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Pré-contemplação - “ I won’t”
Não há preocupação com a questão, não há intenção de mudança. Sequer encara o seu
comportamento como um problema. Pode ser chamada NEGAÇÃO OU RESISTÊNCIA.
O objetivo da ação nesta fase é: Conscientização, Desenvolvimento de pensamentos sobre
mudança, riscos e benefícios.
Tarefa motivacional do médico: Levantar dúvidas
Amentar a percepção do paciente sobre os riscos e problemas do comportamento atual.
Contemplação - “I might”
Conscientização de que existe um problema e apresenta dificuldades para a ação da
mudança. É uma fase de ambivalência e há o pensamento de mudar nos próximos 6 meses
O objetivo da ação nesta fase é: o encorajamento
As estratégias de apoio são: informação, educação em saúde, diminuição de barreiras,
levantamento de questões e reflexões sobre as mesmas.
Tarefa motivacional do médico: “Inclinar a balança”, Evocar as razões para a mudança, os
riscos de não mudar; fortalecer a autosuficiênciado paciente para a mudança.
Manutenção “I have”
É o estágio onde se trabalha a prevenção à recaída e a consolidação dos ganhos obtidos
durante a Ação. O grande teste para esta fase é comprovar-se a efetividade da mudança, é a
estabilidade por anos.
É a continuação do novo comportamento para a mudança.O estágio de manutenção pode e
deve ser estimulado por toda a vida.
O objetivo da ação nesta fase é: manter os ganhos
As estratégias são: resistir à tentação, integração num grupo, recompensas.
Tarefa motivacional do médico: Ajudar o paciente a identificar e a utilizar estratégias de
prevenção da recaída.
Recaída
Muitas pessoas acabam recaindo e tendo que recomeçar.
Nem sempre o recomeço ocorre pelo estágio inicial.
Muitas pessoas passam inúmeras vezes pelas diferentes etapas do processo até chegar uma
mudança mais duradoura.
A recaída se deve uma série de processos cognitivos, comportamentais e afetivos.
Não deve ser encarada como um fracasso do indivíduo ou do profissional, e sim como parte
do processo da mudança.
Ajudar o paciente a renovar os processos de contemplação, preparação e ação, sem que este
fique imobilizado oudesmoralizado devido à recaída.
Entrevista Motivacional
Criado por William Miller, psicólogo americano e tem como objetivo principal promover a mudança de
comportamento. Pode ser utilizada para:
Técnicas de abordagem:
Apelo ao medo
Está ultrapassada
Baseada em estudos nos anos 50 e 60.
Revisão Psicologia Médica 3
Apelo à informação
Ilustração de casos bem sucedidos de mudanças ao invés de estatísticas sobre maus hábitos e
doenças;
Discussão dos aspectos positivos e negativos da opção ou não pela mudança proposta;
Argumentos fortes no início e no final da mensagem;
Mensagens curtas, claras e diretas
demonstram maior eficácia para a mudança comportamental definitiva junto com a comunicação
persuasiva e efetiva.
Este tipo de abordagem é especialmente eficiente quando o indivíduo se encontra nas etapas iniciais do
processo de Mudança.
Conclusão :
Envolve um espírito de colaboração, participação e autonomia
Visa construir a motivação para a mudança de forma espontânea.
É uma técnica de abordagem não-confrontativa que identifica e promove a motivação.
Estimula a autoeficácia.
Objetiva gerar um forte impulso para mudar hábitos e estilo de vida.
Viés de Gênero na Medicina: os julgamentos clínicos variavam consoante com o sexo da pessoa julgada
Os vieses refletem os valores e estereótipos da sociedade, durante muito tempo a sua existência na
medicina foi ignorada.
4 tipos de cegueira:
1. Cegueira de gênero (homem como norma); atenção as partes comuns com o homem; Base da visão
médica : função reprodutora da mulher lhe confere características diferenciadas de personalidade
2. Vies da masculinidade
3. Ideologia do papel de gênero
4. Desigualdade de gênero
Maioria dos ensaios clínicos são feitos em homens (viés desfavorável a mulher).
Motivos: redução e uniformidade do tamanho da amostra, comparar com outros estudos, falta de dados
fisiológicos, fatores socioeconômicos .
Alguns fármacos podem oferecer mais riscos para as mulheres devidos as diferenças fármaco dinâmicas e
fármaco cinéticas.
Viés: mulheres são mais questionadas sobre sua situação familiar e social que os homens; médicos atribuem
mais os sintomas expressados pelos homens como referentes ao organismo e das mulheres como
psicossomático; maior número de exames, menos procedimentos invasivos, menos terapia avançada nas
mulheres.
Aula 3 - Tanatologia I
Estudo da morte e do processo de morrer
Cultura: como cada cultura entende a morte e o processo de morrer
Ansiedade da morte: medo de morrer, o que há depois? Como ficará quem fica? Haverá sofrimento?
