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MULHERES NA MITOLOGIA: UMA ANÁLISE DE PERSONAGENS

MÍTICOS DA CULTURA AMAZÔNICA.

Esp. Gladys Oliveira de Sá


Universidade do Estado do Amazonas
gladysoliveirades@yahoo.com.br

Esp. Márcia Guedes Egas Dutra


Universidade Federal do Amazonas
Marci_ge@hotmail.com

RESUMO
O presente artigo versará sobre o papel da mulher nos mitos amazônicos. O trabalho
será desenvolvido a partir da análise de três personagens míticos da região.
Primeiramente, Icamiabas e sua assimilação pelos viajantes e cronistas nos séculos XIV
e XV, os quais as denominaram de amazonas, fazendo referência à força e beleza
feminina. Já no segundo apresentaremos uma visão inocente e romântica da mulher, já
que o mito analisado será Vitória – Régia e temos a mítica Mãe D’água, que encanta,
mas sabe ser perversa quando lhe convém. O artigo mostra a importância do resgate da
nossa cultura imaterial.
Palavras - Chave: Mitos. Mulher. Resgate cultural.

ABSTRACT
This article focus is the role of woman in the Amazon mythis. Developed from the
analysis of three mithical characters of the region. Firstly “Icamiabas” and its
assimilation by travelers and writers during the 14th and 15th centuries, which
termed them amazons, referring to the strength and beauty of women. Secondly
we present an innocent and romantic vision of womam, as the myth to be analyzed
is “Victoria-Regia” and thirdly we have the mythical “Mãe d’água” who charms,
but she knows to be evil when it suits her. The article shows the importance of
rescue our intangible culture.
Key-Words: Myths. Woman. Cultural revival.
INTRODUÇÃO

Quando falamos de mitos, inevitavelmente temos que buscar um pouco de sua


história e origem para que possamos compreender um pouco mais, haja vista que é um
assunto complexo e que engloba as diferentes culturas existentes. A palavra mito vem
do grego mythos e significava história, palavra ou narrativa até aproximadamente o
século IV a.C. Esse significado transformou-se através dos estudos do escritor grego
Heródoto. Desde então seu significado passou a compreender fatos narrados de forma
fantasiosa e recheado de elementos sobrenaturais e relacionados com elementos da
natureza.
Nas diferentes culturas, o mito suscita a curiosidade, interesse e pesquisa de
estudiosos no assunto, pois sempre buscaram responder questões referentes à criação do
mundo, relacionando a ação humana com a natureza. Elementos como Sol, Lua,
Árvores, Peixes entre outros apresentam características e forma humana simbolizando
nossas qualidades e defeitos, mas que trazem consigo a coragem dos heróis que compõe
as grandes narrativas mitológicas mundiais. Os mitos carregam em suas narrativas uma
diferenciação por motivos geográficos e culturais, mas que evidenciam particularidades
de cada país e uma similaridade quanto ao que se refere aos sentimentos e ações que são
apresentadas.
A cultura da Amazônia é vasta e repleta de personagens que nos fascinam,
além de representarem nossas ações, desejos ou mesmo ideal de conduta. Nessas
representações estão os mitos e seus personagens que procuram ajudar, proteger a
natureza, explicar a criação do mundo e principalmente de transmitir um ensinamento
ou simplesmente apresentam seres mágicos e possuidores de algum tipo de poder, pois
estes buscam ensinar ao ser humano como se relacionar com o meio ambiente e com as
diferenças existentes e também carregam em suas histórias casos de encantamento e
fantasias. A sua riqueza está presente nas histórias, transmissão dos mitos através da
oralidade, respeito pela natureza e seus elementos e principalmente pela capacidade de
criação de um mundo que independente de existir ou não, nos faz imaginar e criar
imagens mentais que nos reporta até ele, onde o impossível não existe. Essas narrativas
são a representação da identidade cultural do povo amazônico e diz muito sobre quem
somos.

Como diz Souza:

O que identifica o homem é sua cultura. Ao se identificar como natural de


determinado país ou região, o homem, na verdade, está se apresentando como
membro de uma sociedade, grupo, classe, Estado ou nação, ao qual ele faz
parte (SOUZA, 2011, p.17).

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A mulher está sempre presente nessa cultura, representando papeis bem
definidos e que procuram transmitir toda a força e também delicadeza que esta carrega
tanto na sociedade como também nas representações simbólicas e na cultura imaterial
tais como lendas e mitos. É importante para nosso crescimento compreendermos que
muito dos mitos ainda se fazem presente em nossas ações diárias, mesmo que não
queiramos admitir.

