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EQUIPE DE VOLUNTÁRIOS
Capa: Marcelo Leiroz Pinto
Revisão: Amurabe Bernardes de Andrade, André Moraes,
Felipe Botelho, Genilse Pinheiro, Itamar Alves,
Margarethe Távora e Maria Glaucia Magalhães
Roteiros para Pequenos Grupos: Aniele Souza,
Leonardo Cezar Rocha Neves e Sandra Mara de Souza
Uma publicação da
IGREJA BATISTA ITACURUÇÁ
Praça Barão de Corumbá, 49 – Tijuca
20 510.170 - Rio de Janeiro, RJ
www.itacuruca.org.br
(021) 3344-9700
para
Um dia especial
O dia do seu aniversário tem que ser especial.
Foi nesse dia que a sua história começou.
Não permita que seja um dia qualquer.
Não permita que uma doença entristeça este dia.
Não permita que o trabalho apague este dia.
Não permita que um aborrecimento estrague este dia.
Comece por agradecer a Deus porque, hoje, Ele lhe renovou
o dom da vida, demonstrando que a bondade dele se renova a
cada manhã.
Se puder dar uma festa, não pense duas vezes. Convide quem
puder e festeje. Agradeça. Se não puder, convide os amigos
para um encontro. Se são amigos, virão sem festa; virão lhe dar
um abraço.
Se você geralmente corre, ande devagar hoje.
Se você gosta de receber, ofereça algo hoje aos outros.
Se você vive reclamando, proíba-se de lamentar e criticar.
Se você anda triste, alegre-se, nem que seja só por hoje, e,
quem sabe, amanhã também.
Se você gosta mais do passado do que do presente, goste do
dia de hoje.
Se você não ora, ore hoje assim: “Senhor Deus, até aqui o
Senhor me ajudou”. (E se Ele ajudou até agora, fará diferente
amanhã?)
Viva o dia de hoje como se fosse único.
Viva o dia de hoje como fosse o melhor da sua vida.
Faça único o seu dia.
Faça melhor a sua vida.
Faça isto por você, no dia do seu aniversário.
Feliz 2017!
Vivendo em paz
O jovem entrou no ônibus e se assentou. Alguns minutos de-
pois, entrou uma senhora, acompanhada de um menino de uns
9 anos de idade. Estava cheio. Os assentos para idosos ou crian-
ças estavam ocupados. A senhora olhou para o jovem e dispa-
rou, sem mais nem menos:
– Sai daí, que eu quero me assentar! Você não tem educação?
O rapaz não se movimentou.
A partir daí, a senhora, que aparentemente não tinha idade
para se assentar nos bancos preferenciais, desandou a atacar o
jovem, com xingamentos e palavrões vergonhosos.
O jovem não respondeu. Não reagiu. O que sentiu e pensou
guardou consigo.
Os passageiros todos ficaram indignados com a mulher, por
exigir o que não lhe cabia e pela violência de sua reivindicação.
Outras mulheres comentaram o risco que correu, ao atacar uma
pessoa mais forte do que ela. Alguns homens lamentaram que o
jovem tenha se comportado de modo tão fraco, sem dar uma li-
ção à inconveniente senhora. Não faltou quem dissesse o famo-
so “se fosse comigo, ela ia ver o que iria acontecer”.
Algum tempo depois vagou um lugar mais à frente e o jovem
trocou de lugar. O ônibus todo o aplaudiu.
Pouco depois a senhora desceu, aparentemente envergonhada.
A viagem continuou e, mais adiante, o rapaz desceu, levando
sua anônima dignidade.
Embora sem nada saber sobre este jovem, podemos concluir
que seu comportamento mostrou que há outra forma de viver,
que é a de não reagir com violência ao ataque recebido. Pode-
mos manter a calma, mesmo quando ondas enfurecidas se le-
vantam ao nosso redor. Não precisamos nos rebaixar ao nível
dos que nos criticam ou nos ferem. Podemos viver no compas-
so da graça de Deus.
A voz
Quando a tempestade, anunciada ou de surpresa, faz que o nos-
so barco pareça de papel, como folha que voa, há uma voz que
a domina. E não é a nossa.
Quando a escuridão se torna tão densa que nos impede de en-
xergar o horizonte na estrada a ser percorrida, há uma voz que
dissipa as trevas. E não é a nossa.
Quando a dúvida, num processo que se iniciou sem que per-
cebêssemos, torna incerto o que era certeza, inseguro o que era
firme, há uma voz que reilumina a fé. E não é a nossa.
Quando o rancor, como uma semente que cresce na calçada
interior do nosso coração, está pronto para se tornar árvore de
sombras, há uma voz que o apaga. E não é a nossa.
Quando o cansaço nos encurva o corpo, confunde o nosso so-
nho, recolhe o nosso pé desde a manhã, nega-nos o desejo pelo
novo, há uma voz que restabelece o vigor. E não é a nossa.
Quando a tristeza nos cerca e nos conduz ao desânimo, ao de-
sespero ou à depressão, furtando dos nossos olhos a alegria de
ver, há uma voz que nos faz viver de novo. E não é a nossa.
Há uma voz que cala o vento. Há uma voz que fala à noite. Há
uma voz que incendeia a fé. Há uma voz que semeia o perdão. Há
uma voz que renova a força. Há uma voz que prova a esperança.
A voz que traz a calma, mesmo que seja forte a tempestade
dentro da alma; gera a manhã, mesmo quando a noite deseja
fazer a nossa espera coisa vã; estilhaça a incerteza, mesmo que
penetrada por palavra cheia de beleza; torna inútil o rancor,
mesmo que gestado por imensa dor; faz de novo velozes os nos-
sos movimentos, mesmo que os pés ainda sangrem pela lem-
brança dos ferimentos; escancara nossos olhos para a meta de
uma vida novamente querida, é a voz de Jesus.
A escolha da esperança
A desesperança não tem idade.
Vem para experientes e inexperientes. Vem para idosos, meio-
-idosos e jovens, e até para adolescentes e crianças.
Pode vir da biologia, como coisa do corpo, pela falta de algum
componente próprio para fazer as ideias e as emoções fluírem
alegremente. Pode vir da ecologia, formada pela geografia e
pela história onde nos formamos, cheias de obstáculos e frus-
trações. Sonhos que não realizamos têm o poder de nos deixar
primeiramente pessimistas e depois desesperançados.
Nossa trajetória pessoal pode ser uma sucessão de experiên-
cias dolorosas que nos moldam para não crer em ninguém, nem
mesmo em nós mesmos. Por sua vez, a esperança também não
tem idade. É sentimento para crianças. É confiança para adoles-
centes. É disposição para jovens. É atitude para os da meia-ida-
de. É força para velhos. É uma escolha.
Se escolhemos a esperança, nosso roteiro precisa incluir a
companhia dos que também esperam. A esperança e a desespe-
rança contagiam. Escolhamos os que querem ter esperança. Va-
mos nos fazer bem.
Nosso caminho deve ser florido de bons livros. Precisamos nos
fazer acompanhar por livros que contem histórias de pessoas
comuns que realizaram projetos incomuns; com suas fragilida-
des e potencialidades. Nossos passos talvez careçam de pessoas,
amigas ou profissionais, que, com palavras sábias, nos orientem
– sobretudo se nossa dificuldade vem da nossa biologia ou psico-
logia – ou nos sirvam de exemplos, especialmente se reconhece-
mos sua autoridade, vinda do conhecimento ou da compaixão.
Desanimar não é preciso.
JANEIRO
Cuidando do coração
Aprendemos, com Jesus, que “a boca fala do que o coração está
cheio” (Mateus 12.34) ou que “o que sai da boca vem do cora-
ção” (Mateus 15.18), seja bom, seja ruim, sejam projetos de vida,
sejam rastros de destruição.
Sim, o coração acaba mostrando quem nós somos (Provérbios
27.19).
Até uma criança sabe que o coração é a casa dos desejos, é o
porto das emoções, é a habitação dos sentimentos, é a morada
das atitudes. A criança precisa aprender a cuidar do seu cora-
ção. O adulto precisa proteger o seu coração. Por isto, cabe-nos
cuidar dele. Entre os cuidados que podemos tomar, uns são bem
evidentes.
Cuida do seu coração quem lê textos bons, textos que nos fa-
çam ter desejos bonitos. Um coração carece de ser irrigado per-
manentemente por leituras boas que descortinem vontades
plenas de bondade.
Quem cuida do seu coração vê programas bons, sejam filmes
ou espetáculos, pois servem de canais para produzir emoções
que tornam bonito o rosto.
Quem cuida do seu coração ouve sons bons, músicas que des-
pertem sentimentos doces ou conversas que conduzam por sen-
timentos que edificam, não por forças que destroem.
Quem cuida do seu coração participa de atividades que inspi-
ram atitudes sábias.
O que esperamos que o nosso coração mostre, se o enchemos
de exemplos de brutalidade, de convites à desonestidade, de
histórias de perversidade, de afirmações negativas ou de inspi-
rações pornográficas?
Não podemos ter a ilusão de que o nosso coração se manterá
puro consumindo impureza. Nosso coração não pode ser uma
lixeira onde se despeja o que se quer descartar. Nosso coração
deve ser como uma despensa onde se guardam alimentos que
preservam a vida ou um cofre onde se protegem tesouros.
Sempre parceiros
Se cremos em Deus como se importando conosco e interagindo
conosco, muitas vezes nos perguntamos pelo que devemos es-
perar Deus agir e quando devemos nós mesmos entrar em ação.
A história da construção da arca de Noé nos ajuda. Para agir,
Deus precisou de um homem. Ele chamou Noé: Noé atendeu à
sua convocação. Noé construiu a embarcação, chamou pessoas
para entrar nela, reuniu os animais e coletou as plantas. Isto lhe
cabia fazer. Deus fez chover. Isto lhe cabia fazer.
Noé tomou todos os cuidados para proteger os viajantes. Fe-
chou portas e janelas. Isto lhe cabia fazer.
Noé só não fechou uma janela, a última, que só podia ser tran-
cada por fora. Deus veio e fechou (Gênesis 7.16). Nesta época, a
palavra se dava entre Deus e o homem.
Contudo, até hoje a palavra se dá entre Deus e o homem: temos
a Bíblia. A ela cabe a função de nos orientar em nossas ações e
decisões. Por ela, somos capacitados a fazer o que nos cabe, de
modo sábio e santo.
Nela também aprendemos que há coisas que só Deus pode fa-
zer. Oramos e Ele faz. Ele só não faz o que nos cabe.
O processo é dinâmico. O que nos cabe pode mudar. O que
cabe a Deus pode mudar.
Para escrever a nossa história junto com Deus, precisamos nos
perguntar pelo que nos cabe, partindo do pressuposto que Deus
quer a nossa colaboração em seu projeto para o mundo e para
as nossas próprias vidas.
Precisamos também ver como agiu no passado: o que fez e o
que esperou que as pessoas fizessem.
Podemos ainda olhar para a nossa própria história e ver as ve-
zes que agimos bem esperando e as vezes que agimos bem fa-
zendo.
E sempre poderemos contar com o recurso da oração, em bus-
ca do discernimento. Recursos não nos faltam, portanto.
De modo profundo
A superficialidade é uma doença, que se alimenta da preguiça
e do medo.
É mais fácil usar o nome de Deus do que amá-lo, porque amá-lo
implica num relacionamento, num compromisso, que pode ser
exigente. É sedutor usar o nome de Deus para deixá-lo distante,
de modo que não incomode.
Viver de modo profundo demanda coragem.
A coragem de quem crê se mostra no interesse que tem em
conhecer a Deus profundamente. Ele se revela na Palavra que
deixou. Muitos cristãos amam a Bíblia, mas muitos não a conhe-
cem. Quem não a conhece não conhece a Deus. O conhecimento
de Deus implica em estudo, reflexão, que exige tempo e dedica-
ção. A superficialidade é uma sedução.
A coragem de quem crê se mostra na disposição em mudar.
Quem crê não se esconde atrás de uma frase como esta: “Deus
me fez assim”. Nunca saberemos a razão, mas podemos saber
o que Ele quer que sejamos e é nesta direção que devemos nos
mover, o que está longe do conformismo.
A superficialidade é sedutora, mas é completamente inútil
para uma vida que valha a pena, tanto nas vitórias quanto nas
provas. Os superficiais vencem e acreditam que foi o seu bra-
ço que conquistou o triunfo. Quando perdem, os superficiais se
revoltam.
Os profundos vencem e agradecem a Deus pelo triunfo. Quan-
do perdem, agradecem a Deus pela derrota e, como Saulo, per-
guntam: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 22.10).
JANEIRO
Força e farol
Embora muitos pensem ao contrário, não é o movimento que
vence o tédio.
O que vence o tédio é a graça de Deus em nós. Quem busca a
alegria fora da presença de Deus fatalmente encontra o vazio.
Quem busca a alegria junto com Ele certamente encontra a ple-
nitude. Se queremos nos divertir verdadeiramente, precisamos
cuidar para que não sejamos seduzidos por ilusões.
Quem teve um encontro com Deus e recebeu sua alegria vive
momentos de emoção, busca-os até, mas não põe neles a sua fe-
licidade; busca-os, mas presta atenção para não ser controlado
por estes momentos e atividades, de modo a perder o essencial,
que é a certeza de que o que importa é Deus.
Quem tem Deus não ama ilusões e não busca mentiras. Quem
tem Deus invoca a Deus, vivendo de modo santo, sem trocar
seus valores pelo prato de lentilhas do pecado por mais sabo-
roso que pareça.
Nas horas da tentação, quem é movido, não pela diversão, mas
pelo Espírito Santo, sabe quem é: alguém que ama Deus e não o
troca por nada.
Quem tem a Deus não perde de vista as consequências, nega-
tivas e positivas, dos seus atos. Muitas vidas se perdem por um
instante de prazer, seja o da velocidade, o do sexo, o da droga!
Muitos cônjuges destroem suas vidas e comprometem o bem-es-
tar de gerações pela estupidez da infidelidade!
Quem tem a Deus confia em Deus. Quem confia em Deus con-
templa Deus e vê quem Ele é. E quanto mais O vê, mais O ama,
mais O contempla, mais se completa nEle. Quem contempla a
Deus, mais considera suas instruções.
Quem caminha na Sua presença experimenta alegria, que é
força e farol.
Diferentes de Rebeca
O conflito é uma decorrência natural de nossas diferenças. Con-
vívio e conflito são irmãos gêmeos.
Isaque e Rebeca enfrentaram conflitos, que ficaram evidentes
quando lhes nasceram os gêmeos: Esaú e Jacó (Gênesis 25.19-34).
Por causa da herança, a família se envolveu num conflito de
drásticas consequências. O conflito tende a se perpetuar quan-
do buscamos soluções fáceis, como fez Rebeca. As preferências
do casal se tornaram um campo de batalha entre os dois. Muitas
vezes, as vidas dos filhos são campos de batalha dos pais. Outras
vezes são armas na batalha entre os pais.
Negativamente,
1. Não sejamos autossuficientes, como Rebeca. Procuremos
um mediador.
2. Não deixemos o ódio nos dominar, como fez Rebeca. Avalie-
mos honestamente o nosso coração.
3. Não façamos de um terceiro o nosso alvo. Não usemos o ou-
tro como arma ou escudo.
4. Não nos desesperemos, como se a vida fosse acabar no ca-
lor do conflito.
5. Não transformemos a bênção de Deus em confusão. A espe-
rada maternidade por parte de Rebeca acabou por gerar so-
frimento.
Positivamente,
1. Busquemos agir com serenidade. Uma reação impulsiva
pode ser para a vida inteira.
2. Busquemos agir com sabedoria, avaliando todos os lados,
inclusive as consequências.
3. Busquemos no conflito uma oportunidade para o amadu-
recimento.
4. Busquemos agir com santidade, atentos aos ensinos e man-
damentos da Palavra de Deus.
5. Busquemos perseverar. O conflito pode demorar mas pode
ser resolvido.
Escutas telefônicas
Uma das marcas da chamada vida moderna é o desenvolvi-
mento das tecnologias de informação, que permitem que con-
versemos a distância com outras pessoas, mas que também
possibilitam que essas conversas sejam gravadas lícita ou ilici-
tamente por estranhos ao diálogo e posteriormente, às vezes,
tornadas públicas.
Quando algumas dessas conversas são publicadas, informa-
ções novas sobre determinados fatos são apensadas ou facetas
novas ou inimaginadas sobre o caráter das personagens envolvi-
das são demonstradas. As revelações provocam ações várias por
parte do sistema de justiça e reações distintas por parte das pes-
soas que ouvem os conteúdos de conversas até então secretas.
Esta marca da vida moderna nos ajuda a compreender a velha
frase sobre o caráter, segundo a qual “caráter é o que fazemos
quando achamos que ninguém está vendo” ou “o que fazemos
quando não imaginamos que estejam gravando”.
Quem foi gravado pode espernear, com razão, por ter sido des-
respeitado em sua privacidade. Quanto a nós, as revelações de
conversas (gravadas) ou atitudes (filmadas) devem nos convi-
dar a refletir sobre quem somos. As surpresas diante dos con-
teúdos revelados sobre os outros nos convidam a comparar o
que fazemos em particular com o que fazemos em público ou
para o público.
Claramente perguntemos: se gravassem as nossas conversas,
elas escandalizariam nossos familiares e amigos? Nossos filhos
escutariam palavrões inéditos? Nossos cônjuges saberiam de
traições surpreendentes? Nossos amigos ficariam decepciona-
dos com o que dizemos a respeito deles ou com o modo como
conduzimos os nossos negócios?
O ideal para cada um de nós é que nossas conversas privadas
não nos envergonhem, se forem publicadas.
José, um mestre
José do Egito foi um homem extraordinário.
Vendido por seus irmãos como escravo, foi revendido no Egi-
to. Venceu, apesar disso.
Em seu primeiro emprego, teve que fugir para evitar a sedu-
ção da patroa. Os amigos que fez o esqueceram. Vitorioso na
carreira administrativa e política, pôde fazer justiça contra seus
irmãos, mas os perdoou.
1. Aprendamos, com José, a confiar que Deus está escrevendo
uma história conosco e, na hora certa, vai agir. Tudo pode pare-
cer sem sentido, mas Deus é o sentido da história.
2. Aprendamos, com José, a viver de modo a minimizar a ocor-
rência de fatos perturbadores. Aprendamos a desenvolver uma
atitude saudável diante daqueles que ainda assim nos alcançam.
3. Aprendamos, com José, a reconhecer a sabedoria e a sobe-
rania de Deus. O reconhecimento da grandeza de Deus serve
para nos capacitar a esperar pelo Deus sábio e soberano, mag-
nífico e majestoso.
4. Aprendamos, com José, a nos conduzir de modo certo nas
oportunidades que Deus nos oferece. Isto implica em coragem,
competência e integridade. Que nos vejam como pessoas por
intermédio de quem Deus fala e vive, por termos o Espírito de
Deus conosco.
Sua vida está dura? Veja se não tem vivido de modo a atrair
problemas; se está, peça sabedoria a Deus. Ele estará com você
na aflição e na prosperidade.
Você está sendo caluniado ou injustiçado? Mantenha a con-
fiança que Deus está no controle.
Você tem uma causa na justiça? Lembre-se que Deus vai agir,
porque Ele sempre age. O Seu juízo é justo, embora possa pare-
cer tardio.
Há uma grande oportunidade diante de você? Vá em frente,
sabendo que tudo dependerá de Deus.
O pastoreio de Deus
Deus nos pastoreia (Salmo 77.19-20).
Deus nos pastoreia livrando-nos dos perigos. Deus não faz
marketing dos seus milagres. Milagre com marketing é marke-
ting de milagres, coisa de homens, não de Deus. Um criminoso é
pego por suas pegadas.
O Salvador não deixa pegadas. É por isto que, tantas vezes, fi-
camos na dúvida se foi Deus ou uma coincidência ou o nosso
esforço o que trouxe o livramento. Deus nos pastoreia guiando-
nos por caminhos prováveis e por rotas improváveis. Queremos
caminhos planos, mas Deus pode nos conduzir por caminhos
íngremes. Queremos caminhos retos, mas Deus pode nos levar
por muitas curvas. Queremos caminhos curtos, mas Deus pode
escolher rotas mais longas.
Ele fez assim com o povo Israel no passado e pode fazer tam-
bém conosco. O que precisamos não é determinar a rota, mas
seguir pela rota que Ele escolheu, mesmo que não nos pareça a
melhor. Ele sempre nos guia com cuidado. Para nos guiar, Deus
nos pega pelas mãos. As mãos de Deus são as mãos de pessoas
que estendem suas mãos, divinamente conduzidas, para condu-
zir outras pessoas.
No passado, tomou as mãos de Moisés e Arão para serem as
suas. Hoje Ele toma as nossas, se as colocarmos ao serviço dEle.
