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A Doutrina Secreta da Kabbalah – Parte 2

Fundamentos Teóricos

Uma Introdução ao Legado Sacerdotal

Ciência Sagrada Kabbalística: Gematria e o Diagrama da Árvore da Vida


O que distingue a ciência sagrada kabbalistica da pitagórica é que os três
elementos que elas compartilham são entendidos na Kabbalah, ao menos desde o
tempo do Sefer Yetzirah, como conteúdo específico das elevadas dimensões da
linguagem: na forma de cada letra, em seu som e em seu número.
É a união desses dois últimos elementos que forma o ramo mais duradouro da
ciência sagrada hebraica, conhecido como Gematria, embora a derivação dessa
palavra daquela geometria grega implique algum componente original geométrico
na ciência sagrada kabbalística mais envolvido com números.
A base da Gematria é o fato de que as letras hebraicas não servem apenas para
formar palavras sonoras, mas também como números usados na contagem.
Nesse modelo-padrão hebraico de numeração, as primeiras nove letras significam
as unidades de um a nove; as outras nove, as dezenas de dez a noventa; e as
últimas quatro mais as cinco formas diferentes de letras anteriores, as centenas de
cem a novecentos; mil é traduzido por um Alef maior.
É o fato de que cada palavra também pode ser interpretada como um número que
forma a base da técnica associativa da Gematria; pois duas palavras com o mesmo
número gemátrico são consideradas relacionadas de alguma forma em seu
significado.
Para demonstrar essa técnica-padrão, usaremos um exemplo de nossa própria
autoria.
A forma do verbo chayah, que significa ser/estar, que aparece na palavra vehayah
(normalmente traduzida "e virá para passar"), tem a mesma gematria do
Tetragrammaton, o mais sagrado dos nomes divinos, uma vez que há apenas uma
transposição de letras entre uma palavra e outra: YHVH para VHYH.
O valor da Gematria dessas letras é 26 (Iud = 10; Hei = 5; Vav = 6; Hei = 5).
Mas seu termo correlato veyehi (normalmente traduzido "e veio para passar") tem
um valor gemátrico 31 (Vav = 6; Iud = 10; Hei = 5; Iud = 10).
O que é interessante a respeito desse número é que ele tem exatamente o mesmo
valor da palavra Deus, El (Alef 1; Lamed = 30).
O significado que pode ser extraído dessas equações gemátricas é que a palavra
que se refere a um futuro produto da casualidade está associada com o nome
pessoal de Deus, o Tetragrammaton, enquanto aquele se relaciona com o nome
impessoal, El, refere-se a uma casualidade passada.
As associações do reino impessoal com o passado e do pessoal com o futuro podem
ser tomadas para apoiar o principal conceito cosmológico da Kabbalah luriânica,
que afirma que o curso da evolução cósmica está direcionado ao desenvolvimento
da personalidade divina, à qual podemos adicionar indivíduos espiritualmente
desenvolvidos como formas do filho divino Israel; aqueles cujo alinhamento com a
vontade superior do Deus pessoal podem alterar o mecanismo impessoal de causa
e efeito definindo a casualidade divina passada.
Desse exemplo, podemos ver como a forma padronizada de associações gemátricas
pode ser usada para suportar a exegese hebraica. Mas em futuras relações
gemátricas, que serão desenvolvidas em texto posterior, uma rede de
relacionamentos será desenvolvida incluindo também um processo aritmético, o
que sugere que uma forma mais rigorosa dessa prática possa bem ter existido.
As extensões do Tetragrammaton com seus significados gemátricos também serão
relacionadas ao Diagrama da Árvore da Vida no mesmo texto, e as posteriores
associações das letras do Tetragrammaton com as vogais hebraicas levarão a uma
completa abordagem das harmônicas em outro texto, outra vez em relação às
sefirot da Árvore.
Todas essas análises sugerem que uma vez houve urna ciência de Gematria muito
mais sofisticada e complexa do que aquela versão mais simplificada que sobreviveu
na tradição.
Isso é ainda mais verdadeiro nos diagramas geométricos precisos e complexos que
serão recuperados em textos futuros por meio do uso da chave do Diagrama da
Árvore da Vida em conjunto com certas evidências geométricas que aparecem nos
textos kabbalísticos.
É para esse diagrama kabbalístico que voltamos agora.
O modelo mais importante para a cosmologia kabbalística, o Diagrama da Árvore
da Vida, é mostrado na figura 1.1 em sua forma completa atribuída a Isaac Luria,
que inclui a sua indicação única das 22 letras hebraicas para os 22 caminhos do
diagrama.

