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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Felipe Bagatini
Porto Alegre
dezembro 2011
FELIPE BAGATINI
Porto Alegre
dezembro 2011
FELIPE BAGATINI
Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomação Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BANCA EXAMINADORA
CA – Concreto Asfáltico
LO – Licença de Operação
t – tensão de tração
X – desvio padrão da média aritmética (adimensional)
– intervalo de confiança
– intervalo de confiança
R – raio de curvatura
qC – resistência de ponta
di
– valores individuais das deflexões recuperáveis
D – intervalo de aceitação
cv – coeficiente de variação
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
2 MÉTODO DE PESQUISA ......................................................................................... 15
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................. 15
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 15
2.2.1 Objetivo secundário .............................................................................................. 15
2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 15
2.4 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 16
2.5 LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 16
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16
3 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) .................................... 19
3.1 ASPECTOS GERAIS ................................................................................................ 19
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS ....................................................................... 20
3.2.1 Classificação segundo a NBR 10.004 ................................................................... 20
3.2.2 Classificação segundo o Conama ......................................................................... 21
3.3 IMPACTO AMBIENTAL ......................................................................................... 21
3.4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS ................................................................................. 23
3.4.1 Agregados ............................................................................................................... 24
3.4.1.1 Classificação quanto à natureza ........................................................................... 24
3.4.1.2 Classificação quanto ao tamanho ......................................................................... 24
3.4.1.3 Classificação quanto à distribuição dos grãos ...................................................... 25
3.4.2 Destinação final ..................................................................................................... 25
3.4.3 Áreas de reciclagem .............................................................................................. 26
4 HISTÓRICO E EXPERIÊNCIAS REALIZADAS .................................................. 28
4.1 NO BRASIL ............................................................................................................... 28
4.2 NO MUNDO .............................................................................................................. 29
4.3 AVALIAÇÃO ESTRUTURAL ................................................................................. 30
4.3.1 Avaliação funcional ............................................................................................... 31
4.3.2 Viga Benkelman ..................................................................................................... 31
4.3.2.1 Aferição ................................................................................................................ 33
4.3.2.2 Determinação das deflexões ................................................................................. 37
5 PISTA EXPERIMENTAL DE TESTES ................................................................... 41
5.1 ECOVILLAGE CENTRAL DE RESÍDUOS LTDA. ................................................ 44
5.2 ANÁLISES E TESTES .............................................................................................. 45
5.2.1 Tipo de solo do subleito ......................................................................................... 45
5.2.2 Nível d’água ........................................................................................................... 45
5.2.3 Investigação geotécnica ......................................................................................... 48
5.2.3.1 Sondagem à percussão (SPT) ............................................................................... 48
5.2.3.2 Ensaios de Piezocone (CPTU) ............................................................................. 49
5.2.3.3 Ensaios de condutividade hidráulica .................................................................... 50
5.3 COLETA DE DADOS DEFLETOMÉTRICOS COM A VIGA BENKELMAN 51
NA PISTA EXPERIMENTAL ....................................................................................
5.4 APLICAÇÃO DO PROGRAMA STATÍSTICA ....................................................... 54
5.5 APLICAÇÃO DO PROGRAMA EVERSTRESS 5.0 ............................................... 58
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................... 61
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 63
APÊNDICE A .................................................................................................................. 65
APÊNDICE B .................................................................................................................. 67
APÊNDICE C .................................................................................................................. 69
14
1 INTRODUÇÃO
A reciclagem dos resíduos gerados pela indústria da construção civil vem sendo cada vez
mais importante para o desenvolvimento sustentável do setor, tanto em função das questões
ambientais quanto econômicas. O seu reaproveitamento está diretamente relacionado à
redução dos impactos ambientais ocasionados pelo descarte inadequado e, também, à
minimização do consumo das matérias-primas de origem natural. Como exemplo de
reciclagem dos resíduos da construção e demolição, comumente chamados RCD, tem-se a
utilização em camadas de base e sub-base na pavimentação de estradas.