Entender as situações variadas vividas pelo homem, fazê-lo(sic) compreender


o mundo em que vive, reconhecer a realidade que se manifesta, relacionar a
vida com a criação dos deuses e todas as coisas, tudo isso está conservado
nos mitos, e o homem moderno necessita dessa forma de imaginação, pois o
que acontece no mundo atual é que ele costuma rejeitar qualquer
mistificação, não aceita facilmente um modelo de humanidade fora da
condição humana tal como ela é. (SOUZA, 2011, p.28)

E é a partir do que fala Anervina Souza que buscaremos analisar e, sobretudo


mostrar o papel que a mulher tem em três mitos Amazônicos: Icamiabas, Vitória Régia
e Mãe D’água para então fazermos um parâmetro entre estes personagens femininos e
a mulher na sociedade contemporânea, pois a mulher- presente na história desde a
criação do mundo foi sempre representada a partir de um olhar masculino. Sendo
assim, analisaremos esses mitos, haja vista que cada um traz personagens que mostram
a mulher como um ser que possui coragem e beleza, que traduz o ideário de uma
mulher a espera de um grande amor e a mulher que usa o homem para proveito
próprio, demonstrando que também pode ser implacável quanto necessário. Portanto,
“[...] os mitos são de uma infinita variedade: relacionam-se às religiões, são
cosmogônicos, divinos – ou heroicos” (BAYARD, 2006, p.11). Sendo assim, a partir
de um enfoque histórico crítico este artigo buscará desvendar um pouco do imaginário
que compõe esse mundo tão instigante e mágico que é o mundo dos mitos amazônicos
e da mulher e suas representações.

Icamiabas: A representação da força feminina.


O mito que narra a história das Icamiabas fala de mulheres que combatiam em
pé de igualdade com os homens que se aventuravam em terras Amazônicas nos séculos
V e VI e está relacionado com a descoberta do Eldorado. Teve início com Cristóvão
Colombo em fins do século XV, mas sua origem remonta ao mito das amazonas, que
teve como berço de origem a Grécia.

Diz a história, e mesmo a tradição, que a tribo encontrada por Francisco


Orellana, em 22 de junho de 1542, era composta de mulheres, que saíram ao
seu encontro, manejando o arco, pelo que lhes deu o nome de Amazonas [...].
(RODRIGUES apud LADISLAU, 2008, p.115)

E dessa forma, cronistas e viajantes como Gaspar de Carvajal, Gonzalo Pizarro


e Francisco de Orellana entre outros as descrevem da seguinte forma: mulheres altas,

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pele clara, sempre montadas em cavalos, armadas e sem pudor algum, pois estas não
usavam trajes nenhum. Contam também os viajantes que as Icamiabas moravam em
terras apenas de mulheres e que homens só eram bem vindos para um único propósito: a
procriação. Após isso eram descartados. No livro Senhores dos Rios, Ugarte escreve
que “[...] o mito das amazonas migrou, assim do velho para o Novo Mundo,
redimensionado com a nova realidade que se afigurava para os europeus”. (2003, p.12).
O nome de as amazonas começou a ser difundido, pois os viajantes e cronistas
associaram a imagem dessas índias ao mito grego que simboliza a força e coragem da
mulher. No entanto para os índios essas guerreiras eram conhecidas como Icamiabas,
que na cultura indígena significa mulher sem marido. Percebemos que houve uma
junção do mito grego com o mito indígena, sendo porém usado o nome as amazonas
para se referir a essas índias guerreiras. Essa era a imagem que o europeu fazia não só
do mito, mas das terras recém “descobertas”. Esse novo foi então descrito a partir de
uma visão fantástica e mágica, pois por não compreender a cultura, organização social e
política dos índios, os portugueses e espanhóis começaram a denominar como magia ou
bruxaria os elementos que compõe essa cultura. Porém esse mito, apesar de exaltar a
coragem da mulher, não deixa de reforçar que ainda assim, estas não estavam à altura
dos homens na arte de guerrear, haja vista que nos relatos dos viajantes elas são
descritas como fortes, porém sem capacidade de vencer. Como diz Ugarte (2003, p.13)

Para Carvajal, mesmo com toda essa coragem e destreza, as “amazonas”


eram inferiores aos espanhóis na arte da guerra. Embora cansados, famintos
e feridos, os espanhóis dispunham de armas de fogo e contavam, na visão do
cronista, com outra poderosa arma, a superioridade da sua religião, o
cristianismo, fazendo-os representantes de Deus naquelas paragens de povos
bárbaros, e que não os desampara.