Os dois elementos principais no desenho da Árvore da Vida são as dez sefirot,


esferas (derivação etimológica da palavra sefirot, a forma plural de sefirah) e os 22
caminhos ou canais conectando-as, elementos que surgiram pela primeira vez no
Sefer Yetzirah.
Essas dez sefirot correspondem aos dez números básicos, e as 22 letras, ao
alfabeto hebraico.
O alfabeto é dividido em três grupos de letras: três letras "mãe", sete letras duplas
e 12 simples, que completam os elementos formais da criação cósmica, composta
do livro (Sefer) do Mundo da Formação (Yetzirah).
Em sua versão da Árvore, ilustrada na figura 1.1, Isaac Luria correlacionou
apropriadamente os caminhos com as três categorias de letras do Sefer Yetzirah;
as três "mães" com os três caminhos horizontais, as sete duplas com os sete
caminhos verticais e as 12 simples com os 12 caminhos diagonais, associando
assim a geometria da Árvore com aquele texto fundamental.
Apesar de o Sefer Yetzirah não ir adiante para dar às sefirot os nomes familiares
mostrados na figura 1.1 ou pô-los claramente no Diagrama da Árvore da Vida, ele
define com clareza os dois elementos essenciais, as dez esferas chamadas sefirot e
os 22 caminhos identificados pelas letras conectando-as.
Os nomes reconhecidos das sefirot começaram a surgir quase mil anos mais tarde,
depois do Sefer Yetzirah, no Bahir, e depois no Zohar, mas foi apenas depois dos
kabbalistas de Safed do século XVI que os nomes e as posições no diagrama foram
completa e abertamente apresentados.
Foi no livro Perdes Rimmonim (Jardim das Romãs), de Moses Cordovero, escrito em
Safed em 1548 e publicado pela primeira vez na Cracóvia, Polônia, em 1591, que o
Diagrama da Árvore da Vida finalmente emergiu da obscuridade de pelo menos 300
anos de alusões verbais ao seu aspecto moderno geralmente aceito.
As publicações prévias do diagrama em 1516 no Portae Lucis, de Paulus Rincius,
uma tradução latina da obra de Joseph Gikatilla, Sha 'arei Orah (Portão de Luz),
apresentava proporções excêntricas.
A apresentação de Cordovero é mais importante porque combina um comentário
pormenorizado sobre as sefirot e os caminhos com um diagrama detalhado.
As discrepâncias entre o comentário e a ilustração, que analisaremos em breve,
mostram que juntos eles validam as duas formas mais proeminentes de diagrama
na tradição kabbalística, uma associada a Cordovero e consistente com seus
comentários; e outra que está mais próxima à interpretação luriânica.
Provavelmente foi a crescente influência da versão luriânica da Árvore no período
entre a criação e a publicação do Pardes que motivou uma presumida adaptação
editorial do diagrama original de Cordovero para trazê-lo a uma conformidade mais
próxima da versão de Luria, que ganhara autoridade durante esse período.
A distinção entre as duas formas reconhecidas da Árvore não está definida apenas
entre a antiga corrente zohárica e a luriânica mais recente; ela também se verifica
entre duas grandes correntes de Kabbalah que começaram a divergir durante a
Renascença.
Nessa época, estudiosos cristãos que começaram a estudar seriamente a
Kabbalah's dedicavam-se primariamente ao Zohar e ao Sefer Yetzirah, ambos
publicados em traduções latinas antes que aparecessem em seus originais.
Apesar de a transmissão dos conceitos luriânicos já ter se espalhado o suficiente
para permitir que o estudioso hebraico John Milton incorporasse a doutrina de Luria
do Tzimtzum em sua obra Paraíso Perdido em apenas um século (As linhas de
Milton são: "Profundeza sem fronteiras, porque eu sou quem preenche Infinidade,
nem o vácuo do espaço, /Apesar de retirar-me sem ser circunscrito. e não
deparado com minha divindade..." (7.168-71)), os principais escritos luriânicos
circulavam apenas em manuscritos, dentre eles a versão de Et. Chayim (Árvore da
Vida) escrita por Chayim Vital, discípulo de Luria, que não foi publicada até 1784,
cuja tradução ainda não está disponível.
Não é apenas em seus conceitos primários que a Kabbalah cristã e a judaica
começaram a divergir naquele tempo, mas também em suas versões do Diagrama
da Árvore da Vida.
Enquanto a tradição cristã adotava amplamente o modelo definido nos comentários
textuais de Cordovero, a tradição judaica usava a versão luriânica da Árvore quase
que exclusivamente, a versão que tinha sido adaptada no Pardes.
Assim, as duas maiores versões fizeram sua primeira aparição pública nas
publicações de 1591 do Pardes, um fato que autenticava ambas as versões do
diagrama como pertencentes à genuína tradição kabbalística judaica.
Como a questão das proporções geométricas e da disposição dos caminhos entre as
dez sefirot do diagrama é vital para as discussões geométricas que constituem a
essência destes textos, uma análise cuidadosa do texto de Cordovero é necessária.

