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ENTREVISTA

Kirk W. Cameron,
Criador do Granola

http://revista.espiritolivre.org | #017 | Agosto 2010

TI  VERDE

Oracle e a Comunidade Open Source ­ Pág 64 Gerenciando unidades com Ubuntu ­ Pág 79

Google Web Toolkit ­ Pág 70 Animação Digital ­ Pág 82

Desenvolvimento Web com Python ­ Pág 73 Sorteios e Promoções ­ Pág 13
COM LICENÇA

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |02
EDITORIAL / EXPEDIENTE

Verde, mas já maduro... EXPEDIENTE
Diretor Geral
   João Fernando Costa Júnior
Esta  edição  apresenta  a  seus  leitores  um  tema  que  já  deixou  de  ser 
novidade,  mas  que  conforme  a  evolução  tecnológica  se  apresenta  diante  de  Editor
nossos  olhos,  se  torna  uma  pauta  cada  vez  mais  preocupante. Ao  falar  de TI     João Fernando Costa Júnior
Verde,  diversos  sub­temas  nos  veem  a  mente:  reciclagem,  economia  de 
energia,  uso  sustentável  de  nossos  bens,  melhor  utilização  de  nossos  Revisão
   Aécio Pires
computadores,  cuidados  com  o  meio  ambiente  como  um  todo  e  não  somente     Alexandre A. Borba
no  que  diz  respeito  a  nossa  "lixeira".  Será  que  estamos  fazendo  a  nossa     Felipe Buarque de Queiroz
parte? Será que existe isso de "nossa parte"? Adianta fazer algo ou nos resta     Francisco Adrivagner Dantas
apenas assistir o fim?! As questões são muitas e nesta edição tentamos trazer,     Paulo de Souza Lima
não respostas, mas reflexões sérias sobre estes e outros temas relacionados. 
Tradução
Os  conceitos  de  TI  Verde  já  amadureceram  bastante,  a  ponto  de  se  criarem     Paulo de Souza Lima
legislações  específicas  em  certas  ocasiões.  Usuários  e  empresas  já 
compreenderam que diante desta nova realidade, não basta sentar e assistir, é  Arte e Diagramação
preciso  que  algo  seja  feito,  já  que  muitos  concordam  que  estamos  em  um     João Fernando Costa Júnior  
caminho sem volta.     Igor Morgado 
   
Nossa  entrevista  internacional  da  edição  é  com  Kirk  W.  Cameron,  Jornalista Responsável
criador  do  Granola,  um  software  que  gerencia  de  forma  inteligente  a  energia     Larissa Ventorim Costa
   ES00867­JP
utilizada por computadores, disponível para diversas plataformas, além de seu   
código ser aberto e gratuito. Bianca Oliveira faz reflexões sobre TI Verde, meio  Capa
ambiente  e  Mercado.  João  Carlos  Caribé  fala  sobre  a  matriz  de  forças  da     Carlos Eduardo Mattos da Cruz
sustentabilidade e questões polêmicas envolvendo o tema. Ricardo Ogliari fala 
sobre  TI  Verde,  sensores  e  computação  úbiqua.  Cezar  Taurion,  Yuri Almeida,  Contribuiram nesta edição
   Alexandre A. Borba
Alexandre  Oliva  e  outros  colunistas  fixos  também  retratam  muito  bem  o  tema     Alexandre Oliva
recorrente em nossos telejornais.    Antônio Augusto Mazzi 
   Bianca Oliveira
Além  do  tema  principal,  tivemos  diversas  participações  que  merecem     Bruno Cezar Rocha
ser citadas. Marlon Ferrari fala sobre Python no cenário empresarial, enquanto     Cárlisson Galdino
Otávio  Santana  fala  sobre  GWT,  kit  de  ferramentas  de  desenvolvimento  para     Carlos Donizete
aplicações  web  feito  pela  Google.  Flávia  Suares  e  Joelias  Júnior  falam  sobre     Carlos Eduardo Mattos da Cruz
duas  ferramentas  interessantes  para  os  usuários  do  Twitter:  Lambitter  e     Cezar Taurion
Twitradio.  Wilkens  Lenon  fala  sobre  os  mais  diversos  sabores  do  Software     Flávia Suares
   Guilherme Macedo
Livre,  citando  várias  distribuições  GNU/Linux  e  suas  diferenças.  Bruno  Cezar     Hellen Bernardes
Rocha fala do Web2Py, um framework para desenvolvimento web em Python,     Igor Morgado
enquanto  Igor  Morgado  trata  de  Gerenciamento  de  unidades  no  Linux.  Além     João Carlos Caribé
destes,  outros  também  contribuiram  e  o  meu  sentimento  é  de  muita  gratidão     João Fernando Costa Júnior
com todos.    Joelias Júnior
   José James Figueira Teixeira
A  Revista  Espírito  Livre  enviou  ainda  um  correspondente  que  trará     Kirk W. Cameron
notícias sobre a LinuxCon São Paulo, que ocorre nos próximos dias. Em breve     Marlon Ferrari
   Otávio Gonçalves
teremos notícias de lá! Também estamos com palestra agendada na grade do     Paulo de Souza Lima
FASOL  2.0,  em  Santarém/PA.  Além  disso,  a  Revista  Espírito  Livre  está     Ricardo Graça
pipocando  de  promoções.  Solicitamos  que  estejam  atentos  pois  entramos  em     Ricardo Ogliari
contato  com  os  ganhadores  apenas  via  email  ­  o  mesmo  informado  no     Roberto Salomon
cadastro de cada promoção. Também é interessante lembrar que se você já se     Sérgio Nascimento
   Wilkens Lenon
inscreveu em uma promoção, pode se inscrever novamente em outras! A partir     Yuri Almeida
daí é torcer para ser sorteado.   
         
Gostaria  de  agradecer  a  colaboração  de  toda  a  equipe  e  já  adiantar  o  Contato
meu  pedido  de  desculpas  por  não  ter  publicado  todas  as  matérias  que  estão     revista@espiritolivre.org
em nossa fila de tarefas. Estamos em busca de novos colaboradores, inclusive 
diagramadores  que  utilizem  Scribus,  para  tentarmos  agilizar 
diversos processos dentro da revista. Se você utiliza Scribus  O conteúdo assinado e as imagens que o integram, são 
de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, 
e quer contribuir, entre em contato! não representando necessariamente a opinião da 
Revista Espírito Livre e de seus responsáveis. Todos os 
Ah!  Talvez  seja  hora  de  desligar  o  computador  e  direitos sobre as imagens são reservados a seus 
plantar uma árvore... respectivos proprietários.

João Fernando Costa Júnior
Editor

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |03
EDIÇÃO 017

SUMÁRIO

CAPA
32 TI Verde:
Mercado ou Meio Ambiente

35 Pragmatismo Sustentável
Ações... ações!

37 Use os dois lados Entrevista com 
Você usa?!
Kirk W. Cameron
Sustentabilidade
39 e sua matriz de forças

43 O que seria TI Verde? PÁG. 27
Você sabe?!

45 Negociação Verde
com a força do poder público...

49 TI Verde, Sensores...
e Computação Ublíqua

COLUNAS
15 Dia dos pais
com orgulho...

Warning Zone
18 Episódio 11

21 Green PC
Será possível?!

25 Código Verde
Sim! Dessa cor mesmo...

87 AGENDA 06 NOTÍCIAS
INTERNET
54 Twitradio e Lambitter GAMES
Novidades para usuários do Twitter
77 Hedgewars
Vamos jogar?!

ENTERPRISE
56 A Linguagem Python SYSADMIN
e o cenário empresarial

79 Gerenciando Unidades
com o Ubuntu

FORUM
60 Os sabores do Software Livre
Hum... são tantos... GRÁFICOS
64 Oracle...
e a comunidade Open Source
82 Animação Digital
Processo de Produção ­ Parte 2

67 Quais os efeitos
das múltiplas opções no GNU/Linux

EVENTOS
PROGRAMAÇÃO 85 JoomlaDay! Brasil 2010
Brasília/DF

70 GWT
Google Web Toolkit

73 Web2py
Programação Web com Python
QUADRINHOS
Departamento Técnico
86

ENTRE ASPAS
87 Citação de Pablo Picasso

09 LEITOR 13 PROMOÇÕES
NOTÍCIAS

NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior

Lançada Versão 1.6.5 do Lunar Linux semana,  a  disponibilidade  da  edição  Xfce  do 


O  Lunar  Linux Team  Linux  Mint  9.  Baseado  no  Xubuntu  10.04  "Lucid 
fez  a  divulgação  do  Lynx  ",  no  Kernel  Linux  2.6.32,  Xfce  4.6.1  e  X. 
lançamento  final  Org  7.4,  o  "Isadora"  Xfce  apresenta  uma  série 
para  a  sua  versão  de  melhorias  mais  relevantes  e  a  incorporação 
1.6.5.  Os  problemas  conhecidos  anteriormente  das  versões  mais  recentes  de  programas  de 
em  relação  à  imagem  ISO  foram  todos  código­fonte  aberto  do  mundo.  Saiba  mais: 
resolvidos, e a nova versão conta com a adição  http://www.linuxmint.com.
de  suporte  para  imagens  ISO  híbridas,  o  que 
significa  que  é  muito  mais  fácil  de  instalá­lo  a  Ubuntu vai oferecer download automático de 
partir  de  um  stick  USB.  O  Lunar  Linux,  que  atualizações  e  Codecs  não­livres  durante  a 
antes  conhecido  como  Lunar­Penguin,  é  uma  instalação
distribuição com bases no Sorcerer, que oferece  Segundo  informação 
um  exclusivo  sistema  de  gerenciamento  de  publicada  no  OMGUbuntu, 
pacotes  que  compila  cada  pacote  de  software,  o  instalador  do  Ubuntu 
ou  módulo,  a  partir  do  zero.  Maiores  10.10 vai oferecer com bem 
informações: http://www.lunar­linux.org. mais  clareza  a  opção  de 
fazer  download  de  Codecs 
Lançado Vyatta 6.1 não  livres  (MP3,  etc.),  bem 
Vyatta,  líder  de  mercado  em  soluções  open  como  firmwares  para 
source  e  em  virtualização  de  rede,  anunciou  a  placas  de  rede  sem  fio,  o  Flash  e  outros 
liberação  para  o  seu  roteador  na  versão  6.1.  componentes  não­livres,  durante  a  instalação. 
Com  vários  avanços  importantes,  incluindo  Esta notícia deve agradar aqueles que vêem no 
certificação  IPv6,  características  específicas  da  Ubuntu uma distribuição que veio para facilitar a 
nuvem  e  maior  segurança,  Vyatta  continua  a  vida do usuário. Saiba mais: http://miud.in/aFS.
expandir  a  aplicabilidade  da  rede  baseada  em 
software  em  ambientes  físicos,  virtuais  e  infra­ ZFS nativo deve chegar ao Linux em breve
estruturas  de  nuvem.  Vyatta  6.1  recebeu  Segundo  o  Phoronix,  a 
certificação  IPv6  Ready  Logo  Phase  2,  companhia  indiana  KQ 
verificando  a  implementação  dos  protocolos  de  Infotech,  divulgou  que  deve 
roteamento  IPv6.  Saiba  mais:  disponibilizar  em  poucas 
http://www.vyatta.com. semanas  um  port  para  Linux 
do  sistema  de  arquivos  ZFS, 
Lançado Linux Mint 9 Xfce do  Solaris.  Diferente  da 
Clement  Lefebvre,  que  já  alternativa  hoje  existente  que 
foi  entrevistado  pela  exige o uso do FUSE, o novo 
Revista  Espírito  Livre,  em  port  rodará  nativamente.  Saiba  mais: 
nome  dos  desenvolvedores  http://miud.in/aFT.
do  Linux  Mint  anunciou  no 
decorrer  desta  última 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |06
NOTÍCIAS

Microsoft  declara:  "Nós  amamos  o  código  Mozilla  lança  alpha  do  Fennec  para  Android 
aberto" e Nokia N900
A  declaração  foi  feita  por  Jean  Paoli.  "Nós  A  Mozilla  anunciou 
amamos  open  source",  disse  Jean  Paoli,  da  o  lançamento  de 
Microsoft,  em  uma  entrevista  recente  à  Network  uma  versão  Alpha 
World.  "Nós  temos  trabalhado  com  código  do  Fennec,  o 
aberto  por  um  bom  tempo."  O  erro  de  tornar  browser  para 
todas  as  tecnologias  de  código  aberto  dispositivos  móveis, 
equivalentes  com  o  Linux  foi  "cometido  para  o  sistema 
realmente  muito  cedo",  disse  Paoli.  "Isso  operacional  Android 
ocorreu,  de  fato,  há  um  bom  tempo.  Nós  e  o  celular  N900  da  Nokia.  As  novidades  mais 
entendemos  nosso  engano."  Saiba  mais:  importantes  são  a  inclusão  do  Sync  e  a 
http://miud.in/a9i. separação  de  processos  entre  o  interface  e  o 
"núcleo" do browser. A nota de lançamento pode 
YouTube Movies: Assista sem medo! ser  conferida  aqui:  http://www.mozilla.com/en­
Muita  gente  não  US/mobile/2.0a1/releasenotes/index.html
sabe,  mas  o 
Youtube  abriga  um  Gmail  lança  serviço  de  chamadas 
espaço  com  muitos  telefônicas
filmes  completos,  na  O  Google  oficializou 
íntegra,  com  boa  esta  semana  um 
resolução  e  muitos  até  legendados,  para  serem  novo  serviço 
assistidos  online,  sem  preocupações  quanto  a  agregado  ao  Gmail: 
estarem  infringindo  a  lei  ou  contribuindo  com  a  a  possibilidade  de 
pirataria.  O  acervo  já  conta  com  mais  de  400  ser  fazer  chamadas 
títulos.  O  conteúdo  chega  à  página  através  de  telefônicas  gratuitas. 
uma  parceria  com  grandes  estúdios  como  a  Porém,  não  se 
MGM,  Sony  Pictures  e  Lionsgate,  entre  outros.  entusiasmem  tanto  pois  o  serviço,  pelo  menos 
Ficou  interessado?  Visite  por  enquanto,  está  disponível  apenas  aos 
www.youtube.com/movies. residentes  do  EUA  e  Canadá.  Saiba  mais: 
http://www.google.com/voice.
MPEG  LA  torna  codec  H.264  gratuito  para 
sempre GTK 3 virá com suporte a temas com CSS
A  MPEG  LA,  empresa  De  acordo  com  informações  no  blog  de  Carlos 
responsável  pelo  Garnacho,  programador  do  projeto  GNOME,  a 
licenciamento  de  próxima  versão  do  Gimp  Toolkit  (GTK)  virá  com 
diversos  formatos  de  suporte para a criação de temas usando CSS. A 
vídeo,  anunciou  na  novidade  deve  tornar  mais  fácil  a  criação  de 
última  quinta­feira  que  temas, bem como atrair mais desenvolvedores e 
a  utilização  do  codec  designers  para  contribuir  com  a  ferramenta.  O 
de  vídeo  H.264  será  GTK+  é  um  kit  de  ferramentas  para  criação  de 
para  gratuita  sempre  interfaces  gráficas,  criado  inicialmente  para  o 
para  todas  as  aplicações  que  se  destinem  à  Gimp e usado amplamente no Linux. Saiba mais 
distribuição gratuita de vídeo. em: http://miud.in/aFV.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |07
NOTÍCIAS

Id  Software  abre  código  de  Wolfenstein:  Conversor de arquivos online grátis


Enemy  Territory  e  Return  To  Castle  Eis  aí  uma  dica  que  provavelmente  pode  ser  a 
Wolfenstein salvação  de  muitos.  Com  tantos  formatos  de 
A  Id  software  anunciou  no  seu  evento  anual  arquivos  existentes,  uma  hora  ou  outra,  a  gente 
QuakeCon  que  eles  abriram  seus  jogos  se vê na necessidade de fazer conversões entre 
Wolfenstein:  Enemy Territory  e  Return To  Castle  arquivos. Este é o trabalho do http://www.online­
Wolfenstein sob a licença GNU/GPL. A empresa  convert.com,  um  conversor  online  que  suporta 
é  conhecida  por  abrir  o  código­fonte  de  seus  muitos  formatos  diferentes  de  áudio,  vídeo, 
jogos  e  engines  após  alguns  anos  de  uso,  e  imagens e documentos. Confira!
este  dia  finalmente  chegou  para  estes  dois 
títulos populares da série Wolfenstein. O código­ Lançado Inkscape 0.48
fonte  dos  jogos  pode  ser  feito  em  Os  desenvolvedores  do 
ftp://ftp.idsoftware.com/idstuff/source/. Inskscape  anunciaram  o 
lançamento  da  versão  0.48 
Link Brasil: Programa sobre TI na TV aberta deste  famoso  software  de 
Há  mais  de  um  ano  desenho  vetorial.  Esta 
estreou  na  Record  News,  versão  vem  embarcada  com 
disponível  em  UHF  em  uma  nova  ferramenta  Spray, 
muitas  capitais  e  através  edição  multipath, 
das  maiores  operadoras  capacidade  de  inserir  sobrescrito  e  subscrito 
de  TV  por  assinatura,  o  nos  textos,  além  de  um  controle  numérico  de 
programa  LINK  BRASIL  kerning  de  texto,  rotação  e  muito  mais.  A  nova 
que  tem  como  foco  versão  também  vem  com  muitas  novas 
notícias  sobre  tecnologia  e  extensões  para  desenvolvedores  Web,  além  de 
informática.  Apresenta­se  como  uma  boa  fonte  uma  interface  de  usuário  adaptativa.  Saiba 
de  informação  de  TI,  algo  raro  na  tv  aberta.  mais: http://inkscape.org/.
Para  quem  tiver  interesse  basta  fazer  uma 
breve  busca  no  youtube  ou  sintonizar  o  canal  Red Hat anuncia parceria com a DreamWorks 
aos sábados às 20hs.  Animation
A  Red  Hat  fechou  uma  parceria  com  a 
Google  lança  "noticiário"  sobre  temas  mais  DreamWorks  Animation  em  várias  frentes, 
buscados abraçando  desde  projetos  desenvolvidos  com 
O  Google  Red  Hat  Enterprise  Linux  e  Red  Hat  Enterprise 
inaugurou  nesta  Virtualization  a,  mais  recentemente,  projetos 
última  sexta­feira,  com  cloud  computing.  "A  DreamWorks 
o  Google  Beat,  um  Animation  sempre  esteve  na  vanguarda  da 
serviço  semanal  adoção  de  novas  tecnologias  para  conseguir 
que  irá  mostrar  quais  os  temas  mais  buscados  vantagem  estratégica  e  isso  não  é  exceção  no 
pelos usuários americanos ­ e também quais as  que  diz  respeito  a  cloud",  disse  Paul  Cormier, 
razões  do  interesse  por  esses  assuntos.  As  presidente  de  Produtos  e  Tecnologias  da  Red 
informações  serão  apresentadas  em  vídeo,  no  Hat.  Saiba  mais  sobre  a  parceria  da  Red  Hat 
formato  de  um  programa  jornalístico.  Saiba  com  a  DreamWorks,  assistindo  ao  webcast  que 
mais: http://www.youtube.com/user/Googlebeat. está  disponível  para  visualização  no  link: 
http://tinyurl.com/redhatdreamworks.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |08
COLUNA DO LEITOR

EMAILS, 
SUGESTÕES E 
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ ­ sxc.hu

Esta  seção  é  sua  leitor!  Não  fique  com  vergo­ dos  artigos  publicados  quanto  na  editoração  e 
nha:  diga­nos  o  que  achou  da  última  edição  ou  arte.  Poderia  estar  nas  bancas  de  revistas, 
das últimas matérias! Algo não ficou legal? Algu­ suplantando  algumas  publicações  impressas 
ma  matéria  lhe  ajudou  muito?  Ficou  satisfeito  atuais.  São  ótimos  artigos  técnicos,  filosóficos  e 
por ter encontrado o que procurava? Então mani­ entrevistas.  Continuem  assim,  pois  com  certeza 
feste­se e mostre a nós e aos demais leitores o  esta  revista  contribui  muito  para  o 
quão  importante  é  ter  o  "espírito  livre".  Coloque  aprimoramento  técnico  dos  profissionais  e 
a boca no trombone! Abaixo listamos alguns co­ estudades  brasileiro,  além  de  difundir  o  espírito 
mentários que recebemos nos últimos dias: do Software Livre.
Huberto Gastal Mayer ­ Porto Alegre/RS
Acompanho  a  Revista  Espírito  Livre  desde  do 
começo,  e  fico  ansioso  para  sair  uma  nova  Uma  excelente  iniciativa,  que  já  esta  marcada 
edição, acho que a revista ótima, a cada edição  no  movimento  de  software  livre  no  Brasil. 
tem  um  assunto  novo,  e  não  fica  no  mesmo  Considero  uma  revista  indispensável  para  meu 
assunto  sempre,  além  de  leitores  poderem  dar  dia­a­dia  como  entusiasta  de  tecnologia, 
contribuições  a  revista,  espero  que  continuem  software livre e informática. Muito obrigado!
assim, boa sorte sempre. Felipe Augusto Nunes Ribeiro ­ Goiânia/GO
Raphael Souza Freitas ­ Prata/MG
Uma  ótima  fonte  de  informções  sobre  software 
Um  sucesso  de  Informação  e  entretenimento.  livre...  e  além  de  tudo  livre  um  verdadeiro  culto 
Com  ela  fico  bem  atualizado,  ganho  a liberdade.
conhecimento,  ou  seja,  tudo  isso  influencia  em  Lais Silva Gomes ­ Palmas/TO
minha  carreira  profissional.  Parabéns  a  equipe 
da Revista Espírito Livre. A  revista  trás  grandes  atrativos  de  várias  áreas 
Christiano Alves da Silva ­ Manaus/AM do  mundo  do  software  livre.  E  vem  tendo  um 
crescimento  exponencial  mesmo  com  o  pouco 
Não  conhecia  muito  bem  a  revista  ao  pesquisar  tempo de vida da revista.
no Google fiquei bem interressado sobre ela. Rodrigo Luciano Gattermann ­ Lajeado/RS
Diego  Caibaté  da  Silva  Nunes  ­  Porto 
Alegre/RS A  Revista  é  excelente  para  quem  está 
começando  no  mundo  de  software  livre  ou  para 
Tenho  colecionado  todas  as  Revistas  Espírito  o profissional!
Livre  desde  a  primeira  edição,  inclusive  tendo  Fabio  Eduardo  de  Azevedo  Pereira  ­  São 
impresso alguns artigos. Paulo/SP
É  uma  revista  de  alto  nível,  tanto  na  qualidade 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |09
COLUNA DO LEITOR

Acho  uma  iniciativa  muito  interessante,  é 


importante  divulgar  os  benefícios  do  software  É uma grande iniciativa em parte da revista, em 
livre pelo Brasil! divulgar  e  promover  uma  integração  do  mundo 
Marcos  Felipe  Pimenta  Rodrigues  ­  Rio  de  Software Livre ao redor do Mundo. 
Janeiro/RJ Marcelo Diemer ­ Santa Cruz do Sul/RS

Acho  uma  revista  muito  boa,  com  temas  bem  Muito importante para mim, pois o software livre 


atuais.  Sempre  leio  quando  possível.  Estão  de  tem como um importante nicho a educação com 
parabéns! liberdade de utilização.
Henrique Jaenisch Berto ­ Porto Alegre/RS Max Guntzel ­ Florianópolis/SC

A  revista  é  a  realização  de  um  novo  ideal  de  A melhor coisa que já construiram em termos de 


sociedade.  Uma  sociedade  em  que  o  cultura digital e informação.
conhecimento  é  coletivo,  é  colaborativo,  não  é  Eduardo Gomes de Santana ­ Aracaju/SE
privativo.  O  conhecimento  não  pode  se  perder 
com  o  indivíduo.  O  conhecimento  e  a  Uma  iniciativa  interessante  que  tem  princípios 
colaboração  de  uma  pessoa,  jamais  terá  o  que  vão  ao  encontro  da  própria  filosofia  do 
mesmo  poder  que  o  conhecimento  e  a  software  livre,  seja  ela  a  produção  de 
colaboração de 1 milhão de pessoas. conhecimento  em  comunidade  e  o  livre  acesso 
Diônifer Alan da Silveira ­ Porto Alegre/RS ao  conhecimento  produzido  por  quem  se 
interesse pela temática abordada.
Foi  uma  ideia/iniciativa  muito  boa  e  bem  feita.  Carolina  Borges  Souza  Guntzel  ­ 
Me  ajudou  muito  com  n  matérias.  Se  destaca  Florianópolis/SC
por  sua  flexibilidade,  inovação  e  principalmente 
pela  grande  interação  e  contribuição  com  o  Uma  ótima  iniciativa  para  fortalecer  a  cultura 
movimento  LIVRE!  Parabéns  a  todos  os  livre,  o  compartilhamento  de  conhecimento  e 
colaboradores com o projeto! uma mostra das possibilidades do poder criativo 
Thiago Leoncio Scherrer ­ São Paulo/SP da comunidade.
Alexsandro  Cardoso  Carvalho  ­  Santo 
Uma revista que trás novos conhecimentos, nos  André/SP
deixa  atualizados  com  as  novas  tendências  do 
mercado de trabalho. Na  verdade  tive  conhecimento  sobre  a  revista 
Paulo Roberto Fernandes Santana ­ Gama/DF pelo  site  softwarelivre.org  e  ainda  não  tive 
oportunidade  de  ler...  Mas  tive  dando  uma 
Uma  bela  iniciativa  onde  realmente  se  põe  em  olhada  no  site  da  revista  e,  os  assutos 
prática a filosofia livre, com ótimas matérias que  abordados são de grande interesse...
agradam o público em geral. Evaldo F. Merizio ­ Nova Trento/SC
Victor Andrade de Oliveira ­ Niterói/RJ
Acho  que  a  Revista  Espírito  Livre  sempre  tem 
Excelente  publicação,  com  uma  abordagem  e  matérias  interessantes  sobre  o  mundo  do 
linguagem acessível para todos os públicos. Um  software  livre,  além  de  ser  bastante  informativa 
canal  de  informação  e  formação  para  leigos,  e trazer novidades.
experts  e  pesquisadores  de  todos  os  campos  Anna  Graciela  Furtado  Cruz  ­  Rio  de 
do conhecimento. Janeiro/RJ
Marcelo da Luz Batalha ­ Campinas/SP

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |10
COLUNA DO LEITOR

Uma  revista  instigante  que  nos  proporciona  um  Acho  uma  ótima  revista  com  conteúdo  bastante 
desejo sobre a liberdade. atualizado sobre Open Source e TI de um modo 
Jean Assmann Ferro ­ Planalto Alegre/SC geral. Aproveito a oportunidade para parabenizá­
los pela iniciativa.
Curti  bastante  a  revista...  Não  deixa  nada  a  Marcos  Roberto  Santos  Vieira  ­  Porto 
desejar  em  relação  as  outras.  Veio  para  brigar  Alegre/RS
pelo  espaço  de  publicações  voltadas  ao  mundo 
open. Parabéns a todos! Assim  é  que  se  muda  o  mundo  e  constrói  uma 
Felipe Farias Zanoello ­ Mogi das Cruzes/SP nova era, ou pelo menos é assim que se inicia o 
processo:  com  liberdade!  Acredito  que  a  E.L.  é 
A  revista  Espírito  Livre  é  uma  ótima  fonte  de  uma  das  poucas  publicações  nacionais  que  fala 
conteúdo  atual,  sempre  com  os  melhores  de A  a  Z  do  mundo  livre  interligando  o  software 
profissionais  de  cada  área  esclarecendo  dúvidas  livre,  culturas  livres  e  outras  iniciativas  visando 
ou  trazendo  novidades  para  comunidade  Open  a  liberdade  e  compartilhamento  de 
Source. conhecimento/informação.  Particularmente 
Rafael Henrique Blengini Gumiero ­ Bauru/SP curto muito sua construção que é feita de forma 
colaborativa  e  voluntária,  pois  precisamos  de 
Conheci  a  mesma  recentemente  através  de  conteúdos  que  não  sejam  enlatados  e 
comentários de colegas, mas todos positivos. derivados  industriais.  Sejamos  livres...  Vida 
Cedenir Buzanelo Spillere ­ Ararangua/SC longa a Revista!
Julio Cesar Dias ­ Alfenas/MG
Uma  maravilha  de  revista.  Espero  que  um  dia 
seja impressa. A  Espírito  Livre  já  virou  tradição:  todos  os 
Cehasli de Castro ­ Manaus/AM meses  aguardo  o  lançamento  de  mais  uma 
edição.  É  de  fundamental  importância  essa 
Uma  excelente  publicação  para  que  você  dê  um  produção  colaborativa  para  a  comunidade 
"apt­get upgrade" todo mês e fique em dia com o  brasileira  na  intenção  de  agregar  pessoas  e 
mundo do Software Livre. conteúdos diferenciados.
Cassiano Faria ­ Florianópolis/SC Célia  Maria  Albuquerque  de  Menezes  Neta  ­ 
Olinda/PE
Uma ótima revista sobre software livre e assuntos 
afins,  com  textos  técnicos  e  não­técnicos  que  Não  poderia  ser  mais  oportuno  este  nome: 
atende a todos os entusiastas da filosofia FLOSS.  Espírito  Livre.  Em  um  mundo  onde  tudo  está 
Gosto  muito  e  recomendo,  principalmente  pelo  voltado  a  captação  de  renda,  estas  belas 
trabalho voluntário e de qualidade dos seus ideali­ iniciativas  devem  ser  referência  para  a 
zadores,  que  deve  ser  incentivado,  de  forma  que  construção  de  um  mundo  mais  justo,  e  nada 
a  revista  possa  crescer,  melhorando  sempre  em  melhor  do  que  a  distribuição  livre  de 
qualidade e alcançando cada vez mais pessoas. conhecimento  para  ajudar  as  pessoas  a  se 
Claudio Roberto F. Pereira ­ Vila Velha/ES desenvolverem  intelectualmente.  Parabenizo 
toda  a  esta  maravilhosa  equipe  que  nos  brinda 
Serve  de  referência  para  saber  dos  principais  mensalmente  com  informações  da  mais  alta 
eventos  e  desenvolvimento  do  software  livre  no  qualidade  sobre  esta  área  tão  promissora:  o 
país.  Onde  estiver  o  Software  Livre,  vamos  ter  software livre!!!
matéria na Espírito Livre. Igor Cervo ­ Porto Alegre/RS
Clemisson Alves Santos ­ Aracaju/SE

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |11
COLUNA DO LEITOR

A  revista  é  espetacular! A  melhor  do  ramo,  sem  Um  grande  apoio  e  informativo  para  quem  se 
dúvidas.  Traz  sempre  assuntos  atuais  interessa  pelo  uso  e  propagação  de 
envolvendo  os  mais  variados  ramos  desse  ferramentas computacionais livres.
universo  que  é  o  Software  Livre,  sempre  muito  Anderson Rodrigues Valim ­ Aguai/SP
bem  escritos.  Acompanho  desde  o  primeiro 
número.  Já  colaborei  com  dois  artigos  e  A  revista  Espírito  Livre  é  resultado  da 
pretendo  continuar.  Colaboro  também  na  convergência  de  ideias,  experiências  e  todo  o 
divulgação. feeling  que  só  a  liberdade  pode  nos 
Filipo da Silva Tardim ­ Duque de Caxias/RJ proporcionar.
José Bento da Silva Neto ­ São Sebastião do 
Uma  das  melhoras  revistas  com  informações  Paraíso/MG
sobre Linux, já publicada neste país.
Diego Pinho Caldeira ­ Santarém/PA Era  o  que  faltava  pra  mundo  de  software  livre... 
Uma  junção  de  tudo  o  que  é  necessário  para  o 
Um  magnífico  meio  de  divulgação  de  iniciativas  aprofundamento sobre o assunto...
livres em tecnologia, viva o livre e AVANTE. Marcelo  Henrique  Monier  Alves  Junior  ­  São 
Éberson L. de Oliveira Pereira ­ Gravataí/RS Luis/MA

A  Revista  Espirito  Livre  é  uma  pedida  para  Uma  ótima  iniciativa  de  compartilhar  ideias  e 
quem  não  tem  condições  de  adquirir  uma  conhecimentos  em  prol  do  desenvolvimento  em 
revista  paga  voltada  para  o  mundo  do  open  comum.
source e além também ela aumenta em muito o  Gabriel Rudi Spiegel Netto ­ Niterói/RJ
nosso  conhecimento,  ficamos  por  dentro  das 
novidades  e  conhecemos  outras  pessoas  que  Excelente,  uma  qualidade  gráfica  diferenciada. 
gostam  daquilo  que  gostamos.  VIVA  O  Muito informativa e de bom­gosto.
UBUNTU! Alberto Cesar Dias Pereira ­ Salvador/BA
Leandro Santos Lopes ­ Paço do Lumiar/MA
Muito  boa,  estava  faltando  uma  revista  livre  e 
Uma grande iniciativa que oferece um excelente  de qualidade.
conteúdo  para  nos  libertar  de  soluções  Paulo Francisco de Melo ­ Rio de janeiro/RJ
proprietárias e deixar nossa mente mais livre.
Felipe Augusto Nunes Ribeiro ­ Goiânia/GO

Excelente  fonte  de  informação  sobre 


desenvolvimento em software livre.
Givanaldo Rocha de Souza ­ Natal/RN

A  Revista  Espírito  Livre  é  uma  edição  que  deve 


fazer  parte  da  vida  de  qualquer  entusiasta  de 
software  livre,  ficando  de  fora  das  melhores  e 
maiores  novidades  sobre  SL,  aqueles  que  não 
tiverem  como  hábito  ler  esta  tão  valorosa  Comentários, sugestões e 
revista. contribuições:
Cícero Pinho Rocha ­ Camocim/CE
revista@espiritolivre.org

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |12
PROMOÇÕES ∙ RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

 PROMOÇÕES
Clique aqui para participar

BRASÍLIA/DF

Rafael Hernandez em parceria com a 
Revista Espírito Livre estará sorteando 
brindes entre os leitores. Basta se 
inscrever neste link e começar a torcer!