Deus nos pastoreia ensinando-nos a viver (Salmo 119.105).
Tendemos a privilegiar o pastoreio interventivo de Deus,
quando nos faz passar pelo deserto sem nos desviar ou pelas
águas sem sucumbirmos, mas devíamos privilegiar os Seus en-
sinos e permitir que nos pastoreie através da Sua Palavra, a Bí-
blia Sagrada.
Inspire
Se você é pai ou mãe, avó ou avô, filho ou irmão, saiba que o
melhor que você pode fazer é ser alguém que inspire crianças,
adolescentes, jovens, maduros e idosos a olharem para o futu-
ro, certos de que vale a pena viver e têm muito ainda a realizar.
Se você é porteiro, no prédio, no condomínio, na igreja ou no
elevador, receba com um sorriso que torne gratos os corações
dos que chegam. Se você é professor, ministre bem os seus con-
teúdos para que seus alunos aprendam, com atitudes que eles
queiram imitar. Se você é promotor de bens, serviços ou ideias,
venda bem, de tal modo que os seus produtos inspirem as pes-
soas a serem pessoas melhores.
Se você atende atrás de um balcão, gere admiração por meio
da cortesia e do sorriso. Se você canta ou toca uma canção, sol-
te o seu coração.
Se você cuida da saúde física ou mental de alguém, lembre que
os remédios ou as terapias que aplicar poderão expirar, mas a
alegria que inspirar será para sempre. Se você cuida de uma casa,
faça cada cômodo cheirar gostoso, sendo você o melhor perfume
da residência. Se você cuida de um bebê ou de uma criança, a
alma dela se apegará à sua para sempre, se você a inspirar.
Se você defende ou julga causas, realize sonhos.
Se você dirige uma empresa ou uma organização, ou um setor
dela, gere riqueza e motive os empregados com sua paixão, não
com sua ambição.
Se você prepara, entrega ou serve alimentos, numa casa, num
restaurante, numa porta ou até mesmo na rua, sacie a fome,
mas sacie também as almas dos seus clientes.
Se você projeta ou constrói casas, prédios, jardins, pontes, pra-
ças ou motores, vá além das formas e das utilidades.
Se o que você faz, faz seu coração vibrar, sua vida vai inspirar.
Todos podemos inspirar com palavras, gestos e ações que fica-
rão para sempre coladas nas vidas dos outros.
Fora do comum
Convidado, ele foi. Era um jantar de amigos que não gostavam
dele. Todos discordavam da sua visão do mundo, centrada na
confiança mútua. Eles desconfiavam de todos, inclusive dele,
mas o chamaram para a festa. Ele sabia disto, mas foi. Ele não
era amigo apenas de quem era seu amigo.
Como a sociedade separasse os doentes dos sãos, ele chamava
os enfermos que fugiam. Ele conversava com eles, tocava neles,
deixava-se tocar por eles, ouvia suas histórias, sentia suas do-
res, ao ponto de curar a maioria deles, para espanto geral. Ele
não valorizava quem era valorizado.
Enquanto todos exaltavam os fortes, ele elogiava os fracos; en-
quanto todos celebravam os homens, ele escutava as mulhe-
res; enquanto todos desprezavam as crianças, ele as colocava
como exemplos a serem seguidos; enquanto todos aplaudiam
os patrões, ele homenageava os empregados; enquanto todos
queriam ser vistos ao lado dos vencedores, ele era notado ao
lado dos derrotados, dos desacreditados, dos desesperançados;
enquanto todos se apegavam ao passado, ele apontava para o
futuro; enquanto todos julgavam pela aparência, ele amava a
essência das coisas e das pessoas; enquanto todos culpavam os
massacrados, os marginalizados, ele os chamava para entoar
canções da esperança; enquanto todos se perdiam no frenesi
das horas, ele se retirava para meditar.
Onde todos queriam portar a arma da força para se defender
ou mudar o mundo, ele salientava a inutilidade do ódio, a fra-
gilidade da força, o perigo do dinheiro e a fugacidade do po-
der, para que pudéssemos ver que há outras formas de fazer as
coisas. Podemos viver como Jesus Cristo viveu: no compasso da
paz, no horizonte do respeito, na companhia da simplicidade,
na estrada da solidariedade.
A geografia do mal
Referindo-se especificamente às intrigas palacianas, um então
presidente da República anotou em seu diário:
“Estou cada vez mais convencido de que o mal está em que
todo o grupo próximo a mim fala”.
De modo mais sintético, pensava o presidente que o mal esta-
va no grupo próximo a ele. O mal estava ao redor dele.
Seu discurso revela o que a maioria de nós pensa: o mal está
no outro. É o outro que fala mal das pessoas. É o outro que cor-
rompe. É o outro que adultera. É o outro que agride. É o outro
que faz o nosso pé tropeçar. Pensar assim é negar a realidade. O
mal não está apenas a nossa volta; ele está dentro de nós. Esta é
a condição que a maldade humana, disfarçada de ingenuidade,
grita para negar. Quanto mais alta é a voz da negação mais so-
lene é a sua afirmação.
Por isto, precisamos de coragem para dar outro grito, que é
um pedido de socorro:
– Quem me livrará desta condição que me leva para a morte?
(Romanos 7.24).
Quem assume sua condição de miserável é um pessimista so-
bre si mesmo, não apenas sobre os outros. Quem percebe sua
própria condição de pecador pode buscar a graça perdoadora
de Deus.
Quem é otimista sobre si mesmo não percebe que precisa de
alguém, nem de Deus.
O otimismo ingênuo nos faz ignorar quem somos, imaginando
que boas leis tornarão justo o mundo em que vivemos ou que
a educação trará ao ser humano a pedagogia da fraternidade.
Enquanto virmos o mal apenas no outro, vamos nos enganar
a nós mesmos.
Corrigido este erro, o pessimismo produtivo parte da aceitação
da realidade do que realmente somos (pecadores!) e convida a
graça de Deus para nos tornar livres desta nossa triste condição.
A religião verdadeira
A justiça é uma decorrência do caráter de Deus.
Na antiguidade bíblica, três tipos de pessoas eram as mais vul-
neráveis: os imigrantes, as crianças e as viúvas (Êxodo 22.22).
Então, Deus cuidou de instruir claramente o povo sobre a pro-
teção para essas pessoas. Mesmo que em diferentes épocas, em
sociedades mais complexas, ainda há seus mais vulneráveis;
esta categoria não muda.
Ainda no Antigo Testamento, muitos profetas levantaram suas
vozes para que essa justiça corresse como um rio.
No Novo Testamento, Jesus dedicou sua vida a servir os mais
pobres, aos quais curou, acolheu, alimentou, embora fossem ge-
ralmente rejeitados.
O escritor bíblico, Tiago, nos ensina que “para Deus, o Pai, a re-
ligião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas
suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mun-
do” (Tiago 1.27).
A justiça deve ser também uma decorrência de nossa experi-
ência de fé. Nossa fé deve nos transformar em pessoas preocu-
padas com os menos abastados, com os pobres. Nossa relação
com Deus deve nos tornar pessoas envolvidas com as causas da
Sua justiça, onde quer que estejam.
A religião não pode ser uma prática apenas pessoal. Tem que
transbordar e alcançar a comunidade.
O reformador John Wesley (1703-1791) foi enfático quando
disse que “o evangelho de Cristo não conhece religião que não
seja religião social; não conhece santidade que não seja santida-
de social”. Muitas pessoas de fé, no entanto, têm tomado a re-
ligião cristã como sendo apenas individual, entendendo que a
santidade é algo que as afasta das outras. Jesus, ao contrário,
se aproximava das pessoas. Quando seus discípulos desejaram
permanecer no alto do monte, Jesus lhes disse para descerem
para socorrer os aflitos. A religião cristã não pode ser diferente
daquilo que Jesus propôs e viveu.
Corações apertados
Há momentos em que o nosso coração apertado nos obriga a
meditar. Passamos por situações que não entendemos, com as
coisas antes sólidas se esvaindo diante de nós num processo
longe de acabar. Nessas horas a razão, diretora dos nossos olha-
res, parece não funcionar. Na rua, o mendigo preenche cader-
nos com sua letra nervosa, num discurso que não conseguimos
decifrar. E ele continua ali, seminu, muitas vezes com fome, o
corpo se decompondo. Que adianta explicar?
No hospital, a mulher agoniza. Todos os recursos estão sendo
usados. Os melhores profissionais se revezam diante do seu lei-
to. Orações por sua recuperação sobem como incenso ao céu.
Ela não melhora. Como vai esta história terminar?
Um homem tem tudo para se alegrar: está bem empregado, os
filhos crescem saudavelmente, o patrimônio da família não é
pequeno. Ele chega a ser admirado pelos vizinhos, mas não con-
segue dormir uma noite sequer em paz. O que o faz se agitar?
O garoto tem pais fraternos, amigos a escolher, vive como um
navio que prefere águas rasas e sujas, como se escolhesse não
mais navegar. Como, contra todas as advertências, ele não per-
cebe que vai se encalhar?
Por que abrigamos desejos que nos parecem escravizar? Por que
continuamos seguindo por caminhos que não queremos trilhar?
Podemos ser capazes de explicar situações assim, descendo
bem fundo às suas causas, esquadrinhar milimetricamente os
seus efeitos, mas, ao final, nossa alma não vai descansar.
Temos mesmo que admitir que, embora sabendo parcialmen-
te, não sabemos completamente porque certas histórias prosse-
guem por enredos que não conseguimos controlar.
Diante do mistério, cabe apenas ao orgulhoso “homo sapiens”
humildemente se ajoelhar. Quando o nosso coração está aperta-
do, temos que pedir a Deus que nos venha consolar.
FEVEREIRO
Nosso lugar na vida, 1/2
Foi tudo muito rápido. Apesar de cuidadoso, ele escorregou.
Estava na beira de uma piscina e caiu.
Socorrido, sobreviveu, mas os movimentos dos membros infe-
riores não retornaram. Com os exercícios, alguns meses depois,
voltou a trabalhar, assentado numa cadeira de rodas.
Ortopedista e fisiatra, ele cuidara de milhares de pacientes
muitos dos quais operara. Depois do acidente, passou a ser aten-
dido no mesmo hospital onde atendia deitado na maca onde se
deitam os seus pacientes.
Ouvimos muitas histórias como estas. É o pai que vai brincar
com os filhos e fratura uma perna gravemente. É a filha que vai
buscar a mãe no aeroporto, mas não chega porque assaltantes
lhe tiram a vida.
Histórias como estas nos impõem uma reflexão.
Temos que admitir chorosamente que não sabemos se, no pró-
ximo minuto, estaremos em pé. Não sabemos o que nos aguarda
na esquina seguinte. Não sabemos se faremos a curva no quar-
teirão que percorremos. Não sabemos como sairemos de uma
partida de futebol.
Cabe-nos viver intensamente; intensamente, mas não dissolu-
tamente; intensamente, mas não irresponsavelmente.
Concordamos que devemos viver intensamente. Nossas dis-
cordâncias se referem a como viver intensamente.
Se é verdade que todo prazer tem seu preço, também é verdade
que não devemos fugir ao prazer para não ter que pagar o pre-
ço requerido. O que precisamos é avaliar o nosso “sim” ou nosso
“não” ao prazer que nos é oferecido. [CONTINUA]
Boas razões
Há boas razões para lermos a Bíblia.
A leitura da Bíblia nos torna mais profundos. Podemos mergu-
lhar numa cultura que prefere a beleza dos corpos e as forças
dos músculos, mas podemos escolher a profundidade. Da super-
ficialidade só colhemos palavras vãs, mas da Bíblia recolhemos
respostas que nos fazem viver melhor.
Quando lemos a Bíblia somos revestidos de uma segurança es-
sencial: somos amados por Deus. O grande Livro foi escrito para
nos mostrar, por meio de histórias e canções, discursos e ora-
ções, que podemos viver sem medo: somos aceitos por Deus.
Ler a Bíblia nos deixa firmes para trilhar caminhos que sejam
os nossos, não os dos outros, para viver as nossas vidas, não as
dos outros. Não precisamos fazer o que os outros fazem. Preci-
samos fazer o que é certo, mesmo que sozinhos.
Viver segundo a Bíblia nos torna mais sábios. Antes de nós,
pessoas enfrentaram problemas. Quando conhecemos suas his-
tórias, aprendemos que não precisamos inventar a roda e errar
por nós mesmos. Quando ouvimos seus conselhos, podemos
ponderar que são efetivamente bons para nós. A sabedoria vem
do conhecimento e quando este conhecimento vem diretamen-
te de Deus para nós, vale a pena.
O conhecimento da Bíblia nos torna mais corajosos. Quando
lemos que o mar (o mar Vermelho) se abriu, somos capacita-
dos a seguir em frente. Quando lemos que, aos 85 anos, um ho-
mem (Calebe) conquistou uma cidade, podemos fazer a nossa
conquista. Quando lemos que um homem (Paulo) percorreu a
pé milhares de quilômetros para contar a sua história, aprende-
mos que podemos ser relevantes também.
Abrir-se
São admiráveis as pessoas corajosas. Elas realizam o que os me-
drosos não ousam. Elas sobem onde muitos sequer imaginam pi-
sar. Elas se vestem com roupas que as tornam fortes ou velozes.
São também corajosas as pessoas que se despem. Elas não ti-
ram suas roupas para protestar ou para oferecer um espetácu-
lo. Elas tiram em público suas roupas para falar de si mesmas.
Não se exibem. Não buscam aprovação da plateia. Não visam
ser tratadas como vítimas.
São pessoas grandes por compartilharem suas fragilidades.
São pessoas notáveis por se mostrarem iguais.
São pessoas inteligentes que descobriram o poder das palavras.
São pessoas generosas que querem distribuir suas descober-
tas, a maior delas é que nada ganharam enquanto se esconde-
ram e que começaram a viver quando se despiram.
Se sobem a um palco é para descer. Se descem às suas fraque-
zas é para subir dos seus vales para o altiplano da alegria.
Não é algo que façam com prazer, mas tangidas pelo dever de
falar sobre o que eram e sobre o que estão se tornando. Quem
se abre para o outro apresenta-se como é, a caminho do que
pode ser.
Abrir-se para o outro – eis seu maior triunfo – tornou mais
leve o seu fardo. Abrir-se para o outro lhe gerou amizades ver-
dadeiras, prontas para estarem ao seu lado na viagem da recu-
peração. Abrir-se para o outro lhe trouxe alívio em relação ao
seu passado.
Fechar-se para o outro é sofrer sozinho. Fechar-se para o outro
é ficar dentro da caverna.
Quem se fecha para o outro não corre riscos, mas também não
sai do lugar, mesmo que tenebroso.
Quem se fecha para o outro permanece prisioneiro.
Abrir-se para o outro é a mais forte das coragens, mas não traz
dano algum. Felizes são as pessoas corajosas
Olhando o vulcão
Diante de um vulcão, o que fazemos depende da posição do nos-
so olhar.
Se estamos sob o risco real de sermos atingidos, devemos ra-
pidamente correr para bem longe. Não adianta esperar que ele
se acalme, se seguros não nos encontramos. Ele não se aquieta-
rá só porque desejamos ou porque nos preocupamos com os al-
cançados por sua onda de destruição.
Se estamos a uma distância segura, podemos, se for o caso,
nos juntar aos que apoiam na retirada e no cuidado dos atingi-
dos pelas lavas.
Se estamos distantes, podemos admirar o vulcão e refletir so-
bre a força poderosa da natureza.
Se estamos apenas diante da fotografia de um vulcão, pode-
mos contemplá-lo como uma bela obra de arte. Não passa de um
leão domado, desdentado e enjaulado. Nunca nos machucará.
A crise é como um vulcão.
Se a crise nos atinge – potencialmente ou realmente nos atin-
ge – temos que nos proteger e correr, antes que as cinzas nos
enterrem.
Se a crise se aproxima de nós e já sentimos o calor de suas on-
das de fogo, devemos nos empenhar para que não nos derrube,
estudando mais, refletindo mais, trabalhando mais. A crise não
se afastará de nós apenas porque não gostamos dela!
Se a crise se mantém longe de nós, temos que avaliar o cená-
rio, aquilatar o seu perigo e agir de modo que a nossa vida, seja
emocional ou profissional, familiar ou nacional, não venha a
ser seriamente atribulada.
Se a crise é apenas uma imagem que desfila diante dos nossos
olhos, como tal deve permanecer. Não tem que ser nossa uma
crise que não é nossa.
Há crises que não passam de jogos de poder ou de espetáculos
para nos desviar das atitudes que precisamos tomar.
A maturidade
A idade média das nossas vidas é marcada pela luz da conquis-
ta e da produtividade. Somos conhecidos pelo que fazemos,
pelo dinheiro que ganhamos, pelas coisas que compramos.
Nessa era, formamos uma família e tomamos decisões de va-
lor permanente.
A idade média das nossas vidas é acompanhada pelas trevas
das tensões, pontilhada pelo medo e tem o seu tempo fixado por
um relógio que parece andar mais rápido que o nosso corpo.
Não importa que estejamos inseguros; somos cobrados como
adultos. Não se espera que tenhamos dúvidas; somos vistos
como líderes. Há expectativas a realizar e lá vamos nós! É neste
clima que conquistamos, sem nos perder na sedução e na cor-
rupção e, às vezes, nos perdemos nelas. É nessa era que man-
temos nossos valores e é nessa era que podemos trocar nossos
ideais por dinheiro e nossa dignidade pelo poder. Todos os cor-
ruptos e corruptores nascem nessa época.
A idade média das nossas vidas é pesada. Seria mais leve, se ti-
véssemos a força da juventude e a sabedoria da velhice. Assim
mesmo, podemos ser fortes e sábios. Podemos ser fortes apren-
dendo a poupar nossas forças com moderação. Como no fute-
bol, não precisamos correr demais, desde que façamos a bola
voar. Podemos ser sábios observando, para errar menos.
Podemos viver bem a nossa meia idade, cientes dos riscos.
Vivemos bem a nossa idade média quando a vivemos certos
de que fazemos uma grande obra, a obra de nossas vidas, sem
nos contentarmos apenas com o alvo da construção de um pa-
trimônio, mas desejando a meta da relevância. O mundo não
precisa de pessoas ricas, poderosas ou famosas, mas de pessoas
relevantes, que vivem as suas vidas como presentes recebidos
das mãos de Deus.
Pausa
Quando, ao nosso redor,
A vida se desmorona, como um dominó,
Com tudo sob o controle da intensa dor,
Quando todos apontam na mesma direção,
Como se houvesse apenas uma orientação
para onde todos (bois?) unanimemente vão,
Quando o beco é o nosso horizonte,
Não havendo para o rio uma ponte,
Nem para o túnel uma clara variante,
Quando nossa saúde recebe diagnóstico,
Que assusta e não permite gesto apático,
por ser tristemente reservado o prognóstico,
Quando se desorganiza a economia nacional
E a nossa, que nos permite tocar a vida pessoal,
Também conhece o descontrole total,
Quando o crime, mais que parece, compensa,
E a sua teia cada vez mais se adensa
E achamos que não há mesmo esperança,
Quando o mal, que brilhava longe, chega perto,
E o destino pior parece absolutamente certo,
Confusa a história, quebrado o nosso conforto,
Quando a pressão com força nos esmigalha,
O medo sobre o nosso corpo se espalha,
A fé é como lenha que arde na fornalha,
Precisamos de serenidade.
Serenidade não é conquista.
Não se guerreia por ela.
Não vem quando nossa ansiedade ainda fala.
É dom que Deus nos põe à vista.
Desce-nos quando nossa alma se ajoelha.
Toma-nos quando nossa sabedoria se cala.
ABRIL
O roteiro perfeito
A vida é como um livro, um edifício, uma música.
Toda obra precisa de um sonho, de um projeto, de um roteiro.
A vida também. A vida é uma obra.
Quando chama Abraão para Lhe seguir os passos, Deus lhe diz
para abençoar toda a humanidade. Uma vida que vale a pena é
uma vida que não se esgota em si mesma, nem mesmo em sua
própria família, nem mesmo em seu círculo mais próximo, por-
que o seu campo é o mundo.
Quando conta a história de uma pessoa vítima de violência
abandonada à beira de um caminho, Jesus Cristo exalta o papel
de um homem comum, desconhecido, que não vê ali caído um
desconhecido, mas um irmão a ser socorrido. Uma pessoa so-
lidária não explica a necessidade do outro, mas o levanta; não
olha apenas para si mesmo, mas também para o outro.
Quando se vê sob aplausos, o inspirado poeta olha para as suas
próprias mãos e agradece a quem consolidou seu esforço; quan-
do caminha por entre os perigos do desfiladeiro da morte, o
poeta olha para dentro de si mesmo, para os lados e para o alto
e sabe que não está só; quando contempla seus dias, canta com
a certeza que o melhor está por vir.
