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Noção de δεῖξις em Stephen Levinson1

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“Desconhecer o que aconteceu antes de nascido é permanecer sempre uma criança”

1 Quaestio de nomine

Δεῖξις (cf. o verbo δείκνυμιι: “mostrar”, “eu mostro”) é um termo da semântica etimologicamente herdada
dos gregos que significa apontar/ indicar, mostrar ou assinalar e, no início, a primeira noção elaborada
por eles de δεῖξις vinha do uso dos demonstrativos que era como um “apontar de dedo”, dos pronomes
de primeira e segunda pessoa (eu/ nós; tu/ vós, você[s]), do tempo verbal e dos advérbios temporais
(ontem, amanhã, agora etc.) e espaciais (aqui, aí, ali etc.), além dos traços gramaticais ligados
diretamente às circunstâncias enunciativas (Levinson, 2007, p. 65-66). – O sentido de δεῖξις herdado
dos gregos se traduz na ação desempenhada pelo falante de apontar ou indicar referentes que estão
estritamente conectados ao contexto situacional de fala.

1.1 Abordagens filosóficas

O interesse dos filósofos no tópico da δεῖξις (= “expressões gramaticais”, ou “não dêiticos”) visa saber
como a semântica verifuncional lida com certas expressões das línguas naturais.
α) Letizia de Ramolino foi a mãe de Napoleão

β) Eu sou a mãe de Napoleão

Obs: praticamente toda enunciação tem uma dependência do contexto, que se deve, em grande parte
(em muitas línguas) ao tempo verbal.

De modo geral, a sentença


γ) Há um homem na Lua

δ) Havia um homem na Lua

1.2 Abordagens descritivas

Embora a δεῖξις seja de singular importância para as abordagens filosóficas, psicológicas e linguísticas
de análise da língua, ainda há pouco trabalho de natureza descritiva na área, e igualmente, teorias e
esquemas de análise adequados.

– Tipos de δεῖξις: pessoal, temporal e espacial.


– Δεῖξις de pessoa se refere à codificação do papel dos participantes no acontecimento discursivo em
que a enunciação em questão é proferida (revela a identidade dos interlocutores na situação de
comunicação): categoria primeira pessoa = a gramaticalização da referência do falante a si mesmo; a
segunda pessoa é a codificação da referência do falante a um ou mais destinatários; e a terceira pessoa
é a codificação da referência a pessoas e entidades que não são falantes nem destinatários da
enunciação em questão.

– Δεῖξις de lugar ou espacial (= revela o lugar ou lugares nos quais os indivíduos estão localizados) diz
respeito à codificação das localizações espaciais relativamente à localização dos participantes no
acontecimento discursivo. Sói acontecer de as línguas gramaticais fazer distinção entre proximal (“perto
do falante”) e distal (“não proximal/ perto do destinatário”), codificadas nos demonstrativos (como este x
aquele) e nos advérbios dêiticos de lugar (como aqui x lá). Vejamos o exemplo seguinte:
ε) Deixei o livro aqui.

1
LEVINSON, Stephen C. Pragmatics, 9th ed. Cambridge University Press, 2008, p. 54-96 (trad. bras. LEVINSON,
Stephen C. Pragmática. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 65-119)
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“Nescire autem quid ante quam natus sis acciderit, id est semper esse puerum”. CÍCERO, Orator, 120 (L’orateur,
et Du meilleur genre d’orateurs. Texte établi et traduit par Albert Yon. Paris: Belles Lettres, 1964)
– Δεῖξις de tempo se refere à codificação dos pontos e extensões temporais relativas ao tempo em que
uma enunciação foi pronunciada (ou uma mensagem foi escrita). Este tempo é chamado tempo de
codificação (TC), que pode ser diferente do tempo de recepção (TR). A δεῖξις de tempo é amiúde
gramaticalizada nos advérbios dêiticos de tempo (“agora” e “então”, “ontem” e “este ano”), e
principalmente, no tempo verbal.
Além dessas categorias tradicionais, há a δεῖξις de discurso (ou de texto): diz respeito à codificação da
referência feita a porções do discurso em andamento no qual se localiza a enunciação, e a δεῖξις social
(= à codificação de distinções sociais relativas aos papeis dos participantes, mormente a aspectos da
relação social entre o falante e o [s] destinatário [s] ou entre o falante e algum referente). Revela os
relacionamentos sociais por parte dos participantes da conversação, que determinam, por ex., a escolha
dos níveis discursivos honoríficos ou polidos, ou íntimos ou insultantes etc. (cf. Fillmore, 1971, p. 39;
Levinsohn, 2007, p. 111-115).

Exemplos de δεῖξις de discurso:

α) Puff puff puff: that is what is sounded like


Puff, puff, puff: era esse o barulho
β) This is what phoneticians call creaky voice
Isto é o que os foneticistas chamam de voz chiante

– Diferentes usos dos termos dêiticos:

1. dêiticos: α) gestuais
β) simbólicos
2. não dêiticos: γ) não anafóricos
δ) anafóricos
Exemplos:

– Uso gestual:
São muitos jarros, quero que você pegue apenas aquele ali e este aqui.

– Uso simbólico:
Este é um país imenso.

– Uso anafórico:
Cheguei ao banco às onze horas da manhã e só consegui sair de lá às três da tarde.

– Uso não anafórico:


Quando o eixo dianteiro de Chicó vergou, ele estava atrás de um caminhão.

Referências

BÜHLER, Karl. Theory of Language. The Representational Function of Language. Amsterdam/


Philadelphia: Benjamins, 1990.
______. BÜHLER, Karl. “The Deitic Field of Language and Deictic Words”, in JARVELLA, R. J.; KLEIN,
W. (eds.). Speech, Place and Action: Studies in Deixis and Related Topics. New York: John Wiley and
Sons, 1982, p. 9-30.

FILLMORE, C. Lectures on deixis. Berkeley: University of California, 1971.


LYONS, J. Semantics 1. Cambridge: University Press, 1977 (trad. bras. LYONS, J. Semântica, vol. I-II.
São Paulo: Martins Fontes, 1979).
MURACHCO, Henrique. Língua grega: visão semântica, lógica, orgânica e funcional, vol. II. São Paulo:
Discurso Editorial/ Vozes, 2001

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