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Comitê de Publicações
Carlos A. Rava (Presidente)
Emílio da Maia de Castro
Flavio Breseghello
Luiz Roberto Rocha da Silva (Secretário)
Edição
Área de Comunicação Empresarial - ACE
Revisão gramatical:
Vera Maria Tietzmam Silva
Diagramação
Fabiano Severino
Capa:
Rejane Martins de Oliveira
Normatização Bibliográfica
Ana Lúcia D. de Faria
CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Arroz e Feijão.
© Embrapa 2000
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO ................................................................ 9
2 ELEMENTOS CLIMÁTICOS.............................................. 10
2.1 Padrão de chuvas anterior à estiagem .................... 10
2.2 Radiação solar, temperatura e umidade relativa do ar . 10
1 INTRODUÇÃO
1
Pesquisador, Dr., Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, CEP 75375-000
Santo Antônio de Goiás, GO.
2
Pesquisador, M.Sc., Embrapa Arroz e Feijão.
desenvolvimento do sistema radicular, a planta muito rapidamente vai
deprimir a reserva útil de água do solo e entrar em déficit, comprometendo
os processos fisiológicos básicos. Portanto, no estabelecimento de
deficiência hídrica, interagem, além da falta de chuvas propriamente
dita, elementos climáticos e do solo, além de características da própria
planta. Dessa forma, é pouco eficiente estimar-se a perda de produtividade
com base apenas no número de dias sem chuva. Os fatores que irão
mediar a resposta da planta são discutidos a seguir.
2 ELEMENTOS CLIMÁTICOS
10
meteorológico com treinamento adequado. Para o cálculo da
evapotranspiração máxima do arroz, multiplica-se a evaporação no
tanque Classe “A” pelo coeficiente do tanque (Kp) e pelo coeficiente
de cultura (Kc). O Kp varia em função do tamanho e do tipo da bordadura
(grama ou solo nu), da velocidade do vento e da umidade relativa do
ar. Valores de Kp para diferentes situações podem ser encontrados em
publicações específicas (Doorenbos & Kassan, 1979; Stone & Silveira,
1995).
O Kc varia em função da fase de desenvolvimento da cultura do
arroz (Figura 1), mas em cada fase pode ser considerado constante,
para um dado tipo de planta, sob determinadas práticas culturais (Stone
& Pereira, 1994; Stone & Silva, 1999). Entretanto, quando o tipo de
planta é modificado, como no caso das novas cultivares de arroz de
sequeiro de tipo de planta moderno (arroz de terras altas), que
apresentam menor porte e folhas mais eretas do que as cultivares de
tipo de planta tradicional, e as práticas culturais são modificadas com
a redução no espaçamento, de 50 cm para 20 cm entre linhas e aumento
na adubação, o índice de área foliar aumenta e o Kc é alterado (Figura
2). Isto tem como conseqüência maior requerimento de água e, portanto,
maior suscetibilidade à deficiência hídrica.
Utilizando os valores de Kc apresentados nas Figuras 1 e 2, e os
dados de precipitação para duas localidades da região dos cerrados,
aplicou-se modelo de simulação do balanço hídrico para estimar o
requerimento de água e o número de dias de déficit hídrico a que
estariam submetidas três cultivares de arroz de sequeiro, duas de tipo
de planta tradicional (ciclo médio e ciclo curto) e uma de tipo de
planta moderno. De acordo com os dados gerados pela aplicação do
modelo de simulação, apresentados na Tabela 1, há menor risco de
deficiência hídrica para a cultivar tradicional de ciclo curto, devido ao
seu menor requerimento hídrico. Para a cultivar de tipo de planta
moderno, desenvolvida para cultivo sob irrigação suplementar ou para
regiões favorecidas quanto à distribuição de chuvas, existe alto risco
de deficiência hídrica quando cultivada fora destas condições, por
causa do seu alto consumo de água.