Atualmente, na cidade de Porto Alegre, por exemplo, cerca de 10% do total de resíduos
gerados pela construção civil são dispostos em locais devidamente licenciados, que têm
condições adequadas para o manuseio, armazenamento temporário e destinação final para
cada tipo de resíduo (DOMBROSKI, 2010). Um dos locais que recebem estes resíduos é a
Ecovillage Central de Resíduos Ltda., onde está em processo de construção uma pista
experimental para testes de carga, com diferentes espessuras das camadas que a compõem,
com o intuito de analisar a viabilidade técnica e a resistência máxima que o pavimento
suportará.
Por fim, se fará uma análise comparativa entre os resultados obtidos das camadas da pista
experimental com valores conhecidos correspondentes à brita graduada.
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
2.3 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que o RCD utilizado nas camadas da pista experimental é
homogêneo.
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Resíduos de construção civil: aproveitamento como base e sub-base na pavimentação de vias urbanas
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2.4 DELIMITAÇÕES
2.5 LIMITAÇÕES
2.6 DELINEAMENTO
a) pesquisa bibliográfica;
b) levantamento de deflexões;
c) avaliação de desempenho estrutural;
d) considerações finais.
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Resíduos de construção civil: aproveitamento como base e sub-base na pavimentação de vias urbanas
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Assim, a etapa considerações finais reuniu a totalidade de informações coletadas até então e
forneceu as conclusões ao tema proposto, fazendo uma análise de viabilidade a respeito da
substituição parcial e total da camada de brita graduada por uma camada de RCD, com três
espessuras distintas, de 45, 55 e 65 cm.
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A seguir são apresentados aspectos gerais sobre os resíduos da construção civil, bem como
suas características e o prejuízo devido aos impactos ambientais que ocorrem em todas as
etapas do processo construtivo, desde o início até o final da construção de um
empreendimento.
A indústria da construção civil, cada vez mais, vem contribuindo com a produção de resíduos
em larga escala, sendo um dos principais setores que mais gera resíduos sólidos. Esta
produção de resíduos está diretamente relacionada a geração de impactos ambientais, e,
segundo Blumenschein (2004), em todas as etapas do processo de construção ocorre, de certa
forma, um grande prejuízo ao meio ambiente. Dentre as etapas do processo construtivo é
possível destacar:
a) ocupação de terras;
b) extração e transporte da matéria-prima;
c) processamento, produção e transporte de seus componentes;
d) processo construtivo;
e) ao longo de sua vida útil;
f) demolição;
g) descarte.
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A geração de elevados volumes de resíduos da construção e demolição vem cada vez mais
preocupando as autoridades e a população, não somente no Brasil como no mundo todo. De
acordo com Von Stein1 (2000 apud LEITE, 2007), o custo para a disposição destes resíduos
em aterros devidamente licenciados aproxima-se de U$ 100,00 por tonelada, por exemplo, na
Europa e nos Estados Unidos, nas décadas de 1970 e 1980. Desta forma, o setor público tem
buscado novos métodos de utilização para estes resíduos, como o reaproveitamento dos
materiais e a reciclagem, trazendo com isso uma redução nos impactos provocados no meio
ambiente devido a disposição inadequada dos mesmos.
Além disso, a existência de possíveis áreas que sofrem prejuízos devido ao contato com
resíduos contaminados pode trazer sérias consequências ambientais e sanitárias, tornando-as
limitadas para determinados usos, como, por exemplo, em áreas de loteamentos residenciais.
A criação de aterros clandestinos devido a falta de consciência ambiental faz com que os
resíduos sejam, na maioria dos casos, utilizados de forma incorreta, simplesmente para a
elevação de cotas do terreno e minimização de custos pela não aquisição de materiais
adequados para este fim. Assim, a contaminação devido a disposição irregular pode atingir o
lençol d`água e, com isso, inutilizar a fonte de abastecimento. As atividades da indústria da
construção civil aparecem como importantes fontes de contaminação de áreas, principalmente
nos processos em que empregam substâncias perigosas e, consequentemente, geram resíduos
perigosos.
1
VON STEIN, E. L. Construction and demolition debris. The McGraw-Hill Recycling Handbook.
