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2018
Sumário
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
1 BREVE HISTÓRIA ATÉ A EVOLUÇÃO DA TÉCNICA EM PERÍCIA ........................ 5
2 PERÍCIAS DE ENGENHARIA ......................................................................................... 7
2.1 ESPÉCIES E TIPOS DE OCORRÊNCIA QUE PODEM ENVOLVER PERÍCIAS DE
ENGENHARIA ........................................................................................................................ 10
2.2 REQUISITOS EXIGIDOS EM UMA PERÍCIA .......................................................... 12
2.2.1 Geral ......................................................................................................................... 12
2.2.2 Essenciais ................................................................................................................. 12
2.2.3 Complementares ....................................................................................................... 13
3 IMPORTÂNCIA DAS NORMAS PARA UM BOM DESEMPENHO DO LAUDO
E/OU PARECER TÉCNICO ................................................................................................... 14
4 DAS ATRIBUIÇÕES DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS NAS PERÍCIAS
JUDICIAIS ............................................................................................................................... 15
5 AÇÕES ONDE ENGENHEIROS E ARQUITETOS PODEM ATUAR NA
ENGENHARIA LEGAL .......................................................................................................... 17
6 FUNÇÕES DO PERITO E ASSISTENTES ..................................................................... 22
7 DIFERENÇA ENTRE LAUDO E PARECER TÉCNICO ............................................... 22
8 O LAUDO TÉCNICO....................................................................................................... 23
8.1 APRESENTAÇÃO DE LAUDOS SEGUNDO A NBR 13752 .................................... 25
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ARQ. Ma. BERNADETE CÁSSIA SANTIAGO LIMA ALMEIDA
Rua Presidente Lincoln, 169 – A, Serraria Brasil, Feira de Santana – BA. CEP: 44.003-186
Tel.: +55(75) 99123-0888
bernadete.lima@gmail.com
INTRODUÇÃO
A definição de Perícia de Engenharia pela NBR 13.752, de dezembro de 1996, abraça o
foco da especialidade, descrevendo que é a atividade que envolve apuração das causas que
motivaram determinado evento ou da asserção de direitos.
Tal atividade exige conhecimento especializado que incide no planejamento, projeto,
obra em andamento ou concluída, que tem como objetivo, apurar e esclarecer, as causas do
evento em estudo.
O campo da perícia é vasto para todas as engenharias como, também, para arquitetura.
Estes profissionais quando envolvidos nos processos judiciais, tem que estar legalmente
habilitados para que possam atender às perícias no âmbito judicial, administrativo ou
particular.
Para tanto, as atividades básicas desse exame de engenharia são as seguintes:
a) Vistoria e/ou exame do objeto da perícia – constatação geral e específica do
evento em estudo;
b) Diagnóstico dos itens objeto da perícia;
c) Coleta de informações gerais (extrínsecos) – geográficas, climáticas,
ambientais, região, vizinhança, urbanização, melhoramentos públicos, usos,
costumes, dentre outras;
d) Coletas de informações específicas (intrínsecos) – projetos,
especificações, manuais técnicos, normas técnicas e legislações pertinentes,
etc.;
e) Escolha e justificativa dos métodos e critérios periciais;
f) Analise das ocorrências e elementos periciais;
g) Soluções e propostas, quando possível e/;ou necessário;
h) Condições finais e conclusões.
Os conflitos judiciais que envolvem bens imóveis, estes de interesse entre pessoas são
inevitáveis que, em muitos casos, exigem intervenções pelo ordenamento jurídico. Para isto é
necessário que o profissional da área de engenharia ou arquitetura, envolvido nessa questão,
tenha conhecimentos técnicos ou científicos específicos nestas áreas, os quais devem
desenvolver, para a defesa, laudos ou parecer técnicos devidamente fundamentados. Além
destes conhecimentos, o engenheiro ou arquiteto, para desempenhar bem a função de perito,
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tem que estar a par das legislações pertinentes a essa matéria, suas atribuições, as ações que os
envolvem. A partir da perícia seu resultado será dado através do laudo ou parecer técnico.
O laudo é o relatório técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista,
descrevendo o resultado de exames e vistorias, assim como eventuais avaliações com ele
relacionadas.
