Família da Aliança Curso para professores e líderes de departamento infantil
SPN
Rev. Fúlvio Leite
O que é Teologia do Pacto?
É o modo como entendemos toda a história da
salvação estrutura-se no pacto de Deus conosco. Segue abaixo um resumo da Teologia do Pacto:
A teologia do pacto estrutura a totalidade da
revelação bíblica.
De Gênesis a Apocalipse há uma unidade
pactual. O que é Teologia do Pacto?
Por isso, cremos que há uma unidade contínua
em toda a Escritura e que a Igreja é a soma dos eleitos do Antigo e Novo Testamento, tendo apenas uma aliança, reino e um modo de salvação. O que é Teologia do Pacto?
Quando Jesus quis explicar aos seus discípulos o
significado de sua morte, recorreu à doutrina dos pactos (veja Mt 26, Mc 14, 61 [Is 53.7]; 12-15 [Êx12.1-27] Lc 22).
Quando Deus quis assegurar à Abraão a certeza de sua
palavra da promessa, recorreu ao pacto (Gn 12, 15, e 17).
A Aliança Abraâmica é uma aliança incondicional.
(Unilateral, é um acordo entre duas partes, mas apenas uma das duas partes tem que fazer algo. Nada é exigido da outra parte.) O que é Teologia do Pacto?
Deus fez promessas a Abraão que não requeriam nada de Abraão.
Gênesis 15:18-21. Deus prometeu a Abraão e seus descendentes. 12.1-3 - Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. 15:18-21 - Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates: o queneu, o quenezeu, o cadmoneu, o heteu, o ferezeu, os refains, o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu. O que é Teologia do Pacto?
Quando Lucas quis mostrar aos primeiros
cristãos que a vida e ministério de Jesus foram o cumprimento dos antigos propósitos de Deus para o seu povo escolhido, apelou aos pactos e citou a profecia de Zacarias, que mostra que os crentes, nos mesmos primeiros dias do ‘movimento de Jesus’, entenderam a Jesus e a sua obra messiânica como um cumprimento do pacto de Deus com Abraão (Lc 1:72-73). O que é Teologia do Pacto?
A aliança mosaica é uma aliança entre Deus e a
nação de Israel no monte Sinai (Êxodo 19-24). Às vezes é chamada a aliança do Sinai, mas geralmente é conhecido como o pacto mosaico, como Moisés foi o líder de Israel escolhido por Deus naquele momento. O que é Teologia do Pacto?
O modelo da aliança é muito semelhante ao dos
outros pactos da época, porque é entre um Rei soberano (Deus) e o seu povo (Israel). No momento da aliança, Deus lembrou ao povo da sua obrigação de ser obediente a Sua lei (Êxodo 19:5). O que é Teologia do Pacto?
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha
voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos Milhos de Israel (Êxodo 19:5). E todos aceitaram a aliança, quando disse: "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos" (Êxodo 19:8). O que é Teologia do Pacto?
A aliança mosaica é especialmente signi5icativo
porque Deus promete fazer Israel "um reino de sacerdotes e uma nação santa" (Êxodo 19:6). Israel era para ser a luz de Deus para o mundo ao seu redor. O que é Teologia do Pacto?
O pacto das obras é a perfeita lei de Deus
imposta ao homem para uma obediente resposta aos mandatos espiritual, cultural e social. Esta lei que originalmente foi declarada antes da Queda e escrita no coração do homem, ela é posteriormente registrada em tábuas de pedra. O que é Teologia do Pacto?
Tão grande é a distância entre Deus e a criatura,
que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem- aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.
Ref.: Jó 9. 32,33; Sl 114. 5, 6; At 17. 24, 25.
O que é Teologia do Pacto?
O pacto da graça. Deus redime revelando graça aos eleitos,
que pela fé, recebem do Mediador as promessas do pacto da graça. Assim, toda a comunidade do pacto será, em Cristo, redimida para a sua glória. O pacto é um vínculo de amor do Pai, merecido pelo Filho e concedido pelo Espírito Santo aos seus eleitos.
Jesus Cristo é o mediador do pacto. Nele recebemos
aceitação e perdão do Pai, a nossa condenação é satisfeita, e a sua justiça é imputada em nosso favor nos adotando como filhos de Deus. A salvação é um vínculo pactual entre os eleitos, pela mediação de Cristo, com o Pai. O que é Teologia do Pacto?
