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http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm
Está escrito que "não há ninguém além do Criador", o que significa que não há
nenhum poder no mundo capaz de fazer alguma coisa contra Sua Vontade.
Não apenas ela não progride em seu trabalho, como vê ainda que regride, e
que lhe falta a força para sequer observar a Torah e as Mitzvot, mesmo que
não seja em Seu nome. Porque somente se superar genuinamente todos os
obstáculos, acima da razão, ela pode observar a Torah e as Mitzvot.
Mas nem sempre ela tem a força para ir acima da razão, porque se ocorresse o
contrário, Deus proíba, ela seria forçada a se desviar do caminho do Criador, e
não agir pelo Seu nome.
A pessoa sempre sentiu que o fragmento é maior que o total, o que significa
que há mais descidas que ascensões. Ela não vê uma finalidade para esses
apuros, e sempre se sente excluída da santidade, porque vê que é difícil para
ela observar até mesmo uma insignificância, se não agir acima da razão, mas
nem sempre ela é capaz de agir assim. E qual será o fim de tudo isso?
Então essa pessoa entende que ninguém pode ajudá-la, a não ser o próprio
Deus. Isso faz com que ela dirija um pedido sincero ao Criador para que abra
seus olhos e coração, e a aproxime da eterna adesão a Deus. Ela compreende,
então, que todas as rejeições que ela experimentou vieram do Criador.
Isso significa que as rejeições que ela experimentou não aconteceram por sua
culpa, ou por que não era capaz de prosseguir, mas sim porque essas rejeições
são para aqueles que verdadeiramente querem se aproximar de Deus. E para
que essa pessoa não se satisfaça com apenas um pouco, mais precisamente,
para que não permaneça como uma criança sem conhecimento, ela recebe
ajuda do Alto, de modo a que não seja capaz de dizer que "graças a Deus, ela
observa a Torah e pratica boas ações, e portanto, o que mais ela poderia
pedir?"
Só se essa pessoa tiver um verdadeiro desejo, ela receberá ajuda do Alto. E lhe
são mostradas constantemente as suas faltas no estado presente, isto é, são-
lhe enviados pensamentos e opiniões que trabalham contra seus esforços. Isto
é para que ela veja que ela não está unificada a Deus. E quanto mais ela
supera, mais percebe o quão longe da santidade ela se encontra, por
comparação aos outros, que se sentem unificados a Deus.
Mas essa pessoa, por outro lado, sempre tem suas queixas e exigências, e não
consegue justificar o comportamento do Criador, nem o modo como Ele age
com relação a ela. E isso vai lhe provocando dor, porque ela não se sente
unificada ao Senhor, até que chegue a sentir que não tem participação
nenhuma na santidade.
A pessoa sempre deve tentar se aproximar do Criador, isto é: tentar fazer com
que todos os seus pensamentos se refiram a Ele. Isso quer dizer que mesmo
que ela esteja no pior estado, do qual não possa haver uma grande queda, ela
não deve abandonar Seu domínio, isto é, não deve pensar que há outra
autoridade que o afaste de entrar na santidade, e que tenha o poder de
beneficiar ou ferir.
Portanto a pessoa não deve pensar que é o poder do Outro Lado (sitra achrah),
que não lhe permite praticar boas ações e seguir os caminhos de Deus, mas
sim, que tudo isso é determinado pelo Criador.
Como dizia o Baal Shem Tov, aquele que afirmar que há outro poder no mundo,
isto é, conchas, está num estado em que "serve a outros deuses", ainda que
não pense, necessariamente, em cometer o pecado da heresia; mas se ele
pensa que há outra autoridade e força, que não o Criador, desse modo ele está
cometendo um pecado.
Além disso, aquele que diz que o homem tem sua própria autoridade, ou seja,
aquele que diz que ontem ele mesmo não quis seguir os caminhos de Deus,
esse também se considera como tendo cometido o pecado de heresia. Isso
significa que ele não acredita que somente o Criador conduz o mundo.
A pessoa então deve se arrepender e dizer: "eu cometi esse pecado porque o
Criador me lançou abaixo da santidade, em um lugar imundo, no lavatório,
onde está a imundície". Isso é o mesmo que dizer que o Criador lhe deu um
desejo e um apetite por se divertir e respirar o ar de um lugar mal-cheiroso. (E
também se pode dizer, como está nos livros, que às vezes o homem encarna
no corpo de um porco, e então ele recebe um desejo e o apetite por manter-se
com coisas que ele já teria decidido que eram lixos, mas agora ele novamente
quer se reavivar com elas).
igualmente quando a pessoa lamenta que o Criador não a traz para perto, ela
também deveria ter cuidado para não se queixar por ter sido distanciada do
Criador, pois fazendo assim ela se torna um recipiente para seu próprio
benefício, e aquele que recebe é separado do Criador. Melhor seria que ela
lamentasse o exílio da Presença Divina, isto é, por infligir tristeza à Presença
divina.
A pessoa deveria tomar como exemplo a ocasião em que algum pequeno órgão
está dolorido. A dor é sentida principalmente no coração e na mente, que são a
generalidade do homem. E certamente a sensação de um simples órgão não se
assemelha à sensação da completa estatura da pessoa, onde a maior parte da
dor é sentida.
Isso quer dizer que o prazer e a alegria, sentidos pelo desejo de receber,
devem ter a intenção de transmitir contentamento ao Alto, em razão do prazer
que acontece abaixo. Pois esse foi o propósito da criação, de beneficiar Suas
criações. E isso é chamado à alegria da Presença Divina acima.
Por essa razão, o homem deve buscar conselho sobre como ele pode causar
contentamento acima. E certamente, se ele recebe prazer, o contentamento
será sentido acima. Assim, ele deve ansiar por estar sempre no palácio do Rei,
e por ter a capacidade de lidar com os tesouros do Rei. E isso certamente
causará contentamento acima. Conclui-se que seu inteiro anseio deve ser em
prol do Criador.
Shamati em 1945
Para alcançar Lishma , não está em nossas mãos entender, como também não
é para a mente humana entender como estas coisas podem ser neste mundo...
Isto é assim pois só nos é permitido entender quando uma pessoa se dedica à
Torah e aos Mitzvot, assim ela entenderá alguma coisa. Deve haver gratificação
pessoal lá, caso contrário ninguém consegue fazer nada.