Herbert F. Lund, McGraw-Hill Professional, 2nd edition, New York, 2000, Chapter 20.
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Ainda, seguindo uma visão ambientalmente correta, auxílios ao setor da construção civil
através de subsídios proporcionam melhores condições de controle e gerenciamento dos
resíduos. Com isso tornam-se indispensáveis para o dimensionamento dos impactos sociais,
ambientais e econômicos causados pelos RCD.
A preocupação mundial com a utilização dos resíduos cresce cada vez mais devido ao
consumo desenfreado e por muitas vezes inconsequente dos materiais de origem natural. Para
minimizar o perigo da poluição do espaço urbano por meio da disposição irregular de
resíduos, políticas ambientais vêm sendo discutidas ao longo dos anos com a preocupação a
respeito da quantificação e destinação adequada que os mesmos devem receber. Desta forma,
torna-se indispensável para a qualidade do meio ambiente a conscientização da população a
respeito da destinação final correta que deverão receber os resíduos provenientes da
construção civil.
Como uma solução de destinação final, estes materiais descartados podem ser incorporados
aos agregados utilizados nas camadas de base e sub-base na pavimentação de estradas,
devendo obrigatoriamente passar por um prévio processo de seleção, com o objetivo de não
haver mistura de materiais considerados de qualidade inferior que possam interferir na vida
útil e no perfeito funcionamento do pavimento. Entende-se por base a camada de
pavimentação destinada a resistir aos esforços verticais devido aos veículos, que são
distribuídos adequadamente à camada subjacente, e sub-base a camada de pavimentação
subjacente a esta, também destinada a absorver os esforços verticais devido aos veículos,
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sustentadas pela camada de subleito, que apresenta-se como um maciço teoricamente infinito,
funcionando como a fundação para a estrutura do pavimento.
3.4.1 Agregados
Em pavimentação são utilizados materiais destinados a absorção dos esforços verticais, que
são dispostos em camadas rigorosamente dimensionadas para atender esta solicitação,
conhecidos comumente como agregados. Os agregados de melhor qualidade geralmente são
dispostos nas camadas superiores do pavimento, como base e sub-base, por possuírem
características de maior resistência, seguido pelas camadas gradualmente mais profundas, em
que os agregados utilizados possuem resistência mais baixa. De acordo com Bernucci et al.
(2008, p. 116), os agregados utilizados na pavimentação podem ser classificados de acordo
com a sua natureza, seu tamanho e distribuição dos grãos.
Segundo esta classificação, os agregados podem ser divididos em graúdo, miúdo e material de
enchimento (fíler). O agregado graúdo compreende o material com dimensões maiores do que
2,0 milímetros, por exemplo, a brita. O agregado miúdo, àquele com dimensões entre 0,075 e
2,0 milímetros, por exemplo, as areias e pó de brita. O material de enchimento deve possuir,
por sua vez, pelo menos 65% das partículas menores que 0,075 milímetros, por exemplo, o
cimento Portland (BERNUCCI et al., 2008, p. 119-120).
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Segundo esta classificação, os agregados podem ser divididos de acordo com sua
granulometria, determinada através de peneiramento, conforme ilustrado na figura 2
(BERNUCCI et al.,2008, p. 119-120). O material é depositado na primeira peneira, de malha
maior, e, conforme baixa, ocorre a diminuição da malha da peneira.
A destinação final dos resíduos da construção civil deverá ser feita de forma distinta para cada
classe de resíduo, segundo artigo 10 da Resolução do Conama n. 307 (BRASIL, 2002), da
seguinte forma:
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Blumenschein (2004, p. 42-46) destaca ainda que, ao longo de toda a cadeia produtiva, ocorre
a exploração inadequada dos recursos naturais e os resíduos gerados, muitas vezes, são
descartados em locais impróprios, que não possuem certificação e licença ambiental de
destinação final. Ainda, de acordo com a NBR 15.113 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2004b, p. 1-3), os aterros licenciados deverão fazer a gestão e manejo
corretos dos resíduos, respeitando os requisitos mínimos exigidos para projeto, implantação e
operação de aterro de resíduos Classe A e resíduos inertes.