O pacto de obras não é, portanto, essencialmente
diferente do pacto da graça. Ambos oferecem graciosamente a imago Dei ao homem (confirmada, no primeiro pacto, ou restaurada, no segundo) sob a condição de obediência irrestrita de um representante idôneo à vontade expressa de Deus. O que é Teologia do Pacto?
A diferença fundamental entre o pacto de obras
e o pacto da graça é que: No primeiro, a obediência foi requerida do próprio homem.
No segundo, a obediência de um Mediador divino
é aceita e imputada ao homem, por meio da fé salvadora. O que é Teologia do Pacto?
Na antiga aliança os sinais sacramentais eram a
circuncisão e páscoa que na nova aliança foram substituídos pelo batismo e ceia do Senhor.
Os sinais de uma verdadeira comunidade pactual que
confessa a Cristo são a fiel pregação do Evangelho (o pacto da graça), a correta administração dos sinais e selos pactuais (os sacramentos: batismo e a ceia do Senhor) e a zelosa aplicação da disciplina. O batismo infantil somente é compreendido estruturalmente a partir da doutrina do pacto. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
A maioria dos puritanos acreditavam que o
propósito primário do casamento era o companheirismo, no entanto também acreditavam que ter filhos era uma consequência esperada do amor conjugal. Os filhos eram vistos como bênção do Senhor. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
Os puritanos também eram plenamente cientes
de que um filho implicava grande responsabilidade.
Vendo suas famílias como uma grande berçário
da igreja e da sociedade, esperavam que os pais fizessem tudo possível para garantir que seus filhos se conformassem às normas e aos preceitos bíblicos; em especial ao mandamento de obedecer aos pais. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
A criação de filhos, para os puritanos, estava
alicerçada na convicção de que os filhos pertenciam à aliança que Deus fez com os crentes (At 2.39; 1Co 7.14), evidente no batismo, que, como sacramento, é um selo e sinal visível da graça invisível de Deus. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
Assim como na antiga aliança, os israelitas
tinham de circuncidar seu filho, assim também na nova aliança os cristãos devem batizar seus filhos para confirmar sua introdução formal na aliança da graça. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
Baxter disse que Deus “ordenou que o batismo
fosse usado como uma iniciação solene de todos que virão à sua igreja e entrarão na aliança de Deus”. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
No batismo, os pais cristãos assumem as
responsabilidades da aliança em lugar de seus filhos. Portanto, Deus declara esses filhos como seus; e os pais são administradores de seus filhos em favor de Deus. OS FILHOS SÃO DONS DE DEUS
Thomas Watson disse também que os pais
cristãos “se esforçarão para que seus filhos sejam mais filhos de Deus do que seus”. Os Filhos e a Família da Aliança
A Bíblia certamente nos mostra o lugar dos filhos
no contexto da família da Aliança.
Nós devemos chamar a atenção a esta verdade
de suprema importância: que todas as crianças são imagens de Deus.
Elas são criadas à sua imagem e semelhança,
assim como foram os pais. Os Filhos e a Família da Aliança
Isso dá a Deus o direito de reivindicar cada
criança que nasce, seja ou não em lar cristão. Essa reivindicação de Deus sobre os portadores de sua imagem é o fator mais importante e vital para que temos de guardar em nossa mente. Os Filhos e a Família da Aliança
As crianças são filhos de Deus e são chamadas para
espelhá-lo, refleti-lo, bem como representá-lo.
As crianças, como portadoras da imagem de Deus, são
chamadas a conhecerem Deus.
Elas devem chegar à fé e expressar essa fé, para que,
assim como Abraão, a justiça lhes possa ser imputada. Os filhos devem ser santificados por Deus, o Espírito Santo, e a justificação e a santificação se seguirão quando eles chegarem à fé, expressarem a fé, e viverem pela fé a vida diária. Os Filhos e a Família da Aliança
Nosso primeiro entendimento é que: as crianças são
portadoras da imagem de Deus.
O segundo ponto é que Deus tem um propósito bem
específico para os filhos. Esse propósito é a continuidade de sua Aliança com o seu povo e a continuidade da obra do reino de acordo com a vontade e planos de Deus.
