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Fichamento: Liberalismo e Democracia – Noberto Bobbio

❖ Cap 1: A liberdade dos antigos e dos modernos


• Liberalismo: Estado têm poderes e funções limitadas, se contrapõe tanto ao Estado absoluto quanto ao Estado
de Bem-estar social (gerar políticas públicas x meio privado)
• Democracia: Uma das várias formas de governo, onde o poder não está nas mãos de um só ou de poucos, mas
sim de todos ou da maioria. Retorna no século XIX em contrapartida ao monarca e aristocracia.
→ Não são interdependentes. Um Estado liberal não é necessariamente democrático.
→ Sob a forma de contraposição entre liberdade dos modernos e liberdade dos antigos, a antítese entre liberalismo
e democracia foi enunciada por Benjamin Constant, em 1818, onde começa as controvérsias relações entre as
duas exigências fundamentais de que nasceram os Estados contemporâneos nos países mais desenvolvidos: a
exigência de limitar o poder e distribuí-lo (naquela época seria um sufrágio restrito)
• Ele disse "Não podemos mais usufruir da liberdade dos antigos, que era constituída pela participação ativa e
constante no poder coletivo. A nossa liberdade deve, ao contrário, ser constituída pela fruição pacífica da
independência privada," Ou seja, não se deve interferir na vida privada.
→ Rousseau com a ideia de contrato social que gera um pressuposto de vontade geral, mas o quanto essa vontade
geral é democrática ou não.
❖ Cap 2: Os direitos do homem
→ O pressuposto do Estado liberal, entendido como Estado limitado, é a doutrina dos direitos dos homens
elaborado pela escola do direito natural(jusnaturalismo), onde o homem tem certos direitos fundamentais, como
à vida, liberdade, segurança, felicidade, das quais o Estado deve respeitar.
→ Eles têm direitos e deveres. Exercem direitos e cumprem deveres. Através de uma "negociação", que as vezes
se dá de forma não pacífica.
→ Jusnaturalismo então é uma doutrina em que existem leis não postas pela vontade humana, das quais derivam
direitos e deveres naturais.
→ Falou-se do jusnaturalismo como pressuposto filosófico do liberalismo, porque ele serve para fundar os limites
do poder à base de uma concepção geral e hipotética da natureza do homem que prescinde de toda natureza
empírica e de toda prova histórica.
→ Locke: Estado de natureza= perfeita liberdade e igualdade. Contrato civil. Direito natural surge por causa da
providência divina (Deus cristão)
→ Iluminismo: razão, que fornece os direitos aos indivíduos. Sec XIII- Carta Magna; Séc XVIII: Ver. Francesa e
Independência americana.
→ Em uma carta das "liberdades" o objeto principal do acordo são as formas e os limites da obediência, ou seja, a
obrigação política, e correlativamente, as formas e os limites do direito de comandar.
→ Historicamente, o Estado liberal nasce de uma contínua e progressiva erosão do poder absoluto do rei e, em
períodos históricos de crise mais aguda, de uma ruptura revolucionária com base na razão (ex: Inglaterra séc.
XVII com a revolução gloriosa e França séc. XVIII com a revolução francesa).
→ Racionalmente o estado liberal é justificado como o resultado de um "acordo" entre indivíduos inicialmente
livres que convencionam estabelecer os vínculos estritamente necessários à uma convivência pacífica e
duradoura. Deixam de ser súditos para serem cidadãos.
→ Afirmação base dos direitos naturais e contratualismo estão estritamente ligadas, devido a uma comum
concepção individualista da sociedade, onde primeiro existe o indivíduo singular com seus interesses e
carências, que tomam a forma de direitos em virtude de assumir uma hipotética lei da natureza, e depois a
sociedade e não vice-versa, a sociedade não é anterior aos indivíduos, ela seria um somatório dos interesses
individuais.
→ O contratualismo moderno faz da sociedade não mais um fato natural, mas um corpo artificial, criado pelos
indivíduos à sua imagem e semelhança e para a satisfação de seus interesses e carências e o mais amplo exercício
de seus direitos.
→ Sem individualismo não há liberalismo (revolução copernicana)
❖ Cap 3: Os limites do poder do Estado
→ A) Os limites dos poderes
→ B) Os limites das funções
→ A doutrina liberal compreende ambos, mesmo podendo ser tratados separadamente.