A resposta é, como nossos sábios disseram (Avot, 2:21) ”Não é para você
completar o trabalho, e você não está livre para deixá-lo.” Isto significa que
devemos despertar de baixo, desde que isso é considerado como prece.
Agora, como a pessoa sabe que não há ninguém mais para ajudá-la a não ser o
Criador? A pessoa pode adquirir esta consciência precisamente quando esgotou
todos os poderes à sua disposição e nada a ajudou. Então, a pessoa deve fazer
tudo o que é possível no mundo para alcançar “para o Criador”. Então, a pessoa
pode fazer sua prece do fundo do coração, assim o Criador ouve sua prece.
Devemos saber que ao alcançar Lishma colocamos nossa inclinação para o mal
à morte. A inclinação para o mal é o desejo de receber para si próprio, e
adquirindo o desejo de doar cancela este desejo de receber, de ser capaz de
fazer qualquer coisa. Isto é considerado colocá-lo à morte. Desde que removido
de seu escritório e já que não tem nada a fazer pois não está mais em uso,
quando lhe foi revogada a função, isto é considerado coloca-lo à morte.
De acordo com o provérbio de Sayer de Dubna, que falou sobre o verso, “voce
não Me chamou, Jacob, nem se cansou Comigo, Israel.” Ele disse que isso é
como um homem rico que partiu de trem com uma mala pequena. Ele a
colocou no lugar onde todos os negociantes colocavam suas bagagens para que
os carregadores as levassem para o hotel onde os negociantes ficavam. O
carregador pensou que o negociante certamente levaria a mala pequena ele
próprio, já que não é necessário um carregador para isso, então levou a mala
maior.
O negociante quis pagar uma pequena taxa ao carregador, como sempre o fez ,
mas o carregador não aceitou. Ele disse: “eu trouxe para o hotel uma mala
grande; ela me cansou e eu nem apanhei a sua mala, e você quer me pagar
tão pouco por isso?”
A lição é que quando uma pessoa vem e diz que se esforçou muito para manter
a Torah e Mitzvot, o Criador lhe responde “mas não Me convidaram, ó Jacó”.
Em outras palavras, não foi minha bagagem que você carregou, mas a
bagagem de outra pessoa. Como a pessoa diz que se esforçou muito na Torah e
Mitzvot, deve ter tido um outro senhor para o qual trabalhou, então a pessoa
deve ir até ele para receber seu pagamento.
Isto é o que significa, “nem se cansou Comigo, ó Israel.” O que significa que
aquele que trabalha para o Criador não tem trabalho, pelo contrário, tem
prazer e estado de espírito elevado.
Entretanto, aquele que trabalha por outro propósito não pode chegar ao Criador
com reclamações de que o Criador não lhe dá vitalidade no trabalho, já que a
pessoa não trabalha para o Criador, para o Senhor lhe pagar pelo trabalho. Ao
invés disso, a pessoa deve reclamar às pessoas para as quais trabalhou para
que estas lhe administrem prazer e vitalidade.
Em outras palavras, a pessoa o faz por coerção, sem desejo de fazê-lo. Então,
podemos perguntar: porque sentimos esforço neste trabalho, com o corpo
constantemente buscando a hora de se livrar deste trabalho, já que não
sentimos vitalidade no trabalho? De acordo com o acima mencionado, quando
trabalhamos modestamente, com o único propósito de doar, porque o Criador
não lhe dá gosto e vitalidade no trabalho?
A resposta é que temos de saber que este assunto é uma grande correção. Se
não fosse por isso, ou seja se a Luz e a vitalidade acontecessem
instantaneamente quando se toma para si o fardo do Reino dos Céus, a pessoa
teria vitalidade no trabalho. Em outras palavras, a vontade de receber,
também, teria concordado com a realização deste trabalho.
Neste estado a pessoa iria certamente concordar, porque ela quer saciar seu
desejo, significando que ela iria trabalhar para seu benefício próprio. Se fosse o
caso, jamais teria sido possível atingir Lishma.
Isto é assim porque a pessoa seria compelida a fazer um trabalho para o seu
próprio benefício, já que sentiria um maior prazer na obra de Deus do que em
desejos corpóreos. Assim, a pessoa teria que permanecer em Lo Lishma , pois
assim ela teria tido a satisfação no trabalho. Onde não há satisfação, não
podemos fazer nada, pois sem lucro, não se pode trabalhar. Daqui decorre que,
se recebeu uma satisfação neste trabalho de Lo Lishma, a pessoa teria que
permanecer nesse estado.
Isto seria semelhante ao que as pessoas dizem, que, quando há pessoas que
perseguem um ladrão para pegá-lo, o ladrão, também, corre e grita, "pega o
ladrão." Então, é impossível reconhecer quem é o verdadeiro ladrão, e pegar o
ladrão e o roubo de suas mãos.
Shamati em 1948
1. A pessoa precisa ir acima da razão. Então ela verá que está vazia, e
consequentemente, tornar-se-á necessitada do Criador.
2. Somente o Criador pode dar a força de ser capaz de ir acima da razão.
Em outras palavras, o que o Criador dá é chamado 'a Romemut do
Criador'.
Nossos sábios dizem sobre o verso “Infortúnio para vocês que desejam o dia do
Senhor! Para que vocês teriam o dia do Senhor? Isto é escuridão, e não luz”
(Amos, 5): “Há uma parábola sobre um galo e um morcego que estavam
esperando a luz. O galo disse ao morcego: ‘Eu espero pela luz porque a luz é
minha; mas você, para que você precisaria da luz?” (Sanhedrin, 98, 2). A
interpretação é que como o morcego não tem olhos para ver, que proveito ele
tem da luz do sol? Ao contrário, para aquele que não tem olhos, a luz do sol
somente escurece mais.
Isto significa que quando há revelação da face, quando isto está claro como o
dia para alguém, isto é chamado ‘um dia’. Como nossos sábios disseram
(Psachim 2) sobre o verso, ‘O assassino se levanta com a luz, para matar o
pobre e o necessitado; e de noite ele é como um ladrão’. Como ele diz, ‘e de
noite ele é como um ladrão’, conclui-se que a luz é o dia. Ele diz então, que se
o assunto estiver tão claro para você como a luz que vem sobre as almas, ele é
um assassino, e é possível salvá-lo em sua alma. Então vemos que com relação
a ‘dia’, a Gemarah diz que se trata de um assunto claro como o dia.