Diante das possibilidades, quem escolhe bem escolhe o bem,
quem escolhe o bem escolhe criar sem destruir, amar sem ferir,
ensinar sem oprimir, ter sem tirar, divertir sem enganar.
Quem escolhe certo escolhe o certo, olhando para si mesmo,
lembrando do outro, protegendo-se mas defendendo o outro.
No roteiro está escrito que fomos feitos para ser felizes. Ser fe-
liz inclui fazer felizes outras pessoas.
ABRIL
Também ferimos
Quando somos feridos, poucos não nos importamos ou fazemos
de conta que não nos importamos com uma ofensa, com um
desdém, com uma cobrança indevida, com um grito que nos faz
tremer. Todos nós, no mínimo, nos enchemos de tristeza. Mui-
tas vezes, ficamos olhando para a ferida, sem saber o que fazer
diante da rejeição.
Desejamos que haja uma restauração. Ansiamos por um pedido
de perdão. Esperamos ser aceitos de novo, vistos em nossa digni-
dade, recebidos como pessoas queridas naquela fraterna comu-
nidade feita de abraços, olhares amigos e palavras oportunas.
Há feridos porque há quem fira.
E pode ser que não sejamos os feridos, mas os que ferem.
Podemos falar mais alto numa conversa necessária e natural
e geramos palpitações incontroláveis no outro, capazes de lhe
tirar o sono.
Podemos exigir atitudes talvez necessárias do outro, mas
numa forma tão agressiva que, se tínhamos razões muitas, per-
demos todas num momento.
Podemos acuar o outro, numa demonstração desproporcio-
nal de força, seja um cônjuge enfraquecido, um filho fragili-
zado, um amigo em dificuldade, um empregado mais baixo na
tola hierarquia dos homens, alguém mais pobre (ou que ima-
ginamos mais pobre) do que nós. É quando explicitamos pu-
blicamente a nossa estupidez por acalentarmos no peito um
sentimento de inexistente superioridade intelectual ou mate-
rial, própria da enfermidade, moral do preconceito.
Nesse caso, só temos uma coisa a fazer. Reconhecer a nossa es-
tupidez. Voltar ao outro, humilhando-nos diante dele, com um
pedido de perdão.
Se queremos viver dignamente, essa é a nossa única chance.
ABRIL
A chama que precisa arder
Olhar para o nosso passado pode nos encher de lembranças e
nos deixar contentes.
Contemplar o desafio do futuro pode nos dar medo e até nos
fazer ficar onde estamos.
Contar o dinheiro que o nosso trabalho granjeia pode nos au-
mentar o desejo de ter mais.
Quando a vaidade, por causa do sucesso, sorri entre nossos
lábios, estamos perto de tropeçar. Quando a coragem se torna
uma companheira natural, acabamos percorrendo trilhas de
aventura pela aventura, sem rumo, apenas pelo prazer de ir.
Quando o dinheiro se torna uma ambição, estamos perto de
nos tornar pessoas insensíveis, para as quais a vida não passa
de números acumulados num extrato de banco.
Viver de uma maneira que valha a pena é ter uma chama ar-
dendo dentro de nós. Quando a chama arde, não nos acomoda-
mos, embora tenhamos motivos para nos emocionar diante dos
aplausos.
Uma chama ardente não tem a ver com idade e nem com a lar-
gura dos sonhos que nos tomam pelas mãos. Uma chama arden-
te tem a ver com o desejo de tornar a vida melhor. A nossa vida
e a dos outros.
Ela nos faz trocar de continente para promover a paz. Ela nos
faz mudar de cultura para levar o Evangelho que transforma o
pesadelo em esperança. Ela nos faz virar noites para deixar algo
nosso no mundo, seja um livro, um artefato, uma canção, uma
escultura, um quadro, uma ponte, um tapete, um aplicativo ca-
paz de gerar calor em vidas cinzentas. Ela nos faz arriscar a pró-
pria a vida, se necessário for, para que os mortos ressuscitem.
Ela nos dá uma alegria de viver que salta dos nossos olhos, como
fogo que produz calor, o calor da vida, em nós e nos outros.
Faça a sua chama arder.
Cara e coragem
Sem coragem, nada fazemos. Com coragem, vamos além (Atos
14.3).
Precisamos de coragem para pensar. As pessoas querem pen-
sar por nós e vivem nos dizendo como devemos viver. Com co-
ragem, examinamos o que ouvimos, guardamos o que é bom e
elaboramos nosso próprio pensamento.
Precisamos de coragem para planejar o que queremos fazer.
Se podemos viver melhor, na família que formamos, na organi-
zação onde atuamos, na sociedade que integramos, devemos co-
meçar imaginando que faremos diferente. E isto começa com
um bom planejamento.
Precisamos de coragem para agir. Para agir, precisamos ousar,
precisamos desenhar a melhor estratégia, precisamos tomar de-
cisões corretas, precisamos agir.
Quando agimos, precisamos da coragem da humildade. Admi-
timos nossas fragilidades, reconhecemos que são reais, mas não
as aceitamos como definitivas. Não sabemos muito, mas busca-
mos ampliar o nosso conhecimento para realizar.
Quando agimos, precisamos da coragem da fé, fé que crê que
Deus nos aprova em nossas atividades, fé que vê o que veremos
com a ajuda de Deus, fé que nos capacita a fazer o que nos cabe.
Nossa coragem não é exercício irresponsável. Ela inclui uma
boa avaliação do problema e dos nossos recursos. Ela inclui a
paixão que o chamado de Deus fez incendiar o nosso coração.
Ela inclui a certeza de que não iremos sozinhos nesta jornada
de transformação, que muitas vezes começa com a nossa pró-
pria transformação. Ela inclui a disposição de pagar o preço, de
parecermos ingênuos, “sonhadores”, sem “pé no chão”.
Quem tem coragem acredita menos em si mesmo, porém mais
em Deus.
MAIO
Palavras para animar
No ambiente em que estamos, nossas palavras podem fazer o
ambiente “cheirar bem ou cheirar mal”.
O tipo de cheiro que exalamos depende de nossas atitudes.
Podemos animar os que conversam conosco. Podemos entu-
siasmar os que nos ouvem. Podemos motivar os que nos veem.
Nossa missão no mundo pode ser animar outras pessoas (Atos
20.1).
Se por bondade queremos falar palavras que perfumem o
ambiente em que vivemos e que toquem o coração dos outros,
porque estão tocando o nosso, precisamos nos interessar, pri-
meiramente, pelo impacto que nossas palavras podem provo-
car. Que bem ou que mal fará a palavra que vamos proferir?
Esta deve ser a nossa pergunta, nesse caminho de aprendizado.
Se queremos falar palavras boas, que perfumem o ambiente
em que vivemos e toquem o coração dos outros, porque estão
tocando o nosso, precisamos desenvolver a capacidade de pres-
tar atenção nas pessoas. O que há de ruim nelas é como um
outdoor: colocado em lugares estratégicos, tem nove metros de
largura por três de altura, isto é, todo mundo vê! O que há de
bom nas pessoas é como anúncio de classificado num jornal: só
vê quem procura ou tem boa visão. Uma pessoa atrás de um bal-
cão numa loja pode ser apenas um balconista, mas é uma pes-
soa com nome, sobrenome e história. Com quem queremos nos
relacionar?
Se por bondade queremos falar palavras que perfumem o am-
biente em que vivemos e toquem o coração dos outros, porque
estão tocando o nosso, precisamos proferir palavras que aben-
çoem. Que nossas palavras sejam maçãs macias e adocicadas
para deleite do outro... não pela sua raridade, mas pelo seu va-
lor. Bondade produz bondade.
Nossas palavras devem sempre animar os outros. É o melhor
que podemos fazer.
O convite da festa
Num dos títulos atribuídos a Jesus, ele é chamado de “Pai eter-
no” por um profeta da antiguidade.
Parece estranho, já que, no Novo Testamento, Jesus é sempre
apresentado como o Filho, tendo sido solteiro a vida toda.
Há, no entanto, boas razões para este título.
A primeira é que sua entrega foi típica de um pai. Na manje-
doura, Jesus foi entregue como filho. Na cruz, Ele se entregou
como pai. Só os pais se sacrificam pelos filhos. Como um pai, Ele
se sacrificou ao se tornar gente, ao se deixar crucificar e ao fi-
car mais algumas semanas na terra para continuar mentorean-
do seus discípulos.
A segunda razão é que o perdão que Ele oferece tem validade
eterna. Só um pai perdoa como Jesus perdoa; e de uma vez por
todas! Tem valor para sempre! Com o seu perdão, Ele nos adota
em sua casa como sendo seus filhos queridos. É como se disses-
se: “Venham, crianças!” O perdão recebido nos dá um sentido de
pertencimento à família de Deus.
A terceira razão é o Seu cuidado eterno conosco. Jesus nunca
desiste de nós. Ele não desistiu de Pedro e confiou nEle, mesmo
com os fracassos do pescador. Há esperança para nós, mesmo
que fraquejemos, falhemos, desertemos, desanimemos.
A quarta razão para o título de Jesus como “Pai eterno” é que
Ele nos conduz para toda a eternidade, eternidade que tem iní-
cio quando começamos a caminhar com Ele, prosseguirá por
nossa passagem pelo muro da morte e continuará por um tem-
po maior que nossa imaginação possa conceber. O autor do
Apocalipse pinta um quadro inesquecível, quando retrata Jesus
conduzindo os seus amigos para as fontes de água viva.
A mãe anônima
A história também é feita pelos anônimos.
Foi assim com uma mulher cuja filha estava muito doente.
Tudo o que podia ser feito, foi feito; mas a vida da menina con-
tinuava correndo perigo. Quando soube que passava por sua ci-
dade um estrangeiro capaz de trazer saúde à sua filha, sua mãe
se levantou. Disseram-lhe que não seria atendida. Tentaram lhe
cortar o caminho. Quando ficou face a face com o Mestre, este
lhe examinou de alto a baixo, por dentro e por fora, pondo à
prova o desejo dela e, ao final, concedeu à filha o livramento
que a mãe procurava.
Essa mãe anônima nos mostra que a história também é feita
por pessoas “sem nome”. A história também é feita por aqueles
que não chamam atenção para si.
A história é sempre feita por aqueles que prestam atenção às
oportunidades que se abrem para mudanças que valem a pena.
Feliz é aquele que não deixa partir uma oportunidade.
A história desta mulher nos convida a admirá-la e, a partir de
sua perseverança, exaltar a mãe que não deixa o hospital en-
quanto não é devolvida para sua filha a saúde perdida; a mãe
que não tira os joelhos do solo da oração enquanto seu filho
não volta para a serenidade; a mãe que acorda mais cedo para
preparar a comida do filho que sai para a jornada; a mãe que
atravessa ares, montanhas ou mares para assistir a filha em
trabalho de parto; a mãe que não enxuga as lágrimas dos seus
olhos enquanto não pode trocá-las por sorrisos; a mãe que não
aceita o “não” do seu filho ou para o seu filho; a mãe que vê o ta-
lento da sua filha mesmo quando ninguém mais acredita.
A maternidade acontece no ventre que gesta e no coração que
jamais desiste do seu filho.
Obrigado, mãe! Obrigada, mamãe!
MAIO
Abraçar se aprende
Podemos manter as pessoas distantes de nós. É mais seguro.
Não saberão de nós o que não queremos que saibam. Não serão
inconvenientes nas nossas horas. Não nos pedirão favores sim-
ples ou incômodos. Não nos obrigarão a sorrir para elas. Não te-
remos que ir a suas festas, nem lhes levar nossos cumprimentos
e nossos presentes. Nunca ficaremos decepcionados.
Podemos manter as pessoas próximas de nós. Algumas nos de-
cepcionarão. Outras não corresponderão. Saberemos seus no-
mes completos, trocaremos sorrisos e talvez presentes. Seremos
inconvenientes algumas vezes, mas não nos importaremos: faz
parte da nossa amizade. Elas nos incomodarão e até nos obriga-
rão a sair de casa quando não queremos, mas não nos impor-
taremos: a amizade cresce na alegria do encontro. Saberemos
das coisas umas das outras e talvez até troquemos e tranque-
mos segredos.
Todas as vezes que nos encontrarmos, começaremos com um
abraço. Quando nos despedirmos, não sairemos sem o abraço.
Os amigos se encontram, se falam, se beijam. Os amigos se tocam.
Alguns de nós podemos ter dificuldades para tocar. Quase
sempre essa nossa possível frieza vem de longe, talvez da casa
da cultura de nossa terra ou da nossa infância. Pode ser que
tenha se desenvolvido por causa de uma frustração que nos
tornou duros. Se somos duros, podemos ser suaves. Se somos
distantes, podemos ser próximos. Depende de nós. Se não nos li-
gamos aos outros, podemos nos ligar. Nós somos capazes de mu-
dar nossos hábitos, quando não os aprovamos...
Podemos abraçar. Abraçar se aprende. E só depende de nós.
Encurtando distâncias
Mesmo quando passamos a ver a vida sem cor, sabemos que ela
é colorida.
Mesmo que nos vejamos como indignos da admiração alheia,
sabemos que temos virtudes de sobra.
Mesmo que fantasmas nos habitem e nos atemorizem, sabe-
mos que eles não existem.
Mesmo que uma ideia boa nos entusiasme, nem sempre ela
produz resultados práticos em nossas experiências.
Mesmo que saibamos que determinado comportamento deva
ser adotado, nem sempre o tornamos parte de nós.
Mesmo que cantemos sobre o amor, nem sempre estamos
amando.
Mesmo quando dizemos querer abandonar um vício, nem
sempre o deixamos ao longo de nossa caminhada.
Dois palmos, nesses casos, nos separam: a distância entre a ca-
beça e o coração.
Esses dois palmos são a distância entre a felicidade e a infelici-
dade, entre a serenidade e o desespero, entre a paz e a angústia.
Precisamos encurtar essa distância. O coração precisa subir. O
que está na mente precisa descer.
Os dois precisam se aproximar.
A teoria precisa dar as mãos à prática.
O discurso precisa se realizar na realidade das coisas.
A certeza afirmada pelos lábios precisa estar na palma das mãos.
A fé precisa ser forte para não sucumbir sob a avalanche da
insegurança.
É com a esperança que canta no cérebro que os passos preci-
sam ser dados. Unidos, mesmo em suas diferenças – necessárias
diferenças – cérebro e coração atravessarão perigos, rechaça-
rão adversários, vencerão obstáculos, empreenderão sonhos,
descortinarão amanhãs. Cérebro e coração precisam afinar o
modo como veem a vida, para que ela valha a pena.
JUNHO
Diante de notícias devastadoras, 2/5
As notícias sobre pessoas que amamos nos vão chegando e algu-
mas delas nos devastam. Quando nos importamos com as pes-
soas, seus sofrimentos doem em nós. Nessas horas, precisamos
amar e demonstrar nosso amor para essas pessoas, estejam elas
em nossa família ou em outras.
Amamos e demonstramos esse amor quando, diante das notí-
cias tristes, procuramos nos certificar de que as coisas são como
nos chegaram. Tendemos a pensar no pior e a sofrer antes da
hora. Precisamos de tranquilidade para não nos tornarmos
agentes de um terror talvez inexistente, ao fim do qual se pode-
rá dizer que foi apenas um susto. Ouvimos ou lemos algo sobre
uma pessoa querida? Confirmemos.
Amamos quando, demonstrado definitivamente um diagnós-
tico desolador, respeitamos a dor do outro. Se ele quer se calar,
não o forcemos a falar. Se ele quer chorar, ofereçamos nossos
lenços. Se ele quer gritar, contribuamos com os nossos ouvi-
dos. Se ele quer sigilo, apresentemos nosso silêncio. Se quer
ajuda, saiamos da contemplação. Se ele quer que oremos, ajoe-
lhemo-nos.
Amamos quando não explicamos. Parte das nossas dores é
explicada e parte nos escapa à razão. Se a explicação for neces-
sária para a solução, no momento oportuno, cuidadosamente,
nós a traremos para a luz. Se for apenas para mostrar que são
perspicazes, melhor será guardá-la conosco para sempre.
Para amar, não precisamos de grande sabedoria. O sentimen-
to é o suficiente. Para demonstrar amor, precisamos do senti-
mento e da sensibilidade para que nossa demonstração alcance
a finalidade que nos propomos. [CONTINUA em 8 de julho]
O realismo da graça
Duas palavras precisamos compreender; e ainda há uma tercei-
ra. Uma é legalismo. A outra é libertinismo.
Concordamos todos que, amados por Deus, devemos viver de
maneira digna deste extraordinário amor (Romanos 9.1-4).
O legalismo, coisa antiga e atual, põe o foco no ser humano,
que deve se esforçar para ser aceito por Deus. São necessários,
portanto, sacrifícios, com renúncias e práticas agradáveis. Ao
final do processo, Deus, então, contempla o pecador e o salva.
Neste caso, a religião, num tributo ao moralismo, é um conjunto
de regras a serem seguidas. Quem obedece é premiado. A amea-
ça do castigo está presa em algum lugar do horizonte.
O libertinismo, coisa atual e antiga, põe também o foco no ser
humano, ao entender que o ser humano já foi aceito por Deus,
estando liberado, portanto, para fazer o que desejar. O libertino
também supõe que a sua fé, sendo de natureza espiritual, não
tem relação com a moralidade. Não há castigo porque todos os
pecados já estão perdoados.
O legalismo e o libertinismo não compreendem a natureza da
graça de Deus, que parte da realidade de que somos todos peca-
dores, por causa da liberdade humana e oferece o perdão a to-
dos os que o desejarem, perdão que não pode ser imposto, por
causa da liberdade humana. Este é o realismo, que corrige as
duas primeiras palavras.
Na vida real, somos alcançados pela graça, que é vivida de
modo completo quando nos esforçamos para viver no seu com-
passo, onde dever e prazer se complementam. Continuamos li-
vres e a mesma graça nos ensina a viver dignos dela. Trata-se de
uma caminhada para sempre, alegremente vivida.
A missão do sentido
O profeta Jeremias ouviu de Deus as seguintes palavras: “Antes
de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o se-
parei e o designei profeta às nações” (Jeremias 1.5).
Deus tem conhecimento de tudo o que acontece ou vai acon-
tecer. Esta verdade deve nos encher de alegria: podemos con-
fiar no Deus que, tudo sabendo, pode exercer sobre nós o Seu
cuidado.
Além disto, esta verdade profunda sobre nossa liberdade, so-
bre nossa confiança em Deus, nos chama para outra grande
verdade: todos nós podemos viver como o profeta Jeremias na
perspectiva da missão. É o sentido da missão que torna a nos-
sa vida relevante e com sentido. O sentido da missão é a missão
do sentido.
Quando aceitamos que Deus também nos chama para sermos
profetas às nações, somos capazes de compreender que Deus
deu sentido às nossas vidas. Então, podemos permitir que
Deus faça de nós homens e mulheres com uma missão relevan-
te para o mundo em que vivemos, o que dá plenitude à nossa
jornada.
Não esqueçamos, Deus nos conhece. Portanto, devemos con-
fiar nele, devemos seguir suas pegadas, pois que Ele se nos ofe-
rece para dar sentido a nossa vida; o sentido da missão. E como
Jeremias, nós podemos compartilhar a Sua palavra com os ou-
tros, a palavra da confiança, da missão, de plenitude, de sentido
da vida, para quem nos ouve.
JUNHO
O atestado do futuro
Nossa vida é feita de muitos sonhos.
Uns se realizam e outros se desvanecem.
Tendemos a pensar que os sonhos não realizados não valeram
a pena.
Sonhos não realizados dão lugares a outros sonhos. Sonhos
frustrados podem ser o início para aqueles sonhos que se rea-
lizarão, podem ser como túneis de um labirinto que se abrem
para a luz. Os sonhos são importantes por si mesmos.
Imaginar, preparar, conceber, ver... sonhar é para todas as
idades. Quem sonha carrega sua identidade viva na alma!
Se é para termos sonhos que sejam grandes!
Uma obra real é uma coletânea de sonhos: grandes, peque-
nos, médios, realizados completo ou parcialmente ou frustra-
dos completos ou parcialmente.
Assim, da próxima vez que subirmos as escadas para uma via-
gem de avião, tentemos imaginar os milhares de sonhos que an-
tecederam à aviação moderna. Cada peça que agora sustenta a
pesada máquina no ar nasceu como sonho. Cada procedimento
foi primeiramente imaginado. A possibilidade de um ser huma-
no voar começou impossível!
Ainda hoje temos sonhos impossíveis que no futuro tornar-se-
-ão banais.
Se moramos numa casa própria, lembre-se de que ela come-
çou com um sonho.
Todos precisamos sonhar! Crianças e jovens normalmente so-
nham. Sonhar deve ser também normal para pais, avós e bisa-
vós enquanto viverem!
