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A CENTRALIDADE DO EVANGELHO.
Dr. Timothy Keller
Fonte:
http://redeemercitytocity.com/content/com.redeemer.digitalContentArchive.LibraryItem/23/The_Centrality_of_the_Gospel.pdf
O evangelho é o elemento central na vida cristã e continuamente renova o crente e a igreja. Delineados neste artigo estão
quatorze maneiras nas quais o evangelho impacta o crente e oito modos que nutre a igreja.
Princípio
Em Gálatas 2:14, Paulo coloca um princípio poderoso. Ele lida com o orgulho racial e a covardia de Pedro, declarando que ele não
está vivendo “de acordo com a verdade do evangelho”. A partir disto, nós vemos que a vida cristã é um processo de renovar cada
dimensão da nossa vida- espiritual, psicológica, corporativa, social- pensando, esperando e vivendo as linhas das ramificações do
evangelho. O evangelho é para ser aplicado em cada área do pensamento, do sentimento, relacionamento, trabalho e
comportamento. As implicações e aplicações de Gálatas 2:14 são vastas.
APLICAÇÕES.
Os dois “ladrões” do evangelho.
Desde que Paulo usa a metáfora do “estar em linha com o evangelho”, nós podemos considerar que a renovação do evangelho
ocorre quando nós guardamos de andar fora da linha seja para a direita, ou seja, para esquerda. Uma chave para pensar as
implicações do evangelho é considerar o evangelho como um terceiro caminho entre os dois enganos opostos. Contudo, nós
precisamos entender que o evangelho não é um compromisso de meio-termo entre estes dois polos- isto produz não algo no
meio, mas algo diferente de ambos.
““ Tertuliano, um escritor cristão do segundo e terceiro século, diz” Assim como Cristo foi crucificado entre dois ladroes, também
esta doutrina da justificação também está crucificada entre dois erros opostos”. Ele quer dizer que aqui estão dois caminhos
básicos falsos de pensamento, cada um deles rouba o poder e a distinção do evangelho de nós nos empurrando para um lado ou
outro da linha do evangelho. Este dois enganos são muito poderosos, porque eles representam a tendência natural do coração e
da mente humana.
(O evangelho é revelado por Deus (Rm 1:17) - uma mente humana sem ajuda não pode concebê-lo). Os ladroes podem ser
chamados de moralismo ou legalismo por um lado e de hedonismo ou relativismo por outro lado. Outra forma de colocarmos
isto: o evangelho se opõe tanto a religião quanto a irreligião (veja Mt. 21:31; 22:10). Por um lado, moralismo/religião salientam a
verdade sem a graça, por isto diz que nós devemos obedecer a verdade para sermos salvos. Por outro lado, relativismo/irreligião
salientam a graça sem verdade, por isto diz que todos nós fomos aceitos por Deus (se é que existe um Deus) e nós temos que
decidir o que é a verdade para nós. Ambas as verdades sem graça não são realmente verdade, e “graça” sem verdade não é
realmente graça. Jesus era “cheio de graça e verdade”(Jo. 1:14). Qualquer religião ou filosofia de vida que não enfatiza isto ou
perde uma ou outra destas verdades caiem num legalismo ou em licenciosidade, e em cada caminho, a alegria, o poder e a
libertação do evangelho são roubadas.
SUMÁRIO
Sem um conhecimento do nosso pecado extremo, o pagamento da cruz parece trivial e não eletrifica ou transforma a nós.
Contudo, sem um conhecimento da vida e morte completamente satisfatória de Cristo, o conhecimento do pecado nos quebra ou
nos mova para negação ou repressão disto. Jogue fora seja o conhecimento do pecado ou o conhecimento da graça e a vida das
pessoas não muda. Eles serão ou esmagados pela lei moral ou correr disto com raiva. Então, o evangelho é não que vamos de
sermos irreligiosos para sermos religiosos, contudo, o que nós entendemos que nossas razões tanto para nossa religiosidade ou
para a nossa irreligiosidade são essencialmente as mesmas e essencialmente erradas. Nós estamos procurando serem nossos
próprios salvadores e, então, guardar o controle de nossas próprias vidas. Quando nós confiamos em Cristo como nosso redentor,
nós saímos da confiança em nossa própria determinação ou autonegação, seja o hedonismo ou moralismo, para a nossa salvação.