Como podemos perceber, o papel da mulher acaba sendo diminuído em virtude


da visão do homem europeu e da religião, pois os habitantes das terras amazônicas eram
considerados seres inferiores e distantes da condição de seres humanos. A beleza das
Icamiabas era sim um fator de apreciação e alvo da imaginação e visão que os
portugueses e espanhóis tinham das terras amazônicas, contudo não representavam uma
ameaça. Para os portugueses e também espanhóis,

O universo mental europeu sobre o Novo Mundo em geral, e sobre a


Amazônia em particular, não separava a realidade material da realidade
imaginada. Alguns mitos europeus ganhavam novas expressões com o
desbravamento das terras americanas, e alguns deles tiveram lugar no seio da
Amazônia. (UGARTE, 2003, p.4)

O que podemos perceber a partir das leituras é o fato de que a mulher foi
representada no mito amazônico como um ser que lutava para preservar o meio em que
vivia, o que demonstra que mesmo os europeus sabiam reconhecer o papel deles na
história da ocupação da Amazônia, mesmo que inconscientemente retratando através
das amazonas a luta do indígena em não se deixar escravizar. O mito das Icamiabas
pode ser simbolicamente a representação da mulher que procura seu espaço na
sociedade e que pensa que para conquistá-lo e mantê-lo não irá precisar de mais
4
ninguém. As Icamiabas são as mulheres modernas, que trabalham e a cada dia lutam
para manter o seu espaço no mercado de trabalho e que muitas vezes cuida sozinha da
família – sendo pai e mãe – representando um novo grupo familiar.
E é por esses fatores que podemos dizer que os mitos ainda encantam a todos,
pois trazem em suas histórias muito da nossa vida e comportamento social, mas de uma
forma heroica, mágica e que fascina a todos. São um pouco da nossa cultura tanto
nacional como local e deve ser transmitido aos mais jovens, pois trazem em suas
narrativas uma riqueza de informação e sabedoria popular que não é encontrada em
nenhum outro tipo de patrimônio imaterial.

Vitória-Régia: O amor impossível.

No mito da Vitória-Régia, a mulher é representada por uma índia (Naiá) que


sonha com um amor impossível – o amor pela lua (Jaci) – que transforma jovens índias
em estrelas no céu. Essa história é narrada pelos pajés aos mais jovens, o que faz com
que uma jovem índia decida também virar uma estrela para brilhar no céu ao lado da
lua. Como não poderia ser diferente, esse mito trás assuntos que ainda hoje são
discutidos em nossa sociedade. A virgindade é, nesse mito, um pré-requisito para que as
índias sejam transformadas em estrelas, demonstrando que mesmo em representações da
nossa cultura imaterial, os padrões de comportamento estão presentes, nos mostrando
que nossas ações e comportamento são elementos presentes nos mitos.
Os mitos trazem em suas narrativas uma infinidade de sentimentos e ações que
são presentes em nossas vidas, como por exemplo: amor, raiva, preservação, ajuda,
inveja, sonho etc. Cada um é desenvolvido nessas histórias de maneira bem específica,
pois estão sempre de acordo com o ensinamento que se quer passar. E assim, no caso da
Vitória – Régia, a mulher é representada através da pureza e inocência. Por amor, a
personagem é capaz de tudo. Essa imagem pode parecer ultrapassada, mas ainda é forte
e disseminada por diferentes personagens femininos que ilustram as narrativas presentes
no nosso patrimônio imaterial, as quais povoam os pensamentos dos leitores. [...] “Esta
é a originalidade do pensamento mitológico – desempenhar o papel do pensamento
conceptual” [...] (STRAUSS, 1978, P.24)
A Vitória – Régia representa o amor impossível, aquele que buscamos, mas
que a cada dia torna-se mais difícil de encontrar. Além disso, trás na figura da mulher a
vontade de mudança para agradar e ser aceita pelo ser amado. A índia foi capaz de se
jogar dentro d’água, por achar que estava vendo seu amado, quando na verdade era
apenas o reflexo. Portanto, por mais piegas que possa parecer, esse sentimento é vivo na
sociedade, onde as mulheres por mais independentes que sejam ainda sonham e desejam
ser feliz também na vida amorosa e muitas vezes fazem concessões para que o
relacionamento perdure. Dessa forma, esse mito além de buscar uma explicação para o
surgimento das estrelas, narra sobre o amor e o desejo de encontrar a pessoa ideal. E por
esta tão grande prova de amor a índia Naiá passa a brilhar nas águas dos rios
amazônicos como escreveu Longobardi(2009, p.18)

