Sunteți pe pagina 1din 9

XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Análise da aplicação de geocélulas para reforço de fundações


diretas: estudo de caso
Alba Rosilda Gois Filgueira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, albafilgueira@hotmail.com

Luiz Augusto da Silva Florêncio


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, luiz.engh@gmail.com

Carina Maia Lins Costa


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, carina@ct.ufrn.br

Yuri Daniel Jatobá Costa


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, ydjcosta@ct.ufrn.br

RESUMO: Neste artigo é feita uma análise técnica e de custos para a aplicação de geocélulas em
reforço de fundações diretas. Essa análise foi conduzida a partir de um estudo de caso de uma obra
com execução de sapatas para fundação de um prédio destinado a um estacionamento. O trabalho
foi dividido em duas etapas. A primeira etapa abrangeu a análise técnica para o dimensionamento da
fundação sem e com o reforço do solo com as geocélulas. A segunda etapa compreendeu uma
análise de custos para esses dois casos. Os resultados indicaram que o reforço do solo aumentou a
capacidade de carga para todos os grupos de sapatas, gerando menores dimensões para as
fundações. O levantamento de custos mostrou uma economia total de 57% para o caso com reforço.
Comparando somente os custos com concreto, a redução de custos foi de aproximadamente 82%.

PALAVRAS-CHAVE: Geossintéticos, Custos, Sapatas, estudo de caso.

1 INTRODUÇÃO essa sua principal função, é traduzido em um


acréscimo da resistência ao cisalhamento do
Atualmente há um notável avanço na indústria solo de preenchimento, evitando seu
dos geossintéticos e, com isso, o crescimento da espalhamento lateral e conduzindo a um ganho
engenharia geotécnica através de novas formas de capacidade de carga.
de projetar e construir. Dentre os diversos tipos Estudos elaborados por Webster e Watkins
de geossintéticos disponíveis no mercado, as (1977) e Webster e Alford (1978), confirmaram
geocélulas atuam como um sistema de o potencial de aplicação da geocélula como base
confinamento tridimensional. de pátios de armazenamento e estradas sobre
Segundo a norma brasileira NBR 12553 baixa capacidade de carga, concluindo que por
(1997), a geocélula é definida como o material meio de sua utilização, a espessura de projetos
com estrutura tridimensional aberta, constituída de base poderia ser reduzida em até 70%.
de células interligadas, as quais confinam A pesquisa de Hegde (2017) apresenta o
mecanicamente os materiais nelas inseridos, estado da arte em relação às geocélulas,
sendo aplicadas principalmente no controle de mostrando estudos experimentais, numéricos e
erosão e reforço de solo. analíticos sobre seu desempenho em campo
O confinamento gerado pela geocélula, sendo para reforço de solos. O autor apresenta ainda
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

uma caracterização detalhada das geocélulas confinamento tridimensional do solo. Avesani


