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Os dados obtidos através dos 394 questionários recolhidos foram alvo de uma
“limpeza” rigorosa, tendo resultado na exclusão de 30 sujeitos, obtendo-se o total de 364
sujeitos para a amostra. Os critérios de exclusão de sujeitos foram os seguintes: alunos que
não discriminaram o género ou idade no questionário; alunos com respostas incoerentes ao
longo do questionário (e.g. respostas que apresentavam sempre valores nos extremos das
escalas, ou incompatíveis); alunos que deixaram 80% do questionário em branco
(estabeleceu-se como regra que aqueles que não respondessem por completo a oito dos
onze grupos de questões do questionário seriam eliminados).
O tratamento estatístico dos dados e respectivo procedimento, que em seguida se
enuncia, foram realizados através do programa informático “S.P.S.S. – Statistical Package
for Social Science” (versão 12.0 para Windows) e do EQS - Structural Equations Program
(versão 6):
• Estatística descritiva das variáveis em estudo;
• Análises factoriais seguidas do cálculo do índice de consistência interna (pelo
“alpha” de Cronbach) às dimensões da teoria do comportamento planeado e aos
processos de mudança do modelo transteórico;
Apresentação dos Resultados
2. Caracterização da Amostra
Género
Feminino 170 46.7
Masculino 194 53.3
Escolaridade
7º Ano 187 51.4
10º Ano 177 48.6
Desporto escolar 81 22.3
Idade 13.7 1.6 11 18
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
A segunda análise (Quadro 7.4) confirma a coerência teórica dos cinco factores
utilizados segundo a teoria do comportamento planeado, que explicam 56% da variância
total, para além de cumprirem todos os critérios inicialmente propostos.
Em seguida, foram analisados os índices de consistência interna através do cálculo
dos “alphas” de Cronbach. Assim, o factor 1 corresponde à avaliação das consequências
(AVCC) e contribui para explicar 24% da variância (“alpha” de Cronbach=.80). O factor 2
corresponde às normas subjectivas (NORMAS) e contribui para explicar 11.8% da
variância (“alpha” =.78). O factor 3 corresponde à percepção de controlo do
comportamento (PCC) e contribui para explicar 9.3% da variância (“alpha”=.66). O factor
4 corresponde às intenções comportamentais (INTENÇÕES) e contribui para explicar
6.1% da variância (“alpha”=.80). Finalmente, o factor 5 corresponde às crenças
comportamentais (CRENÇAS) e contribui para explicar 5.5% da variância (“alpha”=.63).
Tendo como referência as indicações de Ribeiro (1999), que considera que o alfa de
Cronbach acima de .60 é um limite aceitável nos casos em que o número de itens é muito
baixo, consideramos que os índices de consistência interna destas escalas, todas com um
número de itens muito baixo, se encontram num limite aceitável.
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Apresentação dos Resultados
Como resultado destes dois factores, criámos duas variáveis através do somatório
dos respectivos itens, PMcog7 (processos de mudança cognitivos) e PMcomp8 (processos
de mudança comportamentais), que iremos utilizar nas análises de regressões.
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Apresentação dos Resultados
14,5 Atletismo
Treino de força atletismo
16,6 Corrida Treino de força
17,7 Flexibilid/aling. Correr/"joging"
18 Ténis/T.mesa
Flexibilidade/along.
19,2 Basquetebol
Ténis/ténis de mesa
19,5 Dançar divert.
23,3 Natação Basquetebol
25Andar de bicicleta Dançar por divertimento
26,2 Trab. dom. Natação
35,2 Transp. pé
Andar de bicicleta
43,5 Futbol/futsal
48,5 Andar a pé Trabalho doméstico
Andar a pé para transporte
0 10 20 30 40 50 60
Futbol/futsal
Andar a pé/"traking"
57.73; p=.000). Os rapazes praticam mais futebol (60.9%) do que as raparigas (24.4%) (χ2(1)=
46.28; p=.000), praticam mais ténis (23.9%) do que as raparigas (11.3%) (χ2(1)= 9.29; p=.002) e
realizam mais treino de força (21.2%) do que as raparigas (8.8%) (χ2(1)= 10.17; p=.001).
Entre os anos de escolaridade revelaram-se ainda menos diferenças significativas.
Os sujeitos do 7ºano praticam mais atletismo (19.1%) do que os do 10ºano (9.9%) (χ2(1)=
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Apresentação dos Resultados
5.78; p=.016), fazem mais corrida ou jogging (22.5%) do que os do 10ºano (10.5%)
(χ2(1)=8.98; p=.003) e andam mais de bicicleta (11.6%) do que os do 10ºano (3.5%) (χ2(1)=
19.54; p=.000). Os sujeitos do 10ºano apenas praticam mais a actividade de treino de força
(20.5%) do que os do 7ºano (10.4%) (χ2(1)=6.68; p=.010) (ver quadros no anexo 4).
0 20 40 60 80
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Apresentação dos Resultados
Activos – (ver definição das variáveis - capítulo 6). A distribuição dos sujeitos da amostra
pelos grupos, com base nas frequências, é a seguinte (ver Figura 7.3):
Figura 7.3 Distribuição dos sujeitos pelos grupos Activos e Pouco Activos
100
Quadro 7.6 Distribuição dos grupos Pouco Activos e Activos pelos géneros
Género*
Rapaz Rapariga
GruposNivelAF % %
Pouco Activos (n=104) 45.2 54.8
Activos (n=251) 56.2 43.8
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Apresentação dos Resultados
Quadro 7.7 Distribuição dos grupos Pouco Activos e Activos pelos anos de escolaridade
Escolaridade*
7º ano 10ºano
GruposNivelAF % %
Pouco Activos (n=104) 56.7 43.3
Activos (n=251) 49.8 50.2
A distribuição dos sujeitos dos dois grupos Pouco Activos e Activos pelos anos de
escolaridade [χ2(1)=1.414; p=.234)] não é significativamente diferente. Ou seja, não parece
haver uma diferença significativa entre os dois anos de escolaridade relativamente aos
níveis de actividade física.
Quadro 7.8 Diferenças entre grupos Pouco Activos e Activos quanto à idade
Idade
M DP t p
GruposNivelAF -.804 .422
Pouco Activos 13.52 1.70
Activos 13.67 1.62
Quadro 7.9 Distribuição dos Pouco Activos e Activos pela percepção de intensidade de
actividade física
*Percepção intensidade AF
GuposNivelAF Pouco esforço Algum esforço Imenso esforço
(n=39) (n=164) (n=121)
% % %
Pouco Activos 17.2 57.5 25.3a
Activos 10.1 48.1 41.8 a
*(χ2 (2)= 8.411; p=.015); a Residual ajustado de 2.7 (>1.96)
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
Quadro 7.10 Diferenças entre rapazes e raparigas quanto às categorias de actividade física
Género Rapaz Rapariga
M DP M DP t p
Categorias
DespDança 2.23 2.13 1.96 2.01 1.208 .228
ExFísico .59 .97 .59 .91 .048 .962
AcFísica 1.69 1.60 2.45 1.73 -4.224 .000
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Apresentação dos Resultados
No que diz respeito às diferenças entre o grupo de Activos e Pouco Activos quanto
às categorias da actividade física, os resultados mostram que os dois grupos apresentam
diferenças estatisticamente significativas em relação às actividades incluídas na categoria
DespDança [t(333)=-3.446; p=.001] e ExFísico [t(333)=-3.735; p=.000]. Ainda a referir que
não se encontram diferenças para a categoria AcFísica.
Em síntese, os sujeitos Activos referem praticar mais actividades de desporto e
dança (M=2.37; DP=2.14) do que os Pouco Activos (M=1.50; DP=1.84), e para além
disso, os referidos mesmos sujeitos referem praticar mais actividade tipo ExFísico (M=.72;
DP=1.04) do que os Pouco Activos (M=.29; DP=1.50).
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
NívelAF. Ou seja, as relações entre as variáveis que são estatisticamente significativas nas
análises de regressão (os valores incluídos no esquema são os valores do Beta com
significância estatística):
Avaliação
Consequencias
Atitude
Crença .139*
Comportamento
.199*
Norma Intenção Nível de
subjectiva .137* comportamentais .381* Actividade
física
.239*
Percepção de .118*
controlo do
comportamento
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Apresentação dos Resultados
1
Ver capítulo 4, onde é exposto este modelo teórico que integra conceitos do modelo transteórico na teoria
do comportamento planeado.
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Apresentação dos Resultados
Quadro 7.19 Regressão linear dos processos de mudança como preditores da avaliação das
consequências (AVCC)
R2 R2
Beta
Ajustado t p
PMCog7 .104 1.584 .114
.062 .056
PMComp8 .176 2.672 .008
Quadro 7.20 Regressão linear dos processos de mudança como preditores da CRENÇA
R2 R2
Beta
Ajustado t p
PMCog7 .232 3.565 .000
.069 .063
PMComp8 .052 .808 .420
Quadro 7.21 Regressão linear dos processos de mudança como preditores da NORMA
R2 R2
Beta
Ajustado t p
PMCog7 .206 3.308 .001
.185 .180
PMComp8 .282 4.538 .000
168
Apresentação dos Resultados
Quadro 7.22 Regressão linear dos processos de mudança como preditores da PCC
R2 R2
Beta
Ajustado t p
PMCog7 .103 1.772 .077
.253 .248
PMComp8 .440 7.534 .000
P < .001
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Apresentação dos Resultados
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Apresentação dos Resultados
Atitude
Crenças
comportament.
.091*
.139*
.417* .188*
Intenção .395* Nível de
Norma .136* R2= .24 Actividade Física
Subjectiva R2= .21
.217*
.283* .231*
Percepção .125*
Controle
Comportament
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Apresentação dos Resultados
.95 e, relativamente, aos índices SRMR e RMSEA ambos apresentam valores inferiores a
.05. O qui-quadrado não sendo significativo (p=.31 >.05) confirma igualmente a adequação
deste modelo.
Em seguida, elaborámos uma nova análise para ver o impacto das variáveis
independentes, género e idade, na intenção (INTENÇÃO) e no nível de actividade física
(NívelAF), para além das relações entre as variáveis já testadas no modelo anterior. Assim,
pretendíamos verificar: se para além das variáveis INTENÇÃO e PCC, o género e idade
também seriam preditores do NívelAF; e se para além das variáveis AVCC, CRENÇA,
NORMA e PCC, o género e idade também seriam preditores da INTENÇÃO (Modelo 2)
(ver Figura 7.6).
Figura 7.6 A adequação da teoria do comportamento planeado com o género e idade (p<.05)
Género
Idade
-.099
.119*
Crença -.023 ..051
.209*
Atitude
Intenção Nível de
.135* .384*
Av. Conseq. R2=.25 Actividade
Física
.139*
Norma Subject. .129*
.142*
Percepção
Controle
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