A TreinaLinux em parceria com a Revista 
Espírito Livre estará sorteando kits de 
DVDs entre os leitores. Basta se 
inscrever neste link e começar a torcer!

Não ganhou? Você ainda tem chance! O 
Clube do Hacker em parceria com a Revista 
Espírito Livre sorteará associações para o 
clube. Inscreva­se no link e cruze os dedos!

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |13
PROMOÇÕES ∙ RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

Relação de ganhadores de sorteios anteriores:

Ganhadores da promoção TreinaLinux:

1. Marcelo Henrique Monier Alves Junior ­ São Luis/MA
2. Gabriel Rudi Spiegel Netto ­ Niterói/RJ

Ganhadores da promoção Clube do Hacker:

1. Juscelino Filho ­ Fortaleza/CE
2. Paulo Francisco de Melo ­ Engenho Novo/RJ
3. Rômulo Silva Pinheiro ­ Belém/PA

Ganhadores da promoção Virtuallink:

1. Patrice Ferreira Lima de Oliveira ­ Boituva/SP
2. Carlos Roitman do Amaral ­ São Paulo/SP
3. Tiago da Rosa Rodrigues ­ Jaraguá do Sul/SC
4. Ivan Brasil Fuzzer ­ Erechim/RS
5. Jônatas Murça de Souza ­ Montes Claros/MG

Ganhadores da promoção FASOL 2010:

1. Cehasli de Castro ­ Manaus/AM
2. Diego Pinho Caldeira ­ Santarém/PA
3. Thiago Franco Silva ­ Mineiros/GO

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |14
COLUNA ∙ ALEXANDRE OLIVA

Ivan Prole ­ sxc.hu
DIA DOS PAIS
Por Alexandre Oliva

Ontem  foi  dia  dos  pais.  Ganhei  um 


presentão  de  minha  filha  Larissa  e  quero  muito 
compartilhar  com  vocês,  porque  me  deu  uma 
baita  esperança  no  futuro,  nas  próximas 
gerações,  apesar  dos  estragos  que  as  últimas 
gerações  têm  feito.  Larissa,  pra  quem  não 
conheceu  em  algum  FISL,  é  uma  menina  que 
ganhou  um  GNU  de  pelúcia  antes  mesmo  de 
nascer; é usuária e fã de Software Livre, como o 
GCompris,  desde  a  mais  tenra  infância;  posou 
de  Branca  de  Neve  para  ilustrar  uma  palestra 
sobre  a  GPLv3;  com  o  Freedo  que  ganhou,  me 
faz  quase  morrer  de  saudades  quando  viajo 
para  palestrar  sobre  o  Linux­libre.  Foi  para  ela 
que comecei a traduzir o livro infantil "O Porco e 
a Caixa", de MCM, do qual imprimi centenas de 
exemplares  há  um  par  de  anos.  Ela  entendeu 
direitinho!
A  fábula  conta  a  história  de  um  porco  que 
encontrou  uma  caixa  mágica  em  sua  horta  e 
descobriu  que  a  caixa  copiava  de  tudo,  mas, 
egoísta  e  mesquinho,  não  queria  compartilhar  a 
dádiva  com  mais  ninguém.  Decidiu  aceitar 
pagamentos,  mas  impunha  restrições  aos  usos 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |15
COLUNA ∙ ALEXANDRE OLIVA

das  cópias.  Assim  como  os  abusos  de  direitos  jeitos  melhores  de  fazer  as  coisas,  que 
autorais,  suas  restrições  se  mostraram  muito  compartilhar  é  bom  para  todos,  e  que  toda  vez 
mais  daninhas  do  que  ele  mesmo  considerava  que a gente compra alguma coisa de alguém que 
razoável.  Por  fim,  aprendeu  que  compartilhar  e  faz  que  nem  o  Sr  Leitão,  a  gente  está  dizendo 
respeitar  era  muito  melhor  para  todos.  Desde  pra ele que desse jeito está bom para nós.
então,  basta  lembrar  do  Sr  Leitão  para  conter  Perguntei  se  era  isso  que  a  gente  quer 
rompantes  de  egoísmo  que  às  vezes  tomam  dizer  pra  elas,  se  ela  queria  que  a  gente 
conta das crianças. comprasse  o  tal  programa.  Perguntei  e  prendi  a 
E  quanto  ao  presente?  Aconteceu  que  respiração,  ansioso  pela  resposta.  Ela  pensou, 
recebemos  neste  fim  de  semana  a  visita  de  pensou,  e  quando  eu  já  começava  a  ficar  roxo, 
parentes,  um  deles  prisioneiro  de  CAD  e  perguntou:
sistema  operacional  privativos.  Um  primo  foi  ­­  Papai,  será  que  a  gente  pode  procurar 
mostrar  à  Larissa  alguns  jogos  que  tinha  no  um jogo igual na Internet?
computador portátil que trouxeram. Resultado: 
Ufa!  Sei  que  sou  coruja,  mas  não  é  sem 
­­  Papai,  podemos  ter  esse  jogo  no  nosso  razão,  é?  Claro,  filhinha  querida,  vamos 
computador também? procurar,  sim!  Mas  antes,  precisava  avisar  que, 
Não,  não;  calma!  Não  foi  esse  o  presente,  igualzinho, dificilmente a gente encontraria, mas 
não!  O  presente  começou  vendo  a  carinha  dela  que,  dependendo,  poderíamos  modificar  o  que 
quando  expliquei  que  não  podíamos  copiar  o  encontrássemos, ou até fazer um novo. 
jogo,  ao  contrário  do  que  sempre  fizemos  Cá entre nós, quase todas as atividades já 
quando  os  amiguinhos  dela  vieram  nos  visitar  e  estavam  presentes  no  GCompris,  muito  mais 
gostaram  do  GCompris.  Quando  falei  que,  se  o  completas,  ainda  que  sob  disfarces  diferentes. 
copiássemos,  poderíamos  até  ir  presos,  ela  Mas  igual,  mesmo,  ninguém  poderia  fazer,  pois 
ficou ainda mais surpresa, e perguntou por quê. exigiria  copiar  os  personagens  responsáveis 
Expliquei  que  as  pessoas  que  vendiam  pelo forte apelo visual infantil daqueles jogos de 
esse  programa  se  comportavam  como  o  Sr  montar  bolos  e  de  descobrir  a  combinação 
Leitão  e  ficavam  dizendo  o  que  as  pessoas  secreta  para  formar  o  rosto  de  um  personagem 
podiam  ou  não  fazer  com  as  cópias  que  escondido  e,  para  copiar  os  personagens, 
vendiam,  e  que  a  lei,  infelizmente,  estava  do  precisaria de autorização de um Sr Leitão, né?
lado  deles,  porque  muita  gente  acreditava  que  Já  havíamos  encontrado  um  jogo  de 
tinha  que  ser  assim.  Ela  pensou  um  pouco  e 
montar  bolos  que  rodava  direitinho  no  Gnash, 
arriscou: mas  faltavam  os  controles  para  avançar  e 
­­  Papai,  a  gente  pode  comprar  esse  retroceder  a  esteira  de  montagem  do  bolo:  ela 
programa? avançava sozinha, rápido demais.
Não,  o  presente  ainda  não  foi  esse.  ­­ Dá pra gente mudar isso, papai?
Expliquei para ela que o trabalho mais importante  Difícil,  filhinha.  Praticamente  todos  os 
da  vida  do  papai  era  tentar  mostrar  pra  todo  jogos  em  Flash  que  a  gente  encontra  na 
mundo  que  essas  leis  não  são  justas,  que  há 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |16
COLUNA ∙ ALEXANDRE OLIVA

Internet, apesar de podermos brincar, são quase  Outras formas de copiar para outros, que não os 
tão restritos quanto os do computador do primo.  respeitariam, continuam proibidas pela lei.
O Sr Leitão que os fez não deixa a gente mudar  E  sabe  quem  inventou  o  copyleft,  filhinha? 
o  jogo,  só  podemos  jogar  do  jeito  que  ele  Foi tio Richard!
escolheu. Uma pena, né?
O  sorriso  que  ela  deu  nessa  hora  foi  o 
Mas  não  se  preocupe,  filhinha.  Se  a  gente  presente  mais  especial  que  já  ganhei.  Nem  o 
não conseguir encontrar um do jeito que a gente  sorriso  que  esse  mesmo  Richard  deu,  quando 
quer,  a  gente  pode  fazer  o  nosso.  Papai  e  viu  pela  primeira  vez  a  fantasia  do  GNU,  foi  tão 
mamãe sabem ler e escrever várias línguas que  emocionante.  Ganhar  um  sorriso  tão  especial, 
os  computadores  entendem,  e  a  gente  pode  de  dia  dos  pais,  fica  até  parecendo  final  de 
ensinar  pra  você  se  você  quiser. Afinal,  você  já  propaganda  de  cartão  de  crédito:  não  tem 
está aprendendo a ler e escrever, e está curiosa  preço.  Mas,  filhinha,  você  entendeu  que  o 
para  aprender  outras  línguas!  Conseguir  dizer  importante  não  é  não  ter  preço,  mas  sim 
pro  computador  o  que  você  quer  que  ele  faça  é  respeitar as liberdades, nossas e dos outros, né?
cada  vez  mais  importante.  Todo  mundo  deveria 
aprender,  do  mesmo  jeito  que  todo  mundo  Copyright 2010 Alexandre Oliva
precisa aprender a ler e escrever.
Mas,  filhinha,  fazer  um  programa  desses,  Cópia literal, distribuição e publicação da íntegra deste artigo 
inteirinho,  dá  um  trabalhão,  e  precisaria  são permitidas em qualquer meio, em todo o mundo, desde que 
aprender  um  monte  de  coisas  que  o  papai  sejam preservadas a nota de copyright, a URL oficial do docu­
também  não  sabe.  Felizmente,  a  gente  tem  mento e esta nota de permissão.
vários  outros  programas  que  fazem  coisas  http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/dia­dos­pais
parecidas  com  o  que  a  gente  quer,  como  o 
GCompris,  e  o  pessoal  que  o  fez  não  é  egoísta 
que  nem  o  Sr  Leitão.  Eles  deixam  a  gente 
copiar  e  também  mudar  o  programa,  e  ficariam 
até  contentes  se  a  gente  melhorasse  o 
programa  e  compartilhasse  com  eles  e  com 
todo  mundo.  E  eles  são  tão  legais  que 
publicaram  o  programa  de  uma  maneira  muito 
especial: com copyleft!
­­ Que que é isso, papai?
ALEXANDRE OLIVA  é conselheiro da 
É  um  jeito  de  dizer  pras  outras  pessoas  Fundação Software Livre América Latina, 
mantenedor do Linux­libre, evangelizador 
que  elas  podem  rodar  o  programa,  ver  as  do Movimento Software Livre e engenheiro 
instruções  que  a  gente  usa  pra  ensinar  o  de compiladores na Red Hat Brasil. 
computador  o  que  fazer,  mudar  essas  Graduado na Unicamp em Engenharia de 
Computação e Mestrado em Ciências da 
instruções e copiar para outros, de maneira que  Computação.
eles  também  possam  fazer  todas  essas  coisas. 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |17
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

Por  Carlisson Galdino

No  episódio  anterior,  Darrel  deixa  Pandora  em 


um  terreno  deserto  (ou  quase),  para  que  ela 
possa  tentar  utilizar  mais  uma  vez  o  poder 
recém­descoberto,  bem  como  executar  uma 
série  de  testes  para  descobrir  o  que  pode  ser 
feito  com  ele.  Após  deixar  com  a  namorada 
instruções  de  como  proceder  com  os  testes, 
Darrel parte em busca de armamentos.
Episódio 11
No  terreno,  com  algumas  marcas  escuras  no 
Planos de Mudança chão em alguns pontos, Pandora abre os olhos. 
Por eles se vê fios de eletricidade. Ela estende a 
mão  e  afasta  os  dedos  para  ver  a  eletricidade 
saltando entre eles.

Darrel:  Parabéns!  Você  se  saiu  muito  bem, 


Pandora!

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |18
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

De  repente  os  olhos  de  Pandora  voltam  ao  Darrel: Ótimo! Sabe que isso me deu uma ideia?


normal e toda a eletricidade some. Ela se vira e 
vê  Darrel  a  uns  oito  metros,  com  um  pacote  Pandora:  Ei,  o  que  trouxe?  Trouxe  uma 
enorme perto. lembrancinha  pra  mim,  meu  dengo?  Sua 
Pandorinha merece, não é?

Pandora:  Faz  tempo  que  está  aí,  Bem?  Darrel: Coletes, spray de pimenta, martelo...


Demorou tanto...
Pandora: Aff!  E  a  gente  tá  indo  pra  onde?  Pra 
Darrel: Só alguns minutos. guerra é?

Pandora: Quer ver o que eu descobri? Darrel:  Provavelmente  teremos  uma  guerra 


sim... E, Pandora? Vamos morar em Jaguarari.
Darrel: Claro! Me mostre!
Pandora: Está abilolando?

Pandora  fecha  os  olhos  e  os  reabre  já  com  Darrel:  É  aqui  pertinho  e  a  gente  se  esconde 
eletricidade passeando por eles. Estende a mão  melhor.
direita  e  um  raio  ofuscante  parte  até  pouco 
depois.  Um  assustador  pequeno  relâmpago,  Pandora:  Mas  lá  é  um  ovo!  Quero  deixar 
que  logo  é  atraído  para  o  chão.  Após  isso,  ela  Stringtown não, Bem!
coloca  as  duas  mãos  para  a  frente  e  fios  de 
eletricidade começam a saltar de uma mão para  Darrel:  Entenda,  meu  amor,  é  mais  seguro  pra 
a outra. gente.

Pandora: Se fosse pelo menos pra Salvador, eu 
Darrel: Isso é incrível! Parece efeito especial de  não dizia nada...
filme de ficção!
Darrel: . . .
Pandora:  É,  Bem,  e  eu  tou  sentindo  a 
eletricidade  direitinho,  ó!  Consigo  controlar  Pandora:  Tá...  Então  vamos  fazer  o  seguinte! 
direitinho  quanta  eletricidade  eu  faço!  Tou  me  Vamos  morar  pelo  menos  em  Floatibá?  É 
sentindo uma cmulher bateriad! pertinho  daqui  também,  Darrel,  e  pelo  menos 
tem gente lá!

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |19
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

Darrel: Eu preferia um lugar mais sossegado. Patinhas:  Será  que  eu  posso  ficar  só  mesmo 


aqui?!  Tem  que  vir  a  peste  do  narrador  me 
Pandora: Ir morar numa cidade sem shopping?!  atrapalhar?  Além  do  mais,  cê  tá  vendo!  Eu  tou 
Sei nem se tem cabeleireira lá! De jeito nenhum! conseguindo  fazer  porcaria  nenhuma  aqui 
mesmo.
Darrel:  Está  bem,  Pandora,  você  venceu!  A 
gente vai morar em Floatibá... Verdade...  Será  que  em  lojas  de  informática 
você  não  encontra  algum  equipamento  de 
Pandora: Por que essa ideia agora? De a gente  acessibilidade?
morar em outra cidade?
Patinhas:  Acessibilidade?!  E  eu  sou  aleijado, 
Darrel:  Pandora,  vamos  começar  mesmo  uma  por acaso?
guerra. O Oliver começou atacando a Milihash e 
tenho  certeza  de  que  ele  não  vai  parar.  Logo  Não use esses termos... É desrespeito com...
pessoas vão começar a ser mortas pela loucura 
dele. Temos que dar um jeito nisso. Patinhas: Mas eu não sou e pronto!

Pandora:  Nossa,  olhando  por  esse  lado,  meu  Cadê seus dedos?


Cigano...
Patinhas: . . .
Darrel:  Não  acredito...  Você  também  entrou 
nessa de nicknames?! . . .

Patinhas:  Que  merda,  véi!  Pra  que  serve  ter  Patinhas:  Tá,  mas  vai  embora  e  me  deixa  em 
computador e não acertar nem o botão de ligar? paz!  Você  sabe  muito  bem  que  não  acontece 
mais nada nesse episódio! É cada uma... Pô!!!

Lá  está  Patinhas,  sozinho  na  base  da  Sysatom 


Technology,  cuidando  das  instalações  enquanto 
o Wgroup... CARLISSON GALDINO é Bacharel em 
Ciência da Computação e pós­graduado 
em Produção de Software com Ênfase em 
Software Livre. Já manteve projetos como 
IaraJS, Enciclopédia Omega e Losango. 
Patinhas:  Agora  somos  SATAV,  ô  mané!  Viu  o  Hoje mantém pequenos projetos em seu 
episódio 3 não?! blog Cyaneus. Membro da Academia 
Arapiraquense de Letras e Artes, é autor 
do Cordel do Software Livre e do Cordel 
Tá, lá está o Patinhas na SATAV... do BrOffice.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |20
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

GREEN PC
Por Cezar Taurion

B S K ­ sxc.hu

Esta edição da Espírito Li­ los econômicos não contempla­
vre  destaca  o  tema  TI  Verde.  rem  as  questões  ambientais 
Na minha opinião TI Verde não  adequadamente.  Na  verdade, 
deve ser apenas vista sob a óti­ os  modelos  econômicos  igno­
ca superficial de artigos que fa­ ram o assunto meio ambiente.
lam  que  o  assunto  pode  ser  O  que  vemos  hoje?  O 
resolvido  pela  redução  do  con­ principal  indicador  utilizado  por 
sumo  de  energia  por  parte  de  toda  a  sociedade  para  avaliar 
servidores  e  fim  de  conversa.  seu  progresso  é  o  PIB  (Produ­
O  tema  tem  que  ser  endereça­ to  Interno  Bruto).  Sem  dúvida 
do  por  uma  ótica  muito  mais  que  o  PIB,  introduzido  após  a 
abrangente que envolva os pró­ Segunda Guerra Mundial, é im­
prios  problemas  ambientais  perfeito.  Aliás,  seu  criador,  o 
que afetam a nossa sociedade. economista  americano    Simon 
Um  das  causas  dos  pro­ Kuznets,  sempre  se  esforçou 
blemas ambientais que nos afe­ para  enfatizar  as  limitações  do 
tam  (onde  TI  Verde  se  indicador que ele criou. Ele afir­
posiciona)  é  o  fato  dos  mode­ mava  que  o  PIB  excluía  todas 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |21
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

dutos (a venda de serviços mé­
dicos  e  medicamentos  em  vez 
do  número  de  pessoas  saudá­
       Uma das causas dos  veis)  leva  a  perspectivas  erra­
das. Ele disse que na prática o 
problemas ambientais que nos  "herói"  das  estatísticas  econô­
micas,  como  refletidas  pelo 
afetam (onde a TI Verde se  PIB,  seria  um  paciente  de  cân­
cer em estado terminal que pre­
posiciona) é o fato dos modelos  cisa  usar  medicamentos  muito 
caros  e  que  passa  por  um  di­
econômicos não contemplarem as  vórcio  custoso!  Segundo  ele, 
pelo PIB, "para estimular a eco­
questões ambientais  nomia,  teremos  que  encorajar 
adequadamente. as  pessoas  a  ficarem  doentes, 
para  que  a  economia  possa  fi­
Cezar Taurion
car boa". 
Recentemente  o  profes­
sor  da  Universidade  de  Colum­
que  se  pode  vender  e  que  tem  bia,  New  York,  Joseph  Stiglitz 
as  atividades  não  monetiza­ valor  monetário  agregado  au­ disse  que  o  PIB  sempre  foi 
das,  como  trabalhos  domésti­ mentará o PIB e o chamado de­ uma medida falha do desempe­
cos  e  cuidados  com  a  família,  senvolvimento  econômico  de  nho  econômico  e  do  progresso 
que podem ter um alto valor so­ um país, mas que não necessa­ social.  Ele  afirmou  que  as  atu­
cial.  Ele  também  alertava  que  riamente  implica  em  aumento  ais  turbulências  econômicas 
não  incluiu  em  seu  indicador  o  do bem­estar da sociedade.  tornaram  estas  deficiências 
esgotamento  dos  recursos  hu­
Ele  não  leva  em  conta  a  mais  nítidas.  Suas  palavras: 
manos  e  econômicos  do  país. 
distribuição  de  renda  e  não  in­ "Esta crise vem mostrando que 
Suas  próprias  palavras:  "Deste 
clui  nenhum  julgamento  moral  os  números  do  PIB  americano 
modo,  a  prosperidade  de  uma 
da atividade executada. Por ex­ estavam  totalmente  errados.  O 
nação  dificilmente  poderá  ser 
emplo,  os  gastos  com  arma­ crescimento  era  baseado  em 
deduzida  de  uma  medida  de 
mento  militar  tem  o  mesmo  uma miragem". 
renda nacional conforme defini­
peso que os gastos com educa­ Devido  à  crescente  per­
da  acima",  como  concluiu  em 
ção  ou  saúde.  Os  trabalhos  de  cepção  do  esgotamento  do 
seu  estudo.  Mesmo  assim,  o 
limpeza  de  um  acidente  nucle­ PIB, alguns estudos estão sen­
alerta de Kuznets tem sido sim­
ar tem o mesmo peso da produ­ do desenvolvidos e uma comis­
plesmente  ignorado  e  durante 
ção da energia solar.  são  liderada  por  prêmios 
todas  esta  décadas  o  PIB  foi 
visto como indicador de prospe­ Foi  muito  interessante  o  Nobel  de  Economia  como  o 
ridade econômica. depoimento de um escritor ame­ próprio  Joseph  Stiglitz  e 
ricano,  Jonathan  Rowe,  ao  Se­ Amartya  Sen  deverão  anunciar 
O PIB é uma medida quan­
nado  dos  EUA,  quando  ele  outros  indicadores  que  pode­
titativa e não qualitativa. O pro­
destacou  alguns  absurdos  do  rão  substituir  ou  complementar 
blema  é  que  reflete  um  fluxo 
PIB.  Ele  disse  que  medir  a  o  PIB.  O  objetivo  deste  estudo 
de  riqueza  puramente  comerci­
área  de  cuidados  com  saúde  é  propor  indicadores  que  le­
al  e  monetário.  Assim,  tudo  o 
pelos insumos, em vez dos pro­ vem  em  conta  dados  econômi­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |22
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

cos mais abrangentes, conside­
rando entre outros fatores, a de­
gradação  ambiental  e  a 
qualidade  de  vida.  A  ideia  é 
que  estes  novos  indicadores 
      Existem diversos 
possam mudar nossas priorida­
des  políticas  e  econômicas  e 
indicadores alternativos ao PIB que 
permitam  criar  uma  sociedade  já começam a ser usados e que 
mais  feliz  e  ambientalmente 
mais sustentável. Os novos indi­ buscam refletir uma visão mais 
cadores  devem  incluir  valor  a 
atividades que não são do mer­ holística e menos cartesiana da 
cado,  como  momentos  de  la­
zer  e  cuidados  com  o  filhos.  economia e seus efeitos.
Também deverá destacar as tro­
cas entre o crescimento econô­ Cezar Taurion
mico e o bem­estar social.
Portanto,  está  claro  que  o  um  indicador  ao  mesmo  tem­
PIB não reflete indicadores soci­ O  princípio  da  pegada 
po.  ecológica  é  simples:  os  recur­
ais  e  ambientais,  como  melho­
ria  do  nível  de  emprego  e  O mais conhecido dos indi­ sos  renováveis  utilizados  pelo 
qualidade  de  vida.  Um  cresci­ cadores  ambientais  é  a  Pega­ homem em suas atividades po­
mento  de  5%  do  PIB  não  pode  da  Ecológica.  Este  indicador  dem  ser  convertidos  em  super­
se traduzir diretamente em me­ se tornou conhecido a partir da  fície  do  planeta.  O  cálculo 
lhorias  percebidas  na  qualida­ publicação,  pelos  seus  criado­ pode  abranger  toda  a  humani­
de  de  vida  da  população.  E  res,  Mathis Wackernagel e Wil­ dade,  ou  um  país,  uma  empre­
quando  acontece  esta  eventu­ liam  Rees,  no  seu  livro  "Our  sa  ou  uma  pessoa.  Hoje, 
al  melhoria,  uma  má  distribui­ Ecological  Footprint:  Reducing  segundo os relatórios do WWF, 
ção  desta  riqueza,  Human  Impact  on  the  Earth". A  a pegada ecológica mundial es­
concentrada  em  poucos,  não  é  ideia  central  deste  indicador  é  tá  em  120%  do  planeta  utilizá­
captada pelo indicador. a seguinte: as atividades huma­ vel.  Isto  significa  que  a 
nas de produção e consumo uti­ humanidade  toma  emprestado 
Existem diversos indicado­ lizam  recursos  naturais,  alguns  da  natureza,  todos  os  anos, 
res  alternativos  ao  PIB  que  já  dos  quais  não­renováveis  (pe­ 20%  de  recursos  naturais  a 
começam  a  ser  usados  e  que  tróleo  e  gás  natural,  por  exem­ mais  do  que  os  fluxos  anuais 
buscam  refletir  uma  visão  mais  plo)  e  outros  renováveis,  no  de  regeneração  natural  desses 
holística  e  menos  cartesiana  sentido que podem se reprodu­ recursos.
da  economia  e  seus  efeitos.  zir ou se regenerar sem a inter­
Claro  que  alguns  têm  viés  Mas,  por  que  não  vemos 
venção do homem, como solos  esta  situação?  Primeiro,  por­
mais  social,  focados  no  desen­ e  florestas.  Somente  estes  últi­
volvimento  humano  e  social,  e  que  esta  contabilidade  perma­
mos  são  objetos  de  interesse  nece  desconhecida  e  o  que 
outros  dão  mais  ênfase  a  valo­ da  pegada  ecológica,  porque, 
res  ambientais.  Talvez  nenhum  não  é  contabilizado,  simples­
segundo seus autores, constitu­ mente  não  conta.  Além  disso, 
deles  seja  o  ideal  e  precisa­ em  os  problemas  mais  graves 
mos  criar  um  mix  de  vários  ou  este  endividamento  não  traz 
no longo prazo. consequências  a  curto  prazo. 
mesmo  trabalhar  com  mais  de 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |23
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

