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1
INTRODUÇÃO
Conhecida
como
a
“arte
do
cuidar”,
a
enfermagem
busca
na
administração
uma
ciência
capaz
de
tornar
a
profissão
operacionalmente
racional,
tendo
em
vista
que
administração
é
defendida
como
um
instrumento
de
qualquer
organização
e
que
pode
ser
aplicada
em
qualquer
área.
Ao
longo
dos
anos
a
prática
da
enfermagem
tem
contribuído
muito
para
o
desenvolvimento
da
profissão
o
que
faz
com
que
ela
necessite
do
apoio
de
outras
ciências
como
a
administração
para
a
sua
expansão.
Atualmente,
a
relação
entre
paciente
e
profissional
de
enfermagem
não
está
restrita
apenas
ao
cuidado
como
um
ato
passivo.
Existe
uma
relação
de
consumo.
O
paciente
ou
o
usuário/cliente
busca
um
serviço
de
qualidade
proporcionado
por
um
profissional
capacitado,
ético
e
que
saiba
administrar
esta
relação.
Desta
forma,
há
uma
forte
influência
da
gestão
dos
serviços
na
adoção
de
padrões
éticos,
reavaliação
de
códigos
de
ética,
auditorias,
programas
de
treinamento,
contratação
de
assessorias
especializadas
em
ética,
código
do
consumidor,
políticas
de
valorização
dos
profissionais,
na
organização
do
processo
de
trabalho
entre
outros,
com
vistas
a
concretizar
as
ações
previamente
organizadas
para
os
clientes
que
buscam
os
serviços
de
saúde.
A
enfermagem
tem
como
característica
a
continuidade,
que
necessita
não
só
da
colaboração
de
todos
os
participantes
da
equipe
como
também
dos
gerentes,
responsáveis
por
tomar
providências
para
que
haja
a
manutenção
dos
serviços
de
forma
favorável
aos
clientes
e
à
própria
equipe
de
saúde.
Assim,
a
ação
gerencial
deve
reunir
esforços
que
visem
alcançar
os
objetivos
propostos
na
prestação
da
assistência
de
enfermagem.
ADMINISTRAÇÃO:
CONCEITOS
Segundo
Chiavenato,
a
palavra
administração
originou-‐se
do
latim
ad
(direção,
tendência
para)
e
minister
(subordinação
ou
obediência)
e
significa
aquele
que
realiza
uma
função
abaixo
do
comando
de
outro,
isto
é,
aquele
que
presta
um
serviço
ao
outro.
É
uma
ciência
da
área
humana,
que
no
decorrer
do
desenvolvimento
e
da
evolução
da
sociedade
teve
seu
significado
e
conteúdo
ampliado
e
aprofundado,
se
modificando
em
conseqüência
do
contexto
sócio,
político
e
econômico
e
das
transformações
nas
formas
de
organização
do
trabalho.
A
administração
se
caracteriza
pela
aplicação
prática
de
um
conjunto
de
princípios,
normas
e
funções
dentro
das
organizações.
É
praticada
especialmente
nas
empresas,
sejam
elas
públicas,
privadas,
mistas
ou
outras.
Trata
do
planejamento,
da
organização,
da
direção
e
do
controle
das
atividades
diferenciadas
pela
divisão
do
trabalho
que
ocorrem
nas
organizações.
Para
alcançar
o
objetivo
proposto
pela
organização
é
necessário
o
planejar,
organizar,
dirigir
e
controlar
o
uso
de
recursos.
Administrar
é
conduzir
racionalmente
as
atividades
de
uma
organização.
A
tarefa
básica
da
administração
é
a
de
fazer
as
coisas
por
meio
das
pessoas
de
maneira
eficiente
e
eficaz.
Ou
seja,
é
o
ato
de
trabalhar
com
e
através
de
pessoas
para
realizar
os
objetivos
tanto
da
organização
quanto
de
seus
membros.
É
o
ato
de
gerenciar
pessoas
e
recursos
a
fim
de
alcançar
objetivos
definidos.
Administrar
é
harmonizar
e
coordenar
pessoas.
2
O
PENSAMENTO
ADMINISTRATIVO
O
pensamento
administrativo
sofreu
várias
influências
de
fatores
sociais,
culturais,
econômicos
e
políticos.
Segundo
CHIAVENATO,
a
evolução
do
pensamento
administrativo
se
deu
por
meio
dos
seguintes
influências
no
decorrer
do
tempo:
§ Filósofos
ou
pensadores:
A
filosofia
através
de
seus
pensadores
da
antiguidade
influenciou
a
administração
sendo
que
dentre
eles
podemos
citar:
-‐
Sócrates
(470
a.C.
–
399
a.C.),
que
considera
a
administração
como
uma
habilidade
pessoal
separada
do
conhecimento
técnico
e
da
experiência;
-‐
Platão
(429a.C.
–
347a.C.)
–
propõe
uma
forma
democrática
de
governo
e
de
administração
dos
negócios
públicos;
-‐
Aristóteles
(384
a.C.
–
322
a.C.)
–
estuda
a
organização
do
Estado,
distinguindo
três
formas
de
Administração
pública:
Monarquia
ou
governo
de
um
só
(que
pode
se
tornar
uma
tirania);
Aristocracia
ou
governo
de
uma
elite
(que
pode
caminhar
para
uma
oligarquia)
e
Democracia
ou
governo
do
povo
(que
pode
se
degenerar
em
anarquia).
-‐
Francis
Bacon
(1561-‐1626)
–
fundador
da
Lógica
Moderna
antecipou-‐se
ao
princípio
conhecido
em
Administração
como
o
principal
deve
prevalecer
sobre
o
acessório.
-‐
René
Descartes
(1596-‐
1650)
–
fundador
da
filosofia
moderna,
criador
da
coordenadas
cartesianas
influenciou
vários
princípios
da
moderna
Administração,
como
os
da
divisão
do
trabalho,
da
ordem,
do
controle
entre
outros.
-‐
Thomas
Hobbes
(1588-‐
1679)
–
desenvolveu
a
teoria
da
origem
contratualista
do
Estado,
onde
o
homem
primitivo
por
ser
um
ser
anti-‐social
e
viver
em
guerra
permanente
com
o
próximo,
necessitava
do
Estado
para
impor
a
ordem
e
organização
da
vida
social.
-‐
Jean-‐Jacques
Rousseau
(1712
–
1778)
–
que
com
a
Teoria
do
Contrato
Social,
compreende
o
homem
como
sendo
por
natureza
bom
e
afável,
mas
que
com
a
vida
em
sociedade
se
torna
deturpado
e
corrompido.
§ Igreja
Católica:
Com
a
evolução
dos
tempos
e
da
sociedade,
a
Igreja
Católica
foi
estruturando
sua
organização,
sua
hierarquia,
seu
estado-‐maior
e
sua
coordenação
funcional.
Nos
dias
de
hoje,
a
igreja
apresenta
uma
organização
hierárquica
simples
e
eficiente.
Assim
sendo,
a
experiência
da
igreja
católica
influenciou
a
ciência
da
administração
através
de
seu
conceito
de
hierarquia
da
autoridade
e
de
estrutura
de
poder
centralizado
apenas
em
uma
pessoa.
§ Organização
Militar:
A
organização
militar
influenciou
e
influencia
a
ciência
da
administração,
por
exemplo,
através
de:
organização
linear,
princípio
da
unidade
de
comando,
escala
hierárquica
de
acordo
com
o
grau
de
autoridade
e
responsabilidade
correspondente,
centralização
do
comando
e
descentralização
da
execução
(dicotomia
entre
pensar
e
fazer),
princípio
de
direção
(todo
soldado
deve
saber
o
que
espera
dele
e
aquilo
que
ele
deve
fazer),
desenvolvimento
do
pensamento
estratégico,
do
planejamento,
da
disciplina
e
da
tomada
de
decisão
cientificamente
elaborada
e
não
intuitiva.
§ Revolução
Industrial:
Na
Inglaterra
a
partir
de
1776,
a
partir
da
invenção
da
máquina
a
vapor
por
James
Watt
(1736
-‐1819),
ocorre
uma
mudança
na
concepção
de
trabalho,
modificando
a
estrutura
social
e
comercial
da
época.
Assim
sendo,
de
1780
a
1860
viveu-‐se
a
primeira
Revolução
Industrial,
ou
do
carvão
e
do
ferro.
Levando
a
mecanização
da
indústria
e
da
agricultura,
desenvolvimento
do
sistema
fabril,
de
transportes
e
de
comunicações.
Neste
período
ocorre
a
migração
das
áreas
agrícolas
para
as
regiões
urbanas.
De
1860
a
1914
ocorre
a
segunda
Revolução
Industrial,
ou
do
aço
e
da
eletricidade.
Assim,
do
sistema
de
3
produção
artesanal
o
homem
passa
ao
regime
de
produção
em
série
nas
fábricas,
levando
a
mecanização
do
trabalho,
á
divisão
do
trabalho
e
a
simplificação
das
tarefas.
Com
o
desenvolvimento
do
capitalismo
surge
uma
nova
classe
social
o
proletariado.
Tem
inicio
uma
luta
de
classe
entre
os
proprietários
e
os
empregados.
A
Revolução
Industrial,
apesar
de
ter
provocado
uma
grande
modificação
na
estrutura
empresarial
e
econômica
da
época,
não
influenciou
diretamente
os
princípios
de
administração
das
empresas,
uma
vez
que
os
dirigentes
cuidavam
de
modo
empírico,
tendo
como
modelos
as
organizações
militares
ou
eclesiásticas
bem
sucedidas.
Mas,
para
a
administração
a
principal
conseqüência
da
Revolução
Industrial
foi
o
nascimento
da
organização
e
da
empresa
moderna.
§ Economistas
Liberais:
No
final
do
século
XVIII,
os
economistas
clássicos
liberais
propõem
que
a
vida
econômica
deve
afastar-‐se
da
influência
estatal,
sendo
defensores,
portanto
da
livre
concorrência.
A
influência
desses
economistas
se
dá
através
do:
princípio
da
divisão
do
trabalho
e
da
especialização,
importância
do
planejamento
e
da
organização,
do
controle
e
da
remuneração
dos
trabalhadores.
