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INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA


ESCOLA NACIONAL DE ESTATÍSTICA

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE
FORMADORES – FORTALECIMENTO
DAS CAPACIDADES PEDAGÓGICAS NA
FORMAÇÃO ESTATÍSTICA
PROPOSTA TÉCNICA

17 de Junho de 2013

VERSÃO DRAFT 2
Programa de Formação de Formadores
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA
ESCOLA NACIONAL DE ESTATÍSTICA

ÍNDICE

ÍNDICE ................................................................................................................................................. 1
LISTA DE SIGLAS ..................................................................................................................................... 3
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................................. 3
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................................. 3
ÍNDICE DE GRÁFICOS ............................................................................................................................... 4
1. ENQUADRAMENTO .......................................................................................................................... 5
1.1. Objectivos ........................................................................................................................................... 6
1.2. Metodologia ....................................................................................................................................... 6

2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO .......................................................................................................... 9


2.1. Dimensão 1 – Institucional e Organizacional ...................................................................................... 9
2.2. Dimensão 2 – Competências Pedagógicas dos professores e formadores ...................................... 14
2.2.1 Caracterização dos formandos ................................................................................................ 14
2.2.2 Entrevistas em profundidade .................................................................................................. 16
2.2.3 Inquéritos – Predictive Index ................................................................................................... 19
2.2.4 Observação em contexto de sala de aula ................................................................................ 22
2.2.5 Inquéritos aos alunos ............................................................................................................... 26

3. PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO DIAGNÓSTICO E LIGAÇÃO COM O ITINERÁRIO PEDAGÓGICO ................................. 28


3.1. Fortalecimento das competências das áreas pedagógica e de formação ........................................ 28
3.2. Fortalecimento das competências pedagógicas dos professores e dos Formadores ...................... 29

4. PROPOSTA DE ITINERÁRIO PEDAGÓGICO ............................................................................................. 32


4.1. Resultados esperados ....................................................................................................................... 32
4.2. Estruturação Programática ............................................................................................................... 33
4.3. Avaliação........................................................................................................................................... 35
4.4. Horário Proposto .............................................................................................................................. 36

5. ANEXOS ..................................................................................................................................... 37

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LISTA DE SIGLAS

ENE – Escola Nacional de Estatística

INE – Instituto Nacional de Estatística

SEN – Sistema Estatístico Nacional

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Objectivo Geral do Projecto ................................................................................................................... 6

Figura 2 – Actividades realizadas na fase de diagnóstico ....................................................................................... 7

Figura 3 – Horário proposto para o Programa de Formação de Formadores ...................................................... 36

Figura 4 – Exemplo de um plano de aula de português ....................................................................................... 38

Figura 5 – Exemplo de um plano de aula de Informática II .................................................................................. 39

Figura 6 – Exemplo de diapositivos apresentados numa aula de Informática I ................................................... 40

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Plano de Estudos do Curso Médio de Estatística ................................................................................ 11

Tabela 2 – Principais evidências da dimensão institucional e organizacional ...................................................... 12

Tabela 3 – Principais evidências identificadas nas entrevistas em profundidade aos professores da ENE.......... 17

Tabela 4 – Resumo das principais evidências resultantes dos inquéritos Predictive Index ................................. 22

Tabela 5 – Resumo das principais evidências resultantes da observação em contexto de sala de aula .............. 23

Tabela 6 – Resultados dos inquéritos aos alunos ................................................................................................. 26

Tabela 7 – Módulos e conteúdos programáticos ................................................................................................. 33

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Nível de habilitações dos participantes do programa ........................................................................ 14

Gráfico 2 – Participantes que são funcionários do INE ......................................................................................... 15

Gráfico 3 – Participantes que são professores da ENE ou formadores do INE ..................................................... 15

Gráfico 4 – Idade dos participantes no Programa ................................................................................................ 16

Gráfico 5 – Género dos participantes no Programa ............................................................................................. 16

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1. ENQUADRAMENTO

A presente proposta técnica enquadra-se no projecto do Programa de


Formação de Formadores – Fortalecimento das Capacidades Pedagógicas
na Formação Estatística.

A estatística é um instrumento importante para a gestão económica, social e ambiental de qualquer


país e, em Moçambique não é excepção, conforme atesta o decreto presidencial nº9/96, de 28 de
Agosto, que criou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O INE é o órgão executivo central do Sistema Estatístico Nacional (SEN) a quem cabe a produção e
difusão de informação estatística oficial de interesse geral para o país.

De acordo com o Estatuto Orgânico do INE, entre as suas principais atribuições estão as seguintes:

 realizar análises de natureza económica e social com base nos dados estatísticos produzidos
no âmbito do SEN; e
 promover a formação dos quadros do SEN em conjunto com as instituições de ensino.

Estas duas atribuições implicam que o INE tenha capacidade para formar os quadros que estão
envolvidos no SEN, de maneira a garantir que os dados produzidos no âmbito do SEN são fiáveis e de
elevada qualidade e podem traduzir-se em análises de natureza económica e social que sejam úteis
e possam apoiar com o máximo de exactidão a tomada de decisão.

O cumprimento destas duas atribuições do INE foi um dos maiores motivadores da criação da Escola
Nacional de Estatística (ENE), unidade orgânica que responde directamente ao Presidente do INE.

A ENE é uma instituição pública de ensino técnico-profissional e de formação e aperfeiçoamento de


técnicos para a área de Estatística e afins. Embora esteja subordinada ao INE, o Estatuto Orgânico da
escola indica que esta deve funcionar sob orientação metodológica do Ministério da Educação para
a área de formação técnico-profissional.

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1.1. OBJECTIVOS

A Escola Nacional de Estatística, com o patrocínio da UNICEF, identificou uma necessidade premente
de fortalecimento das capacidades pedagógicas dos professores da escola e dos formadores do INE.
Neste sentido, contratou um serviço de consultoria com o seguinte objectivo central:

Figura 1 – Objectivo Geral do Projecto

Fortalecer as capacidades pedagógicas na formação


estatística, contribuindo para o processo de
OBJECTIVO GERAL melhoria das condições de formação do Sistema
Estatístico Nacional (SEN).

A identificação desta necessidade teve por base o facto de a maioria dos professores da ENE e a
totalidade dos formadores do INE terem formação específica em áreas relacionadas com a
estatística, mas poucos terem formação pedagógica que lhes permita potenciar a transferência de
conhecimento e a aprendizagem dos alunos/ formandos em contexto de sala de aula/ formação.

Desta feita, os objectivos específicos definidos para este projecto foram:

Objectivos Específicos:

• Fortalecer as capacidades de gestão pedagógica (desenho, implementação e avaliação) de


programas de formação estatística envolvidas no SEN;
• Praticar o uso e adequação de critérios, considerações e recursos da pedagogia de adultos
nos processos de formação estatística do pessoal do SEN; e
• Preparar uma equipa inicial de formadores que sirva de suporte para as actividades de
formação previstas pelo SEN.

1.2. METODOLOGIA

Para atingir os objectivos definidos pela ENE nos termos de referência desta consultoria, a
metodologia escolhida assenta em 5 fases, nomeadamente, Diagnóstico, Implementação, Projecto-
Piloto na província da Zambézia, Desenvolvimento do Manual e Monitoria dos Resultados.

Na fase de diagnóstico, que termina com a elaboração deste relatório, foram desenvolvidas várias
actividades com o propósito de conhecer melhor o âmbito de aplicação do Programa de
Fortalecimento das Capacidades Pedagógicas. Para tal, foram envolvidos os vários grupos de pessoas
com interesse directo no sucesso deste programa, conforme indicado na figura seguinte,
designadamente, a direcção da ENE, as técnicas da ENE que respondem pelas áreas pedagógica e de

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formação, a responsável pela Repartição de Formação e Acção Social do INE, os professores e alunos
da ENE, os formadores do INE e os técnicos da UNICEF.

Figura 2 – Actividades realizadas na fase de diagnóstico

Foi analisada informação Foram realizadas a professores


relevante sobre a ENE e o INE, com diferentes perfis (5), direcção
com particular incidência na e técnicas da ENE (4), técnica do
área pedagógica. INE (1) e técnicos da UNICEF (2).