E porque é importante co­
meçarmos  a  usar  indicadores 
que  incluam  meio  ambiente 
        Ainda existe uma  em  seu  conteúdo?  Exatamente 
porque  precisamos  de  uma  vi­
dicotomia entre meio ambiente e  são holística da economia, con­
siderando  que  meio  ambiente 
desenvolvimento econômico. Esta  e  as  preocupações  ambientais 
não podem ser ignoradas. 
visão cartesiana, economia de um  Precisamos, portanto, mu­
lado e meio ambiente de outro é  dar  nossos  sistemas  de  valo­
res.  Os  indicadores  e  a  visão 
totalmente errônea. cartesiana que separa a econo­
mia  do  meio  ambiente  deve 
Cezar Taurion
ser  revisto.  Criar  uma  ecoeco­
nomia que norteie nosso cresci­
mento  econômico  de  forma 
sustentável  só  vai  acontecer 
É  um  problema  para  as  futuras  quando  e  se    esta  reinvidica­
gerações...  Hoje  uma  pessoa  veu um método científico basea­
ção  for  do  conjunto  de  toda  a 
pode  ficar  rica  desmatando  do  no  dualismo  da  natureza. 
sociedade.  TI  Verde  faz  parte 
uma  imensa  área  florestal  para  Entre  seus  ensinamentos  para 
deste movimento maior!
criar gado e se houver um pro­ o  raciocínio  científico  colocou 
blema  ambiental,  quem  vai  pa­ regras  como  dividir  os  proble­
gar o pato serão seus netos ou  mas  em  suas  partes  mais  sim­
bisnetos, que ainda nem nasce­ ples  e  resolver  os  problemas 
ram... E este endividamento am­ começando  pelo  mais  simples  Para mais informações:
biental  não  aparece  nos  e evoluindo para o mais comple­ Site Pegada Ecológica
indicadores econômicos. xo.  http://www.pegadaecologica.org.br/

Ainda  existe  uma  dicoto­ Posteriormente,  Isaac 


mia  entre  meio  ambiente  e  de­ Newton consolidou o método ra­ Artigo na Wikipédia sobre PIB
senvolvimento  econômico.  cional  dedutivo  de  Descartes  http://pt.wikipedia.org/wiki/Produto_ 
Esta  visão  cartesiana,  econo­ criando os princípios da mecâni­ interno_bruto
mia de um lado e meio ambien­ ca.  A  partir  destes  princípios 
te  de  outro  é  totalmente  surgiu  o paradigma cartesiano­
errônea.  newtoniano. 
Para  entendermos  o  por­ Este paradigma é o direci­
quê  deste  paradigma  devemos  onador  das  ciências  ociden­
voltar na história da nossa soci­ tais.  Cada  campo  científico  CEZAR TAURION é 
edade. Um dos grandes influen­ deve  ser  visto  de  forma  isola­ Gerente de Novas 
Tecnologias da IBM 
ciadores  das  ciências  foi  René  da.  Assim,  meio  ambiente  é  Brasil. 
Descartes, que em seu livro Re­ campo de atuação dos ambien­ Seu blog está 
talistas. Desenvolvimento e polí­ disponível em
gulae  ad  Directionem  Ingenii,  www.ibm.com/develo
publicado  em  1628,  desenvol­ ticas  econômicas  é  o  campo  perworks/blogs/page/
de atuação dos economistas.   ctaurion

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |24
COLUNA ∙ ROBERTO SALOMON

Flavio Takemoto ­ sxc.hu
CÓDIGO VERDE
Por Roberto Salomon

Já  ouvi  que  "macho  que  é  macho  progra­


ma em assembler com copy con". Não quero di­
zer  que  eram  bons  aqueles  tempos  em  que 
programávamos  pensando  nas  restrições  das 
máquinas que iriam executar o código. Potentes 
processadores de 8 bits rodando a 4MHz faziam 
a festa da turma que se via obrigada a fazer gi­
nástica  para  rodar  a  folha  de  pagamento  de  um 
escritório  pequeno  em  48  KB  de  memória.  Isso 
mesmo,  48  Kilobytes!  Quem  tinha  sorte  podia 
comprar  as  famosas  expansões  de  memória 
que  levavam  aqueles  computadores  pessoais  a 
espantosos 128KB de memória.
A  preocupação  com  a  máquina  era  uma 
constante. Será que o computador aguenta? Se­
rá que não vai esquentar? A impressora vai pifar 
de novo? Pergunte a alguém mais velho e prova­
velmente  verá  confirmada  a  história  de  cabeças 
de impressão de uma certa impressora matricial 
fundindo  por  conta  da  demanda  de  impressão 
de  cobranças  de  condomínio  ou  de  holerites  de 
um  ou  mais  escritórios.  Isso  quando  o  próprio 
gabinete  da  impressora  não  começava  a  derre­
ter.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |25
COLUNA ∙ ROBERTO SALOMON

devido  a  um  erro  de  programação.  (Já  paguei 


penitência  e  voltei  a  louvar  a  realização  de  tes­
      Ao pensar em  tes.  Mesmo  que  para  um  "escriptizinho"  que  só 
eu vou usar).
TI Verde, precisamos, sim,  É  claro  que  problemas  desse  tipo  não 
pensar no software.  acontecem  em  todos  os  CPDs  ou  Datacenters 
como  gostam  de  chamá­los  hoje  em  dia.  Mas  o 
Precisamos ter certeza  uso irresponsável de ciclos de CPU por software 
sem  otimização  é  certamente  responsável  por 
que todas aquelas  boa parte do calor gerado nestes centros. E tam­
bém  pelo  consumo  exagerado  de  energia  elétri­
instruções que estão  ca  para  manter  estes  processos  ativos  e  pela 
refrigeração do ar necessária para evitar que to­
sendo executadas são  do esse investimento derreta.
realmente necessárias ou  A consolidação de servidores e a virtualiza­
ção  já  nos  permitem  aproveitar  cada  vez  mais 
se estamos apenas  da  capacidade  de  uma  CPU.  Deixar  ciclos  ocio­
sos não faz mais sentido e graças às novas tec­
queimando eletricidade  nologias,  usamos  praticamente  100%  de  cada 
CPU  instalada  em  um  datacenter.  Mas  isso  traz 
a toa. um  custo  de  refrigeração  do  ambiente  que  está 
diretamente relacionado ao número de CPUs ati­
Roberto Salomon
vas em uma determinada área. Ainda há muito a 
otimizar em termos de hardware e de consolida­
ção. Mas, já está na hora de começar a olhar a 
Hoje  em  dia,  os  novos  programadores  já 
otimização de software como fator "verde".
não tem tantas restrições. Por isso mesmo a mo­
çada capricha no resultado, confiando que a má­ Ao  pensar  em  TI  verde,  precisamos  sim, 
quina  irá  suprir  qualquer  deficiência  de  código.  pensar  no  software.  Precisamos  ter  certeza  de 
O  resultado  em  alguns  casos  todos  já  viram:  que  todas  aquelas  instruções,  que  estão  sendo 
CPUs  esquentando  e  queimando  as  pernas  dos  executadas são realmente necessárias, ou se es­
donos  de  notebooks  quando  assitem  algum  fil­ tamos  apenas  queimando  (se  sua  energia  for  de 
me em tela cheia. termelétrica)  eletricidade  à  toa.  Novos  materiais 
só  vão  levar  à  redução  de  energia  até  certo  pon­
Outros  softwares  também  esquentam  bem 
to.  A  partir  daí,  cada  grau  Celsius  a  menos  terá 
a  CPU.  Outro  dia,  ao  pesquisar  porque  o  meu 
que vir de outras áreas. Terá que vir do software.
servidor reinicializava de vez em quando encon­
trei a causa em um lugar que não esperava: ha­
via  um  script  no  cron  que  entrava  em  loop 
fazendo  a  CPU  ir  a  100%  por  quase  uma  hora.  ROBERTO SALOMON é arquiteto de 
O resultado era que depois de apanhar desse jei­ software na IBM e voluntário do projeto 
BrOffice.org.
to,  o  watchdog  paranoico  da  placa­mãe  desliga­
va  o  computador  (tudo  bem  que  o  ventilador 
também  estava  um  tanto  o  quanto  sujo,  mas  is­
so é outra história). O veredito? O servidor desli­
gava  porque  superaquecia  e  superaquecia 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |26
CAPA ∙ ENTREVISTA COM KIRK W. CAMERON

Entrevista com 
Kirk W. Cameron, 
criador do 
Granola
Por João Fernando Costa Júnior

Revista Espírito Livre: Olá Kirk. Se apre­
sente para o pessoal.
Kirk W. Cameron: Meu nome é Kirk W. Ca­
meron.  Sou  CEO  da  MiserWare,  criadora  do 
software  Granola  (http://grano.la).  Também  sou 
professor  de  Ciências  da  Computação  na  Virgi­
nia Tech, onde conduzo pesquisas em Computa­
ção  Verde  e  leciono  em  cursos  de  sistemas  de 
computadores. A MiserWare e a Virginia Tech fi­
cam  em  Blacksburg,  VA,  mais  ou  menos  a  400 
km a sudoeste de Washington, DC, nos EUA.

REL: Como foi que se iniciou o projeto, 
alguma necessidade pessoal?
KWC: Eu tenho feito pesquisas na área de 
Computação  Verde  há  quase  uma  década.  Co­
meçamos  tentando  escrever  software  para  me­
lhorar  a  eficiência  energética  de 
supercomputadores de alto desempenho. Lá pe­
lo  ano  de  2002,  chegamos  à  conclusão  de  que 
poderíamos  criar  softwares  para  economizar 
energia  em  praticamente  qualquer  computador 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |27
CAPA ∙ ENTREVISTA COM KIRK W. CAMERON

sem diminuir o desempenho do sistema. Depois  TI@Home  ­­  muitas  pessoas  trabalhando  em 


de  5  anos  de  pesquisas,  nosso  trabalho  come­ conjunto  para  um  grande  benefício.  Por  isso 
çou a ser notado por várias pessoas, o que nos  queríamos um nome que inspirasse a comunida­
incentivou  a  buscar  por  investimentos  e  criar  de. O nome Granola surgiu bem cedo. Eu sugeri 
uma empresa para escrever versões de nível co­ que precisávamos de alguma coisa que fosse re­
mercial  do  nosso  software  para  datacenters.  conhecida  pela  população  verde,  e  meu  co­fun­
Não  muito  depois  de  termos  iniciado  as  opera­ dador  (Joseph  Turner)  sugeriu  rindo  "Granola". 
ções  em  2007,  começamos  a  utilizar  o  software  Eu  já  ia  olhar  no  dicionário  quando  ele  disse: 
em nossos próprios sistemas para teste e, even­ "Um  adjetivo  usado  para  descrever  as  pessoas 
tualmente, aumentar o tempo de vida das bateri­ que  são  ambientalmente  conscientes..."  Então, 
as  de  nossos  computadores  e  reduzir  o  gasto  pensei  que  era  uma  boa  sacada,  mas  queria 
de energia. Rapidamente, percebemos que ama­ mais  algum  retorno.  Outas  pessoas  pensaram 
ríamos o modo como o Granola roda em segun­ que poderia ser muito negativo, ou ter uma cono­
do  plano  sem  nos  aborrecer  como  o  tação  muito  anti­comercial.  Também  queríamos 
gerenciamento de energia padrão do Windows e  verificar se o domínio granol.com estava disponí­
do  Linux.  Então  pensamos  que  outras  pessoas 
poderiam  gostar  também,  e  decidimos  colocar 
as  futuras  versões  do  nosso  software  nas  mãos 
do  maior  número  de  pessoas  possível.  Depois 
de  liberar  versões  iniciais  do  software  numa  sé­
rie  de  betas  fechados  para  algumas  centenas 
de pessoas, no Dia da Terra de 2010, liberamos 
o Granola 2.0 que era uma versão totalmente tes­
tada do software com um nome e uma linterface 
legais.  Recentemente  liberamos  também  o  Gra­
nola 3.0.

REL:  É  provável  que  muitos  já  tenham 


perguntado isso, mas porque o nome "Grano­
la"? Quem teve a ideia de usar este nome?
KWC:  O  software  foi  batizado  originalmen­
te  de  "MicroMiser"  porque  achávamos  que  era 
uma  "pequena"  ferramenta  para  economizar 
energia  de  uma  maneira  miserável.  Mas,  quan­
do decidimos dedicar tempo para criar uma ver­
são  com  uma  interface  legal  que  fosse 
realmente um produto para o consumidor, sabía­
mos  que  precisaríamos  de  um  novo  nome  e 
uma  nova  marca  que  refletissem  melhor  o  que 
estávamos  tentando  fazer. A  razão  principal  pa­
ra a criação do Granola era colocar o que pensá­
vamos  ser  uma  tecnologia  nova  e  atraente  nas 
mãos das massas de forma a economizar o máxi­
mo  de  energia  que  pudéssemos.  ­­  na  verdade, 
Figura 1. Tela do programa
nosso  modelo  preferido  era  o  do  projeto  SE­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |28
CAPA ∙ ENTREVISTA COM KIRK W. CAMERON

vel, e não estava, e isso feriu bastante esse ca­ am  funcionar,  e  esse  é  o  tipo  de  produto  que 


so.  Então  tabulamos  o  problema,  fizemos  reu­ queríamos  criar.  O  crescimento  de  nossa  base 
niões  e  um  monte  de  outros  nomes  que  eram  de  usuários  parece  indicar  que  outras  pessoas 
mais  comerciais  e  tinham  domínios  disponíveis  têm  o  mesmo  nível  de  frustração  com  as  ferra­
apareceram. Aí  deixamos  a  questão  parada  por  mentas de gerenciamento de energia.
uma semana mais ou menos... aí tivemos de de­
cidir, já que precisávamos terminar a interface an­
tes  do  Dia  da  Terra.  Então,  sentamos  para  REL:  Atualmente  o  projeto  é  mantido 
finalmente  decidir  e  alguém  trouxe  o  nome  Gra­ por quais pessoas?
nola  de  volta  e  as  mesmas  questões  aparece­ KWC:  Somos  uma  pequena  empresa  priva­
ram,  incluindo  a  questão  do  nome  do  domínio.  da  com  menos  de  10  desenvolvedores.  Joseph 
Eu  acho  que  sugeri  (mas  pode  ter  sido  o  Jo­ Turner  e  eu  desenvolvemos  algo  da  propriedade 
seph)  que  poderíamos  fazer  algo  legal  como  intelectual  utilizada  no  Granola  quando  estáva­
del.icio.us  e,  de  repente,  outro  co­fundador,  Mat  mos na Virginia Tech e fundamos a empresa para 
Grove, começou a procurar pelos nomes de do­ poder  escrever  versões  comerciais  do  nosso 
mínio .la para ver se daria certo. Ele disse que o  software.  Joseph  lidera  a  equipe  de  desenvolve­
domínio pertencia ao Laos, mas eles haviam ven­ dores e é responsável pelo desenho e implemen­
dido  para  a  cidade  de  Los Angeles  que  poderia  tação de todo o nosso software. Eu sou CEO e no 
vender  os  domínios  mediante  uma  taxa.  Então,  desenvolvimento  do  produto  atuo  como  CTO, 
imediatamente  compramos  o  nome  de  domínio  ajustando  a  visão  estratégica  da  empresa  e  seus 
e  decidimos  que  faríamos  o  máximo  para  expli­ produtos  e  desempenhando  todas  as  funções  de 
car o nome para os investidores. Essa é a histó­ negócios e atividades operacionais.
ria do nome Granola.

REL: Qual o modelo de licença utilizado 
REL:  Qual  a  principal  função  do  Grano­ no Granola e porque escolheu utilizá­lo?
la  e  em  que  situações  ele  pode  ou  deve  ser 
usado? KWC: O Granola é livre. Nossa meta é co­
locá­lo nas mãos da maior quantidade de pesso­
KWC: A maioria das ferramentas de gerenci­ as  possível  para  o  bem  maior.  Portanto, 
amento  de  energia  são  desenvolvidas  para  o  pensamos que tornando­o livre era a melhor ma­
uso  manual.  Ajustar  o  monitor  para  desligar  neira  de  conseguir  isso.  Depois  da  versão  inici­
após 5 minutos de inatividade é um exemplo. Is­ al,  empresas  começaram  a  nos  contatar  para 
so é o que eu odeio no gerenciamento de ener­ utilizar  o  software.  Eles  também  queriam  rastre­
gia.  Exige  que  o  usuário  adivinhe  as  ar  a  economia  de  energia  em  suas  organiza­
configurações.  E  se  o  modo  de  usar  muda,  o  ções.  Com  o  Granola  3.0  (http://grano.la), 
usuário tem de mudar manualmente as configura­ permitimos que qualquer usuário monitore gratui­
ções. Granola é um programa que automatiza o  tamente até 5 máquinas com uma conta gratuita 
gerenciamento  desse  tipo  de  configurações,  de  (https://grano.la/index.php?signup).  Além  des­
maneira que você tenha o desempenho que pre­ sas  5  máquinas,  pedimos  que  os  usuários  pa­
cisa,  quando  precisa.  Uma  vez  que  você  muda  guem uma taxa de licenciamento para máquinas 
a  maneira  de  usar  o  sistema,  o  Granola  adapta  adicionais. O custo atual por máquina é de 8 dó­
e muda o gerenciamento de energia. A única inte­ lares,  mas  oferecemos  vários  tipos  de  descon­
ração  necessária  para  o  usuário  é  ligá­lo  e  dei­ tos  se  você  no  enviar  um  e­mail  para 
xá­lo  fazer  seu  trabalho.  Essa  é  a  maneira  que  sales@miserware.com.  Aumentar  o  número  de 
eu acho que os gerenciadores de energia deveri­ clientes  corporativos  nos  ajudará  a  manter  o 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |29
CAPA ∙ ENTREVISTA COM KIRK W. CAMERON

Granola  gratuito  no  futuro.  Também  incentiva­ REL: Existe algo para ser implementado 


mos  as  pessoas  a  doar  recursos  para  o  projeto  ou  que  está  nos  planos  da  equipe  de  desen­
Granola (http://grano.la/community/impact.php). volvimento, mas que por alguma razão ainda 
REL:  Qual  o  estado  atual  do  projeto?  não foi feito?
Quais os planos para o futuro? KWC: A  versão  atual  aplica  nossa  tecnolo­
KWC: Nós ultrapassamos os 100 mil downlo­ gia, ainda com a patente pendente, ao processa­
ads em 100 dias após a liberação, um grande mar­ dor.  Tivemos  muito  trabalho  em  gerenciar  o 
co  para  nós.  Nós  planejamos  adicionar  algumas  consumo de potência em outros dispositivos, co­
funcionalidades  importantes  nas  próximas  ver­ mo discos, memória, estados do sistema, etc. Al­
sões, mas isso é um segredo total ;­) Você vai pre­ gumas  tecnologias  emergentes  não  são 
cisar  ficar  ligado  no  grano.la  para  descobrir  :­)  O  estáveis  o  suficiente  para  serem  utilizadas  co­
que eu posso dizer é que as novas versões propor­ mercialmente  em  softwares  de  gerenciamento 
cionarão  funcionalidades  que  os  usuários  pedi­ de  energia,  como  aceleração  de  memória.  Ou­
ram  ­­  portanto,  continuem  mandando  suas  tras,  como  o  gerenciamento  de  potência  do  dis­
sugestões!  Da  mesma  forma,  traremos  para  vo­ co,  você  pode  esperar  ver  em  versões  futuras 
cês  novas  funcionalidades  que  economizarão  do nosso software.
mais  energia,  ao  mesmo  tempo  sem  impacto  na 
disponibilidade do sistema, no tempo de resposta,  REL: Você acredita que o uso regular do 
etc. Granola  no  sistema  operacional  causa  uma 
mudança  substancial  a  curto,  médio  ou  lon­
go prazo? Isto se torna visível e transparente 
para o usuário, esta questão do consumo?
              O Granola é  KWC:  O  Granola  é  desenvolvido  para  ro­
dar sem que o usuário perceba. Você não deve­
desenvolvido para rodar  ria  nem  saber  que  ele  está  lá,  a  não  ser  que 
queira  saber  sobre  os  benefícios  da  economia 
sem que o usuário  de energia, ou observar a interface para saber o 
quanto  economizou  de  energia.  O  Granola  utili­
perceba. Você não deverá  za as capacidades já presentes no sistema, ape­
nem saber que ele está lá,  nas  as  utiliza  de  uma  maneira  mais  inteligente. 
Portanto  não  deverão  acontecer  efeitos  colate­
a não ser que queira saber  rais a curto ou longo prazos. O Granola estima a 
economia  de  energia  e  mostra  na  interface  do 
sobre os benefícios da  usuário,  ou  você  pode  visualizar  na  sua  conta 
no  site,  se  você  tiver  mais  de  uma  máquina 
economia de energia, ou  (https://grano.la/index.php?signup).

observar a interface para 
REL:  Como  o  Granola  é  desenvolvido? 
saber o quanto economizou  Qual ou quais linguagens são empregadas?
de energia. KWC: O Granola foi escrito, a princípio, em 
C/C++  com  uma  boa  dose  de  Python.  Muito  do 
nosso portal foi escrito em PHP. O núcleo do pro­
Kirk W. Cameron
duto  foi  desenvolvido  originalmente  para  siste­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |30
CAPA ∙ ENTREVISTA COM KIRK W. CAMERON

mas Linux, e agora roda em Windows 7, XP, Ser­ KWC: Eu sou totalmente favorável a novas 
ver 2003 e Server 2008. tecnologias que aumentem a eficiência energéti­
ca  e  diminuam  nossa  dependência  do  petróleo. 
Pelo  lado  da  demanda,  eu  acho  que  isso  sem­
REL:  Como  as  pessoas  podem  ajudar  pre  ajuda  a  diminuir  o  desperdício  de  energia  ­­ 
com o desenvolvimento da ferramenta? que é o que o Granola faz muito bem. Uma vez 
KWC: A melhor maneira é baixar (http://gra­ que  o  Granola  é  um  dos  primeiros,  eu  suspeito 
no.la) e registrar o Granola em todos os seus sis­ que  não  será  o  último  produto  de  eficiência  de 
temas  (https://grano.la/index.php?signup),  e  energia para dispositivos de TI. Também ajuda a 
então  dizer  aos  seus  amigos  para  fazerem  o  nossa  indústria  estar  melhorando  a  medição  de 
mesmo. Se você trabalha em uma empresa, ten­ quanta energia usamos, o que, por sua vez, tor­
te fazer com que ela rode o granola em todas as  na  mais  fácil  avaliar  novas  tecnologias.  Quanto 
máquinas  e  compre  as  licenças  comerciais  onli­ ao fornecimento de energia, a tecnologia é imen­
ne. Isso nos ajudará a mantê­lo gratuito. samente importante para ajudar a identificar no­
vas  fontes  de  energia  e  novas  técnicas  para 
derivados de combustíveis ou na utilização mais 
REL:  O  Granola  tem  ligação  inclusive  eficiente  de  combustível.  Portanto,  eu  não  acho 
com as redes sociais. Qual a razão de tal fun­ que as duas coisas sejam isoladas. A tecnologia 
cionalidade? e a melhoria nos tipos de energia que utilizamos 
KWC:  Todos  somos  usuários  do  Twitter  e  e  a  maneira  como  as  utilizamos  são  indissociá­
do Facebook e queremos facilitar para as pesso­ veis.
as  compartilharem  o  Granola  com  seus  amigos, 
como nós fazemos. Também podemos dizer que 
REL:  Agradecemos  a  sua  participação 
haverão  mudanças  dramáticas  no  nosso  supor­
nesta  entrevista.  Deixe  algumas  palavras  fi­
te  para  redes  sociais  muito  em  breve.  Portanto, 
nais para os leitores da Espírito Livre.
espero que seus leitores baixem (http://grano.la) 
e  registrem  o  Granola  em  todos  os  seus  siste­ KWC:  Eu  gostaria  de  dizer  que  uma  das 
mas  (https://grano.la/index.php?signup)  para  po­ coisas  mais  gratificantes  do  desenvolvimento  e 
derem  se  beneficiar  das  funcionalidades  que  liberação de um produto como o Granola tem si­
estão pra chegar. do  a  atenção  e  o  suporte  internacional.  Fomos 
surpreendidos pelo tamanho apoio de vários paí­
ses do mundo todo. Isso nos tornou muito fortes 
REL:  Muito  se  tem  falado  sobre  econo­ na Europa e América do Sul. Quem diria?!
mia de energia e melhores formas de gerenci­
amento  e  uso  de  energia.  Na  sua  opinião, 
qual o impacto disso tudo na tecnologia?

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |31
CAPA ∙ TI VERDE: MEIO AMBIENTE OU MERCADO

Billy Alexander ­ sxc.hu
TI Verde: Meio Ambiente ou 
Mercado
Por Bianca Oliveira

Atualmente,  temas  como  dições  de  sobrevivência  e 


escassez  de  água  potável,  am­ principalmente  conforto  do  ser 
pliação  das  áreas  desérticas,  humano,  no  entanto,  a  degra­
poluição  do  ar,  se  tornam  cada  dação  do  meio  ambiente  sem­
vez  mais  presentes  no  nosso  pre  evidenciou  os  efeitos 
dia­a­dia.  Somos  forçados  a  colaterais  causados  por  estas 
perceber  que  vivemos  em  um  escolhas,  que,  ademais,  atin­
planeta  finito,  e  que  não  pode­ gem  de  maneira  desigual  as 
mos  simplesmente  ignorar  este  sociedades humanas.
fato e seguirmos com nosso mo­ Nos anos 60 e 70, iniciou­
do de vida atual. Com isso, pas­ se uma série de discussões so­
samos  a  tornar  a  produção  e  o 
bre  os  "limites  do  crescimen­
consumo    ações  através  das  to",  em  grupos  como  o  MIT 
quais  damos  sentido  a  inúme­ (Massachussets  Institute  of 
ras práticas em nossas vidas. Technology).  Até  então,  visan­
Por um longo tempo, o do­ do  o  progresso  tecnológico  co­
mínio  da  técnica  foi  sinônimo  mo  uma  medida  paliativa, 
de  domínio  da  natureza,  sem­ capaz  de  amenizar  sintomas, 
pre focando a melhoria das con­ mas  incapaz  de  atuar  na  raiz 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |32
CAPA ∙ TI VERDE: MEIO AMBIENTE OU MERCADO

do  problema,  e  assim  desviar  descartados de maneira incorre­ mais  ainda  na  inserção  de  ou­
nossa  atenção  das  reais  cau­ ta podem contaminar o solo ou  tras  tecnologias  capazes  de 
sas.  os lençóis freáticos. Incinerar to­ atuarem  no  final  do  processo, 
Logo,  a  tecnologia  passa  do  esse  lixo  também  não  é  como meio de reduzir ou rever­
a  ser  considerada  um  dos  uma  boa  saída,  pois  os  gases  ter danos.
itens  mais  relevantes  para  a  eliminados  na  incineração  são  A  área  de  Tecnologia  de 
análise do impacto do desenvol­ altamente  tóxicos  e  canceríge­ Informação ­ TI embarca nessa 
vimento  econômico  sobre  o  nos. Isso sem contar o lixo ele­ onda  de  mercado  ecologica­
meio ambiente. Nesta época al­ trônico,  a  fabricação  desses  mente  correto,  reinventando­
guns  estudiosos  ­  Rachel  Car­ equipamentos  também  é  um  se  como  TI  verde!  Surge  meio 
son,  Donella  Meadows,  a esse turbilhão de infor­
Amílcar  Herrera,  entre  mações  e  incertezas, 
outros  ­  passaram  a  questionando  a  utiliza­
questionar  o  desenvolvi­
mento  tecnológico  e  o 
              Por um longo  ção  de  matérias­primas 
menos  tóxicas,  utilizan­
capitalismo  industrial.  tempo o domínio da  do  produtos  que  consu­
Com  isso,  passam  a  dar  mam  menos  energia, 
margens a perguntas co­ técnica foi sinônimo de  produzindo  produtos  me­
mo:  seria  a  tecnologia  a  nos  descartáveis,  além 
causa  ou  a  solução  pa­ domínio da natureza,  de  se  preocupar  com  o 
ra  a  problemática  ambi­ destinação  e  o  impacto 
ental?  sempre focando a  ambiental  destes  resídu­
os  eletrônicos  no  meio 
Presenciamos  melhoria das condições de  ambiente.  A  grande  ade­
constantemente  diver­
sos  posicionamentos,  sobrevivência e  são  das  empresas  de 
tecnologia  nesse  ramo, 
os  mais  pessimistas,  de­
fendem  que  o  caminho  principalmente conforto do  se  deve  ao  fato  de  que 
pelo  qual  caminhamos  reduzir  recursos  e  gas­
não  há  volta  ou  solução,  ser humano... tos  energéticos,  além  de 
tendemos  a  uma  vida  Bianca Oliveira cumprir  com  especifica­
de  privações,  sofrimen­ ções  governamentais, 
tos,  insegurança  e  vio­ também  é  sinônimo  de 
lência.  No  entanto,  há  maiores  lucros  com  a 
aqueles que defendem veemen­ problema  ambiental,  pois  de­ venda  de  produtos  "ver­
temente  que  a  partir  do  desen­ manda  muitos  quilos  de  com­ des"!
volvimento  científico  e  bustíveis  tóxicos,  produtos  Com  isso,  a  organização 
tecnológico,  a  humanidade  po­ químicos e água. não  governamental,  fundada 
de  alcançar  formas  sustentá­ na década de (19)40 e sediada 
veis de vida. Quando  pensamos  a  re­ em  Genebra,  a  ISO  (Internatio­
versibilidade  ou  adaptabilidade  nal  Organization  for  Standardi­
A  cadeia  produtiva  destes  da  técnica  envolvida  nestes 
produtos  se  utiliza  de  inúmeras  meios  de  produção,  observa­ zation)  traz  a  série  14.000 
substâncias  tóxicas  ­  chumbo,  mos que estes podem ser corri­ onde  aponta  normas,  entre 
mercúrio,  prata,  cobre,  esta­ gidos  por  mudanças  na  própria  elas a 14.001, responsáveis pe­
nho, cádmio, entre outros de al­ tecnologia  de  produção,  e  la  certificação  de  empresas 
tíssimo  valor  ­  que  quando  que  cumprem  a  legislação  am­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |33
CAPA ∙ TI VERDE: MEIO AMBIENTE OU MERCADO