→ A noção corrente que representa o primeiro é o Estado de direito e o segundo é o Estado mínimo
→ Mas pode ocorrer um Estado de direito que não seja mínimo (Estado social contemporâneo) e vice-versa
(absoluto no sentido pleno da palavra e liberal em economia)
→ Estado de direito: poderes públicos são regulados por normas gerais (leis fundamentais ou constitucionais) e
devem ser exercidos no âmbito das leis que o regulam, salvo o direito do cidadão de recorrer contra o abuso de
poder)
→ No âmbito da doutrina liberal, deve-se acrescentar que os direitos naturais devem ser constitucionalizados – se
tornarem verdadeiros direitos positivos. Estado dirigido pelas leis. Estado de direito no sentido forte/firme.
→ Nesse Estado forte, há mecanismos que impedem ilegitimidade e abuso de poder:

1)Controle do executivo pelo legislativo

2)Averiguação da constitucionalidade das leis por uma corte jurisdicional no exercício do poder legislativo

3)Relativa autonomia do governo local, com respeito ao governo central

4)Magistratura independente do poder político. Administra a justiça.

→ Kelsen: Todo Estado é Estado de direito pois têm alguma lei que o fundamenta
→ Num liberalismo burguês, um Estado de direito é representado por uma democracia.
❖ Cap 4: Liberdade Contra poder
→ Os mecanismos constitucionais que caracterizam o Estado de direito têm o objetivo de defender o indivíduo dos
abusos de poder e promover a garantia das liberdades
→ Há uma acepção de liberdade (tradição liberal) onde liberdade e poder denotam duas realidades em contraste
entre si: a medida em que se estende o poder (de comandar ou impedir) de uma parte, diminui a liberdade em
sentido negativa (Individuo não está obrigado por quem detém o poder de fazer o que não quer e nem impedido
de fazer o que quer) da outra e vice versa
→ No ponto de vista do indivíduo, o Estado é visto como um mal necessário e deve se intrometer o menor possível
na esfera de ação dos indivíduos
→ Thomas Paine (Um dos líderes da independência americana): a sociedade promove nossa felicidade e o governo
mantem sob freio os nossos vícios. O primeiro protege, o segundo pune.
→ O processo de formação do Estado liberal é identificado com o progressivo alargamento da esfera da liberdade
do indivíduo, com a progressiva emancipação da sociedade (autônomo dentro da lei) ou sociedade civil, no
sentido hegeliano e marxiano, em relação ao Estado (mas emancipações p eles são conceitos diferentes)
→ As duas principais esferas nas quais acontece essa emancipação são na religiosa e econômica (com o fim dos
privilégios e dos vínculos feudais e com a exigência da livre disposição dos bens e da liberdade de trocas)
→ Locke demonstra que o poder civil, nascido para garantir a liberdade e propriedade dos indivíduos é destino do
governo paterno.
→ Kant fala que um governo paternalista é o piro despotismo que existe
→ Tanto em Kant quanto em Smith a doutrina dos limites das tarefas do Estado funda-se sobre o primado da
liberdade do indivíduo com respeito ao poder soberano e, em consequência, sob a subordinação dos deveres do
soberano aos direitos ou interesses dos indivíduos.
→ Humbolt parte de uma premissa de que o Estado não deve se intrometer "na esfera dos negócios privados dos
cidadãos, salvo se esses negócios se traduzirem imediatamente numa ofensa ao direito de um por parte do outro.
Para ele, o Estado não é um fim em si mesmo, mas apenas um meio para a formação do homem.
❖ Cap 5: O antagonismo é fecundo
→ Humbolt explica que a intervenção do governo para além das tarefas que lhe cabem (ordem externa e interna)
termina por criar na sociedade comportamentos uniformes que sufocam a natural variedade dos caracteres e das
disposições. O que o homem persegue é variedade, é atividade. Não só variedade na esfera moral e política, mas
também na esfera econômica (liberdade de empreendedorismo)
→ A liberdade tem um valor moral
→ Ao tema da variedade individual vincula-se a fecundidade do antagonismo – A liberdade individual torna-se
uma condição necessária para permitir o conflito, e no conflito, o aperfeiçoamento reciproco.