Vimos que só depois do século XVI os kabbalistas de Safed definiram claramente


todos os nomes e posições diagramáticas das sefirot, mais notadamente no Pardes
por causa da combinação apresentada de um comentário escrito sobre as sefirot e
de seus caminhos de conexão, com um desenho caracterizando-as.
Mas, como também vimos, esse diagrama e comentário, em vez de resolver todos
os problemas, levantou um assunto central relacionado à forma da Árvore, pois o
diagrama e os comentários não concordavam quanto à localização dos caminhos e
ainda apresentavam diferentes versões do texto que confundiam ainda mais.
Isso pode ser visto imediatamente se compararmos o diagrama com o sumário dos
comentários que o acompanham.
A figura 1.2 apresenta o Diagrama da Árvore da Vida como aparece no Pardes, mas
com os nomes das sefírot em sua forma hebraica transliterada e com as traduções
em português.

Um erro óbvio nessa apresentação da Árvore é que ela tem apenas 20 caminhos
entre as sefirot em vez dos 22 prognosticados pelo texto.
Faltam os caminhos entre Chokhmah e Binah e entre Gedullah (nome alternativo
para Chesed) e Gevurah.
Mas o breve comentário revela que há outras diferenças e problemas.
Problemas esses causados por diferenças textuais entre a versão-padrão, que é
apoiada pelo longo comentário que a segue, e uma versão diferente (referida em
inserções editoriais pela abreviatura "v.d."), que se aproxima mais da versão
desenhada do diagrama do que de um comentário original de Cordovero.
Em sua apresentação, Cordovero usou a palavra tzinnor, que deveria ser traduzida
como "canal", apesar de "tubo" parecer uma tradução ainda melhor, se não fosse
inapropriada para o contexto:
"Tzinnor" é um canal [tubo] no qual a água viaja de lugar a lugar e os kabbalistas
relacionam isso ao influxo [shefa] que corre de sefirah para sefirah (...)
O número de canais que fluem de Keter são três. Um para Chokhmah, um para
Binah, um para Tiferet.
Três mais (v.d. quatro) fluem de Chokhmah: um para Binah, um para Chesed (v.d.
e um para Gevurah) e um para Tiferet.
Outros dois (v.d. três) fluem de Binah (um para Chesed), um para Gevurah e um
para Tiferet.
Outros três fluem de Chesed: um para Gevurah, um para Tiferet e um para
Netzach.
Dois mais fluem de Gevurah, um para Tiferet e um para Hod.
Três mais fluem de Tiferet: um para Netzach, um para Hod e um para Yesod.
Dois mais fluem de Netzach: um para Hod e um para Yesod, e alguns acreditam
também em um para Malkhut.
Outro canal flui de Hod para Yesod e alguns dizem que também para Malkhut.
Outro flui de Yesod para Malkhut, perfazendo um total de 22.