Stahel  (1998,  p.  105)  afir­


ma  que  a  questão  que  perma­
nece  em  aberto  é  a  da 
                    A preocupação com os  "sustentabilidade  em  uma  dis­
cussão  mais  ampla  quanto  à 
bens naturais associa­se ao  própria  sustentabilidade  do  sis­
tema  industrial­capitalista",  ou 
fatalismo da insustentabilidade do  seja,  será  que  estas  medidas 
serão realmente capazes de re­
sistema capitalista, repensando a  orientar  a  lógica  consumista 
presente  em  nossa  sociedade, 
sua trajetória e pugnando­se por  freando  a  degradação  social  e 
ambiental,  ou  só  estaríamos 
sua ininterrupção. vendo  surgir  um  outro  tipo  de 
mercado?
Bianca Oliveira

REFERÊNCIAS
Artigo da Wikipédia sobre TI Verde:
biental,  que  possuem  um  diag­ http://pt.wikipedia.org/wiki/TI_verde
nóstico  detalhado  dos  impac­ cio tempo à análise e definição 
tos  de  suas  atividades,  de  metas  daquilo  que  se  espe­ STAHEL, A. W. Capitalismo e 
procedimentos  de  eliminação  ra ser sustentável. Entropia: Os Aspectos Ideológicos 
de resíduos e funcionários devi­ Observamos  que,  através  de uma Contradição e a Busca de 
damente qualificados. Adequar­ de novas alternativas de merca­ Alternativas Sustentáveis. In: 
se  a  essas  normas  é  apenas  o  do é que aparecem novas solu­ Cavalcanti, C. Desenvolvimento e 
mínimo  que  uma  empresa  de  ções para ajustar a produção à  Natureza: Estudos para uma 
tecnologia pode fazer. capacidade  de  suporte  dos  re­ sociedade sustentável. 2. ed. São 
A  preocupação  com  os  cursos  naturais.  Presenciamos  Paulo: Cortez; Recife, PE: 
bens naturais associa­se ao fa­ constantemente  a  adoção  de  Fundação Joaquim Nabuco, 1998.
talismo  da  insustentabilidade  medidas  compensatórias  como 
do  sistema  capitalista,  repen­ créditos de carbonos, taxas pe­ BIANCA OLIVEIRA 
sando a sua trajetória e pugnan­ la emissão de poluentes, paga­ é graduanda em 
química na UFPI, elo 
do­se  por  sua  ininterrupção.  mento  de  direitos  ambientais  da Rede de 
Contudo, mais que um novo ca­ aos  afetados,  entre  outros,  se­ Juventude pelo Meio 
Ambiente e 
pital,  tornou­se  um  elemento  rem  adotados  como  formas  de  Sustentabilidade e 
transformador  da  forma  de  se  adaptar  forçosamente  empre­ membro da 
sas às normas ambientais.  Associação 
pensar  o  desenvolvimento  sus­ Piauiense de 
tentável, adicionando­se o artifí­ Software Livre.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |34
CAPA ∙ PRAGMATISMO SUSTENTÁVEL

Svilen Milev ­ sxc.hu
Pragmatismo Sustentável
Por Alexandre Oliva

Muita  gente  justifica  a  escolha  de  software 


privativo com a velha desculpa do pragmatismo. 
É  difícil  nessa  hora  não  lembrar  do  plano  infalí­
vel de um lojista para vender mais: oferecer pro­
dutos  abaixo  do  preço  de  custo.  "Eu  perco  um 
pouco  em  cada  venda",  explica,  "mas  ganho  no 
volume!"
É claro que, se a meta do sujeito for tão so­
mente  vender  mais,  o  plano  funciona,  pelo  me­
nos por um curto período. Afinal, se cada venda 
traz  um  prejuízo,  quanto  mais  vendas  houver, 
maior  será  o  prejuízo,  até  que  o  dinheiro  final­
mente acabe. Não é sustentável.
Agora, se o objetivo dele for obter lucro, pe­
lo menos a justificativa do plano é falha. Mesmo 
assim,  é  possível  imaginar  casos  em  que  ven­
das  abaixo  do  custo  fazem  sentido:  recuperar 
parte do custo de produtos encalhados, ou sedu­
zir e cativar clientes para que posteriormente fa­
çam  compras  mais  lucrativas  para  a  loja.  No 
entanto, não são práticas sustentáveis. São me­
didas de curto prazo, para reduzir perdas passa­
das ou investir em lucros futuros.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |35
CAPA ∙ PRAGMATISMO SUSTENTÁVEL

Que  tem  isso  a  ver  com  o  Movimento  massa  marginaliza  distribuidores  que  ousam  re­
Software  Livre?  De  fato,  não  muito.  Tem  muito  jeitar os poluentes privativos, incompatíveis com 
mais  a  ver  com  outro  movimento  que  se  origi­ o objetivo do Movimento Software Livre.
nou no nosso, e que frequentemente se faz pas­ Vale  lembrar  que  nosso  objetivo  não  é 
sar  pelo  nosso,  cultuando  porém  um  suposto  "vender  mais"  Software  Livre  para  mais  usuári­
pragmatismo tão insustentável quanto o do lojis­ os,  nem  mesmo  "obter  lucros"  em  Liberdade  de 
ta que vende abaixo do custo. Software,  mas  sim  conquistar  a  plena  liberdade 
Não  temos  necessidade  imediata  de  fazer  no  ciberespaço,  para  todos  os  usuários  de 
sacrifícios  para  "desencalhar  produtos",  mas  há  software. Enquanto houver gente vulnerável, de­
quem defenda uma "redução de custo" para ga­ sorientada,  disposta  a  aceitar  a  privação  das  li­
nhar massa crítica, isto é, para seduzir e cativar  berdades,  a  ceder  o  controle  sobre  suas 
usuários,  de  forma  que  em  seguida  nos  tragam  computações  e  seus  dados,  encontrará  quem 
maior benefício. ofereça  vantagens  aparentes  para  seduzi­la  e, 
Se  o  objetivo  fosse  apenas  "vender  mais",  depois do fim das insustentáveis vantagens apa­
isto é, alcançar mais usuários, a medida de adici­ rentes, usar o controle obtido para fazer­lhe ven­
onar  componentes  privativos  de  liberdade  para  das  cada  vez  mais  lucrativas  e,  ainda  assim, 
tornar  o  produto  "menos  custoso"  se  justificaria  mantê­la cativa, mesmo contra sua vontade.
e,  evidentemente,  tem  funcionado  para  promo­ Na  falta  de  mecanismos  para  defender 
ver "mais vendas". usuários  de  abusos  de  fornecedores,  a  estraté­
Infelizmente, não é sustentável oferecer es­ gia  pragmática  e  sustentável  é  orientar  cada 
ses  pacotes  de  "menor  custo"  de  adoção,  pois  usuário a tomar consciência do valor de suas li­
carregam  consigo  a  ideia  de  que  é  inteligente,  berdades  essenciais  e  agir  também  de  forma 
vantajoso, pragmático aceitar componentes priva­ sustentável,  evitando  cair  em  novas  armadilhas, 
tivos. A massa crítica atrairá cada vez mais forne­ tratando  de  se  libertar  das  que  já  o  houverem 
cedores  interessados  em  seduzir  e  cativar  capturado  e,  naturalmente,  difundindo  a  atitude 
usuários, porém, quem aprendeu que é inteligen­ e  a  estratégia  sustentáveis,  para  que  cada  vez 
te e vantajoso aceitar software privativo não hesi­ mais  usuários,  exigindo  respeito,  tornem  insus­
tará  em  lhes  ceder  suas  liberdades  e,  de  fato,  tentáveis as práticas abusivas. 
insistirá  para  que  o  distribuidor  não  lhe  "aumen­ Copyright 2010 Alexandre Oliva
te o custo" (dificuldade) de adoção, nem lhe res­
trinja  a  liberdade  de  escolha,  excluindo  da  Cópia literal, distribuição e publicação da íntegra deste artigo 
distribuição  o  software  privativo  que  os  fez  cati­ são permitidas em qualquer meio, em todo o mundo, desde que 
vos. sejam preservadas a nota de copyright, a URL oficial do docu­
Ao  contrário:  distribuidores  são  pressiona­ mento e esta nota de permissão.
dos pela crescente massa a poluírem seus produ­ http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/pragmatismo­sustentavel
tos  com  cada  vez  mais  software  privativo,  vem 
ocorrendo com o núcleo Linux e as distribuições 
mais  populares  de  GNU+Linux.  Acabam  dando 
ALEXANDRE OLIVA  é conselheiro da 
mais importância a "vender mais" que aos prejuí­ Fundação Software Livre América Latina, 
zos  ambientais  ao  ciberespaço.  Como  o  lojista,  mantenedor do Linux­libre, evangelizador 
do Movimento Software Livre e engenheiro 
crêem  lucrar  no  volume,  mas  quanto  mais  ven­ de compiladores na Red Hat Brasil. 
dem  essa  ideia,  mais  acumulam  prejuízo.  En­ Graduado na Unicamp em Engenharia de 
quanto  isso,  (des)orientada  por  um  suposto  Computação e Mestrado em Ciências da 
Computação.
pragmatismo  imediatista  e  insustentável,  essa 

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CAPA ∙ USE OS DOIS LADOS

USE OS DOIS LADOS

magurka ­ sxc.hu
Por Antônio Augusto Mazzi

Muitas são as formas de ajudar o meio am­
biente, ações simples e pequenas mudanças po­
dem fazer a diferença. 
Já  presenciei  exemplos  positivos  e  negati­
vos do uso dos recursos naturais e com certeza 
o  que  mais  me  incomoda  é  o  uso  desenfreado 
de papel nas instituições. 
Cada vez mais a utilização de papel é "ne­
cessária"  para  desempenhar  suas  atividades, 
necessário  entre  aspas  porque  é  possível  reali­
zar  muitas  dessas  atividades  sem  necessaria­
mente fazer uso desse material tão importante. 
Hoje  é  fácil  encontrar  em  instituições  uma 
grande  quantidade  de  impressoras,  muitas  ve­
zes uma para cada funcionário. Com isso o con­
trole  do  uso  de  papel  praticamente  se  torna 
impossível, sem contar o gasto com toner e ma­
nutenção  desses  equipamentos,  principalmente 
se forem muito velhas.   

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CAPA ∙ USE OS DOIS LADOS

Outra  ação  positiva  que  está  ocorrendo  no 


Superior  Tribunal  de  Justiça  é  a  virtualização 
dos  processos,  transformando  milhões  de  pági­
nas de processos de papel em arquivos digitais. 
"Com a virtualização, em poucos minutos os pro­
cessos  serão  recebidos,  registrados,  autuados, 
classificados  e  distribuídos  aos  relatores.  Além 
da  segurança,  economia  e  rapidez,  a  remessa 
virtual garante mais transparência à atividade ju­
rídica,  já  que  o  arquivo  digital  pode  ser  acessa­
Figura 1: Site Blackle do  pelas  partes  de  qualquer  lugar  do  mundo, 
através da Internet."
Você  pode  também  fazer  a  diferença,  utili­
Por  outro  lado  já  presenciei  pequenas  mu­
ze o papel com consciência, imprima se for real­
danças que fizeram a diferença, como pro exem­
mente necessário.
plo  o  uso  do  papel  ecológico.  Essa  iniciativa  foi 
uma  das  mudanças  que  a  instituição  de  ensino  E  caso  você  queira  fazer  mais,  aí  vai  uma 
superior Anhanguera  Educacional  encontrou  pa­ dica:  Em  procura  rápida  pela  internet  encontrei 
ra contribuir com o meio ambiente.  "Em novem­ dois  sites  de  busca  que  dizem  que  diminuem  o 
bro  de  2008,  a  Anhanguera  iniciou  a  consumo de energia. O primeiro é http://blackle. 
substituição do papel alcalino comum pelo papel  com/  e  o  outro  é  http://www.eco4planet.com/pt/, 
produzido a partir da fibra do bagaço da cana. porém  ainda  não  pude  fazer  nenhum  teste  para 
afirmar se realmente a conta de energia diminui.
O  papel  ecológico  utiliza  menos  cloro  que 
o papel reciclado no processo de branqueamen­
to, além de evitar a queima de cana e a coloca­ Para mais informações:
ção  do  bagaço  em  aterros.  Utiliza,  também, 
Site Blackle
menos  celulose,  o  que  contribui  para  a  diminui­
http://blackle.com/
ção da derrubada de árvores."
A utilização do papel ecológico não foi ape­ Site Eco4Planet
nas  nos  setores  administrativos  da  faculdade,  http://www.eco4planet.com/pt/
mas  também  para  os  alunos.  Essa  atitude  com 
certeza força o aluno a pensar no meio ambien­ Notícia referente a Anhanguera Educacional:
te,  vivenciando  na  prática  que  é  possível  mudar  http://miud.in/9nh
sem perder a qualidade.
Referência do STJ:
http://miud.in/9ni

ANTÔNIO AUGUSTO MAZZI 
(gutomazzi@gmail.com) é  é graduado em 
Tecnólogo em Informática, pós­graduado 
em Administração em Sistemas de 
Informação pela UFLA. Atualmente é 
professor de nível técnico do Centro Paula 
Souza do curso de informática e membro
da equipe responsável pelos laboratórios e 
professor Universitário.
Figura 2: Site Eco4Planet

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CAPA ∙ A MATRIZ DE FORÇAS DA SUSTENTABILIDADE

A Matriz de
forças da 
sustentabilidade
Por João Carlos Caribé

B S K ­ sxc.hu
Há  pouco  mais  de  um  Na  busca  de  fundamentar 
ano  escrevi  um  texto  chaman­ o  tema,  comecei  a  chegar  a 
do  Sustentabilidade  Insustentá­ conclusão  que  não  existem 
vel1,  uma provocação que deu  apenas  duas  forças.  Admito 
certo.    Nele  eu  destacava  que  que  a  cultura  do  consumo  e  a 
na  prática  em  se  tratando  de  cultura  verde  são  duas  forças 
sustentabilidade somo quase to­ importantes,  mas  não  são  as 
dos  hipócritas  e  egoístas,  pois  únicas.  Existem  outras  e  a  in­
ao mesmo tempo que nos torna­ terferência  entre  elas,  tanto  as 
mos  verdes,  continuamos  agin­ ameaças  artificiais  na  natureza 
do como se o mundo fosse um  quanto  as  naturais  no  espaço 
gigantesco  shopping.  Propus  do artificial, ou as forças da na­
que  a  única  forma  de  mudar  o  tureza  sobre  o  planeta  e  sobre 
mundo seria mudando profunda­ os  bens  artificiais  e  tecnológi­
mente nosso estilo de vida,  re­ cos.    Na  análise  da  matriz  tan­
pensar  o  consumo  e  o  to  as  forças  naturais  como 
capitalismo,  e  fechei  ressaltan­ artificiais  podem  se  alinhar  e 
do  que  temos  de  pensar  e  agir  provocar ainda mais danos nos 
coletivo,  antes  que  o  próximo  dois sistemas: o natural e o arti­
cataclismo venha nos ensinar.  ficial, entendeu? Pois é, eu ain­

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CAPA ∙ A MATRIZ DE FORÇAS DA SUSTENTABILIDADE

da  não  cheguei  a  uma  conclu­


são,  mas  nada  mais  natural  do 
que  compartilhar  as  ideias  pa­
ra que elas se desenvolvam no 
ecossistema social.  
Mapeando  as  forças  che­
guei  a  uma  matriz  muito  seme­
lhante  à  Matriz  de  Porter2,  que 
analisa as cinco forças que de­
terminam  a  sustentabilidade 
de  um  mercado  dentro  de  um 
ambiente  capitalista.    Esta 
abordagem não tem nada de ci­
entifica, o foco aqui é mais filo­
sófico,  e  obviamente  não  tem 
nenhuma pretensão de ser con­
clusivo. 

As cinco forças 
As cinco forças da susten­
tabilidade  atuam  numa  matriz 
Figura 1 ­ As 5 forças
onde  o  bem  é  o  próprio  plane­
ta, e são elas: Cultura  verde  ­  é  a  força 
de  sustentação  do  planeta,  a  frontal.  A  cultura  verde  ainda 
Forças da natureza ­ efei­
não  se  posicionou  frontalmen­
tos naturais que afetam o plane­ cultura ecológica que visa inter­
te  contra  a  cultura  do  consu­
ta,  são  forças  que  independem  ferir  na  recuperação  do  meio 
mo,  esta  interação  hoje  ainda 
da  ação  do  homem  tais  como  ambiente. 
se  dá  de  forma  tangencial.  En­
terremotos,  erupções  vulcâni­ Cultura  do  consumo  ­  é  tretanto  o  posicionamento  fron­
cas, tsunamis, tempestades, for­ a  cultura  do  consumo  criada 
tal  é  a  tendência  para  que  a 
ças  das  marés,  enchentes,  em 1955 por Victor Lebow3 pa­
resultante  destas  duas  forças 
pragas, doenças e etc... ra  favorecer  o  crescimento  do  seja  nula.    Mas  porque  ainda 
Ameaças  artificiais  ­  capitalismo.  E  hoje  somos  viti­ não  temos  um  posicionamento 
são forças decorrentes da inter­ mas  desta  cultura  que  conso­ frontal  entre  estas  duas  for­
ferência  do  homem  no  planeta,  me  a  nos,  nossos  laços  ças? 
configuram­se  novas  ameaças  familiares e afetivos e principal­
Durante  a  Crise  Econômi­
ou  potencializam  os  efeitos  na­ mente o planeta.
ca  Mundial  de  2008­2009,  os 
turais.
países  envolvidos  injetaram 
Ameaças  naturais  ­  são  No  texto  Sustentabilidade  cerca  de    U$  10  Trilhões4  para 
forças naturais externas ao pla­ Insustentável  ficou  clara  a  inte­ salvar  a  economia,  ou  seja 
neta, tais como tempestades so­ ração entre as forças da Cultu­ U$1.422,00  por  habitante  do 
lares,  meteoros,  forças  de  ra  verde  e  da  Cultura  do  planeta!  Proteger  os  principais 
atração  interplanetárias  e  ou­ consumo,  mas  também  ficou  ecossistemas  mundiais  por  30 
tros por exemplo.  claro  que  esta  interação  não  é  anos  custaria  apenas  U$  1,3 

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CAPA ∙ A MATRIZ DE FORÇAS DA SUSTENTABILIDADE

Trilhões5,  ou  erradicar  a  fome  que a maior força destrutiva do  vas  para  o  primeiro  e  nem  nos 
no  planeta  apenas  U$  30  mi­ meio  ambiente  da  atualidade.  entender  sentindo  prazer  sem 
lhões  por  ano.  Você  acha  que  Rushkoff ressalta que já houve­ o segundo, esta é a pura verda­
os  governos  investiriam  esta  ram  outros  "sistemas  operacio­ de. Será necessário um profun­
quantia  para  salvar  o  planeta?  nais"  na  história  da  do  pensar  "fora  da  caixa"  para 
Provavelmente  não,  e  não  que  humanidade e assim como o ca­ achar  uma  solução  para  este 
os  governos  sejam  maus,  e  pitalismo  que  é  uma  invenção  paradoxo.
sim  porque  todos  nos  vivemos  do  homem,  o  próximo  sistema  No  livro  The  End  of  Mo­
num  perverso  sistema  de  dog­ também o será.  ney and The Future of Civilizati­
mas e valores, onde o capital e  Voltando  alguns  parágra­ on,  Thomas  Greco  fala  que 
a  propriedade  intelectual  estão  fos  atrás  podemos  concluir  qualquer crescimento exponen­
acima das pessoas e dos direi­ que as culturas verde e do con­ cial  é  insustentável,  e  cita  que 
tos civis.  sumo não se enfrentam frontal­ três  crescimento  exponenciais 
Segundo  Douglas  Rush­ mente  porque  a  cultura  verde  na  atualidade:  O  nível  de  CO2 
koff  o  capitalismo  é  o  sistema  teria de negar o capitalismo pa­ na  atmosfera,  a  população  hu­
operacional  da  sociedade    atu­ ra  fazer  este  enfrentamento,  e  mana  e  o  endividamento.  To­
al. Ou seja todos o nosso siste­ uma  sociedade  "rodando"  so­ dos  os  três  nos  levam  à  um 
ma  de  valores,  dogmas  e  bre  o  capitalismo  simplesmen­ sistema  em  crise,  o  crescimen­
padrões  comportamentais  es­ te  iria  reagir  contra  o  to do nível de CO2 na atmosfe­
tão  baseados  neste  sistema  confronto. Ou seja, não enfren­ ra  intensifica  o  aquecimento 
operacional  chamado  capitalis­ tamos o capitalismo e a cultura  global e é uma das forças cha­
mo  e  acrescento  que  o  "shell"  do consumo que devoram o pla­ madas  de  ameaças  artificiais, 
é a cultura do consumo de Vic­ neta  porque  simplesmente  não  o  crescimento  da  população 
tor Lebow, que nada mais é do  conseguimos  achar  alternati­ humana  também  se  enquadra 
nesta força pois nossa tecnolo­
gia afastou de nós nosso inimi­
gos  naturais,  e  segundo 
estudos  o  planeta  só  suporta  o 
                         ... não enfrentamos  dobro  da  população  atual.  O 
o capitalismo e a cultura do  endividamento  deu  seu  primei­
ro sinal na crise recente, e colo­
consumo que devoram o planeta  cou  a  eficiência  do  sistema  na 
roda de discussão e o capitalis­
porque simplesmente não  mo  em  cheque.  O  colapso 
anunciado  dos  três  sistemas 
conseguimos achar alternativas  será  bom  para  o  planeta  e 
ruim para a humanidade.
para o primeiro e nem nos entender  História  das  coisas6  é  um 
sentido prazer sem o segundo, esta  projeto  que  tem  por  objetivo 
mostrar que o sistema capitalis­
é a pura verdade. ta  esta  em  crise  e  que  é  preci­
so  mudar  muita  coisa,  alias  foi 
João Carlos Caribé este  projeto  que  me  motivou 
escrever  este  artigo.  No  vídeo 
do projeto7 a autora ressalta al­

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CAPA ∙ A MATRIZ DE FORÇAS DA SUSTENTABILIDADE

guns  fatos  preocupantes:  So­ tareciclagem  que  tem  por  pro­ [6] Site ­ A História das Coisas
mente  nas  três  últimas  déca­ posta  a  desconstrução  da  http://storyofstuff.org/ 
das  foram  consumidos  33%  tecnologia  para  a  transforma­
dos  recursos  naturais  existen­ ção social, dando novas funcio­ [7] Vídeo ­ A História das Coisas
tes no planeta; Para cada saco  nalidades  a  hardwares  http://www.youtube.com/watch?v=lgm
de  lixo  que  dispensamos,  ou­ descartados.  A  cultura  livre  é  TfPzLl4E 
tros  70  foram  dispensados  no  um ótimo exemplo de pensar di­
processo  de  fabricação;  Os  ferente,  a  ideia  de  compartilhar  [8] Matéria Planeta Sustentável
EUA  com  5%  das  população  e remixar é o caminho para um  http://miud.in/aBL
mundial consomem 30% dos re­ novo modelo de economia sus­
cursos naturais extraídos.   tentável,  e  eu  acredito  muito 
O cenário não é nada favo­ que  este  novo  modelo  surgirá 
rável,  e  ainda  temos  de  acres­ com força no Brasil. 
centar  as  forças  de  ameaças 
naturais  e  artificiais  na  equa­
ção,  uma  tempestade  solar 
anunciada  promete  dizimar  to­
Referências
do tipo de equipamento eletrôni­
co8,  isto  é  um  exemplo  de  [1] Sustentabilidade Insustentável
interação  das  ameaças  natu­ http://www.trezentos.blog.br/?p=120
rais no espaço do artificial. A in­
teração  das  forças  nos  [2] As cinco forças de Porter
espaços naturais e artificiais po­ http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_for%
de configurar novas forças e no­ C3%A7as_de_Porter 
vos  cenários,  é  importante 
pararmos para analisar isto.   [3] Victor Lebow
JOÃO CARLOS 
http://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Leb CARIBÉ publicitário 
É  importante  repensar­ ow  e ciberativista, é um 
mos  novos  valores,  para  mui­ feroz combatente do 
AI5digital sendo um 
tos  será  impossível  pensar  [4] Matéria Governos gastam  dos idealizadores do 
num  mundo  sem  a  cultura  do  quase US$ 10 trilhões com a crise
movimento Mega 
Não, e esta trilhando 
consumo,  mas  para  a  socieda­ http://miud.in/aBM para se tornar um 
de  conectada  isto  pode  ser  novo modelo de 
bem  mais  fácil.  Temos  de  pen­ publicitário, o 
[5] Matéria Revista Planeta "despublicitário" que 
sar  diferente,  retornar  os  bens  http://miud.in/aBN usa todo seu know 
duráveis,  dizimar  a  cultura  do  how para 
desconstruir a 
consumo. Temos aí a rede Me­ cultura do consumo. 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |42
CAPA ∙ O QUE SERIA TI VERDE?

Mariola Streim ­ sxc.hu
O que seria TI Verde?
Por Sergio Nascimento

O  que  seria  TI  verde?  em  sacolinhas  plásticas  e  sim, 


Bem... não é nada mais que sa­ em  caixas  de  papelão  ou  até 
ber aproveitar a tecnologia e fa­ mesmo  em  caixas  "retorná­
zer  a  nossa  parte  e  ajudar  o  veis".
meio ambiente. Benefícios: Você não pe­
Não  sou  daqueles  caras  ga  fila,  não  estressa  e  evita 
radicais  que  só  andam  de  ôni­ aquele montão de sacos plásti­
bus se ele for movido a gás na­ cos  que  demoram  anos  para 
tural ou híbrido ou vai trabalhar  se decompor.
de  bicicleta  para  não  poluir  o 
meio  ambiente,  aliás...  se  eu 
não  trabalhasse  a  35km  de  ca­ Pagamento de Contas:
sa, bem que poderia ir sim, en­ Nos  dias  de  hoje,  quem 
fim, seguem algumas dicas: vai  ao  banco  pagar  conta? 
Existem vários bankline, um di­
ferente  do  outro,  mas  todos 
Faça compras de super­ tem pelo menos o serviço bási­
mercado online: co  de  pagamento  de  contas  e 
Quando  mandamos  entre­ agendamento  de  débito  auto­
gar  nossas  compras  em  casa,  mático.  Minhas  contas,  por  ex­
a  vantagem  é  que  na  maioria  emplo,  são  todas  em  débito 
das  vezes,  o  Delivery  não  vem  automático.  Nestes  casos,  só 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |43
CAPA ∙ O QUE SERIA TI VERDE?

te,  a  ação  foi  criar  um  hotsite 


usando  alguma  plataforma  li­
vre,  no  caso,  utilizamos  Linux  / 
              Nos dias de hoje, quem vai  PHP  e  MySQL,  para  distribuir, 
de graça e sem nenhum fim lu­
ao banco pagar conta? Existem  crativo,  algumas  canecas  de 
porcelana,  com  uma  muda  de 
vários bankline, um diferente do  "pé  de  laranja"  dentro,  com 
uma  mensagem  pedindo  para 
outro, mas todos tem pelo menos o  o pessoal cultivar a ideia. 
serviço básico de pagamento de  Num  intervalo  de  mais  ou 
menos  dois  meses,  enviamos 
contas e agendamento de débito  por volta de 900 canecas, e pa­
ra  nós,  se  1%  desse  pessoal 
automático. seguir  em  frente  e  cuidar  da 
plantinha,  acho  que  fizemos  a 
Sérgio Nascimento
nossa  parte.  Ah,  o  endereço 
do  hotsite  é  http://cane­
ca.ao5.com.br.
chegam  em  casa  a  "nota  fiscal 
e/ou  comprovante",  nada  da­ bem, prefira visualizar tudo onli­ Benefícios:  Os  nossos  fi­
quele  montão  de  papel  inútil.  ne,  mas  se  precisar  mesmo  do  lhos vão nos agradecer no futu­
Se  eu  quiser  um  extrato  deta­ papel  impresso,  não  se  esque­ ro, boto fé!
lhado,  é  só  entrar  na  web  e  ça  de  imprimir  frente  e  verso  e 
ver, simples assim. de preferência que seja em pa­
Vamos  lá  pessoal,  se  ca­
pel reciclado.
Benefícios:  Neste  sim­ da  um  de  vocês  seguir  pelo 
ples  gesto,  você  vai  ajudar  a  Benefícios:  Agilidade  e  menos  uma  dica,  já  está  de 
não  derrubar  algumas  árvores.  menos  bagunça  na  sua  mesa  bom tamanho. Bem... é isso! O 
Lembre­se,  você  precisa  delas  com um monte de papel desne­ meio ambiente agradece,  e eu 
para viver / respirar... cessário. também.