As normas pertinentes ao assunto norteiam o profissional, na execução das pericias de
engenharia na construção civil. A NBR 13.752/1996 tem como objetivo fixar diretrizes
básicas, conceitos, critérios e procedimentos relativos às pericias de engenharia na construção
civil, a qual é exigida em todas as manifestações escritas nestes trabalhos.
A Engenharia Legal abrange todas as atividades do profissional inscrito no sistema
CONFEA/CREA/CAU que auxiliam na solução de problemas os quais dependem de
conhecimento técnico específico, auxiliando, assim, os magistrados e advogados a esclarecer
problemas técnicos, através da realização das perícias de engenharia.
A NBR 13.752 define Engenharia Legal como o ramo de especialização da engenharia
dos profissionais registrados nos CREA/CAU que atuam na interface direito-engenharia
colaborando com juízes, advogados e as partes para esclarecer aspectos técnico-legais
envolvidos em demandas.
O Perito de Engenharia ou Arquitetura é o profissional habilitado e especialista no
assunto ou objeto da perícia, idôneo e possuidor de conhecimentos técnicos sobre a matéria em
discussão, análise, verificação ou avaliação, para proceder à perícia
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1 BREVE
E HISTÓRIA ATÉ A EVOLUÇÃO DA TÉCNICA EM PERÍCIA
Desde
esde os homens primitivos já se
reconhecia à necessidade de estabelecer
regras de convivência, as quais deram
início na forma de regras de usos e
costumes e nelas eram instituídos
direitos e deveres pelos membros
m das
antigas sociedades.
Ass perícias aconteceram tanto no
âmbito judicial como no extrajudicial,
sendo que as primeiras, ou seja, as judiciais são em maior número e estão regulamentadas
pelos artigos ns. 421 a 439 do Código de Processo Civil (CPC). E os primeiros relatos
sobre perícias foram encontrados na civilização egípcia e eram utilizadas nas partilhas de
terras em lotes, tirados à sorte e separados por sinais e marcas demonstrantes de seus
limites.
Noo período colonial aparece o primeiro cargo pertinente
pertinente ao Direito que era o cargo
de Ouvidor Mor, que tinha função jurídico-administrativa
jurídico administrativa e suas principais atribuições em
relação à área civil era estudar os conflitos surgidos na Colônia, geralmente entre os
donatários; verificar problemas em obras públicas
públicas em caso de paralisação ou problemas
decorrentes da mesma, dentre outros. Em 1827 são implantadas as primeiras escolas de
Direito no Brasil, localizadas em são Paulo e Olinda e tinha como finalidade formar juízes,
os quais substituiriam os formados em Coimbra. No período republicano, dá início a
elaboração da primeira carta jurídico-política
jurídico publicada no Brasil.. A nova Constituição foi
anunciada em 23 de fevereiro de 1891.
O regulamento 737 de 1850, foi o alicerce da doutrina processual pátria, sendo
utilizado por quase um século, concretizando toda a matéria referente à perícia, ou seja, ao
arbitramento, o qual era denominação dada a esse gênero probatório.
probatório
A prática pericial iniciou no Brasil no período republicano. Com a revolução
industrial dá-se início ao desenvolvimento cultural do país, modifica-se
modifica a legislação
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vigente, surge a nova Constituição e democratização brasileira e começa um novo período
judicial, sendo introduzido a prática pericial.
“A partir da é década de 1950, com a industrialização e o desenvolvimento do pós-
guerra, o crescimento urbanístico das principais cidades, e há uma maior incidência
de ações judiciais envolvendo casos técnicos, com a necessidade da elaboração da
prova técnica, acarretando nomeações de Peritos na área de engenharia” (DEUTSCH,
2013).
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2 PERÍCIAS DE ENGENHARIA
Para direcionar esse trabalho, foram definidos alguns conceitos pertinentes ao assunto,
que favorecerão ao entendimento da matéria tratada, como também esclarece sobre os diversos
tipos de perícia, que envolvem profissionais habilitados de engenharia e arquitetura na
apuração dos fatos.
Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do
laudo. (BRASIL,
(BRAS Código de Processo Civil, 2008, p. 429).