quanto material polimérico e as perspectivas das (2013) observou que os procedimentos
futuras pesquisas. existentes, relacionados ao reforço do solo, não
Hegde (2017) ressalta algumas lacunas de promoviam uma adequada aproximação quando
pesquisa com geocélulas, tais como: estudos comparados a valores obtidos em ensaios. Deste
experimentais em escala real e com uso de modo, Avesani (2013) propôs um procedimento
centrífugas, pesquisas sobre o desempenho de de cálculo aplicado à melhoria da capacidade de
geocélulas quando submetidas a cargas cíclicas, carga da fundação de solos reforçados com
estudos de casos de obras, entre outras. Por fim, geocélulas.
Hegde (2017) pondera que no futuro a aplicação Diferente dos geossintéticos planos, que
de geocélulas será mais proeminente em mobilizam a melhora da capacidade da
pavimentos, vias férreas, muros de solos fundação devido aos efeitos de confinamento e
reforçados e fundações. de membrana, a geocélula, além de contar com
Em relação à aplicação específica de tais efeitos, possui outro mecanismo: o efeito
geocélulas em fundações, Shadmand et al. laje. Este mecanismo pode ser traduzido como
(2018) apresentam um estudo sobre o espraiamento ou efeito de dispersão das tensões
comportamento carga-recalque de uma sapata para a camada subjacente, por conta da estrutura
em escala real executada em areia e reforçada tridimensional de células interconectadas e
com geocélulas. Nessa mesma linha, Tafreshi et preenchidas. Através do efeito laje, a carga
al. (2016), avaliaram a diferença de transferida atua em uma superfície maior,
desempenho de sapatas circulares suportadas gerando menores valores de tensão no solo
por solos arenosos reforçados com múltiplas subjacente à geocélula.
camadas de geocélulas e geotêxteis. Segundo Avesani (2013), após aplicação do
Os trabalhos de Shadmand et al. (2018) e carregamento (Figura 1a), o formato celular
Tafreshi et al. (2016) ratificam que diferentes eleva as tensões confinantes em seu material de
formas de aplicação de geocélulas são possíveis preenchimento induzindo sua compressão
no intuito de reforçar o solo e melhorar o dentro das geocélulas, densificando o agregado.
desempenho das fundações nele executadas. Há ainda a indução de tensões horizontais entre
Entretanto, além do ganho técnico de resistência o material e as paredes das células (Figura 1b)
e capacidade de carga, os custos dessas mobilizando uma resistência passiva, além da
aplicações devem se mostrar vantajosos. tensão de interface entre os agregados e as
Desse modo, esse artigo tem por objetivo células (Figura 1c).
realizar uma análise técnica preliminar focada
na capacidade de carga e uma análise de custos
da aplicação de uma geocélula na execução de
uma fundação direta por sapatas. Essas análises
foram efetuadas mediante estudo de caso de
uma obra de fundações de um prédio localizado
na cidade do Natal-RN.

2 MÉTODO DE CÁLCULO PROPOSTO


POR AVESANI (2013)
Figura 1. Esquema ilustrativo do efeito de confinamento.
Desde que a geocélula passou a ser um material a – aplicação do carregamento, b – indução de tensões
comercialmente produzido, começaram a surgir horizontais, c – mobilização de tensões cisalhantes na
métodos de cálculos relacionados ao sistema de interface agregado/geocélula. Fonte: Avesani (2013).
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Dessa maneira, o efeito de confinamento obra de um estacionamento, localizada em


contribui de duas formas: através da redução da Natal-RN, com fundação executada em sapatas
deformabilidade do solo e aumento de sua quadradas. O embutimento de todas as sapatas
resistência; e da dissipação do carregamento no solo foi de cerca de 1,0 m. Na base da sapata
através das tensões horizontais nas células foi executado um lastro de nivelamento em
transmitidas a células adjacentes. Essa solo-cimento. Pela ausência de informações
dissipação do carregamento ativa as resistências adicionais do referido lastro no projeto, e ainda
cisalhantes na interface agregado/parede por questão de simplificação, o lastro foi
(KOERNER, 1994; PRESTO, 2008; desconsiderado nos cálculos. De qualquer
HUFENUS ET AL., 2006; ZANG ET AL., forma, o mesmo estaria presente nas duas
2010) e as resistências passivas do solo situações (com e sem reforço).
confinado (MANDAL E GUPTA, 1994). O perfil do subsolo local obtido mediante
Utilizando os efeitos de confinamento e laje sondagem a percussão de simples
descritos anteriormente, a formulação proposta reconhecimento do tipo SPT é mostrado na
para a capacidade da fundação com solo Figura 2. Pode-se observar uma camada
reforçado de geocélula é dada por: superficial de areia fina, pouco siltosa, fofa, de
Nspt médio igual a 2 seguida por uma camada
h de areia fina, siltosa, medianamente compacta
p r  pu  4 Kp tan e  (1  e) p (1)
d (NBR 6484/2001) com um Nspt médio igual a
9. Até a profundidade investigada não foi
Onde pr é a capacidade de carga do solo detectado nível d’água.
reforçado com geocélula; pu é a capacidade de
carga do solo de fundação não reforçado; h/d é a
razão de forma da geocélula, altura dividida
pela largura; K é o coeficiente de empuxo no
repouso; p é a pressão aplicada nas geocélulas,
δ é o ângulo de atrito de interface entre o
material de preenchimento e a parede da
geocélula e o e é o efeito do espraiamento de
tensões, como definido em Avesani (2013). O
valor de δ pode ser adotado como 2/3 do ângulo
de atrito interno do próprio material de Figura 2. Perfil do subsolo da obra. Sem escala.
enchimento (BUENO E VILAR, 2002).
Apesar do foco técnico desse artigo ser a A Tabela 1 apresenta as cargas em cada sapata
capacidade de carga do solo reforçado é e a quantidade de sapatas. Os valores são
importante pontuar que esse reforço reduz os mostrados para grupos de sapatas, de acordo
recalques e os deslocamentos laterais. Cowland com as dimensões (B) de suas bases. Como as
e Wong (1993), por exemplo, após 15 meses de sapatas são quadradas, a profundidade do bulbo
monitoramento de campo evidenciaram a foi considerada igual a 2B (3,70 a 4,60 m,
redução dos recalques em virtude do reforço. dependendo do grupo de sapata).

