como colocar biombos e mantê-lo coberto durante o
banho, expondo apenas o segmento do corpo que está sendo lavado, são
inegavelmente mais valiosas do que muitas palavras proferidas.

A higiene é também para o enfermeiro um momento de observação geral do


corpo, reforçando o conhecimento da pessoa, permitindo identificar fontes de
desconforto ou de dor com o fim de transmitir informações pertinentes aos
outros membros da equipe.

O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSI DADE DE


TOMAR BANHO.
Através dos relatos dos pacientes, “ver anexo abaixo” pode-se verificar que,
assim como constatado por Ogasawara (1989), as percepções sobre o banho
no leito foram diversificadas. O procedimento foi considerado desagradável e
constrangedor para uns, enquanto que para outros era indispensável.
 Achei difícil, fiquei tenso(a) mas cai na realidade e acabei aceitando é
constrangedor;
 Quem me da banho é a minha mãe. Se fosse a enfermeira ficaria inibido
Os pacientes acamados, com dependência total, necessitam de muita
compreensão porque, além das condições físicas afectadas, existem os
factores emocionais e psicossociais que também necessitam ser atendidos.
Ressalta-se assim o valor da interacção enfermeiro/paciente em relação ao
procedimento.
Cada pessoa tem suas características próprias que a diferenciam das outras.
Como profissional e ser humano, o enfermeiro não pode estar alheio ao
comportamento verbal e não verbal do paciente no processo de interacção.
As constatações de que os pacientes hospitalizados, salvo raras excepções
apresentam-se ansiosos temerosos e às vezes deprimidos durante a

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hospitalização reforçam a necessidade das boas relações interpessoais que se
deve estabelecer entre enfermeira e pacientes.
De acordo com Dugas (1971), a higiene sendo um hábito muito pessoal , as
informações devem ser dadas com muito tato para não ferir a susceptibilidade
do paciente .
A referência de desconforto provocado pelo banho dado por um profissional
foi com um entre os pacientes entrevistados; contudo, devido à sua situação de
acamado se a partir das informações recebidas, alguns acabaram se
conformando:
 Não gostei muito da ideia mas a necessidade nos obriga;
 O que eu posso fazer se eu não dou conta?

Percebemos o valor da interacção enfermeiro/paciente em relação à


informação quanto ao seu tratamento, ter alguma noção a respeito do que
será feito. Os esclarecimentos, segundo Teixeira (1991), na maioria das
vezes são fáceis de serem transmitidos e reduzem bastante a apreensão do
paciente.
Geralmente o banho no leito é encarado como uma situação crítica. Muitos
pacientes vacilam quando na dependência de outros. Vacilará e parecerá
confuso e ansioso, protestando contra esta dependência.
A aceitação do banho esteve presente nas falas de alguns pacientes deste
estudo:
 É muito bom do jeito que estou, é a melhor coisa que me acontece.
 É bom, é refrescante, descansa o corpo.
Enquanto outro até desejava que lhe dessem banho:
 Encarei com naturalidade, não senti vergonha, já não aguentava
mas de vontade de tomar banho.
Os depoimentos acima reforçam nossa crença de que a preparação do
paciente antes do banho deve ser feita de modo eficiente, abrangendo
aspectos tanto técnicos como emocionais , considerando sua individualidade.
PERCEPÇÃO DOS PACIENTES A RESPEITO DO PROCEDIM E NTO
A maneira pela qual actualmente é executado o banho, no leito nem sempre
proporciona o bem-estar esperado, principal mente aos pacientes acamados
que necessitam desse procedimento sucessivamente. ( Vinha, 1 993) .
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Os posicionamentos dos sujeitos durante a entrevista confirmam que o
procedimento banho no leito não é o ideal , entretanto consideram-no
necessário.
 Tira só metade da sujeira, não limpa direito;
 Não descansa mas é valido, pois de qualquer forma limpa;
 Refresca mas não limpa bem, não satisfaz totalmente, mas é melhor
ter o banho do que sem…
 É um banho ridículo com pouca água mas satisfaz. Quando termina
já estou com calor.
Contudo, a diversificação do posicionamento dos pacientes quanto ao
procedimento banho no leito já era esperada, que as acções do enfermeiro
devem ser moldadas a indivíduos e situações. A escolha do método
adequado é essencial.
O QUE DEVE SER MELHORADO EM RELAÇÃO AO BANHO.
Atividades consideradas rotineiras, tais como o banho, podem ser
reformuladas ou adaptadas.
Quanto ao banho, alguns autores, como Vinha (1993); Clarke (1 986);
Ogasawara (1989), já se preocuparam em torná-lo um dos melhores momentos
do dia para o paciente acamado.
Entretanto, de acordo com verbalização dos pacientes, poucas modificações
podem ser feitas neste procedimento.
 Não tem que mudar nada, do jeito que esta, esta bom;
 Tem que ser completo, tem uns que só lavam da cintura para baixo;
 Tem de haver mas carinho, dedicação e mas relacionamento
humano.
De acordo com 8runner & Suddarth (1977), o relacionamento terapêutico é
estabelecido quando o paciente percebe que é valorizado como pessoa. A
enfermeira pode melhorar sua prática adoptando uma assistência humanitária,
demonstrando interesse e calor humano, pelo indivíduo como tal.
O reconhecimento desta responsabilidade trouxe consigo a consideração de
que as relações interpessoais constituem a essência da função da enfermeira,
e a certeza de que para cumpri-la bem ela precisa ter suas habilidades