Impressão de documen­ Ações de Sustentabilida­ SERGIO 


tos / e­mails: de: NASCIMENTO é 
Coordenador de 
Qual  a  diferença  entre  ler  Na  agência  onde  traba­ Desenvolvimento e 
algo  impresso  e  online?  Para  lho,  AO5,  há  um  tempo  fize­ Interface da Agência 
Orange Five [  AO5. 
quem  trabalha  com  TI,  nenhu­ mos  uma  pequena  ação,  Twitter: @elvisdetona
ma,  às  vezes  é  até  melhor  ler  chamada  "Caneca AO5  ­  Culti­ Site: www.ao5.com.br
online  não  é  mesmo?  Pois  ve  esta  idéia".  Resumidamen­

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CAPA ∙ NEGOCIAÇÃO VERDE

NEGOCIAÇÃO VERDE

Svilen Milev ­ sxc.hu
Poder de compra do poder público pode tornar o 
mercado mais verde
Por Yuri Almeida

Entre  10  a  15%  do  PIB  baseadas no conceito de tecno­


brasileiro  é  destinado  às  com­ logia  verde.  Esse  poder  de 
pras públicas, o que torna o Go­ compra torna­se ainda mais re­
verno  Federal  um  dos  maiores  levante  a  partir  do  momento 
clientes  das  empresas  priva­ em que o país ainda não conta 
das, seja no atacado ou no va­ com  uma  legislação  de  licita­
rejo,  quer  na  área  de  móveis  ções e contratos, cujos os crité­
para escritório, ou produtos ele­ rios  ambientais  sejam 
trônicos. A cifra permite à admi­ determinantes  para  a  aquisi­
nistração  pública  um  poder  de  ção de novos produtos.
barganha gigantesco, assim co­ Como falar de meio ambi­
mo,  pressionar  o  setor  privado,  ente  significa  falar  de  previ­
no  sentido  de  produzir  equipa­ sões  apocalípticas,  permita­me 
mentos e tecnologias verdes. o leitor citar apenas uma. Rela­
Sem  devaneios,  defende­ tório  da  World  Wildlife  Fund 
se  aqui,  que  o  Estado,  seja  no  (WWF)  destaca  que,  em  2050, 
âmbito  municipal,  estadual  ou  serão  necessários  dois  plane­
federal,  elabore  políticas  de  tas  Terra  para  atender  à  de­
compras  públicas  sustentáveis,  manda  da  humanidade,  uma 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |45
CAPA ∙ NEGOCIAÇÃO VERDE

vez  que,  anualmente,  o  ho­ do  possível  e  ao  menor  preço.  uma  legislação  que  defina  cla­
mem  consome  25%  a  mais  de  O ideal é comprar de quem pro­ ramente o destino da sucata di­
recursos naturais do que o nos­ duz pensando no meio ambien­ gital,  bem  como,    os 
so  planeta  azul  é  capaz  de  su­ te,  que  gere  empregos  e  faça  responsáveis  pela  coleta  e  tra­
portar. a  diferença  para  o  desenvolvi­ tamento do lixo eletrônico.
Dito  isso,  política  de  com­ mento do país", opina. Teresa  Uca,  da  Platafor­
pras orientadas para sustentabi­ Para  se  ter  uma  ideia  do  ma Regional de Residuos Elec­
lidade  é  de  grande  valia  para  tamanho  do  poder  de  compra  trónicos  en  Latinoamérica  y  el 
minimizar  as  ações  predatórias  do Estado, no que tange a com­ Caribe  (RELAC)),  destaca  que 
do homem por sobre a Terra. A  pra  de  equipamentos  eletrôni­ não existe nenhuma política na 
boa  notícia  é  que  no  América  Latina  que  ori­
Brasil, ainda que não se­ ente o  destino  final  dos 
jamos  a  maior  referên­ computadores  e  demais 
cia  e,  nem  tenhamos  as 
práticas  mais  avança­
              Sem devaneios  equipamentos  eletrôni­
cos.  Para  Uca,  o  debate 
das,  desde  2006,  o  Go­ defende­se aqui que o  precisa  ser  reconfigura­
verno  Federal  tem  do:  "Não  podemos  pen­
criado  (no  particípio  Estado, seja no âmbito  sar  apenas  em  inclusão 
passado  mesmo)  proce­ digital,  é  preciso  pensar 
dimentos  para  a  aquisi­ municipal, estadual ou  no  que  fazer  com  os 
ção  de  bens,  serviços  PC's  produzidos,  e  o 
ou  obras  norteadas  por  federal, elabore políticas  destino que eles terão".
critérios  ambientais,  co­
mo  condição  "sine  qua 
de compras públicas  Compras  e  o 
meio ambiente
non" para compra.  sustentáveis, baseadas no  A  Lei  de  Licitações 
Ana  Maria  Vieira, 
da  Secretaria  de  Logísti­ conceitos de tecnologia  e Brasil 
Contratos  vigente  no 
não  considera  a 
ca  e Tecnologia  da  Infor­
maçao  (SLTI)  do  verde. questão do meio ambien­
te  como  uma  preocupa­
Ministério  do  Planeja­ Yuri Almeida ção  legislativa,  e  nem 
mento  do  Governo  Fe­ prevê  critérios  ambien­
deral  (Brasil),  tais  para  orientar  a  com­
apresentou,  no  último  pra  de  bens,  ou 
Congresso do CLAD, as experi­ contratação  de  serviços  pela 
ências do Brasil nesta área. Se­ cos,  para  focar  na  temática  administração  pública.  Entre­
gundo  ela,  a  administração  abordada nesta edição da Espí­ tanto, essa barreira jurídica pre­
pública deve utilizar o poder de  rito  Livre,  o  Governo  Federal  cisa  ser  rompida,  e  um 
compra do Estado para pressio­ gastou  719  milhões  em  2008.  elemento  importante  seria  a 
nar  o  mercado  a  produzir  equi­ Foram adquiridos 312.957 com­ aprovação  do  PLC  32/2007, 
pamentos  verdes,  e  que  putadores (de diferentes mode­ que tramita no Congresso Naci­
causem  menor  impacto  ao  los  e  marcas),  nesse  período.  onal  desde  maio  de  2007.    O 
meio ambiente. Assusta  também  que,  diante 
das  verbas  destinadas  à  com­ projeto,  de  autoria  do  executi­
"É necessário mudar o pa­ pra  de  "tecnologias",  o  Estado  vo  federal,  altera  dispositivos 
radigma  de  que  os  governos  não  tenha  criado,  também,  da Lei nº 8.666, de 21 de junho 
precisam  comprar  o  mais  rápi­ de 1993, que regulamenta o in­

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CAPA ∙ NEGOCIAÇÃO VERDE

ciso XXI do art. 37 da Constitui­
ção Federal, institui normas pa­
ra  licitações  e  contratos  da                      A Lei de Licitações e 
Administração Pública, e dá ou­
tras providências. Contratos vigente no Brasil não 
O  projeto  é  bem  comple­
xo  e  abrangente,  por  isso  vale 
considera a questão do meio 
destacar  as  propostas  que  ver­
sam  diretamente  com  o  foco 
ambiente como uma preocupação 
deste artigo e a temática da re­ legislativa e nem prevê critérios 
vista.  O  projeto  prevê  a  ado­
ção  de  critérios  sustentáveis  ambientais para orientar a compra 
na  contração  de  serviços  ou 
na  aquisição  de  bens,  bem  co­ de bens ou contratação de 
mo,  priorizar a compra de pro­
dutos  de  menor  impacto  serviços...
ambiental.  Os  bens  devem  ser 
compostos  por  material  recicla­ Yuri Almeida
do,  biodegradável  e/ou  atóxi­
co,  e  devem  ser  facilmente 
até o descarte final do bem.
reutilizados.
Por  fim,  propõe­se  ainda,  tável, foi a aprovação da Lei nº 
Outra proposta deveras in­ 12.187,  de  29  de  novembro  de 
que as especificações das licita­
teressante é a mudança do arti­ 2009,  que  adota  o  poder  de 
ções, baseadas em critérios ver­
go  da  Lei  8.666  de  1993.  De  compra do Estado como impor­
des,  sejam  divulgadas  no  site 
acordo  com  esse  artigo,  o  po­ tante  instrumento  para  fomen­
Comprasnet,    portal  do  Gover­
der  público  deve  selecionar  a  tar  a  política  de  mudanças 
no Federal de contratações pú­
proposta  mais  vantajosa,  po­ climáticas, a saber:
blicas,  aumentando  a 
rém,  o  que  acontece  na  práti­
transparência  dos  gastos  públi­ "Art.  6º  São  instrumentos 
ca,  é  que,  muitas  vezes,  o 
cos,  assim  como,  contribui  pa­ da  Política  Nacional  sobre  Mu­
Estado  compra  barato  e  mal. A 
ra  a  orientação  da  cultura  de  dança do Clima:
nova  proposta  sinaliza  que  os 
compras  sustentáveis  junto  i
critérios de sustentabilidade am­
aos  estados  e  municípios.  Por 
biental  devem  ser  requisitos  XII  ­  as  medidas  existen­
outro lado, a definição dos crité­
obrigatórios  na  contratação.  O  tes,  ou  a  serem  criadas,  que 
rios  de  sustentabilidade  para  a 
preço, nesta concepção, é rela­ estimulem  o  desenvolvimento 
aquisição  de  "tecnologias  ver­
tivizado,  pois  nem  sempre  o  de  processos  e  tecnologias, 
des"  orienta  o  setor  privado  na 
mais  barato  significa  a  melhor  que  contribuam  para  a  redu­
produção  de  novos  produtos, 
compra,  tanto  em  termos  de  ção  de  emissões  e  remoções 
baseados  em  parâmetros  de 
gastos, como em quesitos ambi­ de  gases  de  efeito  estufa,  bem 
preservação do meio ambiente.
entais. A  ideia  é  que  os  gesto­ como  para  a  adaptação,  den­
res  avaliem  as  vantagens  e  Prova  de  que  a  lei  deve  tre  as  quais  o  estabelecimento 
desvantagens dos produtos/ser­ estar a serviço, e os processos  de  critérios  de  preferência  nas 
viços  durante  o  uso,  e  após  o  de  compra  e/ou  licitatórios  po­ licitações e concorrências públi­
descarte,  considerando  assim  dem ser utilizados como armas  cas,  compreendidas  aí  as  par­
todo  o  processo,  da  fabricação  para o desenvolvimento susten­

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CAPA ∙ NEGOCIAÇÃO VERDE

gia  verde,  já  cadastrados  no 


Sistema  de  Compra  do  Gover­
                         O Estado não é um  no Federal.
O  Estado  não  é  um  con­
consumidor qualquer, o seu poder  sumidor  qualquer  e  o  seu  po­
der  de  compra  deve  ser 
de compra deve ser utilizado para  utilizado  para  desenvolver  polí­
desenvolver políticas públicas,  ticas  públicas,  pressionar  o 
mercado  para  atender  as  de­
pressionar o mercado para  mandas  sociais  e  ambientais, 
principalmente  na  seara  de 
atender as demandas sociais e  compra  de  equipamentos  ele­
trônicos  e,  como  recomenda 
ambientais, principalmente na  os guias de administração, ma­
ximizar  os  recursos  públicos 
seara de compra de equipamentos  para o desenvolvimento susten­
tável  da  sociedade.  O  poder 
eletrônicos... de compra do Estado, vale res­
saltar,  de  10  a  15%  do  PIB,  é 
Yuri Almeida
capaz  de  induzir  padrões  de 
produção  de  bens  e  contrata­
ção,  sinalizando  para  o  setor 
privado  a  necessidade  de  pro­
cerias público­privadas e a auto­ para  compra  de  computado­
duzir  produtos  baseados  em 
rização,  permissão,  outorga  e  res,  produtos  com  alta  taxa  de 
tecnologias verdes. 
concessão  para  exploração  de  reciclabilidade,  livres  de  chum­
serviços públicos e recursos na­ bo, e com alta eficiência energé­
turais,  para  as  propostas  que  tica.  O  Ministério  do 
propiciem  maior  economia  de  Planejamento,  Orçamento  e  YURI ALMEIDA é jor­
nalista, especialista 
energia,  água  e  outros  recur­ Gestão criou o hotsite Contrata­ em Jornalismo Con­
sos naturais e redução da emis­ ções  Públicas  Sustentáveis  temporâneo, pesqui­
são  de  gases  de  efeito  estufa  com  artigos,  dicas,  cartilhas  e  sador do jornalismo 
colaborativo e edita 
e de resíduos;" demais informações para orien­ o blog herdeirodoca­
tar  o  uso  do  poder  de  compra  os.com sobre ciber­
Outro  exemplo  que  mere­ cultura, novas 
ce  destaque,  é  a  experiência  na potencialização do desenvol­ tecnologias e jornalis­
do  "selo  verde",  desenvolvida  vimento  sustentável.  No  portal  mo. Contato: hdoca­
os@gmail.com / 
pela USP, que já começou a re­ existe,  também,  um  catálogo  twitter.com/herdeiro­
comendar  em  suas  licitações  com bens baseados em tecnolo­ docaos.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |48
CAPA ∙ TI VERDE, SENSORES E COMPUTAÇÃO UBÍQUA

TI Verde, Sensores e 

Jeff Dutton ­ sxc.hu
Computação Ubíqua
Veja o que estes três tópicos tem em comum e como 
eles podem ajudar o nosso planeta.
Por Ricardo Ogliari

Introdução ecologicamente  correto  do  lixo 


Existem  alguns  temas  eletrônico,  como  CPU,  monito­
que  são  recorrentes,  outros  res,  celulares,  smartphones, 
vêm  ganhando  notoriedade  e  placas  eletrônicas,  cabos  e  fi­
passaram  a  ser  muito  discuti­ bras  óticas,  dentre  outros,  que 
dos  no  ambiente  de  tecnologia  já não são mais utilizados.
da  informação.  Mas  afinal,  o  Sensores  são  utilizados 
que TI Verde, sensores e Com­ com  uma  frequência  cada  vez 
putação  Ubíqua  têm  em  co­ maior.  Existem  sensores  para 
mum? quase  tudo.  Alguns,  inclusive, 
TI Verde é a preocupação  são  implantados  em  seres  hu­
em  relação  à  parcela  de  culpa  manos  para  garantir  o  monito­
que  a  tecnologia  está  tendo  na  ramento  constante  da  saúde 
degradação  ambiental.  Iniciati­ de pacientes em estado delica­
vas  buscam  criar  aparelhos  do. 
que  demandem  menos  consu­ A  Computação  Ubíqua, 
mo de energia, redução no con­ termo  usado  pela  primeira  pelo 
sumo  de  papel  e,  cientista  Mark  Weiser  em 
principalmente,  direcionamento  1988,  visa  tornar  a  computa­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |49
CAPA ∙ TI VERDE, SENSORES E COMPUTAÇÃO UBÍQUA

ção onipresente, inserida no co­ mática  através  de  sinais  de  rá­ da computação ubíqua é trazer 


tidiano do usuário sem ele mes­ dio,  recuperando  e  informações  relevantes  aos 
mo  perceber.  Logo,  o  armazenando  dados  remota­ usuários,  sem  que  ele  tenha 
casamento  entre  computação  mente  através  de  dispositivos  que  fazer  esforço  físico,  logo, 
ubíqua e sensores é obvia. chamados  de  "tags"  (etiquetas  na  maioria  dos  casos,  monito­
No  restante  deste  artigo,  em português) RFID. res são dispensados.
vamos  mostrar  como  estes  Já  existem  pílulas  de  Os monitores CRT, por ex­
três  assuntos  podem  se  tornar  RFID  que  podem  ser  consumi­ emplo, grandes vilões da tecno­
homogêneos  e  ajudar  na  con­ das  por  seres  humanos,  que  logia  quando  pensamos  em 
servação  do  nosso  meio  ambi­ não  deixam  de  ser  sensores  ecologia,  poderiam  ser  drasti­
ente. também.  A universidade holan­ camente  reduzidos.  Em  2004, 
desa Radboud criou esta tecno­ para  produzir  1  (um)  monitor 
logia. O objetivo da tag é medir  de  17  polegadas  eram  neces­
Como isso é possível a  temperatura  do  corpo,  usan­ sários 240 quilos em combustí­
Para  que  servem  os  sen­ do  para  isso  um  sensor  de  ca­ veis  fósseis,  22  quilos  de 
sores?  Para  fazer  uma  leitura  lor.  Desportistas  ingerem  o  produtos  químicos  e  cerca  de 
correta  do  meio  que  os  cerca,  RFID  e,  a  cada  10  segundos,  1,4  mil  litros  de  água.  Os  da­
e  retornar  uma  resposta  inteli­ têm  sua  temperatura  interna  dos  são  do  livro  "Computers 
gente  com  os  dados  coletados.  medida e enviada para um tele­ and  the  Environment:  Unders­
Aplicados  à  computação  ubí­ fone  celular,  através  de  Blueto­ tanding and Managing their Im­
qua podem tornar a nossa vida  oth.  pacts".
mais fácil e segura.
E  o  que  estes  dois  Com  certeza,  o  uso  de 
Existe  um  ramo  chamado  exemplos têm a ver com TI Ver­ monitores LCD diminui este nú­
domótica, que estuda a automa­ de?  No  primeiro  caso,  senso­ mero  de  degradação  ambien­
ção  de  ambientes  residenciais.  res  de  iluminação  podem  tal,  mas  a  eliminação  total  dos 
Com  isso,  sensores  de  movi­ desligar  as  lâmpadas  automati­ monitores  sempre  é  melhor, 
mento  poderiam  perceber  que  camente,  quando  percebem  porque  reduz  totalmente  o 
algo,  ou  alguém,  está  dentro  que ninguém mais está habitan­ hardware  e  possíveis  descar­
da nossa casa. Em seguida, pe­ do  um  cômodo  específico.  No  tes incorretos. 
dir  uma  identificação  e,  caso  segundo  caso,  o  consumo  de 
não  recebesse  uma  resposta  remédios  pode  diminuir,  por­
válida,  chamar  automaticamen­ que  pessoas  podem  monitorar  Redução  de  energia: 
te a polícia local. Ou ainda, cap­ seu estado de saúde e não con­ sensores  podem  reduzir  o  con­
turar  uma  imagem  do  sumir remédios sem necessida­ sumo  de  energia  no  mundo  a 
ambiente e enviar direto para a  de. somente o que é consumido.
empresa que cuida da seguran­ Um  bom  exemplo  disso  é 
ça particular da residência. Também podemos citar al­
guns  casos  onde  a  união  de  na indústria automotiva.
Você  conhece  RFID?  Computação  Ubíqua  e  senso­ Faz  tempo  que  os  auto­
RFID,  segundo  o  Wikipédia,  é  res  podem  beneficiar  a  TI  Ver­ móveis  saem  de  fábrica  com 
um  acrônimo  do  nome  "Radio­ de: grande  aparato  tecnológico. 
Frequency IDentification" em in­ Atualmente,  são  inúmeros  os 
glês que, em português, signifi­ carros  que  permitem  seu  con­
ca  Identificação  por  Rádio  Menos  Hardware:  tecno­ trole  remoto  por  smartphones 
Frequência.  Trata­se  de  um  logias  como  o  Bluetooth  elimi­ ou telefones celulares. 
método  de  identificação  auto­ nam  o  uso  de  cabos.  O  cerne 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |50
CAPA ∙ TI VERDE, SENSORES E COMPUTAÇÃO UBÍQUA

Porém, o grande diferenci­ aparelhos  autuados  na  hora  O  Hospital  do  Coração 


al  está  em  sistemas  automoti­ em  que  cometessem  o  delito  (HCor),  em  São  Paulo,  investiu 
vos,  que  monitoram  o  estado  de descarte ilegal.  em  uma  infra­estrutura  Wi­Fi 
dos  diversos  sistemas  eletrôni­ em  suas  dependências.  Com 
cos e elétricos dos veículos au­ isso,  médicos  acessam  os  da­
tomaticamente,  e  em  tempo  Redução de Papel: o con­ dos  da  instituição  através  de 
real. Eles podem, também, veri­ sumo  de  papel  também  é  um  aparelhos  PDA  (Personal  Digi­
ficar  o  estado  da  pressão  dos  grande  vilão  que  a  tecnologia  tal Assistant). 
pneus, alertando o motorista so­ ajuda a alimentar. 
Poderiam  ser  citados 
bre a pressão irregular. Isso re­ A  computação  ubíqua  faz  aqui  inúmeros  exemplos,  mas 
duziria  o  atrito  irregular  deles  o  casamento  entre  dois  outros  perceba  que,  somente  com  es­
com o solo, diminuindo o consu­ termos:  Computação  Móvel  e  tes  três  últimos  itens,  atacam­
mo  de  combustível.  Todos  sa­ Computação  Pervasiva.  O  pri­ se  três  grandes  problemas  que 
bem  o  impacto  social  do  meiro  termo  refere­se  ao  uso  gerentes de TI estão enfrentan­
consumo desenfreado de gaso­ da computação em qualquer lu­ do  para  que  suas  empresas 
lina, álcool e diesel.  gar e a qualquer hora. O exem­ respeitem o TI Verde.
Esses sensores de consu­ plo  mais  conhecido  e  mais 
mo  de  energia  também  poderi­ difundido  é  o  telefone  celular. 
am  ser  aplicados  a  um  número  Smartphones  também  podem  Tecnologias
ilimitado de aparelhos eletrodo­ ser  incluídos  nesta  lista.  Já,  a  Já falamos das tags RFID 
mésticos. Geladeiras desregula­ Computação  Pervasiva  refere­ e  da  computação  ubíqua.  Po­
das,  que  estivessem  se  a  distribuição  dos  computa­ rém,  existem  outras  tecnologi­
consumindo eletricidade em de­ dores  no  ambiente  de  trabalho  as  que  estão  permitindo  que  a 
masia,  poderiam  alertar  direta­ do usuário, de maneira perceptí­ tecnologia não cause tantos da­
mente  o  fabricante,  que  vel ou imperceptível. nos  ao  meio  ambiente.  Vamos 
avisaria  o  consumidor  sobre  a  A  computação  móvel  po­ falar  especialmente  de  três  de­
necessidade  de  reparo,  ou  de  de  fazer  com  que  informações  las.
descarte  ecologicamente  corre­ sejam  trafegadas  pela  rede  de 
to. telefonia  celular,  ou  redes  Wi­ Códigos  Bidimensio­
Fi  e  Wi­Max,  levando  os  dados  nais  e  Tridimensionais:  Em 
aos  smartphones  do  recepto­ casos  onde  o  uso  de  papel  é 
Fiscalização:  o  descarte  res,  eliminando  totalmente  o 
incorreto  de  aparelhos  eletrôni­ uso de papéis.  extremamente  necessário,  as 
cos  é  muito  fácil  hoje  em  dia.  informações  podem  ser  con­
Podem  até  existir  leis  que  ini­ Veja, por exemplo, os am­ densadas  em  códigos  bidimen­
bem tal atitude, mas não existe  bientes  hospitalares.  O  consu­ sionais  e  tridimensionais  para 
quase  nenhuma  fiscalização  mo  de  papel  para  relatórios  amenizar o consumo de papel. 
que  garanta  que  as  leis  sejam  médicos,  diagnósticos  de  paci­ O  Qr­Code  é  um  dos 
cumpridas.  entes,  resultados  de  exames,  mais  conhecidos.  Segundo  o 
dentre  outros,  é  imenso.  Mas,  Wikipédia, O QR­Code (ou Có­
Tags  RFID  poderiam  criar  já  existem  algumas  ações  nes­
um  círculo  onde  os  aparelhos  te  sentido,  procurando  levar  in­ digo  de  Barras  em  2D),  é 
deveriam se encontrar. Se saís­ formações  diretamente  aos  uma  matriz  ou  código  de  bar­
sem deste círculo, um aviso se­ médicos,  sem  o  intermédio  de  ras  bi­dimensional,  criado  pela 
ria  emitido  a  entidades  papel.  empresa  Japonesa  Denso­Wa­
responsáveis,  e  os  donos  dos  ve,  em  1994.  O  QR  vem  de 

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CAPA ∙ TI VERDE, SENSORES E COMPUTAÇÃO UBÍQUA

Quick Response, já que o códi­ Daí,  o  número  de  aparelhos,  servidores, diminuindo a neces­


go pode ser interpretado rapida­ placas­mãe  e  circuitos  integra­ sidade  de  call  centers  e  espa­
mente,  mesmo  com  imagens  dos diminuiu drasticamente. lhando  o  processamento.  Os 
de baixa resolução feitas por câ­ Outro problema muito gra­ telefones  celulares,  ainda  não 
meras  digitais  em  formato  ve  da  tecnologia,  em  relação  necessitam  do  grande  aparato 
VGA,  como  as  de  celulares.  O  ao meio ambiente, são os data­ de  máquina,  que  é  necessário 
QR­Code pode armazenar qua­ centers.  em  grandes  call  centers,  para 
se 2.000 caracteres. Veja na Fi­ manter os super servidores res­
gura abaixo um exemplo. Um estudo, feito em Feve­ friados.  Para  piorar,  às  vezes 
reiro  de  2007  pelo  Lawrence  esse resfriamento é feito de for­
Berkeley  National  Laboratory,  ma  desnecessária,  quando  os 
mostrou  que,  à  medida  que  os  servidores estão ociosos.
servidores  se  tornam  mais  po­
derosos, demandam mais ener­ As  tecnologias  de  trans­
gia,  e  que  esta  demanda  já  missão  de  dados  sem  fio  tam­
representa cerca de 1,2% de to­ bém  terão  um  grande  papel 
do  consumo  de  eletricidade  nessa  luta  a  favor  da TI  Verde. 
dos USA. As  causas  já  foram  discutidas 
anteriormente, então, agora va­
Existem  inúmeros  proje­ mos  falar  um  pouco  do  Blueto­
tos  que  visam  tornar  os  apare­ oth.
lhos  móveis  em  pequenos 
Figura 1 ­ Exemplo de código QR­Code

Convergência:  apesar 
de  não  se  tratar  exatamente               Um estudo feito em 
de  uma  tecnologia,  a  conver­
gência  pode  ter  grande  impac­ Fevereiro de 2007 pelo Lawrence 
to no meio ambiente. 
A  convergência  procura 
Berkeley National Laboratory 
unir  diversos  equipamentos  mostrou que à medida que os 
em  apenas  um  dispositivo.  Um 
ótimo exemplo disso são os te­ servidores se tornam mais 
lefones  celulares,  novamente. 
Antigamente,  a  pessoa  pos­ poderosos, demandam mais energia, 
suía uma câmera digital, um to­
cador  de  música  digital,  quem  e que, esta demanda já representa 
sabe  um  player  de  rádio  digi­
tal, um relógio de pulso, e tam­
cerca de 1,2% de todo consumo de 
bém  poderia  possuir  uma 
filmadora digital em casa. 
eletricidade dos USA.
Hoje,  todos  estes  apare­ Ricardo Ogliari
lhos  convergiram  e  estão  aco­
plados  em  telefones  celulares 
high­end,  ou  smartphones. 

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CAPA ∙ TI VERDE, SENSORES E COMPUTAÇÃO UBÍQUA

Segundo  a  Wikipédia, 
Bluetooth  é  uma  especifica­
ção industrial para áreas de re­
des  pessoais  sem  fio  (Wireless 
                         Mesmo sem querer, 
personal  area  networks  [   a união dos sensores e o 
PANs).  O  Bluetooth  provê  uma 
maneira de conectar e trocar in­ conseqüente uso massificado da 
formações entre dispositivos co­
mo  telefones  celulares,  computação ubíqua podem ajudar e 
notebooks,  computadores,  im­
pressoras,  câmeras  digitais  e  muito na adoção da TI Verde nos 
consoles  de  videogames  digi­
tais  usando  uma  frequência  de 
próximos anos.
rádio  de  curto  alcance  global­ Ricardo Ogliari
mente não licenciada e segura.
Para  quem  nunca  viu  um 
fone de ouvido Bluetooth:
vido  pode  ser  abolido,  diversos  Já  temos  diversos 
cabos  podem  ser  extintos  com  exemplos espalhados pelo mun­
o  passar  dos  anos.  O  Blueto­ do,  agora  é  aguardar,  e  quem 
oth pode ser o principal respon­ sabe, pensar e adotar estas idei­
sável por isso. as em suas empresas, tornando 
o  nosso  ambiente  mais  saudá­
vel  e  não  causando  a  destrui­
Concluindo... ção de florestas e rios.
Mesmo  sem  querer,  a 
união  dos  sensores  e  o  con­
seqüente  uso  massificado  da  RICARDO OGLIARI 
atua no desenvolvi­
computação ubíqua podem aju­ mento de aplicações 
dar  e  muito  na  adoção  da  TI  móveis com a plata­
forma Java ME a 5 
Verde  nos  próximos  anos.  O  anos. Bacharel em 
consumo  de  energia  pode  ser  Ciência da Computa­
ção. Ministra cursos 
moderado,  o  descarte  correto  e oficinas, possuindo 
dos aparelhos eletrônicos, fisca­ vários artigos técni­
lizado,  e  o  número  de  circuitos  cos sobre computa­
Figura 2 ­ Exemplo de celular com fone  ção móvel. Ministrou 
de ouvido Bluetooth integrados,  diminuído.  Tudo  is­ palestras em even­
so,  dado  a  união  mencionada  tos, como o JustJa­
va, FISL, JavaDay, 
Assim como o fone de ou­ neste artigo. dentre outros.