Foram observados 6 professores Foram realizados a alunos do 1º


a ministrarem uma aula, num ano (16) e do 2º ano (21) do Curso
contexto simulado (porque as Médio de Estatística.
aulas já haviam terminado).

A análise de documentação permitiu identificar, a partir de um conjunto relevante de documentos,


informação importante, principalmente no que diz respeito ao contexto organizacional do INE e da
ENE, no âmbito das questões pedagógicas. Entre os documentos analisados destacam-se o Estatuto
Orgânico do INE e da ENE e o regulamento Interno da Direcção de Administração e Recursos
Humanos, onde se inclui a Repartição de Formação e Acção Social. Foi também analisada a
documentação disponibilizada pela área pedagógica aos professores da ENE e as fichas de avaliação
dos professores.

As entrevistas em profundidade permitiram aferir a sensibilidade e opinião da directora da ENE, da


assessora do Presidente do INE para a área da Formação, das técnicas que respondem pelas áreas
pedagógica e de formação na ENE, da responsável pela área de Formação do INE, dos técnicos da
UNICEF que estão a acompanhar o projecto e de professores da ENE com diferentes perfis em
relação a diferentes dimensões relacionadas com as capacidades pedagógicas dos professores da
ENE e formadores do INE. Dentro do âmbito das entrevistas em profundidade aos professores,
foram aplicados questionários do Predictive Index com o propósito de identificar o perfil pessoal em
contexto de trabalho de cada um dos professores e avaliar em que medida é que este perfil se
aproxima ou afasta do perfil ideal de um professor ou formador, consubstanciando algumas das
constatações realizadas.

A observação dos professores em contexto de sala de aula permitiu identificar a existência de


diferentes perfis de professores que leccionam na ENE. Nesta actividade, foi pedido aos professores
que preparassem uma sessão de apresentação de 30 minutos e que entregassem o respectivo plano
de sessão aos consultores. No entanto, apenas 6 professores fizeram a apresentação (selecionados
com apoio da ENE). De destacar que a observação não foi realizada em contexto de sala de aula real
porque, quando o projecto iniciou, as aulas já haviam terminado. Como solução alternativa, foi

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proposta a observação de alguns professores que ministrassem uma sessão de formação de 30


minutos, tendo os seus colegas como participantes da formação.

A aplicação de inquéritos aos alunos da ENE (1º e 2º anos) permitiu colher a sensibilidade e opinião
dos alunos do curso médio de estatística em relação aos professores e às aulas ministradas na
instituição, tendo sempre uma perspectiva global e nunca particularizando os professores. Cada um
dos alunos teve oportunidade de preencher o questionário, com a salvaguarda de confidencialidade
e anonimato nas respostas.

O presente relatório corresponde ao resultado da fase de diagnóstico que permitiu conhecer mais
de perto a realidade dos professores da ENE e dos formadores do INE, em termos pedagógicos, e
desenhar a proposta técnica do programa de formação de formadores e itinerário pedagógico da
respectiva formação.

Assim, o presente relatório está organizado em três capítulos (para além deste capítulo inicial de
enquadramento):

• Resultados do Diagnóstico – neste capítulo procurou apresentar-se de forma objectiva as


principais constatações realizadas no âmbito da fase de Diagnóstico. Os resultados
apresentados neste capítulo são utilizados como inputs para adequar o programa de
formação que havia sido proposto, antes do Diagnóstico.

• Principais conclusões e ligação com o itinerário pedagógico – neste capítulo apresentam-se


as conclusões mais importantes, tendo por base o diagnóstico realizado e onde é indicada a
ligação com a proposta de itinerário pedagógico;

• Itinerário Pedagógico – neste capítulo apresenta-se a proposta de itinerário pedagógico


sugerido para o Programa de Formação de Formadores, tendo em consideração os
resultados indicados nos capítulos anteriores.

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2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO

A fase de diagnóstico permitiu identificar um conjunto de informações relevantes


que irá permitir a adequação da proposta técnica de formação para o Programa de
Formação de Formadores.

No âmbito da fase de diagnóstico foram identificadas algumas questões importantes em diferentes


dimensões, nomeadamente, institucional e organizacional e ao nível pedagógico.

2.1. DIMENSÃO 1 – INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL

A ENE foi criada pelo Instituto Nacional de Estatística, em Dezembro de 2010, no âmbito do Plano
Estratégico do Sistema Estatístico Nacional 2008-2012, inspirado no Plano de Acção de Marraquexe
e no Programa Regional de Formação da SADC, com o principal objectivo de aperfeiçoar a
capacidade institucional do Sistema Estatístico Nacional, respondendo desta forma às actuais
exigências de produção e utilização de informação estatística através de cursos de curta duração,
numa primeira fase, e de cursos médios, numa fase posterior.

De acordo com o Estatuto Orgânico da ENE, os objectivos principais da escola são:

i. Ministrar cursos médios conduncentes à obtenção de grau académico nas


áreas de estatística e afins;
ii. Oferecer oportunidades de desenvolvimento e actualização dos
conhecimentos e das técnicas de estatística e áreas afins através de cursos
de especialização, seminários e outras actividades de formação
profissional nas áreas correlacionadas;
iii. Promover a investigação científica e assistência técnica na área de
estatística, gestão de informação e outras afins;
iv. Estabelecer relações de intercâmbio científico e tecnológico com
instituições nacionais e estrangeiras, nas áreas da sua especialização;
v. Promover e realizar protocolos de cooperação com entidades nacionais e
estrangeiras, designadamente no que se refere ao ensino e a permuta de
conhecimentos e informações;
vi. Realizar actividades de extensão e difundir a cultura estatística, a ciência
e a técnica no seio da sociedade moçambicana, sistematizando e
valorizando as contribuições de outros sectores na mesma área;
vii. Participar no desenvolvimento económico, científico, social e cultural do país,
da região e do mundo.

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Os objectivos indicados anteriormente foram os estabelecidos aquando da criação da Escola


Nacional de Estatística, em finais de 2010. Desde essa altura, a instituição tem procurado estruturar-
se e consolidar a sua estrutura de forma a atingir os objectivos que motivaram a sua criação.
Actualmente, a escola está a definir um plano de desenvolvimento institucional com o propósito de
identificar os eixos prioritários de actuação e com vista a materializar um dos principais objectivos da
escola que se prende com a oferta de acções de curta duração e de especialização em matérias
estatísticas e afins aos diversos intervenientes no SEN.

Estrutura da ENE

De acordo com o Estatuto Orgânico, a ENE deveria ser composta por uma Direcção, por um
Departamento Pedagógico e por um Departamento de Administração e Finanças.

O Departamento Pedagógico deveria ser constituído por uma Repartição de Coordenação de


Formação, Aperfeiçoamento Profissional e Literacia Estatística, por uma Repartição de Investigação
e Pesquisa, por um Laboratório de Informática e por uma Biblioteca.

Por seu turno, o Departamento de Administração e Finanças, de acordo com o Estatuto Orgânico,
deveria ser constituído por uma Secretaria, por uma Repartição de Administração e Finanças e por
um sector de Recursos Humanos.

Ainda de acordo com o mesmo Estatuto, o chefe de Departamento Pedagógico é o substituto legal
do Director da ENE.

A ENE tem indicados no seu Estatuto Orgânico 3 órgãos, nomeadamente:

1. Conselho Geral – órgão geral cuja competência é promover a ligação da ENE com o Sistema
Estatístico Nacional, utilizadores e fornecedores de informação estatística oficial, bem como
estabelecer ligação a nível internacional;

2. Conselho Científico – órgão de gestão das actividades de investigação e pesquisa científica da


ENE, composto por docentes;

3. Conselho Pedagógico – órgão consultivo de apoio na orientação e desenvolvimento de trabalho


pedagógico do pessoal docente.

De destacar, no entanto que, até ao momento, nenhum destes conselhos foi constituído na Escola
Nacional de Estatística.

A Escola Nacional de Estatística é equiparada a um Departamento Central do INE e responde


directamente ao Presidente do INE. Assim sendo, a Directora da ENE tem estatuto de chefe de
departamento central. Na estrutura do INE existe a figura de assessor do Presidente para a área da

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formação. Esta assessora desempenha as suas funções na ENE e trabalha directamente com a
directora da escola.

O principal objectivo que motivou a criação da ENE foi o de aperfeiçoar a capacidade institucional do
Sistema Estatístico Nacional (SEN), ao responder às actuais exigências de produção e utilização da
informação estatística, através de cursos de curta duração e de cursos médios relacionados com as
matérias de Estatística.

Actualmente, a ENE está a estruturar um projecto de desenvolvimento institucional com o propósito


de fortalecer a sua capacidade organizacional e melhorar a sua oferta de produtos e serviços, com
principal enfoque nas acções de formação de curto-prazo da área estatística e afins.

Curso Médio de Estatística

A ENE oferece, desde 2011, o curso Médio de Estatística com 2 turmas de aproximadamente 30
alunos cada uma. Uma das turmas está a frequentar o 2º ano do curso (ingressou em 2011),
enquanto a outra turma está a frequentar o 1º ano (ingressou em 2012).

O curso médio profissional de estatística tem a duração de 3 anos lectivos distribuídos em 6


semestres, conforme detalhe do Plano de Estudos. O último semestre compreende o estágio,
seminários e elaboração do projecto final. Para aceder ao curso, os candidatos têm que possuir, no
mínimo, a 10ªclasse de escolaridade.

O plano de estudos contempla 16 disciplinas lecionadas ao longo de 5 semestres e agrupadas em


Formação Geral, Formação Básica, Formação Básica Específica, Formação de Especialidade e
Práticas.

Tabela 1 – Plano de Estudos do Curso Médio de Estatística

Cadeiras de Formação Geral • Português (288 horas)


• Inglês (198 horas)
Cadeiras de Formação Básica • Matemática (288 horas)

• Metodologia de Estudo (90 horas)


• Geografia Económica (126 horas)
Cadeiras de Formação Básica • Informática (252 horas)
Específica • Metodologia de Investigação (108 horas)
• Ética e Deontologia Profissional (72 horas)
• Estatística (288 horas)
• Técnicas de Edição de Publicações (36 horas)
• Introdução à Demografia (90 horas)
Cadeiras de Formação de • Estatísticas Vitais e Sociais (144 horas)
Especialidade • Introdução à Economia e Contas Nacionais (126 horas)
• Estatísticas Agrárias (72 horas)
• Estatísticas Económicas (90 horas)

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• Ciências Cartográficas (180 horas)


Práticas • Seminários (180 horas)
• Estágio (560 horas)

Análise institucional e organizacional

Fruto da análise documental e das entrevistas em profundidade que foram realizadas à direcção da
ENE, à assessora do Presidente do INE para a área da Formação, às técnicas da ENE responsáveis
pelas áreas pedagógica e de formação, à responsável pela Repartição de Formação e Acção Social do
INE e aos professores foi possível identificar alguns aspectos relevantes em matéria institucional e
de organização que, em última instância têm influência sobre o desempenho dos professores da ENE
e dos formadores do INE. Os aspectos em questão estão sistematizados na tabela seguinte.

Tabela 2 – Principais evidências da dimensão institucional e organizacional

Pontos Fortes Pontos de Melhoria

1. Está a ser concretizado um plano de 1. A ENE ainda não tem Visão, Missão e Valores
desenvolvimento institucional para a ENE definidos e disseminados pelos professores e
com o propósito de melhorar a formadores
capacidade de resposta institucional face
2. O Estatuto Orgânico da ENE não corresponde à
aos desafios que a escola enfrenta
realidade actual da ENE, em termos de estrutura
2. Grande abertura e vontade dos orgânica. O estatuto refere departamentos e
funcionários e da direcção da ENE para repartições que ainda não existem formalmente.
melhorarem a capacidade de resposta Na prática, existem 4 técnicas que respondem
institucional individualmente pelas áreas de Formação,
Pedagógica, Administração, Finanças e Recursos
3. Disponibilidade de salas com condições
Humanos e Alunos. Para além disso, o Estatuto
para as aulas que oferecem actualmente
refere 3 tipos de Conselho que ainda não existem
4. Disponibilidade de uma Biblioteca, de um na ENE, nomeadamente o Conselho Geral, o
Laboratório de Informática e de uma Conselho Científico
fotocopiadora para a reprodução de
3. Não existe um Departamento Pedagógico
materiais
estruturado e nem um Chefe de Departamento
Pedagógico, que seja o substituto legal do Director
da ENE, conforme indicado no Estatuto Orgânico
da escola.

4. Fraqueza da área pedagógica para garantir o


devido acompanhamento aos professores e
avaliação do seu desempenho. Os dossiers técnico-
pedagógicos estão bastante incompletos e a maior
parte dos dossiers funciona como arquivo dos
professores, com informação disponibilizada sem
seguir critérios específicos

5. As principais competências comportamentais dos


professores e dos formadores ainda não estão

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Pontos Fortes Pontos de Melhoria

claramente identificadas, definidas e descritas num


documento formal e ainda não estão integradas na
orientação estratégica de recrutamento e escolha
dos professores da ENE e formadores do INE

6. Falta de clareza na definição das atribuições da


ENE e da Repartição de Formação e Acção Social
do INE. Em certa medida esta falta de clareza das
atribuições de cada uma das unidades orgânicas
pode resultar numa duplicação de esforços ao
desenvolverem as mesmas actividades ou na falta
de responsabilização

7. A ENE ainda não dispõe de um portfolio com a sua


oferta formativa. Actualmente, o principal produto
da escola é o Curso Médio de Estatística. Quando
existe uma solicitação externa para um curso de
curta duração específico normalmente a resposta
surge da análise conjunta do pedido, envolvendo a
Direcção ou Departamento do INE que trata
daquela área em particular

8. Ainda não existem processos definidos no âmbito


da formação de curta duração que permitam
retroalimentar os cursos posteriores, apesar de já
existirem alguns templates que formam o dossier
técnico-pedagógico

9. Normalmente os cursos de curta duração são


organizados pelas próprias direcções do INE e, por
isso, a ENE não dispõe de uma lista exaustiva dos
formadores do INE, com a devida caracterização
(idade, género, formação académica, experiência
técnica, experiência pedagógica e motivação para a
função)

10. Faltam acções especificamente desenhadas para o


reforço da cultura organizacional da ENE e o
fomento do espírito de equipa, que envolva os
professores e os formadores em actividades
outdoor ou de team building

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2.2. DIMENSÃO 2 – COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES E FORMADORES

A maior parte dos professores da ENE e dos formadores do INE não tem formação pedagógica e
lecciona disciplinas ou ministra acções de formação em matérias específicas relacionadas com a área
de Estatística, onde tem larga experiência. Alguns destes professores são funcionários do INE,
enquanto outros são funcionários de outras instituições que integram o Sistema Estatístico Nacional.
Por outro lado, existem outros professores da ENE que leccionam disciplinas de âmbito mais geral,
como por exemplo, Português, Inglês e Matemática, alguns dos quais possuem formação
pedagógica.

2.2.1 Caracterização dos formandos

Tendo em consideração apenas os indivíduos que irão participar no programa de formação de


formadores (25 no total), podemos destacar algumas características, conforme detalhado nos
gráficos seguintes.

Gráfico 1 – Nível de habilitações dos participantes do programa

20

4
1

Mestre Pós-graduado Licenciado

A maior parte dos participantes no Programa de Formação de Formadores tem o nível de


licenciatura (80%). Este é o nível mínimo de habilitações que se regista, uma vez que os restantes
20% dos participantes têm pós-graduação ou nível de mestrado.

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Gráfico 2 – Participantes que são funcionários do INE

20

Funcionários do INE Não Funcionários

A maior parte dos participantes no Programa de Formação de Formadores são funcionários do


Instituto Nacional de Estatística (80%). Os restantes 20% são professores da Escola Nacional de
Estatística que leccionam disciplinas de carácter mais geral, nomeadamente Matemática, Português,
Inglês e Ética e Deontologia Profissional. Existe, no entanto uma excepção, o caso de um dos
professores que leciona a disciplina de Estatísticas Vitais e Sociais, que é funcionário do Ministério
da Educação e trabalha nesta instituição na área de estatísticas da educação.

Gráfico 3 – Participantes que são professores da ENE ou formadores do INE

16

6
3

Professores da ENE Formadores do INE Não professores e não


formadores

A maior parte dos participantes no Programa de Formação de Formadores são professores da Escola
Nacional de Estatística (64%) e apenas 24% são formadores do INE. Os restantes participantes são
funcionários da ENE/INE com atribuições mais administrativas no âmbito da formação e da
pedagogia.

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Gráfico 4 – Idade dos participantes no Programa

14

25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos

A maior parte dos participantes no Programa de Formação de Formadores tem idade compreendida
entre os 35 e os 44 anos (56%). A percentagem de participantes com idade compreendida entre os
25 e os 34 anos é de 28% e os restantes têm idade igual ou superior a 45 anos. De destacar que o
participante mais jovem tem 25 anos e o mais velho tem 53 anos de idade.

Gráfico 5 – Género dos participantes no Programa

20

Masculino Feminino

A maior parte dos participantes no Programa de Formação de Formadores é do sexo masculino


(80%).

2.2.2 Entrevistas em profundidade

Na fase de Diagnóstico foram realizadas 5 entrevistas em profundidade a professores da ENE com


diferentes perfis (os professores foram selecionados com o apoio da ENE), com o propósito de
colher a sua sensibilidade e opinião em relação à componente pedagógica, sua importância no
âmbito do trabalho que desenvolvem e expectativas em relação ao Programa de Formação de
Formadores.

Das 5 entrevistas em profundidade realizadas, identificaram-se as seguintes evidências:

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Tabela 3 – Principais evidências identificadas nas entrevistas em profundidade aos professores da ENE

Principais Evidências decorrentes das entrevistas em profundidade

• Todos os professores manifestaram gosto em dar aulas. Uma das


principais motivações para que os técnicos do INE se candidatem para
leccionar na ENE é o facto de o poderem fazer durante o horário de
trabalho estabelecido para a Função Pública (as aulas decorrem no período
das 7h30 às 12h30). A outra motivação prende-se com o facto de os
professores considerarem fácil leccionar matérias relacionadas com o
trabalho que desenvolvem no seu dia-a-dia;
Aspectos
Positivos • A maior parte dos professores entrevistados tem muita experiência como
professor/ formador;

• De forma geral, os professores consideram que a ENE dispõe de condições,


em termos de equipamentos e materiais (projector, tela, quadro,
marcadores, entre outros) e infra-estruturas (salas de aula, reprografia,
biblioteca, laboratório de informática) para garantir que as aulas sejam
ministradas com qualidade;

• Todos os professores entrevistados têm outras actividades principais, ou


seja, o ser professor na ENE não é a sua actividade principal. Os
professores que são funcionários do INE têm a sua actividade principal
nesta instituição, enquanto os restantes têm actividade noutras
instituições do sector público. De destacar que existem professores que
desenvolvem mais do que duas actividades (leccionam na ENE, são
técnicos do INE ou de outras instituições, leccionam noutra instituição de
ensino (de nível médio ou superior) e participam em projectos de
consultoria). Este facto constitui um desafio no sentido em que obriga o
Principais profissional a fazer uma correcta e eficiente gestão do seu tempo para não
Desafios prejudicar qualquer das actividades que desenvolve;

• A maior parte dos professores não tem formação específica na


componente pedagógica, o que muitas vezes limita a escolha das
metodologias e abordagens a utilizar e condiciona o planeamento das
aulas, o alinhamento das metodologias e a definição dos instrumentos de
avaliação. Por reconhecerem esta lacuna, os professores consideram que o
programa de formação de formadores será uma boa oportunidade para
poderem melhorar as suas competências pedagógicas, nomeadamente no
que diz respeito à planificação da formação, ao domínio de mais e
melhores métodos de ensino, assim como para melhorar a cooperação
entre os professores, uma vez que existe grande interligação entre as

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disciplinas lecionadas no curso médio de Estatística. De destacar, no


entanto, que a formação pedagógica foi indicada como um dos requisitos,
aquando do recrutamento dos professores para a ENE, apesar de ter sido
difícil de encontrar candidatos com este tipo de formação;

• De forma geral, os professores sentem falta de um maior


acompanhamento da ENE no que diz respeito ao âmbito pedagógico.
Segundo eles, deveriam existir orientações claras de como é que cada um
dos professores deve organizar a planificação da sua disciplina e um
acompanhamento mais próximo que fosse capaz de avaliar os métodos e
instrumentos utilizados pelos professores durante as aulas. Um dos
professores sugeriu a criação de uma figura de “Inspector” que faça o
acompanhamento do trabalho realizado pelos professores durante o
semestre. Os professores sentem falta de uma estrutura pedagógica sólida
que garanta este acompanhamento;

• Um dos principais constrangimentos sentidos pelos professores que


leccionam na ENE prende-se com a grande heterogeneidade dos alunos
que frequentam o curso médio de Estatística, com principal destaque para
os alunos que frequentaram o 1º ano no ano lectivo 2012/2013. De acordo
com os professores esta grande heterogeneidade cria dificuldades na
gestão do processo de ensino/ aprendizagem e torna difícil a comunicação
com os diferentes tipos de alunos durante o semestre, devido às grandes
diferenças sentidas em termos de nível de conhecimento dos alunos;

• Outro dos constrangimentos sentido pelos professores da ENE está


relacionado com a falta de preparação académica de alguns dos
funcionários do INE que são admitidos na ENE sem realização de exame
de admissão para o curso médio de estatística. Estes alunos, que
normalmente apresentam uma média de idades superior à média dos
outros alunos, registam grandes dificuldades no acompanhamento das
matérias lecionadas nas diferentes disciplinas e, em algumas situações,
manifestam pouco interesse no seu desempenho académico no curso.

 De forma geral os professores, na sua auto-avaliação identificaram os seguintes


pontos fortes:
1. Estar aberto a diferentes opiniões/ Capacidade de ouvir os alunos
Como é que os 2. Ser tolerante com os alunos (principalmente com os atrasos da 1ª aula)
professores se 3. Ter gosto pela comunicação
auto-avaliam? 4. Ter domínio técnico das matérias que leccionam/ ter capacidade para
transmitir conhecimentos que dominam
5. Conhecer o nome dos alunos
6. Preparar as aulas

 De forma geral os professores, na sua auto-avaliação identificaram os seguintes

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pontos de melhoria:
1. Aumentar a qualidade da planificação das aulas
2. Ter mais disponibilidade para planificar as aulas
3. Ser mais exigente e rigoroso com os alunos
4. Lidar melhor com a distração dos alunos

2.2.3 Inquéritos – Predictive Index

No âmbito da fase de Diagnóstico foi pedido a 5 professores que respondessem a um inquérito


Predictive Index®, com o propósito de melhor compreender os diferentes perfis que os participantes
na formação podem exibem em contexto profissional e poder adequar as matérias de ordem
comportamental às situações identificadas.

O Predictive Index® mede o comportamento (personalidade) de cada indivíduo, em forma de gráfico,


fácil de interpretar. A validade desta ferramenta provém da sua objectividade, rigor e aplicabilidade
ao ambiente laboral. Trata-se de um sistema de medida assente num conjunto de pressupostos
aplicados pela psicologia do comportamento, de acordo com os quais:

 Os comportamentos observáveis constituem a única base de trabalho válida;


 Todo o comportamento humano resulta de estímulos. Dito de outra forma, quando fazemos
alguma coisa, estamos na verdade a reagir a um estímulo;
 A forma como reagimos a estímulos (ou seja, a forma como nos comportamos) tende a
converter-se num hábito com o tempo. Isto significa que em circunstâncias idênticas um
indivíduo tende a reagir a determinados estímulos (a comportar-se) sempre da mesma forma.
Ou seja, o seu comportamento é coerente e portanto, previsível.
A informação que nos é dada pelo Predictive Index® refere-se sempre ao comportamento do
indivíduo em contexto profissional.

O Predictive Index® analisa e mede o comportamento do indivíduo com base em 4 factores


primários. São eles:

 A - Dominância (ou assertividade)


 B - Extroversão (ou sociabilidade)
 C - Paciência (ou tranquilidade, calma)
 D - Formalidade (ou conformismo às regras)

Em cada um destes 4 factores, o Predictive Index® mede a intensidade (muito baixa, baixa, elevada
ou muito elevada) com que o indivíduo tende a comportar-se de uma determinada maneira. O perfil
(ou personalidade) de um indivíduo é composto pela relação entre estes 4 factores.