Os resíduos sólidos da construção civil, quando tiverem de ser descartados, deverão ser
dispostos adequadamente em locais que possuam plenas condições de recebimento, e que
atendam rigorosamente as exigências apresentadas na NBR 15.114 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004c, p. 1-2), também chamados de áreas de
reciclagem. Os resíduos que são gerados podem ser reciclados e, por sua vez, transformados
em novos materiais de construção, após passarem por um rigoroso processo seletivo. Este
processo consiste na retirada do volume orgânico, caso haja, e do volume de materiais que
apresentem baixa resistência e oferecem mercado de comercialização, como plástico, papel,
papelão, madeira e metal, que são encaminhados para empresas responsáveis pelo seu destino
final, restando os resíduos como pedra britada, cerâmica, tijolos, para a produção de agregado
que será aplicado em obras de infraestrutura. Ainda, segundo esta Norma, entende-se por área
de reciclagem àquela destinada a produção de agregados reciclados a partir do recebimento e
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Como exemplo de área de reciclagem existe a Ecovillage Central de Resíduos Ltda., que
encontra-se em operação desde novembro de 2008, possuindo certificação ambiental para
recebimento dos resíduos da Construção Civil dando o destino correto aos mesmos.
(DOMBROSKI, 2010).
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4.1 NO BRASIL
Quanto maior for o deslocamento desde o ponto de coleta até o destino final dos resíduos,
maior será a cobrança da taxa de descarte. Devido a isso, nota-se a escassez de áreas de bota-
fora, principalmente nas regiões metropolitanas dos grandes centros urbanos. Nas regiões
metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, por exemplo, praticamente
todos os bota-foras localizados na região central efetuam a cobrança de taxas para o descarte
de resíduos. Por outro lado, nas regiões de Salvador, Recife e Brasília, ocorre cobrança mas
em menor proporção (MOTTA et al., 2004, p. 259-260; PINTO, 1999, p. 69).
técnicos que trabalhavam na Prefeitura Municipal de São Paulo, que verificaram a capacidade
de suporte do pavimento com o uso de uma quantidade muito menor de agregados (PINTO,
1999, p. 98).
Ainda em São Paulo, na cidade de São Carlos, está em funcionamento, desde 2005, uma usina
de triagem e reciclagem de RCD, que teve como finalidade principal acabar com os depósitos
irregulares de resíduos em córregos e áreas verdes, e fornece o agregado utilizado na sub-base
e pisos intertravados para a pavimentação. A exemplo desta prática em algumas ruas do
Bairro Santa Angelina foram utilizados como agregado reciclado na composição da sub-base
e pavimentada com piso intertravado (SANTOS, 2007).
4.2 NO MUNDO
Alguns países do mundo como, por exemplo, a Itália, possuem especificações próprias no
controle de produção e de aplicação de agregados reciclados para pavimentação, levando em
consideração a forma e a heterogeneidade dos grãos (COSTA; URSELLA2, 2003 apud
MOTTA, 2005).
2
COSTA, U.; URSELLA, P. (2003) Construction and Demolition Waste Recycling in Italy. Annals of V
International Conference on the Environmental and Technical Implications of Construction with Alternative
Materials, WASCON, San Sebastián, Spain. p. 231-239.
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De acordo com Leite (2007, p. 17), a pavimentação composta por agregados reciclados no
Reino Unido teve início na década de 1990, através de pesquisas realizadas a respeito da
variabilidade da composição e do emprego dos agregados reciclados. A maior aplicação, neste
País, foi a utilização de brita calcária beneficiada, empregada principalmente nas camadas de
sub-base.
Já nos Estados Unidos, uma pista de testes contendo nove seções-tipo diferentes, utilizando
agregado reciclado de concreto, foi executada na Pista Circular de testes acelerados da
University of Central Florida, em 2000. Destas, quatro eram de pavimento flexível e cinco
eram de pavimento rígido (LEITE, 2007, p. 19).