→ Kant: Antagonismo é "o meio de que se serve a natureza para realizar o desenvolvimento de todas as suas
disposições"
→ Sobre o significado não apenas econômico, mas moral da sociedade antagônica contraposta à sociedade
hegemônica, Kant formula: "Sem a insociabilidade, todos os talentos permaneceriam fechados numa vida
pastoral arcádica..., sem ela os homens tais como as boas ovelhas conduzidas ao pastoreio, não dariam valor a
existência"
→ Através da teoria do progresso mediante o antagonismo, entra em campo a contraposição entre os livres Estados
europeus e o despotismo oriental que não está vinculado à lei do progresso (Hegel: Apenas um é livre)
→ O Estado é liberal porque é Europeu. Todos os Estados devem seguir seu exemplo
→ Elogio ao valor da guerra, pois traz o progresso técnico e moral da sociedade; Formação da virtude nacional
→ Weber: Jaula de aço - Controle democrático e administrativo excessivo e isso vai coibindo a liberdade do
indivíduo.
❖ Cap 6: Democracia dos antigos e dos modernos
→ A democracia como forma de governo é antiga (pensamento político grego). Definida como governo de muitos,
da maioria ou dos pobres. Governo do povo.
→ O que se considera que foi alterado na modernidade é o modo (mais ou menos amplo) de exercer esses direitos.
→ Democracia direta dos antigos para uma democracia representativa, que é o único governo popular possível
num grande Estado
→ Rousseau, defensor da democracia, sustenta que nesse regime a soberania não pode ser representada. Entretanto
estava convencido de que uma verdadeira democracia jamais existiu e nem existirá. Se existisse um povo de
deuses, seria governado democraticamente, mas um governo assim perfeito não é feito para os homens.
→ Tanto os autores do federalista quanto os constituintes franceses estavam convencidos de que o único governo
democrático adequado a um povo de homens era a democracia representativa. Mas não pensavam realmente
que instituindo uma democracia representativa acabariam por enfraquecer o princípio do governo popular.
→ De resto, a democracia representativa também nasceu da convicção de que os representantes eleitos pelos
cidadãos estariam em condições de avaliar quais seriam os interesses gerais melhor do que os próprios cidadãos.
Seria mais adequada precisamente para o alcance dos fins a que fora predisposta a soberania popular.
→ A contraposição entre democracia dos antigos e dos modernos termina por ser desviante, na medida em que a
segunda se apresenta, ou é apresentada como mais perfeita, com respeito ao fim do que a primeira
→ Madison – Governo com pequeno número de cidadãos tornaria menos provável o sacrifício do bem do país a
considerações particulares e transitórias. Mas desde que os que representam, representasse a nação inteira.
→ Se por democracia moderna entende-se a democracia representativa, e se a democracia representativa é inerente
a desvinculação do representante da nação com respeito ao singular indivíduo representado e aos seus interesses
particularistas, então a democracia moderna pressupõe a atomização da nação e sua recomposição num nível
mais elevado e ao mesmo tempo mais restrito que é o das assembleias parlamentares.
→ Mas tal processo de atomização é o mesmo processo do qual nasceu a concepção de Estado liberal, cujo
fundamento deve ser buscado na afirmação dos direitos naturais e invioláveis do indivíduo.
❖ Cap 7: Democracia e igualdade
→ Os modernos liberais nasceram exprimindo uma profunda desconfiança para com toda a forma de governo
popular, tendo sustentado e defendido o sufrágio restrito durante o século XIX e também posteriormente.
→ Já a democracia moderna não só não é incompatível com o liberalismo como pode dele ser considerada, sob
muitos aspectos a até um certo ponto, um natural prosseguimento
→ Democracia formal - representação (historicamente ligada a formação do Estado liberal)
→ Democracia substancial - normas de participação direta (referendos; plebiscitos)
→ Uma sociedade liberal-liberista (liberalismo econômico) é inevitavelmente não igualitária, assim como uma
sociedade igualitária é inevitavelmente não liberista.
→ A única forma de igualdade que não só é compatível com a liberdade liberal, mas que é exclusivamente por essa
solicitada, é a igualdade na liberdade – perante a lei e igualdade de direitos.