Entretanto,
o
liberalismo
econômico,
através
da
livre
concorrência
criou
áreas
de
conflitos
sociais
intensos
de
modo
que
Karl
Marx
(1818
–
1883)
e
Friedrich
Engels
(1820-‐
1885)
criaram
o
chamado
socialismo
científico
e
o
materialismo
histórico,
onde
afirmavam
que
todos
os
fenômenos
históricos
são
o
produto
das
relações
econômicas
entre
os
homens.
Estas
concepções
influenciaram
e
influenciam
até
os
dias
de
hoje
o
comportamento
administrativo
nos
níveis
individual
e
social,
assim
como
os
métodos
e
processos,
com
ênfase
na
racionalização
do
trabalho.
A
partir
de
então,
a
Administração
foi
ganhando
corpo,
através
da
Teoria
Geral
da
Administração
que
estuda
as
várias
teorias
ou
escolas
de
acordo
com
as
correntes
de
pensamento.
Assim,
no
dias
atuais,
a
administração
pode
ser
estudada
do
ponto
de
vista
da
interação
e
interdependência
entre
cinco
variáveis
principais
que
são:
tarefa,
estrutura,
pessoas,
tecnologia,
e
ambiente.
Sendo
que
a
adequação
entre
essas
cinco
variáveis
constitui
o
principal
desafio
da
administração.
TEORIAS
ADMINISTRATIVAS
A
partir
das
influências
já
discutidas
foram
surgindo
às
teorias
administrativas.
A
palavra
Teoria
originalmente
vem
do
grego
theoria
que
significa
uma
visão.
Assim,
o
desenvolvimento
de
teorias
pode
ser
compreendido
como
racional
e
intelectual,
conduzindo
à
descoberta
da
verdade.
Uma
teoria
é
um
guia
de
ação,
um
guia
para
a
coleta
de
fatos
e
a
busca
de
novos
conhecimentos,
ela
pode
ser
definida
como
sendo
um
conjunto
de
conceitos.
Segundo
Horta
(1979),
a
teoria
é
um
conjunto
de
leis
particulares,
de
proposições
hipotéticas,
conceitos
e
definições,
relacionados
a
uma
explicação
comum,
logicamente
ordenados,
que
visam
explicar
eventos,
e
são
criados
com
algum
propósito
ou
objetivo.
Segundo
Paim
(1986)
a
teoria
é
“o
núcleo
central
da
ciência,
sobre
cujas
bases
se
desenvolvem
a
observação,
a
descrição
e
a
experimentação”.
Concluindo
Teorias
podem
ser
definidas
como
sendo
uma
forma
sistemática
de
olhar
para
o
mundo
e
descrevê-‐lo,
explicá-‐lo
prevê-‐lo
ou
controlá-‐lo.
O
conteúdo
e
o
significado
da
administração
sofreram
ampliação
e
aprofundamento
através
das
diferentes
teorias
existentes,
variando
de
acordo
com
a
teoria
ou
escola
considerada.
As
teorias
da
administração
surgiram
para
melhorar
a
produtividade
e
embasar
a
prática
através
do
conhecimento
adquirido.
4
As
variáveis
“tarefa,
estrutura,
pessoas,
tecnologia
e
ambiente”,
de
acordo
com
a
abordagem
de
cada
autor,
marcaram
a
seu
tempo
uma
ou
mais
diferentes
teorias
administrativas,
contribuindo
no
desenvolvimento
da
administração.
PRINCIPAIS
TEORIAS
ADMINISTRATIVAS
TEORIA
CIENTÍFICA
(1856-‐1915):
Frederick
Winslow
Taylor
criou
o
primeiro
modelo
científico
de
organização
do
trabalho,
também
denominado
de
Taylorismo.
Ele
verificou
que
no
sistema
de
pagamento
por
dia
de
trabalho
os
trabalhadores
não
percebiam
nenhuma
vantagem
em
trabalhar
arduamente,
e
assim
ele
afirmava
que
se
a
empresa
pudesse
estabelecer
padrões
de
desempenho
fixos,
o
trabalhador
se
esforçaria
para
receber
salários
maiores.
§ Pressupostos
Básicos:
O
Taylorismo
consiste
na
aplicação
dos
princípios
de
organização
e
do
método
científico,
com
os
objetivos
básicos
de
eliminar
o
desperdício
e
as
perdas,
bem
como
elevar
os
níveis
de
produtividade.
O
que
é
conseguido
através
da:
- Racionalização
do
trabalho,
decomposição
das
tarefas
em
operações
simples
(levando
a
quebra
do
saber
operário
alterando
a
relação
que
o
trabalhador
tinha
até
então
com
o
seu
trabalho),
estudo
dos
tempos
e
movimentos;
- Especialização
do
operário;
- Padronização
de
métodos,
instrumentos
e
tarefas,
para
obter
uniformidade
e
reduzir
custos;
- Delimitação
de
tarefas
e
salários
de
acordo
com
a
produção
individual,
com
incentivos
salariais
e
prêmios
por
produtividade;
- Divisão
entre
planejamento
e
execução
do
trabalho;
- Monopólio
do
conhecimento,
através
da
atribuição
aos
gerentes
de
superpoderes
para
controlar
rigorosamente
a
execução.
Assim,
Taylor
foi
considerado
“O
pai
da
Administração
Científica”,
sendo
que
os
principais
aspectos
do
Taylorismo
são:
1.
Em
relação
à
ênfase:
ela
esta
centrada
na
realização
das
tarefas;
2.
Quanto
à
abordagem
da
organização:
a
empresa
era
vista
como
estrutura
formal
sendo
conceituada
como
sendo
um
sistema
fechado;
3.
Concepção
de
homem:
Homem
econômico
(homo
economicus),
considerando
o
homem
como
sendo
motivável
por
recompensas
salariais,
econômicas
e
materiais;
4.
Princípios:
os
quatro
princípios
fundamentais
da
administração
científica
são
–
princípio
do
planejamento
–
a
partir
do
qual
todo
trabalho
deveria
ter
como
critérios
para
sua
realização
métodos
baseados
em
procedimentos
científicos;
da
preparação
dos
trabalhadores
-‐
segundo
o
qual
os
trabalhadores
devem
ser
treinados
para
produzir
mais
e
melhor;
do
controle
–
consiste
em
se
certificar
que
o
trabalho
esta
sendo
realizado
de
acordo
com
as
normas
estabelecidas
e
o
plano
previsto;
e
da
execução
–
que
consiste
na
distribuição
das
tarefas
e
responsabilidades
de
acordo
com
critérios
estabelecidos
para
disciplinar
a
execução
e
a
divisão
do
trabalho.
§ Críticas:
Como
já
dissemos
Taylor
foi
quem
propôs
a
criação
de
uma
“Ciência
da
Administração”.
Antes
de
suas
observações
não
havia
uma
análise
dos
processos
de
trabalho,
os
gerentes
não
se
preocupavam
com
os
processos,
discutia-‐se
“o
que”,
mas
não
o
“como”.
A
partir
da
racionalização
e
da
padronização,
houve
incentivo
salarial
e
prêmios
por
produtividade.
Segundo
Kurcgant,
talvez
o
aspecto
mais
crítico
na
Teoria
Científica
seja
o
caráter
mecanicista
de
sua
proposta.
Além
disso,
podemos
apontar
a
“superespecialização”
do
operário,
a
visão
microscópica
do
homem,
a
ausência
de
comprovação
científica
-‐
uma
vez
que
pouca
pesquisa
e
experimentação
científica
5
foram
feitas
para
comprovar
as
teses
-‐
,
a
abordagem
prescritiva,
normativa,
incompleta
da
organização
e
a
compreensão
da
empresa
como
um
sistema
fechado.
Entretanto,
apesar
das
críticas
é
importante
lembrar
que
as
contribuições
de
Taylor
são
relevantes
e
utilizadas
até
os
dias
de
hoje,
e
que
a
partir
de
suas
observações
é
que
o
trabalho
passou
a
ser
executado
melhor
e
economicamente,
impulsionando
toda
uma
nova
forma
de
compreender
a
Ciência
da
Administração.
A
administração
científica
é
um
sistema
que
economiza
trabalho
produzindo
mais
em
menos
tempo.
Foi
tida
como
uma
revolução
mental
e
uma
maneira
das
pessoas
encararem
o
trabalho
de
uma
forma
mais
cordial.
A
produtividade
é
gerada
através
da
eficiência,
não
da
escravização
do
trabalhador
e
sim
da
inteligência
de
como
se
trabalha.
Pode-‐se
observar
a
característica
mecanicista
advinda
desta
teoria,
com
atividades
repetitivas,
ênfase
na
eficiência,
e
a
supervisão
funcional.
Associa-‐se
esta
teoria
à
prática
da
enfermagem
como
uma
forma
de
melhorar
a
produtividade
dos
profissionais.
Observa-‐se
alguns
reflexos
desta
teoria
na
administração
de
pessoas,
elaboração
de
escalas
de
serviços
com
a
fragmentação
do
trabalho
da
enfermagem
em
atividades
e
em
categorias,
fixando
a
atividade
na
tarefa
e
não
integralidade
do
paciente.
TEORIA
CLÁSSICA
(1841-‐1925)
foi
idealizada
por
Henri
Fayol.
Caracteriza-‐se
pela
ênfase
na
estrutura
organizacional
e
pela
busca
da
máxima
eficiência
através
da
adoção
de
uma
estrutura
que
fosse
adequada
e
consequentemente
com
um
funcionamento
compatível
com
essa
estrutura.
Sofreu
críticas
como
a
manipulação
dos
trabalhadores
através
dos
incentivos
materiais
e
salariais
e
a
excessiva
unidade
de
comando
e
responsabilidade.
6
e.
Unidade
de
Direção
-‐
um
único
plano
para
um
grupo
de
atividades
com
o
mesmo
objetivo.
f.
Subordinação
dos
interesses
individuais
aos
interesses
gerais
–
o
interesse
de
um
funcionário
não
deve
prevalecer
sobre
o
interesse
da
instituição.
g.