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t
MR e (equação 1)
t
A resiliência pode ser compreendida pela capacidade de absorção de energia por parte do
material que sofre o carregamento, e sendo assim, o módulo de resiliência é apresentado pela
energia de deformação por unidade de volume. O MR é um parâmetro importante para a
caracterização do agregado reciclado, que está diretamente relacionado com o desempenho
destes agregados em campo.
(fonte:BRASIL, 1994b)
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Em relação à figura 4, a distância a deverá ser maior ou igual a 244 cm para que a aplicação
da viga Benkelman seja aceita.
4.3.2.1 Aferição
A norma técnica DNER-PRO 175 (BRASIL, 1994b, p. 1) “[...] fixa as condições para
aceitação e rejeição de uma dada viga Benkelman antes de cada campanha de medições, assim
como o valor da constante a ser adotada para o cálculo das deflexões, após a aceitação
mencionada.”. Devem ser utilizados para a realização de aferição:
(BRASIL, 1994b)
Ainda, de acordo com a norma técnica DNER-PRO 175 (BRASIL, 1994b, p. 2-3), a aferição
da viga Benkelman deverá ser feita antes de cada campanha de medições e sempre após
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qualquer ocorrência que possa ter afetado o seu perfeito funcionamento, como, por exemplo,
uma queda ou choque, e deve constituir em:
X pi
Xi (equação 2)
X vi
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Onde:
X pi = leitura lida no extensômetro solidário à prensa;
X i
(equação 3)
X i 1
N 30
N
Para o cálculo do desvio padrão pela expressão é utilizada a equação 4 (BRASIL, 1994b, p. 2-
3):
X
2
X
i (equação 4)
N 1
Ainda, para o cálculo do desvio padrão da média é utilizada a equação 5 (BRASIL, 1994b, p.
2-3):
X
N
(equação 5)
0 2,045. X (equação 6)
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Para o cálculo dos limites do intervalo de confiança da estimativa da média são utilizadas as
equações 7 e 8 (BRASIL, 1994b, p. 2-3):
Li X 0 (equação 7)
Ls X 0 (equação 8)
Ainda, de acordo com a norma técnica DNER-PRO 175 (BRASIL, 1994b, p. 5-6), ao fazer a
comparação dos resultados obtidos com os valores do quadro 1 pode-se concluir se a viga é
aceita ou rejeitada, através dos seguintes casos:
i i
c) caso III: se Li i e Ls i ou Li i Ls i e 0 a viga é
2
aceita;
i i
d) caso IV: se Li i e Ls i ou Li i Ls i e 0 a viga é
2
rejeitada.
Para os casos em que a viga é aceita, caso I e caso III, a constante a ser adotada para cálculo
das deflexões, segundo a norma técnica DNER-PRO 175 (BRASIL, 1994b, p. 1-7), deve ser,
i
i i (equação 9)
2
E para o caso III, deve ser a média determinada de acordo com as informações apresentadas
na equação 3.
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Ainda, para a localização dos pontos do pavimento em que devem ser medidas as deflexões
com o auxílio da viga Benkelman, estes devem convenientemente ser marcados e estarem
localizados a uma distância pré-fixada da borda do revestimento. Com isso evita-se ou
minimiza-se os erros com relação a diferença na compactação das camadas, seguindo as
informações do quadro 2.
2,70 0,45
3,00 0,60
3,30 0,75
3,50 ou mais 0,90
Logo após a liberação da trava da viga Benkelman, conforme relata a norma técnica DNER-
ME 024 (BRASIL, 1994a, p. 3-4), o procedimento a ser seguido deve estar de acordo com os
próximos itens da seguinte forma:
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c) O caminhão deve ser deslocado lentamente, pelo menos 10 metros para a frente,
após o que se faz leitura final ( L f ), quando o extensômetro indicar movimento
igual ou menor que 0,01 mm/minuto, ou decorridos 3 minutos após o caminhão
sair da posição original.