❖ Cap 8: O encontro entre liberalismo e democracia
→ Não só o liberalismo é compatível com a democracia, mas a democracia pode ser considerada como o natural
desenvolvimento do Estado liberal apenas se tomada não pelo lado de seu ideal igualitário, mas pelo lado de
sua fórmula política que é a soberania popular.
→ Existem, em suma, boas razões para isso:
• Que hoje o método democrático seja necessário para a salvaguarda dos direitos fundamentais da pessoa, que
estão na base do Estado liberal
• Que a salvaguarda desses direitos seja necessária para o correto funcionamento do método democrático
→ Os direitos políticos são apenas um complemento natural dos direitos de liberdade e dos direitos civis (Jellinek)
❖ Cap 9: Individualismo e organicismo
→ Tanto democracia e liberalismo têm um ponto de partida em comum: o indivíduo
→ Há uma dicotomia então: Organicismo (holismo) - enxerga o indivíduo como um todo, fenômeno antigo;
Aristóteles. E Individualismo (atomismo) que é um fenômeno moderno; Hobbes.
→ Enquanto o organicismo enxerga o Estado como um grande corpo composto por partes que concorrem para a
vida do todo, o individualismo considera o Estado como um conjunto de indivíduos e como resultado da
atividade deles e das relações por eles estabelecidas entre si.
→ A crítica do individualismo ao organicismo é que este não reconhece a diferença entre bens públicos e privados,
além disso promove a subtração dos interesses individuais e inspira modelos autocráticos.
→ Liberalismo e democracia não são concepções organicistas e sim individualistas. Entretanto o indivíduo do
primeiro não é o mesmo do segundo, o interesse individual que o primeiro se propõe a proteger não é o protegido
pelo segundo
→ O liberalismo reivindica a liberdade individual tanto na esfera espiritual quanto econômica contra o Estado; A
democracia reconcilia o indivíduo com a sociedade fazendo desta o produto de um acordo dos indivíduos entre
si.
→ O liberalismo faz do singular o protagonista de toda atividade que se desenrola fora do Estado; A democracia o
faz protagonista de uma forma diversa de Estado, na qual as decisões coletivas são tomadas diretamente pelos
singulares ou por seus delegados ou representantes.
❖ Cap 10: Liberais e democratas no século XIX
→ No continente europeu, a história do Estado liberal e de sua continuação no Estado democrático pode ter seu
início fixado na idade da restauração, que Benedito Croce chamou de idade da religião da liberdade. Liberdade
tanto no sentido liberal quanto democrático e também estende para uma liberdade como independência moral.
Acreditava ser esse o período germinal de uma nova civilização.
→ A teoria e a práxis moderna do Estado liberal começa então na Inglaterra do século XVII, no cenário de
revolução puritana, que abriu caminhos para ideias de liberdade pessoal, de religião, de opinião pública e de
imprensa destinado a se tornarem o patrimônio duradouro do pensamento liberal. Afirmação de superioridade
do parlamento sobre o rei
→ A doutrina de separação de poderes inspirou Montesquieu e através dele o constitucionalismo americano e
europeu. Então o ideal democrático teve sua primeira afirmação no Pacto do livre povo inglês (1649) que se
afirmaram pela primeira vez contra o princípio dominante da limitação dos poderes políticos apenas aos
proprietários.
→ Além disso, há a passagem, na segunda revolução inglesa em 1688, da monarquia limitada à democracia
alargada (processo gradual e pacífico)
→ Na França, o processo de democratização foi mais acidentado: a tentativa de impô-lo na revolução de 1848,
rapidamente debelada, levou a instauração de um novo regime Czarista (Segundo império Napoleão III)
→ Por todo o século os processos de liberização e democratização continuaram a se desenvolver, ora
conjuntamente, ora separadamente, conforme o alargamento do sufrágio fosse considerado como uma
necessária integração do Estado liberal ou como um obstáculo ao seu desenvolvimento, um acréscimo ou uma
diminuição da liberdade.
• Liberalismo radical (liberal e democrático)
• Liberalismo conservador (Liberal e não democrático)
• Democratas liberais
• Democratas não liberais/puros
→ A relação entre liberalismo e democracia tem três combinações:
• Liberalismo e democracia são compatíveis, no sentido de que pode existir um Estado liberal e democrático, sem
que se possa excluir um Estado liberal não democrático e um Estado democrático não liberal. Relação de
possibilidade (coexistência)
• Liberalismo e democracia são antitéticos. Relação de impossibilidade.