A. O EVANGELHO E O INDIVÍDUO.
1. Abordagem ao desanimo. Quando uma pessoa está deprimida, o moralista diz, “você está quebrando as regras-
arrependa-se”. Por outro lado, o relativista diz, ”você precisa amar e aceitar a si mesmo”. Sem o evangelho, superficialidades
serão abordadas ao invés do coração. O moralista vai trabalhar no comportamento e o relativista vai trabalhar nas emoções em si
mesmas. Contudo, (assumindo que aqui não há uma base fisiológica para a depressão) o evangelho nos levam a examinar a nós
mesmos e dizer, “algo em minha vida se tornou mais importante que Deus, um pseudo-salvador, uma forma de obras de justiça”.
O evangelho nos leva ao arrependimento, não meramente colocando nossa vontade contra assuntos superficiais.
2. Abordagem ao mundo físico. Alguns moralistas são indiferentes ao mundo físico e veja isto como não importante. Outros
moralistas são francamente medrosos do prazer físico, e uma vez que eles estão procurando ganhar sua salvação, eles preferem
focar nos pecados de uma natureza física como uma falha para disciplinar sexo e os outros apetites. Estes são mais fáceis de
evitar que os pecados do espirito tal como o orgulho. Então, os moralistas preferem enxergar os pecados do corpo como piores
que os outros tipos. O legalismo que resulta usualmente leva para um desgosto do prazer. Por outro lado, o relativista é, muitas
vezes, um hedonista, alguém que é controlado por prazer e faça disto um ídolo. O evangelho nos leva para ver que Deus criou
tanto o corpo como a lama e, então, irá redimir tanto o corpo como a alma, embora sob o pecado, o corpo e a alma estão
quebrados. Assim, o evangelho nos leva para desfrutar o físico (e lugar contra o quebrantamento físico, tais como doença e
pobreza), ainda para ser moderados no uso das coisas materiais.
3. Abordagem para o amor e relacionamentos. Moralismo, muitas vezes, torna os relacionamentos em um jogo de culpa. Isto
é porque um moralista é traumatizado pelo criticismo que é muito severo e mantém uma autoimagem como uma boa pessoa por
culpar os outros. Por outro lado, moralismo pode usar a busca do amor como um jeito de ganhar nossa salvação e nos convencer
que somos pessoas dignas. Isto, quase sempre, cria o que é chamado de co-dependencia- uma forma de auto-salvação através da
necessidade das pessoas ou da necessidade das pessoas de você (isto é, salvar a si mesmo salvando os outros). Por um lado, muito
relativismo reduz amor a uma parceira negociada para um beneficio mutuo. Você se relaciona apenas enquanto não custa nada
para você. Então a escolha sem o evangelho é para o egoísmo em usar os outros ou para o egoísmo de deixar você ser usado pelos
outros. Mas, o evangelho nos leva para nenhum dos dois lados. Nós sacrificamos e comprometemos a nós mesmos, mas não de
uma necessidade de convencer a nós mesmos ou os outros que nós somos aceitáveis. Nós podemos amar a pessoa o suficiente
para confrontar quando isto é preciso, e ainda, ficamos com a pessoa mesmo quando isto não beneficia a nós.