Quem sonha porta um atestado de bom futuro.
Não há outro
Sabemos que há muitos deuses desde a antiguidade. No passa-
do, eram deuses diferentes, iguais aos de hoje: deuses-pessoas,
deuses-coisas, deuses-ideias; o deus-dinheiro, o deus prestígio.
No passado, esses deuses tinham nomes também, estavam nos
altares, eram celebrados nos templos, havendo muitos deles,
como no mundo de hoje.
Deus mesmo diz que é o único (Isaías 46.9). E a maneira pela
qual Ele mostra a sua singularidade – de que não há outro Deus
– é nos lembrando que Ele não muda. Os outros deuses mudam,
pois são criações humanas. Se forem homens ou mulheres,
morrerão; se forem coisas, desaparecerão; se forem modismos,
serão trocados por outros. O Deus verdadeiro – com letra maiús-
cula – é único e não muda.
Podemos olhar para o passado, para o passado da Bíblia e ver
o que Deus fez. Podemos olhar para a nossa própria vida. O
Deus que agiu no passado também tem agido por nós. Ele não
muda. Nós, porém, mudamos.
Na hora da dificuldade, lembremos o passado, enfrentamos
agruras e Deus nos livrou. Olhando para o passado, recorda-
remos os tempos do vale de sombra e de morte, mas não fica-
mos lá.
Aquele que fez ontem, faz hoje. Aquele que agiu no passado,
age no presente. Deus não mudou. Olhemos para aquilo que Ele
fez na vida dos grandes homens e das grandes mulheres da an-
tiguidade. Olhemos para o que Deus fez na vida da nossa famí-
lia. Olhemos sempre para o que Deus fez na nossa própria vida.
Dia de celebrar
Nosso filho teve uma melhora na sua saúde, celebremos!
Conseguimos concluir nossos estudos, celebremos!
Conseguimos passar num concurso, celebremos!
Fomos aceitos no novo emprego, celebremos!
A cirurgia foi bem-sucedida, celebremos!
Essas vitórias vieram porque o Sol parou para nós. Nunca ha-
verá um dia como este (Josué 10.12-14). Celebremos!
Se é certo que virão outras lutas pela frente amanhã, hoje é
dia de celebrar!
Vamos nos concentrar no que Ele já nos deu, não no que preci-
samos e que Ele ainda vai nos dar.
Uma história recente nos ajudará a fazer como Josué, quando
recordou aquele dia vitorioso como único na sua vida. Uma me-
nina ficou gravemente enferma.
Seus pais e amigos começaram a orar. Os médicos foram acio-
nados. A menina experimentou uma extraordinária melhora.
Num determinado momento, seu pai escreveu aos amigos, o se-
guinte: “Sabemos que estamos num processo de tratamento e
entendemos que o quadro pode voltar, mas o momento é de ale-
gria, de celebração e de gratidão a Deus que tem sido o nosso
refúgio seguro. Cremos que mais importante que a cura tão de-
sejada é estar com o Senhor em cada fase deste processo, seja
curto ou longo”.
Como este pai, temos que aprender a celebrar. Celebra quem
crê que Deus fez e continuará fazendo. Temos que celebrar a
Deus!
Temos a incrível capacidade de pedir um milagre a Deus e a
mesma capacidade de esquecer que Ele o realizou.
A celebração é didática. Não ensina nada a Deus, que tudo
sabe, mas faz com que guardemos na memória que a dificulda-
de foi grande, mas Deus foi maior!
Ouça
Todos nós queremos ouvir coisas aparentemente corretas, apa-
rentemente boas, aparentemente agradáveis. Nós queremos
coisas que entendamos que nos façam bem. Queremos ouvir
coisas que sejam consensuais, aquelas coisas que são politica-
mente corretas, que são frutos do entendimento da maioria,
mesmo que sejam falsas e mentirosas. Nós, porém, precisamos
ouvir a Palavra de Deus (Jeremias 7.2).
É a Palavra de Deus que nos orienta e corrige, mostrando-nos
o caminho do arrependimento para uma vida em harmonia
com Deus. É a Palavra de Deus que nos ensina a viver de modo
sábio. Isto porque o homem não é capaz de produzir uma sabe-
doria que lhe possa conduzir nem para esta vida, muito menos
para a vida eterna, somente a Palavra de Deus nos conduz aqui,
nesta vida, e nos conduzirá para a vida eterna.
O Evangelho deve ser ouvido porque o conteúdo do Evangelho
é a mensagem de Jesus; Jesus que é o que começou, é o que con-
tinua e é o que levará até o fim a nossa fé, pois Ele nos ofereceu
a sua graça na cruz.
Ouvir a Palavra de Deus implica em ter disciplina, em regu-
larmente abrir-se a ela. Implica em confiar que esta Palavra é
capaz de nos tornar moralmente sábios, saudavelmente sábios,
teologicamente sábios.
O que é que você tem feito com a Palavra de Deus?
Ouçam a Palavra de Deus. Não ouçam os pensamentos que cir-
culam por aí e que não são aprovados pela Palavra de Deus, por-
que não são palavras de vida.
Inimigos a enfrentar
Silenciosa, como um mergulho a depressão se instala; primeiro
no quarto, depois na cozinha, a seguir na sala, e, inalteradas as
horas, a casa é toda sua: a cama, a mesa, a rua.
Cansativa, a depressão é poderosa, como se fosse onipresente,
mas não é definitiva.
Raivoso, como uma fera enfurecida, o ressentimento monta
guarda nas portas dos encontros, nas janelas dos sorrisos, ali-
mentado por mágoas longas, por mágoas largas, por mágoas
profundas, subterrâneas no mangue lodoso.
Agressivo, o ressentimento é de pedra, que britadeira nenhu-
ma quebra, mas não é definitivo.
Chorosa, própria da distância, a saudade pode começar forte
e se enfraquecer, pode começar fraca e permanecer, para tirar
a vontade de viver.
Obsessiva, saudade é solidão, que deixa a boca seca e amarga,
a vida amarga, seca e fria, como um corpo sem mão, mas não é
definitiva.
Perigosa, como uma escada sem corrimão, a escassez bate o
pé, nublando o futuro, ferindo o presente, culpando o passado,
de perguntas sem respostas acompanhadas, impedindo os ór-
gãos à necessária ação.
Ofensiva, eventual ou crônica, a escassez se nutre do medo e
até da vergonha, mas não é definitiva.
Insidioso, com garras compridas, o desânimo se aloja sob no-
mes diferentes, com etiquetas aceitas: “não se pode ter ilusão
na vida”, “em quem eu vou confiar na hora do aperto?”, “quem
me garante que o sol vai brilhar?”, “lutei enquanto tive forças
para enfrentar!”.
Onisciente e nocivo, o desânimo sabe que nada vai dar certo,
mas não é definitivo. Definitiva é a manhã do domingo, mesmo
que o sábado tenha estado calado, mesmo que a sexta-feira te-
nha ficado cheia de densas gotas de lágrimas e de sangue pisa-
do. Definitiva é a graça de Deus que nos pastoreia.
Quando pecamos
Quando pecamos, dificilmente fazemos a coisa certa.
Como Eva atribuímos ao outro a nossa desobediência, como se
não tivéssemos recebido a mesma advertência. Como Caim de-
soneramo-nos de qualquer responsabilidade, com medo de en-
frentar o grave peso da provocada realidade. Como Lameque
afirmamos que estamos seguindo nosso desejo, embora saiba-
mos que adiante conheceremos o sombrio desfecho. Como Acã
negamos, e em mentiras ainda piores nos envolvemos, jurando
uma inocência que a memória informa que não temos. Como
Davi iramo-nos contra quem trilha o caminho que tomamos,
como se fôssemos ao velório chorar o corpo que nós ceifamos.
Como Acabe procuramos atacar com força quem nos aconselha.
mesmo reconhecendo que é excelente o caminho que nos reve-
la. Como Uzias escolhemos a autossuficiência que ensoberbece,
quando conhecemos a fonte que a saúde realmente fortalece.
Como Pedro garantimos que pecar não está em nossa agen-
da, como o arrogante que a sua própria natureza não entenda.
Como Judas remoemos o erro até que, por exaustão, nos asfixia,
como se o perdão não pudesse graciosamente ser a nossa com-
panhia. Como Ananias e Safira fazemos do nosso gesto a casa da
aparência, em que importa a aprovação que buscamos mesmo
com fraudulência. Como Diótrefes queremos receber homena-
gens, não fazer a missão, escravos da invisível mágoa que em-
pedra e esboroa o nosso coração.
Não queremos a culpa que nos faz bem quando vem da con-
fissão. Não queremos a vergonha que é boa por revelar a nossa
identidade. Não queremos o preço que pagaremos – esperemos
andar o tempo. Achamos que o nosso caso é especial, não segue
nenhum exemplo,
Mas o bom é que não importa no pecado a sua imensa gravi-
dade, desde que corramos para a graça de Deus com confian-
te seriedade. E livres, porque totalmente perdoados, sorvamos
a paz, de um modo que só Jesus por amor completamente faz.
Sobrou?
Em muitas ruas de cidades empobrecidas, é comum, no começo
da tarde, pessoas chamarem os moradores ao portão de suas ca-
sas com uma indagação:
– Sobrou?
A pergunta é feita por pessoas que, não tendo comida em suas
mesas, pedem aos que, tendo-a, podem oferecer o que lhes sobe-
jou. Quem tem e diz “sim” é solidário.
É valiosa a solidariedade dispensada a quem está na depen-
dência química.
É confortador notar um gesto amigo que atenua o peso de uma
tragédia.
É digna de registro a acolhida a quem vê no próprio corpo as
feridas deixadas pela perda.
É um insulto à humanidade quando o que sobra vai para o
lixo.
É aviltante para quem precisa comer ouvir explicações sobre a
sua condição ou condenações para o seu triste estado, por causa
de crônica insensibilidade ou preconceitos enraizados.
Ninguém deveria precisar ir em busca do que sobrou. Huma-
nos são os que vão ao encontro dos que não têm.
Solidariedade não devia precisar ser ensinada, porque a nossa
igualdade uns com os outros a impõe.
Solidariedade devia ser algo natural em nós, pelo que a falta
dela nos deveria envergonhar.
Solidariedade não devia ser elogiada, mas praticada como de-
ver moral de cada um de nós.
Solidariedade é gesto de pessoas espirituais, que são aquelas
que almejam ir além de satisfazer os desejos da sua pele.
Para ler HOJE na Bíblia: Josué 22; 1Crônicas 5.18-26 e 1Crônicas 6.54-81
“Obedeçam com muito cuidado ao mandamento e à lei que Moisés, servo do
SENHOR, lhes deu. Amem o SENHOR, o Deus de vocês, façam a vontade dele,
obedeçam aos seus mandamentos, fiquem ligados com ele e o sirvam com todo o
coração e com toda a alma”. (Josué 22.5)
Sonhemos, 1/2
Em sentido restrito, sonho é uma atividade mental durante o
sono.
Em sentido amplo, sonho é o uso da imaginação para desejar
o que não se tem, ver o que não se vê, realizar o que ainda não
é evidente. Sonhar é projetar um futuro diferente e melhor em
relação ao presente.
O sonho como atividade mental durante o sono não está sob
o nosso controle. O sonho como atividade da imaginação está
sob o nosso controle. Não podemos escolher o quê, o como e o
quando durante o sono, mas podemos escolher o quê, o como e
o quando durante o sonho acordado. Não há situação em que
não se possa sonhar.
Seu casamento pode estar perto do fim, mas se Deus lhe dá
o sonho para restabelecê-lo, seu casamento será restabelecido.
Seu filho está com um pé fora do caminho bom, mas se Deus lhe
dá o sonho de ter seu filho de volta, você terá seu filho de volta.
Suas finanças estão arrasadas, com dívidas em muitas frontei-
ras, mas se Deus lhe dá o sonho de restituir o equilíbrio finan-
ceiro, você viverá em paz, mesmo que com pouco. Sua saúde
emocional anda em frangalhos, mas se Deus lhe dá o sonho do
equilíbrio reencontrado, você o reencontrará. Seu bairro anda
sobressaltado com a violência, que avança os sinais, espreita as
esquinas, povoa as mentes, visita os desenhos das crianças na
escola, mas se Deus lhe dá o sonho da paz, tornando-o um pro-
motor desta paz, a paz virá (não a paz completa, porque esta só
na eternidade se conhecerá), mas dará a paz possível com pes-
soas possíveis e cidades possíveis.
Seu país é refém da desigualdade, que alimenta e é alimenta-
da pela corrupção, mas se Deus lhe dá o sonho de um país de-
cente, saiba que este país decente é possível. [CONTINUA em 15
de agosto]
Sem desanimar
Fazer o que é certo cansa.
Fazer o que é bom para os outros cansa.
O cansaço nos leva ao desânimo.
Por isto, somos orientados por Deus a não parar de fazer o
bem. Um dos bens que Ele nos faz é ensinar que não devemos
desanimar. Porque nós podemos desanimar de fazer o bem.
Não desanimamos por causa do esforço que o corpo tem que
fazer para atender a tantas necessidades. Nós desanimamos
quando não vemos os resultados concretos de nossas ações.
Não desanimamos por causa dos recursos necessários para al-
cançar os que precisam. Nós desanimamos quando os recursos
aplicados são insuficientes.
Nós desanimamos por causa das frustrações e dos abusos.
Quem resiste ao fato de nada acontecer, apesar do trabalho?
Quem permanece solidário diante dos aproveitadores?
Nós desanimamos quando a nossa motivação não é legítima.
Nós desanimamos quando entendemos que fazer o bem é uma
obrigação ou um compromisso para receber algum benefício
em troca.
Para não desanimar, precisamos ter em mente que este man-
damento de Deus é para o nosso bem. Independentemente dos
resultados, fazer o bem nos faz bem (Gálatas 6.9).
Para não desanimar, precisamos saber que o que fazemos ao
próximo fazemos a Deus.
Para não desanimar, precisamos nos lembrar que precisamos
uns dos outros.
Para não desanimar, precisamos aprender a esperar o tempo
certo, não da recompensa – que não é a nossa motivação – mas
da realização. Toda semente lançada dá fruto. Esperemos.
AGOSTO
No estaleiro
Quando passamos ao largo de largos rios e profundos mares,
nós vemos os navios nos estaleiros, para onde periodicamente
precisam ser conduzidos e onde ficam fundeados, ancorados no
cais por algum tempo.
Ali estão para que deles sejam tiradas as cracas e as sujeiras
que vão se agarrando aos cascos ao longo do tempo. A corrosão
que provocam pode inclusive tirar do navio a capacidade de an-
corar num porto.
Como os navios, nossas vidas podem ser corroídas por diver-
sos fatores. Como os navios, perdemos a potência na velocida-
de e a capacidade de ficar firmemente ancorados, deixando-nos
a balançar inseguros para todos os lados. Como os navios, dei-
xamos que o nosso sistema de manobra fique comprometido ou
mesmo avariado. Como os navios, nossas vidas vão acumulan-
do incrustantes.
Nas vidas dos navios e nas nossas, os incrustantes são inevi-
táveis. Não há como um navio não ser incrustado. Por isto, ele
tem que ser conduzido ao estaleiro. Depois, é liberado para vol-
tar aos oceanos.
De igual modo, não há como nossa vida não receber incrus-
tantes, como mágoas, vícios, pecados, frustrações. Por isto, tam-
bém devemos entrar no estaleiro para sermos espiritualmente
limpos, refeitos.
O ancoramento faz parte do nosso processo de amadurecimen-
to. Quando somos ancorados, somos recapacitados para viver.
Um navio é levado para o estaleiro para ficar limpo, mas nós
precisamos ir por conta própria. Se embora não vejamos nossas
próprias cracas e sujeiras e formos advertidos, devemos agrade-
cer, enquanto caminhamos para o estaleiro.
SETEMBRO
Três dobras, 2/2
Amigos são cordas, cordas de uma dobra ou cordas de três
dobras. Precisamos de cordas de três dobras. Podemos ser cor-
das de três dobras.
Amizades com cordas de três dobras revelam amigos verda-
deiros.
Amigos verdadeiros não nos enganam, mas nos falam a verda-
de com suavidade.
Amigos verdadeiros não fogem de nós, mesmo que estejamos
exigentes ou inconvenientes.
Amigos verdadeiros não pensam no que podem tirar de nós,
mas no que podemos nos oferecer.
Amigos verdadeiros não tomam decisões que nos afetam sem
nos consultar previamente.
Amigos verdadeiros não chegam depois que apertamos um
botão ou estalamos os dedos. Amigos não são conquistados com
técnica, mas são cultivados na reciprocidade.
Amigos verdadeiros só nos abandonam quando seguimos pela
trilha do erro, deixando-nos sozinhos para que voltemos.
Por ter três dobras, a corda da amizade suporta o esforço para
a superação dos obstáculos.
Por ter três dobras, a corda da amizade vence o tempo e se for-
talece a cada dia.
Por ter três dobras, a corda da amizade resiste às distâncias
que a vida gera.
Por ter três dobras, a corda da amizade resolve os conflitos
que o convívio produz.
Por ter três dobras, a corda da amizade sobrevive aos mal-en-
tendidos e mesmo aos malfeitos um do outro.
Se a primeira dobra da corda é o conhecimento, a segunda é a
admiração um pelo outro. Se a segunda dobra da corda é a ad-
miração mútua, a terceira é o prazer da comunhão, que se sus-
tenta nos ombros que a amizade acolchoa.
Cordões de três dobras são tecidos quando valorizamos os
amigos e gostamos de estar com eles.
Em outro ritmo
Alguns de nós nos alegramos por não termos inimigos. Feliz é
quem não precisa olhar para os lados, por não ter a quem temer.
Este ideal nem sempre é para todos. Alguns de nós ganhamos
inimigos, uns que fizemos por causa de nossa estupidez, outros
por decisões corretas que tivemos que tomar e outros por ra-
zões que simplesmente desconhecemos.
Devemos viver de modo que não façamos inimigos, mas al-
guns não podemos evitar.
Encontramos na Bíblia um homem que nos ensina a lidar com
os inimigos, se os temos.
Davi teve um inimigo (Saul) que fez tudo o que podia para o
eliminar. Davi teve várias oportunidades para resolver o con-
flito, tirando a vida do adversário. No entanto, ele nunca levan-
tou a mão ou a voz contra seu raivoso inimigo. Davi olhava para
Saul como um homem amado por Deus. Devia ser respeitado.
Davi se protegeu para não ser assassinado, mas jamais odiou.
Talvez Davi tenha entendido que Saul tivesse dificuldades pes-
soais que o levavam a descarregar nele a sua ira ou interpreta-
do que o inimigo tivesse problemas mentais, mas não foi por
isto que o preservou. Davi o poupou porque não permitiu que o
ódio do outro se tornasse seu.
Davi orou por seu inimigo, como Jesus faria um milênio de-
pois, entregou o assunto a Deus.
O maior mal que quem nos odeia pode nos fazer é nos fazer
odiá-lo. Quando odiamos a quem nos odeia nós lhe somos iguais
e merecemos a mesma justiça que requeremos para ele.
Procuremos viver de modo a não fazer inimigos. Se alguém
se torna nosso inimigo, peçamos a Deus para manter em paz o
nosso coração.
SETEMBRO
Palavras-perfume
Há pessoas capazes de deixar mais fortes quem as ouve.
Suas palavras animam os desanimados e confortam os tristes.
Talvez receberam de Deus este dom, que começa com o dom
da compaixão, que prossegue com uma sensibilidade para ver a
necessidade do outro e continua com a disposição de estar com
o outro em sua dor.
Pode ser que alguns, partindo do pressuposto que não têm o re-
ferido dom, não se importam com o outro, não se interessam em
proferir palavras que fortaleçam. Talvez até as valorizem quan-
do são alvos delas, mas não ao ponto de agir do mesmo modo.
Em alguns, importar-se com os outros pode ser algo poderoso,
mas todos somos chamados a nos importar (1Tessalonicenses
4.18). Compaixão não é um dom para poucos, mas uma disposi-
ção para todos que reconhecem que são humanos, com as fragi-
lidades e as forças próprias de pessoas reais.
Se nos sentimos parte da família humana, precisamos desen-
volver a capacidade de olhar para os membros da família, da nos-
sa família humana. Se ignoramos que fazemos parte da família
humana, tudo nos é permitido, como o desinteresse e o desleixo.
Todos podemos nos animar uns aos outros.
Além de olhos para ver e sentir, precisamos saber que nos-
sas palavras têm a força da vida e da morte. Precisamos, então,
cuidar delas. Quando formos usá-las com alguém, precisamos
aveludá-las para chegarem macias e limá-las para alisar sua as-
pereza.