• Liberalismo e democracia são necessariamente ligados uma a outra. Relação de necessidade.
o Essas relações também podem ocorrer entre democracia e socialismo.
❖ Cap 11: A tirania da maioria
→ A duas alas do liberalismo europeu, conservadora e radical, são bem representadas, respectivamente, por liberais
século XIX, Tocqueville e Stuart Mill. Tocquevlie se dedicou à democracia de uma sociedade nova e projetada
para futuro, como a americana e Mill conhecia o pensamento francês a começar por Comte.
→ Tocquevile foi antes liberal que democrata. Convencido de que a liberdade, principalmente a liberdade moral
e religiosa (mais que a econômica) era o fundamento de todo poder civil. Havia compreendido de que o século
nascido da revolução caminhava à democracia.
→ A ameaça que deriva da democracia, para ele, como forma de governo, assim como para Stuart Mill, era a tirania
da maioria, levando um efeito final de despotismo, levando a negação da liberdade. A democracia é um sistema
que exala o valor da igualdade não só política como também social, leva a uma igualdade das condições em
prejuízo da liberdade, Estão dispostos a suportar a pobreza, não a aristocracia. Tocquevile é liberal, mas não
democrata.
→ Entre os efeitos deletérios da onipotência da maioria estão a instabilidade do legislativo, a conduta
frequentemente arbitrária dos funcionários, o conformismo das opiniões, a redução do número de homens
ilustres na cena política.
→ Para ele o bom governo não se julga pelo número grande ou pequeno dos que o possuem, mas pelo número
grande ou pequeno das coisas que lhe é lícito fazer. Direito ou faculdade de fazer tudo é o germe da tirania.
→ Incompatibilidade do ideal liberal (independência pessoal na sua esfera moral e sentimental) com o ideal
igualitário (indivíduos semelhantes)
→ Defensor de algumas liberdades individuais como liberdade de imprensa, liberdade de associação e em geral a
defesa dos direitos do indivíduo que os democráticos tendem a desconsiderar em prol do interesse coletivo
→ Aversão ao socialismo (mais que da democracia), pois é um Estado coletivista que daria vida a uma sociedade
de castores, não de homens. "A democracia deseja a igualdade na liberdade e o socialismo deseja a igualdade
na moléstia e na servidão.
❖ Cap 12: Liberalismo e utilitarismo
→ Mill foi liberal e democrata: considerou a democracia representativa como o desenvolvimento natural e
consequente dos princípios liberais. Mas percebeu os males da democracia
→ Como teórico remetendo-se à filosofia utilitarista de seu mestre Jeremy Bentham, pôs a doutrina liberal sobre
um fundamento diverso dos escritores precedentes, dando vida a corrente do liberalismo que será depois
largamente prevalecida.
→ Em contraposição a secular tradição do jusnaturalismo, Berthan formula o "princípio da utilidade", segundo o
qual o único critério que deve inspirar o bom legislador é o de emanar leis que tenham por efeito a maior
felicidade do maior número. Se devem existir limites ao poder dos governantes, eles não derivam da
pressuposição de direitos naturais dos homens, mas da consideração objetiva de que os homens desejam prazer
e rejeitam dor, e em consequência a melhor sociedade é a que consegue obter o máximo de felicidade para o
maior número de seus componentes.
→ A partir de Bethan, utilitarismo e liberalismo passam a caminhar no mesmo passo.
→ Mill é um utilitarista declarado. O utilitarismo se preocupa com a utilidade social, não só do indivíduo isolado.
Ele rejeita também a recorrer ao jusnaturalismo para fundar as limitações do Estado.
→ Mill se interessa pela liberdade negativa: Sujeito (individuo ou grupo) que não está impedido por qualquer
força externa de fazer aquilo que deseja e não está constrangido a fazer aquilo que não deseja.
→ Define a interferência na esfera privada apenas no momento em que uma ação de um sujeito prejudique o outro,
cabendo-lhe sanções
→ Para Mill o princípio da liberdade vale apenas para indivíduos na plenitude de suas faculdades. Não vale para
menores de idade, e não vale para sociedades atrasadas
→ "O despotismo é uma forma legitima de governo quando se está na presença de bárbaros, desde que o fim seja
o progresso deles e os meios sejam adequados para sua efetiva obtenção.
