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Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0000751-54.2017.5.06.0145


em 17/08/2017 15:28:51 e assinado por:
- MARIA ALDA ENEAS DA COSTA

Consulte este documento em:


https://pje.trt6.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código: 17081715273280500000024166438

17081715273280500000024166438
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DA 5ª VARA DO
TRABALHO DE JABOATÃO– PERNAMBUCO.

Proc. nº 0000751-54.2017.5.06.0145

ATACADÃO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


(MF) sob o n.º 75.315.333/0001-09, com sede em São Paulo/SP, na Av. Morvan
Dias de Figueiredo n.º 6.169, e filial na cidade de Recife, anteriormente
denominada ATACADÃO DISTRIBUIÇÃO COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA., por seus
advogados infra-assinados, conforme substabelecimento, procuração e
contrato social, tudo em anexo, vem, nos autos da Reclamação Trabalhista
que lhe move HIGOR HENRIQUE DA SILVA OLIVEIRA, apresentar sua
CONTESTAÇÃO, com base nas razões de fato e fundamentos a seguir
aduzidos.

RESUMO DO PEDIDO

Alega o Reclamante ter sido admitido em 15/05/2015 para laborar na


função de Empacotador, posteriormente assumindo a função de Operador de
Caixa, por meio de promoção.

Relata que acumulou advertências e suspensões, em virtude de faltas.


Foi demitido por justa causa em 17/04/2017.

Aduz que foi obrigado a entregar seu uniforme limpo e crachá funcional
na frente de seus ex-colegas, sentindo-se constrangido por isso.

Defende que as advertências e suspensões aplicadas não podem ser


acumuladas com a demissão por justa causa, sob pena de bis in idem. Em
sequência, pede a declaração de nulidade da penalidade aplicada e
condenação das verbas decorrentes, inclusive a indenização da Lei n.º
7.238/94, ante a projeção do aviso prévio, além da indenização por danos
morais.

Atribuiu à causa o valor de R$ 12.655,09 (doze mil seiscentos e cinquenta


e cinco reais e nove centavos).

Em que pese os reclamos do Autor, estes não merecem prosperar.

PRELIMINAR

DA INÉPCIA DO PEDIDO REFERENTE AO FGTS, POR AUSÊNCIA DE CAUSA DE


PEDIR

O Reclamante, somente ao relacionar seus pedidos, requer a condenação


da Reclamada ao pagamento de “estimativa do FGTS não depositado”.
Todavia, em nenhum momento, ao decorrer de sua peça, ampara tais pedidos
em alguma causa de pedir.

Ora, inexistindo causa de pedir, o pedido torna-se inevitavelmente


inepto. Tal, aliás, é a previsão expressa do art. 330, §1º, I, CPC.

Assim, requer-se, desde já, o reconhecimento da inépcia de tal pedido.

DO MÉRITO

DA JUSTA CAUSA

Houve razoabilidade na aplicação da pena. O motivo da dispensa foi seu


comportamento desidioso ao longo de toda a vigência do contrato de
trabalho.
Em anexo, é possível identificar uma série de atos de natureza desidiosa,
dentre eles a anotação errada do cartão de ponto, quebra de caixa (várias),
ausências injustificadas (várias), abandono de posto de forma injustificada (o
que é grave, porque o operador de caixa lida com dinheiro). Enfim, cada qual
resultando na aplicação de penalidades progressivas.

Ora, a continuidade de prática de faltas, não obstante as penalidades


aplicadas pela Empregadora, revela que o Reclamante não estava disposto a
mudar seu comportamento, enfraquecendo fatalmente a relação jurídica
entre as partes. O que se vê, portanto, é uma atitude relapsa, despreocupada
com as obrigações assumidas perante a sua empregadora, demonstrando-se
uma gravidade indiscutível de suas infrações.

Também, houve imediatidade na aplicação da pena máxima, eis que ela


foi aplicada logo em seguida ao acontecimento do último ato faltoso –
ausência injustificada no dia 10/04/2017; ademais, a demonstração da
desídia era evidente, tanto por ser uma questão comportamental, quanto
porque a atenção do Reclamante já havia sido chamada reiteradas vezes, sem
qualquer sucesso. Por isso, também, fica claro o preenchimento do requisito
do nexo causal.