11
1,6
1,5 #110 dias
1,4 ' 135 dias
1,3 ' '
Coeficiente de cultura
'
1,2 # '
# #
# #
# ' ' '
1,1
1 # '
0,9 # ' '
#
0,8 '
'
0,7 #
0,6 #
0,5 '
0,4 '
0,3
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Dias após a emergência
2,5
2
Coeficiente de cultura
1,5
0,5
0
40 60 80 100 120
Dias após a emergência
Fig. 2 Coeficiente de cultura (Kc) durante o ciclo de desenvolvimento da cultivar
de arroz Maravilha, de tipo de planta moderno, semeada no espaçamento
de 20 cm entre linhas.
Fonte: Stone & Silva (1999).
12
Tabela 1 Requerimento de água, obtido por aplicação de modelo de simulação
do balanço hídrico, de cultivares de tipo de planta tradicional de sequeiro,
de ciclo curto e ciclo médio, em comparação com a cultivar Maravilha,
de tipo de planta moderno, considerando a data de semeadura de 15
de novembro, em duas localidades na região dos cerrados.
13
só pode ser feito em laboratório. A curva é determinada a partir de
amostras indeformadas, coletadas com anéis apropriados, submetidos
a diferentes tensões, com auxílio de placas porosas, em câmaras de
pressão. A avaliação da curva de retenção permite uma estimativa
rápida da disponibilidade de água no solo para as plantas, na
profundidade de solo considerada. Assim, pode-se determinar a
quantidade máxima de armazenamento de água (capacidade de campo)
ou o armazenamento em qualquer tensão de água do solo.
A Tabela 2 apresenta o conteúdo de água, retido em solos
representativos da região dos cerrados, ao longo do gradiente de
tensões. Para os três primeiros, de textura argilosa, considerando-se
um perfil de solo de 50 cm, a tensão de 8 kPa como capacidade de
campo (CC) e 30 kPa como a tensão adequada para irrigação, a
água disponível para a planta de arroz seria igual a 13,0 mm, 14,5 mm
e 30,0 mm, respectivamente. Para os dois últimos, de textura arenosa,
considerando-se 6 kPa como CC, a água disponível seria igual a
1,5 mm e 9,0 mm, respectivamente. Considerando uma demanda
atmosférica de 6 mm/dia, a água armazenada seria suficiente, para
atender de 0,3 a 1,5 dia, nos solos arenosos e de 2 a 5 dias nos
argilosos.
0,4
Umidade volumétrica (cm3/cm3 )
0,35
0,3
0,25
0,2
0 250 500 750 1000 1250 1500
Tensão matricial da água do solo (kPa)
14
Tabela 2 Caracterização de solos de cerrado de cinco localidades e diferentes texturas, quanto ao teor de água
retido nas tensões compreendidas entre 6 e 1500 kPa. (8 kPa: capacidade de campo; 30 kPa: necessidade
de irrigação; 1500 kPa: ponto de murcha permanente)
15
Nerópolis-GO 35 33,2 30,6 26,6 26,5 395 290 315 Franco-Argiloso
Santa Fé de Goiás 25,5 24,5 21,6 16,9 16,9 285 100 615 Franco-Argiloso-
Arenoso
Dourados-MT 42,5 40,8 34,8 31,1 30,2 535 340 125 Argila
16
moderadamente suscetíveis à seca (Tabela 3). Cultivares como
Maravilha e Primavera possuem resistência à seca inferior às cultivares
tradicionais de sequeiro. Por outro lado, algumas cultivares, como a
Canastra, assim como muitas novas linhagens do Programa de
Melhoramento da Embrapa Arroz e Feijão, apresentam um grau de
resistência superior ao dos primeiros lançamentos de tipo de planta
moderno. Portanto, as características desejáveis dos dois tipos de
planta são passíveis de recombinação em um único genótipo.
17
Tabela 3 Ano de lançamento, Estado da Federação, tipo de planta, ciclo, classe
do grão e grau de resistência à seca, de cultivares de arroz
recomendadas para a região dos cerrados.
1
R-resistente; MR: moderadamente resistente; MS: moderadamente suscetível; S: suscetível.
18
4.2 Fases de desenvolvimento da planta
19
Tabela 4 Duração do processo de diferenciação da estrutura reprodutiva em plantas
de arroz.