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Nenhuma das medições feitas pelo Predictive Index® é melhor ou pior em si mesma. O que pode
existir é um maior ou menor grau de adequação a um determinado posto de trabalho, função ou
cultura organizacional.

Como consequência da aplicação do Predictive Index®, obtêm-se 3 perfis:

 Próprio (“Self”) – Mede o comportamento básico da pessoa, aquele que surge de forma
espontânea e natural;
 Conceito Próprio (“Self Concept”) – Mede a forma como a pessoa tenta mudar ou adaptar-se
ao seu contexto laboral, de acordo com a sua própria percepção;
 Síntese (“Synthesis”) – Mede a forma como o indivíduo efectivamente actua no seu trabalho.

Figure 1 – Exemplo de gráficos gerados pelo Predictive Index para cada perfil

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O Predictive Index® e a função de Professor / Formador

Não existe um único perfil ideal para a função de Professor ou de Formador. Existem, no entanto,
algumas características ou traços de personalidade que, quando presentes numa pessoa, facilitam o
seu desempenho nesta actividade, fazendo com que seja bem-sucedida com menor esforço.

Não significa, por isso, que a pessoa cujo perfil se afaste destes “traços desejados” esteja
“condenada” ao insucesso na actividade, apenas, terá de fazer um esforço maior, de forma
consciente ou não, tendo de sair da sua zona de conforto em termos de comportamento habitual,
para desempenhar com sucesso a actividade de ensino e facilitação. A este esforço não é alheia,
naturalmente, a maior ou menor experiência profissional de cada um.

Normalmente, apresentam maior potencial para o desempenho bem-sucedido da função de


formador, as pessoas que exibem como comportamentos mais fortes os seguintes:

 Centrado socialmente: identifica-se com as pessoas de forma natural, vendo facilmente os


seus pontos de vista ou entendendo as suas emoções. Possui uma comunicação positiva e
não ameaçadora;
 Orientado para as pessoas: flexível, sente-se melhor trabalhando com outros. Promove
trabalho em equipa ao compartilhar autoridade de modo activo. Conecta-se rapidamente e
de maneira proactiva com outros; cria e mantém relacionamentos para realizar o trabalho;
 Ensina e compartilha: geralmente trabalha em colaboração com outras pessoas para ajudar
sempre que pode;
 Fluente na comunicação, persuade e motiva os outros através do seu entusiasmo,
considerando os seus pontos de vista e ajustando a sua execução;
 Aberto à colaboração, trabalha com e através das outras pessoas. Possui compreensão
intuitiva de coesão e dinâmicas de equipa, e relações interpessoais.

Existem outros comportamentos facilitadores na actividade de ensino e formação, nomeadamente:

 No que respeita à paciência (tranquilidade, calma), apresentarão potencialmente melhores


desempenhos pessoas com algum grau de tranquilidade e calma (pacientes, estáveis,
metódicas e calmas, embora, em alguns casos, um certo sentido de urgência (ou seja,
alguma impaciência, rapidez e inquietude) seja útil para se atingirem resultados;

 Em termos do grau de formalidade, são facilitadores os comportamentos que estejam


compreendidos entre o informal (independente, desinibido, despreocupado) e o exacto
(cuidadoso, auto disciplinado e responsável).

De uma forma global, da análise individual dos professores a quem foi aplicado o teste Predictive
Index® durante a fase de diagnóstico, identificaram-se com maior enfoque as evidências
apresentadas na tabela seguinte.

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Tabela 4 – Resumo das principais evidências resultantes dos inquéritos Predictive Index

Predictive Index

• Centrados socialmente, identificam-se com as pessoas de forma natural, vendo


facilmente seus pontos de vista ou entendendo suas emoções. Comunicação
positiva e não ameaçadora;
Comportamentos
que facilitam a • Ensinam e compartilham. Geralmente trabalham em colaboração com outras
actividade pessoas para ajudar sempre que podem;
formativa
• Flexíveis. Sentem-se melhor trabalhando com os outros, geralmente colocam os
objectivos da equipa/empresa antes dos seus próprios objectivos pessoais.
Promovem trabalho em equipa ao compartilhar autoridade de modo ativo.

• Necessitam de estrutura, de regras claramente definidas e de muito apoio em


cenário de mudança ou de incerteza. Quando estes factores não estiverem
Comportamentos presentes, poderão ser menos eficazes no seu desempenho;
que podem
dificultar a • Alguns dos professores e formadores, dada a sua natureza estudiosa e analítica,
actividade necessitam de treino completo e detalhado em todos os aspectos de seu
formativa trabalho antes de serem eficientes e eficazes, o que no dia-a-dia nem sempre é
possível (veja-se o exemplo da formação pedagógica, que alguns professores e
formadores ainda não têm).

2.2.4 Observação em contexto de sala de aula

Para a fase de Diagnóstico, uma das actividades mais importantes indicadas na proposta consistia na
observação dos professores e/ ou formadores em contexto real de forma a identificar os diferentes
perfis de professores e formadores existentes na ENE e no INE, assim como as metodologias
empregues e toda a dinâmica estabelecida com os alunos ou formandos durante as aulas.

No entanto, tal não foi possível porque o período de aulas na ENE já havia terminado quando este
projecto iniciou. Como alternativa, foi pedido aos professores e formadores que irão participar do
programa de formação que preparassem uma aula ou uma sessão de formação com a duração de 30
minutos sobre um tema à sua escolha. Adicionalmente, os professores e formadores deveriam trazer
o plano de aula ou de sessão impresso, assim como os materiais pedagógicos que fossem
disponibilizar aos “alunos” na sessão.

Embora tenham estado presentes nesta aula de simulação menos de metade dos formandos, o
exercício revelou-se bastante positivo e permitiu identificar aspectos relevantes, principalmente em

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matéria de desenho dos planos de sessão, facilitação/ comunicação e avaliação dos conhecimentos,
conforme detalhado na tabela seguinte.

Tabela 5 – Resumo das principais evidências resultantes da observação em contexto de sala de aula

Desenho da Formação

• Alguns professores já estão familiarizados com o desenho de planos de sessão e


Aspectos fazem-no relativamente bem, com a indicação clara da forma como a sessão
Positivos deve decorrer;

Nota: A ENE disponibiliza um modelo para a elaboração do Plano de Sessão;

• A maior parte dos professores não tem um instrumento robusto de desenho


das acções de formação. Analisados os vários planos de sessão entregues pelos
professores foi possível identificar lacunas em termos da definição clara de
objectivos a atingir/ resultados esperados e o seu alinhamento com a
metodologia definida, assim como com a forma de avaliação dos conhecimentos
adquiridos pelos formandos. A fraqueza na planificação tem impacto directo na
Aspectos de forma como as aulas e sessões decorrem no sentido em que o professor não se
Melhoria
prepara devidamente para a aula;

• Outro ponto importante foi a falta de preocupação manifestada pelos


professores e formadores com o tipo de audiência específica que estaria
presente na aula/ sessão de formação, aquando da preparação da formação. Os
professores e formadores desenharam o plano de sessão de formação/ aula, sem
nunca questionar qual seria o público-alvo dessa sessão;

Facilitação

A maior parte dos professores e formadores observados manifestou os seguintes


aspectos positivos:
a. boa relação interpessoal, com demonstração de boas competências sociais e
capacidade para aceitar criticas ;
Aspectos b. boa desenvoltura a falar em público;
Positivos c. auto-confiança no domínio técnico dos conteúdos que leccionam, o que
estabelece credibilidade ao professor/ formador;
d. abertura para que os alunos participem na aula com as suas ideias e questões e
promoção da interacção com os alunos, com questões sobre o tema, com uma
boa escuta activa e reforço dos contributos;
e. postura que revela abertura para a interacção com os participantes, com gestos

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correctos e expressões faciais adequadas;


f. utilização de novas tecnologias (projecção de documentos em word, powerpoint
e exercícios práticos em SPSS);
g. alguns professores recorreram à utilização do flipchart para apoiar durante a
aula;