Daí se segue que o dia do Senhor significa que a Providência - como o Criador
conduz o mundo - será claramente sob a forma de benevolência. Por exemplo,
quando uma pessoa reza, sua oração é imediatamente respondida e ela recebe
aquilo pelo que rezou, e um é bem sucedido sempre que se volver para o
Senhor. Isso e chamada " o dia do Senhor"
Agora podemos interpretar o que está escrito, "Infortúnio para vocês que
desejam o dia do Senhor! Para que vocês teriam o dia do Senhor? Isto é
escuridão, e não luz". Acontece que, aqueles que esperam pelo dia do Senhor,
quer dizer que estão esperando para serem agraciados com fé acima da razão,
esta fé será tão forte como se eles vissem com seus próprios olhos, com
certeza, isto é assim, significando que o Criador conduz o mundo com
benevolência.
Em outras palavras, eles não querem ver como o Criador conduz o mundo com
benevolência, porque ver é contraditório a ter fé. Em outras palavras, a fé está
precisamente aonde ela é contrária à razão. E quando as pessoas fazem o que
está contra a razão, isto é chamado "fé acima da razão".
Isto significa que elas acreditam que a condução do Criador sobre as criaturas é
benevolente. E quando elas não vêem com certeza absoluta, elas não dizem ao
Criador "Nós queremos ver a benevolência do mesmo modo que ver com a
razão". Preferivelmente, elas querem que ela permaneça nelas como fé acima
da razão.
Mas elas pedem ao Criador que as impregnem com tanta força que a fé será
tão forte como se vissem com a razão. Significa que não haverá diferença entre
fé e conhecimento pela mente. Isto é o que elas, ou seja, as que querem aderir
ao Criador, se referem como "o dia do Senhor".
Porém, para chegar a isto, ou seja, para ter um desejo e uma urgência para
aderir ao Criador, já que se nasce com a natureza do desejo de receber para
seu próprio benefício, como é possível atingir algo que está completamente
contra a natureza? Por isso é preciso fazer grandes esforços até adquirir uma
segunda natureza, que é o desejo de doar.
Em resumo, a pessoa é incapaz de fazer seja o que for se não receber alguma
coisa em troca do ato. É preciso ter prazer, e qualquer prazer que se receba
para si mesmo, causará por si mesmo a separação da vida das vidas.
Em outras palavras, o Criador é o doador e não recebe nada, pois não Lhe falta
nada. Isso significa que o que Ele dá, também, não é por causa de uma
carência, ou seja, se Ele não tivesse ninguém para doar, ele sentiria isto como
um desejo. Ao contrário, precisamos perceber isto como um jogo. Isto é, não é
que quando Ele quer doar, Ele precise doar, mas isto tudo funciona como um
jogo. É, como disseram nossos sábios quanto à senhora, que perguntou: ‘O que
o Criador fez após ter criado o mundo?’ A resposta foi ‘Ele sentou-se e brincou
com uma baleia’, como está escrito, "O Senhor criou a baleia para divertir-se
com ela" (Avoda Zarah, Idolatria, p. 3).
A diferença entre um jogo e um desejo é que tudo que vem do desejo é uma
necessidade. Se a pessoa não obtém o que quer, está carente. Porém, num
jogo, mesmo se a pessoa não obtém a coisa, isto não é considerado uma
carência, como eles dizem, ‘não é tão mau que eu não tenha obtido o que eu
pensei, porque não é tão importante’. Isso é assim porque o desejo que se teve
por aquilo era meramente diversão, e não sério.
Então, aquele que não adquiriu a segunda natureza e possa servir o Criador na
forma de doação, e espera para ser recompensado, com a capacidade de
doação, ou seja, quando se fez esforços e se fez todo o possível para obter essa
força, a pessoa é considerada como esperando o dia do Senhor, o que quer
dizer, ter equivalência de forma com o Criador.
Quando chegar o dia do Senhor, ela estará jubilando de alegria. Ela está feliz
que tenha escapado do poder do desejo de receber para si mesmo, que a
separava do Criador. Agora, adere-se ao Criador, o que se considera como ter
ascendido ao topo.
Porém, acontece o oposto com aquele cujo trabalho é apenas para receber para
si mesmo. Este ficará feliz enquanto pensar que terá uma recompensa pelo seu
trabalho. Então ele vê que o desejo de receber não receberá nenhuma
recompensa pelo seu trabalho, e então se torna triste e preguiçoso. Às vezes,
ele chega a cogitar sobre o começo, e diz, ‘eu não jurei que faria isto’.
Foi dito sobre isso: ‘todos os portais foram trancados, exceto o portal das
lágrimas’. Então, quando foi que não se trancaram os portais das lágrimas?
Precisamente quando todos os demais foram trancados. Isto é, quando há
espaço para os portais das lágrimas, e quando se vê que eles não foram
trancados. Porém, quando os portais da prece estão abertos, então os portais
das lágrimas e do pranto são irrelevantes. Este é o significado dos portais das
lágrimas estarem trancados. Então, quando os portais das lágrimas não estão
trancados? Precisamente quando todos os portais estão trancados, os portais
das lágrimas estão abertos. Isto é, quando ainda se tem o conselho da prece e
da súplica.
Não devemos nos desesperar, ou seja, dizer que não adianta, já que não
entendemos nada, e isto ocorre por duas razões:
Há uma regra que diz que onde nos esforçamos mais, o esforço aumenta
o desejo e quer receber o preechimento para este desejo. Também, um
desejo é chamado de ”o trabalho no coração” pois o Criador quer os
corações.
Acontece que a pessoa então pode fazer uma prece verdadeira, porque
quando estudamos as palavras da Torah, o coração deve estar livre de
todos os outros desejos e dar força à mente para que ela possa pensar e
examinar. Se não há desejo no coração, a mente não pode verificar,
como nossos sábios diziam: ”Uma pessoa só aprende o que o coração
quer”.
Para que nossa prece seja aceita, tem que ser uma prece completa.
Assim, quando a examinamos completamente, evocamos uma prece
completa, então nossa prece pode ser atendida, pois o Criador a ouve.