Tabela 1. Dimensões e cargas das sapatas quadradas.


3 ESTUDO DE CASO Quantidade Dimensão Carga
Grupo
de sapatas (m) (kN)
3.1 Características das fundações e do solo I 10 1,85 245,25
II 6 2,00 294,30
III 10 2,15 343,35
Nesse artigo, utilizou-se como referência uma IV 8 2,30 397,31
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

O trabalho foi dividido em duas etapas valores sugeridos por Godoy (1972) apud Cintra
principais. A primeira abrangeu a análise el al. (2011). Como se trata de solo arenoso
técnica para o dimensionamento das fundações, considerou-se coesão nula. A Tabela 2 mostra
considerando apenas a capacidade de carga para um resumo dos parâmetros adotados.
duas situações: solo de fundação sem o reforço
de geocélula e com a aplicação de geocélulas Tabela 2. Parâmetros de resistência do solo.
como reforço no solo de fundação. Não houve Parâmetros do solo Valores
ϕ’ (˚) 30
análise de recalques pela inexistência de método
γ (kN/m³) 16
analítico na literatura técnica para essa C (kPa) 0
finalidade no caso de solo reforçado com
geocélula. Para a capacidade de carga da situação com
A segunda etapa da pesquisa compreendeu a reforço, foi selecionada uma geocélula de
análise econômica, no que se refere aos custos Polipropileno (PP) comercialmente disponível
dos dois casos citados. Realizou-se um no mercado nacional. A geocélula tem altura (h)
levantamento de quantitativos para os dois de 0,20 m e largura (d) de 0,18 m. A razão h/d
casos. Os preços dos insumos foram retirados fica 1,11. Com os valores de B da Tabela 1,
das tabelas desoneradas do Sistema Nacional de com d = 0,18 e se tratando de sapatas
Pesquisa de Custos e Índices da Construção quadradas, o valor do efeito do espraiamento e
Civil (SINAPI) de março de 2018. variou entre 0,7 a 0,75. Pra maiores detalhes
consultar o cálculo do e em Avesani (2013). A
3.2 Metodologia para o dimensionamento da Figura 3 mostra um desenho esquemático da
Fundação camada de reforço com destaque para as
dimensões da geocélula abaixo da sapata.
Na análise técnica, para o dimensionamento da
fundação, optou-se pelo método de Terzaghi
(1943), com as contribuições de Vesic (1975),
para o cálculo da capacidade de carga da
fundação com solo não reforçado. Utilizou-se
também a proposta de correção do método feita
por Cintra el al. (2011) em função da
compressibilidade do solo. Para encontrar o
mesmo parâmetro na situação reforçada com
geocélula utilizou-se o método de Avesani
(2013). A seguir são descritos os parâmetros de Figura 3. Esquema simplificado da situação reforçada.
entrada utilizados para os cálculos.
Os parâmetros do solo, e consequentemente a Utilizou-se brita nº 2 (19 a 38 mm) como
capacidade de carga, foram obtidos por material de preenchimento da geocélula a ser
correlações empíricas com o NSPT médio confinado. Adotou-se 35° como valor do ângulo
determinado dentro dos bulbos de tensões de interface entre o material de preenchimento e
definidos anteriormente. Para todos os grupos a parede da geocélula. O coeficiente de empuxo
de sapatas, o valor de NSPT médio foi igual a 4. no repouso foi definido segundo formulação de
Para o ângulo de atrito utilizou-se a relação de Jaky (1944), expressa por:
Godoy (1983) dada por:
K  1  sen ' (3)
 '  28  0,4 Nspt (2)
A pressão p aplicada nas geocélulas equivale
O peso específico foi estimado segundo à carga atuante nas sapatas dividida pela área de
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

