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Rodolfo Mari Renato Basso ortugués da gente a lingua que estudamos a lingua que falamos editoracontexto 150+ o romuoues on cue Um uso de nis que exci terminantemente o intiocuce€ oe smigat do iteoctor & expresso ‘na exclamagao "NOs quem, cu pada Enure esses autores edo Swvet (1891) © Paul (ist), mais rcentemente, lembraiamos Halliday ‘G9s687) © Dane: G90, "As duas lens foram sueesio na vor do crtor Zen Paodino, as fentes que consslamos atibyem 2 primal a "ator desconhocido" e's sayunds » Serginho Mest, * Ver A. Scho, A olocagio pronominal do portugues Basie lingua itera, Sto Fao, Huanant, 2005. ' Dados reursdos de uma pesquisa ds Faculdnd de Educagto de Universidade de Sto Paulo _Acessado ea , 62800 6, mais preciamente, 0 rximero de verbees presenter ao dono que temanoe aqui como referencia, 0 Dciondro de sos do portugess de Bras (om, de FS. Botha (Disararo te {sos do pomugues do Bras, S20 Paulo, Aca, 5002). Rossa eccoita dese cicionino Wstiicate por ser um dielonfro de uson O.mimero de vetbctes de qualquer dciontnio refece decsbes aivas os propasior © 4 csrvtus do propio diconsrio: 1) de que fatorlngistios tata, 2) fue estrous adois para ov verbetes; 3) Como representa homonina e 4 poles dat Palavas ete or isto, para entender 9 que igen de fato 0 mimero que Fomnecemos ag, fanvem que 0 letoe folbee © 2m ° com © sentido de par de vero. ® Vina economia fnemente dependente do capil ings fet com que se mukiplcaser em virias segbes do Bras as agincis de bancos ingles, as fms de poraao inlesae até mesmo O: Clabes, hoepiais e cemtécoeingleses. Ver tie de exempl, Gaberto Frere Cnglses no Bes ‘Sspocos ds sstca rnin sobre ida, pazagem ects Co Brad, Ro de Jans, Joxé Olimpia, 1H, c, para mals informagbes, 0 ske p/n und got ° igi enrou ns lingua no séclo me, como wr eto tnico do sonoma incava uma uidade de ‘madida usada para eserever os edpse). O uso ea mena pals come temo de informs & da feginda meade do séewio ° Por exemple, no Auriio do siculo a ¢ no Houats, bo e Me sto verbetes 3 pane Sr HL Portugués do Brasil: a variagado que vemos e a ariagao que esquecemos de ver JA se disse varias vezes que 0 portugués do Brasil 6 uma lingua Uniforme. Sua uniformiclade foi afirmada e elogiada por pessoas de diferentes formacdes ~ escritores, historiadores e lingilistas. Mas a uniformidade do portugués brasileiro é em grande parte um mito, para o qual contribuiram 1) uma certa forma de nacionalismo; 2) ume visio limitada do fenémeno linguistico, que s6 consegue levar em conta a lingua culta; e 3) uma certa insensibilidade para a variacto, contrapartida do fato de que os falantes se adaptam naturalmemte a diferentes contextos de fala 'Nas proximas paginas, procuraremos mostrar que o portugués brasileiro ‘no € uma lingua uniforme; ¢ tentaremos convencer oleitor de que essa idéia, além de falsa, 6 pouco interessante, porque nos torna incapazes de lidar com situagdes que afetam correntemente o uso da lingua e seu ensisio. Partiremos do principio de que a vatiacao lingaistica € um fendmeno normal, que, por manifestar-se de varias Formas, leva os estudiosos a falar em variagao 152+ oromveutr a4 come diacrénica, variagao diat6pica, variagao diastratica ¢ variagio diamésica. Essas expresses sto & primeira vista estranhas, mas um pouco de etimologia mostrara ao leitor que elassZo, no fundo, bastante transparentes. Variagdo diacrénica Todas as linguas esto sujeitas a variagio diacronica (etimologicamente: aquela que se 64 através do temp). J4 vimos que as Iinguas tém uma hist6ria externa (que diz respeito & maneira como evoluem ao longo do tempo em suas Fangdes sociais € em suas relagbes com detemminada comunidade lingtistica) ¢ uma hist6ria interna (que diz respeito as mudangas que vao ocorrendo em sua gramética ~ fonolos morfologia, sintaxe — e em seu I&xico) No primeiro capitulo deste livro (Um pouco de hist6ria: origens ¢ expansio do portugués"), vimos um pouco da historia externa da lingua portuguesa a0 estudar sua formaco como lingua romanica e sua difusic pelas terras descobertas pelos portugueses, € vimos alguns detalhes de sua hist6ria