Remuneração
-‐
a
compensação
deve
ser
justa,
e
na
medida
do
possível
garantir
a
satisfação
do
indivíduo
e
da
empresa.
h.
Centralização
–
as
atividades
essenciais
e
a
autoridade
devem
ser
centralizadas.
i.
Rede
escalar
–
deve
haver
uma
estrutura
hierárquica
com
uma
linha
de
autoridade
fixa.
j.
Ordem
–
um
lugar
para
cada
coisa,
e
cada
coisa
em
seu
lugar.
k.
Equidade
–
senso
de
justiça
que
deve
prevalecer
justificando
a
lealdade
e
devoção
de
cada
funcionário
a
organização.
l.
Estabilidade
–
a
rotatividade
tem
efeitos
negativos,
uma
vez
que
é
necessário
tempo
para
que
o
trabalhador
se
adapte
as
suas
funções.
m.
Iniciativa
–
em
todos
os
níveis
é
necessário
que
haja
entusiasmo
e
energia,
para
que
os
planos
sejam
estabelecidos
e
cumpridos.
n.
Espírito
de
Equipe
–
necessidade
do
desenvolvimento
do
trabalho
em
conjunto,
e
a
manutenção
do
relacionamento
interpessoal.
Além
disso,
esta
teoria
enumera
as
funções
básicas
,
necessárias
à
existência
de
qualquer
empresa,
como:
1.
Funções
técnicas
–
relacionadas
com
a
produção
de
bens
ou
de
serviços
da
empresa.
2.
Funções
comerciais
-‐
relacionadas
com
a
compra,
venda
e
permutação.
3.
Funções
financeiras
–
relacionadas
com
a
procura
e
gerência
de
capitais.
4.
Funções
de
segurança
–
relacionadas
com
a
proteção
e
preservação
dos
bens
e
das
pessoas.
5.
Funções
contábeis
–
relacionadas
com
inventários,
registros,
balanços,
custos
e
estatísticas.
6.
Funções
administrativas
–
relacionadas
com
a
integração
das
outras
cinco
funções.
As
funções
administrativas
coordenam
as
demais
funções
da
empresa,
pairando
acima
delas.
São
elas:
§ Planejar:
estabelece
os
objetivos
da
empresa,
especificando
a
forma
como
serão
alcançados.
Parte
de
uma
sondagem
do
futuro,
desenvolvendo
um
plano
de
ações
para
atingir
as
metas
traçadas.
É
a
primeira
das
funções,
já
que
servirá
de
base
diretora
à
operacionalização
das
outras
funções.
§ Organizar:
é
a
forma
de
coordenar
todos
os
recursos
da
empresa,
sejam
humanos,
financeiros
ou
materiais,
alocando-‐os
da
melhor
forma
segundo
o
planejamento
estabelecido.
§ Comandar:
faz
com
que
os
subordinados
executem
o
que
deve
ser
feito.
Pressupõe
que
as
relações
hierárquicas
estejam
claramente
definidas,
ou
seja,
que
a
forma
como
administradores
e
subordinados
se
influenciam
esteja
explícita,
assim
como
o
grau
de
participação
e
colaboração
de
cada
um
para
a
realização
dos
objetivos
definidos.
§ Coordenar:
a
implantação
de
qualquer
planejamento
seria
inviável
sem
a
coordenação
das
atitudes
e
esforços
de
toda
a
empresa,
almejando
as
metas
traçadas.
§ Controlar:
controlar
é
estabelecer
padrões
e
medidas
de
desempenho
que
permitam
assegurar
que
as
atitudes
empregadas
são
as
mais
compatíveis
com
o
que
a
empresa
espera.
O
controle
das
atividades
desenvolvidas
permite
maximizar
a
probabilidade
de
que
tudo
ocorra
conforme
as
regras
estabelecidas
e
ditadas.
7
TEORIA
DAS
RELAÇÕES
HUMANAS
ou
ESCOLA
DAS
RELAÇÕES
HUMANAS
(1929)
idealizada
por
George
Elton
Mayo,
é
um
conjunto
de
teorias
administrativas
que
ganhou
força
com
a
grande
depressão
econômica
criada
na
quebra
da
bolsa
de
valores
de
Nova
Iorque,
em
1929.
Até
então
como
conseqüência
das
Teorias
Científica
e
Clássica
o
trabalhador
era
considerado
de
forma
muito
mecânica
e
econômica,
já
esta
teoria
cria
novas
perspectivas
para
a
administração,
ao
passar
a
perceber
o
trabalhador
como
portadores
de
sentimentos
e
necessidades,
deixando
de
enfatizar
a
estrutura
e
passando
a
preocupar-‐se
com
os
aspectos
psicológicos
e
sociais
do
homem
no
trabalho,
estudando
também
a
formação
de
grupos.
A
consequência
deste
estudo
foi
uma
quebra
de
paradigma
em
relação
aos
princípios
da
Teoria
Cientifica,
incluindo
variáveis
comportamentais
dos
indivíduos
na
execução
de
atividades
e
retirando
a
tendência
de
desumanização
do
trabalho
com
aplicação
de
métodos
científicos
e
precisos.
A
partir
daí,
a
teoria
da
administração
passou
a
enfatizar
a
variável
pessoa
em
lugar
da
estrutura.
A
preocupação
na
relação
do
trabalhador
com
os
grupos
sobressaiu
a
preocupação
com
as
regras
e
normas
a
serem
executadas.
Elton
Mayo,
considerou
a
organização
informal,
a
importância
da
cooperação
entre
trabalhadores
que
resultaria
em
maior
produção.
§ Pressupostos
Básicos:
A
partir
desta
teoria
a
administração
passou
a
discutir
novas
variáveis,
entre
elas
a
motivação
humana,
a
liderança,
a
comunicação
e
a
dinâmica
de
grupo.
Os
principais
aspectos
da
Teoria
das
Relações
Humanas
são:
8
1.
Em
relação
à
ênfase:
ela
esta
centrada
na
percepção
de
que
um
problema
humano
para
ser
resolvido
necessita
de
dados,
informações
e
ferramentas
também
humanas,
ou
seja,
a
ênfase
está
nas
pessoas;
2.
Quanto
à
abordagem
da
organização:
passou-‐se
a
salientar
a
importância
da
organização
informal,
da
cooperação
entre
os
trabalhadores
para
os
resultados
na
produção
e
para
a
necessidade
de
não
haver
incompatibilidade
entre
os
objetivos
da
organização
e
os
dos
trabalhadores.
3.
Concepção
de
homem:
nesta
teoria
as
recompensas
sociais
é
que
são
consideradas
como
fatores
determinantes
no
desempenho
do
indivíduo,
assim
o
homem
e
considerado
um
ser
social
–
“homem
social”.
Até
então,
o
trabalhador
era
tratado
pela
Teoria
Clássica
de
forma
muito
mecânica.
Com
os
novos
estudos,
o
foco
mudou
e,
do
Homo
economicus
o
trabalhador
passou
a
ser
visto
como
Homo
socialis.
4.
Princípios:
da
mesma
forma
novos
princípios
passaram
a
ser
discutidos
entre
eles:
as
recompensas
sociais
como
determinantes
do
desempenho
e
a
administração
participativa.
§ Críticas:
As
principais
críticas
a
esta
teoria
apontam
para
a
concepção
ingênua
e
romântica
dos
trabalhadores
e
para
a
ênfase
exagerada
nos
grupos
informais,
que
fizeram
com
que
ela
se
tornasse
uma
forma
paternalista
de
administração,
ignorando
os
confrontos
e
conflitos
entre
empregados
e
administradores,
levando
a
um
enfoque
manipulativo
e
demagogo.
O
maior
impacto
desta
teoria
foi
à
constatação
de
que
os
trabalhadores
possuem
uma
capacidade
para
agir
eficientemente
na
medida
em
que
lhes
é
oferecido
certo
grau
de
responsabilidade,
e
que
os
problemas
humanos
no
trabalho
podem
ser
equacionados
e
solucionados.
A
influência
desta
escola
na
administração
de
pessoal
de
enfermagem,
contribuiu
para
que
a
liderança
surgisse
como
estratégia.
A
comunicação
entre
enfermeiro
e
outros
membros
do
grupo
(enfermagem
ou
multiprofissional)
foi
considerado
como
fator
relevante
para
continuidade
e
otimização
do
trabalho
de
enfermagem.
O
princípio
base
da
Teoria
das
Relações
Humanas
de
que
o
homem
tem
necessidades
sociais,
deseja
relacionamentos
recompensantes
no
local
de
trabalho
e
responde
mais
às
pressões
de
grupo
do
que
à
autoridade
dos
superiores
e
ao
controle
administrativo,
constitui
a
sua
principal
contribuição
para
a
gestão.
É
a
partir
daqui
que
nasce
um
novo
tipo
de
gestão
mais
preocupada
em
conhecer
as
necessidades
individuais
e
de
grupo
dos
operários
e
a
procurar
a
eficiência
e
a
produtividade
através
da
liderança,
motivação
e
comunicação.
Por
outro
lado,
é
também
a
partir
da
Teoria
das
Relações
Humanas
que
nasce
o
conceito
de
organização
informal.
9
organização
que
se
baseia
na
racionalidade,
isto
é,
na
adequação
dos
meios
aos
objetivos
(fins)
pretendidos,
a
fim
de
garantir
a
máxima
eficiência
possível
no
alcance
dos
objetivos.
§ Pressupostos
básicos:
Para
Weber
as
principais
características
do
Modelo
Burocrático
seriam:
ü Caráter
formal
e
legal
das
normas,
regulamentos,
rotinas,
procedimentos
e
comunicações;
ü Divisão
de
trabalho,
estabelecendo
o
grau
hierárquico
de
cada
cargo,
o
poder,
a
responsabilidade,
as
atribuições
e
as
condições
necessárias;
ü Ênfase
e
estímulo
à
competência
técnica
e
profissionalização;
ü O
corpo
administrativo
deve
ser
separado
da
propriedade
da
empresa,
com
especialização
da
administração;
ü Completa
previsibilidade
do
funcionamento.