sua respectiva base. fabricação, lançamento e adensamento do


concreto. Para o caso reforçado, além dos
3.3 Metodologia para o dimensionamento das serviços citados, incluiu-se o custo de aplicação
Armaduras da geocélula e acomodação da brita.
A Tabela 4 mostra os preços unitários dos
Considerou-se que as sapatas são todas rígidas e serviços e materiais necessários à execução das
não sujeitas à punção. Os pilares que sapatas.
descarregam nas sapatas apresentaram
dimensões transversais, 0,20 m x 0,40 m, iguais Tabela 4. Descrição de preço unitário.
para todos os grupos. Preço unitário
Insumo Unidade
(R$)
Na Tabela 3 são resumidos o
Escavação manual m³ 47,43
dimensionamento das armaduras, pelo método Concreto magro +
das bielas, para cada grupo de sapatas. Foram lançamento e m² 346,74
utilizadas barras de aço com 6,3 mm de adensamento (e = 5cm)
diâmetro em todos os grupos. Concreto estrutural +
lançamento e m³ 327,43
adensamento
Tabela 3. Dimensionamento das armaduras das sapatas
Formas de madeira +
quadradas.
confecção, colocação e m² 75,14
Comprimento
Espaçamento Quant. remoção
Grupo das barras
(cm) barras Armadura + corte,
(cm) kg 5,06
dobramento e colocação
I 185 17,50 11 Reaterro m³ 28,75
II 205 16,20 13 Brita m³ 65,00
III 220 15,00 15
IV 235 13,20 18
O custo do bota-fora foi realizado de
3.4 Valores de Insumos e Serviços maneira distinta dos demais. Para este serviço, o
valor analisado no SINAPI refere-se ao uso de
Como descrito anteriormente, os preços dos caminhão basculante. Um caminhão basculante
insumos e serviços foram obtidos através do de 5m³ tem custo de R$ 55,35 por hora de uso.
SINAPI. Para a geocélula, material não contido Dessa maneira, foram somados os volumes de
no SINAPI, o custo foi estabelecido para a bota-foras para cada condição e, a partir deste
geocélula utilizada com base em informações valor, determinou-se a quantidade necessária de
fornecidas pelo fabricante, sem consideração do caminhões. A Tabela 5 mostra o volume de
valor de frete. bota-fora para cada grupo de sapata e o número
Para a condição sem reforço foram de caminhões necessários para suprir essa
considerados os custos dos seguintes materiais: demanda.
madeira para as formas, concreto magro para
Tabela 5. Volumes de bota-fora.
regularização da base da sapata, concreto Sem reforço Com geocélula
usinado para o enchimento das formas e aço 2,12 0,43
para as armaduras. Para o caso reforçado, além Volume de
2,52 0,35
bota-fora (m³)
dos materiais acima, também se avaliou o custo 3,18 0,47
da geocélula e da brita. 3,71 0,47
Os custos com serviços para o caso não Soma 11,53 1,72
Nº de
reforçado correspondem as seguintes atividades: caminhões
3 1
escavação; reaterro; bota-fora; corte, instalação
e retirada das formas de madeira; corte,
dobramento e disposição das armaduras;
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

4 RESULTADOS trata de material polimérico, podendo exigir a


consideração de um valor de capacidade de
4.1 Capacidade de carga carga menor que o calculado.

