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O CASO DORA E O ENIGMA DA FEMINILIDADE

Em 1900, a jovem Ida Bauer, de dezoito anos de idade, é tratada por Sigmund Freud. Seu
caso foi publicado por ele cinco anos depois, onde ela ganhou o nome “Dora”. Além de apresentar
sintomas neuróticos, seus pais haviam encontrado em sua escrivaninha uma carta de suicídio, onde
dizia não suportar mais a vida.
O pai de Dora mantinha uma amizade com outra família, chamada por Freud de “Os K.”. A
Sra. K era amante de seu pai, e Dora nutria profundo afeto por ela, chegando a acobertar o caso dos
dois. O Sr. K. era, por sua vez, atraído por Dora. Quando o Sr. K. faz uma “proposta amorosa” à
Dora, dizendo que não amava sua esposa, Dora rompe com os K., e pede que o pai faça o mesmo. O
Sr. K. nega tudo, e é apoiado pela Sra. K., que diz que Dora andava lendo livros impróprios à idade
e inventara aquilo.
Dora admirava a Sra. K. por sua maestria em lidar com os homens de sua vida, seduzindo-os
ou recusando-os quando lhe convinha, mantendo cativo seu amor. Também se sentia a vontade para
discutir assuntos íntimos com ela. Fica arrasada ao descobrir que, além de desmenti-la, a mulher
que ela admirava nada significava ao marido.
Dora abandona o tratamento com Freud, que reconhece, posteriormente, ter falhado em
perceber que a jovem nutria um amor homossexual pela Sra. K. Lacan indica que a Sra. K. era,
além de um amor, uma referência de uma feminilidade na qual Dora se sentia em falta. A Sra. K. é
tomada aqui como objeto pelo qual Dora poderia conhecer melhor sua própria feminilidade, sem ter
que recorrer aos sintomas de conversão.
Salientamos aqui um dos aspectos no qual o Caso Dora contribuiu à teoria psicanalítica:
ressaltando a busca das mulheres por uma referência de feminilidade. Dora só foi capaz de sustentar
sua posição de acobertadora do caso de seu pai na medida em que a mulher se mantivesse como
uma referência, uma saída a algo que se apresentava a ela como um enigma. Quando essa posição
decai, a jovem se desespera e expressa o desejo de acabar com a própria vida.

Lara Silveira
Psicanalista e mestranda em Psicanálise na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, S. O que quer uma mulher? 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

FERREIRA, N. P., MOTA, M. A. Histeria: o caso Dora. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2014.

FREUD, S. Fragmento da análise de um caso de histeria (1905). In: _____. Um caso de histeria,
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade e Outros trabalhos. v. 7. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
LACAN, J. Intervenção sobre a transferência (1951). In:_____. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1998.

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