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INTERNET ∙ LAMBITTER E TWITRADIO

TwitRadio e lambitter
Twitradio e Lambitter
Por Flávia Suares e Joelias Júnior

O Twitter é um serviço de microblog utilizado como rede


social que se popularizou muitos nestes últimos anos. Em
apenas 140 caracteres podemos escrever nossos pensa­
mentos, ações e noticias. Mas... o Twitter não poderia ficar
só nisso. Na expectativa de crescer e poder oferecer ou­
tros serviços, disponibilizou sua API [1] ­ Interface de Pro­
gramação de Aplicativos ­ para a criação de aplicativos.
Neste artigo, falaremos sobre o Twitradio e o Lambitter,
aplicativos genuinamente goianos que fazem sucesso na
rede do twitter.

Lambitter
O Lambitter foi criado por Tiago Alvares, Guilherme Reis
e Frederico Macedo, donos da Empresa SetaLabs, em
2010, com a finalidade de divulgar eventos usando a rede
Twitter.
O nome Lambitter é a junção da expressão "Lambe­
Lambe" com o nome do microblog Twitter. Segundo a Wi­
kipedia [2], Lambe­lambe quer dizer cartazes publicados
em locais públicos, e originou­se do inglês Wheat­paste.
Sua conta no twitter pode ser usada para logar neste
aplicativo. Nele é possível publicar um evento que você
esteja organizando ou que vai participar, marcar a sua pre­
sença como confirmada e acompanhar as discussões
através de hashtag ­ uma hashtag é o símbolo ­ # ­ segui­
do por um nome que pode ser utilizado para referenciar
determinado assunto, coisa ou grupo específico de pesso­
as. Além disso, é possível também buscar eventos em ou­
tras cidades do país.
A cada vez que um evento é comentado com a sua

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INTERNET ∙ LAMBITTER E TWITRADIO

Com a entrada de grandes artistas ­ como Jorge e Ma­


teus, Pitty ­ a Twitradio se popularizou. Com a populariza­
ção os acessos ao servidor aumentaram e a estrutura
existente já não seria mais suficiente.
Por isso, o desempenho do servidor precisou ser modifi­
cado. Segundo Marcio Siqueira, "as principais otimizações
no site não foram feitas modificando código do sistema, o
trabalho se concentrou em alterar configurações do servi­
dor (máquina linux com 8 processadores e 16 GB de
RAM) e fazer otimizações no banco de dados Mysql do si­
O lambitter TwitRadio
hashtag escolhida, o comentário é contabilizado na pági­ te". Por isso, o desempenho do servidor precisou ser mo­
na do Lambitter. dificado. Quase todos os problemas estavam relacionados
Segundo Frederico Macedo, as ferramentas utilizadas a banco de dados, e por isso, houve a otimização de con­
para a criação do Lambitter foram todas livres, em desta­ sultas SQL, que precisavam ser executadas em milisegun­
que Git e Vim. Os servidores são linux e todos os aplicati­ dos.
vos usados para manutenção do sistema no ar são livres. A Twitradio foi desenvolvida em Grails [3], um framework
A linguagem de programação foi a Ruby, o framework para Java que utiliza Groovy + Spring + Hibernate.
Rails e vários plugins da comunidade através do Ela é hospedada numa máquina Linux (servidor) com 8
github.com. A API do google maps e Twitter também foram processadores e 16 GB de RAM.
utilizadas. Frederico ressalta ainda que a empresa usa "go­ Por fim, agradecemos ao Marcio Siqueira (Twitradio) e
ogle docs, dropbox e outros aplicativos gratuitos para inte­ ao Frederico Macedo (Lambitter) pelas entrevistas conce­
grar, comunicar e interagir". didas e parabenizamo­los pelas iniciativas.
Twitradio e Lambitter: dois grandes aplicativos desenvol­
Twitradio
vidos por goianos. São os goianos mostrando que Goiás
Twitradio é a sensação do momento quando se fala em vai muito além de música sertaneja.
música online. Ela foi desenvolvida pelo Marcio Siqueira, Tem um evento para divulgar? Então acesse www.lam­
26 anos, formado em ciência da computação pela UFG. A bitter.com.br, publique seus eventos, e divulgue para seus
invenção partiu de uma brincadeira em que Márcio queria contatos.
criar sua própria play list para ouvir as músicas na empre­ Quer ter a sua própria play list na internet e divulgar para
sa que é diretor: Fibonacci Soluções Ágeis. O embrião do seus amigos? Então crie a sua Twitradio em www.twitra­
projeto foi a Fiboradio. dio.com.br.
A Twitradio funciona assim: Você é o DJ da sua rádio.
Sobre os autores
Os ouvintes podem interagir com o DJ e votar nas músi­
cas. Qualquer pessoa pode criar uma seleção com as mú­ FLÁVIA SUARES <flaviasuares@hotmail.
sicas de sua preferência e convidar amigos, via Twitter, pa­ com> é Jug Leader do Gojava (www.goja­
ra acessar sua rádio. va.org) desde 2008.
As músicas veem do youtube, e os ouvintes ouvem a JOELIAS JÚNIOR <joeliasjunior@
mesma música ao mesmo tempo. gmail.com> é bacharelando
em Informática (IFG), Admi­
Links Adicionais nistrador de Sistemas, Coordenador Finan­
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/API ceiro da Associação de Software Livre de
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Poster_Lambe­lambe Goiás e Membro Fundador da comunidade
[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Grails GoiabaDigital.

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ENTERPRISE ∙ PYTHON NO CENÁRIO EMPRESARIAL

DIVULGAÇÃO
A importância da 
Linguagem Python no 
cenário empresarial
Por Marlon Ferrari

Empresas  são  organiza­ médio  porte,  onde  a  atenção 


cões  competitivas. Ao  longo  do  ao software e sobretudo a área 
tempo de existência de uma em­ de  TI  se  resume  a  "Está  bem 
presa,  muitos  fatores  afetam  se estiver funcionando".
seu desempenho, e um dos pro­ A  Companhia  Brasileira 
blemas  a  salientar  é  a  questão  de  Trens  Urbanos  do  Recife 
software  e,  mais  generalizada­ (CBTU­RE)  divulgou  em  2006 
mente, a Tecnologia da Informa­ um estudo coordenado por pro­
ção. fessores  da  Fundação  Getúlio 
Cada vez mais nós, desen­ Vargas  ­  FGV,  em  que  as  em­
volvedores,  sofremos  com  pra­ presas  brasileiras  desperdiçam 
zos  apertados  e  modelos  R$ 45 bilhões por ano, em fun­
obsoletos  de  programação.  Is­ ção  do  mau  aproveitamento 
so  é  consequência  de  um  pa­ das  ferramentas  de  conectivi­
drão  que  vem  desde  a  década  dade  e  TI.  Analogamente,  se 
passada  e  que  ainda  continua  as  cadeias  produtivas  brasilei­
amplamente difundido, sobretu­ ras  tranformassem  essas  per­
do em empresas de pequeno e  das  em  ganhos,  o  PIB 

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ENTERPRISE ∙ PYTHON NO CENÁRIO EMPRESARIAL

brasileiro  poderia  se  incremen­ ele vem sendo criado e constan­ Ainda  tecnicamente  falan­


tar  em  até  um  ponto  percentu­ temente melhorado por uma co­ do,  a  sintaxe  de  Python  faz 
al além do crescimento atual. munidade  que  simplesmente  com que os envolvidos se con­
Tal  situação  nos  envolve  quer ver a Python cada vez me­ centrem  no  problema  a  ser  re­
para a busca de modelos aces­ lhor.    Pode  parecer  pouco,  solvido  sem  se  preocupar  com 
síveis  para  as  empresas,  por­ mas ao ser salientado a empre­ a  linguagem  em  si,  similar  a 
que  ainda  há  muita  sa  que  ela  está  adotando  pa­ um  pseudo­inglês,  permitindo 
preocupação  com  valores  altos  drões  abertos,  resumindo  em  visibilidade  e  entendimento  fá­
agregados  a  implantação  das  legalidade  de  licenças  e  custo  cil  da  lógica  em  questão.  Es­
soluções.  Segundo  o  professor  zero causa uma excelente espi­ sa  característica  em  um 
Rubens  da  Costa,  da  FGV,  o  ral positiva. Isso porque ela es­ ambiente  multilateral  como  o 
modo de pensar dos empresári­ tá  acompanhando  as  das  empresas  faz  com  que  im­
os  brasileiros  ainda  é  um  dos  tendêcias  mundiais  que  inclu­ plmentacões  sejam  realizadas 
motivos  que  impedem  a  imple­ em  a  adoção  em  massa  do  assim  que  houver  necessida­
mentação  de  ferramentas  de  software  livre,  além  de  garantir  de.  Um  detalhe  importante 
TI,  "Os  empresários  acham  toda  a  continuidade,  porque  aqui  é  que  novos  funcionários 
que  compartilhar  informações  software livre significa solidez. não  precisarão  entender  o  "jei­
é  uma  coisa  que  vai  contra  to  da  empresa"  de  lidar  com 
eles  e  ainda  existe  o  mito  de  2­ Fácil de Aprender Python.
que  a  tecnologia  é  complexa  e  Python possui tecnicamen­
cara.[...]". te falando, uma sintaxe coeren­ 3­ Portável
Partindo  deste  contexto,  te  e  simples,  facilitando  o  Com  o  nível  de  qualidade 
há  a  necessidade  especifica  aprendizado  da  linguagem.  Is­ e  adeptos  que  o  software  livre 
de  estudo  da  Linguagem  so  significa  baixo  custo  de  trei­ vem  conquistando,  estima­se 
Python  para  a  adoção  de  seu  namentos  necessários  para  que  grande  parte  das  empresas 
uso  nas  corporações.  A  seguir,  que  haja  início  de  produtivida­ já estão em prática de migração 
serão  exibidas  as  característi­ de. Além da facilidade de se en­ ou  ainda  em  planejamento.  Isso 
cas  da  linguagem  Python  e  contrar  documentação  e  ajuda  significa  que  para  uma  lingua­
sua real necessidade de uso. de  qualidade  na  Internet,  a  co­ gem  ser  utilizada  na  empresa 
munidade  Python  do  Brasil  es­ ela  precisa  ser  multiplataforma, 
tá  dentre  as  mais  ativas  do  para  se  adequar  a  migração, 
1­ Livre e de Código Aberto mundo. Fóruns, sites e informa­ que será lenta, e portanto traba­
Python  é  um  exemplo  de  ções acessíveis, além de even­ lhar em vários sistemas operaci­
FLOSS  (Free/Libre  and  Open  tos  de  alto  nível  presentes  em  onais  de  uma  mesma  forma. 
Source  Software).  Traduzindo,  encontros  da  comunidade  li­ Python roda em praticamente to­
você  pode  distribuir  livremente  vre. Para empresas, treinamen­ dos  os  sistemas  operacionais 
cópias  deste  software,  ler  seu  tos  são  encarados  como  mais  conhecidos,  dando  a  em­
código­fonte,  modificá­lo,  usar  investimentos,  uma  vez  que  presa a opção de migração sem 
trechos em novos programas li­ substituirá  uma  forma  obsoleta  problemas de compatibilidade.
vres  e  tudo  o  que  você  quiser  de  trabalho,  acarretando  au­
fazer.  FLOSS  é  baseado  no  mento  de  produtividade. 
conceito  de  uma  comunidade  Python  dispensa  caros  treina­ 4­ Extensível com outras lin­
que  compartilha  conhecimen­ mentos e certificações, não sen­ guagens
to.  Este  é  um  dos  motivos  pe­ do  um  grande  foco  da  A  extensibilidade  do 
los  quais  Python  é  tão  bom  ­  linguagem atualmente. Python também é uma forte ali­

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ENTERPRISE ∙ PYTHON NO CENÁRIO EMPRESARIAL

ada  para  planos  de  migração. 


Isso  porque  é  possível  utilizar 
funções  de  outras  linguagens 
como  C  e  C++  em  projetos 
Python.  Além  disso,  há  imple­
mentações  Python  para  outras 
linguagens  como  Java  (Jython) 
e  .NET(IronPython).  Assim,  é 
possível  a  utilização  do  Python 
em  um  ambiente  já  conhecido 
na empresa, facilitando a migra­
ção futura. 

5­ Excelentes ferramentas 
Gráfico 1: Utilização de tecnologias em ambientes empresariais. Fonte: Revista Info, Junho de 2010.
(Frameworks) Web
Python  é  muito  conhecido  bratel,  SERPRO,  dentre  muitas  e  ainda  novas,  mas  com  alta 
por  ter  dado  origem  a  grandes  outras.  Os  relatos  sempre  são  aceitação  e  praticidade.  Nota­
frameworks,  como  é  o  caso  do  positivos,  tanto  dos  administra­ mos a presença do Python, ain­
Django,  do  Zope/Plone,  dores  que  perceberam  o  au­ da  tímida,  porém  crescente. 
Web2py, etc... mento  da  produtividade  e  Com  base  nesta  pesquisa,  po­
qualidade,  e  tambem  dos  de­ demos  afirmar  o  início  da  con­
Empresas  tem  a  necessi­ senvolvedores  que  se  preocu­ solidadação  do  Python  no 
dade  de  disponibilizar  traba­ pam  menos  com  cenário empresarial, futuramen­
lhos  na  Internet,  seja  uma  implementações trabalhosas. te substituindo outras tecnologi­
aplicação de orçamento para cli­ as.
entes ou o site da empresa. Is­ Casos  de  sucesso  destes 
so  significa  que  será  frameworks  são  frequentes  e 
necessário  a  adoção  de  uma  crescem  cada  vez  mais.  E  é  Esteja preparado
ferramenta  que  permita  o  de­ completamente  compreensível  O  Brasil  vem  investindo 
senvolvimento  para  Web.  Os  tal  mudança.  O  que  em  outras  muito no Software Livre. O Go­
frameworks  Python  são  conhe­ linguagens  seria  necessários  verno  Federal,  juntamente  com 
cidos pela sua qualidade, segu­ outras  ferramentas  para  esten­ os  órgãos  de Tecnologia  da  In­
rança  e  agilidade  de  der funcionalidades e assim de­ formação  (SERPRO,  Data­
desenvolvimento,  permitindo  senvolver,  em  Django,  por  Prev,  etc...),  está  incentivando 
grandes avanços em pouquíssi­ exemplo, basta utilizar os modu­ a  migração  para  tecnologias  li­
mo  tempo,  algo  não  tão  sim­ los já existentes. vres  e  um  exemplo  disso  é  o 
ples fora do mundo Python. Portal  do  Software  Público. 
O  fato  é  que  atualmente  O Uso nas Empresas Com  ele,  espera­se  que  redu­
grandes empresas já se atenta­ A  revista  Info  do  mês  de  zam  as  dependências  dos 
ram  para  isto  e  o  uso  de  fra­ Junho  traz  uma  pesquisa  reali­ Softwares  proprietários,  desen­
meworks  Python  tem  crescido  zada mostrando a utilização de  volvendo  uma  coleção  cada 
muito ultimamente. Basta aces­ tecnologias  de  desenvolvimen­ vez  mais  crescente  de  Softwa­
sar  o  site  do  framework  para  to nas empresas. res Livres. 
ver seu uso em grandes corpo­ Todo  esse  movimento  es­
Percebe­se a forte presen­
rações como NASA, Globo, Em­
ça  de  tecnologias  emergentes  tá  sendo  repassado  para  todas 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |58
ENTERPRISE ∙ PYTHON NO CENÁRIO EMPRESARIAL

gem:  ele  mostra  que  está  pre­


parado  para  o  futuro  e  para 
grandes  mudanças,  significan­
        ... um profissional Python  do  que  seu  trabalho  será  de 
qualidade  e  alto  nível  técnico, 
mostra muito mais do que saber  em  um  mundo  que  não  está 
mais  aceitando  padrões  propri­
uma linguagem: ele mostra que  etários  e  linguagens  de  um  la­
do só.
está preparado para o futuro e para  Python  significa  liberda­
grandes mudanças. de,  qualidade  e  produtividade 
em  um  ambiente  competitivo 
como  as  empresas.  Obviamen­
Marlon Ferrari
te,  ainda  há  um  longo  caminho 
a  percorrer  para  que  o  Python 
seja  amplamente  reconhecido, 
mas  pela  visão  atual,  todos  os 
as esferas da administração pú­
indicadores  são  favoráveis  e 
blica,  que  estão  em  ambicio­ tes,  coordenadores  e  líderes 
certamente  ainda  teremos 
sos  planos  de  migração  para  em  apenas  três  tópicos:  custo, 
oportunidades  maiores  nesta 
atender  normas,  como  o  caso  qualidade e competitividade. Es­
linguagem encantadora.
da  implantação  do  portal  da  tes  são  três  pontos  que  preci­
transparência  que,  seguindo  o  sam  ser  focados  para 
dispositivo da Lei de Responsa­ apresentação  de  uma  nova  im­
bilidade  Fiscal  (Lei  131/2009),  plantação.  Foi  provado  que  Para mais informações:
exige  que  os  municípios  com  Python  é  ideal  para  satisfazer  http://abop­ptbr.berlios.de/livro/ 
mais  de  100  mil  habitantes  te­ não só as premissas da empre­ features­of­python.html
nham um Portal de Transparên­ sa,  como  também  a  do  desen­
cia  na  Internet  e  em  tempo  volvedor  moderno:  robustez,  http://www.cbtu.gov.br/noticias/ 
real,  ou  também,  da  crescente  portabilidade e software livre. destaques/2006/mes09/290906c.htm
migração  de  sistemas  contá­
Muitas empresas já conhe­
beis  proprietários  para  siste­
cem  as  vantagens  de  se  utili­ Revista Info, Junho de 2010, página 
mas livres.
zar  Python  e  um  exemplo  71.
Estes  exemplos  são  ape­ disso  são  as  vagas  disponíveis 
nas algumas das boas oportuni­ para  desenvolvedores  Python.  http://www.python.org
dades  que  surgem  para  Vagas  estas  que  nem  sempre 
desenvolvedores que detém co­ são supridas. MARLON FERRARI 
nhecimento em Software Livre. cursa atualmente 
Basta  um  estudo  aprofun­ Bacharelado em 
dado  nas  características  de  Sistemas de 
Informação. 
Conclusão Python  para  saber  que  ela  é  a  Certificando em 
Sem dúvida, todas as van­ linguagem mais promissora pa­ Perícia Forense 
ra  uso  empresarial.  Além  dos  Computacional, 
tagens acima apresentadas pa­ adepto do Python 
ra  os  especialistas  da  área  de  pontos apresentados, um profis­ desde 2008. Utiliza 
sional  Python  mostra  muito  software livre para 
TI  se  resumem,  para  os  geren­ praticamente tudo. 
mais do que saber uma lingua­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |59
FORUM ∙ OS SABORES DO SOFTWARE LIVRE

Os sabores do Software Livre

Por Wilkens Lenon

http://en.silav.net

Calma,  calma  gente  não  se  trata  de  comida 


não,  hehehe.  Estou  me  referindo  às  Distribuições 
do  GNU/Linux.  Quem  leu  meu  último  artigo  publico 
aqui  na  Espírito  LIvre  sabe  que  estou  falando  de 
um  Sistema  Operacional  construído  colaborativa­
mente  e  que  é  o  Software  Livre  mais  conhecido  na 
atualidade.  O  Software  Livre,  além  de  possuir  uma 
dimensão  tecnológica  muito  sólida  e  diversificada, 
possui  também  uma  dimensão  sociopolítica  muito 
forte. Que isso não espante ninguém, por favor, por­
que  o  Software  Livre  privilegia  a  inteligência  coleti­
va,  a  inovação  e  a  liberdade  do  compartilhamento 
na  rede.  Portanto,  trata­se  da  luta  pela  inclusão  de 
todos/as  na  dinâmica  da  Sociedade  do  Conheci­
mento.
No  artigo  de  hoje  vou  mostrar  a  vocês  o  que 
são as Distribuições Gnu/Linux...ainda não sabe ain­
da o que  é GNU/Linux? Simples, é o Sistema Ope­
racional  conhecido  mundialmente  como  Linux,  mas 
seu verdadeiro nome, para fazer justiça às suas ori­
gens, é GNU/Linux. Na edição do mês de junho fa­
lei  sobre  isso  e  hoje  irei  falar  sobre  os  seus 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |60
FORUM ∙ OS SABORES DO SOFTWARE LIVRE

"sabores" (Distribuições ou Distros para os ínti­ Resumindo a nossa opera: podemos dizer 
mos). Vamos lá, então! que  as  Distribuições  GNU/Linux  são  adapta­
Distribuição  é  um  conceito  derivado  das  ções personalizadas para um público­alvo. Nes­
características  do  sistema  livre.  Quem  leu  o  se  sentido  tem  GNU/Linux  para  todo  gosto. 
que escrevi sobre as liberdades que tornam um  São  vários  "sabores"  que  estão  disponíveis  de 
programa  de  computador  um  software  livre  sa­ acordo  com  o  desejo  e  necessidade  de  cada 
be disso. Para quem não está íntimo do assun­ um.  Tem  as  Distros  mais  técnicas  com  o  foco 
to  vou  relembrar:  para  que  um  software  seja  no  desenvolvimento  e  gerenciamento  de  siste­
considerado  SOFTWARE  LIVRE  tem  que  ter  mas informáticos, existem as mais lights com in­
seu  CÓDIGO  FONTE  ABERTO.  Essa  abertura  terfaces  simples,  intuitivas  e  fáceis  de  usar, 
do código possibilita que os seus usuários pos­ voltadas  para  quem  está  iniciando  no  GNU/ 
sam executá­lo para qualquer finalidade, permi­ Linux. Tem  distribuição  com  ambientes  gráficos 
te  que  possam  estudar  seu  funcionamento  e,  que  rodam  em  computadores  bem  anti­
assim,  adaptar  o  programa  às  suas  necessida­ gos...pasmem  têm  equipamentos  que  estavam 
des,  permitindo  que  possam  distribuí­lo  como,  encostados  nos  depósitos  da  vida  e  voltaram 
quando,  onde  e  para  quem  desejarem,  inclusi­ funcionar que com Distros GNU/Linux que funci­
ve comercializando­o como produto tecnológico  onam  num  disquete!  DISQUETE? 
no  mercado  de  software.  Por  isso,  afirmamo,  Hehehehehe!  É  meu/minha  caro/cara  o  GNU/ 
junto com o Richard Stalmman, que não é uma  Linux ressuscita até mortos. 
questão de preço, mas de liberdade ­ leia o arti­ Existem alguns mitos criados para afugen­
go  de  junho:  "As  origens  do  Software  Livre."  tar os/as usuários/as de computador do GNU/Li­
Além do mais, a liberdade de uso e abertura do  nux.  Na  verdade  são  fantasias  semeadas  no 
software  possibilita  a  modificação  do  programa  imaginário do publico consumidor de tecnologia 
e  a  distribuição  dessas  modificações/aperfeiço­ da informação para impedi­lo de instalar softwa­
amentos para outros usuários. res  livres  em  seus  computadores.  Alguns  des­
É daí que surge o conceito de DISTRIBUI­ ses mitos estão descritos na sequência.
ÇÃO  porque  se  um  programa  de  computador 
pode  ser  modificado  e ADAPTADO  a  uma  NE­
Primeiro ­ é falácia, o dito que corre a bo­
CESSIDADE ESPECÍFICA, então qualquer pes­
ca pequena, de que os as Distribuições GNU/Li­
soa,  grupo  ou  instituição/empresa/indústria  que 
nux  caracterizam  falta  de  padrão  de  mercado. 
tenha  demandas  específicas  pode  personalizar 
Isso não verdade! As Distros não só obedecem 
a  ferramenta  às  suas  necessidades.  Vou  dar 
aos  padrões  informáticos  de  qualidade  técnica 
um exemplo: Se você é músico pode adaptar o 
e  científica  como  também  realizam  o  sonho  de 
GNU/Linux com todos os programas necessári­
consumo de qualquer usuário de computador, a 
os  às  necessidades  dos  músicos. As  ferramen­
personalização  de  um  dos  melhores  sistemas 
tas  musicais  não  fazem  parte  do  GNU/Linux 
computacionais  do  mundo  às  suas  necessida­
padrão,  mas  você  ou  um  grupo  de  pessoas 
des;
com  capacidade  técnica  para  tal  podem  fazer 
essa adaptação sem dificuldade nenhuma. Isso 
é uma vantagem do software livre que se aplica  Segundo  ­  Não  é  verdade  que  o  GNU/Li­
a qualquer área ou necessidade. Fazer  uma ati­ nux  é  difícil  porque,  como  disse  antes,  existem 
vidade técnica como essa está mais fácil do que  distribuições  tão  fáceis  quanto  os  terminais  de 
os  usuários,  por  mais  leigos  que  sejam,  imagi­ auto­atendimento do Banco do Brasil. Verdade! 
nam.  O  conhecimento  compartilhado  ajuda  as  Quando  você  vai  ao  BB  realizar  um  saque  ou 
pessoas a obterem o conhecimento rapidamente.  fazer  um  pagamento  você  está  usando  um 
Só precisa dedicação e vontade de aprender.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |61
FORUM ∙ OS SABORES DO SOFTWARE LIVRE

GNU/Linux.  É  difícil  operar  um  terminal  de  au­ lógica  que  está  quebrando  paradigmas  ao  re­
toa­atendimento do BB? Claro que não. Isso va­ dor do mundo.
le  para  várias  opções  de  GNU/Linux  que  estão  Bem, agora que você já sabe o que é uma 
a  sua  disposição.  Eu  recomendo  a  distribuição  Distribuição  ou  Distro  GNU/Linux  convido  você 
UBUNTU porque, além de muito bonita e perso­ a  experimentar  um  desses  sabores.  Não  se 
nalizável,  é  tão  simples  de  usar  que  até  minha  acanhe,  vá  em  frente.  Um  desses  será  do  seu 
filha,  Edna  Paula,  de  seis  anos  consegue  ope­ gosto  e  atenderá  as  suas  necessidade.  Bom 
rará­lo  sem  nenhuma  dificuldade.  Ela  já  usa  o  proveito!
UBUNTU  desde  os  três  aninhos  de  idade  e  foi 
iniciada  no  mundo  dos  computadores  através  Algumas das Distros mais conhecidas são:
de um software livre chamado Tux Paint próprio 
para crianças de dois anos em diante.
UBUNTU ­ Fácil de usar e totalmente cus­
tomizável (você pode deixá­la com a sua cara)
Terceiro ­ Dizer que o Software Livre não  http://www.ubuntubrasil.org/comece 
é comercializável é a mentira do século porque 
as Grandes empresas de Tecnologia comerciali­
zam  Software  Livre  (também  chamado  de  DEBIAN  ­  Indicada  para  quem  deseja 
OPEN SOURCE pelo comércio de TI). Só para  aprofundar  o  conhecimento  em  GNU/Linux. 
citar  alguns  exemplos:  IBM,  REDHAT,  ORA­ Possui  todo  o  suporte  necessário  para  quem 
CLE,  etc.  Essas  estão  entre  as  maiores  do  deseja começar do zero.
mundo.  A  questão  que  precisamos  entender  é  http://wiki.debianbrasil.org/Debian
que a venda do Software Livre é eticamente di­
ferente  da  venda  do  Software  de  código  fecha­
do, também chamado de Software Proprietário.  FEDORA  ­  É  uma  distribuição  muito  legal 
Enquanto  o  primeiro  disponibiliza  o  código  res­ que foi derivada da Distro HedHat. Possui uma 
peitando os direitos do usuário (as quatro liber­ grande  comunidade  de  usuários  no  Brasil  e 
dades),  o  segundo  modelo  vende  uma  licença  tem todo o suporte necessário para ajudar o ini­
de  uso  muitíssimo  restrito.  Enquanto  o  primei­ ciante.
ro, do ponto de vista do mercado, propõe a par­
http://www.fedora.org.br/
ceria com o cliente, o modelo proprietário tenta 
fidelizar o cliente ao preço da dependência tec­
nológica.  Falarei  mais  disso  no  futuro.  Me  REDHAT ­ É a distribuição comercial mais 
aguardem. popular. Atualmente só dá suporte à versão En­
terprise,  voltada  para  servidores  de  grandes 
empresas. 
Esses  mitos,  na  verdade,  são  cortinas  de 
fumaça  alimentadas  por  um  modelo  caduco  e  http://www.br.redhat.com/
sem respaldo histórico que está aí para criar de­
pendência em quem o ignora ou desconhece al­
ternativas  mais  interessantes  e  de  menor  SLACKWARE  ­  Slackware  Linux  é  o  no­
custo. Mas, como já disse antes direi de novo e  me dado pelo seu mantenedor, o Patrick Volker­
com  mais  convicção:  nada  resistirá  a  força  do  ding,  a  uma  das  mais  antigas  e  conhecidas 
compartilhamento  na  rede  porque  não  se  trata  distribuições do GNU/Linux. É a mais antiga dis­
apenas  de  tecnologia  ou  de  mudança  de  um  tribuição  ainda  mantida  em  evidência.  É  uma 
programa  de  computador  para  outro,  mas  de  distro para quem quer realmente se aprofundar 
um  pujante  Movimento  Cultural  de  base  tecno­ no GNU/Linux.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |62
FORUM ∙ OS SABORES DO SOFTWARE LIVRE

http://www.slackware­brasil.com.br/web_si­ Abaixo está o site do Vivaolinux com uma 
te/ lista  das  distribuições  brasileiras  mais  conheci­
das.

COYOTE LINUX ­ O Coyote é uma varian­ http://www.vivaolinux.com.br/artigo/23­dis­
te  do  Linux  Router  Project  ­  uma  distribuição  tribuicoes­Linux­brasileiras/ 
que roda a partir de um único disquete e capaz 
de transformar o velho PC guardado no seu ar­ PANDORGA Linux ­ Você adora computa­
mário em um roteador capaz de conectar redes  dor,  certo? Adora  os  jogos,  programas,  a  Inter­
locais à Internet através de provedores de ban­ net  e  tudo  mais  que  você  pode  explorar  nesta 
da  larga  residencial:  cable  modems,  xDSL  e  li­ maravilhosa  maquina.  O  Pandorga  é  pra  você! 
nhas privativas.  Imagina um sistema com a sua cara, todo proje­
http://br­linux.org/artigos/minilinux_in­ tado  para  jogar,  aprender  e  se  divertir,  e  o  me­
tro.htm  lhor,  vai  se  divertir  com  tudo  o  que  aprende  na 
escola. Voltada ao público infanto/juvenil.