Os
principais
aspectos
da
Teoria
Burocrática
são:
1.
Em
relação
à
ênfase:
ela
esta
centrada
na
estrutura
organizacional.
2.
Quanto
à
abordagem
da
organização:
compreende
a
empresa
como
estruturada
por
normas
e
regulamentos
previamente
estabelecidos
por
escrito,
que
definem
antecipadamente
como
ela
deve
funcionar,
conferindo
um
caráter
formal
à
organização.
3.
Concepção
de
homem:
caracteriza-‐se
pela
impessoalidade
nas
relações
humanas,
considera
os
trabalhadores
apenas
em
função
dos
cargos
e
funções
que
exercem
na
empresa
-‐
Homem
organizacional.
4.Princípios:
segue
os
mesmos
princípios
da
Teoria
Clássica.
Weber
identifica
três
fatores
principais
que
favorecem
o
desenvolvimento
da
moderna
burocracia:
- desenvolvimento
de
uma
economia
monetária:
Na
Burocracia,
a
moeda
assume
o
lugar
da
remuneração
em
espécie
para
os
funcionários,
permitindo
a
centralização
da
autoridade
e
o
fortalecimento
da
administração
burocrática;
- O
crescimento
quantitativo
e
qualitativo
das
tarefas
administrativas
do
Estado
Moderno;
- A
superioridade
técnica
–
em
termos
de
eficiência
–
do
tipo
burocrático
de
administração:
serviu
como
uma
força
autônoma
para
impor
sua
prevalência.
Nesta
teoria,
observa-‐se
o
comportamento
do
trabalhador
preestabelecido,
treinado.
As
relações
humanas
passam
a
ser
caracterizadas
pela
impessoalidade.
Há
uma
divisão
sistematizada
do
trabalho,
rotinas,
procedimentos
e
a
especialização
técnica
proporciona
remuneração
condizente
ao
cargo,
possibilidade
de
ascensão
na
organização.
§ Críticas:
Um
dos
dilemas
enfrentado
pela
Teoria
Burocrática
diz
respeito
ao
fato
de
que
a
impessoalidade
e
a
racionalidade
do
modelo
não
permitem
uma
liderança
competitiva
ou
uma
10
sobrevivência
em
um
ambiente
dinâmico,
onde
existem
pressões
constantes
de
forças
exteriores
que
encorajam
o
burocrata
a
seguir
ouras
normas
diferentes
das
da
organização.
Além
disso,
o
exagerado
apego
as
regras,
normas
e
regulamentos,
assim
como
o
modo
operacional
mecânico,
a
desatenção
ao
comportamento
humano
inibem
a
criatividade
a
flexibilidade,
transformando
muitas
vezes
os
meios
em
fins.
Como
aspectos
positivos
são
citados:
a
possibilidade
de
maior
rapidez
nas
decisões;
uniformidade
de
rotinas,
procedimento
e
na
interpretação,
uma
vez
que
toda
regulamentação
é
escrita,
redução
do
atrito
entre
as
pessoas,
subordinação
dos
mais
novos
aos
mais
antigos,
constância
e
confiabilidade,
pois
tudo
é
conduzido
de
acordo
com
as
normas
entre
outros.
As
propostas
da
teoria
burocrática
estão
presentes
nos
serviços
de
enfermagem,
a
presença
de
pessoal
técnico
e
especializado,
comportamentos
e
posições
já
determinadas
pela
estrutura
organizacional,
regras
e
normas
condicionadas
a
poucas
mudanças.
Onde:
C
(comportamento)
é
função
(f)
ou
resultado
da
interação
entre
a
pessoa
(P)
e
o
meio
ambiente
(M)
que
a
rodeia.
11
de
Maslow
com
o
estudo
das
necessidades
humanas
básicas,
de
Mc
Gregor
com
a
teoria
X
e
Y,
Herzberg
com
a
teoria
higienista
e
Likert
com
os
sistemas
de
administração.
Vejamos
resumidamente
o
que
falavam
estes
estudiosos:
a)
Teoria
X
-‐
que
corresponde
à
suposição
de
que
o
homem
é
uma
criatura
indolente
e
que
foge
à
responsabilidade,
que
tem
aversão
ao
trabalho
e
o
evitaria
se
pudesse,
daí
a
necessidade
de
12
organizar
todo
o
seu
trabalho
e
controlá-‐lo,
por
meio
de
regulamentos,
disciplina,
através
de
promessas
de
recompensas
e
elogios.
Caracterizada
por
uma
chefia
autoritária,
com
padrões
de
desempenho
inflexíveis
e
com
rígidos
sistemas
de
controle
representou
os
estilos
das
teorias
científica
de
Taylor,
Clássica
de
Fayol
e
a
da
Burocracia
de
Weber.
Um
trabalhador
X,
ou
um
trabalhador
visto
por
um
gerente
de
visão
X,
não
gosta
de
trabalhar
e
o
faz
somente
quando
é
compelido.
Não
gosta
de
assumir
responsabilidade,
é
pouco
ou
nada
ambicioso
e
busca
acima
de
tudo
segurança.
b)
Teoria
Y
-‐
que
corresponde
à
suposição
de
que
o
homem
é
uma
criatura
que
tem
motivações
e
necessidades
que
necessitam
ser
satisfeitas,
gostam
do
trabalho
quando
compreendem
o
que
se
espera
delas
e
quando
recebem
satisfação
decorrente
do
mesmo,
daí
a
necessidade
do
conhecimento
da
motivação
humana
como
meio
de
obtenção
de
eficiência
no
trabalho.
Um
trabalhador
Y,
ou
um
trabalhador
visto
por
um
gerente
de
visão
Y,
é
alguém
que,
pelo
contrário,
sente-‐se
bem
no
trabalho
e
busca
atingir
os
objetivos
que
lhe
são
colocados;
é
alguém
criativo
e
com
potencialidades
que
podem
e
devem
ser
exploradas.
As
ações
são
descentralizadas,
há
uma
maior
participação
dos
trabalhadores
e
também
uma
proposta
de
auto
avaliação.
Esta
teoria
é
o
estilo
mais
adequado
em
todas
as
situações
e
gera
um
clima
de
trabalho
favorável
que
estimula,
por
si
mesmo,
a
alta
produtividade,
o
autocontrole
e
a
criatividade.
A
teoria
de
McGregor
considera
que
o
homem
renova
suas
próprias
necessidades,
ela
é
normativa
e
fornece
uma
descrição
interessante
de
uma
filosofia
da
organização
calcada
no
humanismo
e
na
tentativa
de
integrar
as
necessidades
individuais
e
organizacionais.
Propõe
uma
administração
participativa
ou
consultiva
na
quais
os
indivíduos
participam
ou
são
consultados
quanto
às
decisões
que
devem
ser
tomadas
a
seu
respeito.
É
interessante
perceber
que
na
administração
de
pessoal
de
enfermagem,
a
adoção
de
estilos
de
chefia
são
compatíveis
com
a
Teoria
X.
TEORIA
DE
HEZBERG
ou
de
Higiene:
Outro
a
contribuir
na
teoria
comportamentalista
foi
Herzberg,
com
a
teoria
dos
dois
fatores
que
orientam
o
comportamento
das
pessoas
em
situação
de
trabalho:
- Elementos
ambientais
ou
higiênicos,
que
são:
condições
de
trabalho,
tipo
de
supervisão,
políticas
administrativas,
status
e
prestígio,
relações
interpessoais,
dinheiro
e
segurança
pessoal,
sendo
que
Hezberg
considera
que
qualquer
mudança
ou
melhoria
nesses
elementos
diminuirá
a
insatisfação,
mas
não
aumentará
a
satisfação.
Estes
dois
fatores
são
independentes
e
não
se
vinculam
entre
si.
Os
fatores
responsáveis
pela
satisfação
profissional
das
pessoas
são
totalmente
desligados
e
distintos
dos
fatores
responsáveis
pela
insatisfação
profissional.
O
oposto
da
satisfação
profissional
não
é
a
insatisfação,
mas
ausência
de
satisfação
profissional.
Para
Hezberg,
a
estratégia
de
desenvolvimento
organizacional
mais
adequada
é
a
reorganização
que
ele
denomina
‘enriquecimento
de
tarefas’
a
qual
consiste
basicamente
em
aumentar
a
responsabilidade
do
cargo
adicionando
tarefas
gradativamente
mais
elevadas
e
desafiantes.
TEORIA
DE
LIKERT
ou
dos
Perfis
Organizacionais:
para
Likert,
a
administração
é
um
processo
relativo,
onde
não
existem
normas
e
princípios
válidos
para
todas
as
situações,
e
assim
ela
não
pode
ser
igual
13
14
TEORIA
DOS
SISTEMAS:
Esta
teoria
surgiu
na
década
de
60
tendo
como
base
os
principais
conceitos
da
cibernética
que
envolve
os
estudos
dos
sistemas,
da
ciência
da
comunicação
e
do
controle.
Seu
precursor
foi
Ludwig
Von
Bertalanffy,
que
definiu
sistema
como
sendo
um
conjunto
de
elementos
inter-‐relacionados
e
integrados
visando
o
alcance
de
um
objetivo
determinado,
e
um
dado
resultado
15
ou
uma
determinada
função.
A
essência
do
pensamento
ou
enfoque
sistêmico
é
a
idéia
de
elementos
que
interagem
e
formam
conjuntos
para
realizar
objetivos.
Esta
teoria
não
busca
solucionar
problemas
ou
tentar
soluções
práticas,
mas
produzir
teorias
e
formulações
conceituais
para
aplicações
na
realidade
empírica.
Com
uma
abordagem
integrative,
a
teoria
de
sistemas
fundamenta-‐
se
em
três
premissas:
os
sistemas
existem
dentro
de
sistemas;
eles
são
abertos
e
as
funções
de
um
sistema
dependem
de
sua
estrutura.
Assim,
as
organizações
são
consideradas
como
sistemas
de
papéis
onde
os
trabalhadores
agem
como
transmissores
de
papel,
atores
e
pessoas
focais.