No entanto, existe uma condição: a prece deve ser completa e não ter
outras coisas misturadas no meio dela.
2. A segunda razão é que, esse momento, uma vez que estamos separados
da corporalidade e estamos mais próximos do atributo da doação, é a
hora mais adequada para se conectar com o interior do Torah. Aparece
àqueles que tenham equivalência com o Criador, uma vez que a Torah, o
Criador, e Israel, são um. No entanto, quando estamos em um estado de
auto-recepção ele pertence a externalidade, e não à Internalidade.
A questão do ódio é expressa por odiar o mal, chamado 'o desejo de receber'. É
possível ver que não há artifício para livrar-se do mal, e ao mesmo tempo, não
se quer aceitar a situação. E a pessoa sente as perdas que o mal lhe causa, e
também vê a verdade, que não é possível anular o mal por si mesmo, pois
trata-se de uma força natural vinda do Criador, que imprimiu o desejo de
receber no homem.
Neste estado, o versículo nos diz o que é possível fazer, ou seja, odiar o mal. E
desse modo o Criador o preservará desse mal, como está escrito, 'Ele preserva
as almas dos seus santos'. O que é 'preservar'? 'Ele os livra das mãos dos
ímpios'. Nesse estado, a pessoa já é bem sucedida, pois ela tem algum contato
com o Criador, mesmo que seja a mais tênue conexão.
Por isso, como o Criador ama doar, os mais inferiores devem também adaptar-
se a desejar somente doar. O Criador também odeia ser um receptor, pois Ele é
completamente pleno e não necessita coisa alguma. Então o homem, também,
precisa odiar a recepção para si mesmo.
Resulta do que foi dito, que é preciso odiar amargamente o desejo de receber,
pois todas as ruínas do mundo vêm somente por causa do desejo de receber. E
com por meio desse ódio, a pessoa corrige-se e submete-se à Kedusha
(Santidade).
Shamati em 1943
Então, se a pessoa conhece a sua baixeza, vê que não é mais privilegiada que
seus contemporâneos, pois há muitas pessoas no mundo que não receberam a
força para fazer o santo trabalho mesmo do modo mais simples, mesmo sem
intenção, Lo Lishma(não em Seu Nome), mesmo em Lo Lishma de Lo Lishma e
nem mesmo em preparação para a preparação do revestimento
de Kedusha (Santidade), enquanto ela recebeu o desejo e o pensamento de
ainda assim, eventualmente, fazer o santo trabalho, mesmo do modo mais
simples possível. Se a pessoa consegue apreciar a importância disto, de acordo
com a importância que ela confere ao santo trabalho, nessa medida ela
receberá exaltação e será grata por isso.
Este é o significado do que está escrito: "eu Te agradeço pela graça que me
destes", ou seja, pelo passado, e assim pode-se dizer com confiança, e de fato
se diz: "e isto farás de mim".
O mais importante é não querer nada além de doar por causa da Sua grandeza,
porque toda recepção é falha. É impossível sair da recepção, senão tomando o
outro extremo, o que quer dizer, doar.
Isto é similar a uma pessoa que tenha o poder de construir um país inteiro, e
construa apenas uma cabana que é arruinada por um vento forte. Vocês verão
que todas as forças foram desperdiçadas. Porém, se a pessoa permanece em
Kedusha (Santidade), então, todas as forças remanescem na eternidade. É
somente daí que se deve receber a própria base para o trabalho e todas as
outras bases são desqualificadas.
Então, se a pessoa quer usar a fé pelo modo da recepção, então a fé não será
suficiente para ela. Isso significa que nessa ocasião ela tem dúvidas na fé. A
razão é que a recepção não é a verdade, pois, de fato, não se tem nada do
trabalho: somente o Criador receberá de seu trabalho.
Assim, as dúvidas são reais. Em outras palavras, esses pensamentos externos
que emergem na mente são argumentos verdadeiros. Porém, se a pessoa quer
usar a fé para prosseguir do modo da doação, ela certamente não terá dúvida
na fé. Se ela tem dúvidas, ela precisa saber que provavelmente não quer
prosseguir no modo da doação, porque, para doar, a fé é suficiente.
Tudo o que agrada ao espírito do povo. Ele perguntou, 'Mas vimos que os
maiores e mais renomados estavam em desacordo. Então, o espírito do povo
não se agrada com isso'.
Ele respondeu que eles não disseram 'todo o povo', mas 'o espírito do povo'.
Isto significa que somente os corpos estão em desacordo, ou seja, que cada um
está trabalhando com o desejo de receber.
Então vem o queixoso e pergunta, 'Por que eles receberam essas coisas
sublimes, pelas quais eles não trabalharam e nem esperavam, mas mesmo
seus pensamentos e objetivos eram somente coisas que concernem suas
próprias necessidades, chamadas Lo Lishma?' Este é o significado de 'O
malvado pode preparar isto, mas o justo o usará'.
Sabe-se que nada aparece na sua verdadeira forma, somente através do seu
oposto, "tanto quanto a luz supera trevas." Isto significa que tudo aponta para
outra coisa e, pelo oposto desta coisa, a existência deste oposto pode ser
percebida.
Sendo assim devemos saber qual é a equivalência de forma para que saibamos
o que fazer para alcançar a adesão, chamada de equivalência de forma. Através
disso a pessoa saberá qual é a disparidade de forma e separação. É dito em
livros e muitos autores também dizem que o Criador é benevolente, o que
significa que Sua condução aparece aos seres inferiores como benevolência, e é
nisso que devemos acreditar.
Entretanto devemos saber que nesta situação, quando não podemos dizer que
o Criador somente doa coisas boas, somos considerados fracos devido ao
sofrimento que nos faz condenar nosso Criador. Somente quando vemos que o
Criador doa prazer justificamos o Criador, como nossos sábios dizem: “Quem é
virtuoso?” Aquele que justifica o Criador, o que significa que o Criador rege o
mundo com virtude.
Por isso a pessoa deve acreditar que a Sua condução é benevolente, mas como
a pessoa está imersa em amor próprio, induz à disparidade de forma nela,já
que havia a necessidade de correção com a finalidade de doação, chamada
equivalência de forma. Somente desta maneira o prazer e deleite podem ser
recebidos. A inabilidade de receber deleite e prazer que o Criador quer dar
evoca no receptor ódio pela separação, e depois pode discernir o grande
benefício na equivalência de forma e a pessoa começa a desejar a adesão.