O assunto aqui é a posição de dois dos canais perfazendo o total necessário de 22,
e a diferença no posicionamento desses dois canais define as duas principais formas
do Diagrama da Árvore da Vida na tradição kabbalística.
Sem as inserções pelo editor Yisrael Yehudah Shapiro, há simplesmente o assunto
dos dois canais de Netzach e Hod para Malkhut, os quais Cordovero declara que
"alguns acreditam" ser essenciais, enquanto outros kabbalistas não.
Nessa questão, o diagrama desenhado concorda com aqueles que rejeitam esses
dois canais, enquanto o comentário mais recente de Cordovero sustenta aqueles
que "acreditam" que esses canais sejam autênticos.
A versão diferente oferece dois canais adicionais que novamente conferem com o
desenho, mas não com o comentário, entre Chokhmah e Gevurah e entre Binah e
Chesed.
Evidentemente uma escolha tem de ser feita entre essas duas versões, cada uma
delas oferecendo os 22 caminhos necessários.
Se os canais cruzados de Chokhmah e Binah forem permitidos, então aqueles entre
Netzach e Hod para Malkhut devem ser rejeitados e vice-versa.
No último comentário, é claro que Cordovero escolheu os 22 caminhos que incluem
aqueles de Netzach e Hod para Malkhut e não faz menção aos possíveis canais de
Chokhmah para Gevurah e de Binah para Chesed:
Outros três canais se estendem de Chokhmah.
Um é para Binah (...) um segundo canal se estende de Chokhmah para Chesed (...)
um terceiro de Chokhmah para Tiferet (...)
A razão pode ser porque Tiferet é filho de Chokhmah e Binah, e deve haver alguma
coisa de influência do pai no filho, assim como da mãe também, pois uma pessoa
tem três sócios (Deus mais seus pais).
Mais dois canais se estendem de Binah.
Um para Gevurah (...) o segundo é para Tiferet.
Esse canal é semelhante àquele explicado anteriormente no caso do canal entre
Chokhmah para Tiferet (...)
Outros três canais vão de Chesed, o primeiro para Gevurah, (...) Por meio desse
canal, Chesed é incluído em Gevurah e Gevurah em Chesed sem incluir Tiferet,
como explicado no Zohar (...) Um terceiro canal vai de Netzach para Malkhut (...)
Outros dois canais vão de Hod, um para Yesod (...) e um segundo para Malkhut.

Apresentei essa evidência tão detalhadamente porque é crucial na determinação da


autenticidade das duas principais formas do Diagrama da Árvore da Vida e porque
ela nunca tinha sido disponibilizada antes, traduzida.
Com base nas discrepâncias entre esse extenso comentário, pelo qual Cordovero é
claramente o responsável, parece razoável concluir que os erros no diagrama e as
variações no texto apareceram de alguma forma no processo de transmissão entre
o manuscrito e a versão impressa e, além disso, foi o produto de uma ou mais
tentativas editoriais descuidadas para fazer o diagrama e os comentários de
Cordovero coincidirem com uma diferente versão da Árvore da Vida que ganhou
autoridade durante o tempo entre a composição do Pardes e sua publicação.
O descuido dessas presumidas mudanças editoriais está indicado pelo fato de que
as adições textuais levaram a 24 canais, não tendo sido omitidos os caminhos de
Netzach e Hod para Malkhut.
A adulteração presumível do diagrama original de Cordovero, que omitiu os
caminhos de Netzach e Hod para Malkhut adicionando aqueles entre Chokhmah
para Gevurah e Binah para Chesed, também parece ter removido no processo os
inquestionáveis caminhos de Chokhmah para Binah e de Chesed para Gevurah, de
tal maneira que o diagrama fica reduzido a 20 caminhos.
Com esses dois últimos caminhos reinseridos, o diagrama poderia assemelhar-se à
versão de Isaac Luria, no qual os três caminhos horizontais são associados às três
letras-mãe; os sete caminhos verticais, às sete letras duplas; e os 12 caminhos
diagonais, às 12 letras simples.
Como exposto por seus discípulos, notadamente Chayim Vital no livro Etz Chayim,
há três princípios fundamentais na Kabbalah luriânica: o Tzimtzum, a retração da
substância divina, que seguiu sua contração inicial que deixou o espaço circular
primordial no qual a criação pode vir a existir; a Shevirah, ou "quebra dos vasos"
das sefirot originais, que não eram fortes o suficiente para conter o influxo divino; e
o Tikkun, a reconstrução cósmica ou retorno pelo qual as sefírot são reconstruídas
como as cinco divinas personificações ou Partzufim.
Luria chamou o mundo cósmico das sefirot originalmente emanadas de
Olam ha-Tohu, o Mundo do Caos, porque, em seu sistema, as sefirot, nesse
estágio, existiam apenas como pontos de luz sem os caminhos de conexão que lhes
poderiam dar estabilidade estrutural.
Quando solicitado a explicar a diferença entre seu sistema e aquele de Cordovero,
ele respondeu que a preocupação de Cordovero era com o Olam ha-Tohu e a dele a
Olam ha-Tikkun.
Apesar de o entendimento de Cordovero da emanação original das sefirot ser
diferente daquele de Luria, a distinção básica feita por este último é verdadeira.
Cordovero, que pode ser considerado o ápice da tradição zobárica anterior, estava
primariamente voltado ao processo cósmico da emanação, e Luria, que começou a
recente história contínua do entendimento místico judaico, está primordialmente
preocupado com o processo cósmico do retorno.
É a brecha entre esses dois diferentes focos de atenção que a estrutura cósmica
sabática espera esclarecer, provendo uma estrutura mais ampla que possa conter
os dois.
Esse assunto será discutido em textos posteriore.