❖ Cap 13: A democracia representativa
→ Mill também teme a tirania da maioria. Mas não renuncia governos democráticos. Para ele, a democracia
representativa, que constitui, ao menos nos países com um certo grau de civilização, o prosseguimento natural
de um Estado desejoso de assegurar aos cidadãos o máximo de liberdade.
→ Para ele o perfeito governo livre é aquele em que todos participam dos benefícios da liberdade, levando a ele a
se fazer o promotor da extensão do sufrágio.
→ Um dos remédios contra a tirania da maioria está exatamente no fato de que, para a formação da maioria,
participem das eleições tanto as classes abastadas quanto as classes populares, desde que paguem um imposto.
→ Mas esse sufrágio tem um limite: analfabetos, pedidores esmola (não pagam impostos). É favorável ao voto
feminino
→ Segundo remédio é mudança no sistema eleitoral, na passagem de um sistema majoritário para um sistema
proporcional (Thomas Hare) que assegura uma adequada representação também as minorias, em proporção
aos votos recebidos ou num único colégio nacional ou num colégio amplo o suficiente para permitir a eleição
de vários representantes. Ele sublinha o freio que a maioria encontra na presença de uma minoria aguerrida
capaz de impedir a maioria de abusar do próprio poder e, portanto, a democracia de regenerar.
→ Mill também propõe o instituto do voto plural, onde não está afirmado que todos devam ter direito a um único
voto. O voto plural caberia não aos mais ricos, mas aos mais instruídos, com a reserva de poder ser atribuído
aos que solicitem e passem por um exame
→ Para Bobbio, Mill resolver melhor o problema entre liberalismo e democracia
→ O sufrágio universal tem um valor educativo para a população. Consciência.
❖ Cap 14: Liberalismo e democracia na Itália
→ A obra de Mill representou um fecundo encontro entre pensamento liberal e democrático.
→ A contraposição entre liberalismo e democracia também pode ser considerada por um outro ponto de vista: O
desenvolvimento da doutrina liberal está estreitamente ligado a crítica econômica das sociedades autocráticas;
O desenvolvimento da doutrina democrática está mais ligado a uma crítica de caráter político ou institucional
→ No pensamento político italiano (segunda metade século XIX) a contraposição entre escola liberal e democrática
é bastante clara, especialmente por Mazzini
→ Expondo sua interpretação sobre a obra literária de Mazzini, Francesco de Sanctis, observou que a semelhança
entre liberalismo e democracia estava no fato de que eles tinham misturados fins políticos, morais, religiosos,
de onde, ao contrário das escolas literárias, elas terem agido sobre toda sociedade italiana e não só sobre o
círculo literário. Ele julgava estar fazendo obra útil ao dever de educação nacional para uma nova direção do
país.
→ Interpretava a liberdade da escola liberal como aquela que havia rejeitado a liberdade como um fim último e se
contentará com a liberdade apenas formal, da qual cada um podia servir-se para os próprios fins; Liberdade,
procedimento, método.
→ Entendia a escola democrática como a que era inspirada pelo ideal de uma nova sociedade "fundada na justiça
distributiva", na igualdade de direito, a qual, nos países mais avançados também é igualdade de fato, e para qual
a liberdade não era apenas método, mas "substância"
→ Condução para uma res pública - "governo de todos". Um Estado que considera a liberdade como meio pode
ser neutro, indiferente ou ateu. Não pode ser assim o Estado de todos, a res publica precisamente, que deve se
propor o objetivo da educação nacional, e isso especialmente após uma unificação rápida e forçada.
• Risorgimento
→ Cavour: Forte convicção e respeito a bondade do utilitarismo. Liberista; admirador de Tocqueville. Solução
intermediária (entre reação e revolução)
→ Mazzini: Faz de Berthan, com sua doutrina utilitarista, o maior responsável pelo materialismo imperante nas
doutrinas democráticas e socialistas. Para ele, o interesse e o prazer não são os meios com que a democracia
poderá transformar o elemento social. A favor da revolução nacional, combate o liberismo. Estado com função
educativa; Progresso espiritual é a condição do progresso material. O utilitarismo forma homens egoístas,
adoradores da matéria. Deve-se encontrar um princípio educativo, que é o dever.