Assim, segue-se que precisamente quando se tem as duas formas, ela pode
discernir a distância entre uma e outra, “na mesma medida que a Luz excede
as trevas”. Só então poderemos avaliar e respeitar a questão da adesão pela
qual o deleite e prazer no Pensamento da Criação podem ser adquiridos,
sendo “Seu desejo, fazer o bem para Suas criações”. Tudo que aparece aos
nossos olhos, nada mais é que do que o Criador que quer que nós atinjamos a
forma pela qual Ele faz; estas são as formas de completar a meta.
Mas, não é tão simples de adquirir adesão com o Criador. Exige um grande
esforço e empenho para adquirir a sensação e o sentimento de deleite e prazer.
Antes disso, a pessoa deve justificar a Providência, acreditar acima da razão
que o Criador age com bondade com a criatura e diz: ”Eles tem olhos, mas não
vêem”.
Nossos sábios dizem: "Habakkuk veio e os atribuiu a um", como está
escrito: “Os justos devem viver por sua fé.” Significa que a pessoa não
precisa se engajar em detalhes, mas concentrar todo o seu trabalho em um
único ponto, uma regra, que é fé no Criador. Ela deve rezar para o Criador
para ajudá-la a tornar-se capaz de avançar com a fé acima da razão. Há poder
na fé, já que quando a pessoa sente ódio da separação considera-se que a fé,
indiretamente, a faz odiar a separação.
Vemos que existe uma grande diferença entre a fé, visão e conhecimento.
Algo que pode ser visto e conhecido, se a mente necessita disso, é bom fazer
essa coisa e decidir por isso de uma vez, essa decisão é o suficiente com
referência a essa coisa sobre a qual decidiu. Em outras palavras, ela executa na
forma em que ela decidiu. Isto é assim porque a mente a acompanha em cada
ato, a fim de não quebrar o que a mente lhe diz e lhe permite compreender,
cada ato, cem por cento, na medida em que a mente a trouxe para a decisão a
que chegou.
No entanto, quando ela percebe em sua mente que isto é uma coisa ruim para
ela, que é algo que faz sua vida correr risco, ela não precisa de explicações
repetitivas nem razões sobre o porquê disto ser uma coisa perigosa. Pelo
contrário, uma vez que ela percebeu perfeitamente em sua mente que deveria
praticar essas coisas, que a mente lhe diz especificamente o que é bom e o que
é ruim, ela agora segue essa decisão.
Vemos a diferença que existe entre o que a mente necessita e o que somente a
fé necessita e qual é a razão que , quando alguma coisa é baseada na fé
devemos primeiro lembrar a forma da fé , caso contrário a pessoa cai de seu
nível para um estado de fraqueza. Estes estados podem acontecer até mesmo
em um único dia; a pessoa pode cair de seu nível muitas vezes em um dia
porque é impossível que a fé acima da razão não pare por um momento
durante um dia.
No minuto que a pessoa perde a fé, ela vê que está pior do que quando
começou no caminho do trabalho de doação e assim adquire ódio pela
separação desde que ela imediatamente começa a sentir os tormentos em si
mesma e no mundo inteiro. Torna-se difícil para ela justificar a providência Dele
sobre suas criaturas, no que se refere à Sua benevolência, e então sente que o
mundo inteiro tornou-se escuro em sua frente e nada lhe traz alegria.
Assim, toda vez que uma pessoa começa a corrigir a falha de maldizer a
Providência, ela adquire ódio da separação, e através do ódio que sente na
separação começa a amar a adesão. Em outras palavras, começa a sofrer
durante as separações o que a traz mais perto da adesão ao Criador.
Igualmente, na mesma medida que sente a escuridão como ruim, assim
começa a sentir a adesão como algo bom. Assim a pessoa aprende como
aprecia-la quando recebe um pouco desta adesão, e aprende a valorizá-la.
Agora podemos ver que todos os tormentos que existem neste mundo nada
mais são que uma preparação para os tormentos reais. Estes são os tormentos
que devemos alcançar ou não seremos capazes de atingir nada espiritualmente,
já que não existe Luz sem o vaso, e a condenação e a difamação da Providência
se refere a estes tormentos. E é para isso que rezamos, para não difamar a
Providência, e estes são os tormentos que o Criador aceita. Este é o significado
de dizer que o Criador ouve as preces de cada boca.
A razão pela qual o Criador responde à estes tormentos é para que não
peçamos ajuda para os nossos próprios vasos de recepção, daí podemos dizer
que se o Criador garante , à pessoa, seu desejo, isto a levaria mais longe do
Criador, devido à disparidade de forma que ela assim adquiria. E na realidade é
o oposto. A pessoa deve pedir fé, ao Criador, para que ela tenha força para
superar e adquirir equivalência de forma, pois a pessoa vê que por não ter uma
fé permanente, ou seja, quando a fé não brilha para ela, ela duvida da
Providência.
Isto por sua vez a leva a um estado chamado “mal”, quando se condena ao
Criador. Acontece que o sofrimento que a pessoa sente é porque ela acusa a
Providência. A pessoa se fere pois onde deveria valorizar o Criador, dizendo:
“Abençoado seja Ele que nos criou em Sua Glória”, o que significaria que as
criaturas respeitam o Criador, e vê que o comportamento humano não é
adequado à Sua Glória. Todos reclamam e exigem que primeiro a Providência
deveria ser aberta, que o Criador rege o mundo em benevolência. Como não se
abre, dizem que esta Providência não O glorifica, e isso fere a pessoa.
Portanto, quando pratica a Torah e Mitzvot ela atrai a Luz de Deus não para si,
mas como a pessoa não suportaria não ser capaz de justificar Sua Providência
que é benevolência, isto a fere e ela profana o nome de Deus, cujo nome
é Benevolente e seu corpo clama o contrário.
Esta é a dor que a acomete desde que está separada e não pode justificar Sua
direção. Isto é considerado como odiar o estado de separação, e quando a
pessoa sente este sofrimento o Criador ouve suas preces e a traz para perto
Dele. Assim a pessoa adquire a adesão, a dor que a pessoa sente devido à
separação a faz adquirir adesão, e assim está dito: “Na mesma medida que a
luz excede a escuridão”.