4. Abordagem para o sofrimento. Moralismo emprega a abordagem dos amigos de Jó, deixando a culpa em nós mesmos.
Você simplesmente assume, “eu devo ser mau para estar sofrendo”. Debaixo da culpa, então, aqui está sempre a raiva para com
Deus. Por quê? Porque os moralistas acreditam que Deus deve isto a eles. Todo o ponto do moralismo é colocar Deus em seu
débito. Porque você tem sido tão moral, que você sente que não merece realmente sofrimento. Moralismo deixa você em
lágrimas, em um nível em que você pense, “o que eu fiz para merecer isto?”, contudo, em outro nível, você pense, “eu
provavelmente fiz alguma coisa para merecer isto!”. Quando o moralista sofre, então, ele ou ela devem sentir mal com Deus
(porque eu tenho tido uma desempenho boa) ou mal consigo (porque eu não tenho tido uma boa desempenho) ou ambos. Por
outro lado, o relativista/pragmático sente justificado em evitar o sofrimento a todo custo – mentir, enganar, e quebrar promessas
estão certos. Contudo, quando o sofrimento chega, o pragmático coloca a culpa na porta de Deus, dizendo que ele deve ser ou
injusto ou impotente. A cruz nos mostra, contudo, que Deus nos redime através do sofrimento. Deus sofreu não para que nós
pudéssemos não sofrer, mas que em nosso sofrimento poderíamos ser como ele. Uma vez que tanto o moralista quanto o
pragmático ignoram a cruz, eles serão tanto confusos quanto devastados pelo sofrimento.
5. Abordagem para a sexualidade. O relativista vê o sexo como um apetite meramente biológico e físico. O moralista tende a
enxergar sexo como sujo ou, ao menos, um impulso perigoso que leva constantemente a pecar. Mas, o evangelho mostra a nós
que a sexualidade é refletir a auto entrega de Cristo. Ele deu a si mesmo completamente sem condições, então nós não podemos
procurar intimidade enquanto nos seguramos no controle da nossa vida. Se nós damos a nós mesmos sexualmente, nós estamos
dando a nós mesmos legalmente, socialmente, pessoalmente- totalmente. Sexo é para acontecer apenas dentro de um total
comprometimento, o relacionamento permanente do casamento.
6. Abordagem para a família de alguém. Moralismo pode fazer de você um escravo das expectativas dos pais, enquanto que o
relativismo enxerga nenhuma necessidade para lealdade familiar ou em guardar promessas e pactos se eles não encontrarem
minhas necessidades. O evangelho liberta você de buscar a aprovação dos pais como um absoluto ou uma salvação psicológica,
por isto aponta para como Deus se tornou nosso perfeito Pai. Então, você será nem tão dependente ou, também, nem tão hostil
em relação aos seus pais.
7. Abordagem ao auto controle. Moralistas nos falam para controlar nossas paixões por medo de punição. Esta é uma
abordagem baseada na volição. Relativismo nos diz para expressarmos a nós mesmos e encontrar disto o que funciona para nós.
Esta é uma abordagem baseada na emoção. O evangelho nos fala que a livre, incondicional graça de Deus nos ensina dizer não
para nossas paixões (Tito 2:12) se nós atentarmos a isto. Esta é uma abordagem da pessoa por completo, começando com a
verdade que desce para dentro do coração.
8. Abordagem para testificar. O pragmático poderia negar a legitimidade do evangelismo por completo. A pessoa moralista
acredita em proselitismo, porque “nós somos corretos e eles são errados”. Tal proselitismo é quase sempre ofensivo. Contudo, o
evangelho produz uma diferente constelação de fatores em nós. Primeiro, nós somos compelidos a partilhar o evangelho a partir
da generosidade e do amor, não da culpa. Segundo, nós estamos livres do medo de sermos ridicularizados ou feridos pelos
outros, desde que nós já temos o favor da graça de Deus. Terceiro, nós aprendemos humildade em nossas relações com os outros,
porque nós sabemos que somos salvos pela graça somente, não por causa de nosso caráter ou inteligência superiores. Quarto, nós
somos esperançosos a respeito de qualquer pessoa, mesmo os “casos difíceis”, porque nós mesmos fomos salvos apenas pela
graça, não porque nós erámos pessoas que pareciam ser dispostas a serem cristãs. Quinto, nós somos corteses e cuidados com as
pessoas. Não temos que empurrar ou coagir elas, pois apenas a graça de Deus abre os corações, não nossa eloquência ou
persistência ou mesmo a abertura delas. Todos estes fatores criam não somente um evangelista ganhador, mas um excelente
próximo num sociedade multicultural.