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interpessoais desenvolvidas suficientemente para que se sinta capaz de
trabalhar com os pacientes em situações terapêuticas (Mendes, 1994) .
Apesar do banho ser desejado pelos pacientes, Atkinson & Murray ( 1 989)
lembram que o tipo a ser oferecido é quase sempre decidido pela enfermeira.
- As enfermeiras devem ser mas ágeis, demoram muito, acho que uma deve ir
passando o sabão e outra secando. Deixa a gente desprotegido descoberto por
muito tempo,
- A quantidade de sabão que usam é muito grande, além de usarem ele dentro
da água. Limpar após o procedimento.
- o banho deve ser com mais água.
Quanto a isto, Henderson (1989); Elhart (1983) afirmam que, ao dar o banho no
leito, não se deve deixar de imergir as mãos e os pés do paciente assim como
remover o sabão da pele de forma completa.
Detectamos que a não observância destes pontos foram situações que também
desagradaram os pacientes , visto que é um dos direitos deles receber uma
assistência segura e eficiente e que, nesse contexto , a enfermagem deve
discutir e preocupar-se com a eficiência na execução dos procedimentos
prestados.
Visto que o banho no leito é uma técnica directamente relacionada a mobilidade,
higiene e conforto, sua execução requer passos criteriosos para que sua
finalidade não ocasione danos ao paciente ou ao profissional envolvido no
cuidado.
RISCOS POTENCIALMENTE CAUSADOS COM A MÁ EXCECUÇÃO DA
TÉCNICA DO BANHO NO LEITO
Os principais cuidados para o banho no leito, segundo Luciana, devem estar
sempre atrelados aos riscos de infecções. “Os materiais utilizados devem estar
limpos e de maneira asséptica. No modo tradicional e mecânico, a água deve
ser potável e límpida. O ideal é que os materiais utilizados sejam desprezados
após o uso, porém, não é o que acontece na prática. Por isso a utilização dos
descartáveis como luvas de higiene corporal, touca com shampoo e lenços
umedecidos para banho são com certeza a melhor opção, alerta a enfermeira.

A satisfação do cliente é praticamente nivelada a do banho no leito tradicional e


mecânico, contudo, há um diferencial citado pelos pacientes e familiares que

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observam um custo menor nos materiais que são comprados periodicamente,
além da higiene e organização durante o procedimento, declara Luciana. Com
a utilização desses produtos, tempo do banho caiu praticamente pela metade:
25 minutos. Além disso, economiza-se 15 litros de água a cada banho.

Os materiais substituem a utilização de banhos tradicionais e mecânicos e já


são utilizados em hospitais, centros médicos e cirúrgicos, reduzindo os riscos
de infecções . Os lenços, por exemplo, contém Aloe vera, produto que auxilia
na prevenção de feridas e regeneração de tecidos, com uma suave fragrância
que deixa a pele perfumada com sensação de frescor e pH neutro, prevenindo
irritações. Possuem ação anti-inflamatória e antimicrobiana, enriquecido com
extrato de Lanolina que hidrata a pele. A luva de higiene corpórea é um
procedimento prático, rápido e econômico indicado para limpeza pessoal e
íntima. Além de uma higiene efetiva seu uso também estimula a circulação
sanguínea, proporcionando conforto físico e relaxamento muscular. O extrato
de camomila em sua composição apresenta propriedade anti-inflamatória e
hidrata a pele, mantendo-a limpa, revestida e protegida. Indicada para higiene
capilar, a touca com shampoo pode ser utilizada por pacientes ou pessoas com
restrição do banho tradicional, não sendo necessário o uso de água ou outros
produtos. Sua composição limpa e protege o cabelo e o couro cabeludo,
possibilitando uma sensação de cuidado e conforto.

