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Índice

1. O autor e a obra.................................................................................................................................................. 4
1.1. Informações biográficas................................................................................................................... 4
1.2. O missionário................................................................................................................................................ 6
1.3. O diplomata.................................................................................................................................................... 7
1.4. O pregador........................................................................................................................................................ 7
1.5. O visionário..................................................................................................................................................... 9

2. O contexto histórico-literário....................................................................................................... 10
2.1. A situação política e económico-social....................................................................... 10
2.2. A ação dos jesuítas no Brasil................................................................................................... 11
2.3. Contexto cultural e literário – o barroco nas artes........................................ 13
2.3.1. Conceptismo e cultismo.............................................................................................. 16
2.4. O Barroco literário em Portugal........................................................................................... 18

3. A oratória................................................................................................................................................................. 19
3.1. Objetivos da eloquência (docere, delectare, movere)................................... 19
3.2. A oratória religiosa: o sermão................................................................................................ 19

4. O sermão vieiriano..................................................................................................................................... 21
4.1. Intenção persuasiva e exemplaridade........................................................................... 21

5. Resumo dos capítulos............................................................................................................................. 27

6. Linguagem, estilo e estrutura..................................................................................................... 38


6.1. Linguagem e estilo.............................................................................................................................. 38
6.1.1. O discurso figurativo....................................................................................................... 38
6.1.2. Outros recursos expressivos................................................................................... 39
6.2. Visão global do sermão e estrutura argumentativa..................................... 42
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7. Crítica social e alegoria........................................................................................................................ 44

8. Avaliação................................................................................................................................................................... 52

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Coleção Resumos – Sermão de Santo António

2. O contexto histórico-literário

Vieira viveu num período conturbado da História de Portugal, um

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longo período de agonia que se iniciou com o desaparecimento do rei
D. Sebastião nos areais de Alcácer Quibir e que determinou a perda da
independência nacional, com a invasão do território português pelo
exército espanhol em 1580, cujo poder militar tomou a coroa da monar-
quia portuguesa.
O reino viveu sob a governação sucessória de Filipes – desde Filipe II
de Espanha, 1581, até Filipe IV, 1640.

2.1. A situação política e económico-social


Durante o longo período de domínio filipino (1581-1640), poder-se-á
considerar dois momentos que, claramente, se opõem:

1.° um período de estabilidade e acalmia política, durante o reinado de


Filipe II, resultante de fatores como:
• a transferência dos centros de decisão para fora do país;
• a normalização de desequilíbrios económicos, nomeadamente com o
contributo de Madrid para as despesas militares, em especial na cober-
tura naval do comércio do Oriente;
• o alívio das despesas públicas;
• a melhoria das condições de vida dos nobres, os quais viram garantidas
as suas tenças.

2.° um período de declínio da prosperidade económica, durante o rei-


nado de Filipe III, consequência de fatores como:
• o esgotamento das jazidas de prata da América;
• a falta de artesãos e de pequenos agricultores, com a expulsão dos
“mouriscos” (descendentes de mouros que permaneceram em Espa-
nha, após a conquista do reino de Granada);
• as frequentes investidas dos ingleses e franceses aos territórios ultra-
marinos;
• os ataques a grande número de navios destinados aos portos portugue-
ses, o que gerou desproteção junto dos comerciantes e armadores;
• o agravamento da carga tributária que atingiu particularmente o povo;
• o surto de tumultos e de focos de resistência popular, em várias cida-
des do país.

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2. O contexto histórico-literário

Este clima de descontentamento atingiu o auge com a revolta a 1 de


dezembro de 1640, uma operação-surpresa que restaurou a independên-
cia nacional, sem, no entanto, impedir as constantes ofensivas do exér-
cito espanhol para reconquistar Portugal, sendo as mais relevantes a de
Évora, em 1663, e a de Montes Claros, em 1665.
Porém, a restauração da independência não implicou estabilidade
para o país, uma vez que houve:
• reconhecimento tardio da soberania portuguesa por Roma; só em 1669
um embaixador português é recebido em audiência pelo Papa;
• abertura à Inglaterra do comércio com o Brasil, África e de domínios
orientais, como garantia de paz;
• cedência dos direitos do comércio português no Brasil aos holandeses;
• perdas progressivas de todas as posições coloniais.

2.2. A ação dos jesuítas no Brasil


Os jesuítas desempenharam um papel muito importante, junto dos
índios do Nordeste brasileiro, ultrapassando a sua missão evangeliza-
dora, na defesa acérrima contra o poder arbitrário e as práticas violentas
dos colonos. Vejamos, no texto que se segue, a referência a essa dupla
missão – evangelização e defesa dos direitos humanos.

Ao pisar no Brasil, a primeira ação tomada pelo navegador Pedro Álva-


res Cabral e seus tripulantes foi organizar uma missa que comemorava a
chegada a novas terras. Nesse simples gesto, percebemos que os europeus
não tinham somente um projeto de carácter económico no Brasil. Sendo
nação de forte fervor religioso católico, Portugal trouxe membros da Ordem
de Jesus que teriam a incumbência de ampliar o número de fiéis no Novo
Mundo.
O alvo primordial dessa conversão seriam os índios, que desde as pri-
meiras anotações feitas por Pêro Vaz de Caminha são descritos como povos
inocentes que iriam converter-se sem maiores problemas. A relação entre
Estado e Igreja nessa época era próxima, na medida em que ambas em-
preendiam medidas que colaboravam com seus interesses mútuos. En-
quanto os jesuítas tinham apoio na catequização dos nativos, o Estado con-
tava com o auxílio clerical na exploração do território e na administração.
Sob tal aspeto, devemos relembrar que o interesse da Igreja em ocupar
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e evangelizar o Novo Mundo se dava também pelas várias transformações


ocorridas na Europa do século XVI. Nessa época, as religiões protestantes
surgiam como uma alternativa ao milenar poderio religioso católico. Para
reagir à significativa perda de fiéis, a Igreja aprovou a conceção da Ordem