9. Abordagem para com a autoridade humana. Moralistas tenderão a obedecer às autoridades humanas (família, tribo,
governo, costumes culturais) muito, já que eles colocam tanto peso em sua autoimagem de serem morais e decentes. Relativistas
obedecerão à autoridade humana também muitíssimo, desde que, eles não tenham nenhuma outra grande autoridade pela qual
eles possam julgar sua cultura, ou também muito pouco (eles talvez obedeçam apenas quando eles sabem que não pegos). Isto
significa tanto o autoritarismo como a anarquia. Contudo, o evangelho dá a você tanto um padrão para se opuser a autoridade
humano- se ela contradizer o evangelho- como um incentivo para a obediência às autoridades civis vinda do coração, mesmo
quando você pode ser pego com desobediência.
10. Abordagem para a dignidade humana. Moralistas, muitas vezes, tem uma visão bem pequena da natureza humana- eles
geralmente enxergam o pecado humano e a depravação. Relativistas, por outro lado, não tem boas bases para tratar as pessoas
com dignidade. Rotineiramente, eles não possuem crenças religiosas sobre o que os seres humanos são. (se as pessoas são apenas
uma casualidade produzida pela evolução, como nós podemos saber que elas são mais valiosas que uma rocha?). Entretanto, o
evangelho nos mostra que cada ser humano está infinitamente caído (perdido em pecado) e infinitamente exaltado (na imagem
de Deus). Então, nós tratamos cada ser humano como precioso, ainda assim, perigoso!
11. Abordagem para culpa. Quando você diz, “eu não posso perdoar a mim mesmo”, isto quer dizer que algum padrão ou
condição ou pessoa é mais central para sua identidade que a graça de Deus. Se você não pode perdoar a si mesmo, isto é porque
você tem falhado com seu real deus, com sua real justiça e isto está deixando você preso. O deus falso do moralista é usualmente
um deus de sua imaginação que é santo e exigente, mas não gracioso. O falso deus do relativista é geralmente alguma conquista
ou um relacionamento. Deus é apenas Deus que pode perdoar- nenhum outro deus pode.
12. Abordagem para a autoimagem. Sem o evangelho, nossa autoimagem é baseada em como vivemos de acordo com alguns
padrões- sejam nossos ou sejam impostos por outras pessoas sobre você. Se você vive de acordo com estes padrões, você será
uma pessoa confiante, mas não humilde. Se você não vive de acordo com eles, então você será humilde, mas não confiante.
Apenas o evangelho pode fazer de você, ao mesmo tempo, grandemente corajoso e totalmente sensível e humilde. Para você que é
tanto perfeito quanto pecador!
13. Abordagem para alegria e humor. Moralistas passam longe da alegria e do humor- porque o sistema do legalismo força
você a tomar a si mesmo (sua imagem, sua aparência, sua reputação) muito seriamente. Relativismo, por outro lado, tenderá ao
cinismo conforme a vida vai. O cinismo cresce como uma falta de esperança para o mundo: no fim, o mal irá triunfar- não há
julgamento ou justiça divina. Contudo, se nós somos salvos pela graça apenas, então o próprio fato de sermos cristãos é uma
fonte constante de um prazer maravilhoso para nós. Não há nada que seja um fato imposto sobre as nossas vidas, nenhum “é
claro” sobre as nossas vidas. É um milagre que somos cristãos, e nós temos esperança. Então, o evangelho que cria uma
humildade corajosa pode nos dá um profundo senso de humor. Nós não precisamos tomar a nós mesmos seriamente, e nós
estamos cheios de esperança para o mundo.
14. Abordagem para uma vida correta. Jonathan Edwards ensina que a “verdadeira virtude” é possível apenas para aqueles que
experimentaram a graça do evangelho. Qualquer pessoa que está tentando merecer sua própria salvação faz “a coisa certa”
buscando entrar no paraíso, ou para que se sentir melhor em sua autoestima, ou para qualquer outra razão de auto interesse.