Os aspectos de melhoria mais evidentes na facilitação da maioria das sessões de


formação foram:
a. falta de orientação para o formando, no sentido de garantir que os
conhecimentos que estão a ser transmitidos têm ligação prática com a
realidade dos formandos (pouca utilização da experiência dos participantes
como recurso no processo de aprendizagem e fraca aplicação dos conteúdos
propostos à realidade dos participantes);
b. falta de utilização de dinâmicas de grupo que fomentem a partilha de
conhecimentos, a defesa de pontos de vista e a argumentação dos mesmos;
c. falta de criatividade em termos de métodos e auxiliares pedagógicos
utilizados;
d. dificuldade em adequar a linguagem utilizada, técnica e não só, ao tipo de
formandos presente na sala de aula e ao seu nível de conhecimento específico
sobre a matéria;
e. utilização de poucos exemplos práticos, histórias ou analogias que tragam
mais dinamismo à sessão e facilitem a compreensão dos temas abordados
(seguem uma lógica mais centrada nos conteúdos);
Aspectos de f. apresentações pouco apelativas (projectadas durante as aulas), em termos
Melhoria de tamanho e fonte de letra, cores de fundo e das letras, quantidade de
informação por slide, falta de imagens. Uma das apresentações foi realizada
com base num documento em word, com muita informação;
g. fraco acompanhamento dos alunos/ formandos menos participativos ou com
mais dificuldades (pouca individualização da aprendizagem ou personalização
do processo formativo);
h. poucas deslocações pela sala para aumentar a interacção com todos os alunos
e formandos, em detrimento de um contacto mais permanente com os alunos
sentados à frente;
i. falta de comunicação dos objectivos da sessão no início da mesma, com a
indicação clara daquilo que é esperado dos alunos;
j. má gestão do tempo que tinha sido disponibilizado para a sessão, sendo que
poucos foram os professores que conseguiram avaliar se os resultados
esperados estavam a ser atingidos;
k. fraqueza na gestão, exploração e sintetização da informação produzida ao
longo da sessão, para garantir que os alunos estão a acompanhar a sessão;
l. dificuldade em gerir a participação e comentários dos alunos em relação a
assuntos sobre colegas que não estejam relacionados com as aulas;
m. alguns professores revelaram fraqueza na forma de comunicar, revelando

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pouco ritmo na comunicação e uma cadência da entoação monótona;


n. alguns professores revelaram dificuldade em estabelecer contacto visual com
os alunos e revelaram uma postura mais retraída e tímida;
o. alguns professores ficam muito dependentes das apresentações que
preparam e ficam muito “colados” ao que está escrito na apresentação,
passando toda a sessão a ler, ao invés de procurarem interagir com os alunos,
explorando a sua sensibilidade para o tema e trazendo exemplos práticos que
facilitem o entendimento dos conceitos.

Avaliação

Aspectos • Alguns professores foram avaliando ao longo da sessão em que medida os conceitos
Positivos transmitidos estavam a ser apreendidos pelos formandos;

• A maior parte dos professores, dada a fraqueza da gestão do tempo disponível para
a sessão, não teve oportunidade de realizar a avaliação dos conhecimentos
transmitidos durante a sessão. Por outro lado, a maior parte dos planos de sessão
Aspectos de não contemplava a componente de avaliação de conhecimentos adquiridos;
Melhoria
• Nenhum dos professores solicitou feedback dos participantes em relação à forma
como a sessão decorreu, com o propósito de incorporar medidas correctivas nas
próximas sessões.

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2.2.5 Inquéritos aos alunos

Ainda na fase de Diagnóstico, foram realizados inquéritos aos alunos do 1º ano e do 2º ano do curso
Médio de Estatística com o propósito de avaliar o seu grau de satisfação com as aulas na ENE, com
os conteúdos programáticos e com as condições logísticas, assim como colher a opinião dos alunos
em relação aos professores, com a identificação dos aspectos mais positivos e aspectos a melhorar.

Uma vez que as aulas já haviam terminado quando este projecto iniciou, não foi possível colher a
opinião de todos os alunos. Responderam ao inquérito 16 alunos do 1º ano e 21 alunos do 2º ano.,
num total de 37 alunos. De destacar que não existem diferenças significativas entre a opinião dos
alunos do 1º ano e dos alunos do 2º ano.

Tabela 6 – Resultados dos inquéritos aos alunos

Aulas na Escola Nacional de Estatística

• Interesse dos temas (100% dos alunos avaliou positivamente);

• Capacidade pedagógica dos professores (95% dos alunos avaliou positivamente);


Aspectos
• Ambiente das aulas (92% dos alunos avaliou positivamente);
Positivos
• Aplicabilidade dos conhecimentos obtidos (86% dos alunos avaliou
positivamente);
• Empenho e participação dos alunos (86% dos alunos avaliou positivamente).

Conteúdos programáticos

• Relevância dos conteúdos (95% dos alunos avaliou positivamente);


Aspectos
Positivos • Abrangência dos conteúdos (95% dos alunos avaliou positivamente);

• Profundidade dos conteúdos (89% dos alunos avaliou positivamente).

Aspectos de • Equilíbrio entre teoria e prática (35% dos alunos avaliou negativamente);
Melhoria
• Ilustração com exemplos (22% dos alunos avaliou negativamente).

Aspectos logísticos da Escola Nacional de Estatística

Aspectos • Conforto/ funcionalidade (92% dos alunos avaliou positivamente);


Positivos • Condições da sala (espaço/ luminosidade) (89% dos alunos avaliou
positivamente);

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• Espaço envolvente (84% dos alunos avaliou positivamente);

• Meios de suporte (audiovisuais) (84% dos alunos avaliou positivamente).

Aspectos de
• Reprografia (para fotocópia dos materiais) (30% dos alunos avaliou negativamente).
Melhoria

Professores

• Domínio Técnico (conhecimento sobre o tema) (97% dos alunos avaliou


positivamente);
• Capacidade pedagógica (de expressão e transferência de saber) (97% dos alunos
avaliou positivamente);
• Disponibilidade para prestar esclarecimentos (92% dos alunos avaliou
Aspectos
positivamente);
Positivos
• Capacidade de mobilização e interacção com os alunos (89% dos alunos avaliou
positivamente);
• Experiência prática (84% dos alunos avaliou positivamente);

• Dinamismo/ empatia (84% dos alunos avaliou positivamente);

• Pontualidade (cumprimento de horários) (81% dos alunos avaliou positivamente).

• Demora na entrega dos testes;

• Falta de clareza nas perguntas que constam dos testes;


Aspectos de • Falta de coordenação entre os professores no caso das disciplinas que são
Melhoria lecionadas por mais do que um professor;
• Falta de cumprimento dos horários dos intervalos e das aulas seguintes;
(resultantes das
perguntas de • Falta de acompanhamento dos alunos ao longo do semestre, principalmente no
resposta aberta) que diz respeito aos trabalhos que devem ser realizados;
• Falta de materiais de apoio;

• Fazer questões no final da aula de forma a validar se os alunos perceberam a


matéria.

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3. PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO DIAGNÓSTICO E LIGAÇÃO COM O ITINERÁRIO


PEDAGÓGICO

O presente capítulo procura apresentar de forma agregada as principais conclusões


do diagnóstico realizado no âmbito do projecto do Programa de Fortalecimento das
competências pedagógicas.

A fase de diagnóstico permitiu identificar um conjunto de questões que são determinantes para a
melhoria do desempenho dos professores da ENE, dos formadores do INE, assim como dos técnicos
que trabalham nas áreas pedagógica e de formação. Algumas das questões-chave identificadas no
capítulo anterior extravasam o âmbito deste projecto e, por isso, neste capítulo vamos focar-nos
apenas nas questões que poderão ser alvo de tratamento neste programa de fortalecimento das
competências pedagógicas.