Ainda segundo esse método de ensaio, pode-se calcular a deflexão do pavimento e o raio de
curvatura da bacia deformação. Para o cálculo da deflexão do pavimento no ponto de prova
utiliza-se a equação 10 e para o cálculo do raio de curvatura da bacia de deformação no ponto
de prova utiliza-se a equação 11:
D0 L0 L f .
a
(equação 10)
b
Onde:
D0 = deflexão real ou verdadeira, em centésimo de milímetro;
6.250
R
2D0 D25
(equação 11)
Onde:
R = raio de curvatura, em metros;
D0 = deflexão real ou verdadeira, em centésimo de milímetro;
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A pista tem um comprimento total de 100 metros, divida em três etapas de igual
comprimento, e é composta por camadas de diferentes espessuras, cujas composições são as
seguintes:
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O projeto inicial da pista experimental de testes foi estudado com largura total de 11 metros,
conforme apresentado na figura 7, mas devido a alterações ocorridas no projeto urbanístico
decidiu-se pela fragmentação por intermédio de um canteiro central. Desta forma, houve um
acréscimo de 1 metro na largura, ficando assim duas pistas de 6 metros por 100 metros. O
estudo foi realizado em uma das pistas, totalizando 600 metros quadrados de área de
abrangência.
A pavimentação da pista será concluída após a execução da última camada de cada trecho.
Esta última camada será composta por 50 metros de blocos intertravados com espessura de 8
centímetros e 35 MPa, e 50 metros por asfalto de CA (concreto asfáltico). A figura 8 detalha o
processo executivo das camadas da primeira etapa da pista experimental de testes, onde fez-se
o travamento dos blocos de concreto e rochas com material mais fino, proveniente da seleção
de RCD.
Para a execução da pista experimental de testes foi respeitada a questão envolvendo a água,
excluindo a possibilidade de sua presença devido a abertura de uma vala ao longo de toda a
sua extensão (100 metros), responsável pela drenagem da água acumulada tanto na pista
quanto na área lateral alagável, conforme representado na figura 9.
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A determinação dos materiais e espessuras que constituem cada camada do pavimento são
fundamentais para a análise estrutural do pavimento. É indispensável analisar a deformação
do material correspondente a camada do subleito, para verificar se oferece resistência
suficiente para a execução da estrutura do pavimento. Ainda, o monitoramento da argila mole
correspondente a camada de subsolo e o nível d’água do terreno são considerados.
A área em que está localizada a pista de testes situa-se na região norte do município de Porto
Alegre, nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na qual verifica-se a
presença de uma camada de argila mole no subsolo, de coloração acinzentada, caracterizada
pela baixa capacidade de suporte e resistência ao cisalhamento. A camada superficial do solo
em questão corresponde a uma argila normalmente adensada, originada de depósitos fluviais
da planície de inundação do Rio Gravataí, que nunca sofreu nenhuma sobrecarga de aterro,
recalcando de forma natural. Abaixo desta camada encontra-se uma base de depósitos sílico-
argilosos, de coloração amarelada, predominando a composição de areia grossa (PROFILL
ENGENHARIA E AMBIENTE, 2006).
A camada superficial consiste em uma argila siltosa plástica muito mole e de cor
cinza. Esta camada aparece em todos os furos de sondagem. Sua espessura varia de
5,0 m a 8,8 m e seus valores de NSPT variam de zero a um, indicando resistência ao
cisalhamento muito baixa;
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Como terceira camada ocorre uma argila pouco plástica de consistência mole a
média e cor cinza. Os valores de NSPT desta camada variam entre 4 e 7 e sua
espessura varia de 4 m a 5 m;
Como quarta camada ocorre uma areia medianamente a muito compacta de cor
variegada. Esta camada tem altos valores de NSPT, sempre superiores a 30, e
espessura variando de 5 m a 8 m, com cotas de profundidade variando de 13 m a 17
m;
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A investigação geotécnica da área próxima a pista de testes foi realizada através de sondagens
à percussão (SPT), ensaios de piezocone (CPTU) e ensaios de condutividade hidráulica em
piezômetros de tubo aberto.
A figura 13 apresenta a variação com a cota do terreno dos valores dos índices de resistência à
penetração dos pontos SPT 01 a SPT 05, em que nota-se que nos primeiros metros da camada
de argila mole variam de 0 a 1, e nas camadas seguintes os valores foram maiores de 10
(PROFILL ENGENHARIA E AMBIENTE, 2006).
