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ÍNDICE
1. Teoria Geral 3
2. Constitucionalismo 7
3. Controle de Constitucionalidade 10
4. Poder Constituinte 30
6. Direitos Fundamentais 37
7. Organização do Estado 65
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DIREITO CONSTITUCIONAL
TEORIA GERAL
CONCEITO: Direito Público fundamental que se diferencia dos demais ramos do direito
pela natureza do seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Destaca-se
como ramo do direito público por ser fundamental à organização e funcionamento do
Estado, à articulação dos elementos básicos do mesmo e ao estabelecimento das bases
da estrutura política. Sendo assim, aponta, interpreta e sistematiza os princípios e
normas fundamentais do Estado.
SENTIDOS:
1º) Sentido Sociológico: Ferdinand Lassale. A Constituição deve refletir os fatores reais
de poder de uma determinada sociedade (em toda a sociedade há um conflito de
interesses, de forças e a Constituição deve refletir quem comanda, o que o povo é, o
que é a sociedade – se a Constituição refletir os fatores reais de poder, aí nós
poderemos dar a ela o verdadeiro status de Constituição).
3º) Sentido Jurídico: Hans Kelsen. Direito está contido dentro de uma pirâmide: quanto
mais em cima a norma estiver, mais ela vale. Constituição é a norma jurídica do mais
alto grau hierárquico. Temos a CF, as leis (LO, LC, LD, MP, Res., Decreto Legislativo),
Regulamentos (valem menos que a lei – Decreto, Portaria, Circular, Instrução
Normativa, Ordem de Serviço, etc.).
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CONSTITUIÇÃO:
CLASSIFICAÇÃO:
1- Quanto à origem
d) Imutáveis
e) Superrígida: há uma parte que não pode ser alterada e uma parte que necessita de
procedimento mais rigoroso para mudança do texto.
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Para o professor Pinto Ferreira, constituição plástica é a Constituição flexível.
Para o professor Raul Machado Horta, Constituição plástica é aquela que tem
capacidade de se adaptar ao futuro sem necessidade de emenda constitucional. É uma
Constituição Principiológica. Esse conceito é o preferido pelas Bancas Examinadoras.
Exemplo: Constituição norte-americana.
b) Não-escritas: é formada pelos costumes, pela história do país. Tudo começou com a
Magna Carta, de 1.215, feita pelo Rei João Sem Terra. Até hoje os direitos previstos
nesse documento são reconhecidos como constitucionais pela Inglaterra. Também é
conhecida como Constituição histórica, costumeira ou consuetudinária.
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a) Constituição-dirigente: é analítica, regulamenta em seu texto programas, planos e
diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais. Sendo assim, o legislador dirige a
atuação futura dos órgãos estatais através de normas programáticas.
OBS.: A norma programática, mesmo quando não complementada por legislação
infraconstitucional para que tenha eficácia plena, possui eficácia negativa, pois:
a) revoga as normas anteriores em sentido contrário.
b) veda a edição de leis posteriores em sentido contrário.
c) fonte de interpretação.
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b) NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA: A CF regulou suficientemente a matéria, mas
deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder
público, nos termos em que a lei estabelecer. Ex: Art. 5º, XIII, Art. 93, IX.
CONSTITUCIONALISMO
CONCEITO:
FASES DE EVOLUÇÃO:
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1º Fase - CONSTITUCIONALISMO ANTIGO
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Foi marcada também pela experiência francesa (1789), como:
- Constituição prolixa.
Direitos Políticos
D. Econômicos
D. Culturais
São direitos prestacionais, que exigem do Estado prestações positivas (status positivo).
Características:
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- Reconhecimento definitivo da força normativa da Constituição (influência da
experiência inglesa);
ao meio ambiente;
de comunicação.
Outros autores elencam também outros direitos, como por exemplo, direito do
consumidor, direito de idosos e direito de crianças.
Direito à Informação
Pluralismo
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Direito à informação: engloba o direito a informar (art. 200 a 224), direito a SE
informar (art. 5º, inciso XIV), e direito a ser informado (art. 5º, inciso XXXIII e Lei
12.527/11).
Formal
- Estrutura do Estado
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É um atributo presente em todas as Constituições. Qualquer Constituição, para assim o
ser, precisa ter esses temas. Por isso ela tem supremacia material, pois estes assuntos
a fazem superior às demais leis.
O que caracteriza uma Constituição rígida é o processo mais solene para alteração de
suas normas.
Parte permanente
ADCT
3- FORMAS DE INSCONSTITUCIONALIDADE
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3.1 - Quanto ao tipo de conduta praticada pelo Poder Público:
-Ação
-Omissão
- Inconstitucionalidade Material
(ou Nomoestática)
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Inconstitucionalidade FORMAL ORGÂNICA: Relacionada ao órgão competente. É
aquela que ocorre quando há violação de norma que estabelece o órgão com
competência para legislar sobre a matéria.
- Total
- Parcial
Inconstitucionalidade TOTAL: é aquela que ocorre quando o vício atinge toda a lei ou
todo o dispositivo.
Veto Parcial: só pode incidir sobre texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea,
não pode vetar apenas uma palavra ou expressão.
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4- FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
- Jurisdicional
- Político
Jurisdicional
Sistemas Político
Misto
Sistema Misto: tem tanto o controle jurisdicional quanto o controle político; os dois
tipos de controle são conjugados.
- Preventivo
- Repressivo
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Controle REPRESSIVO: é aquele que acontece depois que o projeto de lei se
transformou em lei.
- Difuso
- Concentrado
Controle CONCRETO: Aquele que tem por objetivo principal a proteção de direitos
subjetivos. A inconstitucionalidade é uma questão discutida apenas de forma
incidental. O juiz afasta incidentalmente a lei.
Controle ABSTRATO: é aquele que tem por objetivo principal assegurar a supremacia
da CF e proteger a ordem constitucional objetiva. É abstrato porque a analise que é
feita pelo tribunal nesses casos, é uma análise “em tese”, e não no caso concreto. O
Tribunal vai analisar se a lei ou ato normativo é compatível ou não com a CF, não vai
analisar o caso concreto.
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Controle Concreto: Processo Constitucional Subjetivo (protege os direitos subjetivos);
5- CONTROLE CONCENTRADO
5.1 – INTRODUÇÃO
ADI/ADC
Estas ações tem caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, Lei 9868/99).
ADPF
5.2 - FUNGIBILIDADE
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ADI x ADO
ADPF x ADI
Não admitem desistência (Lei 9868/99, art. 5º), assistência (regimento interno do
STF) e nem intervenção de terceiros (Lei 9868/99, art. 7º).
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OBS.: a inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração é uma técnica de
decisão judicial que pode ser utilizada quando há uma relação de interdependência
entre o dispositivo impugnado e um outro dispositivo do mesmo diploma legal (ADI
4451-MC-Ref.).
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Numerus clausus (rol fechado).
Poder OUTROS
Poder Legislativo MP
Executivo
Legitimados Governador
ATIVOS ESPECIAIS (estadual e DF) Mesa da AL e CL E.C. (a. n.) e CS.
(Estado)
ÂMBITO NACIONAL: as entidades de classe devem estar presentes em pelo menos 1/3
dos Estados brasileiros (9 Estados ).
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São os únicos legitimados que precisam de advogado para propor a ação.
5.6 – OBJETO
NATUREZA DO OBJETO
O ato normativo tem que ser geral e abstrato (se ele não for geral e abstrato, ele não
teria a natureza de ato normativo, mas sim de ato administrativo, que tem destinatário
certo e objeto determinado).
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4 – Lei com eficácia suspensa pelo Senado;
1 - Atos tipicamente regulamentares: não esta violando diretamente a CF, mas sim
uma lei. Isso seria uma violação indireta da CF, e, portanto, não é objeto admitido em
ADI/ADC/ADPF.
Leis já revogadas:
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5.7 ASPECTO TEMPORAL DO OBJETO
ADC/ADI: o objeto sempre tem que ter sido produzido após o parâmetro
constitucional. Não são admitidos atos normativos ou leis anteriores à CF/88.
ADPF: a lei admite ato do poder público, inclusive leis e atos normativos, anteriores ou
posteriores ao parâmetro.
LEIS E ATOS NORMATIVOS DO DF: Nem a lei e nem a CF tratam do tema. As leis e
atos normativos do DF têm dupla competência, pois o DF exerce competência de
Estado e de Município. No caso da ADC, não pode. No caso da ADPF, pode, já que trata
de atos de competência estadual e municipal. A grande questão é em relação a ADI. Lei
ou ato normativo do Distrito Federal só pode ser impugnado através de ADI se
tratarem de matéria de competência dos Estados.
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Súmula 642 do STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de
lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa
municipal.
QUÓRUM
EFEITOS DA DECLARAÇÃO:
2ª – aspecto objetivo:
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Teoria Extensiva: Existe uma corrente doutrinária, chamada de Teoria Exensiva,
defendida por Gilmar Mendes, que diz que o efeito vinculante atinge não só o
dispositivo da decisão, mas também os motivos determinantes contidos na
fundamentação.
Esta Teoria foi adotada no STF com o nome de “Transcendências dos Motivos” ou
“efeito transcendente dos motivos determinantes” durante algum tempo. Mas
passou a não mais adotar este entendimento: Rec. 30.14, Rec. 2990-AgR.
EFICÁCIA TEMPORAL:
Uma lei inconstitucional, se for um ato nulo, será ex tunc; mas se for um ato anulável,
ela só terá o vicio reconhecido a partir da publicação, será então ex nunc.
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QUÓRUM
PRESENÇA: 8 ministros;
Exceções: na ADI e na ADPF, como a situação pode ser de maior urgência, existe a
possibilidade de concessão monocrática pelo relator ou pelo presidente do Tribunal. A
ADI pode ocorrer no período de recesso. ADI 4638. E na ADPF existem 3 exceções
previstas: extrema urgência, perigo de lesão grave ou durante o recesso. A ADC não há
exceção, pois aqui a lei já tem presunção de legitimidade, ou seja, não pode ser algo
tão urgente a ponto de não puder esperar 6 ministros para decidir.
Erga omnes;
Vinculante;
ADI: não existe a previsão na lei de suspensão dos processos em liminar na ADI,
todavia o STF entende que por analogia aplica-se o artigo 21 da Lei 9868/99.
ADPF:
EFEITOS TEMPORAIS
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Na liminar, por ser uma decisão precária (apenas suspende a eficácia/vigência da lei
temporariamente, não a declara inconstitucional), o efeito temporal será:
ADPF: não tem previsão na lei, mas por analogia se entende que o efeito seria ex nunc.
ADC não tem efeito temporal porque a lei não é suspensa, apenas os processos.
6. CONTROLE DIFUSO
1.1 – COMPETÊNCIA
OBS.: No âmbito dos Tribunais, no exercício do controle difuso, tem que se observar a
cláusula da reserva de plenário (art. 97 da CF).
1.2 – FINALIDADE
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Qualquer pessoa que tenha o seu direito supostamente violado por uma norma
inconstitucional.
1.4 - PARÂMETRO
1.5 – OBJETO
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Conhecida também como regra da “full bench” (tribunal cheio, completo).
2º aspecto: esta clausula só se aplica no âmbito dos tribunais. Não se aplica ao juiz
singular.
Como o Pleno não analisa o caso concreto (quem faz isso é o órgão fracionário),
analisa apenas a constitucionalidade da lei “em tese” (faz uma analise em abstrato). Se
futuramente outros casos chegarem no tribunal e tiverem a mesma lei questionada, os
órgãos fracionários não precisam mandar todos esses processos para o Pleno analisar
novamente. Então, a partir do momento em que o Pleno analisou uma vez, todos os
demais processos podem se basear naquele entendimento. Isto está previsto no art.
949, § único do CPC:
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Esta suspensão da execução só pode ocorrer no controle difuso (art. 178
Regimento Interno STF). Ela não existe no controle concentrado porque nesta a
decisão do STF já tem efeito erga omnes e vinculante (é como se fosse uma
“revogação” da lei).
A polêmica da Ação Civil Pública é que, como ela tem efeito erga omnes, então, se ela
for utilizada como instrumento de controle, ela estaria substituindo a ADI?
A jurisprudência é pacifica no sentido de que a Ação Civil Pública pode ser utilizada
como instrumento, desde que utilizada em controle incidental.
Porque ela vai ser analisada como uma questão incidental, na fundamentação. Ela não
será analisada no pedido.
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CRITÉRIOS ADO M.I.
PREVISÃO LEGAL Art. 103, §2, CF e Lei Art. 5, LVVI, CF e lei nº 13.330/16
12.073/09
Autoridades ou órgãos
LEGITIMIDADE responsáveis pela
PASSIVA elaboração da medida ou da IDEM
norma regulamentadora.
Normas formalmente
PARÂMETRO Normas formalmente constitucionais
constitucionais não auto-
não auto-aplicáveis.
aplicáveis
(Na classificação do
professor José
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Afonso da Silva, o
parâmetro seria
apenas as normas
constitucionais de
eficácia limitada)
O STF, no entanto, não tem feito restrições em relação à matéria protegida por esta
garantia.
PODER CONSTITUINTE
1.1 - NATUREZA:
PODER CONSTITUINTE
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CF
Leis
Decretos
Existe uma corrente minoritária, de viés jus naturalista, para a qual o poder
constituinte originário é um Poder Jurídico (ou de Direito), por estar subordinado aos
princípios do direito natural.
PODER INICIAL: não existe nenhum outro poder antes ou acima dele.
PODER AUTÔNOMO: cabe apenas a ele definir a idéia de direito que irá prevalecer
dentro do Estado.
PERMANENTE: é um poder que não se esgota com seu exercício. O poder constituinte
não deixa existir, apenas fica em estado latente;
INALIENÁVEL: não pode ser transferido e nem usurpado de seu verdadeiro titular
(povo ou nação).
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1.3 - LIMITAÇÕES MATERIAIS OU EXTRAJURÍDICAS:
Valores Éticos e Sociais: ao estabelecer uma CF o PCO deve observar valores éticos e
sociais. Os valores de uma sociedade (ético e morais) não podem ser ignorados.
1.4 – LEGITIMIDADE:
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Princípio de Simetria: o modelo estabelecido na CF deve ser observado pelas
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais (artigos 11 ADCT, 25 e 29 CF).
Poder Revisor
Poder Reformador
Poder REVISOR: a revisão é uma via extraordinária de alteração da CF (art. 3º, ADCT).
Estado de Defesa
Estado de Sítio
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Limitações Formais: estabelecem determinados procedimentos a serem observados
no caso de alteração da CF.
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Limitações Materiais: são aquelas que impedem a modificação de determinados
conteúdos consagrados na CF. São as denominadas Cláusulas Pétreas. Podem ser:
Expressas
Implícitas
1 - DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
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fundamental, o que corresponde às denominadas normas materialmente
constitucionais.
Direitos fundamentais
Pontes de Miranda e Manuel Gonçalves Ferreira Filho não concordam com esse
posicionamento.
2 - RECEPÇÃO
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INCOMPATIBILIDADE FORMAL SUPERVENIENTE: é o que ocorre no caso de uma lei
originariamente feita de acordo com a Constituição da época. Mas, que, com o
advento de uma nova Constituição, passa a ser incompatível.
3 - CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
4 - REPRISTINAÇÃO
Ocorre quando uma lei revogada volta a ter vigência em virtude da revogação da
norma que a revogou.
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DIREITOS FUNDAMENTAIS
1 – INTRODUÇÃO
Porém, normas sem uma lei regulamentadora dificilmente conseguem ter uma
aplicação imediata.
O artigo 5º, §1º, deve, então, ser aplicado como REGRA GERAL. SALVO, se o próprio
dispositivo constitucional estabelecer expressamente a necessidade de lei
regulamentadora.
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Art. 5º, §2º: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
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CF e Tratados e
Convenções
Internacionais de
Direitos Humanos
Tratados Internacionais de
Direitos Humanos que não foram
aprovados por 3/5 e 2 turnos. Ex.:
Pacto de São José da Costa Rica.
2 – CLASSIFICAÇÕES
Classificação da CF/88:
Direitos Individuais
Direitos de Nacionalidade
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3 – CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
3.1 – UNIVERSALIDADE
3.2 - HISTORICIDADE
Os Direitos Fundamentais são históricos por terem surgido em épocas distintas por se
modificarem com o passar do tempo. Ou seja, são conquistados, com o passar do
tempo, pela sociedade.
3.3 – INALIENABILIDADE
4 – IMPRESCRITIBILIDADE
5 - IRRENUNCIABILIDADE
Essas características são apenas “prima facie” (José Afonso), ou seja, em um primeiro
momento elas não podem ser alienados/prescrever/renunciar. Mas, se a pessoa
quiser, ela pode.
6 – RELATIVIDADE ou Limitabilidade
Não existem direitos absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos e em
interesses coletivos também consagrados na Constituição.
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Eficácia VERTICAL: Consiste na aplicação dos direitos fundamentais às relações entre
Estado e particulares. Relação de subordinação que o particular tem com o Estado.
Quando os direitos fundamentais foram criados, eles eram aplicados somente a essa
relação, para proteger os particulares do arbítrio do Estado.
Eficácia DIAGONAL: uma eficácia que é um meio termo. É uma relação entre
particulares, mas onde não há uma igualdade fática. Consiste na aplicação dos direitos
fundamentais às relações entre particulares, nas quais há uma situação de flagrante
desigualdade fática. Ex.: relações trabalhistas.
5 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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Máximas Parciais ou Sub-princípios ou Regras:
1 – Adequação;
ADEQUAÇÃO: as medidas adotadas devem ser aptas para fomentar o fim desejado.
Uma lei pode restringir um princípio constitucional e, ainda assim, não ter caráter
inconstitucional, desde que seja para fomentar outro princípio mais importante.
NECESSIDADE: havendo dois ou mais meios similarmente eficazes, deve-se optar por
aquele que seja o menos oneroso possível.
Às vezes, existe mais de uma medida para promover o principio B. Porém, uma delas
restringe menos o princípio A. Portanto, esta que deve ser a escolhida.
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Exige dos órgãos estatais o dever de tutelar e promover de forma adequada e
suficiente determinados direitos fundamentais consagrados na CF.
A dignidade não deve ser considerada um direito uma vez que ela não é atribuída pelo
ordenamento jurídico, mas apenas protegida e promovida por ele. A rigor, trata-se de
uma qualidade intrínseca a todo e qualquer ser humano, independentemente de
qualquer condição.
Para outros, a dignidade é algo absoluto, ou seja, não comporta gradações (não se
trata de direito absoluto, pois todo direito encontra limites em outros direitos). Não
existe pessoas com mais dignidade do que outras.
DIREITOS INDIVIDUAIS
DESTINATÁRIOS:
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(...).
No caso dos estrangeiros não residentes, para o professor José Afonso da Silva, eles só
podem ser amparados pela lei caso estejam amparados por Tratados Internacionais
(Corrente MINORITÁRIA)
As pessoas jurídicas internacionais, mas com sede no país, também podem invocar
os direitos individuais.
1 – DIREITO À VIDA
PROTEÇÃO:
O âmbito de proteção do direito à vida, ou seja, o bem jurídico aqui protegido é a vida
humana em seu sentido biológico.
RESTRIÇÕES:
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Art. 5º, XLVII, “a”, CF, e art. 56, CPM.
2ª RESTRIÇÃO: Aborto
2 – DIREITO À IGUALDADE
Igualdade
2.1 -
PERANTE A LEI: é aquela dirigida aos responsáveis pela aplicação da lei (Poder
Judiciário e Poder Executivo).
NA LEI: dirige-se não apenas aos aplicadores da lei, mas também ao legislador, no
momento de sua elaboração.
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2.2 -
Paradoxo da Igualdade: quem quer promover a igualdade fática, tem que estar
disposta a aceitar a desigualdade jurídica. Ou seja, para que seja promovida a
igualdade no plano fático, as pessoas deverão ser tratadas de forma diferente.
O P. da Igualdade Jurídica atua como uma espécie de regulador das diferenças. Ele não
impede que a lei estabeleça diferenças, mas sim diferenças arbitrárias, injustas,
preconceituosas etc.
2.2.2 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE FÁTICA (ou material): impõe aos poderes públicos a
adoção de medidas redutoras ou compensatórias de desigualdades de recursos ou que
promovam o acesso a bens e utilidades.
Ex.: ADC 19 e ADI 4424 - Lei Maria da Penha; ADPF 186 DF – Sistema de Cotas na UNB;
ADI 3330 - PROUNI; RE 597.285 - Sistema de Cotas na UFRS.
3 – DIREITO À PRIVACIDADE
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Se houver violação de um desses 4 direitos, em princípio, será devido uma
indenização.
PRIMA FACE: Esta inviolabilidade é apenas “prima face”, pois é apenas provisório, não
é definitiva. Ou seja, não significa que esses direitos não podem ser afetados. Eles
podem sofrer intervenção do Estado, desde que tenham uma justificação legítima.
Violação
Restrição
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a) INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL: consiste na captação ambiental de uma conversa ou
de uma imagem, feita por uma terceira pessoa sem o conhecimento de pelo menos
um dos envolvidos.
- da expectativa de privacidade;
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d) INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES: consiste na intromissão ou interrupção de
uma comunicação epistolar, telegráfica, de dados ou telefônica feita por uma terceira
pessoa sem o conhecimento de pelo menos um dos interlocutores.
O artigo 5º, inciso XII, segundo o STF, não diz respeito ao direito à privacidade, mas sim
à liberdade de comunicação.
Requisitos:
1 – ordem judicial;
2 – Somente poderá ser feito com base na Lei 9296/96 (matéria de processo penal).
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XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial;
Flagrante delito
Situações emergenciais Desastre
Prestar socorro
A palavra “casa” deve ser interpretada no sentido mais amplo possível a fim de
compreender inclusive os espaços privados, não abertos ao público, onde alguém
exerce determinada atividade profissional (HC 93.050). Inclusive, a definição de casa
dada pelo Código Penal, é também utilizada para fins constitucionais:
Definição de “dia”:
4 – DIREITOS DE LIBERDADE
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Liberdade POSITIVA: também chamada de “Liberdade Política”, “Liberdade de querer”
ou “Liberdade dos Antigos”. É a situação na qual um sujeito tem a possibilidade de
orientar o seu próprio querer no sentido de uma finalidade sem ser determinado
pelo querer dos outros. Consiste em uma autonomia publica ou autodeterminação
(liberdade de fazer escolhas em matéria pública – liberdade política).
etc.
STF ADPF 130: disse que a liberdade de expressão tem uma posição preferencial em
relação às outras liberdades.
- Racismo
- Vedação do anonimato;
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V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Atenção:
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pessoa tem apenas a obrigação de comparecer as votações, o que não violaria o
direito à liberdade.
STF - STA 389: alguns alunos judeus entraram com uma ação pedindo para a prova do
ENEM ser feita em uma data alternativa (pois estava marcada no período do shabbat).
No momento da inscrição foi assegurado às pessoas marcarem uma opção caso
tivessem impossibilitados de fazerem a prova. Como eles não marcaram, seu pedido
foi julgado improcedente.
DEVER DE NEUTRALIDADE
O Estado brasileiro é laico, portanto ele tem que garantir uma liberdade simétrica às
religiões.
5 – DIREITO DE PROPRIEDADE
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O que o Código Civil disciplina são as relações civis decorrentes do direito de
propriedade, ou seja, os interesses individuais são tratados no Direito Privado. Porém,
a estrutura do Direito está na CF, portanto é de Direito Público.
5.2 – RESTRIÇÕES
a) FUNÇÃO SOCIAL: O professor José Afonso da Silva entende que a função social
integra a própria estrutura do Direito de Propriedade. O qual só é garantido quando
ela é atendida
Ou seja, o direito de propriedade só será garantido quando cumprir sua função social.
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§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
(...)
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins
de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis
no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e
cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em
dinheiro.
b) DESAPROPRIAÇÃO x REQUISIÇÃO
Desapropriação Requisição
Art. 5º. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento Art. 5º. XXV - no caso de iminente
para desapropriação por necessidade ou perigo público, a autoridade
utilidade pública, ou por interesse social, competente poderá usar de
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, propriedade particular, assegurada ao
ressalvados os casos previstos nesta proprietário indenização ulterior, se
Constituição; houver dano;
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Aquisição da propriedade Uso da propriedade
STF - MS 26192
A desapropriação não será feita apenas onde se encontrava a cultura ilegal, mas sim
em toda a propriedade. RE 543.974
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Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições
e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e
no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle,
prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
A PEC DO TRABALHO escravo pretende adicionar mais uma hipótese de confisco, que
seria daquelas glebas onde for encontradas trabalho escravo
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
DIREITO DE NACIONALIDADE
1 – ESPÉCIES
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Adquirida ou Secundária (Art. 12, II - naturalizados)
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+ ADOÇÃO
II - naturalizados:
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2 – “QUASE NACIONALIDADE”
3 – DIFERENÇAS DE TRATAMENTO
A lei não pode estabelecer diferenças entre brasileiro nato e naturalizado, apenas a CF
pode.
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Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do
Presidente da República, e dele participam:
(...)
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos
de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
O trafico pode ser crime praticado antes ou depois. Os demais crimes comuns, só se
forem praticados antes da naturalização.
4 – PERDA DA NACIONALIDADE
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2ª HIPÓTESE: Naturalização voluntária
DIREITOS POLÍTICOS
Inalistáveis Estrangeiros
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Conscritos
Alistáveis/voto + de 70 anos
Analfabetos
Características do voto:
1 – DIRETO
3 - PERIÓDICO
4 – LIVRE:
5 – PERSONALÍSSIMO.
1.3 - ELEGIBILIDADE
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Plena cidadania 35 anos (PR/vice/Senador)
30 anos (Governados/vice)
18 anos (Vereador)
2.1 – INELEGIBILIDADES
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Art. 14. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis (estrangeiros - exceto
Portugueses se houver reciprocidade – e os conscritos) e os
analfabetos.
RELATIVA:
Juízes;
Membros do MP.
+ inelegibilidade reflexa.
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Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
(...)
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
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vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta.
1-CONCEITOS RELACIONADOS
ESTADO: Nação politicamente organizada, com povo, território, governo soberano e
finalidade.
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POVO: conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado, é o seu elemento
humano.O povo está unido ao Estado pelo vínculo da nacionalidade.
POPULAÇÃO: conceito mais amplo que o de povo, pois inclui-se também os
estrangeiros, desde que residentes no país.
NAÇÃO: agrupamento humano, numeroso, cujos membros são ligados por laços
históricos, culturais, econômicos e linguísticos.
CIDADÃO: É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo de seus direitos
políticos e participantes da vida do Estado.
3-DIREITO DE SECESSÃO
É o direito existente no sistema confederativo que possibilita o rompimento do pacto.
Na Federação, em face do princípio da indissolubilidade do pacto federativo, não é
possível o seu rompimento.
6- DA UNIÃO
A União é pessoa jurídica de direito público com capacidade política, que ora se
manifesta em nome próprio, ora se manifesta em nome da Federação. Possui uma
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visão interna (relativa aos demais entes federados) e uma visão externa (relativa aos
demais Estados estrangeiros).
Os demais países não reconhecem nos Estados-membros e nos Municípios
personalidades de Direito Internacional, pois eles são apenas pessoas jurídicas de
direito público do Brasil (internas). No âmbito interno, a União atua como uma das
pessoas jurídicas de direito público que compõem a Federação, ou seja, exerce, em
nome próprio, a parcela de competência que lhe é atribuída pela Constituição.
8- DOS MUNICÍPIOS
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A Constituição Federal de 1988 inovou ao considerar os municípios como
componentes da estrutura federativa, ratificando esta inovação em dois momentos:
artigos 1º e 18, CF. Segundo o Professor Robério Nunes dos Anjos Filhos, diante desta
inclusão, a federação brasileira adquiriu uma peculiaridade, fugindo do dualismo
clássico, configurando realmente três esferas governamentais: a União (governo
federal), os Estados-membros (e o Distrito Federal, governos estaduais e distritais) e os
municípios (governos municipais).
9- DO DISTRITO FEDERAL
A Constituição de 1988 atribuiu ao Distrito Federal o status de pessoa política,
integrante da Federação, possuindo competências próprias, que serão
desempenhadas pela Câmara Legislativa, a quem caberá votar, inclusive, a própria Lei
Orgânica do Distrito Federal (art. 32, CF).
O Poder Judiciário do DF, bem como os órgãos essenciais à Administração da Justiça,
deverão ser organizados através de lei de competência do Congresso Nacional (art.48,
IX,CF).
A sua autonomia sofre algumas restrições, tais como as que estão previstas no art. 21,
XIII e XIV, CF. A competência legislativa do DF compreende as que são atribuídas aos
Estados e aos Municípios. O Poder Executivo é exercido pelo Governador e o Poder
Judiciário, na verdade não é dele, e sim da União (art.21, XIII, 98, CF).
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Alguns doutrinadores entendem que os territórios são descentralizações políticas da
própria União Federal.
Competência legislativa:
- Exclusiva - art.25, § 1º e § 2º, CF;
- Privativa - art. 22, CF.
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Concorrente - art. 24 e § 1º, CF;
Suplementar - art. 24, § § 2º, 3º e 4º, CF.
d) Quanto à origem:
Originária - desde o início é estabelecida em favor de uma entidade federativa;
Delegada - a competência é repassada de uma entidade federativa para outra.
DO PODER LEGISLATIVO
1. CONCEITO
A sua função típica é a de elaborar normas genéricas e abstratas dotadas de força
proeminente dentro do ordenamento jurídico, as quais se denominam leis e também a
de fiscalizar (ex.: art. 70, CF). Mas também exerce subsidiariamente as funções
executiva e judicial, por exemplo, quando faz concurso para seus cargos e quando julga
o impeachment presidencial.
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- Permanentes - Subsistem por todas as legislaturas;
- Temporárias - Constituídas apenas para opinar sobre determinada matéria;
- De Inquérito (CPI) - art. 58, § 3º;
- Representativa - Durante o recesso- art. 58, § 4º.
c) Serviços administrativos - as atividades do Congresso Nacional são exercidas nos
seguintes períodos:
- Legislatura: É o período do mandato dos membros da Câmara dos Deputados, e é de
4 (quatro) anos.
- Sessão Legislativa - é o período anual em que dever estar reunido o Congresso para
os trabalhos legislativos. Art. 57, da CF.
5. DO SENADO FEDERAL
Compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário, sendo que cada um terá o número fixo de 3 (três) senadores,
com mandato de oito anos. A sua renovação acontecerá, parcialmente, de quatro em
quatro anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal (art. 46, § 2º,
CF). A representação é uniforme em nome do chamado “equilíbrio federativo”.
OBS.: Território não elege Senador.
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e) Serviço militar: art. 53, § 7º, c/c 143;
f) Imunidades durante o estado de sítio;
g) Incompatibilidades (art. 54).
OBS.: os suplentes não gozam das imunidades materiais e formais porque não
desempenham as funções do mandato.
§3º Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
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§5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Não há mais necessidade de licença da Casa do parlamentar para que tenha início um
processo criminal contra o mesmo ou para que o processo tramite normalmente, na
hipótese da denúncia ter sido oferecida após a diplomação ou antes desta,
respectivamente. Com a alteração, a imunidade formal deixou de contemplar os
crimes praticados antes da diplomação. Quanto a esses, o Poder Legislativo não exerce
mais nenhum tipo de controle ou influência, seja autorizando a instauração do
processo criminal, a sua tramitação ou, ainda, determinando a suspensão do feito e,
por conseguinte, da prescrição.
Com a Emenda Constitucional nº 35, oferecida a denúncia, o processo contra
parlamentares tramita normalmente, podendo a casa a que pertence o denunciado
deliberar sobre a sua sustação. De acordo com o texto constitucional, a deliberação
pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em julgado) e deve,
obrigatoriamente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do
recebimento do pedido pela Mesa Diretora. Os legitimados para formular pedido de
sustação de ações criminais contra parlamentares são os partidos políticos com
representação na Casa do denunciado
7. DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS
a) Exclusiva do Congresso Nacional - art. 49, CF;
b) Privativa da Câmara dos Deputados - art. 51 - a mais destacada é a de autorizar, por
dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado (51, I);
c)Privativa do Senado Federal – art. 52 - a mais destacada é processar e julgar o
Presidente e o Vice - Presidente da República nos crimes de responsabilidade (52, II)- é
a função de Tribunal Político.
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Têm poderes imanentes ao natural exercício de suas competências, como colher
depoimentos, ouvir indiciados, inquirir testemunhas (inclusive sob condução
coercitiva), notificando-as a comparecer perante ela e a depor. Não tem o poder de
ordenar a prisão de investigado, porque não possui competência para tanto.
Além das competências acima citadas, a CPI pode, por ato próprio:
a) autorizar quebra de sigilo de dados bancário, telefônico e fiscal dos indiciados,
desde que haja fundamentação, comprovando a existência de causa provável que
indique a necessidade da quebra do sigilo;
b) requisitar aos órgãos públicos documentos e informações necessárias para a
investigação.
c) promover a pertinente investigação, ainda que os atos investigatórios possam
incidir, eventualmente, sobre aspectos referentes a acontecimentos sujeitos a
inquéritos policiais ou a processos judiciais que guardem conexão com o evento
principal objeto da apuração congressual.
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11. POSIÇÃO DO STF SOBRE O DIREITO AO SILÊNCIO
"O privilégio contra a autoincriminação — que é plenamente invocável perante as
Comissões Parlamentares de Inquérito — traduz direito público subjetivo assegurado a
qualquer pessoa, que, na condição de testemunha, de indiciado ou de réu, deva
prestar depoimento perante órgãos do Poder Legislativo, do Poder Executivo ou do
Poder Judiciário. O exercício do direito de permanecer em silêncio não autoriza os
órgãos estatais a dispensarem qualquer tratamento que implique restrição à esfera
jurídica daquele que regularmente invocou essa prerrogativa fundamental.
Precedentes. O direito ao silêncio — enquanto poder jurídico reconhecido a qualquer
pessoa relativamente a perguntas cujas respostas possam incriminá-la (nemo tenetur
se detegere) — impede, quando concretamente exercido, que aquele que o invocou
venha, por tal específica razão, a ser preso, ou ameaçado de prisão, pelos agentes ou
pelas autoridades do Estado. Ninguém pode ser tratado como culpado, qualquer que
seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que exista, a
esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio
constitucional da não-culpabilidade, em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de
tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em relação ao
suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já houvessem sido
condenados definitivamente por sentença do Poder Judiciário." (HC 79.812, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 16/02/01)
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a) Iniciativa legislativa - É a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para
apresentar projetos de lei ao legislativo. A iniciativa poderá ser: concorrente (art. 60, I,
II, III; 61, caput), privativa (61, § 1º; 93), popular (61, § 2 º) e conjunta (48, XV);
OBS.: o projeto de lei que trate sobre o regime jurídico, a aposentadoria, provimento
de cargos e estabilidade dos policiais federais é de iniciativa privativa do Presidente da
República (art. 61, § 1º, c).
b) Discussão – Qualquer projeto de lei apresentado à Casa Legislativa será discutido
nas comissões permanentes que irão examinar seus aspectos formais (a
constitucionalidade) e materiais (conteúdo);
c) Emendas - O direito de propor emendas é uma faculdade dos membros ou órgãos
das Casas do Congresso de sugerirem modificações na matéria contida no projeto de
lei.
OBS.: Os projetos de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República poderão ser
emendados pelos congressistas, desde que tais emendas: tenham pertinência temática
com a matéria prevista no projeto de lei e desde que não acarretem aumento da
despesa prevista no projeto apresentado pelo Presidente (art. 63, I, CF).
d) Votação – É ato coletivo das Casas do Congresso e é geralmente precedida de
estudos e pareceres de comissões técnicas e de debates em plenário. É ato de decisão
que se toma:
- por maioria simples ou relativa, isto é maioria dos membros presentes na votação,
respeitada a maioria absoluta, nos casos de projetos de lei ordinária (art. 47, CF);
- por maioria absoluta dos membros das Casas Legislativas, no caso de aprovação de lei
complementar (art. 69, CF);
- por maioria qualificada de 3/5 dos membros das Casas do Congresso, no caso de
aprovação de emendas constitucionais (art. 60, CF).
OBS.: A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá ser objeto de novo
projeto na mesma legislatura, desde que em outra sessão legislativa; ou ainda na
mesma sessão legislativa, por meio de proposta de maioria absoluta dos membros da
Câmara ou do Senado (art. 67, CF).
e) Sanção e Veto – são atos legislativos de competência exclusiva do Presidente da
República. Recaem sobre projeto de lei, e não sobre lei. A sanção pode ser expressa
(com a assinatura do projeto) e tácita (não assina e nem veta durante 15 dias úteis). O
veto deve ser expresso e manifestado no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Pode ser
total, se recair sobre todo o projeto, ou parcial, se atingir apenas parte do projeto. O
veto parcial somente pode abranger o texto total de artigo ou alínea (66, § 2º), não
havendo mais veto de palavra. Se o veto acontecer em razão de inconstitucionalidade,
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é chamado de veto formal (veto jurídico), se o veto for motivado por ser contrário ao
interesse público, é chamado de veto material (veto político). O veto é irretratável.
OBS.: Ainda que o Presidente da República vete o projeto de lei, o veto pode ser
rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio
secreto.
f) Promulgação e publicação de lei – não configuram, na realidade, atos de natureza
legislativa, já que se promulga e se publica a lei, que já existe desde a sanção ou a
rejeição do veto. A promulgação é mera comunicação, aos destinatários da lei, de que
esta foi criada com determinado conteúdo e pelo procedimento constitucionalmente
previsto, sendo, portanto, válida. Não é ato exclusivo do Poder Executivo. A publicação
da lei constitui instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários. É
condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. Realiza-se pela inserção no D.O.
3- ESPÉCIES NORMATIVAS
1. CONCEITO
Poder Executivo é o órgão constitucional cuja função típica é a prática de atos
relacionados à função executiva, ou seja, a tarefa de realizar, dentro da lei, as
atividades materiais atinentes à chefia de Estado, de Governo e da Administração
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Pública. No exercício das suas funções atípicas, também legisla (art. 62- Medidas
Provisórias) e julga (contencioso administrativo).
2. SISTEMAS DE GOVERNO
3. FORMAS DE GOVERNO
a) República: a República é uma forma de governo em que os exercentes das funções
Executiva e Legislativa representam o povo, decidindo em seu nome, à luz dos
princípios da responsabilidade, eletividade e temporariedade. A periodicidade também
garante a fidelidade do mandato, permitindo a alternância no poder num lapso
temporal rigorosamente estabelecido;
b) Monarquia: é caracterizada por ser o governo de um só, baseado no poder divino,
sem a participação popular e vitalício.
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OBS.: O sistema constitucional brasileiro não admite nem a candidatura autônoma
(sem registro em partido político), nem a candidatura avulsa (é preciso que esteja na
mesma chapa eleitoral o Presidente e o Vice).
8. VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO
No caso de vacância do cargo de Presidente da República, caberá ao vice suceder-lhe,
assumindo o mandato no restante do tempo para o seu término. Na falta do vice-
presidente, serão sucessivamente chamados para ocupar, temporariamente, o
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exercício da Presidência da República: Presidente da Câmara dos Deputados, o
Presidente do Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o artigo 81, CF, vagando os cargos de Presidente e de Vice, deverá ser
feita nova eleição, obedecidos os prazos e requisitos abaixo elencados:
9. CRIMES DE RESPONSABILIDADE
São infrações político-administrativas definidas na Constituição e na legislação federal,
cometidas no desempenho da função, que atentam contra a existência da União, o
livre exercício dos Poderes do Estado, a segurança interna do país, a probidade da
Administração, a lei orçamentária, o exercício dos direitos políticos, individuais e
sociais e o cumprimento das leis e das decisões judiciais. O rol do artigo 85, CF é
meramente exemplificativo dos crimes de responsabilidade, pois o Presidente pode
ser responsabilizado por todos os atos atentatórios à Constituição Federal, desde que
haja previsão legal (Lei nº1079/50).
10- IMPEACHMENT
Configura sanção de índole político - administrativa, destinada a operar, de modo
legítimo, a destituição constitucional do Presidente da República, além de inabilitá-lo,
temporariamente, pelo período de 08 anos, para o exercício de qualquer cargo,
emprego ou função pública, seja de natureza eletiva ou de nomeação.
10.1- FASES
a) Denúncia formalizada para apresentação dos fatos, permitida a qualquer cidadão
brasileiro (no gozo de seus direitos políticos), oferecida na Câmara dos Deputados;
b) Recebimento formal da denúncia pela Câmara;
c) Exame pela Câmara, cujo critério é meramente político: a) aprecia a gravidade dos
fatos alegados e o valor das provas oferecidas, b) declara a acusação procedente ou
improcedente;
d) Parecer da Câmara dos Deputados;
e) Discussão e votação, art. 51, I, CF;
f) Deslocamento da peça para o Senado Federal, que se transforma em um Tribunal
Político, momento em que o Presidente da República é suspenso de suas funções, só
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retornando a elas se for absolvido, ou ocorrido o prazo de 180 dias e o julgamento não
for concluído.
DO PODER JUDICIÁRIO
1. CONCEITO
Ao lado das funções de administrar e legislar, ao Estado também compete a função
judicial, ou jurisdicional, dirimindo as controvérsias que surgem quando da aplicação
das leis. O Judiciário, porém, como as demais funções do Estado, possui outras
atribuições, denominadas atípicas, de natureza administrativa e legislativa. Ex:
concessão de férias de seus membros e elaboração de seus regimentos internos.