Ademais, nota-se que o próprio Reclamante admite que foi punido por
reiteradas faltas. Tenta justificá-las afirmando que a falta ocorreu para
“prestar assistência ao nascimento de sua filha em hospital”, o que, mesmo
que fosse verdade, e ainda assim fosse considerada suspensão legal de
contrato de trabalho (o que não é, já que não se pode confundi-la com licença
paternidade), somente justificaria uma das inúmeras faltas do Autor.

Vale ressaltar que, como se pode observar nos controles de freqüência, a


licença paternidade, prevista na legislação, foi devidamente concedida ao
Reclamante, bem como o acompanhamento médico familiar, diferentemente
do que alega o autor , que diz ter sofrido suspensões e advertências por se
ausentar para prestar assistência ao nascimento da filha, ficando claro a
tentativa do autor de induzir o Juiz em erro.

Destaca-se, por fim, que não há bis in idem, porque as penalidades


foram aplicadas para fatos diversos daquele que motivou a demissão por justa
causa. Ou seja, nenhuma outra penalidade recaiu sobre a falta do dia
10/04/2017, de modo que não se configura o impedimento indicado pelo
Reclamante.

Portanto, o Reclamante não faz jus à reversão da justa causa.


Impossível, portanto, o deferimento de todos os direitos pleiteados como
acessórios, inclusive aqueles consistentes em obrigações de fazer e
indenização do art. 9º da Lei n.º 7.238/84.

DA JUSTA CAUSA
(Improcedência das verbas rescisórias, “indenização adicional”
e das multas dos arts. 467 e 477 da CLT).

Com a configuração da justa causa que deu ensejo à rescisão do contrato


laboral, tornou-se indiscutível a dispensa por justa causa, razão pela qual o
ex-obreiro não faz jus ao pleito de aviso prévio, férias proporcionais +1/3,
13.º salário proporcional, muito menos à indenização de valor correspondente
ao seguro desemprego e FGTS + 40%, até porque, no que tange à verba do
FGTS, em decorrência da rescisão motivada, esta fica retida. Por tudo isso,
improcedentes os títulos em destaques.

Ainda no que se refere ao seguro desemprego, impõe ressaltar que tal


pretensão é totalmente indevida face à dispensa motivada. Porém, mesmo
que a dispensa fosse imotivada, o que se discute a título de mero argumento,
não caberia o pagamento de indenização equivalente, mas sim, de simples
liberação das guias destinadas à concessão do benefício. Tais guias, sendo
retidas pelo empregador, fica este sujeito a uma multa administrativa em
favor do Estado e não em favor do empregado, isto ressalte-se, na hipótese de
preenchidos os pressupostos legais. De toda sorte, totalmente improcedente o
pedido em comento.

Tendo em vista que a demissão ocorreu por justa causa, também não há
a projeção do aviso prévio, que permita a incidência do art. 9º da Lei n.º
7.238/84, razão pela qual a indenização pleiteada é indevida.

Improcedente ainda o pedido de saldo de salário. Isso porque todas as


verbas devidas foram pagas, inclusive a remuneração devida no último
período trabalhado, tal como consta TRCT.

Importante observar que inexistem parcelas incontroversas, pelo que a


multa do art. 467 é, desde já, de impossível aplicação.

Ademais, houve regular e tempestivo pagamento das verbas rescisórias,


conforme se percebe da documentação em anexo, em conjunto com a trazida
pela própria Reclamante. Assim, improcedente o pedido de aplicação da
multa do art. 477, §8º, CLT.

DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS

Conforme indicado anteriormente, o Reclamante alega ter sofrido danos


morais por não ter recebido as verbas rescisórias devidas e por ter sido
obrigado a devolver o uniforme e crachá funcional diante de seus colegas.

Primeiramente, é importante destacar que a responsabilidade civil, pela


ótica delineada pelo Código Civil em vigor, exige a presença de quatro
elementos, a saber:

• Conduta lesiva;
• Dano experimentado pela vítima;
• Nexo causal.
• Culpa.

