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Alzheimer e seus cuidadores

O cuidado que o idoso em condição de Alzheimer necessita é muito complexo.


Além das alterações fisiológicas ou biológicas que acometem o indivíduo ou
idoso portador de Alzheimer, causando perdas cognitivas e motoras, que
necessitam de uma atenção especial, há também outros fatores que estão
atrelados à condição da doença e que afetam diretamente os cuidadores.

A DA afeta a orientação, atenção, linguagem, capacidade para resolver


problemas e habilidades para desempenhar as atividades da vida diária, por
final causa um distanciamento do EU. Visto isso, cabe ao cuidador ou aos
cuidadores ministrar todos os meios necessários para o cuidado.
O que acaba acontecendo é que esse quadro altera profundamente o cotidiano
das famílias, que acabam também se tornando “vítimas” da DA. Desde o início
do diagnóstico, os responsáveis pelo cuidado, na maioria das vezes mulheres,
filhas ou esposas, que já exercem um papel de cuidadora na família
(LUZARDO, et al., 2006), têm que dar conta de aceitar o diagnóstico e planejar
o futuro, além de mediar conflitos familiares causados pelo esgotamento e
pelas incertezas que acabam aparecendo no que diz respeito às próprias
práticas de cuidado. Isso também acaba gerando nesse cuidador uma carga de
responsabilidade muito grande e o deixa vulnerável a doenças físicas,
depressão, perda de peso e insônia (CARROLL; BRUE, 1991).

Em contrapartida, a qualidade de vida dos pacientes com DA ou em situação


de demência depende, primordialmente, daqueles que são responsáveis pelo
seu cuidado. Por essa razão é importante que as abordagens terapêuticas vão
ao encontro não só dos portadores de DA como da família e dos cuidadores. O
paciente com DA depende dos familiares e cuidadores, então a orientação
sobre a doença e seu prognóstico diminui a ansiedade e a depressão gerada
pela presença de uma doença grave na família (BOTTINO, et al., 2002).

Visto isso, foi lançado em 2008 pelo Ministério da Saúde o Guia Prático do
Cuidador, com o objetivo de orientar os cuidadores de pessoas com qualquer
idade, acamadas ou com limitações físicas que necessitem de cuidados
especiais; esclarecer os pontos mais comuns do cuidado em domicílio;
estimular o envolvimento da família, da equipe de saúde e da comunidade nos
cuidados e promover melhor qualidade de vida para os envolvidos (BRASIL,
2008). Também com essa preocupação, a UESC – Universidade Estadual de
Santa Cruz desenvolveu o Manual do Cuidador da pessoa com Alzheimer, que
além de ter o objetivo de informar sobre a condição da doença, também auxilia
na tomada de decisão em relação ao doente e as orientações médicas a
respeito do tratamento, mas é importante ressaltar que esses manuais não
dispensam a necessidade de se ter orientações de um profissional ou de
serviços de saúde especializados. De acordo com o MS, em relação à DA,
esses serviços são ofertados nos Centros Especializados em Reabilitação, que
são pontos de atenção ambulatorial especializados em diagnóstico e
tratamento completo para a pessoa com Alzheimer. O SUS ainda disponibiliza
medicamentos capazes de retardar o progresso da doença e minimizar os
distúrbios de humor e comportamento.

Portanto, o papel de cuidar implica num diálogo interativo constante entre


paciente, família, profissionais especializados e cuidadores, juntamente com
uma equipe multiprofissional (como é o caso das ESF’s), pois o cuidado se
situa em vários níveis e dimensões biopsicossociais. Faz-se necessária uma
mudança na mentalidade da população sobre o idoso e sobre a DA, que leve a
uma conscientização sobre a doença e de suas perspectivas terapêuticas.