❖ Cap 15: A democracia diante do socialismo
→ A relação entre liberalismo e democracia é de antítese branda, diferentemente da relação entre liberalismo e
socialismo, onde o ponto da discórdia é a liberdade econômica, no que se referendo à propriedade privada, fonte
de desigualdade entre os homens. O socialismo passou até a ser considerado compatível com a democracia,
desde que o processo de democratização produza uma sociedade socialista, fundada na transformação do
instituto da propriedade e na coletivização pelo menos dos principais meios de produção; e com o advento da
sociedade socialista a participação política seria alargada, permitindo a realização da democracia, com a
distribuição igualitária dos poderes econômico e político.
❖ Cap 16: O novo liberalismo
→ A aliança entre liberalismo e democracia foi se desfazendo quando a doutrina liberal passou a promover a defesa
da economia de mercado e da liberdade de iniciativa econômica. O novo liberalismo é uma doutrina econômica
consequente, da qual o liberalismo político é apenas uma realização. Nele o Estado tem o poder limitado, diante
dos direitos individuais, garantida a propriedade privada.
→ Defende a economia de mercado, a liberdade de iniciativa econômica e a propriedade privada.
→ Para alguns liberais (Einaudi), o liberalismo ético-político e o liberalismo econômico são indissolúveis. Onde
não há o segundo não pode haver o primeiro.
→ Para outros (Croce, por exemplo), a liberdade, sendo um ideal moral, pode se realizar através das mais
diversas providências econômicas desde que voltadas à elevação moral do indivíduo, ou seja, é possível haver
liberalismo sem liberismo.
→ O neoliberalismo é mais compatível com o pensamento do primeiro grupo de liberais, que associavam o
liberalismo ético-político ao liberalismo econômico
→ Hayek defendeu a distinção entre liberalismo (teoria econômica) e democracia (teoria política): A liberdade
individual (tendo a econômica como primeira condição) seria um valor intrínseco. A democracia teria apenas
um valor instrumental.
→ Liberalismo e democracia lutaram juntos contra o poder absoluto, confundindo-se um no outro. Mas o
processo de democratização pode ameaçar princípios liberais.
→ Democracia e liberalismo respondem a questões diferentes:
• Liberalismo: responde aos problemas das funções do governo e em particular à limitação de seus poderes.
• Democracia: responde ao problema de quem deve governar e com quais procedimento
→ Nozick, em seu livro Anarquia, Estado e Utopia, combate o Estado máximo e também os anarquistas.
Defendia a tese liberal clássica de que o Estado é uma organização monopolista da força cujo único e limitado
objetivo é proteger os direitos individuais de todos os membros do grupo. Quanto a determinação dos direitos
individuais que o Estado deveria proteger, a teoria de Nozick funda-se em alguns princípios do direito
privado, especialmente no direito de propriedade
❖ Cap 17: Democracia e ingovernabilidade
→ A difícil relação entre liberalismo e democracia se agravou com a implantação da teoria do Estado mínimo do
novo liberalismo, trazendo um novo problema, o da governabilidade. A liberdade dos indivíduos e seus
grupos traz uma avalanche de demandas aos poderes públicos; nos regimes democráticos e conflitualidade
social é maior do que nos regimes.
→ Ingovernabilidade: incapacidade dos governos democráticos de dominarem convenientemente os conflitos
de uma sociedade complexa
→ A denúncia da ingovernabilidade dos regimes democráticos tende a sugerir soluções autoritárias, que se movem
em duas direções:
• Reforçar o Poder Executivo e assim dar preferência a sistemas de tipo presidencial ou semipresidencial em
detrimento dos sistemas parlamentares clássicos;
• Antepor sempre novos limites à esfera das decisões que podem ser tomadas com base na regra típica da
democracia, a regra da maioria.
• Se a dificuldade em que caem as democracias deriva da “sobrecarga de demandas”, os remédios, de fato, podem
ser essencialmente de dois:
o Um melhor funcionamento dos órgãos decisionais (nessa direção vai o acréscimo do poder do governo com
respeito ao do parlamento).
o Uma drástica limitação do poder do governo (nessa direção vão as propostas de limitar o poder da maioria).

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