20
massa vegetativa e está desenvolvendo processos críticos que
requerem muita energia. De acordo com a Tabela 4, vinte dias após o
início do processo de diferenciação da estrutura reprodutiva, que
corresponde a aproximadamente 15 dias antes do florescimento,
ocorre a divisão de redução (meiose) da célula-mãe do pólen. Nesta
fase, devido à grande sensibilidade da planta, a deficiência hídrica
resulta em decréscimo do número de espiguetas e da sua fertilidade,
mesmo que ocorra um posterior retorno da planta a condições
favoráveis de umidade do solo.
Ao final da fase reprodutiva, ocorre o período de maior
sensibilidade à seca, que é o florescimento. Esta etapa do
desenvolvimento necessita de aproximadamente 7-10 dias para se
completar em uma lavoura, devido ao escalonamento natural de
emissão de panículas do colmo principal para os secundários e
terciários. Em cultivares de ciclo curto, como Guarani e Primavera, o
florescimento (definido como a data em que 50% dos perfilhos
apresentam panículas emitidas) ocorre aproximadamente aos 75 dias
após semeadura e, em cultivares de ciclo médio, como Rio Paranaíba
e Maravilha, ocorre aos 95 dias. O florescimento envolve o
alongamento do último entrenó do colmo que subtende a panícula,
resultando na sua emissão, a abertura das flores, a polinização e a
fertilização do saco embrionário. A deficiência hídrica, ao afetar todos
estes processos, resulta em panículas parcialmente emitidas, ou com
alta esterilidade de espiguetas (Tabela 5), além de panículas dessecadas
(brancas) e baixa massa de 100 grãos. O dano à área foliar, nesta
fase, é irreversível, pois, embora a planta retorne a uma boa condição
hídrica, as folhas apresentam baixa capacidade de realizar fotossíntese.
21
Durante os primeiros 7-10 dias após o florescimento, em que
ocorrem os processos de formação e desenvolvimento do zigoto
(óvulo fecundado) e a fase inicial de enchimento de grãos (fase
leitosa), a planta também apresenta uma sensibilidade muito
acentuada à seca, que pode resultar em aborto do óvulo recém-
fecundado e, conseqüentemente, em grãos chochos, além de baixa
massa dos grãos. Esta fase é especialmente crítica em cultivares de
ciclo curto, que não possuem reservas de fotoassimilados nos
colmos, armazenados durante a fase vegetativa e, portanto,
necessitam elaborar todo o carboidrato para encher os grãos durante
a fase de maturação. Já as cultivares de ciclo médio e longo podem
utilizar essas reservas como uma salvaguarda, caso a deficiência
hídrica iniba o processo de fotossíntese nessa fase.
A Figura 5 exemplifica as alterações de sensibilidade à
deficiência e seu reflexo sobre o rendimento de grãos, em
experimento realizado com a cultivar de ciclo curto Guarani,
submetida à deficiência hídrica por períodos de 20 dias, ao longo
do desenvolvimento reprodutivo. Conforme pode ser observado, a
quebra no rendimento foi mais intensa quando a deficiência hídrica
coincidiu com a fase inicial do enchimento de grãos (1) e o
florescimento pleno (2), do que o início do florescimento (3) e a
meiose (4). Quando a deficiência hídrica coincidiu com os estádios
mais precoces de fase reprodutiva (5 e 6), não foi observada quebra
no rendimento. Assim, os 15 dias anteriores ao florescimento e os
10 dias posteriores são de particular importância no estabelecimento
do dano por seca.
Com base no exposto, uma forma bastante óbvia de minimizar
o risco por seca é evitar que a planta, durante tais períodos críticos
de desenvolvimento, depare com períodos de estiagem prolongados.
Este assunto será apresentado no item Época de Semeadura.
22
Quebra de rendimento (%)
Estádios de desenvolvimento
Fig. 5 Redução do rendimento (%) em relação ao controle irrigado sofrido
pela cultivar Guarani, de ciclo curto, submetida à deficiência hídrica
durante seis estádios da fase reprodutiva : 1- Início do enchimento de
grãos; 2- Florescimento pleno; 3- Emissão de panículas; 4- Diferenci-
ação da célula mãe de pólen; 5- Diferenciação de espiguetas; 6- Dife-
renciação de ráquis.