Durante o procedimento de banho no leito, recomenda-se ao profissional


técnico iniciar o procedimento pela lavagem da cabeça, face, higiene oral
seguindo a sequência céfalo-caudal, ou seja, tronco, braços, dorso, pernas e
por último as regiões perineais e anal. Devemos ressaltar aqui que a região
anal deverá sempre ser a última região a ser limpa, descartando-se o material
utilizado em seguida. A higiene oral no paciente crítico tem uma grande
importância clínica, pois sua finalidade é a remoção do acúmulo de saliva
gerado pelo organismo, diminuindo o risco de pneumonia provocada pla
ventilação mecânica e a diminuição significativa da flora bacteriana presente na
cavidade oral.
Risco de Hipotermia

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A cada passo realizado durante o banho no leito, o profissional deverá ter o
cuidado de secar a pele e protege-la da temperatura externa, ou seja, evitar
que o paciente permaneça por um maior tempo exposto a baixas
temperaturas, diminuindo o risco de hipotermia. Isso é comum ocorrer em
pacientes neurológicos e sedados. Para isso, muitas UTIs utilizam produtos de
banho a seco.

Risco de Infecção
Como foi citado, o banho deverá obedecer a sequência céfalo-caudal, deixando
as partes íntimas e a região anal para a última etapa.
Caso haja contacto directo do material (toalha de banho ou lenço) com
substâncias orgânicas, estes deverão ser descartados, evitando a propagação
de microorganismos. Evitar o contacto directo das luvas com secreções.
Descartar caso isso ocorra. As roupas de cama sujas deverão ser
acondicionadas nos hampers, nunca no chão.

Risco de Instabilidade no Padrão Pulmonar


Antes de prescrever o banho no leito, o enfermeiro intensivista tem por
obrigação, estar inteirado das condições clínicas do paciente. A radiografia de
tórax é o melhor instrumento para avaliação momentânea da função
respiratória na busca por atelectasia ou infiltrado pulmonar difuso. Estas
condições direccionam o plano de cuidados e estabelecem prescrições de
enfermagem embasadas em evidências. Como o banho no leito requer a
mobilização do paciente, ter o conhecimento do seu padrão respiratório é
crucial para a execução da técnica de banho no leito.
O enfermeiro intensivista deverá indicar ou contra-indicar o banho nos casos de
SARA com uso de PEEP elevado, porque esta condição exige restrições em
sua manipulação.
Pacientes com atelectasias deverão ser mobilizados sempre do lado contrário
ao pulmão afectado, facilitando assim a expansão pulmonar.

Risco de Instabilidade Hemodinâmica


Pacientes em uso de drogas vaso activas tendem a ter vaso constrição
generalizada ocasionado má perfusão periférica e teci dual. O tempo

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prolongado de banho, nesses casos potencializa o fechamento dos capilares,
acarretando em hipóxia periférica e instabilidade hemodinâmica. Em muitos
casos, deve-se contra indicar o banho, pois a simples manipulação do paciente
acarreta em valores vitais clínicos alarmantes.

Risco de Queda
Outro risco que o paciente acamado apresenta no momento do banho é a
queda do leito. Para que isso não ocorra, os critérios a serem adoptados antes
de iniciar o procedimento baseiam-se nas condições psicomotoras do paciente
(agitação, confusão mental), sedação e superfície corpórera (pacientes obesos
requerem uma maior mobilidade da equipe durante seu posicionamento no
leito.

Risco de Perda de Artefactos (sondas, cateteres vasculares, drenos)


Durante a manipulação do paciente no banho, a equipe operacional deve
atentar-se para a presença dos artefactos terapêuticos presentes. Os mesmos
deverão estar fixados correctamente e a troca da fixação deverá ocorrer no
final do banho.

METODOLOGIA
As percepções dos pacientes que se submeteram ao procedimento técnico,
banho no leito, constituíram-se em objectos centrais deste estudo. Optamos
pela
realização de um trabalho de campo, de natureza descritiva com abordagem
qualitativa.
O estudo desenvolveu-se em um Hospital-Escola, localizado em Goiânia Go.
, no período de 1 9 de junho a 1 9 de Julho de 1 995.
Foram sujeitos do estudo 20 pacientes com dependência total internados
nas unidades médico-cirúrgica e ortopédica do referido hospital e que se
submeteram ao procedimento banho no leito.
A colecta de dados foi realizada pelas pesquisadoras e o instrumento
utilizado foi entrevista individual realizada na própria enfermaria , através de um
roteiro com perguntas abertas, o qual permitia ao informante maior flexibilidade
de suas informações. Aspectos éticos, tais como sigilo e autorização para