O salmista disse (127) que o Senhor edifica a casa e
passa então a falar dos filhos. As crianças são um meio para que se cumpram os propósitos de Deus. Os Filhos e a Família da Aliança
Adão e Eva receberam o mandato social da frutificação,
multiplicação e povoamento da Terra. Deus quer que os filhos, de geração em geração, sejam seus agentes no reino cósmico, cultivando, exercendo domínio, representando Deus perante toda a criação e representando a criação perante Deus.
Depois que o pecado entrou no mundo, Deus disse a Adão e
Eva que eles continuariam a ter filhos. A maldição, mitigada como foi, não tirou o privilégio e o direito de ter filhos e nem tirou a responsabilidade de ter filhos como meio da obra redentora bem como o cultivo do cosmos e o domínio sobre o mesmo. Os Filhos e a Família da Aliança
O terceiro ponto é que os filhos "são uma
herança" (SI 127). Os filhos são dados como herança aos pais.
O ponto interessante a notar aqui é que todo o
conceito sobre herança inclui a idéia de que aquele que dá a herança mantém a reivindicação sobre a mesma ainda que não esteja apto para exercitar totalmente essa reivindicação como quando eles estavam presentes. Os Filhos e a Família da Aliança
Deus as faz e as prepara e então as oferta, mantendo,
todavia, a sua reivindicação sobre elas como portadoras da sua imagem, espelhos e representantes na vida. Os Filhos e a Família da Aliança
O quarto ponto é que os filhos são chamados de galardão.
Pense agora sobre Deus falando com Abraão quando ele
estava com medo e sozinho em uma terra estranha (Gn 15.1). Deus veio a ele e disse: "Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande." Abraão entendeu que esse conceito de galardão basicamente significava "que ele tinha um grande futuro'. Ele respondeu perguntando: "Urn futuro sem um filho?" Deus lhe assegura que ele teria tantos filhos quantas era as estrelas no céu (15.15). Os Filhos e a Família da Aliança
Se aceitarmos, então, o que as Escrituras
ensinam a respeito do papel dos filhos, nós precisamos aceitar os filhos como presentes de Deus. Adoração no Lar
Poderíamos ver um reavivamento entre os nossos filhos?
O culto doméstico é o fator que determina como as coisas andam no lar. É claro que o culto doméstico não é o único fator determinante para isso. Ele não substitui outras obrigações paternas. A aliança da congregação puritana, de 1677, Assumiu o compromisso de: Reformar nossas famílias, empenhando-nos para ter um cuidado consciente para manter a adoração a Deus em nosso culto doméstico; comportando-nos em nossa casa com corações perfeitos; executando todos os afazeres domésticos com fidelidade; educando, instruindo e exortando nossos filhos e família a guardarem os caminhos do Senhor. Adoração no Lar
Conforme as coisas são em casa, assim o serão na
igreja e na nação. O culto doméstico é o fator que determina como as coisas andam no lar. É claro que o culto doméstico não é o único fator determinante para isso. Ele não substitui outras obrigações paternas. Adoração no Lar
Dada a importância do culto doméstico tomaremos como
exemplo Josué. Josué 24.14-15 diz: Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito, e servi ao Senhor. Porém, se vos pa- rece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Adoração no Lar
Note duas coisas neste texto:
Primeiro, Josué não fez da adoração ou do culto ao Deus vivo algo opcional. No versículo 14, ele havia acabado de ordenar Israel a temer ao Senhor. No versículo 15, ele enfatiza que o Senhor quer ser adorado e servido voluntária e deliberadamente em nossas famílias. Em segundo lugar, no versículo 15, Josué ordena o culto doméstico a Deus por meio de seu próprio exemplo. O versículo 1 deixa claro que ele está se dirigindo aos chefes das famílias. O versículo 15 declara que Josué fará aquilo que ele quer que todas as outras famílias de Israel façam: “servir o Senhor”. NOTAS:
1. Vivendo Para a Glória de Deus – Joel Beeke
2. Alguns teólogos e tradutores preferem o termo “pacto” enquanto outros usam
“aliança”, mas isto em nada afeta o seu significado bíblico. Os termos Teologia Federal, Teologia do Pacto ou da Aliança são sinônimos.
3. Adoração no Lar - Joel Beeke
4. Família da Aliança - Horriet e Gerard Van Groningen
5. Teologia Sistemática - Louis Berkhoff
NOTAS:
Rev. Fúlvio Anderson Pereira Leite é pastor da Igreja Presbiteriana Redenção e