3.1. FORTALECIMENTO DAS COMPETÊNCIAS DAS ÁREAS PEDAGÓGICA E DE FORMAÇÃO

Em termos institucionais e organizacionais foram identificadas, na fase de diagnóstico, fraquezas no


que diz respeito às áreas pedagógica e de formação, tanto na ENE, como no INE. Tendo em conta
que 3 dos participantes deste programa de formação respondem pelas áreas supra-mencionadas, a
proposta técnica apresentada no próximo capítulo terá em consideração a necessidade de fortalecer
as competências destas técnicas, principalmente para colmatar as seguintes questões:

1. Falta de domínio dos instrumentos de gestão de formação

a. Todos os módulos ministrados no âmbito deste programa irão permitir às técnicas das
áreas pedagógica e de formação melhorarem o seu domínio no âmbito dos vários
instrumentos de gestão de formação. Por outro lado, o módulo específico de gestão de
formação irá permitir uma abordagem mais macro e sistematizada do processo de
gestão de formação, abordando de forma sumária os seguintes conteúdos: etapas e
métodos, definição de objectivos de formação, caracterização do contexto profissional
dos destinatários, caracterização dos grupos em formação, tipos de conteúdos e
selecção de conteúdos e organização dos planos de sessão, recursos didácticos e dossier
técnico-pedagógico;

2. Falta de instrumentos pedagógicos orientadores para os professores e formadores

a. Um dos principais constrangimentos identificados pelos professores foi a falta de


instrumentos pedagógicos orientadores que facilitem o seu planeamento e organização
no âmbito da sua actividade na ENE. Para ultrapassar este constrangimento será feita a
definição de um template para o Plano Temático da disciplina/ acção de formação e de
um template para o plano de sessão. Estes templates serão utilizados por todos os

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professores e formadores, o que irá facilitar a gestão da informação das diferentes


disciplinas do curso médio de Estatística e das diferentes acções de capacitação de curta
duração, por apresentarem informação sobre as mesmas variáveis;

b. Outra das soluções que se pretende implementar é a definição da estrutura que o


dossier técnico-pedagógico de uma disciplina ou acção de formação deverá ter, com
inclusão das fichas de presenças, plano temático e planos de sessão, manuais, textos de
apoio e recursos pedagógicos e didácticos utilizados na disciplina ou acção, sumário das
aulas ou sessões, relatórios de actividades, ficha de avaliação da formação, testes e
provas de avaliação, entre outros.

3. Falta de instrumentos de avaliação do desempenho dos professores e formadores

a. Para colmatar esta questão propomos a definição de uma grelha de observação para
avaliação dos professores e/ou formadores em contexto real, de forma a que a ENE e o
INE garantam o acompanhamento da prestação dos mesmos e a introdução de medidas
correctivas que potenciem o seu desempenho;

b. Também neste âmbito, sugerimos a definição de um template para a ficha de avaliação


do professor/ do formador pelos alunos/ formandos. Esta ficha deverá ser preenchida
pelos alunos no final do semestre ou pelos participantes das acções de formação no final
da acção. Ao dispor destes dados, tanto a ENE, como o INE terá a possibilidade de ter
informação sobre a avaliação que os beneficiários das aulas e sessões de formação
fazem, introduzindo, sempre que possível, medidas correctivas que potenciem o
desempenho dos professores e formadores.

3.2. FORTALECIMENTO DAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES E DOS FORMADORES

Em relação aos professores da ENE e aos formadores do INE foram identificados, na fase de
diagnóstico, fraquezas que dizem respeito aos 3 pilares indicados nos termos de referência do
projecto, designadamente, gestão da formação, facilitação e avaliação dos conhecimentos.

A proposta técnica apresentada no próximo capítulo terá em consideração a necessidade de


fortalecer as competências pedagógicas dos professores da ENE e formadores do INE,
principalmente para colmatar as questões identificadas ao nível dos 3 pilares analisados.

Pilar 1 – Gestão da Formação

1. Falta de domínio de métodos e técnicas pedagógicas

a. Será ministrado o módulo de métodos e técnicas pedagógicas com principal enfoque nos
métodos e técnicas de aprendizagem específicas para adultos, métodos pedagógicos
(expositivo, interrogativo, demonstrativo e activo), técnicas pedagógicas (roleplays,

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demonstração, estudo de caso, exercícios, entre outros) e critérios de selecção de


técnicas pedagógicas, tendo em atenção o contexto do SNE. Neste âmbito serão
desenvolvidos vários exercícios de aplicação prática, tendo em perspectiva o dia-a-dia
dos formandos nas suas actividades de formação.

2. Falta de domínio na adequação dos recursos didácticos

a. Para colmatar esta lacuna será ministrado o módulo de recursos didácticos com principal
enfoque na identificação dos diferentes tipos de recursos didáticos que estão
disponíveis, as regras para a elaboração de apresentações ou de outros documentos
projectáveis, aplicação prática para a construção de apresentações em powerpoint e
identificação das regras para a utilização de audiovisuais;

3. Falta de domínio no âmbito do desenho de acções de formação

a. De forma a ultrapassar esta situação, será ministrado o módulo de desenho de acções


de formação com principal enfoque na definição de objectivos de formação, selecção e
sequência de conteúdos programáticos, tendo em conta os objectivos definidos e
consequente elaboração do plano de sessão. De destacar que para a elaboração do
plano de sessão serão utilizados conhecimentos adquiridos no módulo de métodos e
técnicas pedagógicas;

4. Falta de domínio dos instrumentos de gestão de formação

a. À semelhança do que foi referido anteriormente para as técnicas das áreas pedagógica e
de formação, todos os módulos ministrados no âmbito deste programa irão permitir aos
professores e formadores das áreas pedagógica e de formação melhorarem o seu
domínio no âmbito dos vários instrumentos de gestão de formação. Por outro lado, o
módulo específico de gestão de formação irá permitir uma abordagem mais macro e
sistematizada do processo de gestão de formação, abordando de forma sumária os
seguintes conteúdos: etapas e métodos, definição de objectivos de formação,
caracterização do contexto profissional dos destinatários, caracterização dos grupos em
formação, tipos de conteúdos e selecção de conteúdos e organização dos planos de
sessão, recursos didácticos e dossier técnico-pedagógico.

5. Falta de instrumentos pedagógicos que orientem os professores e formadores

a. À semelhança do que foi referido anteriormente, os professores sentem falta de


instrumentos pedagógicos orientadores que facilitem o planeamento das aulas e
organização no âmbito da sua actividade na ENE. Para ultrapassar este constrangimento
será feita a definição de um template para o Plano Temático da disciplina/ acção de
formação e de um template para o plano de sessão;

a. Outra das soluções que se pretende implementar é a definição da estrutura que o


dossier técnico-pedagógico de uma disciplina ou acção de formação deverá ter, com

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inclusão das fichas de presenças, plano temático e planos de sessão, manuais, textos de
apoio e recursos pedagógicos e didácticos utilizados na disciplina ou acção, sumário das
aulas ou sessões, relatórios de actividades, ficha de avaliação da formação, testes e
provas de avaliação, entre outros. Esta estrutura comum facilitará a substituição
temporária ou definitiva dos professores no meio ou no final dos semestres, sem
prejuízo para os alunos.

Nota: A definição dos templates e da estrutura do dossier a implementar será efectuada com a colaboração
dos participantes na formação, de forma a criar um maior ownership do processo e facilitar o processo de
implementação.

Pilar 2 – Facilitação

1. Melhoria das técnicas de comunicação

a. Para garantir a melhoria das técnicas de comunicação será ministrado o módulo de


comunicação e dinamização de grupos com principal enfoque na comunicação
pedagógica, identificação dos inibidores e potenciadores da comunicação e da relação
interpessoal, importância da motivação em contexto formativo, identificação de
dinâmicas de grupo e gestão de conflitos.

Pilar 3 – Avaliação

1. Melhoria dos instrumentos de avaliação utilizados e alinhamento com os objectivos


definidos

a. Será ministrado o módulo de avaliação com principal enfoque na definição de


objectivos da avaliação em contexto de aprendizagem, identificação dos diferentes
tipos de avaliação em formação, técnicas e instrumentos de avaliação em formação,
avaliação da qualidade da formação e avaliação do impacto da formação para os
participantes e para a organização.

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4. PROPOSTA DE ITINERÁRIO PEDAGÓGICO

O itinerário pedagógico apresenta em maior detalhe a nossa proposta revista e


adequada ao Programa de Fortalecimento das Competências Pedagógicas, tendo por
base as conclusões da fase de Diagnóstico.