POSEIDON Linux ­ Poseidon é uma distri­ http://pandorga.rkruger.com.br/ 
buição GNU/Linux brasileira, desenvolvida para 
uso científico que inclui programas para as áre­ Outras Distros maravilhosas para crianças 
as  de  matemática,  química,  geoprocessamen­ no site abaixo:
to,  estatística,  bioinformática  entre  outras. 
Atualmente  está  na  versão  3.2  (baseada  no  http://pplware.sapo.pt/linux/distribuicoes­li­
Ubuntu 9.10). nux­para­criancas/
http://poseidon.furg.br/ 
WILKENS  LENON  SILVA  DE 
ANDRADE  é  funcionário  do 
MUSIX ­ Distribuição Gnu/Linux com o fo­ Ministério  Público  na  área  de TI. 
co nas necessidades dos músicos. Possui ferra­ Licenciado  em  computação  pela 
Universidade  Estadual  da 
mentas  de  audio  e  midi  de  auxílio  ao  trabalho  Paraíba.  Usuário  e  ativista  do 
musical. Software  Livre  tendo  atuado 
http://musix.codigolivre.org.br/  como  Conferencista  e  Oficineiro 
no  ENSOL,  FLISOL,  Freedom 
Day,  etc.  É  líder  da  iniciação  de  Inclusão  Sócio­Digital 
Projeto Edux. www.projetoedux.net

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |63
FORUM ∙ ORACLE E A COMUNIDADE OPEN SOURCE

A Oracle e a Comunidade Open 
Source: juntando o quebra­cabeças
Por Paulo de Souza Lima
Artem Chernyshevych ­ sxc.hu

Uma  das  coisas  mais  difíceis  de  fazer, 


quando  se  pretende  entender  atitudes  de  deter­
minadas  pessoas,  organizações  e  governos,  é 
juntar  os  pontos  da  sequência  de  eventos  que 
culminam  com  determinado  fato.  E,  nesse  terre­
no de incertezas e desconfianças, boatos, meias 
verdades e um lodaçal de opiniões desencontra­
das  levam  a  uma  situação  de  completa  confu­
são  para  a  maioria  dos  espectadores.  É  o  que 
acontece com a Oracle hoje. Vamos tentar deter­
minar uma sequência de fatos, e tirar deles algu­
mas  informações  que  nos  permitam  pintar  um 
quadro mais geral e menos confuso.
A  Sun,  durante  muitos  anos,  foi  uma  em­
presa totalmente a favor da integração com a co­
munidade  open  source.  A  Sun  era  uma  boa 
empresa?  Talvez,  mas  isso  tem  muito  pouco  a 
ver  com  bondade.  Tem  a  ver  com  estratégia  de 

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |64
FORUM ∙ ORACLE E A COMUNIDADE OPEN SOURCE

negócios.  O  principal  motivo  que  levou  a  Sun  a  agressividade  nos  negócios.  A  sua  posição  de 
ir  de  encontro  à  comunidade  open  source  tinha  contribuidora para o kernel do Linux e o suporte 
nome:  Java.  Durante  anos,  a  Sun  conseguiu  o  do seu banco de dados para a plataforma Linux 
que  poucos  conseguem:  criar  uma  enorme  le­ se deve muito mais a uma questão de estratégia 
gião  de  desenvolvedores  que  hoje  podemos  de negócios, do que sua boa vontade para com 
agrupar  sob  o  nome  genérico  de  Comunidade  as  comunidades  de  código  aberto. A  questão  é: 
de desenvolvedores Java. e como conseguiu is­ muitos  clientes  de  peso  dos  bancos  de  dados 
so?  Criando  e  patenteando  uma  tecnologia  que  da Oracle optaram por usar servidores Linux de­
permitia  que  programas  de  computador  funcio­ vido  a  questões  de  custo,  estabilidade  e  segu­
nassem  em  qualquer  plataforma,  independente  rança.  A  empresa  nunca  conseguiria  a  posição 
do sistema operacional rodando nele. A populari­ que  tem  hoje,  se  oferecesse  suporte  apenas  às 
dade  do  Java  só  se  tornou  possível  quando  a  plataformas proprietárias.
Sun abriu para a comunidade as plataformas de  Resumindo: Ambas  são  empresa  capitalis­
desenvolvimento  (a  linguagem,  as  APIs  e  a  tas,  buscam  o  lucro  para  seus  acionistas  e  não 
JVM). são  movidas  exatamente  pelo  seu  "amor  à  cau­
Com essa primeira abertura para a comuni­ sa."  O  primeiro  sinal  de  alarme  da  comunidade, 
dade,  outros  projetos  apareceram,  por  exemplo,  foi  quando  a  Oracle  desligou  o  criador  do 
quando a Sun comprou a empresa alemã Star Di­ MySQL  do  quadro  de  funcionários  da  finada 
vision,  que  desenvolvia  o  StarOffice,  em  1999,  Sun. Tudo indicava que a Oracle não queria um 
era virtualmente impossível para qualquer empre­ banco  de  dados  concorrente  ao  seu  em  código 
sa  competir  com  a  Microsoft  nos  mesmos  ter­ aberto  na  empresa.  O  segundo  sinal  foi  o  desli­
mos, ou seja, em código fechado. A abertura do  gamento sumário de servidores, que a Sun man­
código  do  StarOffice  para  a  comunidade  e  sua  tinha  em  seus  datacenters,  para  que  a 
transformação  em  OpenOffice.org,  permitiu  um  comunidade  de  desenvolvimento  do  Post­
rápido crescimento do número de contribuidores  greSQL  fizesse  testes  de  compatibilidade.  Mais 
e,  mais  tarde,  permitiria  a  ao  melhor  pacote  de  um ataque frontal à comunidade. Depois anunci­
escritório de código aberto do mundo incomodar  ou que não daria continuidade ao projeto Open­
de  maneira  significativa  a  gigante  que  por  mais  Solaris,  deixando  a  comunidade  e  usuários 
de uma década reinou sem tomar conhecimento  desse  sistema  perplexos.  Por  fim,  resolveu  pro­
da concorrência. cessar  a  Google  por  violação  de  patentes  de 
Além  desses,  que  imagino  ser  os  casos  partes  do  Java,  coisa  que  a  Sun  nunca  sonhou 
mais emblemáticos, a Sun também liderava o de­ em fazer. Com essas atitudes, a comunidade co­
senvolvimento de muitos outros projetos de códi­ meçou a especular quem seria a bola da vez e, 
go  aberto,  como  o  OpenSolaris,  por  exemplo  e,  com todos esses indícios, a alça de mira estaria 
no início de 2009, a Sun adquiriu a MySQL, jun­ provavelmente apontada para o OpenOffice.org.
tando  mais  um  importante  projeto  Open  Source  Mas, deixando a emoção e o pânico de la­
à sua lista.  do,  e  analisando  os  fatos  em  seus  contextos, 
Mas,  nem  tudo  eram  flores  na  empresa. A  buscando  informações  concretas  e  evitando  a 
Sun nunca foi conhecida por sua extrema compe­ boataria.
tência gerencial. Por mais de uma vez viu seu no­ Em  primeiro  lugar,  apesar  dos  alarmes 
me  na  mídia  como  uma  empresa  deficitária  e  com  relação  ao  MySQL,  a  Oracle  não  abando­
mal  administrada.  No  final  de  2009,  finalmente,  nou  o  projeto  e  continua  a  apoiá­lo.  Em  28    de 
a empresa foi adquirida pela Oracle. Maio  passado,  foi  lançada  a  versão  MySQL  En­
A Oracle, por sua vez, é conhecida por sua  terprise.  O  que,  aparentemente,  desmente  as 
preocupações  sobre  o  futuro  do  banco  de  da­

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |65
FORUM ∙ ORACLE E A COMUNIDADE OPEN SOURCE

dos.  A  questão  dos  servidores  da  comunidade  rio  são  clientes  importantes  do  seu  principal 
do  PostgreSQL  e  do  encerramento  do  projeto  produto.  Descartar  sem  dó  as  comunidades 
OpenSolaris,  apenas  mostra  que  o  compromis­ OpenSolaris  e  PostgreSQL  por  motivos  estraté­
so da Oracle é com os negócios, não com a co­ gicos  é  uma  coisa.  Perder  de  uma  vez  só  o 
munidade.  Projetos  redundantes  ou  que  não  apoio  das  comunidades  Java,  OpenOffice.org  e 
tenham ligação direta com a estratégia da empre­ MySQL  é  outra  totalmente  diferente  e  não  faz 
sa  são  sumariamente  descartados.  Isso  aconte­ bem para os negócios. 
ce  em  qualquer  empresa.  Ou  alguém  tem  A minha conclusão pessoal é que a insegu­
dúvida de que o OpenSolaris é do ponto de vis­ rança das comunidades é legítima. As comunida­
ta  mercadológico,  inexpressivo?  Além  disso,  a  des  não  pensam  com  foco  nas  estratégias 
empresa já investe no kernel do Linux, que senti­ empresariais.  O  caráter  delas  é  social.  Empre­
do haveria em manter o OpenSolaris? E então a  sas  pensam  no  lucro  e  têm  foco  nos  negócios. 
Oracle processou o Google. E, enquanto os pro­ Por isso, acredito ser um erro permitir que proje­
fetas  do  apocalipse  do  mundo  Java  já  gritavam  tos importantes dependam de uma única grande 
"arrependam­se,  pois  o  fim  está  próximo",  Jo­ empresa  para  sobreviver.  Permitir  isso  é  abrir 
mar  Silva  entrevistou  Bruno  Souza  que  explicou  mão do que mais se preza no software livre: a li­
no  que  exatamente  consistia  esse  processo,  e  berdade. É hora das comunidades se conscienti­
no que ele influencia a comunidade Java. A entre­ zarem  de  que  seus  projetos  não  podem 
vista  está  disponível  em  http://www.itweb.com.br  "pertencer"  a  essas  empresas.  Empresas  têm 
/blogs/blog.asp?cod=86 e é muito esclarecedora  de  ser  consideradas  como  contribuidoras,  não 
e tranquilizadora. No entanto, levanta desconfian­ como o pilares principais. Essa é a lição que tiro 
ças sobre outros aspectos que a maioria dos de­ dessa história que ainda não terminou. 
sesperados  sequer  cogitou.  Por  fim,  o  pânico 
sobre o OpenOffice.org parece, a princípio,  justi­
ficado,  já  que  é  um  projeto  que  influencia  uma 
quantidade  considerável  de  usuários,  empresas,  Para mais informações:
governos  e  desenvolvedores  ao  redor  do  mun­ Entrevista com Bruno Souza, feita por Jomar Silva:
do. Além do fato do OpenOffice.org utilizar o Ja­ http://www.itweb.com.br/blogs/blog.asp?cod=86
va  para  uma  série  de  processos,  e  uma  versão 
enxuta  do  MySQL,  a  Oracle  também  adquiriu,  Site oficial OpenOffice.org
com  a  ajuda  da  Sun,  o  StarOffice,  que  é  a  ver­ http://www.openoffice.org
são  de  código  fechado  do  OpenOffice.org.  Mas 
façamos  um  exercício  de  imaginação:  levando 
em conta que o MySQL, que teoricamente seria 
o  principal  projeto  de  código  aberto  concorrente 
da empresa, foi mantido. Levando em conta que 
o negócio da Oracle não é exatamente fechar o 
Java,  como  mostra  a  entrevista  de  Jomar  Silva. 
Levando, também em conta que fechar o código 
de  uma  aplicação  de  escritório  de  sucesso  para  PAULO DE SOUZA LIMA é técnico em 
eletrônica formado pelo CEFET/MG, 
enfrentar a Microsoft no peito com outra suíte de  bacharel em administração pela UFPR e 
código fechado de sucesso duvidoso, é possível  estudante de história e filosofia autodidata. 
que  os  temores  da  comunidade  com  relação  ao  Autor do blog Alma Livre onde discute 
sobre software livre, cidadania, ética, 
OpenOffice.org  sejam  infundados. Além  disso,  a  filosofia e sociedade. Utiliza software livre 
Oracle  sabe  que  muitos  dos  usuários  governa­ desde 1998 e, desde 2004, divulga e 
incentiva o uso dele por empresas, 
mentais  e  corporativos  da  aplicação  de  escritó­ governo e sociedade.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |66
FORUM ∙ OS EFEITOS DAS MÚLTIPLAS OPÇÕES NO GNU/LINUX

Os efeitos das múltiplas 
opções no GNU/Linux
Por Guilherme de Macedo Casas
Sergio Roberto Bichara ­ sxc.hu

O  advento  do  software  livre  possibilitou  al­


go  que  com  o  velho  modelo  fechado  de  desen­
volvimento ­ e de negócio ­ não era possível tão 
facilmente, ter inúmeras opções de escolha.
Com  o  GNU/Linux  não  é  diferente.  Como 
disse  Tiago  E.  De  Melo  em  "A  Revolução  do 
Software  Livre",  com  as  diversas  distribuições 
existentes  o  usuário  pode  escolher  a  distribui­
ção,  dentre  um  número  incontável,  que  atenda 
melhor suas necessidades.
Mas  há  um  grande  problema  nas  opções 
de  escolha.  Enquanto  empresas,  universidades, 
institutos de pesquisas, e outras entidades, esco­
lhem  suas  distribuições  pelo  suporte  profissio­
nal,  pelas  ferramentas  disponíveis,  pelas 
características  próprias  para  o  fim  que  necessi­
ta, até mesmo por acordos comerciais, o usuário 
comum,  o  ser  humano  que  por  vontade  própria 
decide  usar  uma  dentre  as  várias  distribuições, 
pode ser influenciado por outros fatores.

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FORUM ∙ OS EFEITOS DAS MÚLTIPLAS OPÇÕES NO GNU/LINUX

Com  base  nas  teorias  de  Barry  Schwartz,  res as oportunidades de escolha, maior a sensa­


professor  do  departamento  de  psicologia  do  ção  de  perda  de  uma  oportunidade.  Quando  se 
Swarthmore  College,  fica  fácil  de  perceber  que  escolhe  uma  opção,  deixamos  de  lado  muitos 
as  tantas  possibilidades  de  escolha  de  distribui­ pontos positivos da escolha feita e ficamos pen­
ções Linux é ruim, fazendo o consumidor ficar in­ sando  nos  pontos  positivos,  que  deixamos  de 
feliz,  prejudicando  seu  senso  avaliativo,  aproveitar,  das  outras  opções.  É  como  se  um 
diminuindo o fator prioritário para qualquer socie­ usuário  escolhesse  o  Ubuntu,  com  o  ambiente 
dade,  a  qualidade  de  vida  ­  afinal,  a  busca  da  Gnome,  e  ficasse  pensando  constantemente 
qualidade de vida deve ser a prioridade de qual­ nas vantagens da distribuição Mandriva, nas óti­
quer  sociedade,  de  qualquer  Estado,  de  qual­ mas ferramentas do KDE.
quer sistema econômico. De  acordo  com  prêmio  Nobel,  o  psicólogo 
Em seu livro "O Para­ Daniel  Kahneman,  e  seu 
doxo  da  Escolha.  Por  que  colega,  Amos  Tversky,  "o 
mais  é  menos"  o  profes­ efeito  psicológico  da  per­
sor  Schwartz  afirma  e  da de oportunidade é mui­
mostra  como  a  autonomia 
da  pessoa  humana,  a  li­
  O efeito  to  maior  do  que  o  efeito 
dos  ganhos  da  escolha". 
berdade  de  escolhas,  está  "acomodação" é que  Como  consequência  se 
relacionada  com  a  queda  tem  maior  possibilidade 
da  qualidade  de  vida.  Bar­ faz com que as  de  desapontamento  ou 
ry  Schwartz,  explicando  "a  mesmo arrependimento di­
busca da satisfação", idea­ vantagens da escolha  ante  da  escolha  feita. 
lizado  pela  economista  ga­ Com  tantas  vantagens 
nhador  do  Nobel,  Herbert  feita logo seja  nas  opções  de  escolha  a 
A.  Simon,  diz  que  há  pes­
soas  "maximizadoras"  e 
esquecida. A pessoa  expectativa  é  aumentada. 
O  consumidor  escolhe 
as  que  "buscam  a  satisfa­
ção".  Enquanto  os  que 
se acostuma. seu produto, no qual fez o 
sopesamento  das  vanta­
buscam  a  satisfação  são  Guilherme de Macedo Casas gens  e  desvantagens,  e 
regidos  pelo  pensamento  diante  de  tantas  opções, 
do  suficientemente  bom,  o  sujeito  escolhe,  e  suas 
os  maximizadores  são  expectativas  irão  ao  chão, 
uma  parcela  significativa  resultado  da  "acomoda­
da população que nunca estão satisfeitas com a  ção". O efeito "acomodação" é que faz com que 
opção que escolhem, e nesse grande segmento  as vantagens da escolha feita logo seja esqueci­
da  população  é  que  as  inúmeras  possibilidades  da. A  pessoa  se  acostuma.  Com  outras  opções, 
de escolha de distribuições Linux cai em uma ar­ logo ela verá mais atrativos em outras opções e 
madilha que prejudica a própria ideia de ter mui­ esquecerá,  por  acomodação,  as  vantagens  do 
tas opções de escolha no GNU/Linux. produto que ela escolheu.
Barry Schwartz explica que existem fatores  Então  alguém  pode  perguntar:  então  o  Li­
cruciais  que  agem  nos  maximizadores,  como  nux  por  ter  muitas  distribuições  é  prejudicial  pa­
por  exemplo  os  "custos  de  oportunidades",  a  ra  satisfação  psicológica,  emocional  e  até  para 
"acomodação", as "expectativas". o mercado (já que o sucesso no mercado de um 
O professor Schwartz fala que quanto maio­ produto e a ativação de um segmento está dire­
tamente ligado a geração de necessidade, a par­

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FORUM ∙ OS EFEITOS DAS MÚLTIPLAS OPÇÕES NO GNU/LINUX

para  os  "prejudicados"  por  tantas  possibilidades 


de escolhas.
 Não é possível  As  teorias  do  Doutor  Barry  Schwartz  não 
são inimigas da liberdade e dos ideais do softwa­
restringir o número de  re livre. Se estas características humana estive­
distribuições para o  rem certas seria um erro ignorar. As empresas e 
as comunidades que estão voltadas para o usuá­
usuário comum, isso  rio  final,  as  pessoas  comuns,  devem  considerar 
como alerta e até uma ajuda para criar oportuni­
não seria bom, isso feriria  dades  de  mudar  as  políticas  de  desenvolvimen­
to,  de  marketing  e  de  como  apresentar  seu 
seriamente os princípios  produto para seu público.

do software livre, atingiria  REFERÊNCIAS
a liberdade que é o norte  ­ A Revolução do Software Livre. Vários autores. 
de toda e qualquer  Comunidade Sol.

comunidade free  ­ O Paradoxo da Escolha. Por que menos é mais. 
SCHWARTZ, Barry. Editora Girafa.
software...
­ Scientific American Brasil. Artigo: A tirania das 
Guilherme de Macedo Casas
escolhas. SCHWARTZ, Barry. Edição 24 (05/2004).

te  emocional  do  consumidor)?  Não  exatamente 


é a resposta.
GULHERME DE MACEDO CASAS 
Não é possível restringir o número de distri­ <contato.guii@gmail.com> é graduando 
de Direito pela Universidade Federal de 
buições  para  o  usuário  comum,  isso  não  seria  Santa Catarina (UFSC). Contribuidor da 
bom,  isso  feriria  seriamente  os  princípios  do  LEFIS (Legal Framework for the 
Information Society) pelo Projeto de 
software livre, atingiria a liberdade que é o norte  Observatório do Governo Eletrônico 
de  toda  e  qualquer  comunidade  free  software,  (UFSC­Universidad de Zaragoza) e 
que  garante  muitos  benefícios  para  todos  e  até  entusiasta por software livre. 

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DESENVOLVIMENTO ∙ Google Web Toolkit

Google
Google Web Toolkit
Por Otávio Gonçalves de Santana

O Google Web Toolkit (GWT) é um kit de ferramentas de


desenvolvimento para aplicações web feita pela Google.
Ela permite que se faça aplicações ricas com AJAX usan­
do apenas Java. Com ele é possível a comunicação
cliente servidor e desenvolvimento em qualquer IDE Java.
Além disso, é open source.
O GWT basicamente transforma o código Java em ja­
vascript, que rodará em seu navegador. Com isso é possí­
vel "depurar" linha por linha do seu código.
Para começar a utilizar o GWT, baixe o seu SDK (Kit de
Desenvolvimento de Software) no endereço da caixa de
links.
Tanto o Eclipse como o Netbeans já possuem plugins
para desenvolver no GWT. No caso do Netbeans, basta
baixar o plugin GWT4NB, presente no menu ferramentas e
no item plugin e após sua instalação selecionar o local on­
de se encontra o SDK. Já no caso do Eclipse basta insta­

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DESENVOLVIMENTO ∙ Google Web Toolkit

lar o plugin sem precisar baixar o SDK já que ele faz isso rodando dentro do ser­
junto com a instalação. vidor de internet. Além
Tão logo se inicie um projeto usando o GWT, não dessa transformação o
importa em que IDE, existe uma estrutura básica, como GWT também otimiza o
mostra a figura. código gerado, remo­
Reparem que ambos possuem o arquivo com extensão vendo método que nun­
.gwt.xml, que é o descritor GWT. Sua função é comandar o ca é usado ou que sem­
processo de transição java/javascript. pre retorna o mesmo
Uma aplicação GWT é constituída a partir de módulos, valor.
tornando sua própria arquitetura modular. Ao se criar Vamos agora criar al­
novos módulos, é possível herdar tudo o que foi feito em guns componentes em
outros módulos. GWT com recurso
Agora vamos fazer um pequeno exemplo utilizando o AJAX. Para isso, vamos
GWT. Nele utilizarei o Netbeans versão 6.8. Após a apenas modificar o ar­
instalação do plugin, crie um novo projeto java web e em quivo exemploEntry­
frameworks selecione a opção Google Web ToolKit. Em Point.java.
seguida informe o local onde o SDK se encontra, como Reparem a semelhan­
mostra a figura. ça do GET com o
Swing. Agora é possível
construir novíssimos
conceitos de aplicações
ricas com aquele velho
conceito básico do
Swing do Java.
Para esse exemplo, Árvore de um projeto GWT no
Netbeans (acima) e Eclipse (abaixo)
criaremos oito compo­
nentes básicos: quatro botões, um combobox, um label,
uma caixa de diálogo e uma caixa de texto. Com a caixa
de texto será inserido valor no combobox a partir de um
Caixa de diálogo para configuração do caminho da SDK
botão ou modificará o texto com o segundo botão, o tercei­
Tão logo iniciado o projeto, existem três componentes ro botão irá chamar a caixa de dialogo e o quarto e último
principais: o exemplo.gwt.xml, já explicado anteriormente, botão irá simplesmente mostrar e esconder os componen­
a classe exemploEntryPoint como o nome dá a ideia é o tes. Todos esses recursos, sem precisar atualizar a tela,
ponto de entrada da aplicação é a partir dela que se cons­ usando o Ajax.
trói a aplicação e o html no qual a aplicação roda. Uma tarefa que tirava noite de vários designers, pode
Uma informação importante na estrutura de aplicativos agora ser feita de maneira bastante simples, para não de­
usando o GWT é que as classes dentro do pacote longar muito esse artigo não demonstrarei o código aqui,
br.com.client são transformadas em JavaScript, enquanto mas no final disponibilizarei um link com todo o projeto.
dentro de br.com.server o conteúdo permanece em Java O GWT permite que você use qualquer outro recurso em

Descritor GWT chamando a classe EntryPoint HTML chamando a classe (agora JavaScript)

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DESENVOLVIMENTO ∙ Google Web Toolkit

Editando a folha de estilos Resultado Final

conjunto com ele, como HTML, folha de estilo e até mes­ nal e com o GWT você pode ter inclusive sistemas em
mo outros frameworks. No nosso caso, vamos adicionar apenas uma janela do seu navegador, bem semelhante a
uma folha de estilo. Em "adicionar arquivo", escolha a um aplicativo desktop, de uma maneira extremamente fácil.
opção "outro" e então "folha de estilo em cascata".
Reparem que é possível também modificar o estilo do
Links Adicionais
componente GWT.
Feitas as modificações e adicionadas a folha de estilo, Download
resta compilar o projeto. Uma desvantagem do GWT é o http://code.google.com/intl/pt­BR/webtoolkit/
fato de ele exigir alto poder computacional para compilar Exemplos
seus códigos e transformá­los em javascript, consumindo http://gwt.google.com/samples/Showcase/Showcase.html
um tempo considerável. Projeto
Como todos os componentes são classes você pode sim­ http://www.mandamais.com.br/download/cbgk196201071649
plesmente criar uma classe que "herde" de um componen­
te e modifica­lo se assim o quiser em fim o céu é o limite. OTÁVIO GONÇALVES DE SANTANA é
O GWT é uma ferramenta fantástica. Nesse exemplo, uti­ Graduando em Engenharia de Computação
lizamos o Glassfish, versão 3 como servidor, mas ele é e Líder da célula de Desenvolvimento da
compatível com qualquer outro servidor Java, como o Faculdade Area1, Desenvolvedor em Solu­
Tomcat e o Jboss. Existem hoje várias ferramentas bastan­ ção Open Source, membro da equipe
te semelhantes com o GWT, servindo inclusive como exten­ Ekaaty Linux. Profile no OSUM:
são. Com o crescimento acelerado de sites e de aplicativos http://osum.sun.com/profile/OtavioGoncal­
web, o grande diferencial é o uso de uma web rica e o uso vesdeSantana
de ajax. Utilizar várias janelas ou até mesmo ficar recarre­
gando toda a página, para fazer apenas uma pequena modi­
ficação, pode se tornar algo meio "chato" para um usuário fi­

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DESENVOLVIMENTO ∙ Desenvolvimento Web com Python

Desenvolvimento Web com Python

Web2Py
Por Bruno Rocha

Para que reinventar a roda? mesmo ter que repetir o seu próprio código, o desenvolve­
Para não ter que "reinventar a roda", todo bom programa­ dor pode partir de soluções prontas, aproveitando os pa­
dor costuma guardar trechos prontos de código (snippets) drões de configuração, arquitetura e estrutura já definidos
para serem reutilizados em futuros desenvolvimentos. Tam­ no framework e customizando somente as partes neces­
bém sempre foi muito comum a construção de pequenos sárias.
programas, comumente chamados de "helpers" ou "librari­ Os frameworks surgiram das necessidades de agilidade
es", que podem ser referenciados e compartilhados entre e padronização no desenvolvimento e, em sua grande
diversas aplicações. maioria, tentam aplicar o conceito DRY: "Don`t Repeat
Foi justamente com a ajuda desses princípios que surgi­ Yourself".
ram as linguagens de programação de alto nível, a intero­
Escolha suas ferramentas
perabilidade entre sistemas, o compartilhamento de biblio­
tecas e os frameworks de desenvolvimento. Praticamente todo desenvolvedor web já utilizou um web
framework. Aqueles que ain­
Não se repita! O web2py possibilita que o da não utilizaram, com certe­
Frameworks são conjun­ desenvolvedor se dedique za virão a utilizar: os fra­
tos de classes, objetos e bi­ meworks existem para
bliotecas que, aliados a uma
integralmente à criação da aplica­ praticamente todas as lin­
convenção de configuração ção, pois não demanda instalações, guagens de desenvolvimento
e uma boa documentação, nem configurações complicadas: web.
procuram facilitar o desen­ basta baixar o framework e Mas é a linguagem Python
volvimento de sistemas. que possui, provavelmente,
Ao invés de partir do zero
começar a desenvolver. a maior quantidade de fra­
e ter que recriar soluções meworks para web. Os mais
triviais e semelhantes em qualquer tipo de sistema, ou até famosos (e sobre os quais você provavelmente já ouviu fa­

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DESENVOLVIMENTO ∙ Desenvolvimento Web com Python

lar) são: Zope, Pylons, TurboGears e Django. Porém, esta para quem está começando, quanto para programadores
lista é muito grande e certamente vem crescendo a cada experientes que procuram as melhores características do
dia, o que torna mais difícil a escolha de um framework pa­ desenvolvimento web com Python, reunidas em um único
ra desenvolvimento web com Python. framework.

web ao Python "Olá Mundo" com web2py


O Web2py Enterprise Framework é um web framework É multiplataforma, ou seja, você pode rodá­lo no Win­
desenvolvido em Python, que já contém todos os compo­ dows ou no Mac OS, utilizando os executáveis disponíveis
nentes necessários para o desenvolvimento de aplicações para download no site oficial www.web2py.com (para
web. quem utiliza os sistemas operacionais citados, basta bai­
xar e executar).
Se você estiver utilizando Linux, baixe a versão código
fonte. Se o seu Linux for o Ubuntu, pode ser que seja ne­
cessário instalar a biblioteca python­tk, através da utiliza­
ção do seguinte comando: sudo apt­get install python­
tk. Faça download da versão código fonte do web2py e
As aplicações no web2py são desenvolvidas seguindo o descompate­o, então, dentro do diretório "web2py", abra
padrão MVC, permitindo uma melhor organização entre as um terminal e execute o comando python web2py.py.
camadas de dados, lógica e apresentação. É possível rodar o web2py em um servidor com Apache,
Além de diversos facilitadores para as tarefas de modela­ ou em qualquer outro servidor com suporte para WSGI,
gem de banco de dados, internacionalização, criação de CGI/FASTCGI ou com função de proxy. O web2py também
formulários com validação e Ajax, marcação de templates pode se conectar a vários tipos de bancos de dados, po­
e upload de arquivos, o web2py também possui uma estru­ rém, como o framework já vem com um webserver próprio
tura pronta para servir conteúdo nos mais diversos forma­ e com os pacotes necessários para acesso ao SQLite, uti­
tos, como feeds RSS, webservices XML­RPC, JSON etc, lizaremos a configuração padrão neste tutorial. Ao rodar o
além de permitir a utilização de módulos e plugins adicio­ comando citado acima, a seguinte tela será exibida:
nais.
De acordo com o seu criador, o web2py foi muito inspira­
do no Ruby On Rails e no Django, e podemos perceber
que ele incorpora muitas das boas práticas de outros web
frameworks. Um bom exemplo disso é a classe Lazy.T,
que provê tradução dinâmica de uma maneira muito seme­
lhante ao Pylons, tornando muito fácil a tarefa de internaci­
onalizar qualquer aplicação web.
Além disso, a comunidade de desenvolvimento é bastan­
te ativa e aberta a sugestões dos usuários, contando inclu­
sive com a ajuda de alguns desenvolvedores brasileiros no
time. Em muitos casos, o próprio criador do framework res­
ponde as dúvidas dos usuários, ajuda a resolver proble­
mas ou discute as sugestões de melhorias e novas imple­
mentações.
Interface para gerenciamento do servidor
De uma forma muito ágil, o framework vem melhorando
e sendo atualizado com o que há de melhor no mundo do Defina uma senha para acesso à aplicação de adminis­
desenvolvimento web com Python. Devido à essa dinâmi­ tração e clique em Start Server. Seu navegador abrirá au­
ca, o web2py se configura como uma ótima escolha, tanto tomaticamente, exibindo a aplicação welcome (aplicação

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DESENVOLVIMENTO ∙ Desenvolvimento Web com Python

modelo). Além disso, temos a aplicação admin, uma interfa­ São criadas a partir de templates que podem responder
ce de administração para as outras aplicações, e também conteúdo no formato HTML, RSS, XML e JSON, entre
a aplicação examples, que apresenta diversos exemplos outros.
de código. [languages] ­ Local onde definimos arquivos de lingua­
gem que permitem a internacionalização das aplica­
Aplicação welcome
ções.
[static] ­ Neste diretório, inserimos arquivos que não ne­
cessitam de processamento, como estruturas estáticas
de layout, imagens, arquivos de estilo CSS e JavaS­
cript.
[modules] ­ Aqui colocaremos bibliotecas e módulos
Python que não fazem parte do web2py, mas que po­
dem ser importados e utilizados nas aplicações.
Em Models, crie um novo modelo chamado config:

Clique em [click here for admin...] e entre com a senha


definida no passo anterior. A seguir, crie uma nova aplica­
ção chamada HelloWorld.