Fonte: Carmo (1997).
23
Tabela 6 Rendimentos obtidos pela cultivar IAC 47, em função do índice de
área foliar (IAF) e do regime hídrico no período reprodutivo.
24
dados de densidade linear radicular e conteúdo relativo de água do
solo, ao início e ao final de um período de 20 dias sem irrigação,
durante o período reprodutivo da cultura. Verifica-se que a densidade
radicular na camada de 60-80 cm, apesar de escassa, foi muito
eficiente na absorção de água, demonstrado pela considerável redução
do conteúdo de água do solo nessa camada, em relação ao conteúdo
inicial e ao controle irrigado. Nesse mesmo estudo, a densidade
radicular na camada de 60-80 cm do perfil dos solo apresentou muita
relevância na determinação da produtividade e da fertilidade das
espiguetas, com coeficientes de correlação linear de, respectivamente,
0,605* e 0,735**, enquanto a densidade nas camadas mais superficiais
não se mostrou relevante. Assim como a parte aérea, o sistema radicular
é intensamente afetado pelo manejo da cultura.
3,5
Densidade linear radicular
3 EXP I
(cm/cm3 de solo)
2,5 I F
2
1,5
0,5
35
EXP I
de água do solo (%)
30 I F
Conteúdo relativo
25
20
15
0-20 20-40 40-60 60-80 0-20 20-40 40-60 60-80
.
Profundidade do solo (cm)
Irrigado Estressado
25
5 MANEJO DA CULTURA
26
do solo pode desempenhar um efeito mais relevante sobre o
rendimento do que a irrigação suplementar. Nesse experimento, o
efeito benéfico do preparo profundo deveu-se tanto ao maior
crescimento da parte aérea, com conseqüente estabelecimento de
um maior rendimento potencial em relação ao preparo convencional,
quanto pelo maior aprofundamento do sistema radicular que, ao
minimizar o risco por seca, permitiu a expressão desse potencial.
Ainda como benefícios do preparo profundo, consideram-se a redução
da erosão laminar, devido à maior infiltração da água, e da população
de plantas daninhas, pela colocação do banco de sementes mais
profundamente no solo.
27
A subsolagem também é uma alternativa adequada para solos
compactados. Ao romper a camada impermeável, possibilita um maior
aprofundamento do sistema radicular e aumenta a capacidade de
armazenamento de água do solo, o que pode ser de grande
importância durante um período de estiagem. De acordo com a
Tabela 9, a subsolagem permitiu um acréscimo médio de 11% na
produção do arroz, em comparação com o preparo convencional.
Rendimento
Tratamentos
(kg/ha) (%)
Incorporação de calcário a 30 cm 3561 114,6
Subsolagem a 60 cm 3453 111,1
Escarificação 3116 100,3
Cobertura morta 3036 97,7
Plantio direto 2302 74,1
Preparo convencional 3107 100,0
Fonte: adaptada de Stone et al. (1980).
28
Convém salientar que os restos culturais reduzem
significativamente a evaporação da água do solo durante as fases
iniciais de uma cultura. À medida que as plantas crescem e cobrem
a superfície do solo, a evaporação torna-se um fator de menor
importância, e a transpiração passa a ser o fator principal de perda
de água. Neste estádio, as diferenças entre o plantio direto e o
preparo convencional tendem a diminuir. O plantio direto não é
uma prática que possa ser adotada de maneira indiscriminada para
todo tipo de solo. As experiências com esta técnica na cultura do
arroz ainda são escassas, e algumas delas indicaram decréscimos de
rendimento para a cultura, em relação a outros manejos (Tabela 9).
Entretanto, a experiência atual indica que o desempenho da cultura,
neste manejo, melhora com o passar dos anos. Entre os requisitos
para se obter sucesso com o plantio direto está o bom preparo do
solo, incluindo preparo profundo e até subsolagem, se necessária,
antes de começar a usar esta prática.