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Para a camada de argila mole presente no subsolo da pista experimental de testes foi
determinada a resistência ao cisalhamento através dos ensaios de piezocone (CPTU –
piezocone penetration test), devido às condições não-drenadas e excesso de poropressão,
representada pelo parâmetro Su. Após o carregamento, ocorre a diminuição do excesso de
poropressão e índice de vazios, consequentemente aumentando o valor das tensões efetivas
atuantes e aumentando a resistência ao cisalhamento (PROFILL ENGENHARIA E
AMBIENTE, 2006).
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De acordo com Profill Engenharia e Ambiente (2006), ocorre uma variação nos valores
estimados de resistência não-drenada Su de 10 KPa medido no ensaio CPTU 02, em uma
profundidade de 6 metros, e 20 KPa medido no ensaio CPTU 03, em uma profundidade de 4,5
metros.
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A pista experimental de testes sofreu deformações na área de contato dos pneus devido ao
tráfego ocorrido em dias de chuva e necessitou de uma camada de 5 centímetros de saibro
para regularização e preenchimentos de vazios, aplicada anteriormente a realização da
aplicação do teste da viga Benkelman. A camada superficial de saibro foi compactada com
trator esteira D6, e regularizada posteriormente com retroescavadeira hidráulica. Os pneus
foram calibrados com pressão 56 MPa e o peso do conjunto caminhão e material de aterro
carregado equivale a 8,2 toneladas, estando de acordo com os critérios estabelecidos pelo
método de ensaio da norma técnica DNER-ME 024 (BRASIL, 1994a) para a aplicação da
viga Benkelman e determinação das deflexões do pavimento. As figuras 14 e 15 apresentam a
aplicação da viga Benkelman na pista experimental de testes e as condições em que se
encontrava a pista experimental no dia da análise.
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6 82 90
7 62 172
2 8 101 1121
9 130 280
10 145 262
11 147 318
12 158 669
3 13 158 90
14 224 731
15 80 134
Constante de aferição: 1,016
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d i
(equação 12)
d
n
Onde:
d
2
d
(equação 13)
i
n 1
Onde:
= desvio padrão;
d = média aritmética dos valores individuais;
d i = valores individuais das deflexões recuperáveis;
n = número de valores individuais computados.
O intervalo de aceitação para os valores individuais foi definido conforme a equação 14.
3
O levantamento dos pontos e a coleta das deflexões através do ensaio de viga Benkelman foram feitos pelo Sr.
Luciano Borges.
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D d 2. ; d 2. (equação 14)
Onde:
D = intervalo de aceitação;
= desvio padrão;
d = média aritmética dos valores individuais.
Para a determinação do valor do coeficiente de variação para cada uma das distribuições, de
acordo com a norma técnica DNER-PRO 010 (BRASIL, 1979, p. 7) utilizou-se a equação 15.
cv (equação 15)
d
Onde:
cv = coeficiente de variação;
= desvio padrão;
d = média aritmética dos valores individuais.
Através do auxílio destas equações e destes valores, para cada etapa da pista experimental, foi
possível a composição dos quadros 5 a 7. Para a primeira etapa, composta por 70 cm de
blocos de concreto e rocha, seguida por 45 cm de RCD com diâmetro máximo de 5 cm, e 20
cm de brita graduada, obteve-se os resultados conforme o quadro 4.
d cv Intervalo de
-2 -2 mín. – máx.
(10 mm) (10 mm) (%) aceitação
BD 96,8 58,3 60,2 26 – 165 0 – 213,4
BE 145,8 79,7 54,7 60 – 263 0 – 305,2
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Foi possível a utilização de todas as deflexões coletadas, resultando os seguintes valores para
a média, desvio padrão e coeficiente de variação, respectivamente.
d = 121,3
= 70,71
cv = 58,3%
Para a segunda etapa, composta por 70 cm de blocos de concreto e rocha, seguida por 55 cm
de RCD, e 10 cm de brita graduada, obteve-se os resultados conforme o quadro 5.
d cv Intervalo de
mín. – máx.