§ Pressupostos:
Da
definição
de
Bertalanffy
decorrem
as
seguintes
características
de
um
sistema:
- Todo
sistema
tem
um
ou
alguns
propósitos
ou
objetivos;
- Tem
uma
natureza
orgânica
através
da
qual
uma
ação
que
produza
uma
mudança
em
uma
das
unidades,
muito
provavelmente
irá
produzir
mudanças
em
todas
as
outras
unidades
–
globalismo
ou
totalidade;
- Tendência
para
a
integração
das
ciências
naturais
e
sociais,
o
que
conduz
a
uma
integração
na
educação
científica;
- Tendência
para
o
desgaste,
para
desintegração,
o
afrouxamento
dos
padrões
e
o
aumento
da
aleatoriedade
–
entropia
–
à
medida
que
aumenta
a
informação
diminui
a
entropia;
- Há
um
equilíbrio
dinâmico
entre
as
partes
do
sistema
–
homeostasia.
Os
sistemas
podem
ser
classificados
ainda
em
relação
a
sua
natureza
sendo
denominados
de
sistema
abertos
aqueles
que
trocam
matéria
e
energia
com
o
meio
ambiente
e
os
fechados
aqueles
que
não
fazem
trocas
com
o
meio.
Os
principais
aspectos
da
Teoria
de
Sistemas
são:
1.
Em
relação
à
ênfase:
no
ambiente;
2.
Quanto
à
abordagem
da
organização:
compreende
a
organização
como
um
sistema
aberto.
3.
Concepção
de
homem:
a
concepção
é
de
Homem
Funcional
compreendido
como
o
indivíduo
que
tem
um
papel
dentro
das
organizações,
inter-‐relacionando-‐se
com
os
demais
indivíduos,
como
um
sistema
aberto.
4.
Princípios:
os
elementos
estão
integrados
e
inter-‐relacionados
de
modo
a
alcançar
um
resultado.
§ Críticas:
para
alguns
autores
ela
considerada
abstrata
e
conceitual,
de
difícil
aplicação
às
situações
gerenciais
práticas.
Entretanto,
pode-‐se
dizer
que
a
abordagem
sistêmica
é
basicamente
uma
teoria
geral
compreensiva
uma
vez
que
cobre
amplamente
todos
os
fenômenos
organizacionais,
tendo
contribuído
para
uma
ampliação
na
visão
dos
problemas
organizacionais.
Além
disso,
ela
é
considerada
também
como
uma
síntese
integrativa
dos
conceitos
clássicos,
neoclássicos,
estruturalistas
e
behavioristas.
E
apesar
de
sua
abordagem
parecer
completa,
ela
ainda
necessita
de
uma
melhor
sistematização
e
detalhamento,
pois
sua
utilização
na
prática
ainda
é
pequena.
TEORIA
DA
CONTINGÊNCIA
OU
CONTINGENCIAL:
A
palavra
contingência
significa
o
que
pode
vir
a
acontecer
ou
não.
Diz
respeito
a
uma
proposição
que
só
pode
ser
verificada,
confirmada
ou
não
pela
experiência
e
evidência
e
não
pela
razão.
Tem
sua
origem
a
partir
de
estudos,
na
década
de
60,
que
mostraram
como
uma
mesma
organização
funcionava
de
formas
diversas
em
condições
diferentes.
E
assim,
concluiu-‐se
que
as
condições
em
que
uma
organização
funciona,
são
decorrentes
do
ambiente
externo
que
influenciam
na
estruturação
e
nos
processos
administrativos
das
empresas.
De
uma
forma
mais
ampla,
a
teoria
contingencial
mostra
que
não
se
alcança
a
eficácia
organizacional
16
seguindo
apenas
um
único
modelo,
não
existe
uma
forma
que
seja
a
única
e
a
melhor
para
que
se
alcancem
os
objetivos
que
são
variados
e
acontecem
em
ambientes
também
diversos
nas
organizações.
Assim,
ambientes
e
situações
diferentes
requisitam
relações
organizacionais
diferentes
e
modelos
apropriados
para
cada
caso
vivenciado.
A
abordagem
contigencial
explica
que
existe
uma
relação
funcional
entre
as
condições
do
ambiente
e
as
técnicas
administrativas
apropriadas
para
o
alcance
eficaz
dos
objetivos
da
organização.
As
variáveis
ambientais
são
variáveis
independentes,
enquanto
as
técnicas
administrativas
são
variáveis
dependentes
dentro
de
uma
relação
funcional.
§ Pressupostos
Básicos:
as
duas
variáveis
que
produzem
o
maior
impacto
sobre
as
empresas
são
o
ambiente
e
a
tecnologia,
que
consequentemente
implicam
em
diferenças
na
estrutura
e
no
funcionamento.
Ela
enfatiza
que
não
há
nada
de
absoluto
nas
organizações
ou
na
teoria
administrativa,
tudo
é
relativo.
Tudo
depende.
Sua
tese
central
é
a
de
que
não
há
um
método
ou
técnica
exclusivamente
válida,
ótima
ou
ideal
para
todas
as
situações.
O
que
há
é
um
conjunto
de
alternativas,
métodos
ou
técnicas,
discutidos
pelas
diversas
teorias
administrativas,
sendo
que
um
deles
poderá
ser
o
mais
adequado
para
uma
determinada
situação.
Assim,
as
teorias
administrativas
anteriores
não
estão
erradas,
o
que
acontece
é
que
cada
uma
delas
foi
proposta
e
desenvolvida
tendo
em
perspectiva
um
determinado
contexto,
uma
dada
situação,
na
qual
ela
funciona
adequadamente.
Mas,
se
o
contexto
e
a
situação
se
modificam
ela
pode
deixar
de
ser
válida.
Desta
forma,
a
abordagem
contingencial
consiste
em
diagnosticar
as
características
do
ambiente
e
da
tecnologia
para
que
se
possam
verificar
as
necessidades
organizacionais
e
a
partir
delas,
propor
a
abordagem
teórica
para
cada
situação
vivenciada.
Os
principais
aspectos
da
Teoria
Contingencial
são:
1.
Em
relação
à
ênfase:
no
ambiente
–
conceituado
como
sendo
tudo
o
que
envolve
externamente
uma
organização,
contexto
dentro
do
qual
ela
está
inserida
–
e
na
tecnologia
–
compreendida
como
conhecimentos
acumulados
ou
desenvolvidos
sobre
o
significado
e
a
execução
de
tarefas
e
pelas
suas
manifestações
físicas
decorrentes
(máquinas,
equipamentos,
instalações)
constituindo
um
complexo
de
técnicas
utilizadas
na
transformação
dos
insumos
pelas
organizações.
2.
Quanto
à
abordagem
da
organização:
considera
a
organização
um
sistema
aberto
quando
se
considera
o
ambiente/contexto
no
qual
ela
está
inserida
e
um
sistema
fechado
quando
se
considera
a
racionalidade
técnicas.
3.
Concepção
de
homem:
considera
o
homem
um
individuo
complexo
em
relação
a
sua
natureza,
as
suas
características,
as
suas
múltiplas
necessidades
e
potencialidades
-‐
Homem
Complexo.
4.
Princípios:
O
ambiente
externo
influencia
a
estruturação
e
os
processos
organizacionais,
devendo
haver
ajuste
entre
a
organização,
o
ambiente
e
a
tecnologia,
com
ênfase
na
flexibilidade
organizacional.
§ Criticas:
A
teoria
contingencial
é
eclética
e
integrativa,
absorvendo
os
conceitos
das
diversas
teorias
administrativas
ampliando
os
horizontes
e
afirmando
que
nada
é
absoluto.
Ela
afirma
que
todas
as
teorias
administrativas
são
válidas,
mas
para
determinados
contextos
e
circunstâncias.
Considerada
muitas
vezes
mais
uma
maneira
relativa
e
situacional
de
se
ver
as
organizações
do
que
propriamente
uma
Teoria
Administrativa.
É
uma
teoria
dotada
de
grande
flexibilidade,
descentralização
e
desburocratização,
tornando-‐se
uma
opção
para
ambientes
em
constantes
mudanças
e
com
condições
instáveis.
A
tecnologia
passa
a
assumir
um
papel
importante
a
partir
17
dessa
teoria.
Ainda
não
há
uma
influência
da
teoria
contingencial
nos
cursos
e
prática
profissional
de
enfermagem.
LEMBRETE:
cada
uma
das
teorias
abordadas
traz
uma
contribuição
particular
e
importante
para
o
desenvolvimento
da
prática
de
administração,
influenciando
no
desenvolvimento
organizacional
de
empresas,
serviços
e
instituições.
A
Teoria
Geral
da
Administração
(TGA)
começou
com
a
ÊNFASE
NAS
TAREFAS,
com
a
administração
científica
de
Taylor.
A
seguir,
a
preocupação
básica
passou
para
a
ÊNFASE
NA
ESTRUTURA
com
a
teoria
clássica
de
Fayol
e
com
a
teoria
burocrática
de
Max
Weber,
seguindo-‐se
mais
tarde
a
teoria
estruturalista.
A
reação
humanística
surgiu
com
a
ÊNFASE
NAS
PESSOAS,
por
meio
da
teoria
comportamental.
A
ÊNFASE
NO
AMBIENTE
surgiu
com
a
teoria
dos
sistemas,
sendo
completada
pela
teoria
da
contingência.
Esta,
posteriormente,
desenvolveu
a
ÊNFASE
NA
TECNOLOGIA.
Cada
uma
dessas
cinco
variáveis
-‐
tarefas,
estrutura,
pessoas,
ambiente
e
tecnologia
-‐
provocou
a
seu
tempo
uma
diferente
teoria
administrativa,
marcando
um
gradativo
passo
no
desenvolvimento
da
TGA.
Cada
teoria
administrativa
procurou
privilegiar
ou
enfatizar
uma
dessas
cinco
variáveis,
omitindo
ou
relegando
a
um
plano
secundário
todas
as
demais.
PRINCIPAIS
TEORIAS
ADMINISTRATIVAS
TEORIAS
PRINCIPAIS
ENFOQUES
ÊNFASE
Teoria
Científica
Organização
racional
do
trabalho
(ORT).
Homo
Tarefas
(Taylor)
economicus
Organização
formal.