Quando alguém não trabalha no caminho da verdade, acredita que tenha muita
fé, e na medida da fé que essa pessoa tenha, ela possa distribuir para muitas
pessoas, e elas terão temor e plenitude.
Somente quando a pessoa tem fé, ela pode sentir que está sempre perante ao
Rei. Quando se sente a grandeza do Rei, é possível descobrir o amor de duas
formas: de um modo bom, e do modo dos julgamentos rigorosos. Por isso,
aquele que procura a verdade é aquele que precisa da Luz da fé. Se tal pessoa
ouve falar sobre, ou vê algum modo de obter a Luz da fé, então ela fica feliz,
como se tivesse encontrado uma grande fortuna.
Porém, ao mesmo tempo, a pessoa deve acreditar acima da razão, que pode
obter tudo que necessita sem qualquer esforço ou dificuldade, por causa da
Providência privada (particular). Em outras palavras, o Criador faz e fará todas
as ações, e a pessoa não O ajuda em nada. O Criador faz tudo, e a pessoa não
pode acrescentar ou subtrair.
Não deixe que isso lhe confunda: se ambas estão em contradição, como é
possível que essa situação seja verdadeira? A resposta é que a Verdade não se
refere à forma ou à situação. Pelo contrário, ela se refere à sensação que o
Criador quis que a pessoa sentisse; esta é a "Verdade." Daí resulta que a
questão da Verdade pode ser dita exatamente em relação ao Criador, ou seja,
em relação à Sua Vontade, de que Ele quer que a pessoa sinta e perceba desse
modo.
Ao mesmo tempo, contudo, a pessoa deve acreditar que, embora não sinta e
não perceba com o olho de sua mente, que o Criador possa ajudá-la a obter
todos os benefícios que podem ser alcançados sem qualquer esforço, isso se
refere apenas à Providência privada.
Shamati, em Sukkot
Alegria é um "reflexo" das boas ações. Se as ações são
de Kedusha (Santidade), então, por isso, a alegria aparece. Porém, precisamos
saber que também há um discernimento de Klipa (concha). Para saber se isto
é Kedusha, o escrutínio está na razão. Na Kedusha, há razão, e no Sitra
Achra (outro lado), não há razão, pois outro deus é estéril e não traz frutos. Por
isso, quando se vem ao contentamento, deve-se mergulhar nas palavras da
Torá a fim de descobrir a mente da Torá.
Porém, se alguém assume o encargo do Reino dos Céus e não quer que esse
estado permaneça em si para sempre, isto e este ato não são considerados
plenitude, e naturalmente, a Luz Superior não pode vir e repousar sobre isto.
Assim é, porque (a Luz) é completa e eterna, e não está sujeita a mudança.
Com a pessoa, porém, mesmo que ela queira, o estado em que está não pode
ser eterno.
Nossos sábios dizem sobre o verso, “Seus arredores muito turbulentos” (*ver
nota abaixo) que o Criador é particularmente meticuloso com os justos. Ele
perguntou: "se eles são geralmente justos, por que merecem uma grande
punição"?
A questão é que todas as fronteiras sobre as quais falamos quanto aos mundos
são sob a perspectiva dos receptores, o que significa que as mais baixas se
limitam e se restringem a um certo grau, e assim permanecem abaixo. Acima,
elas consentem com tudo o que as inferiores fazem, por isso, nessa medida a
abundância se estende abaixo. Por isso, por seus pensamentos, palavras e
ações, as inferiores induzem a abundância a vir desde o alto.
Quando o inferior não sente uma proibição leve como séria, do alto, eles
também não consideram as coisas mínimas que ele desobedece como grandes
proibições. Por isso, tal pessoa é tratada como se fosse uma pessoa pequena, o
que significa que suas opiniões e pecados são considerados pequenos. Eles são
pesados como o mesmo, e a pessoa é considerada pequena, no geral. Porém,
quando alguém se refere a uma coisa mínima e diz que o Criador é muito
meticuloso sobre isso, este é considerado uma grande pessoa, e tanto seus
pecados quanto suas opiniões são grandes.
Chegando lá, ele encontrou outras pessoas que haviam sido sentenciadas pelo
reino. Mas ele adoeceu de amnésia e esqueceu que tinha mulher e filhos,
amigos e conhecidos. Passou a pensar que o mundo inteiro não era mais do
que aquilo que estava diante dos seus olhos naquele lugar desolado, com
aquelas pessoas que estavam ali; e que ele tinha nascido ali e não sabia mais
do que isso. Assim, sua percepção estava de acordo com o sentimento presente
e ele não tinha ligação com a realidade de fato, somente com seu
conhecimento e suas sensações.
Ali, foram-lhe ensinadas regras e regulamentos para que ele não cometesse
novas infrações, e se abstivesse das más ações que estavam ali escritas, e
soubesse como corrigir suas ações de modo a ser libertado dali. Nos livros do
rei, ele aprendeu que aquele que quebra uma tal regra, por exemplo, é enviado
para uma terra isolada, longe de qualquer povoado. Ele ficou impressionado
com a dureza da punição, que fossem aplicadas punições tão severas.
Desse modo, ele nunca pensou que ele mesmo era aquele que havia quebrado
as regras do estado, que ele havia sido duramente sentenciado que o veredicto
havia sido executado. Além disso, como ele adoecera de amnésia, ele não
sentia o seu estado real.
(*NT: Salmo 50:3,4: ‘Que nosso Deus venha e não fique silencioso. Um fogo
consumidor diante dEle, e Seus arredores muito turbulentos. Ele convocará os
céus acima e a terra, para que Ele vingue o Seu povo’).
Em outras palavras, seu amor próprio não merece referência, mas sim o seu
desejo por anular-se completamente. Isto porque naquele que trabalha para
receber, a medida de seu trabalho é a medida da própria grandeza. Nessa
ocasião, ele se torna um ser, um objeto, e uma autoridade separada. Nesse
estado é difícil anular-se perante do Criador.