A função típica do Poder Judiciário é exercer a atividade jurisdicional, pela qual o
Judiciário substitui a vontade das partes solucionando os conflitos ao declarar o Direito
e julgar.
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- ser brasileiro nato (CF, art. 12, § 3º, IV);
- ser cidadão (no gozo dos direitos políticos);
- notável saber jurídico e reputação ilibada.
Suas competências são definidas nos arts. 102 a 103 da Constituição Federal.
b) Superior Tribunal de Justiça (art. 104 e ss)
É a última instância do Judiciário em matéria de leis federais.
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, 33 (trinta e três) ministros
escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo, porém não livremente, pois
obrigatoriamente, deverão ser:
- 1/3 de Juízes dos TRF´s (Tribunais Regionais Federais);
- 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais;
- 1/3 divididos da seguinte maneira: 1/6 de advogados; 1/6 de membros do Ministério
Público Federal, Estaduais e Distrital.
São requisitos para o cargo de Ministro do STJ:
- idade: 35 a 65 anos:
- ser brasileiro nato ou naturalizado;
- notável saber jurídico e reputação ilibada.
Competência: possui competências originárias, descritas no art.105, I da CF, e
recursais que abrangem o recurso ordinário (art.105, I da CF) e o recurso especial
(art.105, II da CF).
OBS.: Não existe hierarquia recursal entre o STJ e os Tribunais nacionais especializados
(Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar).
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Competência: foi ampliada pela EC 45/2004 para julgar todas as causas que envolvam
relação de trabalho, independentemente de lei. A expressão “relação de trabalho”
deve ser entendida em sentido amplo, abrangendo todo trabalhador prestador de
serviços, independentemente de subordinação.
Anteriormente competia à Justiça do Trabalho, processar e julgar ações oriundas
apenas da relação de emprego, que é espécie de relação de trabalho, e controvérsias
da relação de trabalho dispostas em lei.
A EC 45/2004 determinou uma mudança de competência, mas não alterou as leis de
regência dos contratos. Com isso, a Justiça do Trabalho não se limita à aplicação da
CLT, devendo aplicar as regras de Direito Civil quando for cabível.
A Justiça do Trabalho continua não tendo competência para julgar: crimes do trabalho
e funcionários públicos (estatutários).
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Conselho Nacional de Justiça
Acrescentado ao rol de órgãos do Poder Judiciário pela EC 45/2004.
Atribuições:
a) Primárias (art.103-B, § 4º, caput): controlar a atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais, por parte dos magistrados.
b) Secundárias: desdobramentos complementares das atribuições primárias, por
exemplo: zelar pela autonomia do Judiciário e pela observância do art.37(art.103-B, §
4º, I e II). Além dos procedimentos instrumentais para efetivar as atribuições primárias
como rever processos de juízes e de membros de tribunais julgados a menos de um
ano (art. 103-B, § 4º, V).
Objetivo: remediar os problemas do Judiciário como a ausência de transparência na
sua atuação e a delonga no seu exercício. Visa atingir a eficiência por meio da
fiscalização
Composição de seus membros: está especificada no art. 103-A da CF. O CNJ terá um
Ministro-Corregedor que será o ministro do STJ que ficará excluído da distribuição de
processos deste órgão (art. 103-B, § 5º da CF).
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b)Inamovibilidade – esta garantia proíbe que os juízes sejam removidos do local em
que se encontram, mesmo sob a forma de promoção, sem o seu consentimento, salvo
motivo de interesse público (art. 93, VIII, e 95, II, CF).
A EC 45/2004 fez a seguinte alteração: o motivo de interesse público que era decidido
pelo voto de 2/3 do respectivo Tribunal, passou a ser decidido pelo voto da maioria
absoluta do mesmo Tribunal ou pelo CNJ.
c) Irredutibilidade de subsídio – almeja garantir aos magistrados a necessária
tranquilidade para o exercício do cargo, protegendo-os de perseguições
governamentais de natureza econômica (art.95, III c/c art. 37, XV).
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constitucional, aos créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza
alimentícia, os de que trata o art. 33 do ADCT e suas complementações e os que já
tiverem seus recursos liberados ou depositados em Juízo.
7. JUSTIÇA ITINERANTE
A EC 45/2004 consagrou a prática da Justiça Itinerante, que já era realizada em alguns
Estados, para os Tribunais de Justiça (art. 125, § 7º), Tribunais Regionais Federais
(art.107, § 2º) e Tribunais Regionais do Trabalho (art. 115, § 1º).
A Justiça Itinerante deve ser instalada pelo próprio Tribunal e ser exercida dentro dos
limites territoriais da respectiva jurisdição, realizando audiências e demais funções da
atividade judiciária, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
OBS.: O art. 112 da CF determinou que nas comarcas em que não exista Justiça do
Trabalho, se transfira as respectivas atribuições aos juízes de direito, para que o Poder
Judiciário atenda todas as localidades do país.
Com o mesmo objetivo, o art. 125, § 6º da CF prevê que o Tribunal de Justiça poderá
funcionar de forma descentralizada, constituindo Câmaras Regionais. Esta hipótese
também esta prevista para os Tribunais Regionais Federais (art.107, §3º) e para os
Tribunais Regionais do Trabalho (115, § 2º).
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H) ampliação de algumas regras mínimas a serem observadas na Elaboração do
Estatuto da Magistratura, todas no sentido de se dar maior produtividade e
transparência à prestação jurisdicional, na busca da efetividade do processo (art. 93);
I) ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais (art. 95, §
parágrafo único, IV e V);
J) a extinção dos Tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar os TJ´s dos
respectivos Estados e uniformizando assim a nossa Justiça (art. 4º da EC 45/2004);
K) transferência de competência do STF para o STJ no tocante à homologação de
sentenças estrangeiras e a concessão do exequator às cartas rogatórias (art. 102, I,
“h”(revogada); 105, I, “i”);
L) criação da Súmula Vinculante do STF (art. 103-A);
M) a aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quórum de maioria absoluta dos
membros do Senado Federal (art. 104, parágrafo único);
N) ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP (art. 128)
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