Em análises recentes, portanto, ambas as versões da Árvore serão aceitas, mesmo


que as diferenças permaneçam entre elas.
O diagrama de Cordovero é relacionado à Árvore da Emanação, e o de Luria, à
Árvore de Retorno.
Ambas as versões dão os mesmos nomes às sefirot: Keter (Coroa); Chokhmah
(Sabedoria); Binah (Compreensão); Chesed (Misericórdia); Gevurah (Julgamento);
Tiferet (Beleza); Netzach (Eternidade); Hod (Esplendor); Yesod (Fundação) e
Malkhut (Reino).
Entretanto, como já mostrado, elas diferem quanto ao posicionamento de alguns
dos caminhos.
O diagrama de Cordovero contém caminhos de Malkhut para Netzach e Hod que
não aparecem no diagrama de Luria, enquanto este Ultimo apresenta caminhos de
Chokhmah para Gevurah e de Binah para Chesed que não aparecem no primeiro.
Entretanto, ambas as versões apresentam os três caminhos horizontais, sete
verticais e 12 diagonais que podem ser correlacionados com a divisão similar das
letras no Sefer Yetzirah.
Apesar de os escritos dos discípulos de Luria não conterem um desenho da versão
de seu diagrama, as descrições dos caminhos são claras o suficiente para
construí-lo, e ele apareceu sem a identificação apropriada em mais de um trabalho
moderno sobre Kabbalah.
Ambas as formas da Árvore estão ilustradas na figura 1.3 abaixo.
Estivemos previamente preocupados com a disposição dos 22 caminhos desse
diagrama.
Mas não é mais com os números das dez sefirot, como aparecem no Sefer Yetzirah,
que vamos nos preocupar a partir de agora.
Vamos, sim, estudar os atributos divinos de seus nomes, buscando as principais
linhas de interpretação da tradição kabbalística, interpretações que demonstrarão o
relacionamento intrínseco de nomes com formas no entendimento da Árvore e o
modo associativo de interpretação característico da geometria kabbalística.
Começaremos essa pesquisa com outra versão da Árvore, que se sobrepõe à
imagem da figura cósmica do homem primal, Adam Kadmon, uma versão que está
de acordo com as formulações da Kabbalah antiga.
Nessa forma do diagrama, Keter está colocado acima da cabeça; Chokhmah, no
lado direito da cabeça; Binah, no esquerdo; Chesed, no braço direito; Gevurah, no
esquerdo; Tiferet, no coração; Netzach, no joelho direito; Hod, no esquerdo; Yesod,
sobre os genitais (essa posição sugere que a versão original entendia o homem
cósmico não em pé, mas sentado com os joelhos levantados, na posição tradicional
de inspiração profética); e Malkhut, entre os pés.
A tríade superior está, portanto, associada com a mente; a tríade mediana, com as
emoções; e a tríade inferior, com os instintos, Malkhut representando, por fim, o
receptáculo do influxo divino.
Há também uma 11ª "não-sefirah" Da'at (Conhecimento), às vezes associada a
Chokhmah e Binah compondo a tríade superior no lugar de Keter.
Mas, nos textos posteriores, mostraremos que Da'at é a chave para um
conhecimento mais oculto, com enorme implicação cosmológica, particularmente no
que diz respeito à doutrina secreta da Kabbalah.
Adicionalmente à divisão por tríades, há também urna tradição que distingue as
seis sefirot superiores das quatro inferiores, as primeiras atribuídas ao divino e as
outras ao humano, com Tiferet servindo para unir o finito com o infinito.
Essas identificações também foram associadas de muitas formas aos três principais
níveis de alma na psicologia espiritual kabbalística.
No caso das três tríades, a superior mental está associada com a alma Neshamah;
a mediana emocional, com a alma Ruach; e a inferior instintiva, com a alma
Nefesh.
Em um segundo caso, todas as seis sefirot divinas superiores estão associadas com
a alma Neshamah, e as quatro inferiores estão de muitas maneiras associadas aos
níveis Ruach e Nefesh da alma.
Da mesma forma, foram feitas muitas tentativas de correlacionar os quatro mundos
kabbalísticos com a Árvore.
Na Kabbalah luriânica, todas as dez sefirot estão associadas ao primeiro mundo de
Atzilut (Emanação), mas, em outra versão mais popular, apenas a tríade superior
está unida assim, sendo a segunda tríade ligada com o segundo mundo de Beriah
(Criação); a inferior, com o terceiro mundo de Yetzirah (Formação); e a sefirah
final, com o quarto mundo de Assiyah (Ação).
Há também uma diferente correlação dos mundos cósmicos com as sefirot baseada
em uma forma vertical do Tetragrammaton que se assemelha a um corpo humano,
como pode ser visto na figura 1.4.