5.2 Adubação
29
e à reciclagem de nutrientes provenientes do subsolo para a
superfície, feita pelas plantas e pelos anelídeos. Os fertilizantes
são aplicados na superfície do solo ou incorporados na profundidade
da aração e lá permanecem, devido à adsorção às argilas e matéria
orgânica. Somente os nitratos, sulfatos e cloretos são prontamente
passíveis de lixiviação. Durante um período de estiagem, a planta
extrai água de camadas progressivamente mais profundas, onde o
suprimento de nutrientes é mais baixo, o que contribui para reduzir
ainda mais sua absorção durante os períodos de deficiência hídrica.
Outro aspecto a ser considerado é que, em muitos solos de cerrado
com subsolo altamente ácido, deficiente em cálcio e com
concentrações tóxicas de alumínio, que restringem o
desenvolvimento radicular, a correção da acidez pela calagem
profunda pode promover o crescimento das raízes. De acordo com
os dados da Tabela 9, houve um aumento médio de 15% na
produção pela incorporação de calcário até 30 cm de profundidade.
30
Produtividade (kg/ha)
31
Tabela 10 Produtividade de arroz (média das cultivares Rio Paranaíba e Maravilha),
em função de doses e parcelamento de nitrogênio (média de dois anos)1.
Dose de N Produtividade
Parcelamento de N
(kg/ha) (kg/ha)
0 - 2429b
40 Todo na semeadura 2802a
40 1/3 na semeadura e 2/3 na diferenciação
do primórdio floral 2875a
40 1/3 na semeadura e 2/3 no florescimento 2613ab
80 Todo na semeadura 2808a
80 1/3 na semeadura e 2/3 na diferenciação do
primórdio floral 2772a
80 1/3 na semeadura e 2/3 no florescimento 2758a
DMS (5%) 288,5
1
Valores seguidos pela mesma letra não diferem significativamente, a 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
Fonte: adaptada de Stone & Silva (1998).
32
110
108
Produtividade relativa (%)
106
104
102
y = 0,113x + 100
100 R 2 = 0,99**
98
96
94
-40 0 40 80
Doses de K em relação à recomendada (kg/ha)
33
um período crítico (floração/enchimento de grãos) de 35 dias,
compreendido entre o 65º e o 100º dia após a emergência para
cultivares de ciclo curto, e entre o 85º e o 120º dia para cultivares
de ciclo médio.
Para cada localidade foram calculados os valores de ETr/ETm
médios da fase de florescimento/enchimento de grãos para cada
ano. Uma vez determinados estes valores, efetuou-se uma análise
freqüencial para 80% de ocorrência.
Para a caracterização do risco climático ao cultivo do arroz de
sequeiro nos cerrados, foram estabelecidas três classes de ETr/ETm:
⇒ ETr/ETm≥0,65 - a cultura do arroz de sequeiro está exposta a um
baixo risco climático.
⇒ 0,65>ETr/ETm≥0,55 - a cultura do arroz de sequeiro está
exposta a um risco climático médio.
⇒ ETr/ETm<0,55 -a cultura do arroz de sequeiro está exposta a um
alto risco climático.
Constam na Tabela 11 as datas limites para a realização da
semeadura do arroz de sequeiro em algumas localidades dos Estados
de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além destas informações,
a Embrapa Arroz e Feijão dispõe de outras para todos os municípios
do Centro-Oeste do Brasil (Silva et al., 1994; 1997; 1999).
34
Os mapas de zoneamento agroclimático da cultura já
disponíveis, como mostra a Figura 9, propiciam uma excelente
ferramenta para reduzir os riscos de deficiência hídrica na cultura
do arroz de sequeiro, contribuindo de forma muito eficiente para o
aumento da produtividade média e a estabilidade de produção.
Devem, pois, serem utilizados como instrumentos diretores na
definição da melhor época e áreas mais indicadas para o plantio,
bem como na formulação de políticas de incentivos à produção em
regiões de menor risco climático.
35
5.4 Espaçamento e densidade de plantio
6 CONCLUSÕES
36
É fundamental que a lavoura apresente crescimento equilibrado
da parte aérea e do sistema radicular, uma adequada cobertura do
terreno pelas folhas e um bom estado sanitário e nutricional.
Prevenção à seca não pode ser confundida com impossibilidade
de aplicação de insumos e com lavouras mal conduzidas.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
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39
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