No presente caso, o dano extrapatrimonial deve equivaler a um dano de


um direito da personalidade do Reclamante e não a seu patrimônio, porque
neste último caso estar-se-ia diante de um dano material e não moral.

Isso já afasta a possibilidade de indenização por danos morais pela


primeira causa de pedir. Ou seja, ainda que se provasse que o Reclamante
deixou de perceber as verbas rescisórias devidas (o que é de todo inverídico),
ainda assim seria um dano de natureza nitidamente patrimonial, não havendo
direito da personalidade afligido.

No segundo caso, também não há dano a ser reparado.

Isso porque, conforme se sabe, a responsabilidade civil pode ser afastada


se houver uma causa excludente de ilicitude, que no caso é o exercício
regular de um direito (art. 188, I, parte final, CC).

No presente caso, a Reclamada, titular do crachá funcional e uniforme


utilizado pelo Reclamante, tem o direito de reavê-los, até porque o Autor não
teria qualquer interesse em guardá-los.

O Reclamante não foi constrangido ou desrespeitado no momento de


entrega dos bens. Trata-se de um procedimento normal e utilizado para todos
aqueles empregados cujo contrato de trabalho é rescindido, não
caracterizando preconceito ou perseguição.

Impossível, dentro desse cenário, haver responsabilidade civil.


Improcedente o pedido de indenização por danos morais.

Reitere-se que não há no relato do Reclamante qualquer demonstração


de violação a direitos da personalidade. Em outras palavras, o Autor não
indicou qual direito teria sido maculado por esta Empresa: direito ao nome, à
honra objetiva, à honra subjetiva, à vida, à educação, à moradia, à saúde etc.

A comprovação do dano moral é completamente possível. Como já foi


referido, a doutrina contemporânea indica ser dano moral aquele que macula
um direito da personalidade – e isso é plenamente quantificável. No caso dos
autos, bastaria a prova da mácula de um certo direito da personalidade do
Reclamante.

Por exemplo, se afirmasse a mácula do direito à saúde psíquica, deveria


juntar laudos médicos, provando o dano. Além disso, deveria indicar a
conduta comissiva ou omissiva da Reclamada que teria capacidade de ferir o
direito referido, provando-a. Por fim, provar a culpa – dolo, negligência,
imprudência ou imperícia - e o nexo de causalidade – derivada da culpa,
indicando que o dano foi causado especificamente pela conduta. Nada disso
foi feito.

No que tange à culpa, aliás, há de se adotar a teoria da responsabilidade


subjetiva, tendo em vista que nenhum dos fatos narrados se encontra dentro
da área de risco da atividade principal da Reclamada.

Em razão de tudo isso, improcedentes os pedidos autorais.

DA RETENÇÃO DOS IMPOSTOS


E CONTRIBUIÇÕES LEGAIS

Apenas para fins de debate, uma vez que a empresa Reclamada não
reconhece ser devedora dos pleitos perseguidos e, sobretudo, por excesso de
zelo processual, requer a V. Exa. que se digne, na eventualidade de ocorrer
qualquer condenação, o que se admite apenas para argumentar, seja
determinada a retenção dos impostos e contribuições legais, de conformidade
com o art. 12, da Lei n.º 7.787/89 e pela Lei Orgânica da Seguridade Social, a
Lei 8.231/91, por seus artigos 43 e 44.
Ainda por força do disposto no art. 27, da Lei 8.218/91, e seu inciso II,
no caso de condenação em verba honorária requer, ainda, que seja
determinada a retenção e recolhimento do Imposto De Renda devido, de
conformidade com o que estatui o art. 46 da Lei 8.541, de 23/12/92, que
alterou a legislação do Imposto de Renda.

DA COMPENSAÇÃO

Na remota hipótese desta MM. Vara avistar qualquer procedência a


algum pedido na presente reclamatória, especialmente de horas extras, face
ao princípio da eventualidade, a Reclamada, ad cautelam, requer a
compensação de pagamentos efetuados de todo e qualquer valor sobre a
rubrica em que for condenada, conforme documentação carreada aos autos,
inclusive aqueles reconhecidos pelo Reclamante.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O pleito de honorários advocatícios fica de logo impugnado, haja vista o


não preenchimento dos requisitos da Lei 5.584/70 e das Súmulas 219 e 329 do
TST. Portanto, improcedente.

BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

No tocante a este pleito, cumpre consignar que o reclamante não


preenche os requisitos necessários e cumulativos para concessão dos
benefícios postulados, consubstanciado na Lei 1.060/50 e no artigo 14 da Lei
5.584/70, quais sejam, estar assistido pelo sindicato da categoria profissional
a que pertence e comprovar a percepção de salário igual ou inferior ao dobro
do mínimo legal ou de encontrar-se em situação econômica que não lhe
permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da família.
De fato, além de não estar assistido pelo sindicato da categoria, o
reclamante não acostou aos autos declaração de sua situação econômica de
modo que se possa verificar que o pagamento das custas da demanda irá
prejudicar o seu sustento e de sua família.

Esclareça-se, no mais, que o artigo 791 da CLT prevê a


possibilidade de as partes reclamarem pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho (jus postulandi).

Esse dispositivo restou ratificado com a edição da Lei nº 5.584 de


26.06.70 (art. 4º), que regulamentou a assistência judiciária na Justiça do
Trabalho e estabeleceu os requisitos indispensáveis ao deferimento de
honorários advocatícios (arts. 14 e 16), posteriormente consubstanciados na
Súmula n.º 219 do C.TST, cujo entendimento foi reiterado pela Súmula nº 329.

Ademais, é bom que se frise que o artigo 133 da Constituição


Federal apenas erigiu em nível constitucional a previsão constante do artigo
68 da Lei nº 4215/63 e não revogou aquelas disposições e nem mesmo outras
de idêntica natureza constantes de nossa legislação, conforme entendimento
consubstanciado na Súmula 329 do C. TST.

Assim, considerando que o reclamante não preencheu os requisitos


cumulativos para concessão do benefício da justiça gratuita, prescritos pelo
artigo 14 da Lei 5584/70, necessária a decretação da improcedência do
pedido.

DA PROVA DOCUMENTAL

A Empresa Contestante vem impugnar, por precaução, todos os


documentos que não tenham sido juntados em seus originais, ou que não
tenham sido devidamente autenticados em tabelião público, de conformidade
com o estabelecido no art. 830 Consolidado.
Restam impugnados, desde logo, por excesso de cautela, todos aqueles
documentos cuja juntada vier a ser deferida após a entrega da presente
contestação, restando precluso o direito de juntada futura relativamente a
tais documentos.

Os documentos de representação e identificação não têm o condão de


comprovar as questões controvertidas da Reclamação, servindo apenas para
provar a regularidade de representação e identificação.

A CTPS, bem como o contrato de trabalho ali inscrito, serve apenas para
demonstrar a legalidade da contratação, bem como das alterações contratuais
promovidas.

Os comunicados de demissão e documentos relacionados apenas


demonstram a regularidade da dispensa por justa causa, aqui referida e
comprovada.

DOS PEDIDOS

Ex positis, espera e requer que sejam julgados totalmente


improcedentes os pedidos objeto da inicial, com o acatamento da tese
esposada na defesa, tudo de conformidade com a fundamentação acima, por
ser de direito de Justiça.

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial


pelos depoimentos pessoais do Autor, sob pena de confissão, ficando de logo,
advertido para tal, nos termos do Enunciado n.º 74 do Colendo tribunal
superior do trabalho, oitiva de testemunhas, perícia, juntada ulterior de
novos documentos, acaso necessário, e tudo o mais ficando requerido.

Declara, por último, que as cópias em anexo, foram obtidas por


digitalização e expressam a integralidade dos seus respectivos originais, o que
declara o patrono da Reclamada sob sua responsabilidade pessoal e penas da
lei, na forma do art. 830 da CLT.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Recife, 17 agosto de 2017.

José Pereira Lemos


OAB/PE 4.502

Maria Alda Enéas da Costa


OAB/PE 36.745

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