interna quando estudamos as propriedades lingiisticas de textos de diferentes épocas. Tudo isso deve ter dado a idéia de que a variac3o diacrénica das Iinguas se dé sempre num espago de séculos. Nem sempre € assim. [A vatiagio diacronica € as vezes percebida comparando geragtes. Por exemplo, todos nés conhecemos girias que, embora compreensiveis, soam “antigas", e também € comum o caso de girias compreensiveis somente 2os ‘mais velhos ou aos mais novos. Assim, muitos paulistas de hoje simplesmente nao compreendem a expressio estar de bonde, que, no contexto do namoro 2 antiga, significava “estar com 2 namorada"; 20 mesmo campo semintico do namoro de outros tempos pertencia ambém o substantivo footing, que indicava a pritica dos adolescentes de passear a pé, em grupo, em local piblico, para ver adolescentes do outro sexo € ser visto por eles (elas). E, para ficar no capitulo do namoro, muitos pais que tinham filhos adolescentes na década de 1990 tiveram sérias dificu\dades para entender o significado do verbo ficar, que representava um modo de relacionar-se com 0 sexo ‘posto estranho @ sua experiéncia. Embora seja mais comum encontar inovagées na giria e em outras reas do léxico, € possivel encontri-las também no dominio da gramética € em outras variedades da fala ou da excrita. As construgdes “dar uma de sonso’ e “dar uma de Janio Quadros’ soavam estranhas quando apareceram hé cerca de meio século; uma variante mais familiar, mas nao rorryass 00 wast > 153 exatamente equivalente, era ent&o “bancar 0 sonso’, “fazer-se de sonso”, “agi como Janio Quadros’, Hoje “dar uma de.." & de uso corrente na fala coloquial haveria muito a dizer sobre os matizes de sentido que transmite Mais recentemente, outra construcao sintética, “amanbd vamos estar ‘mandando seu carido para o enderego que o senbor acaba de indicar’, chamou a atencio de muitos profissionais da linguagem (professores, jomalistas, escritores, gramdticos...). Sobre essa construcio ji se disse de tudo: que ela & desnecessaria; que ela & indispensivel; que ela foi criada elas telefonistas do telemarketing; que ela jf existia na Idade Média; que € mais um estrangeirismo, pois foi criada por imitacao do inglés; que é ‘uma construgao vemdcula, inteiramente previstvel no portugués do Brasil. Aqui, interessa simplesmente aponté-la como uma construgdo que se tomou corrente nos tikimos anos, ou seja, um fato de “variacio diacrénica” que percebemos sem voltar a0 passado. Um caso muito particular de variagao diacronica € @ grama- ticalizagao, isto €, 0 processo pelo qual uma palavra de sentido pleno assume fungSes gramaticais: um exemplo classico de gramaticalizagao em portugués é a formagao do pronome vocé como todos sabem, essa palavra remonta a Vossa Mercé, via Vosmecé. Era, na origem, uma expressio de tratamento, como Vossa Majestade ou Vossa Exceléncia; hoje um pronome pessoal, ¢ nessa fun¢ao suplantou o antigo pronome de segunda pessoa tu, numa grande rea do territ6rio brasileiro. O processo inverso & ‘gramaticalizagio € a lexicalizagio: cste iltimo processo acontece, por exemplo, quando dizemos que um trabalho apresenta virios sendes, ou quando pedimos a alguém que deixe de entretantos e passe aos finalmentes, Como todos saber, entretanto € geralmente uma conjungio € finalmente € geralmente um advérbio; mas no uso que estamos descrevendo aqui essas palavras significam respectivamente “consideragbes, ressalvas" € "conchusdes, decisdes". Essas palavras foram transformadas em substantivos que indicam as fases de um debate, como mostra, de resto, a aplicacdo do artigo € a desinéncia do plural. Seja come for, convém pensar na lingua no como uma forma que foi estabelecida em caréter definitive em algum momento do passado, quem sabe por decisfio de uma assembiéia de sibios, mas sim como uma realidade dindmica, que esti por natureza em constante mudanga. Nao 56 a lingua que falamos hoje € 0 resultado de muitas inovagoes covorridas em épocas diferentes; na lingua que falamos hoje convivem palavras € construgdes que remontam a épocas diferentes. As vezes, 0 uso de uma

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