Quando estamos diante de alguém, devemos usar nossas pala-
vras, nunca como faca que fere ou veneno que mata, mas como
remédio que cura, como perfume que aromatiza.
SETEMBRO
O projeto do perdão, 2/2
Em meio à guerra e às suas consequências, Kim Phuc começou
a ler livros religiosos em busca de sentido para a sua triste vida.
Deparando-se com o Novo Testamento, descobriu os ensinos de
Jesus Cristo. No Natal de 1982, aos 19 anos de idade, ela se con-
verteu ao Cristianismo.
Perguntada o que faria se encontrasse o piloto que despejou
aquela bomba sobre sua vida, ela afirmou:
– Não podemos mudar a história, mas devemos tentar fazer
coisas boas no presente e no futuro para promover a paz.
Em 1996, Kim participou de uma cerimônia pelo Dia dos Vete-
ranos, em Washington, DC. Em seu testemunho, Kim disse que
seu grande desafio era perdoar às pessoas que tinham feito algo
tão terrível.
– Pedi a Deus para me ajudar a aprender a perdoar.
Ela queria que também o seu coração fosse curado.
– Vivi sob um governo autoritário, agora sei o valor da liberda-
de. Eu vivi na pobreza, agora sei valorizar as muitas coisas que
tenho. Eu agora conheço o poder da fé e do perdão.
Entre seus ouvintes naquela celebração memorial estava o vete-
rano John Plummer, um dos pilotos envolvidos no ataque a Trang
Bang, em 1972. Aquela foto de Kim correndo do fogo o atormen-
tava havia 24 anos. Ele precisava do perdão que só Kim podia lhe
dar. De repente um homem abriu caminho entre a multidão. Era
John Plummer, gritou:
– Kim, veja minha aflição, minha dor, minha tristeza.
Ela abraçou o militar e declarou:
– Eu perdoo você.
Com isto, o tormento de Plummer terminou.
Perdoar – eis um grande projeto, sobretudo para os feridos.
Bem, melhor
Todos fazemos o bem. E podemos, mas não devemos, nos cansar
(2Tessalonicenses 3.13)
Cansam-nos os aproveitadores, sempre a pedir, nunca a mu-
dar, raramente a agradecer.
Cansam-nos os esforços que empreendemos, por nos sugarem
as forças.
Cansam-nos os resultados, nem sempre à altura do tempo de-
dicado e dos recursos oferecidos.
Cansam-nos as nossas próprias emoções, desgastadas diante
da miséria sentida, confusas diante de tantos problemas, decep-
cionadas com tanta desigualdade.
Precisamos sempre lembrar o que sempre soubemos:
1. Não fazemos o bem para receber algo de Deus ou dos homens.
Fazemos o bem porque queremos fazer como Jesus fez.
2. Não fazemos o bem esperando um gesto de gratidão de
quem ajudamos. Agradecer não é natural no ser humano.
3. Não fazemos o bem para melhorar a nossa biografia. Faze-
mos o bem porque é um mandamento de Deus e queremos
obedecer. Fazemos o bem porque podemos compartilhar o
que temos. Fazemos o bem porque entendemos que somos
iguais a quem ajudamos.
4. Não fazemos o bem para granjear simpatia para a nossa fa-
mília, nossa igreja ou nossa empresa. O bem não pode ser
uma ação de marketing. O bem que fazemos vem da com-
paixão.
Se disto lembrados, ainda nos cansamos, precisamos olhar um
pouco para nós, os benfeitores, e cuidar um pouco de nós mes-
mos. Talvez precisemos descansar e voltar firmes e fortes para
fazer o bem ainda melhor.
Perguntas indispensáveis
Temos muitas dificuldades diante da morte, esse nosso destino
de todos nós.
Se o nosso amigo morre porque não cuidou de sua saúde, sere-
mos sábios se cuidarmos da nossa.
Se um acidente na estrada faz muitas pessoas chorar, seremos
sábios se formos cuidadosos em nossas viagens, como motoris-
tas ou passageiros.
Se o amor excessivo ao dinheiro, por parte de um conhecido
ou desconhecido, lhe preparou a forca, fiquemos longe do ca-
dafalso.
Se uma pessoa muito rica não teve sua vida prolongada pelo
dinheiro que tinha, devemos nos perguntar se vale a pena tra-
balhar a vida toda sem usufruí-la em sua plenitude, que não
está no sexo, nem no poder, nem no dinheiro (Salmo 49.16-20).
Se uma pessoa muito pobre é chorada, é porque fez amigos, o
que nos deixa uma pergunta: quantos amigos temos? São eles
que vão ao nosso funeral.
Se um conhecido afundou no vício, e o vício o levou de vez,
não nos viciemos; se nos viciamos, cortemos o mal hoje mesmo,
mesmo que doa.
Se precisamos ajudar nas despesas para o sepultamento de um
amigo, sejamos previdentes.
Se, na hora do funeral, foi difícil coletar algumas pessoas para
transportar o caixão, confiramos como estamos vivemos, para
que sobrem braços para nos carregar em nossa última viagem.
Se a morte foi precoce, encerrando uma vida muito cedo, me-
ditemos sobre o que estamos fazendo com a nossa.
Quando perdermos uma pessoa que admirávamos, devemos
procurar viver de tal modo a levar outras pessoas a nos admirar.
Hora de descansar
O estilo de vida que a maioria de nós adota gera cansaço.
Muitas vezes, no entanto, nosso cansaço não passa de uma
desculpa para não fazer o que precisamos fazer, para não aju-
dar o outro, para não nos envolvermos com o próximo, para
não darmos a mão a quem precisa.
O outro precisa de nós.
Precisamos nos perguntar para onde vai nos levar um estilo de
vida que não nos permite fazer o que é bom. Precisamos desen-
volver atividades de valor, de valor eterno. Jesus disse quais são.
É quando:
• cuidamos da criança e do velho desassistido;
• contribuímos para reduzir a desigualdade tão imensa;
• abraçamos os que estão abrigados pelo desalento;
• recebemos os imigrantes, como se fossem da nossa família;
• visitamos o aflito com gestos e palavras de afeto;
• fazemos a paz onde a guerra está intensa;
• não tornamos a nossa existência uma permanente ilha;
• agimos para que as vidas das pessoas tenham valor e sentido.
O segredo da vida
Para viver precisamos de coragem.
Precisamos de coragem para enfrentar inimigos reais e ima-
ginários. Precisamos de coragem para superar o nosso próprio
passado, cujas sombras, por vezes, nos sufocam, tanto o medo
que nos dá. Precisamos de coragem para que o desânimo não
desembarque em nossos corações.
Precisamos de amor, amando e sendo amados. Precisamos
saber que, por amor, somos aceitos pelas pessoas e recebidas
como amigos; por amor, podemos aceitar pessoas e recebê-las
como amigas.
Precisamos de segurança, tanto em relação aos perigos das
ruas quanto aos perigos invisíveis e igualmente destrutivos.
Precisamos estar seguros que somos protegidos por Deus, que
nos guardará.
Precisamos de inteligência para compreender a vida, suas pos-
sibilidades e dificuldades. Precisamos de perseverança para do-
brar resistências, saltar becos, realizar projetos e amar.
Este é o segredo da vida.
E Jesus Cristo é a chave que abre o segredo dos tesouros onde
estão guardados a coragem, o amor, a segurança, a inteligência
e a perseverança.
O segredo não está na arrogância da força (do “eu posso”), no
orgulho da autossuficiência (do “eu consigo”), na ignorância da
superficialidade (do “ninguém me segura”) e na ilusão do co-
nhecimento (do “eu sei”).
O segredo é ir a Jesus e pedir a Ele a chave, com a qual abra-
mos os tesouros da coragem, do amor, da segurança, da inteli-
gência e da perseverança.
Se Lhe pedirmos a chave, dEle a receberemos.
OUTUBRO
Reputação perdida não se recupera
Podemos falar mal do outro. Podemos escrever mal do outro.
Podemos ouvir mal o outro. Podemos, mas não devemos.
Quando agimos assim, tiramos ou contribuímos para tirar do
outro o único bem que não podíamos lhe tirar: a reputação. Se
lhe tirarmos dinheiro, poderemos devolver corrigido. Se lhe ti-
rarmos um objeto, poderemos lhe restituir com um pedido de
desculpas. Se lhe tirarmos a verdade, poderemos nos corrigir.
Se ofendemos, podemos pedir perdão. Se o ferimos, podemos
lhe curar. No entanto, quando lhe furtamos a credibilidade,
tudo o que fizermos não lhe trará de volta o que lhe foi levado.
A maledicência é como um tiro que não se pode recolher, é
como uma bomba que não se pode retardar a explosão, é como
um golpe dado pelas costas cujo sangue não podemos estan-
car. Se falarmos mal do outro, podemos até lhe pedir perdão
e ser perdoado, mas o dano não tem como ser reparado, por-
que nossas palavras têm asas que levam para longe nossas pa-
lavras mal ditas.
Para não integrarmos a triste galeria dos que derrubam repu-
tações, precisamos ouvir bem. Quem ouve bem confere o que
ouviu. Quem confere o que ouviu guarda para si, sem passar
adiante o que não for bondade. Pelo sim, pelo não, quando sabe
de algo sobre alguém, escolhe o caminho da minoria e não reen-
caminha o que recebeu.
Quem ouve bem não pensa mal do outro. Se houver algo a
compreender, compreenderá. Se houver algo mal explicado,
não criará uma explicação para preencher o vazio.
Quem pensa bem do outro não fala mal do outro, não escreve
mal do outro, não atenta contra a dignidade do outro.
Somos chamados a pensar bem do outro, como queremos que
pensem de nós.
A força da saúde
A saúde espiritual é a força da saúde intelectual.
A saúde espiritual é o fundamento da saúde moral.
A saúde espiritual é a garantia da saúde emocional.
A saúde espiritual é a mãe de todas as outras, que em seu ven-
tre são gestadas.
A saúde espiritual é uma oferta que Deus nos faz, quando nos
trata como filhos amados. Nossa saúde emocional pode ficar
abalada com a rejeição, mas a aceitação divina a fortalece. Je-
sus nos chama de amigos e irmãos.
Começamos a ter saúde espiritual quando respondemos com
fé ao presente da graça. Tem início um relacionamento, cultiva-
do por meio da leitura da Bíblia e da prática da oração, que vão
nos mostrando quem é Deus (amoroso) e quem somos (caren-
tes). Quando conhecemos a Deus, vamos nos enchendo de segu-
rança para viver. Quando conhecemos a Deus, sabemos que Ele
intervirá, se for necessário.
A saúde espiritual demanda colocar Deus em primeiro lugar
em nossas vidas, confiantes que Ele nos suprirá com o que mais
precisamos: Sua presença ao nosso lado. Colocamos Deus em
primeiro lugar quando submetemos a Ele os nossos desejos,
mesmo os mais profundos.
A saúde espiritual cresce à medida que nosso amor (por Deus
e pelo próximo) vai crescendo. Quanto mais amamos, mais sau-
dáveis estamos.
A saúde espiritual vibra com a esperança, essa certeza que
somos homens e mulheres que peregrinam rumo a uma terra
perfeita (céu), onde teremos uma identidade perfeita e conhe-
ceremos a Deus de modo perfeito.
Saúde espiritual não é algo vago, mas real, porque alcança to-
das as áreas da nossa vida.
Amor, fé e esperança
A esperança nos mantém sãos. As circunstâncias nos apavoram.
Os medos nos devoram. As tristezas nos choram.
Como buscar força de dentro, se nossos neurotransmissores
nos rejeitam? Como olhar e ver razões para confiar, se esqui-
nas nos espreitam? Como enxergar futuros, se desempregos
nossas manhãs e noites estreitam?
Se nos falam de Deus, como aceitar palavras amorosas que nos
deleitam?
Há desesperanças que o desejo pode aniquilar.
Há desesperos que oportunidades fazem calar.
Há tristezas que comprimidos cortam até cessar.
Há incredulidades que encontros são capazes de encerrar.
No entanto, há desesperanças que se tornaram crônicas, como
uma propriedade que não se aliena. Elas demandam uma inter-
venção que vem de fora e uma vontade própria não pequena.
De fora veio (na cruz) a intervenção: Deus tomou a forma hu-
mana, a dor incluída, por amor que ele mesmo proclama, como
uma voz a ser todos os dias ouvida.
Nossa resposta é a fé, que é simples, mas não é fácil quando,
com coragem, se lança para saltos no escuro e pulos na clarida-
de, como faz nos braços do pai uma criança.
(Uma criança salta porque sente o que ninguém vê: um braço
que a ampara.)
A certeza de sermos amados por Deus, mesmo quando a cons-
piração parece contra, nos prepara para receber o dom da espe-
rança, que para uma vida firme aponta.
(Então, faremos dela nossa companheira de que ninguém nos
separa.)
Ficará sólida no coração, para que a mentira não nos tire a sa-
nidade,
E para que circunstâncias, medos e tristezas não nos furtem
a felicidade.
Influências avassaladoras
Nenhum de nós é suficientemente forte para não ser influen-
ciado.
Somos inspirados a viver de modo digno. As pessoas que nos
inspiram não gritam para que as sigamos. Em sua humildade,
sabem que também têm os pés de barro. Querem imitar a Jesus,
acertando e falhando, mas sempre seguindo o roteiro que a Bí-
blia indica.
Somos seduzidos a viver de modo indigno. Nossos sedutores
geralmente gritam. O pior que fazem é ostentar seus triunfos
(Salmo 62.4). Suas casas imensas e bonitas são mostradas para
indicar sua superioridade. Nós as vemos como uma mensagem:
se eles conseguiram, nós podemos também. Seu gigantesco po-
der, diante do qual muitos se curvam (em busca de proteção e
privilégio), é um convite a que reproduzamos seus métodos. Se,
em público, defendem a lei, nas conversas particulares escanca-
ram suas mentiras e violências. Eles acreditam que os fins que
desejam justificam os meios que usam.
Num primeiro momento, a certeza de que vale a pena ser ín-
tegro nos mantém na honestidade. No entanto, num segundo
instante, pode ser que o medo nos mantenha na honestidade.
Como é grande a impunidade, a barreira cai.
O caminho não é desconfiar de todos. É conviver, mas apren-
der deles só o que é bom (1Tessalonicenses 5.21).
Se descobrimos desvios, não nos desviemos juntos.
Para tanto, confiemos somente em Deus (Salmo 62.8), nunca
na ameaça como método (Salmo 62.10). O poder das pessoas é
passageiro; só o de Deus, com o seu amor, é para sempre (Sal-
mo 62.11-12).
Mantenhamos sempre a visão do que Deus deseja para nós.
Esperemos pelo que Deus tem para nós e continuemos íntegros
(Salmo 63.5).
NOVEMBRO
Continuar e terminar bem
Muitas vezes, olhamos para nós mesmos e concluímos que esta-
mos bem. É ótimo nos sentirmos bem.
É ótimo fazer o que gostamos. É excelente inspirar as vidas
de outras pessoas. É magnífico nos vermos fiéis à nossa missão.
Nesses casos, recebemos muitos elogios. Aplaudem-nos por-
que demos atenção a quem nos procurou. Exaltam-nos pelas
palavras que proferimos. Acham-nos sábios.
Foi assim com o rei Salomão, como nos conta a Bíblia.
Quando vamos percorrendo os capítulos de sua biografia, sur-
preendemo-nos com o final. Seu biógrafo diz que, ao final de
sua vida, ele não era mais fiel a Deus. Na verdade, passou a fa-
zer o que ele mesmo abominava.
O sábio, antes elogiado, agora era reprovado nas três áreas
centrais da vida: dinheiro, poder e sexo.
A riqueza o tornara insensível às necessidades dos outros, ao
ponto de gastar dinheiro para construir um palácio para uma
única mulher.
O poder o tornara vaidoso, ao ponto de se casar com mulheres
que não teria tempo sequer de saber seus nomes, tantas eram.
A sexualidade o tornara cego para os compromissos anterior-
mente firmados, ao ponto de passar a adorar múltiplos deuses.
Quem começou como Salomão pode terminar como Salomão
terminou.
O epitáfio preparado pelo cronista bíblico devia ser fixado
diante de nós, para não ser o nosso.
Bem-vindos sejam os elogios e os aplausos, desde que os trans-
formemos em lanternas que apontem para dentro de nós mes-
mos e nos permitam ver aquelas áreas das nossas vidas das
quais precisamos cuidar para que, fiéis hoje, prossigamos fiéis
amanhã. Assim, o melhor está por vir.
Terminemos bem.
A depressão nacional
Geralmente provocada por carências biopsíquicas ou mesmo
por eventos que nos afetam, a depressão faz com que não te-
nhamos força para nos levantar da cama, embora queiramos.
A única decisão que devemos tomar, quando estamos nesta
condição, é buscar a restauração da nossa serenidade, alcançá-
vel pelo acolhimento e pela terapia, psicológica ou psiquiátrica,
busca que muitos adiam indefinidamente por causa dos lamen-
táveis preconceitos que cercam as doenças da mente.
Como manter a sanidade diante de um verdadeiro campeona-
to de notícias em que o mais corrupto de hoje será vencido pelo
ainda mais corrupto de amanhã?
Em lugar de nos divertir, a sucessão de desencantos vai nos ar-
rancando a vontade de agir para tornar reais os nossos sonhos.
Nossa confiança é solapada e nossa esperança cai travada. O de-
sânimo nos paralisa. Saímos menos para a rua. Planejamos me-
nos. Passamos a achar que sonhar, trabalhar e viajar não vale
mais a pena. É como se a nossa terra tivesse sendo pilhada por
um exército invencível.
Quando o profeta Jeremias e seu povo, no século 6 a.C., passa-
ram por uma situação desesperada, Deus lhes disse (Jeremias
29.5-14):
“Construam casas e morem nelas”.
“Plantem árvores frutíferas e comam as suas frutas”.
“Casem e tenham filhos”.
“Trabalhem”.
“Orem”.
“Não se deixem enganar”.
Eis o que precisamos ouvir, quando a depressão se torna uma
marca nacional.
A história do outro
Gostamos quando, diante de nós, uma pessoa escuta a nossa
história.
É prazeroso quando alguém escuta o relato de uma viagem
que fizemos. É como se viajássemos de novo.
É confortador quando alguém ouve, com atenção, a narrati-
va dos eventos ligados a uma enfermidade pela qual passamos.
É como se, recordando, revivêssemos o que Deus fez em nos-
sas vidas.
É animador quando alguém se importa com os nossos proble-
mas, que compartilhamos com quem se interessa por nós.
A experiência de ser ouvido deve nos inspirar a escutar os
outros.
Temos, geralmente, pouco tempo, mas podemos dedicar par-
te dele para ouvir.
Ouvir nos custa. Sermos ouvidos também custa.
Quando alguém nos conta sua história, mesmo que, por vezes,
detalhada ou longa demais, não precisamos interromper, como
se esse tempo fosse desperdiçado.
Quando alguém divide conosco a sua dificuldade, não precisa-
mos nos apressar em compartilhar a nossa, porque a nossa não
é mais importante.
Quando nos ouvem, somos valorizados. Quando ouvimos, va-
lorizamos quem fala.
Ouvir é uma forma de sentir o que o outro sente. Ouvir é um
modo de nos colocarmos no lugar do outro. Ouvir é um jeito de
cuidar. Ouvir é fazer parte da história do outro.
Devemos estar sempre prontos para ouvir e nos demorar em
falar (Tiago 1.19).
O que precisamos dos outros, eles também precisam de nós.
Peçamos a Deus que nos dê o dom de ouvir.
Agradeçamos a Deus por aqueles que têm o mesmo dom e nos
inspiram.
A tolerância é possível
O homem se diz sábio (“homo sapiens”) mas não aceita natural-
mente quem pensa diferente.
O homem que se diz sábio olha para quem mora em outro país
como inimigo.
O homem que se apresenta como sábio classifica como pior
aquele que crê de outro modo, às vezes, com diferenças que os
de fora sequer percebem.
O homem que se pensa como inteligente ainda olha para a cor
da pele do outro, como se a cor da pele não fosse apenas uma
questão biológica.
O homem que se classifica como moderno julga o outro como
indigno por causa da roupa que veste, de um objeto furado no
corpo ou da extensão dos seus cabelos.
A intolerância pode ser discreta (com um olhar de reprova-
ção), moderada (por uma palavra de rejeição) ou extrema (com
atos violentos para exterminar o outro).
A intolerância é coisa aprendida.
Então, a tolerância pode ser aprendida.
Neste caminho, devemos formular algumas perguntas:
1. Como olhamos os outros? Como iguais ou inferiores? Temos
que ser francos e admitir, se for o caso, a nossa fraqueza, ao
olharmos as pessoas como diferentes de nós.