Está escrito, 'As coisas secretas pertencem ao Senhor nosso Deus; mas as
coisas que estão reveladas pertencem a nós e a nossas crianças para sempre,
para que possamos cumprir todas as palavras desta lei'. Devemos perguntar, 'O
que é isto que o texto vem a nos dizer, que as coisas secretas pertencem ao
Senhor?' Não devemos dizer que o oculto significa inatingível e que as coisas
reveladas significam atingíveis. Podemos ver que há pessoas com conhecimento
na parte oculta, assim como pessoas que não têm conhecimento da parte
revelada. E não se pode dizer que isso signifique que há mais pessoas com
conhecimento na parte revelada do que na parte oculta (se fosse assim, vocês
teriam apenas uma parte do quadro total).
A questão é que neste mundo, vemos que há ações que são reveladas como
ações aos nossos olhos. Isso significa que a mão do homem está envolvida ali.
Alternativamente, há ações em que vemos que foi praticado um ato, mas o
homem não pôde fazer nada ali. Em vez disso, foi uma força oculta que operou.
É assim que dizem nossos sábios: 'Há três sócios no homem: o Criador, seu pai
e sua mãe'. A parte revelada é o mandamento para ser abundante e
multiplicar-se. Esse ato é praticado pelos pais. E se os pais cumprem suas
tarefas apropriadamente, o Criador coloca uma alma no recém-nascido. Isso
significa que seus pais fizeram a parte revelada, pois eles somente podem fazer
a parte revelada, mas a parte oculta – colocar a alma no recém-nascido – aqui,
os pais não podem fazer nada: somente o próprio Criador faz isto.
Da mesma forma, nas Mitzvot, precisamos fazer apenas a parte revelada, pois
somente aqui podemos agir, ou seja, engajarmos-nos em Torá e Mitzvot pois
'isto satisfaz à Sua palavra'. Porém, para a parte oculta, ou seja, a alma na
observação de Torá e Mitzvot, chamada 'fazer', é preciso pedir ao Criador que
Ele a faça, ou seja, que coloque uma alma na parte prática de nosso quinhão.
A parte prática é chamada 'uma vela de uma Mitzvá', que são somente velas,
que precisam ser acesas pela 'Torá, Luz'. A Luz da Torá incendeia a Mitzvá e dá
a alma e a vivacidade na parte prática, assim como o recém-nascido, em que
há três sócios.
Assim, um homem pode ver por si mesmo que o tempo todo ele está na
percepção de experimentar o sentido da vida internamente; uma segurança
emana em todas as coisas e ele não vê que algo pode impedir que ele realize o
objetivo desejado. Isto é porque a luz da vida emana do alto e transfere o
poder superior para ele, o poder ‘acima do humano’, pois a luz superior é
ilimitada em suas possibilidades, diferentemente do poder material.
Shamati em Heshvan 20
Assim, há duas vezes Kash, que são Kas-Keset (escamas). E toda a vez que
vence a razão, ele ascende e então, cai. Então ele vê que não pode vencer,
devido à proliferação das dúvidas. Nesse estado, não há escolha senão clamar
ao Criador, como está escrito, 'e as Crianças de Israel suspiraram em razão do
cativeiro, e seu lamento foi até Deus, e Ele as livrou do Egito', o que significa,
de todos os problemas.
Nossos sábios proferiram uma regra famosa, segundo a qual o Criador diz, 'Ele
e Eu não podemos habitar sob o mesmo teto', isto é, porque eles são opostos
um ao outro. É assim porque há dois corpos no homem – o corpo interno e o
corpo externo. A sustentação espiritual reveste-se no corpo interno, discernida
como fé e doação, chamada 'mente e coração'. E o corpo externo tem a
sustentação corpórea, que é conhecimento e recepção.
Quando essa medida se completa, esta limitação, o Masach com a Luz que
retorna, é chamada 'Som'. Som é como um aviso que lhe diz para não quebrar
as leis da Torá. E se ele as quebrar, no mesmo momento deixará de
experimentar. Por isso, quando ele sabe com certeza que se as quebrar,
ocorrerá uma pausa, ele conserva a limitação.
E então ele chega ao estado de 'Fala', que é Malchut. Nessa ocasião é possível
haver o Zivug (cópula espiritual) do Criador e da Divindade, e a iluminação de
Chochmah (Sabedoria) vai se estender abaixo.
Sabe-se que há dois graus: 1) Doação sem nenhuma recepção, e 2) Recepção
para doar.
Então, quando ele vê que já chegou ao grau em que pode receber para doar,
por que precisa da servidão que acontece somente na forma de doar para doar?
Afinal, o Criador sente mais contentamento da recepção para doar, pois a Luz
da Sabedoria, que entra nos vasos de recepção, é a luz do propósito da criação.
Por isso, por que ele deveria se empenhar no trabalho de doar para doar, que é
a Luz da correção da criação?
Nessa ocasião ele chega ao estado chamado 'o gelo terrível'. Isto porque Yesod
de Abba, que dá Chochmah, chamado 'limitação de Chassadim e ampliação de
Chochmah' é gelo. É como a água que foi cristalizada: embora haja água, ela
não se expande abaixo.
Quando essa medida se completa, esta limitação, o Masach com a Luz que
retorna, é chamada 'Som'. Som é como um aviso que lhe diz para não quebrar
as leis da Torá. E se ele as quebrar, no mesmo momento deixará de
experimentar. Por isso, quando ele sabe com certeza que se as quebrar,
ocorrerá uma pausa, ele conserva a limitação.
E então ele chega ao estado de 'Fala', que é Malchut. Nessa ocasião é possível
haver o Zivug (cópula espiritual) do Criador e da Divindade, e a iluminação de
Chochmah (Sabedoria) vai se estender abaixo.
Então, quando ele vê que já chegou ao grau em que pode receber para doar,
por que precisa da servidão que acontece somente na forma de doar para doar?
Afinal, o Criador sente mais contentamento da recepção para doar, pois a Luz
da Sabedoria, que entra nos vasos de recepção, é a luz do propósito da criação.
Por isso, por que ele deveria se empenhar no trabalho de doar para doar, que é
a Luz da correção da criação?
Nessa ocasião ele chega ao estado chamado 'o gelo terrível'. Isto porque Yesod
de Abba, que dá Chochmah, chamado 'limitação de Chassadim e ampliação de
Chochmah' é gelo. É como a água que foi cristalizada: embora haja água, ela
não se expande abaixo.