Depois de identificados os principais constrangimentos sentidos pelos professores da ENE e pelos


formadores do INE, no âmbito do domínio pedagógico-didáctico, foi feita a adequação do itinerário
pedagógico com o propósito de tornar mais eficiente o Programa de Fortalecimento das
competências pedagógicas, dado o número de participantes (25) e dado o número de horas
disponíveis para o programa (cerca de 35 horas). De destacar que normalmente os programas desta
natureza são lecionados em 90 horas.

Designação da Acção Programa de Formação de Formadores

Duração da acção 35 horas

Professores da ENE, Formadores do INE e Técnicos da área pedagógica e de


Público-Alvo
formação da ENE e do INE

O programa visa a melhoria contínua da qualidade pedagógica da formação


Objectivos gerais do profissional ministrada na ENE e pelo INE, através da aquisição e desenvolvimento
programa das competências técnico-pedagógicas fundamentais para o desempenho da função
de professor e de formador.

A estrutura programática e curricular do curso de formação pedagógica engloba 9


Programa do curso
módulos.

4.1. RESULTADOS ESPERADOS

Em termos de resultados esperados, cada participante do programa, no final da formação, deverá


ser capaz de:

1. desenhar uma iniciativa de formação eficiente e eficaz em temáticas estatísticas


(e não só), definindo claramente os resultados esperados, bem como os
conteúdos, actividades e recursos pedagógicos necessários e suficentes para os
atingir;

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2. facilitar ou ministrar uma acção de formação em temáticas onde sejam


tecnicamente competentes, de acordo com os objectivos pedagógicos definidos
para a mesma;
3. avaliar o processo formativo e os resultados obtidos nas suas iniciativas de
formação, de acordo com um conjunto de critérios definidos pelos próprios,
com base em boas práticas reconhecidas na actividade formativa.
4. programar, executar e, avaliar iniciativas de formação de modo autónomo,
documentando-as de forma adequada, independentemente de pertencerem ou
não à equipa de formadores.

4.2. ESTRUTURAÇÃO PROGRAMÁTICA

A estruturação programática foi concebida tendo em consideração o objectivo central de


fortalecimento das competências pedagógicas dos professores da ENE e formadores do INE.

A tabela seguinte apresenta para cada módulo, os conteúdos programáticos, os métodos a utilizar, o
número de horas e a calendarização.

Tabela 7 – Módulos e conteúdos programáticos

Módulos – Conteúdos Programáticos Métodos Calendarização


Duração
utilizados
2ªfeira
Módulo 1 – Perfil do Formador e Contexto de
Formação Expositivo e (17.06.2013)
1h45
• Perfil do Formador Interrogativo Período da
• Importância da Pedagogia e da Andragogia Manhã

Autoscopia
Módulo 2 – Simulação Pedagógica Inicial
(visionamento
• A técnica de simulação pedagógica (autoscopia) das
• Visionamento das simulações pedagógicas feitas 2ªfeira
simulações
pelos participantes no âmbito do diagnóstico (17.06.2013)
• Análise dos comportamentos pedagógicos pedagógicas
4h10m
observados realizadas
Período da
• Plano Colectivo de acções de melhoria a pelos
Manhã e Tarde
desenvolver ao longo do curso participantes
no âmbito do
diagnóstico)

Módulo 3 – Comunicação e Dinamização de Grupos em 2h00 3ªfeira


Expositivo e
Formação (18.06.2013)
Interrogativo
• A comunicação pedagógica
Período da
• Inibidores e potenciadores da comunicação e da

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relação interpessoal Manhã


• A motivação em contexto formativo
• Dinâmica de grupos e gestão de conflitos

Módulo 4 – Métodos e Técnicas pedagógicas Expositivo,


• Métodos e técnicas de aprendizagem específicas interrogativo 3ªfeira
para adultos e aplicação 4h10m (18.06.2013)
• Métodos pedagógicos: expositivo, interrogativo, prática –
demonstrativo e activo Período da
projecto de
• Técnicas pedagógicas: roleplays, demonstração,
intervenção Manhã e Tarde
estudo de caso, exercícios, entre outros
• Critérios de selecção de técnicas pedagógicas: o pedagógica
Contexto do SNE

Módulos – Conteúdo Programático Métodos Número de Calendarização


utilizados horas
Módulo 5 – Desenho de acções de formação Expositivo,
interrogativo e 4ªfeira
• Definição de objectivos de formação
aplicação prática (19.06.2013)
• Selecção e sequência de conteúdos 3h05m
programáticos – projecto de
Período da
• Elaboração do Plano de sessão intervenção
Manhã
pedagógica

Expositivo,
Módulo 6 – Recursos Didácticos
demonstrativo e 4ªfeira
• Tipos de recursos didáticos aplicação prática (19.06.2013)
• Regras para a elaboração de apresentações ou
e e aplicação 2h50m
outros documentos projectáveis
prática – projecto Período da
• Aplicação prática: construção de apresentações
em powerpoint de intervenção Tarde
• Regras para a utilização de audiovisuais pedagógica

Módulo 7 – Avaliação da Formação


Expositivo,
• Objectivos da avaliação em contexto de 5ªfeira
demonstrativo e
aprendizagem (20.06.2013)
• Tipos de avaliação em formação aplicação prática
3h05m
• Técnicas e instrumentos de avaliação em – projecto de
Período da
formação intervenção
Manhã
• Avaliação da qualidade da formação pedagógica
• Avaliação do impacto da formação para os
participantes e para a organização

Módulos – Conteúdo Programático Métodos Número de Calendarização


utilizados horas
Módulo 8 – Gestão da Formação
Expositivo, 5ªfeira
• Programar e executar a formação: etapas e (20.06.2013)
interrogativo e
métodos 1h50m
• Definição de objectivos de formação aplicação prática
Período da
• Caracterização do contexto profissional dos – projecto de
Tarde
destinatários intervenção
• Caracterização dos grupos em formação

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• Tipos de conteúdos e selecção de conteúdos pedagógica


• Planos de Sessão, recursos didácticos e dossier
técnico-pedagógico

Módulo 9 – Simulação Pedagógica Final 6ªfeira


• Preparação das simulações Expositivo, 4h55m (21.06.2013)
• Realização das simulações demonstrativo e
• Visionamento e análise dos comportamentos aplicação prática Período da
pedagógicos observados () Manhã e Tarde
• Revisão do Plano colectivo de acção
• Síntese final e mensagens-chave

4.3. AVALIAÇÃO

A avaliação é uma componente importante do processo formativo e, por isso, foram estabelecidos
diferentes momentos para a avaliação, nomeadamente:

1. Avaliação contínua – formativa e sumativa (em todos os módulos)


2. Avaliação final – sumativa – com a entrega de um projeto de intervenção pedagógica,
construído ao longo das várias sessões, um plano de sessão que suporte a simulação
realizada no Módulo 9 e o próprio desempenho na simulação e realização de um teste de
conhecimentos no final da acção formativa.

Cada um dos participantes terá que desenvolver um projecto de intervenção pedagógica relacionado
com um tema de formação (associado à sua área profissional) e elaborar um manual de apoio que
possa servir para distribuir aos participantes desse curso. Será a partir desse manual, que o
participante deverá escolher um excerto e, a partir dele, elaborar um plano de sessão para
desenvolver a sua simulação pedagógica final (com a duração de 10 minutos).
De destacar que para a sua simulação, o participante do programa deverá elaborar um instrumento
de avaliação para avaliar a aprendizagem que os formandos adquiriram na sua simulação final.

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4.4. HORÁRIO PROPOSTO

Tendo em conta os módulos e duração propostos, sugerimos a aplicação do seguinte horário durante a semana em que decorrer o Programa de Formação de
Formadores, de 17 a 21 de Junho de 2013. Em cada um dos dias, o número de horas úteis será de aproximadamente 7, o que equivale a um total de cerca de 35
horas para todo o programa.

Figura 3 – Horário proposto para o Programa de Formação de Formadores


5. ANEXOS

Durante a fase de diagnóstico, foi recolhido um conjunto de informação diversa que pudesse apoiar
o aprofundamento da análise. Apresentamos em anexo exemplos de planos de aula e de
diapositivos utilizados como suporte numa aula.
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Figura 4 – Exemplo de um plano de aula de português

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Figura 5 – Exemplo de um plano de aula de Informática II

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Figura 6 – Exemplo de diapositivos apresentados numa aula de Informática I

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