Seguindo o conceito da NBR 13752 (1996), perícia é a atividade que envolve apuração
das causas que motivaram determinado evento ou da asserção direitos.
O IBAPE/SP define perícia como a atividade referente a exame
exame obtido por profissional
especialista, legalmente habilitado, destinada a verificar ou esclarecer determino fato, apurar as
causas motivadoras do mesmo, ou o estado, alegação de direitos ou a estimação da coisa que é
objeto de litígio ou processo.
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A perícia judicial de engenharia exige grau
superior de qualidade, tendo se tornado em
uma especialidade profissional, para
pa ela
existindo Normas Técnicas tanto da
Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT, cogente pelo Código do
Consumidor (artigo 39, VIII), como do
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias
de Engenharia – IBAPE/SP e das Varas da
Fazenda Pública e Acidentes do Trabalho,
em São Paulo ( MEDEIROS NETO e
FIKER, 2009, P.35)
Como foi dito,, é na vistoria que permite detectar a causa do problema e ela deve ser
feita pelo profissional envolvido no processo, no imóvel envolvido e deve ser feita de
maneira criteriosa para se evidenciar os elementos ou as condições que influenciaram nesse
processo.
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Exame→ inspeção, por meio meio de perito, sobre pessoa, coisas, móveis e
semoventes, para verificação de fatos ou circunstância que interessem à causa;
Laudo→ peça na qual, o profissional habilitado, relata o que observou e dá as
suas conclusões ou avalia, fundamentadamente, o valor da coisa ou direitos;
Lide→ conflito de interesses suscitado em juízo ou fora dele;
Cautelar procedimento para prevenir direitos;
Medida Cautelar→
técnico opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por
Parecer técnico→
profissional legalmente habilitado sobre assunto
assunto de sua especialidade;
Servidão→ encargo específico que impõe a qualquer propriedade em proveito
de outrem;
Usucapião→ → forma de aquisição de domínio, por posse reconhecida em face
da legislação.
Cada perícia
ia judicial existe uma correspondente extrajudicial, através da
organização encontrada no judiciário para as principais ações em que se requerem perícias
de engenharia que são corriqueiras e com algumas exceções. Podem ser feitos, com
antecedência, laudos e pareceres técnicos, os quais deverão subsidiar demandas constando
fatos ou apresentando resultados, ou verificar se são cabíveis e quais as chances de sucesso
do demandante.
As espécies
écies de perícia que envolve o
especialista em avaliações e perícias são
vastas. Elas podem ser em arbitramento,
avaliações, exames, vistorias, dentre
outras (NBR 13.752, 1996).
2.2.1 Geral
São requisitos exigidos em uma perícia que estão diretamente relacionados com
as informações que possam ser extraídos, a priori apenas é estabelecida para
determinação do empenho do trabalho pericial, porém não na garantia da precisão do
trabalho final, independendo da vontade do perito e/ou do contratante.
Estão condicionados à abrangência das investigações, à confiabilidade e
adequação das informações obtidas, como também a qualidade das análises técnicas
efetuadas de forma objetiva pelo perito e estes aspectos serão definidos pela metodologia
empregada, pelos dados levantados, pelo tratamento dos elementos coletados e trazidos
ao laudo e pela menor subjetividade inserida no trabalho.
2.2.2 Essenciais
1
Intimação para que se pare o que se está fazendo, ou embargo.
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Para garantir a qualidade do trabalho tem que conter a quantidade adequada de
fotografias por cada bem periciado, com exceção dos casos que isso não possa
ocorrer; a apresentação de um croqui de situação, como também memorial dos
bens nos aspectos físicos,
físicos, dimensões, áreas, utilidades, materiais construtivos,
dentre outros que se fizerem necessários; e, identificação e perfeita caracterização
de eventuais danos e/ou eventos encontrados.
Seguindo a mesma linha desta norma, nas pericias judiciais, deve obedecer aos
requisitos essenciais,, porém quando se trata de avaliações, devem ser obedecidas às normas
pertinentes ao assunto, salvo no caso de trabalhos de cunho provisório ou quando a situação
assim o obrigar, porém deve ser perfeitamente fundamentado.
2.2.3 Complementares
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3 IMPORTÂNCIA DAS NORMAS PARA UM BOM DESEMPENHO DO
LAUDO E/OU PARECER TÉCNICO
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cumprir às Normas Técnicas, sendo vedado, dentre outras práticas abusivas, colocarem no
mercado
cado quaisquer serviços que não estejam enquadrados
enquadrado nas normas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas – ABNT, com isso justifica à necessidade de que os trabalhos periciais, os
quais exigem técnicas, devem ser desenvolvidos por profissionais habilitados,
habilitado já que são
específicos do conhecimento do profissional que nele milite.
A habilitação dos profissionais para atuar como perito está estabelecida na Lei
5.194/66, e esta preconiza um conjunto de artigos que envolvem a Engenharia Legal e a prática
pericial. No artigo 7º definem as atividades e atribuições do engenheiro, do arquiteto e do
engenheiro agrônomo. Nos artigos 13,14 e 15 preconiza que a validade dos trabalhos na área
de Engenharia Legal ficará a cargo de profissionais habilitados no sistema CONFEA/CREA.
Com a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o CAU, pela Lei nº 12.378 de 31 de
dezembro de 2010, o arquiteto tem sua regulamentação de acordo com a Re solução nº 21 de
05 de abril de 2012 e no artigo 2º que deixa claro as seguintes atribuições: vistorias, pericias,
avaliações, arbitragem, laudos e pareceres, dentre outras.
Com embasamento na Constituição Federal, onde estão definidos os direitos e os
deveres de cada individuo na sociedade e, também, o regulamento do exercício das atividades
profissionais de responsabilidade civil. Ele completa afirmando que a Constituição delega às
responsabilidade da prova pericial de engenharia que compete, única e exclusivamente, aos
profissionais habilitados legalmente como Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos, respeitadas
as limitações e restrições de cada uma das áreas impostas pela Legislação; mas que para ter
validade jurídica aceita quando estes profissionais forem devidamente habilitados conforme a
Lei e no art. 14º desta Constituição exige que nos trabalhos de engenharia a habilitação do
profissional responsável, juntamente com o número de seu registro no órgão de classe
competente como, também, a assinatura deste.
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5 AÇÕES ONDE ENGENHEIROS E ARQUITETOS PODEM ATUAR NA
ENGENHARIA LEGAL
Muitas são as ações que os engenheiros e arquitetos podem participar fazendo uso de
seu conhecimento e habilidade profissional para auxiliar os profissionais da área jurídicas na
solução de conflitos judiciais.
As ações de maior interesse nas perícias judiciais onde engenheiros e arquitetos podem
atuar são 24 (vinte quatro), como segue:
AÇÕES DE OUTORGA DE ESCRITURA: São movidas pelo compromissário
comprador, logo após o pagamento dos contratados, em que a sentença substitui a omissão do
promitente vendedor, cumprindo em seu lugar o dever de formalizar em escritura o contrato de
compra e venda prometido.
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: São movidas pelo
compromissário comprador, logo após o pagamento dos contratados, na qual obriga o
vendedor a lavrar a escritura definitiva do imóvel, ou de forma inversa, que este seja
adjudicado judicialmente ao adjudicado2 judicialmente ao adquirente.
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CLÁUSULA ABUSIVA: Quando o contratante,
de posso do contrato, detecta uma clausula abusiva pode pleitear sua anulação, porém se
mantém o restante do contrato. São nulas de pleno direito as cláusulas que contrariem uma lei
de ordem pública, como o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo (está explicitado
nela). A jurisprudência majoritária também considera o Código Civil uma lei de ordem pública
(não está explicitado nele).
AÇÃO APROPRIATÓRIA: É aquela pela qual o dono do solo, quando de boa-fé,
promove contra o terceiro de boa-fé, o qual ou plantou sem seu consentimento, no seu terreno,
para pedir sua apropriação, mediante indenização de seu valor (NCC3 artigos 1255 e 1256).
AÇÃO COMINATÓRIA: Quando alguém que é detentor de um direito exige que
outrem faça algo dentro de determinado prazo, ou se abstenha de praticar certo ato, sob pena
contratual ou que seja especificada na exordial4, se nenhuma tiver sido convencionada. Quando
o proprietário ou locatário de um imóvel percebe que está correndo risco devido ao imóvel do
vizinho que encontra-se em ruína ou oferece perigo, entra-se com uma ação contra o seu dono
para que o mesmo seja obrigado a cessar com o incômodo ou ameaça constatada.
2
É um ato judicial por meio do qual se transfere, por ordem judicial, a propriedade ou os direitos sobre um bem
móvel ou imóvel de seu primitivo dono para outra pessoa, que assume a sua titularidade sobre o domínio ou a
posse. Disponível em: http://www.medadvocacia.com.br/adjudicacao.htm. Acesso em 05/01/2015.
3
NCC: Novo Código Civil
4
Folha inicial do parecer. Cabeçalho, indicando a quem é dirigido o trabalho em texto resumido de apresentação
e encaminhamento do parecer. Nele deve constar o nome do solicitante (no caso de laudos judiciais deve constar
o nome do autor), nome dos demais interessados (réus quando se tratar de laudos judiciais), tipo de pericia ou de
ação, e números dos autos do processo (no caso de laudos judiciais) etc. É o resumo e/ou história dos fatos,
acontecimentos, incidentes etc., que resultem na necessidade do parecer (FIKER, 2007)
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AÇÃO DE COBRANÇA DE DIREITOS AUTORAIS: É promovida quando
se deseja cobrar os direitos autorais que pleiteia, com base na Lei dos Direitos Autorais (Lei
9610/1998).
AÇÃO PARA CUMPRIMENTO DE UMA OBRIGAÇÃO: é quando precisa
forçar ao cumprimento da entrega de um bom quando se tem um contrato com data prevista. O
consumidor utiliza para obrigar o fornecedor a cumprir com o prometido.
AÇÃO DECLARATÓRIA: Quando o autor, demonstrando legítimo interesse, pede
por sentença, porém sem efeitos executório ou compulsório, seja reconhecida a existência ou
inexistência de um direito, de uma relação judicial, ou da falsidade ou autenticidade de um
documento. Tem como objetivo evitar futuros litígios.
AÇÕES DEMARCATÓRIAS5: Ação para se reavivar os limites de um imóvel
perante seus vizinhos. Compete ao dono de um imóvel com ou sem benfeitorias, com título
singular, contra os imóveis confinantes, para que aviventem ou restaurem por meio de marcos,
as linhas divisórias comuns que estejam apagados ou, também, se corrijam limites confusos.
AÇÃO DEMOLITÓRIA6: Quando um imóvel, ou até mesmo uma marquise,
encontra-se em situação de risco para seu vizinhos ou transeuntes, entra-se com uma medida
cautelar ou incidente, a qual é proposta durante a ação principal, ou até antes desta, a fim de
demolir prédio ou elemento construtivo para resguardar a saúde, a segurança ou outro interesse
público.
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO: Quando um órgão do Poder Executivo
expropria um imóvel por utilidade pública, propõe contra o título de posse do proprietário, no
qual será indenizado por um valor dado pelo expropriador ou por sentença dada pelo juiz, após
a avaliação judicial.
AÇÃO DE DESPEJO: Ação que compete ao proprietário, locador ou locatário de
imóvel urbano ou rural, contra qualquer ocupante a título de locação, sublocação ou precário, o
qual deverá ser desocupado no prazo legal, sob pena de ser a isso compelido.
AÇÃO DE DIVISÃO7: Ação para que seja dividido o imóvel urbano ou rural, em
partes que couber por direito, por título hábil ou com direito real. Esta ação é meramente
declaratória da propriedade, pode ser cumulada com a de demarcação.
AÇÃO CONTRA ESBULHO8: Quando é solicitado ao Juiz para que este retire
alguém da posse dos bens objeto da lide, que são atribuídos a outrem, e que foi obtido com
violência, grave ameaça ou preterição da norma legal ou de formalidades processuais
indispensáveis.
5
Ver artigos 1297 e 1298 do NCC, e 946 e 950 do Código de Processo Civil (CPC).
66
Ver art. 888, VIII, do Código de Processo Civil.
7
Ver art. 1320 do NCC e 946 do CPC.
8
É a retirada forçada do bem de seu legítimo possuidor, que pode se dar violenta ou clandestinamente. Neste
caso, o possuidor esbulhado tem o direito de ter a posse de seu bem restituída utilizando-se, para tanto, de sua
própria força, desde que os atos de defesa não transcendam o indispensável à restituição. O possuidor também
poderá valer-se da ação de reintegração de posse para ter seu bem restituído.Disponível em:
http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/562/Esbulho. Acesso em: 05/01/2015.
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AÇÃO ESTIMATÓRIA, OU “QUANTI MINORIS”9: Quando se adquire um
bem móvel ou imóvel e é constatado que esse bem é menor na quantidade ou na extensão,
compete ao comprador, pedir que, por meio de arbitradores, se faça abatimento proporcional
no preço ajustado, ou que não era conhecido ou não foi declarado na ocasião da aquisição
desse bem. Isso também pode ser aplicado ao adquirente da coisa que tem vícios10 ou defeitos
ocultos11, mas que apenas diminuir o valor, para pedir redução do preço contratado, porém sem
desfazer do mesmo. Tratando-se de coisa adquirida em hasta pública, esta ação não pode ser
proposta.
AÇÃO “EX EMPTO” OU EX EMPTI”: O comprador de um bem, pode
promover contra o transmitente a fim de obrigá-lo a: a) entregar-lhe a coisa vendida, em sua
totalidade, bem como os seus frutos pendentes, acessórios e título de propriedade da mesma; b)
completar a área determinada do imóvel transmitido, se ela não corresponder às dimensões
enunciadas, ou à rescisão de contrato, ou abatimento proporcional de preço; c) resolução do
contrato, restituição do preço e indenização de perdas e danos, no caso de evicção12 do prédio
vendido.
AÇÃO DE EXECUÇÃO: execução forcada, onde o credor intima o devedor de
título líquido e certo, o qual já venceu, ou outro com igual força, a pagar-lhe dentro do prazo
fixado por lei, a importância da dívida e acessórios; na falta do pagamento poderá ser
penhorado bens que correspondam ao valor da dívida, e à avaliação e subsequente venda dos
mesmos em hasta pública. (arts. 566 e seguintes do CPC).
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE: Espécie de ação de procedimento ordinário
que compete “a) aos adquirentes de bens para haverem a respectiva posse, contra os alienantes
ou terceiros que os detenham; b) aos administradores e demais representantes das pessoas
jurídicas de direito privado, para haverem de seus antecessores a entrega de bens pertencentes
à pessoa representada; c) aos mandatários, para receberem dos antecessores a posse dos bens
do mandante”.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO13: Ação pela qual o prejudicado em virtude de
violação do seu direito, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência de
outrem, contra ele propõe para exigir o ressarcimento pelo dano causado.
AÇÃO DE INVENTÁRIO: Processo especial no qual é necessário à listagem dos
herdeiros e descrição dos bens do falecido, incluindo os encargos e a avaliação e liquidação da
herança a ser transmitida aos herdeiros ou sucessores. Costuma incluir a partilha, ou seja, a
divisão dos bens do espólio entre os herdeiros.
9
Ver artigos 442, 500, 615 e 616 do NCC. Ver também Ação Redibitória e Ação Ex. Empto.
10
Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam inadequados aos fins a que se
destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao consumidor. Podem ocorrer de falha de projeto, ou da
execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção (PERÍCIAS DE
ENGENHARIA, 2008).
11
Defeitos são anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça potencial de dano à saúde ou
segurança do consumidor, decorrentes de falhas do projeto ou execução de um projeto ou serviço, ou ainda, da
informação incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção (PERÍCIAS DE ENGENHARIA, 2008).
12
Corresponde ao caso de perda total ou parcial da coisa objeto de compra e venda em virtude de sentença
judicial que reconhece como de propriedade de terceiro antes da transmissão.
13
Ver art. 186 e 927 do NCC.
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AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO: Ordem judicial (chamada edito), a
qual é obtida pelo possuidor da coisa ou do direto real, que se acha sob ameaça de turbação14,
ou esbulho de sua posse, visando impedir violência iminente, com cominação de pena
pecuniária ao transgressor do preceito.
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE15: O possuidor promove contra quem
o perturba na posse da coisa física, seja bem móvel ou imóvel, de que não fora privado, a fim
de que se abstenha da violência e o indenize dos danos ou prejuízos que lhe causar.