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Coleção Resumos – Sermão de Santo António

6. Linguagem, estilo e estrutura

6.1. Linguagem e estilo


Um dos móbiles do sermão vieiriano, como tivemos oportunidade de

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ver anteriormente, é a persuasão dos ouvintes. Vieira procura alcançá-la
“não só pela mobilização dos afetos […], mas também pelo deslumbramento do
ouvinte perante a engenhosidade do pregador, os seus malabarismos concep-
tuais e verbais, o que coloca o ouvinte na posição de apreciador literário e confere
virtual literariedade a um ato que em princípio seria apenas religioso”.1
No Sermão de Santo António, como em todos os outros, Vieira evidencia
um domínio magistral dos processos estilísticos da arte retórica, o que
lhe permite concretizar, com rigor e mestria, o ideal retórico da “arte de
bem dizer para persuadir”. Como veremos, em seguida, tal mestria é evi-
denciada pela riqueza figurativa e estilística do discurso, mas também
pela forma como se apresenta estruturado.

6.1.1. O discurso figurativo


Ao nível do discurso figurativo, são fulcrais, nos sermões de Vieira,
recursos expressivos que contribuem grandemente para o embeleza-
mento do discurso, mas igualmente para a transposição de sentido ne-
cessária à veia moralizadora do discurso. Os três recursos expressivos
que se destacam a este nível são: a alegoria, a metáfora e a comparação.
Vejamos de que modo:
• alegoria:
– o orador recorre à alegoria – representação figurativa de ideias/con-
ceitos através de realidades concretas expressas num jogo contínuo
de metáforas e analogias – para, através do discurso alegórico, me-
lhor e mais claramente veicular os seus argumentos e tecer a sua
crítica social. Na verdade, todo o sermão é alegórico, na medida em
que Vieira, para criticar o estado de corrupção da humanidade, esta-
belece, desde o início, a analogia entre os peixes e os homens. O
comportamento dos peixes serve, pois, para ilustrar o comporta-
mento dos homens. Idêntico exercício figurativo é feito com a alego-
ria das naus. Com as alegorias das naus, o orador consegue não só
concretizar alguns dos vícios mais flagrantes dos homens, mas tam-
bém tornar mais clara a sua argumentação: “Quantos, correndo for-
tuna na nau Soberba, […] se iam desfazer nos baixos […]? Quantos,

1
Margarida Vieira Mendes, Sermões do Padre António Vieira, Col. Textos literários, 3.ª ed., Lisboa, Comu-
nicação, 1987, p. 30 (com supressões).

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6. Linguagem, estilo e estrutura

embarcados na nau Vingança, […] corriam enfunados a dar-se batalha,


onde se queimariam ou deitariam a pique […]? Quantos, navegando na
nau Cobiça, […] dariam nas mãos dos corsários com perda do que levavam
e do que iam buscar […]? Quantos, na nau Sensualidade, […] se iriam per-
der cegamente […]?” [Cap. III].
• metáfora:
– o orador recorre à metáfora não apenas pelo facto de esta se consti-
tuir como expressão criativa, original, de ideias – e, deste modo, figura
de excelência para a ornamentação do discurso e a sedução dos ou-
vintes –, mas, igualmente, pelo facto de, através do seu sentido figu-
rado, poder tecer o seu posicionamento crítico em relação ao que está
mal na humanidade, e, concretamente, com os colonos do Maranhão.
Uma das metáforas que, desde logo, se destaca é a que preside ao con-
ceito predicável “Vos estis sal terrae” (“Vós sois o sal da terra”) do ser-
mão; através desta, Vieira diz-nos que o pregador é o sal da humani-
dade, pois, com os seus discursos, fará aos homens o que, de facto, o sal
faz à terra: impedir a sua corrupção. Porém, são inúmeras as metáfo-
ras, nomeadamente as que incidem sobre os defeitos dos peixes para
representarem os defeitos dos homens ou a metáfora da arte de pescar
para desenvolver a sua crítica à exploração do homem pelo homem
sendo que, simultaneamente, recorre a uma sucessão de imagens,
“varas”, “bengalas”, “bastões” e “cetros”, como representação dos diversos
tipos de poder abusivo – “No mar, pescam-se as canas, na terra pescam as
varas […], pescam as bengalas, pescam os bastões e até os cetros pescam, e
pescam mais que todos, porque pescam cidades e reinos inteiros.” [Cap. III].
• comparação:
– o orador recorre à comparação para, através do estabelecimento de
uma relação de analogia, de semelhança, entre dois elementos dis-
tintos, procurar tornar mais inteligíveis as suas ideias e juízos de
valor: “Certo que se a este peixe o vestiram de burel e o ataram com uma
corda, pareceria um retrato marítimo de Santo António.” [Cap. III]; “O polvo,
com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios
estendidos, parece uma estrela […]” [Cap. V].

6.1.2. Outros recursos expressivos


Para além destes três recursos expressivos, sendo o Sermão de Santo
António um discurso argumentativo longo, Vieira recorreu a uma varie-
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dade de recursos literários que, não só contribuíram para a sua beleza e


expressividade – promovendo, desta feita, a atenção ao discurso –, como
também serviram o seu propósito de persuasão argumentativa. Vejamos
quais:

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