2. O que olhamos nos outros? Olhamos sua roupa, mas uma
pessoa não é a sua roupa. Olhamos sua pele, mas uma pes-
soa não é a cor da sua pele. Olhamos seu corpo, mas uma
pessoa com uma deficiência física não é deficiente, embora
tenha uma deficiência.
3. A quem comparamos os outros? Não comparemos. As pesso-
as são incomparáveis.
Devemos responder estas perguntas de modo racional. A into-
lerância é irracional. Não é coisa para humanos.
A avenida da gratidão
Quando Eliseu trouxe de volta o filho dela, a mulher caiu aos
pés do profeta e tocou o chão. Foi a sua forma de agradecer
(2Reis 4.32-37).
Ocupados ou preocupados, relapsos ou ingratos, muitas vezes
não voltamos para agradecer.
Nós somos capazes de não sorrir para quem nos sorri.
Nós somos capazes de não receber a mão que nos é estendida.
Seremos pessoas melhores, habitando uma família melhor,
uma organização melhor, um mundo melhor, se agradecermos.
A gratidão começa com o reconhecimento daquilo que fize-
ram por nós.
A gratidão transforma o ambiente em que vivemos num lugar
acolhedor para todos.
A gratidão coloca a graça de Deus no centro da casa, no centro
do convívio profissional, no centro da vida.
A gratidão é como uma avenida que se abre para caminhadas
mais longas.
A gratidão abafa a mágoa e conduz ao perdão.
A gratidão elogia o passado e adorna o futuro.
A gratidão vê os espinhos, mas se alegra com a suavidade das
rosas.
A necessidade nos faz amigos, mas a gratidão nos faz irmãos.
A gratidão mostra realmente quem nós somos.
Podemos hoje, como a mulher cuja vida foi transformada atra-
vés do profeta Eliseu, agradecer a quem nos fez bem. Talvez
basta que olhemos para os lados para ver quem nos abençoou.
Talvez precisemos voltar no tempo e no espaço para reencon-
trar, mesmo que na imaginação, quem nos ajudou.
Talvez possamos fazer como o filho de um imigrante, acolhido
por uma família. Para honrar o antigo benfeitor dos seus pais,
decidiu bancar os estudos de duas meninas órfãs até termina-
rem seus cursos superiores.
Há muitas formas de agradecer.
A identidade da família
Família é sangue – mas não será família se for apenas sangue.
Família é dever – mas não se fortalecerá se for apenas dever.
Família é compromisso – mas não continuará se for apenas
compromisso.
Família é teto – mas não valerá estar nela se for apenas teto.
Família é acolhimento – mas não será afetuosa se apenas aco-
lher.
Família é patrimônio que se conquista – mas não se firmará se
correr apenas através do patrimônio.
Família é sangue – como se não fosse uma escolha – mas for-
mar uma família ou estar nela precisa ser também uma escolha.
Família é dever – dever que a fortalecerá quando for com-
preendido – compreendido para ser vivido como prazer.
Família é compromisso, do tipo “um por todos” e “todos por
um” – mas se romperá se não for com amor tecido.
Família é teto – mas não pode ser espaço de fuga, mas de segu-
rança; nem de egoísmo, mas de solidariedade.
Família é acolhimento,
Que acontecerá de fato, se for amplo,
Com todos se acolhendo como irmãos,
Pais aconselhando os filhos,
Os filhos acolhendo os pais,
Todos se recebendo como iguais.
Galerias do Natal
A história do nascimento de Jesus Cristo contém uma galeria de
pessoas iluminadas, que inspiraram alegria.
Maria a inspirou, dispondo-se a servir. José a inspirou, ouvin-
do. Os anjos a inspiraram, cantando. Os pastores a inspiraram,
crendo. Os magos a inspiraram, doando.
Também faz parte ainda da história do nascimento de Jesus
Cristo uma galeria de pessoas sombrias, que inspiraram medo.
Augusto, um imperador ambicioso, amedrontou nações, bai-
xando um decreto pesado para arrecadar mais dinheiro.
Herodes, um governador inseguro, amedrontou famílias, de-
cretando a morte de meninos para evitar que um deles sobre-
vivesse.
À margem da história do nascimento de Jesus há ainda uma
galeria de pessoas que só ficaram na nossa imaginação.
Foram familiares que não entenderam o que Deus estava fa-
zendo, foram vizinhos que não ouviram as melodias dos anjos,
foram moradores que seguiram suas vidas como se Deus não
lhes tivesse chegado.
No Natal que Deus nos escreve todos os dias, de que galeria fa-
zemos parte?
Será a mesma de Maria, se dissermos: “conte comigo”. Será a
mesma de José, se estivermos prontos para sermos amigos. Será
a dos anjos, se os nossos cânticos forem de paz. Será a dos pas-
tores, se dermos os passos necessários para participar daquilo
que Deus faz. Será a dos magos, se formos generosos, até com
os desconhecidos.
O bom do Natal é receber.
O melhor do Natal é oferecer.
Sempre pode ser Natal, no Natal de Jesus e em todos os dias, se
nossas vidas inspirarem.
DEZEMBRO
Deus não esquece os pobres
Olhamos para os pobres – como aqueles mendigos da esquina,
de embaixo do viaduto, entre outros – e sentimo-nos impoten-
tes diante do seu drama.
Se não lhe formos indiferentes, oraremos por ele e pediremos
orientação a Deus sobre como podemos ajudá-lo.
Há outros pobres no mundo, mas o mendigo que mora perto
de nós nos incomoda. Se não incomoda, precisa nos incomodar.
Não sabemos porque foi reduzido a isto: um mendigo. Podemos
imaginar: uma doença mental, passou por alguma decepção,
precisou fugir, foi abandonado, perdeu a família, cometeu um
crime, dependência química, conheceu o desemprego, contraiu
uma dívida que não conseguiu pagar... Pode ser qualquer um
destes fatores ou muitos deles reunidos.
Como sabemos que a solução não é fácil e vai além de nossas
atuações individuais, certamente, acabaremos por desistir dele
e o esqueceremos. Os pobres podem ser esquecidos por nós,
mas não o serão por Deus (Salmo 9.18).
Se cremos em Deus, Ele continuará a nos incomodar. Se nós nos
sentirmos incomodados, haverá a esperança para o mendigo.
Se nós nos acomodarmos, Deus levantará outros que se im-
portem, já que nos calamos, mas ele vai nos cobrar uma atitude
(Mateus 25.40-46).
A injustiça, manifestada especialmente no sofrimento dos po-
bres, é um desafio ao amor de Deus. Se nos importamos com
Deus, nós nos importamos com a pobreza. E não deixaremos
que as pedras clamem (Lucas 19.40).
A melhor parte
Jesus entrou na casa de Lázaro, Marta e Maria.
Eles tinham entendido que era o Messias do mundo. Trata-
vam-no como o Senhor das suas vidas. Eram felizes desde quan-
do seus corações descansaram nele.
Agora, o Salvador estava em sua casa. Estavam as duas. Láza-
ro não se encontrava. A atenção as dividiu.
Marta estava ocupada e continuou ocupada, cuidando da casa.
Ela permaneceu andando para lá e para cá.
Maria estava ocupada, mas parou para ouvi-Lo. Jesus lhe elo-
giou, dizendo que escolhera melhor.
Ela se juntou aos demais discípulos para ouvir mais. Eram his-
tórias sobre o amor do Pai. Eram ensinamentos para os tempos
de saúde e de enfermidade, de paz e de conflito. Eram convites
para vidas plenas.
Quem somos nesta história?
Somos Marta quando, tão envolvidos com nossas necessárias
atividades, não nos assentamos aos pés de Jesus.
Somos Maria quando reconhecemos que precisamos ouvir Je-
sus nos falar.
Quando o ouvimos, fazemos melhor o nosso trabalho.
Quando o escutamos, renovamos forças para continuar.
Quando lhe damos atenção, vemos o que precisa ser muda-
do em nós e revisamos nossas vidas, sublinhamos nossas vir-
tudes e marcamos nossas fraquezas. Quando deixamos que as
palavras de Jesus cheguem ao nosso coração, elas fluem em nós.
Quando permitimos, Jesus nos pastoreia. Ser pastoreado por
Jesus é uma coisa necessária.
Pastoreados, podemos fazer melhor o nosso trabalho, inclusi-
ve na igreja.
Pastoreados, podemos ser pessoas melhores.
Queremos ser Maria?
A ovelha perdida
Perdemos muitas coisas na vida. Algumas delas nos fazem fal-
ta, porque são de grande valor. Estão perdidas e precisamos en-
contrá-las (Lucas 15.4).
O que perdemos? (Faça a sua lista, por favor.)
Pode ser que tenhamos perdido oportunidades. Recebemos
um convite, que implicava em termos que nos mudar para ou-
tra cidade; com medo, recusamos. A chance está agora carimba-
da com a palavra “passado” e nada mais podemos fazer.
Pode ser que tenhamos desperdiçado nosso tempo, gastando-o
com conversas inúteis, diversões vazias, preocupações desne-
cessárias. Não há o que fazer: o tempo não volta.
Pode ser que tenhamos perdido nossa dignidade. Sabíamos o
que era certo e fizemos o errado. Conhecíamos a virtude, mas
preferimos o vício. Podemos buscar de volta nossa dignidade.
Podemos, arrependidos, pedir perdão a Deus e voltar ao nosso
amor por Ele. Se apenas uma área de nossa vida precisa de acer-
to, devemos consertá-la.
Pode ser que tenhamos nos afastado de uma pessoa a quem
amamos: um cônjuge, um filho, um amigo. Talvez tenhamos ou-
vido palavras duras. Talvez tenhamos dito palavras pesadas.
Podemos buscar aquele de quem nos afastamos. Se tivermos
que nos humilhar, ganharemos, se nossos laços forem reatados.
Podemos estar com a casa cheia, mas se há uma ausência, pode-
mos ir em busca de sua presença.
Talvez tenhamos desistido de algum projeto, ou por ser difícil
ou por sermos frágeis. Podemos readequá-lo e nos empenhar-
mos para realizá-lo. Podemos ter feito muitas coisas, mas se
uma nos falta podemos buscar realizá-la.
Para Deus somos como uma ovelha num rebanho de cem e ele
veio ao nosso encontro.
A excelente escolha
A cidade estava em reboliço.
Um homem com fama de tocar os corações com as suas pala-
vras como que vindas do céu passeava pela rua principal.
Todos queriam vê-lo. Os pobres se apertavam para tocar em
suas vestes. Os ricos torciam o nariz para a bagunça que o visi-
tante provocava, embora não quisesse.
Entre os que queriam vê-lo, um subiu numa figueira frondosa,
ali plantada há séculos. Ninguém o notou. Se fosse, seria xinga-
do. Ele ocupava uma profissão rejeitada. As pessoas diziam que
ficava com uma parte dos impostos que recolhia.
O homem se aproximou. Já bem perto, olhou para cima. Seus
olhares se cruzaram. Sentiu-se aceito pelo olhar daquele estran-
geiro. Quando o ouviu falar, desceu como se pulasse. O homem
queria se hospedar na sua casa.
O dono o recebeu, ofereceu-lhe um jantar e uma cama para re-
pousar. Desde então, é como se sempre morasse ali, mesmo de-
pois de ter partido.
A história do encontro de Jesus com Zaqueu, o cobrador de im-
postos (Lucas 19.1-10), nos mostra como Deus nos vê e, sobretudo,
como cria oportunidades para a nossa transformação. Zaqueu ti-
nha o que o dinheiro podia comprar, menos a paz interior, pois o
dinheiro não compra. Por isto, foi ao encontro de Jesus.
Zaqueu não teve vergonha de parecer ridículo, ele se dispôs a
pagar o preço: foi renunciar ao poder do dinheiro em sua vida.
Sem renúncia, nossa vida não muda.
Zaqueu sentiu alegria ao receber Jesus em casa. Mandou pre-
parar a melhor refeição possível, a melhor acomodação possí-
vel. Jesus passa por nossas vidas. Podemos deixá-Lo partir ou
podemos recebê-Lo em nosso coração.
A nossa história
A história começou no céu, no princípio habitado por Deus e
seus anjos.
Depois a história desceu para a terra, habitada por Deus, seus
anjos e os seres humanos que criou.
Em seguida a história subirá para o céu, habitado por Deus,
seus anjos e os seres humanos que aceitarem o convite para
passar lá o tempo sem fim.
Todos nós, portanto, esperamos.
Jesus, Deus que se tornou gente na terra, já subiu.
Jesus, que subiu para o seu e nosso Pai, voltará à terra para
que possamos subir.
Diante deste quadro, nossa atitude enquanto escrevemos na
terra a nossa história variará conforme a qualidade de vida que
experimentamos. Assim, num triste contraste, alguns miram o
céu e se esquecem de cuidar da terra e das pessoas em seu re-
dor; outros miram a terra e, como no jogo de futebol, esque-
cem-se que estão apenas no intervalo. Depois desta partida que
fazemos, virá o jogo que não acaba, em que todos os que atuam
são vencedores.
Se a nossa vida aqui é de baixa qualidade, devemos trabalhar
para que melhore. Se a nossa vida é divertida, devemos cuidar
para não tomarmos como definitivos os seus encantos.
A certeza de uma vida com Jesus no céu deve nos encher de
coragem para fazer agora o que precisamos fazer, para o nos-
so bem e para o bem do mundo em que vivemos. Este é o nosso
mundo. Esta é a nossa história.
Penso em Maria
Penso na mãe, como Maria, esperando o seu bebê,
sempre desejado, mesmo quando não planejado,
pois, para um filho, não há hora errada para vir,
não há casa tão pequena que não o possa receber.
Penso na mãe que olha para as histórias do seu nenê,
registradas em álbum, guardadas na palma da mão,
propaladas nas rodas das amigas em pé,
sentidas, como Maria, no segredo do coração.
Feliz Natal
Hoje, eu lhe ofereço uma saudação especial,
Porque é a noite bonita do Natal.
Não sei como a comemora,
Se só ou com muitos a celebra,
Se hoje lhe recorda a data uma triste história
Ou se lhe chega como uma linda festa.
O retrovisor
Retrovisor, retrovisor, que faço agora que o ano acabou?
Preciso olhar para você para ver o que alcancei neste ano.
Você me lembra que tenho muito para agradecer.
Preciso olhar para você para ver o que não alcancei neste ano,
apesar dos planos que formulei. Você me lembra os lugares a
que não fui, os olhares que não dei, os presentes que não en-
treguei, as palavras que não proferi, os abraços que recusei dar
ou receber.
Preciso olhar para você para fazer um balanço, sem ter que
parar. Enquanto conduzo minha vida, para o que virá, posso
olhar para o que ela foi.
Retrovisor, retrovisor, desvie meu olhar se ficar olhando ape-
nas para você. Houve vida no passado, você me mostra; há vida
no futuro, que você não vê.
Retrovisor, retrovisor, preciso olhar para você e para a frente
ao mesmo tempo. Quando olho para você, eu aprendo. Quando
olho para a frente, eu faço.
Retrovisor, retrovisor, você me faz chorar, porque não per-
corri caminhos que devia trilhar e porque trilhei caminhos que
não devia percorrer.
Retrovisor, retrovisor, você me faz esperar que, vencido o ano,
realizei o que não imaginava, conquistei o que não me pare-
cia possível. Se olho com mais atenção, por sua lente, vejo Deus
ao meu lado, me impulsionando para voar. Então, posso ain-
da voar.
Preciso olhar para o passado mas não posso ficar no passado.
Preciso olhar para o passado para não cometer os mesmos er-
ros amanhã.
Retrovisor, retrovisor, você é apenas um espelho, mas o que
você revela faz valer a pena a sua existência.
DEZEMBRO
Poemas preferidos
A poesia bíblica tem o poder de nos animar e nos fazer amar a
vida.
São muitos os poemas da Bíblia, onde belezas e verdades se
encontram:
“O céu anuncia a glória de Deus e nos mostra aquilo que as
suas mãos fizeram”. (Salmo 19.1)
A natureza é ainda mais bela porque mostra a beleza de Deus.
“Quando olho para o céu, que tu criaste, para a lua e para as
estrelas, que puseste nos seus lugares – que é um simples ser
humano para que penses nele?
Que é um ser mortal para que te preocupes com ele?
No entanto, fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo
e lhe deste a glória e a honra de um rei”. (Salmo 8.3-5)
Deus é grande e nos fez grandes também. Por seu amor, não
poderia nos ter feito menores. Por seu amor, ainda se impor-
ta conosco.
“Tu ouvirás os gritos dos oprimidos e dos necessitados e jul-
garás a favor deles para que seres humanos, que são mortais,
nunca mais espalhem o terror”. (Salmo 10.18)
Quem ouve os gritos dos oprimidos e dos necessitados da ter-
ra? Deus, que está ao lado dos pobres contra os opressores de
qualquer índole.
“Estou certo de que o SENHOR está sempre comigo;
Ele está ao meu lado direito, e nada pode me abalar.
Por isso o meu coração está feliz e alegre,
e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro”. (Salmo 16.8-9)
A certeza da presença de Deus conosco faz nossa vida ter sen-
tido.
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JANEIRO 2
Encontro: Qual é o perfil do vizinho com quem você mais se
relaciona?
Exaltação: Leiam Isaías 55.1-12 e destaquem os versículos
que chamam sua atenção. Orem agradecendo pela vida uns dos
outros.
Edificação: RESPOSTA PRONTA (Marcos 1.16-20)
É impressionante a rapidez com que os primeiros seguidores
de Jesus responderam ao convite do Mestre. Há mesma dispo-
sição hoje?
Para discussão:
1. Comente a afirmação: “Jesus anda por onde nós andamos”.
2. Jesus ainda nos chama para segui-lo? De que modo?
3. Qual a nossa principal missão, enquanto seguidores de Jesus?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que precisam ser alcançados pela graça
de Deus.
• Ouça os pedidos de oração dos membros do PG e orem uns
pelos outros.
JANEIRO 9
Encontro: Qual o seu personagem bíblico favorito?
Exaltação: Leiam o Salmo 16 e agradeça o poder de Deus que
atua em nós e através de nós.
Edificação: SEMPRE PARCEIROS (Gênesis 7.16)
Nem sempre sabemos onde Deus atua e até nós vamos. A his-
tória da construção da arca nos ajuda na boa compreensão da
nossa parceria com Deus.
Para discussão:
1. Enumere o que Deus fez para salvar a humanidade por
meio da arca construída por Noé?
2. Enumere o que Noé fez para obedecer ao chamado de Deus
para construir a arca?
3. Porque Deus fechou a porta da arca por fora?
Evangelismo:
• Orem sempre por novos membros para o PG.
• Seja sensível aos pedidos de oração de todos.
JANEIRO 16
Encontro: Quando foi que Deus se tornou mais que uma pa-
lavra para você?
Exaltação: Leiam o Salmo 17 e agradeçam o socorro de Deus
sempre presente em nossas vidas.
Edificação: COMO SAIR DO CONFLITO (Gênesis 13.1-13)
Abraão nos ensina a como resolver os conflitos. No caso dele,
ele preferiu perder.
Para discussão:
1. Em conflitos, que tipos de atitudes impedem soluções?
2. Instalado um conflito, qual é um bom caminho a trilhar?
3. Qual é a verdadeira vitória diante de um conflito?
Evangelismo:
• Incentivem a que cada membro do PG tenha uma lista de
pelo menos cinco nomes de amigos que deseja levar a Cristo.
• Ouçam os pedidos de oração e sejam acolhedores com as ne-
cessidades de cada um.
JANEIRO 23
Encontro: Que sentimentos você experimenta quando entrega
seu dízimo ou uma oferta para uma atividade especial, na igreja?
Exaltação: Leiam o Salmo 24 e agradeçam o privilégio de par-
ticipar da proclamação do Reino de Deus, através dos dízimos.
Edificação: OS ALTARES DE JACÓ (Gênesis 28.17-22)
Há muita discussão sobre o dízimo. Alguns o rejeitam por ser
uma providência da Lei no Antigo Testamento. A questão é que
Jacó viveu antes de Moisés.
Para discussão:
1. Por que o ato de entrega dos dízimos na igreja provoca rea-
ções tão diferenciadas?
2. De acordo com o relato bíblico de Gênesis 14.17-24, qual foi
a motivação de Abraão para entregar o dízimo?
3. Em Gênesis 28.17-22, temos outros motivos que levaram
Jacó a entregar seus dízimos. Quais foram?
Evangelismo:
• Peça que cada um cite o nome de um amigo pelo qual está
orando.
• Divida em duplas para que orem uns pelos outros.
JANEIRO 30
Encontro: Qual foi o conselho mais sábio que você já recebeu?
Exaltação: Leiam o Salmo 86 e agradeçam a Deus por oferecer
sempre sábias orientações.
Edificação: JOSÉ DO EGITO, UM MESTRE (Gênesis 45.1-15)
José nos ensina importantes lições. Vamos listá-las. Leia as fra-
ses e espere que o grupo comente cada afirmação e complete
com as respostas sugeridas.