06
funções
básicas
para
a
Teoria
Clássica
existência
da
organização.
Unidade
de
comando
único.
Estrutura
(Fayol)
Homo
economicus.
Teoria
Múltipla
abordagem:
organização
formal
e
informal;
Comportamentalista
estilos
de
administração.
Teoria
das
decisões.
(Levin,
Maslow,
Integração
dos
objetivos
organizacionais
e
McGregor,
Hezberg,
individuais.Homem
Administrativo.
Likert)
18
Tarefas,
Ação
organizacional;
flexibilidade
administrativa.
Teoria
Neoclássica
pessoas
e
Homem
Organizacional
e
Administrativo.
estrutura
§ A
Lei
do
Exercício
Profissional
da
Enfermagem
–
Lei
7.498/86,
Decreto
n˚
94.406/87,
define
em
seu
Art.
11
–
inciso
I,
que
a
administração
dos
serviços
de
enfermagem
é
de
competência
privativa
do
enfermeiro,
cabendo
a
ele:
a)
direção
do
órgão
de
enfermagem
integrante
da
estrutura
básica
da
instituição
de
saúde,
pública
e
privada,
e
chefia
de
serviço
e
de
unidade
de
enfermagem;
b)
organização
e
direção
dos
serviços
de
enfermagem
e
de
suas
atividades
técnicas
e
auxiliares
nas
empresas
prestadoras
desses
serviços;
c)
planejamento,
organização,
coordenação,
execução
e
avaliação
dos
serviços
da
assistência
de
enfermagem.
E
no
inciso
II
,
ao
apresentar
as
atividades
do
enfermeiro
como
integrante
da
equipe
de
saúde,
cita:
a)
participação
no
planejamento,
execução
e
avaliação
da
programação
de
saúde;
b)
participação
na
elaboração,
execução
e
avaliação
dos
planos
assistenciais
de
saúde.
19
§ O
Código
de
Ética
dos
Profissionais
de
Enfermagem
–
na
Resolução
COFEN
311/2007,
apresenta
em
seu
Preâmbulo
que
“...O
Código
de
Ética
dos
Profissionais
de
Enfermagem
leva
em
consideração
a
necessidade
e
o
direito
de
assistência
em
enfermagem
da
população,
os
interesses
do
profissional
e
de
sua
organização...”
e
no
Art.
66,
afirma
que
compete
ao
enfermeiro
“exercer
cargos
de
direção,
gestão
e
coordenação
na
área
de
seu
exercício
profissional
e
do
setor
saúde”.
Atualmente,
a
enfermagem
tem
um
campo
próprio
de
trabalho,
desenvolve
funções
em
organizações
hospitalares,
unidades
básicas,
serviço
público
e
privado
vivenciando
processos
de
trabalho
diversificados
e
complexos
que
exigem
dela
competências
essenciais
focadas
nas
áreas
assistencial
e
gerencial.
Utiliza
métodos
para
sistematizar
o
raciocínio,
agrega
conhecimento
de
diversas
áreas
do
saber,
inclusive
da
ciência
da
administração,
o
que
coopera
em
melhores
práticas
de
enfermagem.
A Administração em Enfermagem passa pela aplicação do processo administrativo na nossa prática.
E
para
concretizar
todas
estas
ações,
a
enfermagem
faz
uso
de
05
funções
administrativas
que
podem
ser
resumidas
em
:
Planejamento:
é
a
predeterminação
de
uma
seqüência
de
ações
destinados
a
chegar
a
um
resultado
desejado,
determina
aquilo
que
deve
ser
feito
e
como
deve
ser
feito.
Organização:
é
o
estabelecimento
das
relações
de
autoridade
e
poder
existentes
entre
a
equipe
de
enfermagem,
é
a
definição
de
uma
estrutura
organizacional
para
o
serviço
de
enfermagem
(formal
e
informal).
Coordenação:
é
uma
função
que
liga,
une,
harmoniza
todas
as
atividades,
é
a
essência
da
administração,
pois
sincroniza
os
esforços
individuais,
no
sentido
de
obtenção
dos
objetivos
do
grupo,
do
propósito
fundamental
da
organização,
adapta
os
meios
ao
fim,
da
às
coisas
e
aos
atos
as
proporções
convenientes.
20
Controle:
avalia
e
regula
todas
essas
funções
e
seus
resultados.
A
administração
de
enfermagem
deve
saber
avaliar
o
desempenho
global
de
cada
trabalhador
e
do
grupo,
através
de
um
processo
que
seja
contínuo
e
que
tenha
por
base
padrões
e
objetivos
predeterminados
e
que
devem
ser
satisfeitos,
é
o
acompanhamento
do
trabalho
que
vem
sendo
realizado.
21
§ Etapa
1
–
Conhecimento
do
sistema
ou
da
realidade:
consiste
em
uma
etapa
de
elaboração
de
um
diagnóstico
de
situação.
Nesta
fase
é
importante
que
se
conheça
o
sistema
social
e
técnico,
ou
seja,
os
recursos
financeiros,
materiais
e
humanos;
as
normas,
valores
e
aspirações
do
serviço;
e
no
caso
dos
serviços
de
saúde
também
os
usuários.
§ Etapa
2
–
Definição
de
objetivos:
de
fato,
este
é
o
ponto
de
partida
do
planejamento.
A
falta
de
um
conjunto
de
objetivos
claramente
definidos
é
uma
causa
muito
comum
do
fracasso
de
todo
o
processo.
Esta
fase
consiste
em
estabelecer
aquilo
que
se
quer
alcançar
(o
objetivo),
que
não
deve
ser
confundido
com
o
método
de
trabalho
e
nem
como
a
forma
e
a
ação
para
se
alcançar
aquilo
que
se
deseja.
Os
objetivos
são
alvos,
pretensões
futuras,
eles
indicam
uma
orientação,
estabelecem
linhas
mestras,
e
quando
alcançados
tornam-‐se
uma
realidade.
§ Etapa
3
–
Estabelecimento
de
prioridades:
é
tomar
decisões
sobre
quais
são
as
ações
que
devem
ser
realizadas
primeiro,
definir
uma
seqüência
de
prioridades,
escolhendo-‐se
os
meios
para
alcançar
os
fins.
§ Etapa
4
-‐
Seleção
de
meios
e
recursos:
nesta
fase
deve-‐se
descrever
quais
os
recursos
possíveis,
viáveis
e
disponíveis,
sejam
eles
humanos,
materiais
e
físicos,
necessários
à
elaboração
das
estratégias
que
possibilitem
alcançar
os
objetivos
propostos.
22
§ Etapa
6
-‐
Desenvolvimento:
esta
etapa
consiste
em
executar
aquilo
que
se
planejou.
Envolve
a
ação
e
a
coordenação.
É
importante
que
as
responsabilidades
de
todas
as
partes
envolvidas
nas
ações
estejam
definidas
para
que
os
atritos
sejam
minimizados.
Além
disso,
pode-‐se
e
deve-‐se
fazer
qualquer
ajuste
que
seja
necessário
tendo
em
vista
as
possíveis
limitações
que
poderão
ocorrer
em
relação
aos
recursos
necessários
à
situação
real.
Uma
vez
que
planejar
consiste
na
sistematização
das
ações
é
necessário
que
se
tenha
uma
programação,
ou
seja,
uma
correlação
entre
tempo
e
atividade,
como
um
instrumento
que
auxilie
no
alcance
dos
objetivos
estabelecidos.
Vários
instrumentos
de
programação
que
auxiliam
no
planejamento
podem
ser
utilizados,
entre
eles:
1)
Cronograma:
é
um
dos
instrumentos
de
confecção
mais
simples,
consiste
em
um
quadro
com
duas
entradas,
onde
as
linhas
representam
as
tarefas
ou
atividades
e
as
colunas
os
períodos
de
tempo,
geralmente
expressos
em
dias
ou
meses.
A
duração
das
tarefas
ou
atividades
é
representada
por
traços
horizontais
com
início
e
fim
bem
definidos,
de
acordo
com
as
colunas
que
são
preenchidas.
23
2)
Gráfico
de
Gantt:
é
semelhante
ao
cronograma,
a
diferença
é
que
nas
colunas
relativas
ao
tempo,
cada
mês
é
dividido
em
subcolunas
que
representam
às
semanas.
24
O
enfoque
estratégico
pode
ser
compreendido
como
uma
opção
tecnológica
para
os
gestores
que
estejam
comprometidos
com
a
construção
de
um
modelo
de
atenção
á
saúde
que
tenha
como
premissas
à
integralidade
e
a
equidade.
Neste
sentido,
o
enfoque
situacional
se
mostra
como
um
instrumento
adequado
para
o
processo
de
construção
de
um
novo
modelo
de
atenção
à
saúde,
por
ser
dinâmico
e
flexível
adaptando-‐se
à
complexidade
das
situações
epidemiológicas,
técnico-‐organizacionais
e
político-‐
institucionais
de
nosso
país.
Além
disso,
o
PES
não
deve
ser
compreendido
apenas
como
teoria
e
técnica,
tampouco
como
um
cálculo
determinístico,
que
apresenta
um
resultado
apenas.
É
importante
que
as
habilidades
pessoais,
a
experiência,
a
criatividade
e
a
sensibilidade
dos
atores
sejam
consideradas,
pois
planejar
também
é
arte,
onde
os
problemas
admitem
distintas
soluções,
conforme
os
atores
que
os
considerem.