Será criado, dentro da pasta web2py/applications/Hel­


loWorld/models/, um arquivo chamado config.py.
Será exibida uma mensagem avisando que a nova apli­ Você poderia utilizar o editor ou IDE de sua preferência,
cação foi criada. como Gedit, VIM, bloco de notas ou Eclipse, mas o
web2py abrirá um editor próprio para que você edite o có­
digo do model no navegador. Por enquanto, não usaremos
bancos de dados, iremos apenas definir um modelo de da­
dos estáticos. Escreva as seguintes linhas de código:
# c odi ng: ut f 8
t i t ul o = " Ol á Mundo! "
s ubt i t ul o = " Des env ol v endo c om web2py "
Esta é a tela de administração principal da aplicação Hel­ dados doaut or = { ' nome' : ' Br uno Cez ar Roc ha' , ' t wi t ­
lo World; nela você visualiza os seguintes itens: t er ' : ' @r oc hac br uno' }

[models] ­ É o local onde definimos e gerenciamos os Salve o arquivo e clique em EDIT no menu superior para
modelos de dados da aplicação, efetuamos conexões retornar à página de administração da aplicação.
com bancos de dados e definimos a modelagem das ta­ Agora, você irá editar o controller default.py, responsável
belas, constantes, variáveis e configurações de acesso por definir as ações que serão chamadas por padrão
global. quando a sua aplicação for acessada pelo navegador.
[controllers] ­ São as ações da aplicação. Aqui definimos O web2py utiliza um esquema de mapeamento de URL
as regras de negócio e as validações de tempo de exe­ baseado nas ações dos controllers, portanto, quando a
cução; o controller é quem recebe a entrada de dados, URL http://127.0.0.1:8000/HelloWorld/default/index/ for re­
invoca os objetos do modelo de dados, efetua as valida­ quisitada no navegador, a ação index (que está definida
ções e envia como resposta uma visão. dentro do controller default da aplicação HelloWorld) será
[views] ­ São as visões que servirão para apresentar os iniciada, invocará os dados dos models e responderá com
dados do model, invocados e tratados pelo controller. uma view.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org | 75


DESENVOLVIMENTO ∙ Desenvolvimento Web com Python

Esquema de mapeamento de URL padrão do web2py: Controller.


ht t p: / / s er v i dor : por t a/ apl i c aç ão/ c ont r ol l er / aç ão Salve a view default/index.html e abra em seu navega­
O web2py, diferente de outros frameworks, não utiliza dor a URL http://127.0.0.1:8000/HelloWorld/default/index.
classes para definir as ações dos controllers. Isso significa Essa URL exibe o resultado renderizado do template que
que não existem métodos, e as ações são na verdade fun­ você definiu no arquivo index.html.
ções Python definidas dentro do arquivo de controller. Edi­
te a função index do controller default.py, apague todo o
conteúdo presente no arquivo e escreva o seguinte códi­
go:
#def i ne a aç ão i ndex
def i ndex ( ) :
' ' ' aqui c r i amos a l ógi c a da apl i c aç ão
v amos r et or nar uma s oma por ex empl o' ' '
s oma = 10 + 10
' ' ' Tr at amos os dados que es t ão no model
adi c i onando nov os dados em t empo de ex ec uç ão' ' '
dados doaut or [ ' es t ado' ] = ' SP'
dados doaut or [ ' l i nguagem' ] = ' Py t hon'
' ' ' na l i nha abai x o r et or namos o r es ul t ado
da s oma par a s er ac es s ado pel a Vi ew' ' '
r et ur n di c t ( mi nhaSoma=s oma)

(Importante: é preciso respeitar a indentação de código Para retornar à tela de administração, basta acessar a
do Python, portanto, escreva o código considerando os es­ URL http://127.0.0.1:8000/admin/.
paços e as linhas em branco) Se você deseja saber mais sobre o web2py, consulte a
Por fim, edite a visão responsável por apresentar estes documentação oficial (em inglês) disponível no link
dados ao usuário. Para fazer a marcação de template, o http://web2py.com. Para dicas, tutoriais e informações so­
web2py utiliza a própria linguagem Python, facilitando a in­ bre treinamentos (em português) visite http://rochacbru­
tegração com um layout pronto disponibilizado por um de­ no.com.br/web2py.
signer. Apenas será necessário definir, dentro das marcas Esta foi a primeira parte de uma série de artigos sobre
{{ }}, os blocos de código a serem executados e as variá­ desenvolvimento web com Python. Na próxima edição
veis que o web2py irá renderizar em tempo de execução. continuaremos abordando o framework web2py. Você tam­
Para isso, edite a view default/index.html e apague todo bém irá aprender como modelar as tabelas e relaciona­
o conteúdo que existe dentro dela, deixando conforme o mentos através da DAL, e como acessar os bancos de da­
código abaixo: dos SQLite e MySQL. Até lá!
<ht ml >
<head> Sobre o Autor
<t i t l e> { { =t i t ul o} } </ t i t l e>
</ head> BRUNO CEZAR ROCHA <rochacbru­
<body > no@gmail.com> é programador e con­
<s pan> { { =s ubt i t ul o} } <s pan>
<ul > sultor web. Desenvolve soluções com
{ { f or i t em, dado i n dados doaut or . i t er i ­ Python utilizando os frameworks Pylons
t ems ( ) : } }
<l i > { { =i t em} } ­ { { =dado} } </ l i > e web2py. Atualmente, é um dos desen­
{ { pas s } } volvedores da Secretaria de Habitação
</ ul >
<s pan>a Mi nha s oma é : { { =mi nhaSoma} } </ s pan>
da Prefeitura de São Paulo. É membro
</ body > da Associação Python Brasil, entusiasta
</ ht ml > do software livre e evangelista da linguagem Python e do
A marcação para escape é feita dentro de {{ e }}, sendo web framework web2py. Blog: http://rochacbruno.com.br /
assim, é permitido escrever qualquer tipo de código @rochacbruno.
Python e imprimir os dados retornados pelo Model e pelo

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org | 76


GAMES ∙ HEDGEWARS

Hedgewars
Por Carlos Donizete

Hedgewars  é  um  game  opensource  de 


estratégia  extremamente  parecido  com  o 
famoso Worms, com a diferença que nesse jogo 
ao  invés  das  famosas  minhocas  do  Worms  são 
os  simpáticos  ouriços  enlouquecidos  com 
arsenal de armas como bazooka, shotgun, rifles 
com  laser,  granadas,  morteiros,  melancias 
explosivas,  dinamites,  queijo  velho,  bombas 
aéreas, entre outros.
Dependendo  do  clima  do  jogo,  como 
vento,  irá  interferir  a  trajetória  de  algumas 
armas. 
Os  simpáticos  ouriços  também  possuem 
máscaras  de  famosos  personagem  como 
Pikachu, Sonic, Ryo, etc... 
No  jogo  você  escolhe  entre  treinar,  jogar 
contra  o  computador,  contra  amigos  (LAN)  ou 
via  internet  (Multiplayers)  onde  necessita  agora 
que  se  registre  no  site  do  jogo  para  jogar: 
http://www.hedgewars.org
Os  comandos  do  jogo  são  bem  simples: 
Para  abrir  o  menu  de  armas  disponíveis,  clique 
lado  direito  do  mouse  ou  tecle  F3,  barra  de 
espaço  dispara  a  arma  selecionada  e  a  tecla 
Enter pula. 

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |77
GAMES ∙ HEDGEWARS

O  jogo  se  encontra  em  várias  distribuições 


Gnu/Linux  em  seus  respectivos  repositórios, 
como  por  exemplo  no  Ubuntu  Linux  10.04, 
bastando  ir  no  Central  de  Programas  do 
Ubuntu  em  Aplicativos  ou  no  Gerenciador  de 
pacotes  Synaptic  localizado  em  Sistema  > 
Administração, e procurar por hedgewars.

Figura 1 ­ Instalando através da Central de Programas do Ubuntu

Figura 3 ­ Tirinha bem humorada com o Hedgewars

CARLOS DONIZETE é técnico em suporte 
de hardware e software onde reside no 
Estado de São Paulo. Criador e 
administrador do site Ubuntu Games, onde 
Figura 2 ­ Instalando através do Synaptic desenvolve tutoriais de jogos para as 
disbtribuições Debian/Ubuntu Linux desde 
2006 voltado ao público iniciante. É 
conhecido pela comunidade Ubuntu Brasil 
pelo apelido Coringao, onde participa desde 
2005.

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |78
SYSADMIN ∙ GERENCIANDO UNIDADES NO UBUNTU

Gerenciando unidades no Ubuntu


Por Igor Morgado

stock.sxc.hi
Certo, você acabou de comprar um disco externo. Será
que ele vai funcionar no seu Ubuntu? Ou você quer aces­
sar os seus dados que estão no volume do Microsoft Win­
dows. Neste artigo vamos aprender como manusear diver­
sos tipos de unidades, sejam móveis ou fixas, e como
manter seus dados sempre acessíveis, independente de
onde você escreve ou lê seus arquivos.
Mas o que são as unidades? Podemos pensar em uni­
dades como locais onde armazenamos os dados por ex­
emplo, um pen drive, disco rígido, um DVD, um cartão de
memória, todos são unidades de armazenamento de da­
dos (ou simplesmente unidades)

Inserindo novas unidades


Já passou o tempo em que era necessário executar co­
mandos complexos e entender profundamente sobre parti­
ções, sistemas de arquivos, pontos de montagem, arqui­
vos de dispositvo (quer saber mais? Veja a caixa lateral)
para que alguém tivesse sucesso em acessar os dados,
dentro do Ubuntu simplesmente ao se conectar uma nova

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org | 79


SYSADMIN ∙ GERENCIANDO UNIDADES NO UBUNTU

unidade ela é reconhecida e exibida na área de trabalho


com um ícone bastante elegante e representativo.

Removendo unidades em uso


Ao terminar de utilizar a sua unidade, é importante infor­
mar ao Ubuntu que você quer removê­la. Para isso, use o
botão direito sobre o ícone da unidade (pode ser tanto na
área de trabalho, como no gerenciador de arquivos Nauti­
lus) e escolha a opção remover unidade com segurança.
Executando esta operação, antes de remover o dispositi­
vo, garante que todos os dados foram completamente es­
critos na unidade, sendo assim você pode retirar sem qual­
quer problema. A opção ejetar faz a mesma coisa, com um
Interface do utilitário de unidades
adicional, se houver possibilidade física também ejeta a
unidade (como por exemplo CD, DVD, Zip drives e fitas cos (para unidades que ficam temporariamente
magnéticas). conectadas).
Das informações fornecidas pelo utilitário de unidades
as mais úteis são:
­ Tipo ­ Qual o sistema de arquivos utilizado, os mais co­
muns são FAT, NTFS, Ext4, Swap
­ Capacidade ­ Exibe a capacidade máxima de armaze­
namento da unidade ou do volume
­ Ponto de Montagem ­ Em qual diretório os dados deste
Dominando as unidades volume podem ser acessados (para comodidade, nor­
Mas, para controlar totalmente as suas unidades, existe malmente são adicionados no menu Locais)
o Utilitário de Unidades (Sistema > Administração > Utili­ As seguintes operações podem ser executadas em uma
tário de Unidades). unidade:
Este aplicativo organiza as unidades como: Armazena­ ­ Formatar unidade ­ Cria uma nova tabela de partições,
mento Local (para as unidades que estão permanentemen­ esta operação deve ser executada em discos novos
te conectadas ao computador) e em Dispositivos Periféri­ (utilizar esta operação em unidades com dados, torna­

Unidade? Dispositivo? Partição? Volume? Sistemas de arquivos?

Todos estes nomes e especificidades fazem a cabeça


de qualquer um que está começando rodar, mas afinal o
que são todos estes nomes? Podemos vê­los como uma
estrutura em camadas onde os arquivos são a parte
mais próxima do usuário e a unidade seria a parte física
(o que você compra na loja). Uma unidade pode ser divi­
dida em uma ou mais fatias lógicas chamadas parti­
ções (particionamento) cada partição por sua vez pode vez o volume deve ser formatado (através da formata­
ser (ou não) agrupada em um volume (gerenciador de ção) em de uma forma especifica conhecido como sis­
volumes/LVM), cada volume/partição/unidade possui um tema de arquivos que define como os arquivos serão
nome especial para o sistema operacional que é o nome organizados.
do dispositivo (os nomes entre parenteses), por sua

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org | 80


SYSADMIN ∙ GERENCIANDO UNIDADES NO UBUNTU

Elevando a compatibilidade
O Linux é extremamente versátil e capaz, com ele você
pode acessar dados de quase todos os sistemas opera­
cionais existentes e conectar­se a quase todos os pro­
tocolos, mas o mesmo não acontece com o sistema
operacional mais usado da atualidade (Microsoft Win­
dows). Por isso se você quer compartilhar os dados que
estão no seu computador (ou em unidades externas)
com ambos os sistemas operacionais sempre utilize um
sistema de arquivos que seja facilmente acessado pelo
Windows (como NTFS ou VFAT), desta forma o acesso Benchmark de uma unidade

aos dados é garantido. Existem algumas pequenas des­


vantagens. Ao utilizar um dos dois sistemas de arqui­ do de diretório (para o local onde ele foi montado)
vos, perde­se o controle de acesso por usuário, ou seja, ­ Checar sistema de arquivos ­ Verifica por falhas no sis­
qualquer um pode ler e escrever no dispositivo (default), tema de arquivos, obrigatoriamente o volume tem que
outro pequeno problema é que a performance não é tão estar desmontado para esta operação
boa quanto dos sistemas de arquivos nativos do Linux ­ Formatar o volume ­ Apaga o conteúdo do volume e
(como o Ext4 ou o XFS). gera uma estrutura nova para armazenar os arquivos.
­ Criar uma partição ­ Cria um segmento lógico no disco
os inacessíveis) para ser utilizado
­ Remoção segura ­ Desliga a unidade para que possa ­ Excluir partição ­ Apaga um segmento lógico no disco
ser removida com segurança ­ Editar partição ­ Modifica os atributos de uma partição
­ Benchmark ­ Faz um teste de performance na unidade
Utilize esta ferramenta com precaução, pois ela pode dei­
o teste pode ser de leitura somente ou leitura e escrita
xar seus dados inacessíveis muito rapidamente. O Utilitá­
(o teste de leitura e escrita exige uma unidade vazia)
rio de Unidades substitui o uso de diversas ferramentas de
Uma vez que a sua unidade possua uma tabela de parti­
ções (criado com o formatar unidade), as seguintes opera­ linha de comando (mkfs, fsck, fdisk, dd, mount, umount)
ções podem ser executadas: de forma simples, objetiva e extremamente agradável.
­ Desmontar volume ­ Desliga o acesso ao volume, os Não a subestime.
dados ficam inacessíveis até que que este volume seja
"montado". IGOR MORGADO é administrador de
­ Montar o Volume ­ Liga o acesso ao volume através de sistemas e de redes, e instrutor há 13 anos.
um diretório (normalmente dentro de /media). Montar é Atuou em grandes empresas como IBM, Sun e
simplesmente associar um dispositivo a um diretório pa­ HP se especializando em gerenciamento de
ra que ele possa ser acessado como se ele fosse parte rede e segurança. Hoje é Diretor de
natural do sistema. Uma vez montado, o acesso aos da­ Tecnologia da Gnutech e pratica Aikido
dos é feito de forma transparente, simplesmente mudan­ sempre que possível.

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GRÁFICOS ∙ ANIMAÇÃO DIGITAL ­ PROCESSO DE PRODUÇÃO ­ PARTE II

Alexandre Batista Graça ­ ricolandia.com
Nesta  segunda  parte,  va­ ra  florear,  dramatizar, 
mos tratar da base de uma ani­ enriquecer  uma  simples  frase. 
mação,  de  um  filme,  de  um  Porém,  para  o  cinema,  temos 
conto  literário.  Estou  falando  o recurso da imagem e som pa­
da história, da idéia central, de­ ra  nossa  "escrita"  na  tela;  ou 
pois o argumento e roteiro. Pa­ seja,  o  cognitivo  do  espectador 
ra  formatar  todo  o  texto  e  é  estimulado  pelo  que  este  ob­
organizar o projeto em um story­ serva e escuta. O nosso texto ( 
board,  utilizaremos  o  programa  roteiro  )  é  para  descrever  co­
livre Celtx. mo estes recursos serão utiliza­
Para  se  contar  uma  histó­ dos para contar a história.
ria,  precisamos  desenvolver  a  Não  cabe  neste  artigo 
capacidade  de  escrever  uma  uma  aula  sobre  roteirização, 
narrativa  que  consiga  transfor­ até porque é um assunto extre­
mar  qualquer  ação  simples  em  mamente  extenso;  então  expo­
um  grande  acontecimento.  Se  rei  algumas  dicas  para  facilitar 
fosse  um  texto  literário,  utiliza­ a criação do mesmo. 
ríamos  recursos  estilísticos  pa­

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GRÁFICOS ∙ ANIMAÇÃO DIGITAL ­ PROCESSO DE PRODUÇÃO ­ PARTE II

1­ A idéia central deve es­ Na  animação,  recomendo  Ao  termos  as  idéias,  as 


tar bem definida; as  obras  que  se  distanciam  do  principais  ações,  os  persona­
que se vê na televisão ou cine­ gens  e  a  história  definidos;  va­
ma  comercial  (  não  estou  jul­ mos  montar  tudo  isso  e 
2­ Um  roteiro  independe  gando­as  ruins,  apenas  penso  formatar  automaticamente  com 
de seguir linearmente e normal­ ser  importante  procurar  outras  o  Celtx.  Bem  o  que  é  o  Celtx? 
mente apresenta três atos:  fontes não muito comuns ); pro­ O  Celtx  é  um  programa  com­
  Ato  1  ­  os  personagens  curem  no youtube por  :  Yuri  pleto  de  pré­produção.  Neste, 
são  apresentados,  a  história  é  Norstein  e  suas  obras "Hed­ podemos escrever o roteiro em 
ambientada;  gehog  in  the  fog"  e  "Tale  of  ta­ diversos  formatos  seguindo 
les";  Russian  animation  [  "A  modelos  como: Roteiro  fil­
  Ato  2  ­  a  aventura,  as  fish"; "Triplets of belleville" ­ Fil­ me ; Teatro ­Padrão  internacio­
desventuras acontecem; me  francês.  Existem  dezenas  nal; Audio  e  Video ­  incluindo 
  Ato 3 ­ a conclusão do fil­ de  outros  exemplos  de  obras  documentários,  videoclipes  e 
me. que  fogem  ao  comum  que  va­ anúncios; Audio ­  incluindo  lis­
lem ser assistidas pela contribui­ tas para rádio e podcasts; Qua­
ção  artística.  Pesquisem  mais  drinhos.  Podemos  ainda 
3­ A  fórmula  mais  utiliza­ sobre  animações  e  filmes  que  adicionar  trilhas  de  áudio,  ima­
da comercialmente para impres­ venham  do  leste­europeu,  pois  gens,  vídeo  e  comentários  pa­
sionar  e  cativar  o  espectador  não podemos desprezar a baga­ ra  montagem 
ainda  é:  o  estrageiro  salvador,  gem  cultural  destes  povos  que  de storyboards e animatics.
um  casal  que  pode  se  relacio­ serviram  como  base  para  as 
nar ou não, um segredo escon­ Ele  ganhou  recentemente 
Américas.  Temos  que  apurar  o  uma função de desenho de ce­
dido  por  algum  dos  olhar  crítico  para  desenvolver 
personagens  ou  o  segredo  que  na,  onde  podemos  colocar  ele­
a capacidade de separar as pro­ mentos  de  cena  como  fundo 
desvenda  a  história.  No  assun­ duções  voltadas  para  a  indús­
to  animação,  ainda  temos  os  verde,  posição  de  camera  e 
tria  das  que  tem  outro  tipo  de  personagens  para  marcação 
arquétipos: o falastrão engraça­ contribuição.
do  e  atrapalhado,  o  carrancu­ no  espaço.  Isso  serve  para  re­
do  e  o  espertalhão;  todos  Mencionando  essas  dicas  solver  posicionamento  de  to­
formando um bando ou grupo.  acima e não digo que são a fór­ dos  os  elementos  que  serão 
mula perfeita, ou que são o es­ utilizados  na  cena.  Com  a  dis­
copo  do  correto;  nada  disso.  posição  desse  esquema  em 
4­ Recomendo  o  estudo  Apenas  apresentei  uma  forma  uma  visão  superior,  podemos 
da  literatura  clássica,  pois  des­ muito utilizada. Embora eu tam­ modificar  as  posições  dos  ele­
sa  fonte  é  que  beberam  todos  bém  não  goste  de  agradar  ao  mentos  que  tem  uma  aparên­
os  grandes  literatos  e  cineastas  senso  comum,  ou  de  escrever  cia  de clipart, e  podem  ser 
contemporâneos.  Creio  que  va­ para  um  público  específico,  adquiridos  no  própio  site,  po­
le muito estudar as obras atuais  não nego ou desprezo o conhe­ rém,  pago,  uma  maneria  de 
de diretores autores como o Feli­ cimento  que  funciona  para  a  sustentar o projeto.
ne,  Antonione,  Glauber  Rocha,  maioria. A genialidade de um ro­ Para  conhecer  mais  so­
Herzog,  Bergman,  etc.  Mas  ao  teiro  bem  escrito  e  uma  dire­ bre  o  programa  e  suas  funcio­
Clássico  todos  estes  recorre­ ção  primorosa  fazem  do  filme  nabilidades,  visitem  o  site 
ram.  Vale  lembrar  que:  escre­ uma  grande  obra.  Portanto,  oficial: http://celtx.com/.
ver  bem  depende  de  ler  bem,  um bom roteiro precisa de uma 
ou seja, é preciso ler muito. boa direção. A  seguir,  algumas  ima­
gens do programa:

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |83
GRÁFICOS ∙ ANIMAÇÃO DIGITAL ­ PROCESSO DE PRODUÇÃO ­ PARTE II

Figura 1 ­ Tela inicial Figura 2 ­ Interface de roteiro

Figura 3 ­ Interface do storyboard Figura 4 ­ Interface do planejamento de projeto

Agracimento a Leandro Ferra, pela contribuição com as 
informações do CELTX.

RICARDO GRAÇA é ilustrador. Formado 
em letras, atua como um dos diretores da 
Quadro­Chave e diretor de criação da 
RME Comunicação; é oficineiro em proje­
tos do SESC e designer da Literis Treina­
mentos Online. Produtor, roteirista, diretor 
de curtametragens de animação e editor 
Figura 5 ­ Inteface de desenho rascunho de vários vídeos institucionais, comerciais 
e palestras sobre softwares livres voltados 
para área gráfica e multimídia.

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |84
EVENTO ∙ JOOMLA DAY BRASIL 2010 ­ BRASÍLIA/DF

Por Hellen Bernardes

Todo  ano,  em  diversos  países,  Joomla! no Brasil. É importante destacar que os 


desenvolvedores,  designers,  estudantes  brasileiros  se  tornaram  grandes  colaboradores 
empresários  e  curiosos  se  reúnem  para  discutir  no desenvolvimento da ferramenta. 
Joomla.  O  sistema,  gratuito,  serve  para 
O  Joomla!  Day  2010  está  dentro  da 
gerenciar  conteúdos,  layout  e  outras 
programação  de  comemoração  dos  50  anos  da 
funcionalidades  para  sites  de  pequeno,  médio  e 
capital,  sem  contar  que  Brasília  também  se 
grande  porte.  Se  você  é  da  área  e  ainda  não 
tornou  grande  mercado  para  profissionais  que 
tinha  ouvido  falar,  é  melhor  se  atualizar  e  o 
trabalham  com  o  sistema.  Entre  ministérios, 
Joomla Day é uma ótima oportunidade.
autarquias  e  outros  órgãos  do  poder  executivo, 
O  Joomla  Day  surgiu  com  o  objetivo  de  judiciário e legislativo grande parte dos portais e 
compartilhar  conhecimento  e  experiências  na  sites na Internet são gerenciados pelo Joomla. A 
utilização  deste  gerenciador  através  de  grande  visibilidade  também  fez  com  muitas 
palestras, oficinas e atividades complementares.  associações,  organizações  e  empresas  se 
No  Brasil,  o  Joomla  Day  acontece  há  três  anos  interessassem.  Vários  profissionais  com 
e  pela  primeira  vez  será  realizado  na  capital  do  experiência  em  aplicação  do  Joomla  para  sites 
país,  Brasília.  Seguindo  a  estimativa  da  3ª  governamentais  estarão  no  evento.  Será  uma 
edição  realizada  em  2009  no  Rio  de  Janeiro,  boa  oportunidade  para  conhecer  experiências 
cerca  de  300  pessoas  devem  participar  do  de sucesso. 
evento.
Em sua quarta edição o evento já faz parte 
SERVIÇO:
da  agenda  oficial  da  Comunidade  de  Usuários 
Joomla! Day 2010
Data: 04 e 05 de setembro
Local do evento: auditório do CREA­DF, 
Conselho Regional de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia do Distrito Federal, 
localizado na SGAS QD 901 CJ D ­ Asa Sul [  
Brasília­DF.
Inscrições: até o dia 02 de setembro.
Valor: R$ 80,00
Informações: www.joomladaybrasil.org/2010

Figura 1 ­ A edição de 2009 foi um sucesso

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |85
QUADRINHOS

QUADRINHOS
Por José James Figueira Teixeira

DEPARTAMENTO TÉCNICO

DEPARTAMENTO TÉCNICO

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |86
AGENDA ∙ O QUE TÁ ROLANDO NO MUNDO DE TI

AGENDA
AGOSTO
Evento: Linux In Rio Evento: 15. EDTED ­ Salvador
Evento:  II  Fórum  Amazônico  Data: 03/09/2010 Data: 18/09/2010
de Software Livre Local: Duque de Caxias/RJ Local: Salvador/BA
Data: 31/08 a 03/09/2010
Local: Santarém/PA Evento:  1º  Install  Fest  Evento:  Software  Freedom 
openNORTE Day 2010
Evento: LinuxCon 2010 Data: 04/09/2010 Data: 18/09/2010
Data: 31/08 e 01/09/2010 Local: São Mateus/ES Local:  Simultaneamente  em 
Local: São Paulo/SP diversas  cidades  em  todo  o 
Evento:  Joomla  Day  Brasil  mundo
2010
SETEMBRO Data: 04 e 05/09/2010 Evento: WordPress Summit
Local: Brasília/DF Data: 25/09/2010
Evento:  FAD  ­  Festival  de  Local: São Paulo/SP
Arte Digital Evento: QCON São Paulo
Data: 01/09/2010 a 05/10/2010 Data: 11/09 e 12/09/2010
Local: Belo Horizonte/MG Local: São Paulo/SP

ENTRE ASPAS ∙ CITAÇÕES E OUTRAS FRASES CÉLEBRES SOBRE TECNOLOGIA

          Computadores são inúteis. Eles podem 
apenas dar a você respostas.

Pablo Picasso ­ Pintor espanhol

Fonte: Wikiquote

Revista Espírito Livre | Agosto 2010 | http://revista.espiritolivre.org |87

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