Para discussão:
1. Podemos confiar que Deus está escrevendo uma história co-
nosco e, na hora certa, vai agir?
2. Podemos viver de modo a minimizar a ocorrência de fatos
perturbadores?
3. Em que nos ajuda reconhecer a sabedoria e a soberania de
Deus.
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que precisam de uma vida mais íntima
com Deus. Ouçam os pedidos de oração e orem em duplas.
FEVEREIRO 6
Encontro: O que você faz com muita alegria?
Exaltação: Leia o Salmo 34 e peça que cada um destaque um
verso que tenha lhe chamado atenção. Ore.
Edificação: OS COMPROMISSOS DE MOISÉS (Êxodo 17.10-13)
Moisés tinha uma clara visão dos seus compromissos. Se que-
remos ser aprovados, precisamos da mesma coragem.
Para discussão:
1. De que modo uma vida de oração pode nos ajudar no de-
sempenho de nossas tarefas?
2. O que pode nos ajudar na consciência de nossa missão?
3. Para o bom êxito de nossa missão, precisamos aprender a li-
dar com nossa humanidade. O que isso significa?
Evangelismo:
• Utilize pequenos pedaços de papel, distribua-nos e peça que
cada um escreva o nome de um amigo que deseja trazer ao
PG. Quando você sinalizar, todos devem passar o papel para
o amigo da direita. Assim, durante a semana, um orará pelo
amigo do outro.
FEVEREIRO 13
Encontro: Qual a qualidade que você mais admira em seu me-
lhor amigo?
Exaltação: Leia o Salmo 56 e peça que cada um destaque uma
palavra que tenha lhe chamado atenção. Tenha um momento de
orações frases agradecendo a bondade de Deus para conosco.
Edificação: MANTENDO O CARÁTER FIRME (Êxodo 20.15)
Disse alguém que o Brasil acaba com a corrupção ou a corrup-
ção ao acaba com o Brasil. A luta nos envolve a todos nós.
Para discussão:
1. Como o desejo de ter pode corromper nosso caráter?
2. Diante do mandamento “Não furtarás” podemos ter condu-
ta de negação. Que consequências isso pode trazer?
3. A outra atitude diante dos mandamentos é relativizar. De
que modo esta decisão vai influenciar nossa vida?
Evangelismo:
• Divida em duplas para que cada um ore pelo outro e pelos
amigos que desejam trazer ao PG.
• Ouça os pedidos de oração e divida em trios para interces-
são mútua.
FEVEREIRO 20
Encontro: Para você, o que significa ser um cristão?
Exaltação: Leia o Salmo 62 e peça que cada um expresse um
motivo de gratidão que teve na semana que passou. Orem agra-
decendo a Deus por todas as bênçãos.
Edificação: A RELIGIÃO VERDADEIRA (Tiago 1.22-27)
Não podemos nos contentar em ter a religião certa. Nós preci-
samos viver a religião certa, em atitudes que vão além das pa-
lavras.
Para discussão:
1. Segundo Tiago 1.27, qual é a verdadeira religião?
2. A justiça deve ser uma decorrência da nossa fé? Por quê?
3. O exercício da fé é um ato que nos torna individualistas?
Evangelismo:
• Dediquem tempo intercedendo pelos amigos que desejam
trazer para o PG.
• Tenham um tempo de compartilhamento sobre o que o PG
tem significado na vida de cada um.
FEVEREIRO 27
Encontro: Num dia de descanso, qual sua atividade favorita?
Exaltação: Leiam o Salmo 27 e agradeçam ao Senhor.
Edificação: FAZENDO MENOS E SENDO MAIS (Êxodo 20.8-11
e Êxodo 35.1-3)
Há cristãos que não entendem o sentido do sábado. Uns o to-
mam com literal e outros a abandonam como um dia dedicado
ao Senhor Deus. O equilíbrio é necessário.
Para discussão:
1. Nos termos cristãos, qual a função do sábado?
2. Temos separado o sábado ou o domingo para o descanso?
3. O que é “descansar”? O que isso significa?
Evangelismo:
• Peça que cada pessoa diga o nome de amigo que deseja tra-
zer ao PG. Divida o grupo em homens e mulheres, nomeie
um líder para cada grupo e dediquem tempo orando uns
pelos outros.
MARÇO 6
Encontro: O que é mais difícil: perdoar ou pedir perdão?
Exaltação: Leia o Salmo 5 e pergunte de que modo cada um se
sente cuidado por Deus. Depois tenha um tempo de orações fra-
ses agradecendo o cuidado de Deus.
Edificação: DEUS É DURO, 1 (Levítico 2)
Quando lemos as leis de Deus, sobretudo no livro de Levítico, fica-
mos confusos sobre o que permanece e o que não permanece. De-
vemos entender bem a questão, para não sermos desobedientes.
Para discussão:
1. Por que, às vezes, temos dificuldade de entender quando
Deus nos diz não?
2. Nos relatos do Velho Testamento, a religião também visava
a saúde. Como entender isso à luz dos relatos Bíblicos?
3. Qual a importância das proibições em nossa vida?
Evangelismo:
• Compartilhem a experiência de convidar pessoas para o PG.
• Ouça os pedidos de oração do grupo. Divida em duplas para
oração.
MARÇO 13
Encontro: Se você pudesse criar uma lei para a nossa cidade,
qual lei seria?
Exaltação: Leiam o Salmo 119.97-105 e orem juntos agrade-
cendo pela Palavra de Deus que nos orienta a viver melhor.
Edificação: DEUS É DURO, 2 (Levítico 7.22-27)
As leis de Deus são para o nosso bem, mesmo quando não gos-
tamos delas ou não as compreendemos. Umas são cerimoniais
e não se aplicam mais hoje. Outras são morais e, portanto, per-
manentes.
Para discussão:
1. Qual o objetivo das leis criadas por Deus?
2. Como eram as leis cerimoniais e morais criadas por Deus?
3. O que Deus demonstrou com estas leis?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que desejam trazer para o PG.
• Ouça os pedidos de oração.
• Distribua cada pedido entre os participantes para que orem
também durante a semana.
MARÇO 20
Encontro: Como você se sente quando uma ordem sua não é
cumprida?
Exaltação: Leiam o Salmo 138 e agradeçam a Deus por aten-
der as nossas orações.
Edificação: DEUS É DURO, 3 (Êxodo 20.12-17)
Para entendermos as leis de Deus, precisamos compreender
os princípios que estão por trás das ordens expressa. Os princí-
pios valem ainda hoje.
Para discussão:
1. Qual o fundamento das leis morais?
2. Essas leis ainda se aplicam aos dias de hoje?
3. E as leis morais, ainda são válidas?
Evangelismo:
• Ouça os pedidos de oração. Ministre a cada um.
• Divida em duplas para oração.
• Incentive o grupo a trazer visitantes.
MARÇO 27
Encontro: De que modo você sentiu-se abençoado (a) por
Deus na semana que passou?
Exaltação: Leiam o Salmo 23 e agradeçam porque Jesus é o
nosso pastor!
Edificação: A ALEGRIA DE ABENÇOAR (Números 6.22-27)
A bênção que Moisés ensinou a Arão ainda hoje é poderosa,
quando bendizemos as pessoas com suas palavras.
Para discussão:
1. O que significa nosso ato de abençoar o outro?
2. Que meios Deus pode usar para manifestar Sua graça em
nossas vidas?
3. Para que abençoemos, o que precisamos aprender?
Evangelismo:
• Tenha um tempo de oração pelos amigos.
• Divida em duplas com objetivo de orar uns pelos outros e
pelo grupo para que testemunhem aos outros sobre o amor
de Deus.
ABRIL 3
Encontro: Como você se sente diante dos obstáculos da vida?
Exaltação: Leiam o Salmo 142 e separem um tempo para agra-
decer a Deus por nos fortalecer diante dos obstáculos.
Edificação: GIGANTES FALSOS (Números 13.1-2 e 16-33)
Assim como os hebreus a caminho de Canaã e Davi diante de
Golias, temos hoje gigantes a enfrentar. Alguns deles nos ater-
rorizam, mas são falsos.
Para discussão:
1. Quem são os nossos gigantes na atualidade?
2. De acordo com o texto de Números, quais são os diferentes
modos de enfrentar os obstáculos?
3. Qual a importância dos olhos da fé, para vencermos nossos
gigantes?
Evangelismo:
• Ouça os pedidos de oração e ministre a cada um.
• Orem pelos amigos que o grupo deseja conquistar para Cristo.
Incentive o grupo a convidar visitantes.
ABRIL 10
Encontro: O que você costuma fazer quando sente raiva?
Exaltação: Leiam o Salmo 56 e agradeçam a Deus que nos aju-
da em meio às dificuldades da vida.
Edificação: CUIDADO COM A IRA (Efésios 4.26)
Não temos como evitar a raiva, mas precisamos aprender a li-
dar com elas, para não destruímos e sermos destruídos.
Para discussão:
1. O que você costuma fazer num momento de raiva?
2. Quais podem ser as consequências de raiva represada?
3. Que atitudes podem nos ajudar no controle da raiva?
Evangelismo:
• Peça que um participante compartilhe a experiência de ter
convidado alguém para o PG.
• Ouça os pedidos de oração e divida em trios para que inter-
cedam uns pelos outros.
ABRIL 17
Encontro: Se Deus lhe desse oportunidade de fazer apenas um
pedido, o que você pediria?
Exaltação: Leiam o Salmo 71 e agradeçam porque Deus é o
nosso refúgio infalível.
Edificação: PROSSEGUINDO COM A VIDA (Atos 1.21-26)
A toda hora temos que tomar decisões. Todos desejamos fazer
escolhas certas. A escolha do sucessor de Judas nos ensina a es-
colher bem.
Para discussão:
1. De que modo as escolhas podem influenciar nossa vida?
2. Como prosseguir diante de um erro praticado?
3. Que atitudes podem nos ajudar a seguir em frente?
Evangelismo:
• Orem juntos pelo crescimento do grupo.
• Lembrem-se de convidar membros da igreja que ainda não
façam parte de um PG.
ABRIL 24
Encontro: Que situações lhe causam mais ansiedade?
Exaltação: Leiam o Salmo 42 e agradeçam por Deus nos auxi-
liar em todos os momentos de nossas vidas.
Edificação: CONTRA A DISPERSÃO (Mateus 6.25-34)
Na corrida vida, muitas vezes perdemos o sentido dela. Se as-
sim acontece, corremos mas não sabemos para onde. O nosso
ideal é nos concentrar em objetivos que orientem a nossa corri-
da, para não ser em vão.
Para discussão:
1. Quais podem ser as dificuldades para a nossa concentração?
2. Quando Jesus fala para não sermos ansiosos, do que ele
quer falar?
3. Por que Jesus nos propõe olhar os lírios do campo?
Evangelismo:
• Orem por amigo(s) que cada um deseja trazer para o PG.
• Oportunize testemunhos sobre o valor da oração.
• Orem uns pelos outros.
MAIO 1
Encontro: Para você, que flor exala o melhor perfume?
Exaltação: Leiam 2Coríntios 2.14-15. Agradeçam as pessoas
que têm exalado bons perfumes ao nosso redor. Agradeça por
Jesus Cristo ser o nosso Salvador.
Edificação: PALAVRAS PARA ANIMAR (Atos 20.1-2)
Um dos ministérios do apóstolo Paulo era animar as pessoas
com palavras inspiradas e inspiradoras. Devemos imitar o após-
tolo em nossas práticas diárias.
Para discussão:
1. De que modo nossas atitudes podem “exalar” um bom per-
fume?
2. Que cuidados devemos ter antes de proferir uma palavra?
3. Como desenvolver a capacidade de prestar atenção nas
pessoas?
Evangelismo:
• Receba os pedidos de oração e distribua para que uns orem
pelos outros durante a semana. Divida em duplas para orem
pelos amigos a quem desejam que conheçam a Cristo.
MAIO 8
Encontro: Qual seu lazer favorito?
Exaltação: Leiam o Salmo 43 e peça que cada um destaque
uma palavra do texto. Orem agradecendo a justiça de Deus.
Edificação: ALI NA NOSSA FRENTE (Deuteronômio 1.26-33)
Diante da dificuldades, podemos reclamar ou agradecer, re-
cuar ou avançar. Moisés mostra, na prática, como podemos se-
guir em frente e triunfar.
Para discussão:
1. De que modo Deus se manifesta com relação a opressão?
2. No processo de libertação, qual foi o principal inimigo de
Moisés?
3. O que precisamos fazer para não procedermos como o povo
liderado por Moisés?
Evangelismo:
• Incentive o grupo a fazer novos contatos toda semana. Fa-
çam alvos para o crescimento do PG.
• Orem uns pelos outros. Incentive a oração.
MAIO 15
Encontro: Quem você respeita como autoridade para lhe
aconselhar?
Exaltação: Leiam Provérbios 9 e orem agradecendo os sábios
conselhos da Palavra de Deus.
Edificação: PARECEM, MAS NÃO SÃO (Deuteronômio 18.14-22)
Muitos se apresentam como porta-vozes de Deus, mas como
saber se não falam de si e por si mesmos. Podemos e devemos
discernir entre uma palavra falsa e uma palavra verdadeira.
Para discussão:
1. Como podemos diferenciar um profeta falso de um profeta
verdadeiro?
2. O que devemos analisar quando algo nos é dito?
3. Qual deve ser a intenção de um profeta ao proferir algo?
Evangelismo:
• Divida em trios para que orem uns pelos outros.
• Lembre de orar por amigos que desejam trazer para o PG.
MAIO 22
Encontro: Qual o seu ditado popular favorito?
Exaltação: Leiam Provérbios 3.1-12 e orem agradecendo o
privilégio de termos acesso a Palavra de Deus, que nos orienta
a como viver melhor.
Edificação: VERDADES IMPOPULARES (Deuteronômio 25.13-16)
Desde crianças, ouvimos certos ditados que contêm ensinos
moralmente reprováveis. Nem sempre a voz do povo é a voz
de Deus.
Para discussão:
1. Compartilhem alguns ditados que evidenciam a “lei da van-
tagem”.
2. De que maneira você acha que essa “cultura da malandra-
gem” tem prejudicado nossa sociedade?
3. Qual deve ser nossa postura numa sociedade desonesta?
Evangelismo:
• Orem pelos vizinhos para que Deus nos ajude a aproveitar
as oportunidades para testemunhar a fé cristã.
• Ouça os pedidos do grupo e ore por todos.
MAIO 29
Encontro: Através de quem você começou a ouvir sobre a
Bíblia?
Exaltação: Leiam Salmo 119.10-105 e agradeçam as orienta-
ções seguras da Palavra de Deus.
Edificação: A HISTÓRIA DO PECADO (Jeremias 17.9)
Não é fácil lidar com o nosso próprio pecado, especialmente
quando nos dizem que devemos fazer o que o nosso coração
manda. Temos ideais bem claros na Palavra de Deus.
Para discussão:
1. Que verdades a Bíblia nos traz acerca do pecado?
2. Que soluções a Bíblia nos traz diante do pecado?
3. De que maneira podemos ser perdoados?
Evangelismo:
• Ouça os pedidos de oração do grupo. Divida entre os mem-
bros para que orem também durante a semana.
• Lembre de motivar o grupo a orar e convidar novos amigos
para o PG.
JUNHO 5
Encontro: Se você pudesse criar uma nova regra para as pes-
soas seguirem, que regra seria?
Exaltação: Leiam João 8.28-32. Orar agradecendo a Deus por
sua Palavra, a Bíblia, que nos ensina a andar corretamente.
Edificação: O REALISMO DA GRAÇA (Gálatas 5.1-15)
Já ao tempo do apóstolo Paulo, alguns ensinavam que a graça
nos liberta de qualquer tipo de cuidado moral, já que somos li-
vres. As pessoas confundem liberdade com libertinismo.
Para discussão:
1. Qual a diferença entre liberalismo e libertinismo?
2. O que há de comum no liberalismo e libertinismo?
3. Na vida real, o que significa ser alcançado pela graça de Deus?
Evangelismo:
• Peça aos integrantes do grupo que digam pelo menos o
nome de um amigo que deseja trazer para grupo. Orem uns
pelos outros.
• Desafie seu grupo a convidar amigos e orar por eles.
• Ouça os pedidos pessoais e dedique tempo em oração.
JUNHO 12
Encontro: Compartilhe um ato de coragem que você já teve.
Exaltação: Leiam o Salmo 6 e agradeçam a Deus por nos for-
talecer em momentos de dificuldade.
Edificação: CORAGEM PARA A VITÓRIA (Josué 1.6-9)
O medo nos paralisa, mas a coragem nos mobiliza. Josué é o
exemplo de um homem a quem Deus capacitou com a coragem
para vencer cidades inteiras. Ainda hoje Deus nos inspira a ser-
mos todos corajosos.
Para discussão:
1. Você se considera uma pessoa corajosa?
2. Que tipo de coragem Deus pode nos dar?
3. Que tipo de lições sobre confiança podemos aprender com a
história de peregrinação no deserto?
Evangelismo:
• Divida em duplas que para orem pelos amigos uns dos outros.
• Juntos, ouça os pedidos de oração e ministre a cada um.
JUNHO 19
Encontro: Qual a comemoração de aniversário que você mais
gostou e por que?
Exaltação: Leiam o Salmo 90.12-17 e agradeçam a Deus o dom
da vida.
Edificação: DIA DE CELEBRAR (Josué 10.12-14)
A narrativa bíblica, de que “o sol parou” para que a vitória
chegasse para os condenados de Josué, nos convida a celebrar
aquilo que Deus faz conosco e por nosso intermédio.
Para discussão:
1. Qual é sua celebração preferida?
2. Que motivos Deus tem nos dado para celebrar?
3. Que tipo de celebração você aguarda em sua vida?
Evangelismo:
• Agradeçam a Deus pela vida no PG e pelo que cada um tem
significado na vida do outro.
• Orem pelos amigos.
JUNHO 26
Encontro: Qual a sua definição para a palavra “graça”?
Exaltação: Leia o Salmo 5 e destaque a bondade de Deus para
conosco. Ter um momento de orações de gratidão.
Edificação: RECUSANDO A GRAÇA (Efésios 2.1-10)
Temos muita dificuldade em entender que a salvação é pela
graça, sem que tenhamos feito algo para recebê-la. Ainda pode-
mos nos exaltar, como se tivéssemos merecido ser salvos.
Para discussão:
1. De que maneira podemos estar rejeitando a graça?
2. De que maneira a bondade de Deus se diferencia da bonda-
de humana?
3. Que áreas da sua vida você precisa reconhecer como graça
de Deus e não como mérito pessoal?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que precisam da graça salvadora de Je-
sus em suas vidas.
• Dividam em duplas e orem uns pelos outros.
JULHO 3
Encontro: Se você recebesse uma grande herança financeira,
o que mudaria em sua vida?
Exaltação: Leiam Filipenses 4.1-19 e agradeçam a Deus por
nos suprir em nossas necessidades.
Edificação: CONQUISTE A TERRA (Josué 17.14-18)
Quando chegamos à vida, nossos pais já tinham construído
algo. Chegamos para receber e ampliar o eles nos legaram.
Para discussão:
1. Qual a maior “herança” que você recebeu de sua família?
2. Que atitudes serão diferenciais diante das boas heranças
que recebemos?
3. Que herança você quer deixar para os seus familiares?
Evangelismo:
• Peça que compartilhem de que modo cada um passou a fa-
zer parte de um Pequeno Grupo.
• Incentive a que convidem novos amigos.
• Orem uns pelos outros, após ouvirem os pedidos pessoais.
JULHO 10
Encontro: Qual o sonho que você tem para os próximos anos?
Exaltação: Leiam o Salmo 19. Destaquem e agradeçam a Deus
pelo belo mundo que criou.
Edificação: UMA VIDA QUE MERECE ESTE NOME (João 10.10)
Jesus nos promete uma vida abundante. A questão é como alcan-
çá-la. Que caminhos devemos tomar para a vida transbordante?
Para discussão:
1. Quais as características você julga serem importantes para
que possa considerar sua vida como abundante?
2. Uma vida vivida em Cristo está isenta de sofrimento?
3. Que meios que temos para vivenciar uma vida abundante?
Evangelismo:
• Peça que cada um cite o nome de um amigo pelo qual inter-
cede para que conheça Cristo como Salvador. Orem por es-
tes nomes.
• Incentive o grupo a convidar visitantes.
• Ouça os pedidos de oração e orem uns pelos outros.
JULHO 17
Encontro: Que atitudes você toma quando alguém que você
ama passa por momentos dolorosos?
Exaltação: Leiam o Salmo 42 e agradeçam a Deus.