AÇÃO MERAMENTE DECLARATÓRIA: Quando se quer comprovar (ou não)
a existência de uma relação jurídica, a qual está prevista em documento, a exemplo de
contrato, como também a sua autenticidade ou até mesmo sua falsidade. Exemplificando: num
contrato quando se prevê um reajuste do débito “’pelo maior índice divulgado’”, o comprador
pode contestar que seja “’declarado’” a sua ilegalidade, ficando mantidas as demais cláusulas
não contestadas.
AÇÃO ORDINÁRIA DE RECISÃO CONTRATUAL: Contestar o distrato
contratual pelo não cumprimento de uma ou mais cláusulas.
AÇÃO DE PARTILHA: Ação pela qual se faz a divisão dos bens do espólio da
pessoa falecida entre seus herdeiros.
AÇÃO POPULAR: Quando se pretende mover uma ação contra um administrador
público, pela má gestão da coisa pública.
AÇÃO POSSESSÓRIA: De forma geral, é toda ação geral na qual tem como
objetivo proteger a posse jurídica da coisa; são os interditos possessórios, ação de manutenção
de posse, a ação de reintegração de posse e o interdito proibitório. Em oposição à ação
petitória.
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: Abortada por quem tem o direito de
apurar as despesas de pessoas jurídicas ou físicas que movimentam seu dinheiro (procurador,
administrador de fundos financeiros, etc.)
AÇÃO RED16IBITÓRIA: Quando se adquire um móvel ou imóvel, seja por venda
ou permuta em contrato comutativo e detecta que esta aquisição possui vício ou defeito, o qual
se torna impróprio para uso à que se destina ou diminua o seu valor. O adquirente move a ação
para reincidir o contrato e a restituição do preço recebido pela alienação. Neste caso o
vendedor ficará ainda obrigado ao ressarcimento das perdas e danos verificados, caso
conhecesse o defeito e não o revelou, agindo, assim de má-fé. Esta ação não pode ser alvitrada
relativamente à coisa adquirida em hasta pública.
14
É todo ato externo voluntário, ou fato material, direto ou indireto, manifestamente contrário a posse de outrem,
no todo ou em parte, que é resolvido na ação de manutenção de posse (artigos 499 do cc e 926 do CPC),
(GRANDISKI, 2011)
15
Ver artigos 1210 e 1222 do NCC, e art. 924 do CPC.
16
Ver artigos 441 a 446 do novo Código Civil - NCC
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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE17: Essa ação é movida quando o
possuidor, em posse de documentação legítima, de coisa móvel de que fora espoliado por
violência, clandestinidade ou precariedade, com o fim de recuperá-la, promove contra o
esbulhador, ou terceiro que o recebeu, ciente do esbulho (Art. 1210 do NCC). Também é
movida pelo vendedor quando o comprador da coisa com reserva de domínio não pagou , e ele
deseja reavê-la.
AÇÃO RENOVATÓRIA18 DE LOCAÇÃO COMERCIAL: Ação promovida
quando o locatário, ou sublocatário, seus cessionários ou sucessores, entra contra o locador de
prédio de uso comercial, ou contra o sublocador e o proprietário, para pedir que seja decretada
a prorrogação do contrato de seu arrendamento, para fim comercial. Esse contrato deve ter um
prazo de no mínimo, cinco anos no qual o autor desta ação esteja instalado e explorando com o
mesmo ramo de atividade e a ação deve ser proposta no máximo até seis meses, no mínimo,
anterior a data da finalização do contrato em vigor. Está tudo bem explicado na Lei do
Inquilinato.
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO: É utilizado quando se paga uma
parcela mais de uma vez e quer a devolução desta quantia paga.
AÇÃO DE REPARAÇÃO CIVIL: Essa ação é proposta por quem se sentir
prejudicado devido a ação ou omissão de terceiros, com base no artigo 205, § 3º, inciso V do
NCC; sem precedentes no antigo CC.
AÇÃO REVISIONAL19 DE ALUGUEL: essa ação compete tanto ao locador
quanto ao locatário, em qualquer locação quando precisa ajustar o preço do aluguel pago pelo
inquilino ao mercado, decorrido o prazo de três anos do contrato inicial, ou renovado, ou do
último reajuste. Tudo isso está explicito na Lei do Inquilinato.