Keter e Chokhmah estão identificados aqui com Iud e Atzilut; Binah e os braços,
com o Hei superior e Beriah; Chesed até Yesod, com o Vav e Yetzirah; e Malkhut,
com o Hei inferior e Assiyah.
O propósito dessa correlação das letras do Tetragrammaton com os mundos
cósmicos parece ser o estabelecimento de uma paridade cósmica entre as sefirot
masculinas e femininas.
Assim, na última versão zohárica-luriânica, as sefirot identificam-se com os cinco
Partzufim (Semblantes), as personalidades divinas.
Keter com o Partzuf de Arikh Anpin (Face Longa); Chokhmah com Abba (Pai);
Binah com Imma (Mãe); as próximas seis sefirot de Chesed a Yesod com o Partzuf
do filho Ze'ir Anpin (Face Curta); e a sefirah de Malkhut com o Partzuf da filha-
noiva, a Nukvah (Feminina).

Cada sefirah também é identificada com um nome divino, sendo o mais importante
aquele do Tetragrammaton (YHVH) com Tiferet e de Adonai (Senhor) com Malkhut.
Adicionalmente, Tiferet é identificado com o Sagrado Um, abençoado seja Ele, e
Malkhut com a Shekinah; o primeiro, o representante masculino da Divina
Transcendência; e o último, a forma feminina da Divina Imanência.
É também Tiferet a sefirah definidora do Partzuf do filho, e sua posição como a
ponte entre o finito e o infinito define a função cósmica dessa personalidade divina
muito importante.
Suas seis sefirot podem ser vistas como unindo a tríade divina superior de Chesed-
Gevurah-Tiferet com a tríade inferior humana Netzach-Hod-Yesod.
Pode, portanto, ver-se que como a Kabbalah antiga identificava toda a Árvore
Sefirótica com uma simples figura representativa do filho cósmico, assim também o
Partzuf do filho emerge como uma figura dominante na Árvore da Kabbalah mais
recente.
A Árvore, em ambas as versões, foi assimilada dentro de uma ampla tradição
esotérica que retrocede ao sacerdócio primitivo.
Com essa breve introdução à forma tradicional e ao significado do Diagrama da
Árvore da Vida, estaremos em uma posição melhor para entender as discussões a
respeito das sefirot nos textos kabbalísticos e para desenvolver construções
geométricas mais lógicas, de cujos princípios a Árvore tradicional detém a chave.
Como essa chave é usada para abrir esses diagramas obscuros, cada nova forma
provará ser a mais expressiva de significado cosmológico, cujas interpretações
descreverão a técnica semiótica da geometria kabbalística que chamamos "A
Ciência da Forma Expressiva".
Com essa introdução às porções kabbalísticas sobreviventes da ciência sagrada
hebraica que oferecerão a chave para a recuperação da tradição sacerdotal secreta,
podemos finalmente voltar a uma breve pesquisa da estrutura e das implicações
deste trabalho.

Continua

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