Edificação: NÃO DISPERDICE A DOR (2Cortintios 1.3-6)
O sofrimento é inevitável. Já que é assim, devemos usar o so-
frimento como um meio para crescermos. O apóstolo Paulo, ao
sofrer, pediu o livramento, e recebeu de Jesus a certeza que a
graça de Deus lhe era suficiente.
Para discussão:
1. Que lições podemos tirar dos nossos processos de dor?
2. Em suas orações em meio à dor, que respostas você busca?
3. “A minha graça é tudo o que você precisa” (2Corintios 12.9).
De que formas você já experimentou a graça de Deus em
meio ao sofrimento?
Evangelismo:
• Orem juntos pelos amigos uns dos outros.
• Orem pelos membros do grupo de acordo com os pedidos.
JULHO 24
Encontro: O que você mais aprecisa em sua vida hoje?
Exaltação: Leiam o Salmo 150 e pedir que cada um cite um
motivo para gratidão. Orem agradecendo as bênçãos de Deus.
Edificação: CONVITE À SIMPLICIDADE (Mateus 6.11)
Nossa época é a da ostentação (“Veja o que eu tenho”). Nossa
época é a comparação (“O que você tem que eu não tenho?”) En-
quanto estas práticas nos caracterizam, não fruiremos o prazer
da vida simples, ensinada por Jesus.
Para discussão:
1. O que é “simplicidade” de acordo com a Bíblia?
2. De que maneira a simplicidade pode refletir uma convivên-
cia com Deus?
3. Que medidas você pode tomar para que sua vida seja mais
simples?
Evangelismo:
• Ore pelas famílias uns dos outros.
• Dê oportunidades para pedidos de oração e divida em du-
plas para orar uns pelos outros.
JULHO 31
Encontro: Que tipo de injustiça o deixa mais aborrecido?
Exaltação: Leiam o Salmo 3 e agradeçam por nosso Deus que
é justo!
Edificação: A ESCOLA DO CONFLITO (Romanos 14.19)
Viver é experimentar conflitos. No entanto, a paz é possível.
Toda a Bíblia nos ensina a como sermos homens e mulheres que
promovem a paz, onde quer que estivermos.
Para discussão:
1. Quando você está revoltado, como costuma reagir?
2. Que tipos de resultados você espera ao se envolver em um
conflito?
3. Você tem o hábito de submeter seus conflitos a Deus? Se
não, por que isto tem sido difícil?
Evangelismo:
• Divida em dois grupos, homens e mulheres, e orem uns pe-
los outros.
• Orem pelos amigos que possam vir a fazer parte do PG.
AGOSTO 7
Encontro: Quando erramos, qual a parte mais difícil a en-
frentar?
Exaltação: Leia o Salmo 1. (Explique que “justo” vem da pala-
vra “justificado”). Depois, peça que, de acordo com o texto, cada
um destaque uma providência a se tomar, para evitar o cami-
nho dos ímpios.
Edificação: QUEM NOS CORRIGIRÁ? (Provérbios 29.1)
Precisamos de pessoas que nos corrijam, se queremos ser pes-
soas melhores.
Para discussão:
1. Quais são as formas de reconhecermos nossos erros?
2. Uma vida desorganizada, tem jeito? Qual seria?
3. Qual o caminho para evitar o erro?
Evangelismo:
• Dedique um tempo orando para que Deus nos ajude a evitar
os erros.
• Orem pelos amigos uns dos outros.
• Lembre a importância de convidar novas pessoas para o PG.
AGOSTO 14
Encontro: De que modo a graça de Deus se manifestou em sua
vida na semana que passou?
Exaltação: Leia o Salmo 18, peça que cada um destaque um
versículo e ore agradecendo a Deus por ser a nossa rocha!
Edificação: CRISTO EM NÓS (Gálatas 2.20)
O apóstolo Paulo disse que Cristo vivia de tal modo no seu co-
ração que era Cristo quem vivia e não ele. Era Cristo quem deci-
dia. Podemos viver assim?
Para discussão:
1. De que forma a graça de Deus pode existir em nós?
2. Como podemos desvalorizar a graça de Deus?
3. A graça de Deus tem sido suficiente para você?
Evangelismo:
• Orem uns pelos outros. Anotem os pedidos de oração para
orar durante a semana.
• Dediquem tempo orando pelos amigos que precisam de Jesus.
AGOSTO 21
Encontro: Que adjetivo já lhe foi dado, que você gostou?
Exaltação: Leiam o Salmo 20 e agradeçam a Deus que socorre
em tempos de angústias.
Edificação: OBRIGADO, ESPÍRITO SANTO (Mateus 10.19-20)
Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas que formam a Trin-
dade Divina. Não podemos exaltar o papel de um deles e esque-
cer o outro. Temos esquecido o Espírito Santo.
Para discussão:
1. Que adjetivos você pode atribuir ao Espírito Santo?
2. Em que situações você recorre ao Espírito Santo?
3. De que formas posso contar com a atuação do Espírito Santo?
Evangelismo:
• Motive o grupo a convidar novos amigos
• Orem pelas famílias uns dos outros.
AGOSTO 28
Encontro: Compartilhe um momento emocionante de sua
vida.
Exaltação: Leiam o Salmo 25 e agradeçam a presença cons-
tante de Deus em nossas vidas.
Edificação: FORTES EMOÇÕES (1Samuel 2.1-11)
A história de Ana, uma mulher infértil em busca de um filho,
ainda hoje nos comove, porque muitas mulheres podem se es-
pelhar na vida da mãe do sacerdote Samuel.
Para discussão:
1. Além do milagre da gravidez de Ana, relatada no livro de Sa-
muel, o que mais podemos aprender com essa história?
2. Por que devemos orar por nossas emoções?
3. Suas emoções o têm aproximado ou afastado de Deus?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que desejam trazer ao PG.
• Receba os pedidos de oração, e ministre a cada um.
SETEMBRO 4
Encontro: Que qualidades você aprecia em um amigo?
Exaltação: Leia Provérbios 17.17 e peça que cada um diga o
nome de um bom amigo e, depois, ore agradecendo pelos amigos.
Edificação: TRÊS DOBRAS (Eclesiastes 4.12)
Não conseguirmos viver sem amigos. Como eles nos decep-
cionam, tendemos a nos afastar, mas não nos realizamos como
pessoas. Precisamos de amigos que nos apoiam nas horas boas
e nas horas duras.
Para discussão:
1. Como seria uma vida sem amigos?
2. O que uma boa amizade pode nos proporcionar?
3. O que precisamos fazer para termos amigos?
Evangelismo:
• Ouça os pedidos de oração. Ministre a cada um.
• Orem pelos amigos que precisam de um relacionamento
pessoal com Deus.
• Lembre a importância de orar diariamente pelos amigos.
SETEMBRO 11
Encontro: Se dinheiro não fosse problema, que presente você
gostaria de oferecer, e para quem?
Exaltação: Leiam o Salmo 31 e agradeçam a segurança que
podemos ter em Deus.
Edificação: O LUGAR DO DINHEIRO (Eclesiastes 5.10)
Dos três pilares da vida (sexo, poder e dinheiro), o dinheiro
está presente em todos os relacionamentos e projetos de vida.
No entanto, ele não pode nos governar.
Para discussão:
1. Você concorda com a citação “o dinheiro é a raiz de todos os
males”? Por quê?
2. Quais são os perigos do amor ao dinheiro?
3. Que tipos de cuidados devemos ter para que a ambição por
dinheiro não nos domine?
Evangelismo:
• Divida em duplas para que compartilhem como tem sido a
experiência de convidar novas pessoas para o PG.
• Dê oportunidade para pedidos de oração, e orem juntos.
SETEMBRO 18
Encontro: Qual foi a última grande alegria que você sentiu, e
por que?
Exaltação: Leiam o Salmo 126 e agradeçam a Deus pela nos-
sa alegria.
Edificação: VIBRAÇÃO CONJUNTA (Colossensses 1.9-14)
Jesus disse que veio para nos dar alegria completa (João 16.24).
Como viver na perspetiva da alegria? A Bíblia nos ensina.
Para discussão:
1. Que tipo de coisas podem ser nossos ladrões de alegria?
2. Qual deve ser a fonte da nossa alegria?
3. Que tipo de alegria Jesus nos oferece?
Evangelismo:
• Leve pequenas tiras de papel, e peça que cada um escreva
o seguinte: Meu nome é .
Eu oro por .
• Recolha tudo e redistribua, como um processo de amigo oculto,
para que cada um ore pelo amigo do outro durante a semana.
SETEMBRO 25
Encontro: Quem era o seu herói na infância?
Exaltação: Leiam o Salmo 34 e agradeçam a Deus por enviar
anjos ao nosso redor, para cuidar de cada um de nós.
Edificação: PESSOAS MELHORES (Tiago 2.14-18)
Podemos nos contentar com palavras, mas somos chamados a
viver. O Cristianismo é uma religião eminentemente solidária
ou para nada serve.
Para discussão:
1. Existe fé sem que nossas atitudes a reflitam?
2. Como podemos demonstrar fé em nosso cotidiano?
3. Em qual área de sua vida a fé precisa brilhar mais?
Evangelismo:
• Dedique tempo orando por seus vizinhos, para que um dia
possam estar no PG.
• Orem juntos por pessoas desempregadas, pelos enfermos,
pelas famílias do PG.
OUTUBRO 2
Encontro: Do que você mais tem medo?
Exaltação: Leia o Salmo 46 e peça a cada um que destaque, do
texto, a palavra que mais lhe chamou a atenção. Orem, agrade-
cendo a Deus por nos ajudar em momentos de dificuldade.
Edificação: CELEBREMOS ÀS PEQUENAS VITÓRIAS (1Tessalo-
nicenses 1.3)
Agradecer é para poucos, mas são felizes os que agradecem.
Quem agradece experimenta a esperança que a perseverança dá.
Para discussão:
1. Quais as consequências de uma vida fixada nas dificuldades?
2. O que precisamos fazer para termos a esperança que ali-
menta a perseverança?
3. Quais os benefícios de celebrarmos as pequenas vitórias?
Evangelismo:
• Dê oportunidade para relatos de testemunhos dos que se
sentem ajudados por Deus em sua caminhada.
• Orem uns pelos outros.
• Lembre ao grupo da importância de convidar novos amigos.
OUTUBRO 9
Encontro: Qual a sua lembrança mais preciosa?
Exaltação: Leiam o Salmo 37.1-11 e agradeçam a Deus que
nos guia sabiamente em todos os dias da nossa vida.
Edificação: PERGUNTAS INDISPENSÁVEIS (Salmo 49.16-20)
Vivemos como se não fôssemos morrer. Não gostamos que nos
falem de planos funerais. Nos sepultamentos nem sempre há
muita gente. No entanto, a morte dos outros nos faz pensar.
Para discussão:
1. Quando se fala a palavra “morte”, o que lhe vem a cabeça?
2. Que tipo de reflexões a morte traz a respeito da sua vida?
3. Você tem vivido como se fosse morrer daqui a muito ou pou-
co tempo?
Evangelismo:
• Divida em trios e orem por amigos e vizinhos que possam
ser membros do seu PG, futuramente.
• Ouça os pedidos de oração do grupo, e orem por cada um.
OUTUBRO 16
Encontro: O que você tem muito em sua casa?
Exaltação: Leiam o Salmo 40. Peça que cada pessoa destaque
apenas uma palavra do texto. Orem agradecendo a Palavra de
Deus.
Edificação: DOE O QUE LHE CUSTA (1Crônicas 21.18-26)
Quando o rei Davi decidiu construir um templo, alguém se
aproximou e ofereceu gratuitamente o terreno para a futura
construção. Davi recusou. Não queria fazer um sacrifício (uma
oferta) que não lhe custasse nada. Podemos ser como Davi.
Para discussão:
1. Que tipo de cuidado devemos ter ao fazer alguma doação?
2. O que você leva em consideração ao escolher um presente
para alguém?
3. Quando você faz algum tipo de doação espera receber al-
gum tipo de reconhecimento?
Evangelismo:
• Divida em duplas, e orem pelas necessidades uns dos outros.
• Incentive o grupo a convidar novas pessoas para o PG.
OUTUBRO 23
Encontro: Quando você fica triste, o que lhe ajuda a vencer?
Exaltação: Leiam o Salmo 51 e agradeçam o perdão de Deus,
sempre nos arrependendo e confessando os nossos pecados.
Edificação: ELA VEM DE DENTRO (João 7.38)
Nossa cultura tem horror à tristeza e idolatria à alegria, mes-
mo a qualquer preço. No entanto, a alegria pode ser positiva.
Quanto à alegria, ela tem de vir de dentro.
Para discussão:
1. Qual a importância da tristeza?
2. A alegria pode ser ruim de alguma forma?
3. A alegria é algo palpável para você?
Evangelismo:
• Ore pelas famílias dos membros do PG.
• Motive o grupo a novos contatos para trazer novos amigos.
OUTUBRO 30
Encontro: Quem foi seu melhor amigo na infância?
Exaltação: Leia Provérbios 18.24 e agradeça pelos amigos.
Edificação: INFLUÊNCIAS AVASSALADORAS (1Coríntios
15.33-34)
Um dos nossos maiores equívocos é achar que somos suficien-
temente fortes para resistir às influências vindas dos amigos ou
dos meios de comunicação. Seremos sábios se percebemos que
somos frágeis.
Para discussão:
1. Quais são as pessoas que mais o influenciara e ainda in-
fluenciam?
2. Jesus tem sido verdadeiramente uma influência em sua
vida?
3. Quais devem ser os reflexos de uma vida influenciada por
Deus?
Evangelismo:
• Ouça os pedidos de oração do grupo, distribuia cada um en-
tre os presentes, para que orem também durante a semana.
• Lembre ao grupo de convidar amigos, e orem por isso.
NOVEMBRO 6
Encontro: Qual a disciplina mais rígida que você já recebeu?
Exaltação: Leia Provérbios 2 e peça que cada pessoa desta-
que um versículo. Orem agradecendo a Deus, fonte de toda a
sabedoria.
Edificação: GRAÇA E DISCIPLINA (Salmo 17.1-2 e 128.1-2)
Confundimos graça e disciplina, como se nunca houvesse dis-
ciplina onde a graça está presente. A Bíblia nos mostra clara-
mente que primeiro vem a graça e depois a disciplina. Ambas
são indispensáveis.
Para discussão:
1. Qual a diferença entre graça e disciplina?
2. À luz dos Salmos 17.1-2 e 128.1-2, quando a disciplina vem
antes da graça, o que se torna?
3. De que modo a graça de Deus se manifesta em sua vida?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos que precisam ser alcançados pela graça.
• Dê oportunidade para os pedidos de oração. Estimule ao seu
grupo a orar também durante a semana.
• Motive seu grupo para convidar novos amigos.
NOVEMBRO 13
Encontro: Qual foi a melhor viagem que você já fez?
Exaltação: Leia o Salmo 57 e pergunte quais motivos temos
hoje para exaltar o nome do nosso Deus? Orem agradecendo.
Edificação: ADORAR É VIVER (Salmo 66.1-5)
Os Salmos são o livro da adoração a Deus. Quando lemos e re-
petimos os salmos, somos capacitados a ver Deus em ação.
Para discussão:
1. De que formas podemos adorar a Deus?
2. Quais podem ser os resultados de nossa adoração a Deus?
3. A adoração é um recurso para que confiemos em Deus. Em
que áreas da sua vida sua confiança precisa crescer?
Evangelismo:
• Falem sobre estratégias para convidar amigos. Ouça o que
cada um tem feito para isso.
• Orem pelos pedidos do grupo, ministre a cada um.
NOVEMBRO 20
Encontro: Diga algo positivo à pessoa que está a sua direita.
Exaltação: Leiam o Salmo 61 e agradeçam a Deus que sempre
nos ajuda a tomar boas decisões.
Edificação: PERTO DA DECISÃO (Provérbios 15.22)
Desde que acordamos, temos que decidir. Muitas vezes nos
precipitamos por não conseguirmos harmonizar razão e emo-
ção. Para decidir, precisamos de ajuda, de Deus e dos bons
amigos.
Para discussão:
1. O que devemos ponderar para tomar uma decisão?
2. Para uma decisão, devemos usar a razão ou a emoção?
3. Que tipo de ajuda podemos buscar para uma decisão?
Evangelismo:
• Orem para que o grupo almeje o crescimento.
• Intercedam pelos pedidos feitos.
NOVEMBRO 27
Encontro: Qual foi a melhor coisa da sua semana?
Exaltação: Leiam o Salmo 62 e agradeçam por Deus renovar
sempre as nossas esperanças.
Edificação: UMA QUESTÃO DE TEMPO (Habacuque 2.1-3)
Oramos e nada acontece. Ou melhor: oramos e parece que
nada acontece. Reclamamos porque não vemos Deus em ação.
Precisamos aprender a esperar Deus agir.
Para discussão:
1. Por quais coisas você costuma reclamar mais?
2. Diante das tarefas da vida, você se vê mais como queixoso,
otimista ou pessimista? Quais os perigos disso?
3. Que diferenças você vê entre o otimismo e a esperança?
Evangelismo:
• Orem pelos pedidos uns dos outros.
• Citem nomes de amigos e orem por eles.
DEZEMBRO 4
Encontro: Que lição aprendeu de sua mãe e ainda guarda?
Exaltação: Leia Provérbios 3.1-7 e destaque a certeza de que
podemos confiar em nosso Deus. Ore agradecendo as orienta-
ções seguras que recebemos através da Sua Palavra.
Edificação: CRESCENDO COM MARIA (Lucas 2.19)
Maria, a mãe de Jesus, tomou a decisão certa quando foi convi-
dada por Deus a dar à luz o Salvador do mundo. Sua vida é uma
coleção de bons exemplos para nós hoje.
Para discussão:
1. O que devemos valorizar em Maria, mãe de Jesus?
2. Maria nos faz um convite a uma vida que pensa. A que ela
nos adverte?
3. A fé é cega?
Evangelismo:
• Dedique tempo orando pelos amigos que serão convidados a
participar do grupo.
• Dê oportunidade para pedidos de oração.
• Incentive seu grupo a uma vida de testemunho e oração.
DEZEMBRO 11
Encontro: Você faz alguma atividade física? Qual?
Exaltação: Leia o Salmo 63 e sugira um momento de orações
frases, agradecendo a bondade do nosso Deus.
Edificação: LEVANTE-SE (Lucas 8.40-42 e 49-56)
Jesus curou muitas pessoas. Algumas das curas nos são con-
tadas nos Evangelhos. Uma delas é a de uma mulher que tinha
uma hemorragia. Sua fé foi elogiada por Jesus.
Para discussão:
1. Você costuma orar a Deus quando sua mente ou sua alma es-
tão doentes ou somente quando o corpo adoece?
2. De que outras formas, além da cura, Deus pode nos respon-
der em meio a uma enfermidade?
3. Pela cura de qual aspecto de sua vida deseja a intervenção
de Deus?
Evangelismo:
• Orem pelos vizinhos dos membros do PG, para que Deus pre-
pare o coração deles para receber um convite do PG
• Orem uns pelos outros, pelas necessidades de cada um.
DEZEMBRO 18
Encontro: De que modo você gosta de orar? Tem algum lu-
gar especial?
Exaltação: Leia o Salmo 77 e leve as pessoas a louvarem a
Deus pelo seu poder e misericórdia para conosco.
Edificação: A VERDADE SOBRE NÓS MESMOS (Lucas 18.9-14)
Jesus nos fala de dois homens que foram orar. Um teve a sua
oração respondia. O outro, não. As atitudes de um e de outro ex-
plicam por que.
Para discussão:
1. De que maneira temos orado?
2. Qual deve ser nossa atitude ao orar?
3. Por qual aspecto você tem deixado de orar por não perce-
ber a necessidade da intervenção de Deus?
Evangelismo:
• Orem pelos amigos uns dos outros.
• Peçam as bênçãos de Deus para encontrar novas pessoas
para o PG.
DEZEMBRO 25
Encontro: Qual seu enfeite de natal preferido?
Exaltação: Leiam o Salmo 85 e agradeçam a Deus por ter pro-
videnciado a nossa salvação em Cristo Jesus.
Edificação: PARA CELEBRAR O NATAL (Lucas 2.13-14)
Chegou o Natal de Jesus Cristo, o Salvador do mundo. É tem-
po de celebrar, mas também é tempo de lembrar o que Deus fez
por nós e o que podemos fazer pelos outros.
Para discussão:
1. Quais são suas recordações preferidas de Natal?
2. O que seria diferente em sua vida caso o nascimento de Je-
sus não tivesse significado para sua vida?
3. Quais motivos de gratidão a Deus você tem hoje?
Evangelismo:
• Orem pelo PG como agência de proclamação da Palavra de
Deus. Peçam que Deus ajude cada membro do PG a fazer
contato com novas pessoas.
• Orem pelas necessidades do grupo.