17
Ver artigo 926 e seguintes do CPC
18
Comerciais – prorrogação do contrato de locação
19
Comerciais e residenciais – valores defasados
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6 FUNÇÕES DO PERITO E ASSISTENTES TÉCNICOS
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8 O LAUDO TÉCNICO
O laudo emitir
itir opiniões pessoais que excedam o exame técnico
ou científico do objeto da perícia.
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São partes principais do laudo:
EXÓRDIO → apresentação do tema ou da tese a ser desenvolvida. Deve ser leve,
inciso, provocar uma mudança de comportamento no destinatário, de forma a tirá-lo de
uma posição ou passividade e predispô-lo a ouvir ou ler o discurso.
NARRAÇÃO → narrativa dos fatos que vão motivar o aparecimento da tese
apresentada. Eles devem ser apresentados de forma a justificar uma ação que será
exercida no sentido de dar resposta a esses fatos que clamam por uma solução ou por
uma conclusão.
CONFIRMAÇÃO → exposição da tese para solucionar os problemas apresentados,
ou concluir baseado nela.
PERORAÇÃO → encerramento do discurso em final das conclusões apresentadas,
colocando um final mediante uma frase de fecho conclamando o destinatário a aceitar
a tese exposta.
Existem diversos tipos de laudo, já que as lides acometidas na engenharia são diversas,
como segue:
Laudo: “Parecer técnico escrito e fundamentado e emitido por um
especialista indicado por autoridade, relatando resultados de
exames e vistorias, assim como eventuais avaliações com ele
relacionadas”.
Parecer “Relatório circunstanciado, ou esclarecimento técnico emitido
Técnico: por um profissional capacitado e legalmente habilitado sobre
assunto de sua especialidade”.
Relatório: “Narração ou descrição verbal ou escrito, ordenada
e mais ou menos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou
observou”.
Vistoria: “Constatação de um fato ou imóvel, mediante exame
circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem, objetivando sua avaliação ou parecer sobre o
mesmo”.
Inspeção “Vistoria da edificação para determinar suas condições
Predial: técnicas, funcionais e de conservação, visando direcionar o
plano de manutenção”.
Avaliação: Análise técnica, realizada por Engenheiro de Avaliações, para
identificar o valor de um bem, de seus custos, frutos e
direitos, assim como determinar indicadores de viabilidade de
sua utilização econômica, para uma determinada finalidade,
situação e data.
Laudo Judicial: Laudo emitido por perito judicial.
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Laudo Extra Laudo emitido por especialista, que não na qualidade de
Judicial: perito judicial.
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Nelson Roberto Pereira. Perícias de engenharia / IBAPE/SP. Capítulo 1:
Introdução, p. 16. São Paulo: Pini, 2008.
BRASIL, Código Civil (2002). Código Civil. – Brasília : Câmera dos Deputados,
Coordenação de Publicações, 2002. 342 p. (Série fontes de referência. Legislação ; n. 43).
BURIN Eduardo M.; DANIEL, Emílio; FIGUEIREDO, Flavio F. de; MOURÃO, Iara C. S.;
SANTOS, Marcio S.. Vistorias na Construção Civil / Eduardo M. Burin... [ET al.] – São
Paulo: PINI, 2009.
FIKER, José. Manual prático de direito das construções / José Fiker. – 3. Ed. – São Paulo :
Liv e Ed. Universitária de Direito, 2008.
FIKER, José. Avaliação de imóveis: manual de redação de laudos / José Fiker. - - 2. Ed. -
- São Paulo: PINI, 2009.
GOMIDE, Tito Lívio Ferreira. Engenharia diagnóstica em edificações / Tito Lívio Ferreira
Gomide, Jerônimo Cabral P. Fagundes Neto, Marco Antonio Gullo. – São Paulo: Pini, 2009.
MEDEIROS JUNIOR, Joaquim da Rocha; FIKER, José. A perícia judicial: como redigir
laudos e argumentar dialeticamente / Joaquim da Rocha Medeiros Jr., José Fiker. - - 3. Ed.
- - São Paulo : Liv. E Ed. Universitária de Direito, 2009.
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