As sapatas com geocélula apresentaram redução 4.2 Dimensionamento das armaduras


nas suas dimensões de base, se comparadas às
dimensões da sapata sem reforço do solo. A Foram estabelecidos diâmetros de 5 mm para as
Tabela 6 mostra esse resultado por meio da barras em todas as direções e situações com e
comparação entre as dimensões das bases das sem reforço do solo, visando facilitar cálculos
sapatas com e sem reforço e sua redução em futuros de custo. As Tabelas 8 e 9 mostram os
porcentagem. O valor médio de redução das resultados do dimensionamento das armaduras
dimensões da sapata foi de aproximadamente das sapatas sem geocélula para as direções “x”
50%. (largura) e “y” (comprimento) respectivamente.
As Tabelas 10 e 11 mostram essa mesma
Tabela 6. Comparação das dimensões das sapatas informação para a situação com reforço nas
quadradas para a situação com e sem reforço do solo.
Dimensão sem Dimensão
direções “x” e “y”, respectivamente.
Redução
Grupo reforço com reforço
(%) Tabela 8. Detalhe do dimensionamento das armaduras na
(m) (m)
I 1,85 1,00 46,00 direção “x” na condição sem reforço.
II 2,00 1,00 50,00 Espaçamento Comprim. da Quant.
Grupo
III 2,15 1,05 51,16 x (cm) barra x (cm) barras x
IV 2,30 1,10 52,17 I 18,0 210 12
II 16,0 230 14
III 15,0 250 16
A redução das dimensões das bases das IV 14,0 270 18
sapatas, do caso sem reforço para o caso
reforçado, ocorreu devido ao considerável Tabela 9. Detalhe do dimensionamento das armaduras na
aumento da capacidade de carga das fundações, direção “y” na condição sem reforço.
conseguido através da aplicação da geocélula. A Grupo
Espaçamento Comprim. da Quant.
Tabela 7 mostra os valores de capacidade de y (cm) barra y (cm) barras y
I 18,0 210 13
carga para cada condição.
II 14,0 230 16
III 14,0 250 17
Tabela 7. Comparação das capacidades de carga das IV 12,5 270 20
condições com e sem reforço.
Capacidade de Capacidade de
Tabela 10. Detalhe do dimensionamento das armaduras
Grupo carga sem reforço carga com reforço
na direção “x” na condição com reforço.
(kN/m³) (kN/m³)
Espaçamento Comprim. da Quant.
I 218,97 317,06 Grupo
x (cm) barra x (cm) barras x
II 223,43 318,87
I 9,5 130 13
III 227,89 324,31
II 9,0 120 13
IV 232,36 329,91
III 7,5 140 16
IV 7,0 140 17
Ressalta-se que o aumento da capacidade de
carga mostrado na Tabela 7 corresponde a uma Tabela 11. Detalhe do dimensionamento das armaduras
análise preliminar de curto prazo. Com o tempo, na direção “y” na condição com reforço.
pode haver uma diminuição desse efeito em Espaçamento Comprim. da Quant.
Grupo
y (cm) barra y (cm) barras y
função da redução da capacidade de carga I 7,0 130 17
devido ao comportamento reológico da II 7,0 120 16
geocélula. Existe a possibilidade de fluência e III 6,0 140 20
relaxação das tensões do reforço, visto que se IV 5,5 140 21
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

A soma do número de barras em cada Como a área da forma também é proporcional a


direção para a condição com geocélula mostrou- área da base da sapata, percebe-se na Tabela 14
se maior quando comparada ao caso não que os gastos foram menores quando a
reforçado. Todavia, a soma dos comprimentos geocélula foi utilizada.
das barras revelou-se aproximadamente 46%
maior para a situação não reforçada. Já os Tabela 14. Comparação de custos com o serviço forma.
comprimentos das barras são iguais nas direções Forma
Grupo Sem geocélula Com geocélula
“x” e “y” para uma mesma condição de reforço, (R$) (R$)
visto que se tratam de grupos de sapatas I 160,80 136,76
quadradas. II 193,86 133,75
III 202,89 153,28
4.3 Levantamento de custos IV 241,95 153,28

O custo de todos os materiais e serviços Já os custos com escavação, reaterro e bota-


analisados revelou-se menor para a condição fora foram reduzidos, pois as maiores
reforçada com geocélula. A Tabela 12 mostra a dimensões da base das sapatas geraram maior
comparação de custos com o concreto usinado. volume de solo.
A economia gerada pelo concreto magro e Para a análise de um custo final, Tabela 15,
usinado pode ser entendida observando-se que mostra-se necessária a multiplicação de cada
seus custos acompanham a redução das grupo pelo número de sapatas correspondente.
dimensões das bases das sapatas.
Tabela 15. Comparação dos custos totais dos grupos.
Tabela 12. Comparação de custos em relação ao concreto Sem geocélula Com geocélula
Grupo
usinado. (R$) (R$)
Concreto usinado I 9210,72 4912,38
Grupo Sem geocélula Com geocélula II 6714,26 2887,85
(R$) (R$) III 13842,02 5779,11
I 558,08 141,69 IV 13145,90 4925,40
II 679,74 114,28 Soma 42912,90 18504,74
III 875,13 152,69
IV 1039,15 152,69 Comparando-se a execução das sapatas sem
reforço com as reforçadas, houve redução média
A Tabela 13 apresenta os custos com a de custos totais de aproximadamente 57% para
armadura para o caso com e sem reforço. Os a segunda situação. Já se a relação for
gastos mostraram-se menores com a geocélula, estabelecida para os custos com concreto
visto que os comprimentos das barras são usinados, esta redução aumenta para
proporcionais às dimensões da base das sapatas. aproximadamente 82%. A economia menos
expressiva deu-se para as formas de madeira.
Tabela 13. Comparação de custos com os insumos As áreas de forma obtiveram valores próximos
armadura.
Armadura
entre as condições com e sem reforço, dessa
Grupo Sem geocélula Com geocélula forma, a minimização de custo mostrou-se
(R$) (R$) próxima a 28%. As armaduras também não
I 40,69 30,23 revelaram redução tão expressiva (42%) quanto
II 53,47 26,97 a do concreto, já que, apesar de diferentes
III 63,93 39,05
dimensões, os diâmetros das barras de aço dos
IV 79,51 41,22
casos com e sem geocélula foram considerados
iguais.
A terceira comparação foi realizada com os
gastos com o serviço de forma, Tabela 14.
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

5 CONCLUSÕES Entretanto, ressalta-se que essa


conclusão limita-se a uma análise de
Neste trabalho foi elaborada uma análise técnica curto prazo. O desempenho ao longo do
da capacidade de carga, sem avaliação dos tempo deve ainda ser avaliado devido ao
recalques, e de custo da aplicação da geocélula comportamento reológico do reforço.
para reforço de fundações diretas. A execução
de uma fundação direta em sapatas foi analisada
em duas diferentes condições: sem reforço do REFERÊNCIAS
solo e com geocélula. Realizaram-se cálculos de
capacidade de carga, dimensionamento de
armadura e levantamento de quantitativos para ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 12553 (1997): Geossintéticos -
que a análise fosse possível. terminologia. Rio de Janeiro: ABNT.
Os resultados mostraram que: ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
 A capacidade de carga da fundação TÉCNICAS. NBR 6484 (2001): Solo – Sondagens de
aumentou consideravelmente com o simples reconhecimentos com SPT – Método de
ensaio. Rio de Janeiro: ABNT.
reforço com geocélula;
Avesani, J. O. N. (2013). Desenvolvimento de uma
 As dimensões das bases das sapatas metodologia de cálculo e simulações numéricas
mostraram-se, em média, 52% menores aplicadas na melhoria da capacidade de carga de
na condição com a geocélula; solos reforçados com geocélula. Tese de Doutorado.
 Ainda para o caso com geocélula, houve Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo, São Carlos. 336 p.
uma redução média de custo para a Bueno, B. S.; Vilar, O. M. (2002). Mecânica dos solos.
execução de todas as sapatas perto de São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos. v 2.
57%, em relação ao caso não reforçado; Cintra, J. C. A., Aoki, N. e Albiero, J. H.. (2011).
 Houve redução de custos de todos os Fundações diretas projeto geotécnico. Oficina de
Textos,. 140 p.
serviços e materiais utilizados na
Cowland, J. W.; Wong, S. C. (1993). Performance of a
condição reforçada; road embankment on soft clay supported on a geocell
 O concreto usinado representou a maior mattress foundation. Geotextile and Geomenbranes, nº
economia gerada no caso reforçado 12, p. 687 – 705.
(redução de 82%), reflexo da diminuição Godoy, N. S. (1972). Fundações: Notas de aula, Curso
de Graduação. São Carlos (SP): Escola de
das dimensões da base das sapatas; Engenharia de São Carlos – USP.
 O somatório de barras, para a situação Godoy, N. S. (1983). Estimativa da capacidade de carga
com geocélula, revelou-se maior se de estacas a partir de resultados de penetrômetro
comparado ao caso sem reforço. Porém, estático. Palestra. São Carlos (SP): Escola de
Engenharia de São Carlos – USP.
a soma dos comprimentos das barras
Hegde, A. (2017). Geocell reinforced foundation beds-
apresentou um acréscimo de past findings, presente trends and future prospects: a
aproximadamente 46% para a condição state –of-the-art review. Construction and Building
não reforçada; Materials. nº 154, pp. 658 – 674.
 Os custos com forma foram os que Hufenus, R., Rueegger, R., Banjac, R., Mayor, P.,
Springman, S. M., Bronnimann, R. (2006) et al. Full-
apresentaram menor economia para o scale field test on geosynthetic reinforced unpaved
caso com geocélula (aproximadamente roads on soft subgrade. Geotextiles and
28%). Tal evento sucedeu, pois as áreas Geomembranes, nº.24, p. 21-37.
de forma apresentaram valores próximos Jaky, J. (1944). The Coefficient of Earth Pressure at Rest.
entre a condição sem reforço e Journal of the Society of Hungarian Archtects and
Engineering Division, October, pp. 355 – 358.
reforçada; Koerner, R. M. (1994). Designing with Geosynthetics,
 A análise dos custos totais das sapatas Englewood Cliffs, New Jersey, Prentice Hall, 3rd ed.
evidenciou a economia e a viabilidade 761p.
geradas pela utilização da geocélula. Mandal, J. N.; Gupta, P. (1994). Stability of geocell-
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

reinforced soil. Construction and Building Materials,


v.8, n.1, p. 55 – 62.
Presto. (2008). Geoweb load support system – Technical
overview. Technical Literature on the GEOWEB
Cellular Confinement System. Presto Products
Company. 19p.
Shadmand, A., Ghazavi, M., Ganjian, N. (2018). Load-
settlement characteristics of large-scale square footing
on sand reinforced with opening geocell
reinforcement. Geotextiles and Geomembranes. Vol
46, pp. 319 – 326.
Tafreshi, S. N. M., Sharifi, P., Dawson, A. R. (2016).
Performance of circular footings on sand by use of
multiple-geocell or planar geotextile reinforcing
layers. Soils and Foundations. Vol. 56, n. 6, pp. 984 –
997.
Terzaghi, K. (1943). Theoretical soil mechanics. New
York: John Wiley and Sons. 510 p.
Vesic, A.S. (1975). Bearing capacity of shallow
foundations, in: Winterkorn, H. F. e Fang, H. Y. (ed.).
Foundation Engineering Handbook. New York: Van
Nostrand Reinhold, Cap 3, p. 121 – 147.
Webster, S. L. e Alford, S. J. (1978). Investigation of
Construction Concepts for Pavements Across Soft
Ground Report S – 78 – 6. Geotechnical Laboratory,
U.S. Army Engineer Waterways Experiment Station,
Vicksburg, Miss.
Webster, S. L. e Watkins, J. E. (1977). Investigation of
Construction Techniques for Tatical Bridge Approach
Roads Across Soft Ground Report S-77-1. Soils and
Paviments Laboratory, U.S. Army Engineer
Waterways Experiment Station, Vicksburg, Miss.
Zhang, L., Zhao, M., Shi, C., Zhao, H. (2010). Bearing
capacity of geocell reinforcement in embakment
engineering. Geotextiles and Geomenbranes, n. 28, p.
475 – 482.

S-ar putea să vă placă și