E surgiu uma linda flor,


Que refletindo o luar,
Com sua folha enorme
É a rainha do lugar,
Flutuando sobre as águas,
Vivendo a nos encantar.
5
Portanto, a flor conhecida como Vitória – Régia é a representação da beleza,
delicadeza e do amor. Suas flores se abrem ao anoitecer simbolizando o amor e em
homenagem a lua. Esse mito indígena é cosmogônico1, pois busca uma explicação para
o surgimento das estrelas no céu, além disso, mostram a riqueza da cultura indígena e
suas lógicas, pois segundo Willis (2007, p.260)

[...] Seus mitos locais demonstram uma unidade e coerências subjacentes, em


que os mitos pertencentes a um grupo parecem ser desenvolvimentos dos de
outro grupo, assim ilustrando interesses comuns concebidos e tratados por
meio de uma lógica comum.

Essas lógicas das narrativas mitológicas são, portanto os que as tornam objeto
de estudos e pesquisas para buscarmos em suas histórias uma ligação com a realidade
que vivemos e com nossos conflitos sociais de comportamento. Não devemos olhar para
os mitos de maneira simplista, pois em suas histórias cada um traz a riqueza e sabedoria
do povo indígena que de maneira fascinante encontra respostas e consegue transmitir às
novas gerações sua cultura e também preservá-la.

Mãe D’água: A mulher que fascina e ilude.


O terceiro mito amazônico tem origem europeia e trás na versão da cultura
indígena a Mãe D’água, que é a mulher que vive nos rios e lagos e é possuidora de
uma beleza estonteante e canto que fascina pescadores que se aventuram em horas
mortas2 – meio dia, seis horas e meia noite -, horas em que está dormindo e não quer
ser perturbada. E assim,

Tudo é magia no silêncio verde. Curupiras surgem como fogos que dançam, e
toda a mata estremece. Mas, num canto da floresta, à margem do regato, à
hora rubra do sol-poente, a Iara, a mãe d’água, penteia os seus cabelos ouro
verde. A luz acaricia-lhe os olhos cristalinos e toda a mata sorri...( ARANHA
apud LADISLAU, 2008, p.90)

Contudo, todo esse encanto se transforma em perversidade quando é


acordada, pois esta encanta os homens e os leva para as profundezas dos rios, ou então
derruba suas canoas. Esse mito é transmitido pelos mais velhos e conta a história de
uma índia que era muito valente, até mais que muitos jovens guerreiros de sua tribo.
Por ser tão valente, acaba sendo atacada. Para se defender ela mata seus agressores e
foge para bem longe, pois sabe que irão caçá-la.
De fato isso acontece e ela é jogada para morrer nas profundas águas dos rios.
Porém, é salva pelos peixes que a transformam em uma “sereia”, um ser mítico que

1
De acordo co o dicionário, é uma palavra que se refere a narrativa ou doutrina a respeito dos princípios
que governam o mundo, o universo.
2
Segundo a cultura popular e indígena, esta é a hora em que as visagens ficam soltas.
6
tem formas oriundas no antropomorfismo3. A mãe D`água é um mito muito conhecido
na região e que aparece nos relatos de viajantes no período que data os séculos XIV e
XV. Simbolicamente, esse mito está relacionado com a mulher que usa sua beleza e
encanto para não só conquistar, mas para revidar quando se sente de alguma maneira
prejudicada, ofendida e incomodada com situações do seu cotidiano. Nesse caso, a
beleza se torna uma arma poderosa e muito eficaz no desenvolvimento e desejo de
conseguir alcançar seus objetivos. Ela é a mulher que pode ser: engraçada, sedutora,
perigosa e amorosa, pois ilude os que ouvem seu canto e se mostra uma “mãe d’água
perversa e criminosa” (LADISLAU, 2008, p.95).
Para o indígena ela personifica a proteção dos lagos e peixes, mesmo que
também achem que cada rio ou lago possui uma bondade e maldade de acordo com a
existência nele da mãe d’água. A sua figura mítica relaciona-se com a crença indígena
de que a sua origem vem da água. Por isso o respeito a essa mulher metade peixe, que
“não se deve confundir com as sereias” (LADISLAU, 2008, p.93-94) vive em águas
amazônicas.
Apesar dos questionamentos que existem sobre a veracidade desses mitos – o
que não se pretende fazer neste artigo, – percebemos que o fato mais importante não é
confirmar sua autenticidade, mas sim o resgate desse patrimônio tão rico e que nos
remete a um tempo onde uma história era contada pelos mais velhos e apreciada pelos
jovens.