Abordagem para tratar

A psicologia, enquanto parte da equipe multiprofissional, é de grande


importância no tratamento e acompanhamento da doença de Alzheimer. Dentre
os vários olhares para o ser humano, o profissional psicólogo, antes de utilizar
qualquer abordagem ou teoria psicológica, trabalha dentro de um contexto
biopsicossocial, nesse sentido deverá interagir com a equipe multiprofissional,
com a família e cuidadores e com o paciente.
Em situação de Alzheimer, a psicoterapia é indicada, para o paciente, somente
nos estágios iniciais da doença, visto que com o tempo o sujeito perderá a
capacidade de se recordar das pessoas, do psicoterapeuta e, inclusive, de si
próprio, mas isso não exclui a possibilidade de se fazer algum trabalho
psicoterapêutico, como musicoterapia e pet-terapia, que poderão auxiliar na
redução do stress, na estimulação das habilidades cognitivas preservadas,
incentivar o convívio social e atividades de lazer, tão importantes não só para o
paciente como também para aqueles que são responsáveis pelo seu cuidado.
Em relação aos familiares e cuidadores, o papel da psicologia é de oferecer
escuta e orientação, auxiliar no processo de aceitação da doença e de sua
condição crônica e gradual, além de oferecer troca de experiências. O
profissional psicólogo também é mais capacitado para lidar com o manejo das
angústias, medos e receios dos cuidadores, bem como com o manejo do
próprio sujeito adoecido. Ao trabalhar em todas essas esferas, o psicólogo
consegue ter uma ampla visão das questões que atravessam a vida dos
envolvidos e consegue, junto à equipe multiprofissional, criar estratégias
importantes no atendimento.

Algumas abordagens se mostram mais eficazes no auxílio do tratamento como


é o caso da Reabilitação Neuropsicológica, que tem a finalidade de
proporcionar ao indivíduo com DA o seu ótimo funcionamento cognitivo,
psíquico, físico e social, por meio de técnicas que possibilitam estímulos
diversos e reorganize a vida do paciente (Ávila, 2004; Ávila & Miotto, 2003;
Clare, 2003) e Terapia Cognitivo Comportamental, por ser estruturada, diretiva
e atuar especificamente sobre as funções executivas e a emoção. Ademais, a
TCC pode ajudar o idoso com demência e seu familiar a se organizarem no
dia-a-dia, fornecendo instrumentos para as dificuldades apresentadas (Wilson,
2003). Contudo existem outras perspectivas que podem conjuntamente
contribuir de alguma forma para o tratamento de Alzheimer.

O “International Journal of Jungian Studies” publicou em 2016 uma matéria


intitulada: “The self that remains: a symbolic analysis of the psychological death
of the self in Alzheimer's disease” - O eu que permanece: uma análise
simbólica da morte psicológica do eu na doença de Alzheimer, em que Kesstan
Blandin discute como a identidade é desconstruída a partir da doença, mas
mesmo nos estágios avançados da doença há um self-EU que ainda
permanece, o modo de ser da pessoa.
Um dos casos discutidos no artigo é do senhor Wilson, que sempre foi visto
como um homem cuidadoso, atencioso, introvertido e altamente inteligente e
nos estágios avançados da doença, mesmo não reconhecendo mais sua
família e não sabendo mais quem era, ainda demonstrava traços de uma
pessoa cuidadosa, como quando avisou aos trabalhadores que estavam a
cortar a grama que as lâminas da máquina não estavam abaixadas ou quando,
mesmo irritado com sua esposa, não deixava de ser educado e em um outro
momento em que ele agradece ao seu filho que o ajudou a usar o banheiro.
Em outro caso, o de Antonio, sua esposa diz que um ano antes de sua morte
física ele não entendia mais suas palavras, mas ele ainda a acariciava quando
se deitavam na cama. “Se olhar para Antonio em sua personalidade ele terá ido
embora, mas em sua força, seu coração generoso e em sua necessidade de
toque e carinho, ele ainda está aqui” disse Lana, sua esposa.·.

Nesse sentido, por mais que haja um distanciamento do self, ainda há um


sujeito, um contexto social e uma situação biológica que não podem ser
ignorados e devem ser levados em consideração para que haja uma melhor
aderência ao tratamento pela família, pela equipe e pelos cuidadores.

Referências Bibliográficas

ANTÃO, J. Y.F.L et al. Atuação dos Profissionais da Estratégia Saúde da


Família (ESF) no Cuidado aos Portadores da Doença de Alzheimer. Convibra,
2014.

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Curso (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais. 2012.

BLANDIN, K. The self that remains: a symbolic analysis of the psychological


death of the self in Alzheimer's disease. International Journal of Jungian
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http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/09/sus-oferece-tratamento
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Idosos com a Doença de Alzheimer: Uma Reflexão Sobre Aspectos
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