Contudo, as pessoas que sabem que já são totalmente aceitas fazem a coisa certa para deliciar da justiça por si mesma. Apenas no
evangelho você pode obedecer a Deus por amor a Deus e não para que Deus lhe dê algo. Somente no evangelho você ama as
pessoas por amor a elas (não a você), faz boas coisas por elas mesmas (não por você), e obedece a Deus por amor a ele (e não por
você). Só o evangelho faz de fazer a coisa certa uma alegria e um prazer, não um fardo ou meio para um fim.
B. O EVANGELHO E A IGREJA.
1. Abordagem para o ministério no mundo. Moralismo tende a colocar toda a ênfase na alma humana individual. Religiosos
moralistas insistirão em converter os outros para sua fé e igreja, mas, ignorarão as necessidades da comunidade circunvizinha.
Por outro lado, “liberalismo” vai tender a enfatizar apenas uma melhoria das condições sociais e minimizar a necessidade por
arrependimento e conversão. O evangelho leva a amar, que por sua vez nos move a dar para o nosso próximo qualquer coisa que
ele precise- conversão ou um copo de agua gelada, evangelismo e preocupação social.
2. Abordagem para adoração. Moralismo conduz a um tipo sisudo e sombrio de adoração que pode ser longo em dignidade, mas
é curto em alegria. Uma compreensão superficial da aceitação sem um senso da santidade de Deus, por outro lado, pode levar a
uma adoração vazia e casual. (Enquanto isto, um sentimento nem do amor de Deus e nem de sua santidade nos encaminha para
um culto de adoração que parece mais um reunião de comitê!) Contudo, o evangelho nos conduz para ver que Deus é tanto
transcendente quanto imanente. Sua imanência nos dá seu conforto transcendente, enquanto que sua transcendência nos dá sua
maravilhosa imanência. O evangelho nos leva tanto ao assombro quanto para intimidade na adoração, porque Aquele que é santo
agora é nosso Pai.
3. Abordagem para os pobres. O pragmático tende a desprezar a fé dos pobres e ver eles como vitimas indefesas precisando de
conselhos. Isto nasce da descrença na graça comum de Deus para todos. Ironicamente, a mente secular também rejeita a
realidade do pecado e, portanto, qualquer um que for pobre tem de ser alguém oprimido, uma vítima sem ajuda. Moralistas, por
outro lado, tende a desprezar o pobre como fracassados ou fracos. Eles os veem como culpados por sua situação. Contudo, o
evangelho nos conduz a sermos a. humildes, sem uma superioridade moral, sabendo que somos falidos espiritualmente, mas que
fomos salvos por livre generosidade de Cristo, b. gracioso, mas não muito preocupado sobre o merecimento, desde que nós não
merecíamos ao graça de Cristo, e c. respeitoso dos crentes pobres como irmãos e irmãos com quem pode aprender. É apenas o
evangelho que pode levar as pessoas a um respeito humilde e solidariedade para com o pobre.
4. Abordagem para as diferenças doutrinárias. O “já” do novo testamento nos faz corajosos em nossa proclamação. Nós
podemos estar definitivamente certos em sua maioria das doutrinas centrais que suportam o evangelho. Mas, o “ainda não”
requer caridade e humildade nas crenças não essenciais. Isto é, nós devemos ser moderados a respeito do que nós ensinamos
exceto quando isto fala da cruz, da graça e do pecado. Em nossas visões, especialmente nossas opiniões sobre assuntos que os
cristãos não concordam, nós devemos ser menos inflexíveis e triunfalistas (acreditando que nós entendemos tudo). Isto também
significa que nosso discernimento do chamado e da vontade de Deus para nós e para os outros não deve propagado com uma
segurança presunçosa que nosso pensamento não pode estar errado. (Diferente dos pragmáticos, nós precisamos estar prontos a
morrer por nossa fé no evangelho; diferente dos moralistas, nós precisamos guardar em mente que nem toda crença de alguém é
digna de ser lutada até a morte).