Os
elementos
comuns
que
permitem
considerar
a
corrente
estratégica
de
planejamento
como
um
novo
paradigma
são:
§ A
compreensão
de
que
os
objetos
do
planejamento
são
os
problemas
e
as
oportunidades
reais
de
intervenção,
decorrentes
do
reconhecimento
da
existência
de
um
conflito,
virtual
ou
real;
§ O
entendimento
de
que
o
planejador
é
um
ator
social,
que
faz
parte
do
sistema
planejado,
interagindo
com
este;
§ A
compreensão
de
que
existe
uma
variedade
de
explicações
diagnósticas,
uma
vez
que
existe
mais
de
uma
compreensão
da
realidade
e,
portanto
visões
diferenciadas
dos
conflitos
existentes;
§ A
aceitação
da
complexidade
dos
sistemas
sociais,
uma
vez
que
o
mundo
real
é
histórico
e
as
categorias
sobre
as
quais
se
pensa
a
realidade
também
são
históricas,
ou
seja,
se
transformam
no
decorrer
do
tempo;
§ A
concepção
do
planejamento
como
sendo
um
processo
composto
por
momentos
que
se
interpenetram,
sem
seguir
uma
lógica
seqüencial
rígida;
§ O
entendimento
do
plano
como
sendo
composto
por
módulos
operacionais,
que
flexibilizam
a
organização
e
possibilitam
a
participação
de
distintos
atores
sociais;
O
PES
pode
ser
desenvolvido
por
meio
de
quatro
momentos:
o
explicativo,
o
normativo,
o
estratégico
e
o
tático-‐operacional.
Assim,
o
planejamento
estratégico
pressupõe
que
se
tenha
uma
“visão
estratégica”
que
passa
pelo
conhecimento
amplo
da
realidade
sobre
a
qual
se
quer
intervir,
bem
como
envolve
uma
“ação
comunicativa”
que
significa
que
os
dirigentes,
técnicos
e
todos
os
envolvidos
no
processo
de
planejamento
devem
manter
um
diálogo
permanente,
para
que
se
possa
estar
construindo
um
trabalho
coletivo.
O CICLO PDCA
25
no
controle
de
processos.
A
maioria
dos
problemas
administrativos
deve-‐se
a
causas
comuns
que
podem
ser
atribuídas
aos
processos
e/ou
métodos
utilizados.
O
Ciclo
PDCA,
também
chamado
de
Ciclo
de
Shewhart-‐Deming
é
uma
poderosa
ferramenta
administrativa
para
o
controle
de
processos.
Trata-‐se
de
uma
forma
sistemática
de
abordagem,
constituída
de
um
roteiro,
composto
de
quatro
fases:
§ P
(Plan):
Planejar
(identificar
o
problema,
observer
o
contexto,
analisar
os
dados
e
planejar
a
ação)
§ D
(Do):
Fazer
(executar
a
ação
planejada)
§ C
(Check):
Verificar
(avaliar
o
resultado)
§ A
(Act):
Agir
corretivamente
(padronizar
a
solução
adotada
e
concluir
o
estudo)
O
ciclo
PDCA
foi
introduzido
no
Japão
após
a
guerra,
idealizado
por
Shewhart
e
divulgado
por
Deming,
quem
efetivamente
o
aplicou.
Tem
por
princípio
tornar
mais
claros
e
ágeis
os
processos
envolvidos
na
execução
da
gestão,
como
por
exemplo,
na
gestão
da
qualidade,
dividindo-‐a
em
quatro
principais
passos.
O
PDCA
é
aplicado
principalmente
nas
normas
de
sistema
de
gestão
e
deve
ser
utilizado
(pelo
menos
na
teoria)
em
qualquer
empresa
de
forma
a
garantir
o
sucesso
nos
negócios,
independentemente
da
área
ou
departamento
(vendas,
compras,
segurança
do
trabalho,
engenharia,
instituições
de
saúde,
etc...).
Ele
proporciona
reunir
os
conceitos
básicos
de
administração
de
forma
clara,
simples,
fácil
de
ser
gerenciada
em
qualquer
sistema
de
organização
do
trabalho
e
gestão
de
processos.
26
como
as
expectativas
dos
clientes,
as
novas
oportunidades
de
negócios,
o
desenvolvimento
tecnológico,
os
novos
segmentos
de
mercado,
as
novas
exigências
regulamentares,
as
expectativas
comunitárias
e
da
sociedade,
as
pressões
da
concorrência,
além
das
mudanças
nas
relações
inter-‐pessoais.
§ ORGANIZAÇÃO:
corresponde
à
fase
“Do”
no
PDCA
em
que
se
utilizam
os
recursos
disponíveis
quer
sejam
materiais,
financeiros,
humanos
e
tecnológicos,
para
implementar,
ou
melhor,
executar
o
planejamento.
A
execução
implica
que
o
sistema
de
gestão
esteja
de
acordo
com
os
planos
de
ação
tanto
estratégicos
como
táticos
(operacionais).
O
papel
de
organizar
é
o
de
fazer
cumprir
os
objetivos
estabelecidos
no
planejamento,
portanto,
o
processo
utilizado
deverá
identificar
as
alternativas
para
que
as
metas
sejam
realizadas
e
para
escolher
as
melhores
alternativas
de
ação.
O
sucesso,
obtido
na
execução
do
planejamento,
dependerá
do
grau
de
envolvimento
de
cada
gestor
e
dos
respectivos
integrantes
de
sua
área
de
atividades.
§ CONTROLE:
corresponde
à
fase
“Check”
no
PDCA,
pois
consiste
em
verificar
e
identificar
as
variações
existentes
entre
as
fases
de
planejamento
e
organização
(execução).Controlar
é
avaliar
as
decisões,
inclusive
aquelas
de
não
fazer
nada,
desde
que
tenham
sido
implantadas.
O
controle
é
a
fase
o
ciclo
que
permite
o
exame
de
resultados
alcançados
em
relação
aos
previstos,
fornecendo
dados
para
as
ações
corretivas,
no
sentido
de
melhorar
o
desempenho
das
atividades
da
empresa.
De
fato,
o
sistema
de
gestão
como
um
conjunto
integrado
de
missão,
princípios,
conceitos,
valores,
processos
gerenciais
e
operacionais,
destinado
à
identificação
dos
objetivos,
ameaças
e
oportunidades,
avaliação
dos
pontos
fortes
e
fracos
e
a
tomada
de
decisões,
tem
muito
a
se
beneficiar
com
o
"ciclo
PDCA".
O
método
PDCA
pode
ser
empregado,
no
sistema,
para
solucionar
os
problemas,
manter
as
metas
alcançadas,
melhorar
os
resultados
e
até
mesmo
auxiliar
o
desenvolvimento
de
novos
projetos.
Assim,
aplicando
os
princípios
do
PDCA
ao
sistema
de
gestão,
haverá
um
fluxo
constante
de
informações,
necessárias
ao
ciclo
de
tomada
de
decisão,
assegurando
que
os
recursos
materiais,
financeiros,
humanos
e
tecnológicos
sejam
empregados
com
eficiência
para
obter
a
eficácia
da
realização
das
metas
estabelecidas,
e
como
conseqüência,
cumprir
a
missão
da
organização.
O
processo
de
trabalho
de
enfermagem
particulariza-‐se
em
redes
ou
subprocessos
que
são
denominados
cuidar
ou
assistir,
administrar
ou
gerenciar,
pesquisar
e
ensinar.
Nesses
diferentes
processos,
os
trabalhadores
de
enfermagem
inserem-‐se
de
forma
heterogênea
e
hierarquizada,
expressando
a
divisão
técnica
e
social
do
trabalho.
27
§Participar
na
elaboração
dos
projetos
de
construção
e
reformas
dos
serviços
de
saúde;
§Participar
do
planejamento,
organização
e
implantação
do
serviço
de
saúde;
§Execução
e
avaliação
dos
programas
de
saúde;
§Elaborar
fluxogramas
de
atendimento
dos
trabalhadores;
§Dirigir
os
serviços
de
enfermagem;
§Elaborar
normas,
instruções,
rotinas
e
procedimentos
de
enfermagem;
§Dimensionar
recursos
humanos,
participando
do
recrutamento
e
seleção
de
pessoal
de
enfermagem;
§ Organizar
programas
de
educação
continuada
e
treinamento;
§ Realizar
reuniões
periódicas,
avaliando
o
desempenho
da
equipe
de
enfermagem
e
estimulando
a
elevação
do
padrão
técnico-‐científico;
§ Prever,
requisitar,
controlar
e
guardar
materiais,
equipamentos
e
medicamentos;
§ Realizar
auditoria
e
consultoria
com
emissão
de
parecer
sobre
assuntos
de
enfermagem.
As
ações
e
as
atividades
de
administrar
os
serviços
de
enfermagem
têm
por
objetivo
garantir
a
qualidade
da
prestação
dos
serviços.
FERRAMENTAS
GERENCIAIS
DOS
SERVIÇOS
DE
ENFERMAGEM:
28
29
Os
estilos
de
liderança
mais
estudados
e
discutidos
são:
o
autocrático
ou
autoritário,
liberal
ou
Laissez-‐faire,
situacional
e
democrático.
Cada
estilo
de
liderança
vai
dar
ênfase
a
empresa,
ao
líder
e/ou
liderado.
§ LIDERANÇA
LIBERAL
(Laissez-‐faire):
o
líder
delega
totalmente
as
decisões
ao
grupo
sem
controle
algum
e
deixa-‐o
completamente
à
vontade.
É
mínima
a
participação
do
líder
e
o
grupo
é
enfatizado.
§ LIDERANÇA
SITUACIONAL:
Para
o
estilo
de
liderança
situacional,
parte
a
convicção
que
não
há
um
único
estilo
ou
característica
de
liderança
válida
para
toda
e
qualquer
30
situação,
cada
uma
requer
um
estilo
de
liderança
diferente
para
alcançar
a
eficácia
no
trabalho
e
promover
o
desempenho
satisfatório
dos
subordinados.
Além
de
oferecer
ao
líder
a
possibilidade
de
se
ajustar
a
um
grupo
com
características
diferentes
as
suas
convicções.
Atualmente,
com
a
reconstrução
dos
modelos
de
gestão,
estão
surgindo
novas
abordagens
gerenciais
como
a
gerência
participativa
e
os
programas
de
qualidade
que
preconizam,
entre
outras,
a
descentralização
das
decisões
e
aproximação
de
todos
os
elementos
da
equipe
de
trabalho.
A
adaptação
à
mudança
pode
ser
difícil.
Uma
liderança
é
necessária
para
orientar
os
trabalhadores
durante
a
turbulência
e
construção
de
um
novo
cenário.
Os
serviços
que
mais
utilizam
a
área
de
recursos
materiais
nas
organizações
hospitalares
são:
nutrição
e
dietética,
lavanderia,
farmácia
e
manutenção.