SHAMATI_129 - A DIVINDADE NO PÓ
Vocês gostam de sofrer. Então Ele disse: ‘Nem eles, nem suas recompensas’,
sobre ‘essa beleza que se desgasta no pó’. Os sofrimentos ocorrem
primáriamente onde há a fé acima da razão. E a quantidade dos sofrimentos
depende da medida em que eles contrariam a razão. Isto é chamado o estado
de fé acima da razão e este trabalho agrada ao Criador. Daí se conclue que a
recompensa para nós é este trabalho, porque ele agrada ao Criador.
Vemos que muitas pessoas trabalham com o suor de seu rosto para adquirir
posses materiais, mesmo quando suas vidas estão em risco. Mesmo assim,
para realização espiritual, mesmo quando eles têm tais pensamentos, eles
trabalham apenas numa medida limitada, e com muitas questões e dúvidas.
Além disso, as pessoas querem trabalhar pelo material mesmo se o retorno são
pequenas recompensas. Enquanto pelo espiritual, não querem trabalhar de
modo algum, se não estiverem completamente seguras de que irão receber
plenamente aquilo que esperam.
Por isso, já que aqueles que não estão estudando Kabbalah não são afetados
por esta klipa, é fácil evitar o conflito com o corpo (intenções egoístas). A
dificuldade de romper com os desejos do corpo (intenção egoísta do homem, a
intenção ‘para mim mesmo’) é o lado oposto (ACHAP) dos futuros desejos
limpos (intenção ‘para o Criador’).
SHAMATI_206 - FÉ E PRAZER
Shamati em 1938
A pessoa nunca se pergunta: ‘Por que e com qual objetivo eu procuro prazer?’.
Mesmo se o menor pensamento lhe ocorre, de perguntar sobre o propósito do
prazer, isso indica que ele não tem verdadeiro prazer. Isso é porque o
verdadeiro prazer, que corresponde ao desejo, precisa preencher
completamente o desejo vazio, até um ponto em que não deixe nenhum vácuo
no desejo, nenhum vazio de prazer. Nesse caso, não seria deixado espaço para
os pensamentos, razão e consciência para a questão sobre o propósito do
prazer. Se alguém está perguntando sobre o objetivo do prazer, isto é uma
indicação de que o prazer ainda não é completo e então, não preencheu
completamente o oco (o vazio) do prazer.
Os esforços que a pessoa faz são apenas uma preparação para chegar a um
estado de permanente auto-sacrifício (Mesirut Nefesh), pois é impossível atingir
qualquer estágio espiritual antes de adotar essa qualidade, porque é essa
mesma qualidade que permite qualquer ascensão.
Que ele já tenha feito tudo o que poderia fazer e a redenção ainda não tenha
vindo.
Muitas coisas levam a pessoa a trabalhar, mas elas não visam a causa. Assim a
fundação enfraquece todo o prédio. Embora de não pelo Seu nome a pessoa
chegue ao pelo Seu nome, ainda se alonga o tempo antes que a pessoa retorne
ao seu curso. Assim a causa deve estar sempre diante dos seus olhos. Diz-se:
‘Eu vejo o Senhor sempre perante mim’, e quem está em casa não é como
aquele que está perante o rei. Aquele que acredita na realidade do Criador, que
acredita que a terra está preenchida com a Sua honra, esse homem está
preenchido com amor e medo, e não precisa de preparações ou observação,
somente para se anular perante o rei, assim como vemos que aquele que
verdadeiramente ama seu amigo, pensa somente no melhor para ele e evita
qualquer coisa que não seja benéfica para seu amigo. Tudo isto se faz sem
nenhum pensamento, pois é tão natural quanto o amor de uma mãe por seu
filho, que somente deseja beneficiar seu filho e não precisa de nenhum
pensamento prévio para isto, assim como nenhum instinto precisa da mente,
pois é operado pelos próprios sentidos. Os próprios sentidos são naturalmente
devotados, pois devido ao amor por um objeto eles dão coração e alma por ele,
até que tenham atingido seu objetivo, ou sua vida não é uma vida.
Então, se uma pessoa sente que está em plenitude, isso significa que ela tem
fé. E se a pessoa não sente que está perante o rei, então, ela está oposta a Ele.
Por isso, a pessoa deve primeiro e principalmente considerar a escravidão, e
precisa lamentar não ter fé suficiente, já que o desejo pela fé é o fundamento
da pessoa, e ela deve rezar pelo trabalho e pelo desejo de sentir esse querer,
pois se não tiver esse desejo, a pessoa não tem o vaso para receber o
preenchimento. É preciso acreditar que o Criador escuta todas as nossas preces
e que a pessoa será salva também através de uma fé abrangente.
‘Não acreditem naquele que afirma que fez os esforços mas não atingiu os
resultados desejados’. ‘Não atingiu os resultados desejados’ significa: ‘não
descobriu a bênção do Criador’.
‘Não acreditem naquele que afirma que atingiu sem nenhum esforço’. Aquele
que afirma isso não mente, pois não fala de si mesmo, mas determina a regra
para todos. Se ele vê que descobriu a bênção aos olhos do Criador, então o que
as palavras ‘não acreditem’ têm a ver com isso?
O fato é que quando um homem que recebe a bênção aos olhos do Criador pela
prece, ela não se torna uma força especial, que poderia ser efetiva, do mesmo
modo que seus esforços podem atingir. Há um exemplo similar em nosso
mundo. Há aqueles que são pagos pelos seus esforços e há aqueles que rezam
para serem pagos e recebem. Mas no espiritual, mesmo que uma pessoa
receba a bênção aos olhos do Criador, ela então precisa pagar completamente,
o que significa ‘aplicar’ a mesma quantidade de esforços que os outros
aplicaram. Se ela não aplicar os mesmos esforços, ela perde seu kli. Assim se
afirma, ‘Não acreditem naquele que afirma que atingiu sem nenhum esforço’,
porque ele perde tudo. Por isso, ele precisa pagar com seus esforços.
Assim, um homem precisa temer a perda daquilo que ele atingiu e adquiriu,
pois isto desceu a ele do alto, e se ele não justificar (o que recebeu) ‘fazendo
um pagamento adiantado’, ele perderá isto.
http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm