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Módulo de GO Rodrigo Marques Saldanha

Caso 1: Diagnóstico de Gravidez e Alterações no Corpo da Mãe

1) Diagnóstico de Gravidez:
 O processo de tal diagnóstico geralmente se inicia quando uma mulher se apresenta com sintomas e, algumas
vezes, com teste domiciliar de gravidez positivo.
 Ao exame é possível encontrar sinais presuntivos ou diagnósticos de gravidez.
a) Classificação dos Sinais:
 Sinais de Possibilidade ou Presunção:
 Com 4 semanas, ocorre amenorreia (atraso menstrual < 10-14 dias) (PRECOCE) em mulheres jovens,
regularmente menstruadas, e com vida sexual, a ausência do catamênio pressupõe a prenhez
 Com 5 semanas, ocorrem manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança
de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
 Medcurso fala que náusea surge entre a 6-14 semana, tendo como espectro clinico MAIS grave a síndrome
de Hiperêmese Gravídica que corresponde a náuseas + vômitos + perda de peso (>5%) + desidratação +
distúrbio hidroeletrolítico + cetose + cetonúria
 Náuseas: > 50% das mulheres sofrem de náuseas, geralmente matutinas no 1º trimestre da gestação e com
consequência imediata vômitos e anorexia
 Outras mulheres têm o apetite aumentado, não sendo raro sua perversão (pica ou malacia), ou a
extravagância alimentar;
 Com 5 semanas, ocorrem modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos
mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal
e cervical, aumento do volume abdominal).
 Com 8 semanas, a aréola primaria torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos de Montgomery
 Com 16 semanas, o colostro (secreção amarela) é produzido e pode ser obtido por expressão mamaria
correta e também surge a rede de Haller (aumento da circulação venosa);
 Com 20 semanas, surge a aréola secundaria, traduzindo a maior pigmentação, de limites imprecisos, em
volta do mamilo
 Com 6 semanas, ocorre polaciúria (pouca urina, mas micção frequente) é habitual no 2-3º mês, quando o
útero, aumentado de volume e em anteflexão acentuada, comprime a bexiga. No 2º trimestre, cessa a
sintomatologia, que retorna nas 2 últimas semanas, ao se insinuar a apresentação fetal;
 Sinais de Probabilidade (Mais Precoces):
 Com 6 semanas, ocorre amenorreia (atraso menstrual > 10-14 dias);
 O aleitamento e a menopausa também podem ser causa de amenorreia;
 Dentre as amenorreias patológicas sobressaem as de origem emocional, as vigentes durante o uso dos
anovulatórios, demais e inúmeras outras
 Sinal Ligado à Implantação Embrionária:
 Sinal de Hartman: Sangramento que ocorre 7-8 dias após a fecundação devido à implantação do
blastocisto (a implantação começa no 6º dia)
 Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;
 Com 6 semanas, ocorre o aumento do volume uterino que tem tamanho de uma tangerina; com 10 semanas,
o de uma laranja e com 12 o tamanho da cabeça fetal de termo, sendo palpável logo acima da sínfise púbica;
 Com 8 semanas o útero adquire consistência cística, elástica-pastosa, principalmente no istmo (sinal de
Hegar). Por vezes tal é o amolecimento dessa região, que se tem a sensação de achar-se o corpo separado
do colo;
 Com 8 semanas, ocorre alterações da forma uterina: inicialmente cresce o útero de modo assimétrico,
desenvolve-se mais acentuadamente na zona de implantação.
 Devido à congestão, o peritônio torna-se rugoso facilitando a preensão uterina (sinal de Hozapfel)
 A implantação ovular desencadeia um crescimento uterino assimétrico, caracterizado por um
abaulamento e amolecimento do sitio de implantação ovular, em comparação ao restante do útero o que
traduz a assimetria uterina na palpação (sinal de Piskacek).
 A partir da 8ª semana, quando a matriz, de piriforme assume a forma globosa, o dedo que examina
encontra os fundos de saco ocupados pelo corpo uterino gravídico (sinal de Nobile-Budin).
 Há percepção dos batimentos do pulso vaginal, nos fundos de saco (sinal de Osiander), à conta da
hipertrofia do sistema vascular;
 Pelo toque vaginal, ao entreabrir a vulva, chama a atenção a coloração violácea da sua mucosa
(vestíbulo e meato urinário), o que se denomina sinal de Jacquemier ou de Chadwick. A mesma
tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de Kluge
 Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal
nos fundos de sacos laterais);
 Com 16 semanas o aumento do volume abdominal é percebido e o útero torna-se palpável com 12 semanas;

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 Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do 8º ou 9º dia após a fertilização.
 Positivo na urina em 6 semanas e no sangue em 3 semanas.
 Pico: 8 -10ª sem
 Falso +: psicotrópicos, anticonvulsivante, ACHO, hipertireoidismo, fator reumatóide, neoplasias produtoras
de HCG
 Sinais de Certeza (Mais Tadios):
 São dados pela presença do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela sua movimentação ativa.
A USG os rastreia com 7-8 semanas;
 Com 14 semanas há o sinal de Puzos que consiste no rechaço fetal intrauterino, que se obtém impulsionando
o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. Consegue-se, desta maneira, impressão de rechaço
quando o concepto se afasta e outra quando ele retorna;
 Com 18 semanas há a percepção e palpação dos movimentos ativos do feto que inicialmente são discretos,
mas ao longo da gestação tornam-se mais vigorosos
 A partir de 18 - 20 semanas, é possível a identificação de segmentos fetais pela palpação abdominal pelo
examinador;
 Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo
Pinard a partir de 19-20 semanas em gravidas NÃO obesas;
 A Frequência Cardíaca fetal varia de 120-160 bpm;
 Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); USG Abdominal USG Transvaginal
 Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado Saco Gestacional 5 semanas 4 semanas
por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas Embrião 6 semanas 5 semanas
gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira BCF 7 semanas 6 semanas
manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. Calota Craniana 12 semanas 11 semanas
OBS.: Sintomas Tardios NÃO são empregados para o diagnóstico da gravidez
 DISPNEIA:
 Usualmente é suave, de aparecimento gradual, e NÃO está associada a outros sinais ou sintomas pulmonares
(tosse, esforço respiratório).
 Ela é causada pelos efeitos da progesterona no centro respiratório (aumento da FR).
 Caso a “ falta de ar” ocorra de forma aguda e se associe à taquicardia, dor torácica, hemoptise ou sinais de
trombose venosa, deve-se considerar a possibilidade de embolia pulmonar;
 LOMBALGIA:
 Tipicamente ocorre após o 1º trimestre, mas pode ocorrer na gestação inicial.
 Este sintoma resulta de uma modificação no centro de gravidade materno e dos efeitos dos hormônios da
gravidez. Por outro lado, a embedição gravídica promove modificações do sistema articular, com relaxamento
de seus ligamentos. Esta frouxidão acomete TODAS as articulações do organismo materno e contribui para as
alterações na postura materna, que desencadeiam lombalgias, sobretudo na gravidez avançada;

b) Diagnóstico Clínico pelo Exame Físico:


 ANAMNESE:
 A anamnese é o ponto inicial de todo o diagnóstico clínico da gravidez.
 É neste instante que se estabelece uma boa relação médico-paciente, com aconselhamento psicológico
(quando for necessário, principalmente, em gestantes adolescentes), dentre outros.
 A anamnese minuciosa deve conter dados acerca de:
 Atraso Menstrual:
 É considerado o 1º e mais importante sintoma clínico de gravidez da mulher eumenorréica e com
vida sexual ativa.
 O diagnóstico da gravidez é dado a partir dos sinais de presunção, dentre os quais, a amenorréia
(ausência de sangramento menstrual) é a mais exuberante.
 Dados estatísticos comprovam que 0,7% dos casos, as perdas sanguíneas são contínuas até o
3º mês de gestação. Isto se deve a implantação do ovo à decídua.
 A amenorréia é fisiológica em 3 outras situações, além da própria gestação: período pré-puberal
(durante a infância), menopausa, durante o período de lactação (aleitamento).
 A amenorréia é fisiológica durante a etapa pré-puberal, pelo fato do não-amadurecimento do eixo
hipotálamo-hipófise-ovariano.

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 Outras condições, podem ainda induzir a amenorreia Diagnóstico Diferencial de Amenorreia


(tabela ao lado). Condições Endocrinopatias/anemias graves/cisto
 Amenorréia é a ausência do fluxo menstrual patológicas ovário
mensal, por no mínimo, 3 meses. Existe uma Uso deAnticoncepcional / clorpromazina
crença idealizada pela população que a amenorréia Medicações /fenotiazina/ reserpina / metildopa /
é sinal de gravidez. O que ocorre é bem diferente, antiblásticos
algumas patologias ginecológicas podem causar amenorréia, a exemplificar: Síndrome dos ovários
policísticos, hímen imperfurado, dentre outros.
 Interrogatório Sistemático:
 Manifestações Neurovegetativas (+ Comuns): náuseas, vômitos, sialorréia, vertigens
 Exame do Sistema Urinário: a poliaciúria ocorre como compressão da bexiga pelo corpo uterino.
 Abdome: Cólicas na região hipogástrica; distensão abdominal e constipação intestinal ocorrem devido ao
aumento da progesterona, que reduz a motilidade intestinal e a constipação pode ser agravada pelo uso de
vitaminas e/ou complementos que contem ferro
 Exame das Mamas: Mastalgia bilateral e sensação de aumentos das mamas (ocorrem consequente à
liberação dos hormônios gestacionais). Alguns autores dizem que tais dores surgem por estimulação
do hCG nas glândulas secretoras mamarias.
 Movimentação Fetal: em multíparas, é percebida a partir da 16ª - 18ª semana, diferentemente, as
primigestas somente percebem esta sensação a partir da 18ª - 20ª semana.
 INSPEÇÃO:
 A inspeção compreende a etapa de visualização, por parte do examinador, de algumas alterações evidentes
em alguns sistemas, tais como: mamas, abdome, genitália interna e externa.
 Cabeça:
 Cloasma Gravídico:
 Geralmente, é visto a partir da 12ª - 16ª semana.
 Visualmente, o cloasma é demonstrado como uma alteração de pigmentação na região das
bochechas (infra-orbitária).
 A hiperpigmentação da gestante parece ser
consequência da HIPERfunção do lobo anterior da
hipófise, por intermédio de suas células basófilas
que, secretando hormônios melanotróficos,
exageram a pigmentação, com preferências para
as regiões, onde, na vida embrionária se realizou a
oclusão da cavidade abdominal.
 Sinal de Halban:
 Constitui o surgimento de lanugem próximo à
inserção dos cabelos, que ocorre como
consequência da intensificação da nutrição dos
folículos pilosos, reflexo do metabolismo próprio da
grávida e principalmente, por influências hormonais.
 Mamas:
 A inspeção das mamas gravídicas demonstra alterações típicas: sinal de Hunter, tubérculos de
Montgomery e Rede de Haller.
 A aréola primitiva, mais escura do que fora
da gestação, apresenta, ao redor, a aréola
secundária, menos pigmentada de limites
imprecisos (aréola gravídica). O sinal de
Hunter ou aréola gravídica é a presença de
uma pigmentação ao redor da aréola
primitiva.
 Os tubérculos de Montgomery
correspondem a glândulas sebáceas hipertrofiadas.
 A rede de Haller representa a dilatação da rede venosa superficial mamária, como uma resposta
fisiológica ao aumento da concentração dos hormônios gravídicos, sendo um pré-
requisito para futura lactação.
 Abdome:
 Durante a inspeção abdominal, nota-se aumento do volume abdominal, associada
a pigmentação acentuada na linha alba (plano mediano, entre o processo xifóide e
a sínfise púbica), sinal semiológico conhecido como Linha Nigra (imagem ao lado)

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 Genitália Interna e Externa


 Na inspeção da genitália, o examinador deve buscar a
presença do sinal de Jacquemier-Luge e de Kluge, ambos
presentes após a 8ª semana de gestação.
 O sinal de Jacquemier-Luge corresponde a coloração
arroxeada do vestíbulo e parede vaginal anterior, explicada
fisiologicamente pelo aumento da vascularização e a própria
embebição gravídica.
 O sinal de Kluge é a coloração arroxeada da mucosa vaginal
durante a inspeção, resultante da congestão.

 PALPAÇÃO:
 Deve-se avaliar, durante a palpação, os seguintes itens:
 Mamas:
 Na palpação, a mama apresenta-se com volume aumentado e mais sensível ao
toque. Durante esta etapa, o examinador deverá, com os dedos polegar e
indicador, comprimir a região periareolar e avaliar a saída do “colostro”. A partir,
ou até‚ mesmo antes, da 10ª semana, já se é possível que se perceba a
presença do colostro.
 Corpo Uterino:
 A palpação do corpo e do fundo uterino é uma etapa de grande
importância no exame físico da gestação. Ora, o corpo uterino, ao longo do
período gestacional, sofre uma série de alterações. Com isto, a sua
localização anatômica habitual apresenta-se em um processo dinâmico de
migração
 Localização do Útero Gravídico:
 12ª semana: útero gravídico palpável logo acima da sínfise púbica
 16ª semana: entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical
 20ª – 22ª mês: cicatriz umbilical
 40ª semana: atinge o apêndice xifoide
 Toque Vaginal:
 É uma etapa fundamental no processo de diagnóstico clínico da gravidez.
 3 sinais mais importantes devem ser investigados: Osiander, Noble-Budin e Puzos.
 O sinal de Osiander ‚ descrito como sendo a
percepção do pulso vaginal, ao toque.
 O sinal de Noble-Budin é a percepção, à palpação,
do corpo uterino na morfologia globosa.
Anatomicamente, em pacientes não-grávidas, o
corpo uterino se mostra com formato piriforme.
Durante a gestação, os fundos de sacos laterais
são preenchidos, desmorfolizando a anatomia
piriforme normal do corpo uterino, principalmente,
a partir da 10ª – 12ª semana.
 O sinal de Puzos é o correspondente semiológico
ao rechaço fetal. Ou seja, na procedência do toque
vaginal, a falange distal do examinador
experimenta a sensação de “algo retornando” de
uma cavidade, que é justamente o feto em desenvolvimento.
 O primeiro passo na vigência do toque vaginal é a aplicação da regra estabelecida por Goodel, que
descreveu o seguinte:
 Colo uterino não-gravídico: apresenta consistência semelhante à cartilagem nasal
 Colo uterino gravídico: Consistência semelhante ao lábio
 AUSCULTA:
 Os batimentos cardiofetais (BCF) que nos informam, durante a gestação, se o concepto está vivo ou
morto, pouco se podendo inferir de suas condições de higidez, a não ser através da monitorização dos
batimentos.
 Os BCF, geralmente, são percebidos em torno de 20 semanas de gravidez.
 A ausculta clinica pode ser imediata ou direta, aplicando-se o ouvido sobre a parede abdominal da paciente,
e mediata ou indireta, utilizando-se o estetoscópio.

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 O usado em obstetrícia é o de Pinard, de alumínio ou de madeira, tendo 3 partes: auricular, coletora e


condutora do som. Está hoje em segundo plano, substituído pela auscultação mediante o sonar-doppler,
possível a partir de 10-12 semanas de gestação e que faculta, demais, a audiência e a identificação do pulso
do cordão umbilical ou de qualquer outro vaso fetal.
 No termo da gravidez ou próximo dele, em virtude de estar a área cardíaca mais perto do polo cefálico,
resulta que o foco máximo de escuta terá locação diferente conforme a apresentação.
 Na apresentação cefálica, o foco se encontra nos quadrantes inferiores do abdome materno, à esquerda
ou à direita, conforme a posição.
 Na apresentação pélvica, o BCF ‚ melhor auscultado nos quadrantes superiores à esquerda ou à direita.
 Na apresentação córmica, está na linha média, junto à cicatriz umbilical.

c) Diagnóstico Laboratorial ou Hormonal:


 A detecção do hormônio gonadotrófico humano (hCG) no plasma e na urina materno constitui a base do
diagnóstico laboratorial na gravidez;
 1 semana APÓS a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, principia a elaborar o hCG em quantidades
crescentes que podem ser encontrados no plasma ou na urina;
 Este hormônio é uma glicoproteína produzida pelo sinciciotrofoblasto, que previne a involução do corpo lúteo,
que é o principal sitio de produção da progesterona durante as primeiras 6-7 semanas;
 A produção do hCG cresce exponencialmente após o início da gestação. O tempo em que a concentração do hCG
duplica no plasma (doubling time) é de cerca de 2-3 dias, fato que faz deste hormônio um marcador preciso de
atividade trofoblástica;
 Dosagens de beta-HCG:
 1ª semana: 10-30 mUI/l  8-9 semanas: 37.500 – 218.000 mUI/l (média
 2ª semana: 30-100 mUI/l 100.000)
 3ª semana: 100-1000 mUI/l  9-10 semanas: 42.500 – 219.000 mUI/l (média
 4ª semana: 1000-10.000 mUI/l 105.000)
 5ª semana: até 23.000 mUI/l  10-11 semanas: 33.700 – 218.700 mUI/l (média
 5-6 semanas: 2.400 - 135.000 mUI/l (média 218.700)
32.800)  2º e 3º mês: 30.000-100.000
 6-7 semanas: 10.500 – 161.000 mUI/l (média  2º trimestre: 10.000-30.000
52.000)  3º trimestre: 5.000 – 15.000
 7-8 semanas: 18.000 – 209.000 mUI/l (média
74.000)
 Possui meia-vida de 24h;
 Pico de secreção é divergente na literatura, mas acredita-se que seja 8-10 semana ou 12-14 semanas
 O período para dobrar a concentração plasmática de hCG é de 1,4 a 2 dias.
 Os níveis séricos de hCG aumentam desde o dia da implantação, atingindo o valor máximo em 60 a 70 dias. Daí
em diante, a concentração declina lentamente até atingir o valor mínimo em torno de 16 semanas.
 Elevação inferior ao esperado, em como diminuição dos valores quantitativos do beta-HCG no início da gestação
indicam a suspeita de gravidez ectópica ou abortamento.
 Elevações acentuadas dos níveis de beta-HCG podem estar relacionadas a gestação múltipla ou neoplasia
trofoblástica gestacional.
 Fração beta >1000: 95% de ser certeza;
 A molécula de hCG é composta por 2 subunidades distintas. A subunidade alfa é comum a vários hormônios (LH,
FSH, TSH). Já a subunidade beta é especifica da gonadotrofina coriônica, sendo MAIS usada para detectar
gravidez por MENOR reação cruzada com o LH, por possuir grande sensibilidade e por ter a possibilidade de
estimar a idade gestacional pelo nível dos resultados;
 Métodos de Identificação do hCG:
 Imunológico:
 Os Testes Imunológicos da Gestação (TIG) baseiam-se na produção de anticorpos de determinados animais
(coelho) contra o hCG humano neles injetados. Estes anticorpos são adicionados à urina humana para a
identificação do hCG. TODOS estes testes, com exceção da hemaglutinação passiva reversa, devem ser
solicitados somente com 10-14 dias de atraso menstrual
 São qualitativos, NÃO sendo possível a dosagem quantitativa hormonal
 Inibição da Aglutinação no Látex (Teste de Lâmina)
 É rápida, com leitura em poucos minutos.
 Na presença de hCG na urina da mulher, o hormônio se ligará aos anticorpos adicionados, impedindo a
aglutinação de partículas de látex.
 Este teste possui MENOS sensibilidade (1500-3500 UI/litro) e pode apresentar leitura duvidosa;

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 Inibição da Hemaglutinação (Teste de Tubo):


 Leva em torno de 2h para leitura.
 O seu princípio é o mesmo descrito acima.
 Raramento nos fornece resultados duvidosos
 É mais sensível (750-1000 UI/litro).
 A maioria dos testes caseiros de gravidez usa a inibição da hemaglutinação;
 Na pratica, aconselha-se que o atraso menstrual ultrapasse 10-14 dias, para a realização do exame;
 Medicamentos psicotrópicos, proteinúria e mulheres no climatério (reação cruzada com o LH, aqui em
teor bem MAIS elevado) podem determinar resultados falso-positivos;
 Os falso-negativos ocorrem em urinas de baixa densidade (grandes volumes nicteméricos, acima de 2L),
na 1ª ou na 2ª semana de atraso menstrual e, ocasionalmente, durante o 2º trimestre quando é MAIS
baixo o limite inferior dos níveis de hCG
 Radioimunológico (RIA):
 Esses testes consistem na dosagem do hCG por método radioimunológico (RIA), baseado na competição
do hormônio com traçador adequado (o próprio hCG marcado com radioiodo), em virtude da quantidade fixa
de antissoro.
 A grande limitação é a reação cruzada com LH hipofisário, que é corrigida com a dosagem da subunidade
beta do hCG, mais especifica, e atualmente a única empregada usualmente;
 A dosagem dessa subunidade possibilita o diagnóstico precoce com 10-18 dias da concepção e
sensibilidade de 5mUI/ml;
 Os resultados são obtidos em aproximadamente 4 h, permitindo aos laboratórios especializados fornecer 2
series/dia
 Teste ELISA (Enzime-linked Immunosorbent Assay = Enzima Imunoensaio = Teste Imunoenzimático:
 É um teste quantitativo semelhante ao anterior, porém neste caso, o hormônio marcado com radioisótopo
(radiotraçador) é substituído por hormônio ligado à enzima. Esta atua sobre um substrato incolor, dando
origem a um produto colorido. A intensidade da cor tem intima relação com a concentração do hormônio;
 Possui como principal vantagem o maior tempo de vida útil, já que NÃO contem radioisótopos, os quais têm
atividade limitada.
 É também de alta sensibilidade (25 mUI/mL, 14-17 dias pós-concepção) e permite a dosagem da fração
beta da gonadotrofina coriônica humana

d) Diagnóstico Complementar ou Ultrassonográfico:


 A ecografia obstétrica pode ser realizada por via transabdominal ou transvaginal. Esta última é a preferida, pois
admite uma melhor visualização das estruturas ovulares;
 Mandatório o uso do Ultra-som transvaginal no 1º trimestre. A TV mostra maior definição das estruturas ovulares.
 A avaliação ultrassonográfica da idade gestacional é MAIS precisa da 6ª-12ª semana de gravidez, período em que
se emprega como parâmetro o comprimento cabeça-nádega (CCN) do embrião;
 A partir da 14ª semana, a acurácia da ultrassonografia para estimar a idade gestacional diminui progressivamente.
As principais medidas empregadas a partir desta idade gestacional são: diâmetro biparietal (DBP) e comprimento
do fêmur (CF);
 Marcos da USG:
 A via transvaginal permite a identificação do saco gestacional intrauterino com 4 semanas de gravidez.
 Em torno de 5-6 semanas, a vesícula vitelina é visualizada.
 Entre 6-7 semanas de gestação são observados o eco embrionário e os batimentos cardioembrionários.
 Os movimentos do concepto são visualizados a partir da 8ª semana de gestação.
 Cabeça fetal é vista com 11-12 semanas e placenta com 12 semanas.
 No 1º trimestre a idade é estimada pela medida do comprimento cabeça-nádega (CCN) com precisão de +/- 5dias.
 12-20 semanas apenas o diâmetro biparietal (DBP) fornece precisão de +/- 7 dias.
 Se houver divergência entre a DUM e o USG, prevalece a data na USG.
 Após 20 semanas as medidas USG são imprecisas.
 A zona discriminatória do hCG, ou seja, a correlação entre a dosagem laboratorial do beta-hCG e a visualização
do saco gestacional é muito importante para o diagnóstico da prenhez Correlação entre valores de Beta-hCG e as
tópica ou ectópica. Existe uma correlação bem estabelecida entre níveis estruturas observadas à ecografia
séricos de beta-hCG e a possibilidade de visualização do saco Valores de Beta-hCG USG-TV
gestacional e outras estruturas por USG Transvaginal no 1º trimestre 1000 mUI/ml Saco gestacional
(veja tabela ao lado). 7200 mUI/ml Vesícula Vitelina
10800 mUI/ml Embrião com
batimentos
cardíacos

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2) Alterações Gerais Maternas:


 São várias as alterações que ocorrem no organismo materno.
 Elas ocorrem em diferentes órgãos e sistemas da mulher grávida para possibilitar o adequado desenvolvimento
do embrião durante a gestação;
 Essas alterações podem ser divididas em: modificações LOCAIS ou SISTÊMICAS;

a) Modificações Locais:
 Útero:
 O estimulo hormonal (principalmente pelo estrogênio) e o crescimento fetal fazem com que o útero aumente de
peso e tamanho;
 O crescimento do útero NÃO é regula ao longo da gestação, pois com 12 semanas o fundo uterino pode ser
palpado acima da sínfise púbica e com 16 semanas o fundo do útero já cresce 1 cm por semana e pode ser
palpado entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical;
 As glândulas cervicais crescidas resultam na exposição da Junção Escamo-Colunar (JEC) que torna a
ectocérvice fragmentável e mais suscetível a traumatismo e sangramentos;
 Entre os vários hormônios que agem no organismo da futura-mamãe no decorrer deste período, destaca-se a
ALDOSTERONA que é secretada pelas glândulas suprarrenais e tem a função de reduzir a eliminação de sódio
pela urina, aumentando a retenção de líquidos no organismo. O resultado de maior concentração de sódio é a
elevação do teor aquoso dos tecidos, chamados de “EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA”, que provoca inchaço,
principalmente, nas pernas e nos pés. Essa embebição torna o útero mole e pastoso;
 O Endométrio vai se modificando na Reação Decidual, com a finalidade de desenvolver um espaço
imunologicamente protegido ao embrião, evitando que os mecanismos de defesa maternos o reconheçam;
 Há um aumento do tecido conjuntivo e dos ligamentos de sustentação uterina, bem como dos vasos
sanguíneos e linfáticos.
 O útero apresenta modificações de volume, consistência, forma, capacidade, posição, peso, espessura e
coloração;
 Peso & Volume: ocorre devido à HIPERTROFIA E HIPERPLASIA celular e das glândulas;
 Posição: No primeiro trimestre, útero acentua sua atividade anteversoflertiva, ocasionando compressão
vesical e POLACIÚRIA. Após esse período, verifica-se DEXTROVERSÃO do órgão, o que
 Forma: Até a 20ª semana de gestação o útero adquire forma esférica, depois vira da forma globosa para
cilíndrica;
 Coloração: Na maturidade sexual, é frequente a (JEC) situar-se por fora do canal cervical, formando uma
eversão ou ectopia, chamada clinicamente de mácula rubra durante o exame especular. No climatério, a
JEC se faz no interior do canal cervical;
 Espessura: o MIOMÉTRIO aumenta sua espessura devido à hipertrofia e hiperplasia das partes musculares
e aumento de tecidos conjuntivos;
 Consistência: após a nidação ocorre um amolecimento da zona de implantação do embrião;
Resumo das Alterações Uterinas
Repercussão Aumento Diminuição
Crescimento Uterino Do estrogênio e em MENOR grau da
progesterona;
Hipertrofia e hiperplasia dosDo estrogênio e em MENOR grau da
ligamentos redondos,progesterona;
uterossacros e largos
Aumento da VascularizaçãoDo estrogênio e em MENOR grau da
e de Linfáticos progesterona;
 Ovários:
 As veias ovarianas aumentam;
 NÃO há maturação de novos folículos e corpo lúteo;
 A vascularização é exuberante;
 As células apresentam-se com maior quantidade de citoplasma;
 Quando a produção de gonadotrofina coriônica humana começa a declinar, o corpo lúteo regride, ficando com
metade do seu volume Máximo próximo ao termo da gestagestação;
 Vulva e Vagina:
 Durante a gravidez, a vulva e a vagina aumentam seu volume;
 A embebição gravídica faz com que a mucosa vaginal torne-se edematosa, mole e flexível;
 O tecido conjuntivo se torna mais frouxo e a musculatura lisa fica hipertrofiada para suportar a distensão que
ocorre durante o parto;
 Há aumento das secreções vaginais à exacerbação da flora de bastonetes e à intensa descamação celular
estimulada por ação hormonal;

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 Durante o 1º trimestre da gestação observa-se aglutinação celular, proliferação de células da camada


intermediária e intensificação do padrão progestacional. No segundo e terceiro trimestre ocorre estabilização
do padrão gravídico, aceleração da aglutinação celular e aparecimento de células naviculares na camada
intermediária. No pré-parto ocorre dispersão celular, alterações do padrão das células da camada intermediária
e diminuição da flora vaginal com aumento de leucócitos;
 A descamação celular que ocorre durante todo o período gestacional por estimulação hormonal aumneta a
concentração de GLICOGÊNIO LIVRE; este por sua vez é metabolizado e contribui para a diminuição do pH
vaginal durante a gravidez;
 Mamas:
 No inicio da gestação, elas tornam-se túrgidas e dolorosas;
 O aumento mamário já começa a ser observado entre a 5ª e a 6ª semana;
 O mamilo é saliente e mais pigmentado;
 Tubérculos de Montgomery: Ao redor do mamilo são observados vários pontos salientes, que são glândulas
sebáceas hipertrofiadas;
Resumo das Alterações Cutâneas
Repercussão Aumento Diminuição
Estrias Do estiramento da pele (fibras colágenas) Da hidratação da pele
Pigmentação da Aréola Primária Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)
Tubérculos de Montgomery Do estrógeno, da progesterona e da prolactina
Rede de Haller Do estrógeno, da progesterona e da prolactina
Sinal de Hunter Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)

b) Modificações Sistêmicas:
 Postura e Deambulação:
 A postura da mulher grávida se altera devido à expansão do volume uterino para além dos limites da pelve a
ponto de apoiar-se na parede abdominal e ao aumento no volume das mamas, portanto, tais modificações
deslocam o centro de gravidade da gestante para frente. Para compensar esse fato e manter-se em pé com
equilíbrio, a gestante joga o corpo para trás e afasta os pés para ampliar o polígono de sustentação, ou seja, a
gestante busca estabilidade para sua postura e deambulação.
 Esses fatos são responsáveis por queixas comuns de dores lombares e cervicais;
 Pele:
 Devido ao aumento do estrogênio e progesterona acarreta uma hipertrofia do lobo intermediário da hipófise, o
qual é responsável pelo metabolismo da pró-opiomelanocorticotrofina em beta-endorfina e alfa-melanotropina,
estimulando os melanócitos.
 Das modificações sistêmicas encontradas na pele, algumas delas são expressas através da hiperpigmentação
cutânea, especialmente na face (CLOASMA GRAVÍDICO), mamas (aréolas primaria e secundaria) e abdômen
(LINHA NIGRA), que clareiam após o parto.
 Outras das modificações sistêmicas localizadas na pele correspondem as ESTRIAS GRAVÍDICAS que são
avermelhadas e podem aparecer primeiro na parede abdominal e seguir para coxas e mamas, mas NÃO
regridem no período pós-parto;
 Os altos níveis de estrogênios circulantes determinam o aparecimento de TELANGECTASIAS em face,
pescoço e tronco das mulheres grávidas;
 ERITEMA PALMAR pode ser encontrada em cerca de 66% de todas as gestantes;
Resumo das Alterações Cutâneas
Repercussão Aumento Diminuição
Estrias Do estiramento da pele (fibras colágenas) Da hidratação da pele
Eritema Palmar Do estrógeno
Telangiectasias Do estrógeno
Linha Nigrans Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)
Cloasma Do estrógeno e da progesterona
Do hormônio estimulante dos melanócitos (alfa-MSH)
 Metabolismo:
 As alterações no metabolismo materno são necessárias para suprir as exigências suscitadas pelo rápido
amadurecimento e desenvolvimento do concepto durante a gravidez;
 Nos últimos meses, a grávida exibe AUMENTO na RESISTÊNCIA Á INSULINA. Niveis elevados de Lactogênio
Placentário Humano (hPL), progesterona, cortisol, e prolactina, estão todos implicados no processo.

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 O EFEITO DIABETOGÊNICO do hPL resulta na mobilização do lipídio na forma de ácido graxo livres. Esses
ácidos graxos livres serviriam como fonte de energia poupando glicose e aminoácidos que estarão disponíveis
para o feto;
 Metabolismo Glicídico:
 Parasitismo Verdadeiro: Diante de períodos prolongados de jejum, o feto continua a extrair glicose e
aminoácidos da gestante, em taxas idênticas às existentes nos períodos de alimentação;
 A grávida NÃO consome mais indiscriminadamente a glicose como antes, e, à medida que a gestação
progride, diminui a seu uso periférico;
 A glicose chega ao feto por DIFUSÃO FACILITADA;
 O consumo contínuo de glicose pelo concepto e seu rápido transporte através da placenta influenciam
profundamente o metabolismo dos carboidratos na grávida;
 A gravidez avançada está caracterizada por mudanças em seu metabolismo, no sentido de preservar glicose
à custa do uso dos lipídios. A liberação excessiva de ácidos graxos também contribui na redução da
utilização da glicose materna;
 Metabolismo Lipídico:
 Devido às necessidade de conservar a glicose para o feto e para o próprio sistema nervoso materno, o
metabolismo lipídico sofre modificações no sentido de CATABOLIZAR as gorduras sempre que possível;
 Depósitos de gordura são metabolizados e a concentração de ácidos graxos cresce no plasma;
 Essa metabolização ocorre em dependência de hormônios de ação lipolítica: adrenalina, hormônio do
crescimento, glucagon e hPL;
 Metabolismo Proteico:
 A concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida na gravidez;
 As proteínas totais, mesmo que tenham seus valores aumentados, têm suas concentrações diminuídas por
conta da hemodiluição plasmática;
 As concentrações de ALBUMINAS sofrem REDUÇÃO nítida enquanto é menor a queda das
gamaglobulinas, mas os teores de alfa e de betaglobulinas e do fibrinogênio, ao contrário, aumentam;
 Metabolismo Hidroeletrolítico:
 As modificações ocorrentes no metabolismo da água e dos eletrólitos são importantes para entender o
significado prognóstico do EDEMA que se observa em muitas mulheres no final da gravidez;
 Para conservar o sódio, quando a filtração glomerular aumenta em torno de 50% surge na gravidez um
mecanismo compensatório representado pelo sistema RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA. A
renina é elaborada pelo aparelho justaglomerular renal e pelo útero e age determinando a liberação de
angiotensina I, que se transforma em angiotensina II. Essa última estimula a secreção de ALDOSTERONA
pelo córtex suprarrenal, que por fim aumenta a REABSORÇÃO TUBULAR DE SÓDIO, preservando a
homeostase materna. Isso tudo acarreta na EMBEBIÇÃO GRÁVIDICA;
Resumo das Alterações Metabólicas
Repercussão Aumento Diminuição
Ganho Ponderal deÚtero e seu conteúdo, crescimento das mamas, volume Pressão Coloidosmótica
12,5 kg sanguíneo e do liquido extravascular, e as alteraçõesIntersticial
Retenção de Águametabólicas que aumentam a agua celular, deposição Aminoácidos
(edema) de proteínas e gorduras Concentração de Albumina
HIPERinsulinemia Aumento absoluto das proteínas totais Níveis Plasmáticos de Ácidos
Anemia Ferropriva Secreção endógena de insulina Graxos
HIPERtireoidismo Lipídios totais, colesterol e triglicerídeos Cálcio e Magnésio
Subclínico TBG, T3 e T4 totais Ferro
Iodo
TSH
 Sistema Osteoarticular:
 TODAS as articulações das gestantes tornam-se RELAXADAS devido aos efeitos dos estrogênios e da
progesterona. Essas modificações são mais proeminentes nas articulações pélvicas (púbis, articulações sacro-
ilíacas e sacrococcígeas);
 A maior mobilidade das estruturas articulares pode propiciar tração e/ou compressão nervosa, como, por
exemplo, os nervos ulnar e mediano, produzindo desconforto ou dormência nos membros superiores;
Resumo das Alterações Osteoarticulares
Repercussão Fatores Desencadeantes
Lordose lombar e marcha anserina Peso adicional da gravidez
Compressões radiculares e lombalgia Alterações posturais
Desconforto e dormência nos MMSS Alterações posturais
Maior mobilidade das articulações pélvicas Embebição gravídica

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 Sistema Cardiovascular:
 Uma das principais alterações é o AUMENTO da frequência cardíaca materna, ocorrendo já a partir de 4
semanas de gravidez e no final ela se situa cerca de 20% acima dos valores pré-gravídicos;
 O débito cardíaco AUMENTA cerca de 30 a 50% durante a gestação (começando no inicio do 1º trimestre e
alcançando valores máximos no meio da gravidez);
 Como resultado do aumento do débito cardíaco haverá uma ELEVAÇÃO da freqüência cardíaca e do volume
sistólico, sendo esse último o principal responsável pelas alterações iniciais;
 A compressão da VEIA CAVA pelo útero gravídico, estando a mulher na posição supina, pode reduzir o retorno
venoso e assim o débito cardíaco em até 25%. Após 4 5 min sobrevêm a bradicardia, indicativos de reflexo
vasovagal e hipotensão (SÍNDROME DE HIPOTENSÃO SUPINA). Nessa situação, o deslocamento do útero
para o lado ESQUERDO é o suficiente para corrigir a síndrome, o que pode ser muito útil durante a cesárea;
 A resposta Simpática à dor e à ansiedade durante o parto causa maior elevação na freqüência cardíaca e na
pressão sanguínea;
 No pós-parto há um aumento no débito cardíaco em 60-80% por conta de uma autotransfusão sanguínea;
 A pressão sanguínea arterial sofre queda ligeira na pressão sistólica (5-10 mmHg) e maior na diastólica (10-15
mmHg), que alcançam os menores valores na gestação de 20 semanas;
 O decréscimo da pressão sanguínea arterial é explicado pela diminuição da resistência vascular periférica que
contrabalanceia o aumento do debito cardíaco;
 Pressão Venosa: A pressão venosa nos membros inferiores aumenta cerca de 3x em virtude da compressão
que o útero determina na cava inferior e nas veias pélvicas ocorrente, particularmente, na posição de pé e
parada, nas pernas e/ou coxas;
 Na gravidez, há uma tendência á HIPOTENSÃO, LIPOTIMIA ORTOSTÁTICA, EDEMA DOS MEMBROS
INFERIORES, VARICOSIDADES E HEMORRÓIDAS;
Resumo das Alterações Cadiovasculares
Repercussão Aumento Diminuição
Arritmias Débito Cardíaco (30-40%); Pressão Sanguínea 10-15 mmHg
Síndrome da HIPOtensão Supina FC 10-15 bpm Resistencia Vascular Sistêmica
Sopros Cardíacos Retorno Venoso
Maior Probabilidade de Congestão Pressão Capilar Coloidosmótica (edema
Pulmonar intersticial)
Pressão Capilar Pulmonar (edema pulmonar)
 Sistema Sanguíneo:
 A VOLEMIA (quantidade de sangue circulando no corpo) aumenta cerca de 50% durante a gestação;
 O volume começa a aumenta durante o 1º trimestre (a partir da 6ª semana), cresce rapidamente no 2º, atingindo
valores máximos próximos da 28ª semana;
 A expansão do volume sanguíneo depende do tamanho e do número dos fetos, logo fotos muito grandes ou
múltiplas gestações podem botar a mãe em risco de DECOMPENSAÇÃO;
 O sistema hemostático é responsável pela integridade e permeabilidade do sistema vascular;
 Alterações no Hemograma da Gestante:
 Relativa LEUCOCITOSE (aumento no nº de leucócitos): maior produção de neutrófilos polimorfonucleares;
 Pelo fato do feto apresentar-se como um corpo estranho ao organismo materno, ocorre uma supressão
das imunidades celular e humoral com o objetivo de evitar a “rejeição” dele
 Ligeira redução no nº de plaquetas: ocorre por conta da hemodiluição e do aumento de consumo;
 A atividade fibrinolítica no plasma diminui acentuadamente durante a gravidez e permanece assim
durante o parto para diminuir o risco de hemorragia durante a dequitação (expulsão espontânea da
placenta e das membranas após a saída do feto);
 GRAVIDEZ = ESTADO DE HIPERCOAGULABILIDADE, pois os fatores de COAGULAÇÃO VII, VIII, IX e X
encontram-se aumentados, mas XI e XIII estão diminuídos no final da gestação. A atividade das proteínas
C e S e a antitrombina III não se alteram;
Resumo das Alterações Hematológicas
Repercussão Aumento Diminuição
Hemodiluição (anemia dilucional) Volume plasmático (40-50%) Viscosidade Sanguínea
Volume eritrocitário (20-30%) Hematócrito (30%)
Melhora no quadro clínico de Leucocitose relativa Quimiotaxia e aderência dos
algumas doenças autoimunes leucócitos
infecções urinárias e pneumonias
Aumento na incidência de Agentes pró-coagulantes Sistema fibrinolítico
fenômenos tromboembólicos Fibrinogênio (50%)
Fatores de coagulação VII, VIII, IX e fator
de Von Willebrand

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 Sistema Respiratório:
 O diâmetro da caixa torácica aumenta cerca de 2 a 3 cm e a circunferência de 6 cm devido ao RELAXAMENTO
das articulações costoesternais;
 O diafragma se eleva4 cm durante o decorrer da gestação;
 O volume corrente aumenta 40% durante a gravidez, ocorrendo DIMINUIÇÃO progressiva do volume
expiratório de reserva e do volume residual, com conseqüente REDUÇÃO da capacidade residual funcional.
 A capacidade total pulmonar NÃO é alterada, pois com discreto aumento na capacidade inspiratória há a
compensação dessa DIMINUIÇÃO do volume de reserva expiratório;
 A freqüência respiratória permanece “constante”;
 A ventilação/minuto AUMENTA significativamente e representa a modificação mais importante na função
pulmonar;
 Aproximadamente 60 – 70% das gestantes relatam DISPNÉIA ao longo da gestação;
 O sintoma pode apresentar-se no repouso ou durante a atividade física e é atribuído à ação da progesterona;
 Em virtude da HIPERVENTILAÇÃO, encontra-se pequeno AUMENTO na Po2 e DIMINUIÇÃO da Pco2 arteriais;
 O aumento na excreção renal do bicarbonato compensa metabolicamente essa alcalose respiratória;
Resumo das Alterações Respiratórias
Repercussão Aumento Diminuição
Dispneia fisiológica Consumo de O2 (20%) Capacidade Residual Funcional
Congestão Nasal PO2 Arterial (25%);
Alcalose Respiratória Compensada Ventilação Minuto PCO2 Arterial
Dificuldade na Intubação Ângulo Laríngeo + Edema Laríngeo Bicarbonato sérico
Alterações na Gasometria Edema de Vias Aéreas
 Sistema Urinário:
 Cerca de 30% das mulheres apresentam o rim aumentando na gravidez;
 80% das grávidas têm dilatação nos ureteres e pelves renais, especialmente no lado direito;
 A depuração da creatinina, muito semelhante à filtração glomerular, pode ser medida mais fácil é comumente
usada para avaliar a função renal;
 A filtração glomerular eleva-se entre 30 a 50% desde o 2º mês. Esse aumento na taxa de filtração glomerular
determina que maior quantidade de substância se apresente aos túbulos renais. Por isso pode ocorre o
seguinte:
 Diminuir as concentrações de uréia e creatinina;
 É fisiológica a PROTEINURIA;
 A quantidade de glicose filtrada sobe e a habilidade máxima do rim em absorvê-la permanece igual;
 O volume urinário diário NÃO aumenta;
 A freqüência urinária (POLACIÚRIA) decorre da compressão exercida pelo útero gravídico na bexiga. A
atonia vesical faz aumentar a capacidade do órgão;
 Presença dos mecanismos compensatórios do sistema renina-angiotensina-aldosterona;
 O aumento na taxa de filtração glomerular da GLICOSE, SEM alteração de sua capacidade de reabsorção
tubular, provoca o aparecimento de GLICOSÚRIA
 A dextrorrotação do útero e a ação miorrelaxante da progesterona nos ureteres provocam certo grau de estase
(sensibilidade) urinária ureteral. Esses fatores, somados à alteração da imunidade da gestante, predispõem à
infecção urinária;
Resumo das Alterações Urinárias
Repercussão Aumento Diminuição
Glicosúria Fisiológica Taxa de filtração glomerular Redução da Ureia e Creatinina
Aumento na Incidência de Infecções doReabsorção de sódio (ação da Plasmática
Trato Urinário aldosterona) Reabsorção Tubular de Glicose
Aumento da Frequência Urinária Diâmetro do ureter e da pelve renal Tônus Vesical
Incontinência
 Sistema Digestório:
 Ocorre melhora no apetite e manifestação de “desejos”;
 Do 1º ao 4º mês, em 50 a 90% das grávidas apresentam náuseas e vômitos, o que poderá levar anorexia;
 Ainda NÃO há comprovações do motivo da ocorrência de náuseas matinais, mas acredita-se que possa estar
relacionada a níveis crescentes de estrogênio no sangue, ao retardo no esvaziamento gástrico e fatores
emocionais;
 Se os vômitos estiverem prolongados para além de 20 semanas, deve-se investigar a hipótese de
HIPERÊMESE GRAVÍDICA;
 Recomenda-se evitar água e carboidrato em excesso, principalmente de manhã, quando as náuseas e os
vômitos estiverem mais atuantes;
 As gengivas estão comumente edemaciadas, hiperêmicas e sangram com facilidade;

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 No 1° e 2º trimestre, ocorre uma REDUÇÃO na secreção gástrica de ácidos, explicando a diminuição da


manifestação de úlcera péptica;
 O sistema gastrintestinal (esôfago, estômago, vesícula e intestino) está HIPOTÔNICO durante TODA a
gestação devido a hormônios que RELAXAM a musculatura das artérias, veias e ureteres. Em conseqüência
ocorre a alta incidência de PIROSE, combinada com o relaxamento do esfíncter gastresofágico e aumento da
pressão intra-abdominal devido ao útero gravídico;
 O FÍGADO tem trabalho aumentado na gestação, embora os testes indiquem que ele está trabalhando na sua
normalidade. No fígado também há a produção de uma enzima conhecida como fosfatase alcalina que estará
aumentada na gravidez, pois a placenta também produzirá essa enzima;
 A progesterona também age na musculatura lisa da vesícula biliar, diminuindo a contratilidade e o trânsito do
órgão. Essa alteração faz com que a gestação seja período de risco para a formação de cálculos biliares;
Resumo das Alterações Gastrointestinais
Repercussão Aumento Diminuição
Pirose Fosfatase Alcalina Peristaltismo Intestinal
Constipação Intestinal Saturação de Colesterol Esvaziamento Gástrico
Aumento na Litiase Biliar Vascularização Gengival Tônus do Esfíncter Gastresofágico
Varizes Hemorroidárias Contração da Vesícula Biliar
Sangramento Gengival
 Sistema Endócrino:
 Há a hipertrofia da hipófise, após o 3º mês de gestação;
 As células produtoras de prolactina aumentam de número;
 Os níveis séricos de FSH e LH estão significativamente mais BAIXOS do que os das mulheres NÃO grávidas
na fase folicular e lútea com ciclo normal;
 As taxas de TSH NÃO estão aumentadas durante a gestação;
 O Hormônio Lactogênio Placentário (hPL) é um produto da placenta NÃO depende de precursores maternos
ou fetais; seus níveis são diretamente proporcionais à massa de tecido trofoblástico;
 A secreção de Aldosterona eleva-se no decorrer da gestação;
 O AUMENTO da glicemia materna causada pela ação do hPL provoca resposta pancreática da gestante, com
incremento na produção de insulina visando manter normais os níveis de glicose circulantes;
 O aumento da produção de insulina ao longo da gestação é proporcional à elevação do hPL; quando isso não
ocorre, surge o diabetes gestacional;
 O corpo lúteo é a maior fonte de progesterona nas 10 primeiras semanas de gestação;
 O sinciciotrofoblasto sintetiza a progesterona, hormônio esteróide, a partir do colesterol materno o qual passa
da corrente sanguínea materna para o trofoblasto ligado a proteínas de baixa densidade (LDL) através do
processo de endocitose;
 Na fase Inicial da gestação, o corpo lúteo é a maior fonte produtora de estrogênios e o estradiol representa seu
principal produto;
 Na ausência do hormônio paratireóide, o cálcio urinário é mais elevado que o normal para determinada
concentração da calcemia. Assim, alguns pacientes com concentrações normais de calcemia, podem
apresentar hipercalciúria.

Fonte:
Obstetrícia Fundamental - Rezende - 12ª edição;
Manual de Ginecologia e Obstetrícia – SOGIMIG;
Obstetrícia – Williams – 23ª edição
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/caderno_atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf
http://files.drresumo.webnode.com.br/200000469-
0199802936/Diagn%C3%B3stico%20de%20gravidez%20e%20Modifica%C3%A7%C3%B5es%20grav%C3%ADdi
cas.pdf
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgb1kAJ/obstetricia-completa
Medcurso 2013 – Obstetrícia Vol. 1

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