Devido
aos
número
crescente
de
materiais
nas
instituições,
a
enfermagem
vem
se
tornando
uma
grande
usuária
dos
serviços
de
materiais.
31
A
administração
de
recursos
materiais
envolve
capital
financeiro
e
deve
ser
bem
elaborada.
Deve
ser
organizada
de
forma
a
obter
materiais
de
qualidade
ao
menor
custo,
e
criar
formas
de
controle
de
estoque
e
distribuição
interna
desses
recursos.
É
importante
que
o
enfermeiro
tenha
conhecimento
dos
recursos
materiais
com
que
lida,
não
apenas
do
ponto
de
vista
da
especificação
do
material,
mas
de
todo
um
processo
envolvido
desde
antes
a
aquisição.
32
Entende-‐se
por
organização
uma
entidade
social
constituída
por
pessoas.
É
dirigida
por
objetivos
porque
é
desenhada
para
alcançar
resultados
—
como
gerar
lucros,
ou
seja,
são
definidas
como
ordenação
e
agrupamento
de
atividades
e
recurso,
visando
ao
alcance
e
resultados
estabelecidos.
Organização
formal:
A
estrutura
formal
da
organização
ou
estrutura
organizacional
é
aquela
que
está
prescrita,
sendo
comunicada
por
meio
de
manuais,
descrições
de
cargos,
organogramas,
regras
e
regulamentos,
evidenciando
as
linhas
hierárquicas
existentes
na
organização.
É
a
organização
baseada
em
uma
divisão
de
trabalho
racional
que
especializa
órgãos
e
pessoas
em
determinadas
atividades.
É
a
organização
planejada
definida
no
organograma,
sacramentada
pela
direção
e
comunicada
a
todos
por
meio
dos
manuais
de
organização.
É
a
organização
formalizada
oficialmente.
O
funcionamento
desta
estrutura
vai
sofrer
influência
direta
ou
indireta
de
variáveis,
como
por
exemplo:
os
clientes,
fornecedores,
concorrentes,
grupos,
trabalhadores,
entre
outros.
33
§ Organização
linear:
É
um
tipo
de
organização
simples
que
tem
por
base
a
unidade
de
commando.
Existe
uma
autoridade
única
e
absoluta
sobre
os
subordinados
e
não
existe
divisão
da
autoridade.
Através
da
autoridade
o
superior
tem
um
domínio
único
e
exclusivo
sobre
os
seus
subordinados.
A
comunicação
é
feita
segundo
uma
linha
formal
sendo
as
decisões
centralizadas
numa
só
pessoa,
a
mesma
que
possui
a
autoridade
sobre
todos
os
outros
subordinados.
No
topo
da
unidade
organizacional
encontra-‐se
a
pessoa
de
comando
e
em
seguida
surgem
os
outros
elementos,
apresentando
este
tipo
de
organização
uma
estrutura
piramidal.
34
A
maioria
dos
nossos
hospitais
ainda
apresenta
uma
configuração
clássica,
que
vem
causando
diversas
dificuldades
gerenciais
nestas
instituições,
tais
como:
concentração
de
poder,
falhas
na
comunicação
e
demora
em
se
obter
respostas
aos
problemas
emergenciais.
O
Serviço
de
Enfermagem
é
uma
organização
e
pode
ter
várias
denominações
(Diretoria
de
Enfermagem,
Departamento
de
Enfermagem,
Divisão
de
Enfermagem,
Coordenação
de
Enfermagem,
Chefia
de
Enfermagem,
etc.),
dependendo
da
instituição
hospitalar
em
que
está
localizado.
Portanto,
este
serviço
é
o
órgão
centralizador
das
questões
relativas
à
profissão,
ligadas
diretamente
à
assistência
prestada
aos
clientes
e
às
condições
de
trabalho
da
equipe.
Neste
tipo
de
estrutura,
a
maioria
das
decisões
não
está
coerente
com
a
realidade,
visto
que
as
pessoas
detentoras
do
poder
decisório
estão
situadas
no
ápice
da
cadeia
hierárquica,
distante
do
contato
com
os
trabalhadores
e
com
as
situações
vivenciadas
nos
setores.
35
I. Introdução
A busca pelo profissional enfermeiro no mercado de trabalho com a ampliação de sua área
de atuação, incluindo novos setores e programas, a reivindicação para si do desempenho de
suas atividades específicas, a consciência, cada vez maior, da população e dos demais
membros da equipe de saúde, quanto aos riscos que envolvem a assistência do paciente,
quando prestada por profissional não capacitado para tal, leva-nos a acreditar numa
mudança significativa deste panorama.
36
A dotação de pessoal pode ser definida também, como sendo uma estimativa da quantidade
necessária de recursos humanos, que possibilitem a adequação entre o volume de trabalho
(necessidade de assistência de enfermagem de acordo com a demanda) e a força de
trabalho (pessoal de enfermagem).
37
Deve ser garantida a autonomia do enfermeiro nas unidades assistenciais para dimensionar
e gerenciar o quadro de profissionais de enfermagem . É apenas e exclusivamente o
enfermeiro, conforme a própria Lei do Exercício Profissional e a Resolução COFEN
293/2004, quem deve identificar e avaliar continuamente os recursos humanos existentes no
serviço de enfermagem, diante das necessidades e exigências da clientela, para poder
elaborar propostas e planejar a assistência de enfermagem, envolvendo tanto ações do
cuidado direto como as do cuidado indireto.
Ø Unidade Internação
Distribuição percentual dos profissionais de enfermagem, segundo Fugulin:
§ Assistência mínima e intermediária, de 33 a 37% de Enfermeiro e os demais são
Técnicos de enfermagem;
§ Assistência semi-intensiva, de 42 a 46%, de 42 a 46% de Enfermeiros e os demais
são técnicos e ou auxiliares de enfermagem;
38
OBS:
1. A distribuição de profissionais por categoria deverá seguir o grupo de clientes de
maior prevalência.
2. Para berçário e unidade de internação em pediatria, caso não tenha
acompanhante, a criança menor de seis anos e o recém-nascido devem ser
classificados com necessidades de cuidados intermediários.
3. O cliente crônico com idade superior a 60 anos, sem acompanhante, classificado
pelo SCP com demanda de assistência intermediária ou semi-intensiva deverá
ser acrescido 0,5 às horas de Enfermagem.
QP = Km x THE
Km (20) = 0,4025
Km (24) = 0,3354
Km (30) = 0,2683
Km (32,5) = 0,2476
Km (36) = 0,2236
Km (40) = 0,2012
Km (44) = 0,1828
39
Ø Unidades Especiais
Cálculo de profissionais de enfermagem para unidades especiais (Sítios Funcionais):
• Sítios Funcionais (SF) – visão tridimensional: atividades, período de tempo, local ou área
operacional. Ex: ambulatório, pronto-socorro, CME, centro cirúrgico, hemodiálise, UPA, etc.
QP (SF) = Km(SF) x TSF
Onde: Km = PT x IST
JST
PT = Período de trabalho
IST = Índice de segurança técnica = 15% = 1.15
JST = jornada semanal de trabalho (20, 24, 30, 32,5, 36, 40, 44h)
TSF = total de sítios funcionais (total de turnos de trabalho por dia por semana)
Para avaliação do quantitativo de pessoal de uma instituição de saúde, sem acesso aos
dados necessários (SCP e Taxa de Ocupação TO) será necessário: número total de
profissionais da Escala Mensal da Unidade de Internação e jornada semanal de trabalho
(JST).
Ex: Unidade de Internação do Hospital “XYZ” com 50 leitos ou Taxa de Ocupação (TO) e 20
profissionais de enfermagem (QP) que trabalham 40 horas semanais (JST).
Verifica-se que o QP não atende ao mínimo da Resolução 293/2004, pois o mínimo deverá
estar acima de 3,8 h / paciente / 24 horas, segundo o SCP.
40
41
V. Considerações Finais
A legislação atual que também fundamentou este estudo é a Resolução COFEN 543/2017,
que estabelece parâmetros para dimensionamento do quadro de profissionais de
enfermagem nas instituições de saúde, com o objetivo de assegurar a qualidade da
assistência a ser prestada à clientela, com eficiência e eficácia, e contribuir como base da
sustentação legal na fiscalização do exercício profissional.
Entretanto, esta Resolução necessita ainda de muita discussão e de muito estudo para sua
efetiva aplicação. Exige adequações regionais de acordo com as realidades epidemiológicas
e financeiras, sempre referenciadas pelo COREN e COFEN.
A
enfermagem
é
a
profissão
mais
próxima
da
necessidade
do
ser
humano.
Acompanha
cada
fase
do
indivíduo
durante
24
horas
por
dia.
Suas
ações
são
baseadas
em
evidências
e
conhecimento
científico
na
área
de
saúde.
Decidir,
tomar
decisões,
pode
ser
definido
como
sendo
a
escolha
entre
duas
ou
mais
alternativas
de
ação
que
possibilitem
atingir
um
determinado
resultado
esperado.
Esta
escolha
deve
ser
feita
com
racionalidade,
competência
e
consciência
para
que
se
escolha
a
alternativa
que
resulte
no
objetivo
esperado
ou
mais
próximo
dele.
A
tomada
de
decisão
é
consistente
com
os
valores
culturais,
sociais
e
ideológicos,
com
o
nível
de
conhecimento,
com
a
informação
presente
e
com
as
práticas
experienciadas
do
indivíduo.
42
Na
tomada
de
decisão
várias
fontes
de
informação
contribuem
para
a
escolha
da
alternativa
adequada:
a
experiência,
o
saber
cognitivo,
os
dados
e
informações
recolhidos,
o
conselho
e
experiência
dos
outros
e
ainda
a
pesquisa.
O
enfermeiro
diariamente
se
depara
com
situações
em
que
deve
tomar
decisões,
seja
na
assistência
direta
ao
paciente
ou
na
administração
dos
serviços
de
enfermagem.
As
decisões
podem
ser
programadas
ou
não-‐programadas.
Que
podem
ser
estratégicas,
táticas
ou
operacionais.
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