5. Abordagem para santidade. O “já” do evangelho quer dizer que nós não devemos tolerar o pecado. Com a presença do reino,
não somos feitos “participantes da natureza divina” (2Pe 1:4). O evangelho nos traz a confiança que qualquer pessoa pode ser
transformada, qualquer habito escravizado pode ser derrotado. Mas o “ainda não” do evangelho significa que nosso pecado
permanece em nós e não será nunca eliminado até o reino chegue por completo. Então nós devemos evitar respostas
padronizadas, e nós devemos esperar correções rápidas. Diferentemente do moralista, nós precisamos ser pacientes com o
crescimento lento ou os lapsos e estarmos atentos para complexidade da transformação e do crescimento na graça. Ao contrário
dos pragmáticos e cínicos, nós devemos insistir que uma mudança milagrosa é possível.
6. Abordagem para os milagres. O “já” do reino significa que o poder para os milagres e a cura está disponível. Jesus
demonstrou o reino curando os doentes e ressuscitando os mortos. Mas o “ainda não” do evangelho significa que a natureza (
nós, inclusive) estamos ainda sujeitos a queda (Rm. 8:22-23) e que a doença e a morte continuam inevitáveis até que sua final
consumação. Não podemos esperar milagres e liberdade dos sofrimentos serem coisas normais na vida cristã, que nós iriamos
passar nossos dias sem dor. Ao contrario dos moralistas, nós sabemos que Deus pode curar e fazer milagres; diferentemente dos
pragmáticos, nós não temos como objetivo pressionar a Deus para uma eliminação do sofrimento.
7. Abordagem para a saúde da igreja. O “já” do reino quer dizer que a igreja é agora a comunidade do poder do reino. É, então,
capaz de poderosamente transformar sua comunidade. Evangelismo que multiplica “o numero daqueles que estão sendo salvos
diariamente” (At 2:47) é possível! Uma comunidade amorosa que destrói “o muro de divisão da hostilidade” (Ef. 2:14) entre as
diferentes raças e classes é possível! Contudo, o “ainda não” do reino significa que Jesus não tem ainda apresentado sua noiva, a
igreja, “como uma igreja radiante sem ruga ou sem mácula” (Ef. 5:27). Nós não devemos então ser críticos duros de congregações
imperfeitas nem pular impacientemente de igreja em igreja quando percebermos rugas. O errado não será erradicado
completamente da igreja ainda. O “ainda não” do reino também nos aponta para evitarmos uma imposição sobremaneira severa
da disciplina da igreja e outros jeitos para trazer fazer uma igreja perfeita hoje.
8. Abordagem para mudança social. Nós não podemos esquecer que Cristo mesmo agora está governando em certo sentido
sobre a história (Ef. 1:22-23). O “já” da graça nos indica que cristãos podem esperar usar o poder de Deus para mudar as
condições sociais e as comunidades. Mas, o “ainda não” do pecado significa que haverá “guerras e rumores de guerras”. Egoísmo,
crueldade, terrorismo e opressão continuarão. Cristãos não guardam ilusões sobre politica nem esperam condições utópicas. O
“ainda não” nos diz que cristãos não confiarão em qualquer agenda politica ou social para trazer justiça aqui na terra. Então, o
evangelho nos protege de um super pessimismo do fundamentalismo (moralismo) sobre a mudança social e também de um
super otimismo do liberalismo (pragmatismo).
SUMÁRIO.
Todos os problemas, pessoais ou sociais advêm de uma falha em aplicar o evangelho de uma forma radical, um erro em ficar “em
linha (de acordo) com a verdade do evangelho” (Gl 2:14). Todas as patologias na igreja e toda sua ineficiência vem do fracasso de
deixar o evangelho ser expresso em um modo radical. Se o evangelho é exposto e aplicado em sua completude em qualquer igreja,
esta igreja começará a ver de um modo único. Pessoas acharão nele, tanto uma convicção moral quanto compaixão e
flexibilidade.
Notas.
1. Veja Richard Lovelace, Dynamics of Spiritual Life: An Evangelical Theology of Renewal (Downers Grove, Ill: Inter-Varsity
Press, 1979), p. 211: “Muito do que temos interpretado como um defeito de santificação no povo da igreja é realmente uma
conseqüência de sua perda de rumo em relação à justificação ".
2. Martin Luther, A Commentary on St. Paul’s Epistle to the Galatians (London: James Duncan, 1830), Chapter 2, Verse 4, 5.