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utilizar os dados, foram observados. Os dados foram analisados de forma
descritiva de acordo com a percepção e opinião dos pacientes.
CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
Os sujeitos do estudo pertenciam à faixa etária entre 1 8 e 70 anos. Alguns
não eram alfabetizados , outros possuíam 1 ° Grau completo, havendo ainda
aqueles que cursaram o 2° Grau e que possuía nível superior. Todos
encontravam-se acamados, com dependência total, conscientes, capazes de
se
comunicar e manter conversação, condição de importância básica para
aplicação da entrevista.
AS PERCEPÇÕES
• O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSI DADE DE
TOMAR BANHO.
Através dos relatos dos pacientes , pode-se verificar que, assim como
constatado por Ogasawara (1989) , as percepções sobre o banho no leito
foram diversificadas. O procedimento foi considerado desagradável e
constrangedor para uns , enquanto que para outros era indispensável.
Os pacientes acamados, com dependência total , necessitam de muita
compreensão porque, além das condições físicas afectada s , existem os
factores emocionais e psicossociais que também necessitam ser atendidos .
Ressalta-se assim o valor da interacção enfermeiro/paciente em relação ao
procedimento.

AS PERCEPÇÕES
• O QUE SENTEM OS PACIENTES EM RELAÇÃO À NECESSI DADE DE
TOMAR BANHO NO LEITO.
Através dos relatos dos pacientes , pode-se verificar que, assim como
constatado por Ogasawara ( 1 989) , as percepções sobre o banho no leito
foram
diversificadas. O procedimento foi considerado desagradável e
constrangedor
para u n s , enquanto que para outros era indispensável .
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Os pacientes acamados, com dependência total , necessitam de muita
compreensão porque, além das condições físicas afectada s , existem os
factores
emocionais e psicossociais que também necessitam ser atendidos .
Ressalta-se
assim o valor da iteração enfermeiro/paciente em relação ao
procedimento .

A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades


humanas básicas, dos factores que alteram sua manifestação e
atendimento, e a assistência a ser prestada. Tem como princípio básico o
respeito à unicidade, autenticidade e individualidade do paciente.
Nos pacientes acamados, normalmente existe uma série de necessidades
básicas afectadas, as quais na maioria das vezes exigem a assistência
sistematizada de enfermagem a fim de satisfazê-los, e uma série de
cuidados objectivando evitar complicações .
As razões para a imobilização no leito podem ser variadas e, segundo
Silveira (1976) , pode ser física , emocional , social e intelectual.
Seguindo o mesmo pensamento do autor, o presente trabalho enfoca os
aspectos da imobilização física , ou seja, a restrição ao leito por trauma
ou doença , ou devido à terapêutica e manutenção das funções vitais,
através de aparelhos mecânicos, monitores cardíacos, respiradores,
sondas, cateteres, aparelhos gessados, entre outros.
Clarke ( 1 986) refere que a manutenção da higiene corporal do paciente
acamado é importante por várias razões . Em p rimeiro lugar, sob o ponto
de

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A Enfermagem apoia-se em fundamentos científicos para desenvolver sua
prática profissional. Acredita-se portanto que, ao se realizar um
procedimento que envolve a higiene corporal, quer seja a própria ou a do
paciente, estejam sendo aplicados conhecimentos acumulados ao longo
da história da profissão e dos campos afins. Hábitos, costumes e
determinantes culturais são valorizados como factores importantes nesse
processo e, no quotidiano das instituições de saúde, temos observado
uma certa desarticulação entre os conhecimentos transmitidos durante o
período de formação profissional e os comportamentos esperados na
prática dos componentes da equipe de enfermagem quanto a cuidados
higiénicos.
De acordo com defendido por Henderson (2007), a principal
responsabilidade da enfermeira, é, ajudar as pessoas nos seus padrões
de vida quotidianos, ou nas actividades que elas realizam habitualmente
sem ajuda, tais como a respiração, a alimentação, a eliminação, o
repouso, o sono e o movimento, a limpeza do corpo e a manutenção da
sua temperatura e vestuário apropriado.
Dessa forma, este estudo objectivou verificar como os componentes da
equipe de enfermagem definem os conceitos de higiene e higiene
corporal; e identificar que aspectos da higiene corporal são valorizados
pelos componentes da equipe de enfermagem, tanto no que diz respeito à
higiene corporal pessoal como à higiene corporal do paciente sob seus
cuidados profissionais.

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Nos pacientes acamados, normalmente existe uma série de necessidades
básicas afectadas, as quais na maioria das vezes exigem a assistência
sistematizada de enfermagem a fim de satisfazê-los, e uma série de
cuidados objectivando evitar complicações. Clarke (1986) refere que a
manutenção da higiene corporal do paciente acamado é importante por
várias razões. Em primeiro lugar, sob o ponto de vista de se evitar
infecção cruzada ou do próprio paciente, por estar mais vulnerável a
doenças. Uma segunda razão, que não pode ser desprezada, é contribuir
para a manutenção do conforto e auto-estima do paciente.

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