Hoje em dia estamos ameaçados pela perspectiva de sermos apenas


consumidores, indivíduos capazes de consumir seja o que for que venha de
qualquer parte do mundo e de qualquer cultura, mas desprovidos de qualquer
grau de originalidade (STRAUSS, 1978, p.22).

Os mitos são hoje trabalhados dentro do folclore, e quando os são raras vezes
há um estudo sobre origem, fundamentos e relação com a cultura indígena, mesmo
sendo essa cultura, a nossa. Estamos perdendo a capacidade de fato de apreciar e
valorizar nossas heranças culturais e regionais pelo simples motivo de não sermos
instigados a conhecer as origens desses mitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Versar sobre mitos nos fez pensar em como não demos muita importância para
nossos patrimônios imateriais e toda a história e registros que guardam uma riqueza e
um bem que deve ser preservado, pois faz parte e representa nossa cultura regional. Os
mitos abordados no trabalho são heranças deixadas e devem ser transmitidos aos
jovens para que não percamos a tradição que começou com os primeiros habitantes
das terras amazônidas. A compreensão dessa importante contribuição cultural indígena
é o que nos fez escrever e buscar o resgate dessas narrativas.
O conhecimento passado de uma geração a outra é a permanência da nossa
cultura e folclore, pois os mitos são apenas um entre tantos outros bens imateriais que
não são desenvolvidos e estudados como história de nosso povo e que nos fazem

3
De acordo com o dicionário, é a crença ou pensamento que atribui formas ou atributos humanos a
entidades abstratas ou seres não humanos.
7
pensar em como o conhecimento popular muitas vezes compreende muito mais coisas
do que pensamos saber em nossa pretensa sabedoria letrada.
Os mitos analisados nos revelaram comportamentos e ações que mesmo
atribuídos a seres fantásticos fazem parte das nossas ações e sentimentos enquanto
seres humanos. Portanto, os mitos por mais fantasiosos que sejam trazem em suas
narrativas uma infinidade de semelhanças com virtudes, defeitos sonhos e esperanças
que dão sentido a nossa existência. Verificamos que a mulher apresentada em cada um
dos três mitos trás em suas características um pouco da mulher não apenas
amazonense, mas também brasileira e do mundo, pois estes mitos são versões míticas
de seres que fazem parte da cultura europeia.
Dessa maneira, esperamos ter contribuído e esclarecido um pouco sobre nossa
mitologia regional, pois o que queremos de fato é o resgate da nossa cultura regional,
haja vista que compreendemos como é importante conhecermos e valorizarmos a
cultura indígena que está presente em nossa formação.

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REFERÊNCIAS

BAYARD, Jean Pierre. História das lendas. Tradução de Jeanne Marillier. [S. l.]:
Virtual Books,2000. Disponível em: eBooksBrasil.com. Acesso em: 14 de maio. 2012,
19:19.

LADISLAU, Alfredo. Terra imatura. Manaus: Editora Valer, 2008.

LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 7. ed. São Paulo:


Atlas, 2010.

LONGOBARDI, Nireuda. Mitos e Lendas do Brasil. São Paulo, Editora Paulos, 2009.

SOUZA, Anervina. As Lendas Amazônicas em Sala de Aula: Apropriação da


cultura e formação sociocultural das crianças na interpretação do ser
sobrenatural. Manaus: Editora Valer, 2011.

UGARTE, Auxiliomar Silva. Margens míticas: A Amazônia no imaginário europeu do


século XVI. IN: DEL PRIORI, Mary. GOMES, Flávio dos Santos. Os senhores dos
rios: Amazônia, margens e histórias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

STRAUSS, Claude Levi. Mito e significado. Tradução de Antonio Marques Bessa. [S.
l.]: Virtual Books. Disponível em: https://sabotagem.revolt.org. Acesso em: 01 de maio.
2012, 16:11.

WILLIS, Roy. Mitologias: Deuses, heróis e xamãs nas tradições e lendas de todo o
mundo. Tradução de Thais Costa e Luiz Roberto Mendes Gonçalves. [S.l.]: Virtual
Books. Disponível em www. Portaldetonando.com. br/. Acesso em: 03 de maio. 2012,
20:35.

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