-2
(10 mm) (10-2 mm) (%) aceitação
BD 104,1 34,1 32,7 62 – 145 35,9 – 172,3
BE 201 87,8 43,7 90 – 280 25,4 – 376,6
Não foi possível a utilização de todas as deflexões coletadas, sendo excluído o valor 1171,
considerado elevado em relação aos demais, resultando os seguintes valores para a média,
desvio padrão e coeficiente de variação, respectivamente.
d = 147,1
= 78,2
cv = 53,2%
Para a terceira etapa, composta por 70 cm de blocos de concreto e rocha, seguida por 65 cm
de RCD, sem a utilização de camada de brita graduada, obteve-se os resultados conforme o
quadro 6.
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d cv Intervalo de
-2 -2 mín. – máx.
(10 mm) (10 mm) (%) aceitação
BD 153,4 51,1 33,3 80 – 224 51,2 – 255,6
BE 180,7 120,9 67,2 90 – 318 0 – 422,5
Não foi possível a utilização de todas as deflexões coletadas, sendo excluídos os valores 731 e
669, considerados elevados em relação aos demais, resultando os seguintes valores para a
média, desvio padrão e coeficiente de variação, respectivamente.
d = 163,6
= 76,6
cv = 46,8%
As deflexões medidas através da aplicação da viga Benkelman, em cada etapa da pista
experimental, ficaram contidas nos intervalos correspondentes ao máximo e mínimo,
conforme a figura 16.
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Para cada estrutura obteve-se os valores estimados dos módulos de resiliência da sub-base, do
rcd e da brita graduada. Como informações mais importantes pode-se salientar a compressão
( zz ) no topo da camada de subleito, no topo da camada de RCD e no topo da camada de brita
Logo após a obtenção das respostas estruturais do pavimento (tensões, deformações e módulo
de resiliência) faz-se a comparação destas respostas com valores admissíveis através da
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aplicação de modelos matemáticos de tensão admissível, que varia de acordo com o volume
de tráfego, conforme a equação 16.
Onde:
v.admissível = deformação admissível;
N AASHTO = número anual de solicitações do eixo padrão (AASHTO).
Finalmente faz-se a utilização da equação 17, igualando-se a tensão admissível com a tensão
de compressão ( zz ).
0,006 MR
v.admissível (equação 17)
1 0,70 log N AASHTO
Onde:
v.admissível = tensão admissível;
MR = módulo de resiliência;
N AASHTO = número anual de solicitações do eixo padrão (AASHTO).
Onde:
N DNIT = número anual de solicitações do eixo padrão (DNIT);
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zz
N AASHTO N DNIT
zz N AASHTO N DNIT
ETAPA
(10-6) MPa
Primeira -1352,74 2,9x105 1,2x106 0,116 2,4x105 9,5x105
Segunda -2833,13 8,6x103 3,4 x104 0,2666 7,6 x103 3,1x104
Terceira -2477,30 1,6x104 6,5x104 0,560 1,5x104 5,9x104
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Na quase totalidade das pistas executadas a brita graduada se faz presente na composição das
camadas de base e sub-base, por apresentar características importantes que permitem a
sustentação das camadas superiores, de forma a não apresentar deformação excessiva
ocasionadas pelo desgaste e atrito entre pneus e a pista. De acordo com Bernucci et al. (2008,
p. 357), geralmente, as camadas de base e sub-base bem executadas com brita graduada
apresentam ISC maiores do que 60% podendo chegar até mais de 100%, e o MR destas bases
é em média 100 a 400 MPa (1.000 a 4.000 kgf/cm2 ).
Para análise de fadiga através das deformações admissíveis nas três etapas da pista
experimental a primeira etapa mostrou-se superior ao suportar um volume de tráfego N da
ordem de 7.104, se comparada às outras duas etapas.
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REFERÊNCIAS
_____. NBR 15.113: resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – aterros –
diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004b.
_____. NBR 15.114: resíduos sólidos da construção civil – áreas de reciclagem – diretrizes
para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004c.
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