Periodo Neolítico (12-10 A.C): agricultura (mudança de uma dieta pobre para uma rica),
domesticação de animais (zoonoses), sedentarização (aumento da população e transmissão de
doenças)
Urbanização: epidemias (aumento da concentração de pessoas, comercio), mortalidade infantil,
baixa expectativa de vida. Doenças de repetição, fome, baixo saneamento.
Antes do século XIX: pessoas morriam rápido, sem hospitais. Atitude fatalista : doença = morte (
Vontade de Deus ?)
Depois do século XIX : modelo biométrico – inicio do cuidado em saúde, formação de hospitais:
aumento da expectativa de vida; maior descrença religiosa, falha médica.
Tipo Idealizado de Morte Período Histórico Período Moderno Período Pós Moderno
Causas Epidemia Neoplasia/ cardiovasc Neo/ cardio/ demência
Trajetória Rápida Oculta Prolongada
Expectativa de vida 30-40 a 60-70 a 75-85 a
Morte típica Criança Idoso Muito idoso
Morte atípica Idoso Criança Criança
Ver morte alheia Frequente Raro Raro
Autoridade Deus Clero Si mesmo
Boa morte Consciente (encontro com Rápida ou inconsciente Consciente preparação para
Deus ) morte
Revisão Psicologia Médica 5
Consciência do morrer
Fechada : paciente não desconfia
Suspeita: paciente suspeita
Engado mútuo: paciente e médico sabe, mas não conversam.
Aberta: ambos sabem e conversam sobre
Estágios do luto:
Negação, raiva, barganha, depressão e aceiração.
Ciclos da vida
Cada etapa deve ser passada e modifica as próximas etapas
Infância:
12-18m : confiança
18m – 3 a :autonomia
3-6 a : iniciativa + culpa
Puberdade : diligencia, habilidades, formação de identidade
Adulto :
20-40 a : responsabilidade e competência (criar legado)
40-65 : generatividade (orientar legado)
65> a : reflexão sobre a vida
Religião
Realidade transcendente, perdas com fé, mundo com proposito. A morte é uma passagem sagrada.
Teoria da dignidade:
Contar sobre a vida, momentos felizes
Algo a dizer para família
Deixar mostrar seu legado
Trabalho de luto:
Sentir e expressar os pensamentos para prosseguir com a decaxia (processo inverso da catexia)
Tarefas no luto:
1. Aceitar a realidade de perda
2. Processar a realidade do luto
3. Ajustar o ambiente sem a pessoa
4. Reorganizar o cotidiano
Trajetória do luto no adulto: Resiliência. Luto complicado – luto agudo por muito tempo. Aumenta as
chances de suicídio.
Adequação às normas:
Cisão
Cisão da rotina pessoal
Isolamento
Hospital como função separadora = horários de visitação restritos = redução do contato amigos e
familiares
Pouco contato com o médico assistente (figura de referência)
“Os médicos se valem de medicamentos que pouco conhecem, para curar doenças que conhecem menos
ainda, em seres humanos dos quais nada sabem.” Voltaire
Submissão
Decide-se quase tudo pelo paciente
Paciente não tem poder de decisão, sempre lhe é imposto.
Necessidade de aquedar-se rapidamente
Consequências
Sensação de isolamento
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Solidão
Fantasias e temor pelo desconhecido
Reforça a condição de dependência do portador de uma doença
Hospitalização perde o valor positivo
Experiência indesejada pelo paciente
Rapport
“Pessoas em estados emocionais ou afetivos diferentes tendem a equiparar seus estados.”
Evitar:
Discordância
Agir:
Com honestidade e transparência, interesse genuíno na situação do paciente.
Informação/Sentido: Informar ao paciente sobre sua situação com clareza de modo que a informação
faça sentido para ele
Protocolo SPIKES
Situação
Assegure um espaço adequado para conversa
Prepare-se para dizer e preveja reações
Tenha pessoas chaves (que o paciente deseje) em sala
Paciente deve estra o mais próximo de você
Contato visual e calmo
Percepção
Pergunte o que o paciente sabe
Compreensão do paciente e familiares
Notar discrepância de entendimento e realidade
Observe sinais de negação
Invitation (convite)
Perguntar o que o paciente quer saber
Aceitar o direito do paciente não saber
Ofereça responder duvidas ao paciente e a família
Knowledge (conhecimento)
Explicar fatos – evitar jargões médicos
Preencha lacunas
Apresente informações em pequenos pedaços
Verifique compreensão do paciente
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Emotion (emoção)
Lidar com as emoções das má noticia
Use perguntas abertas e diretas para explorar o que o paciente está sentindo
Afirmações empáticas e esclarecidas
Tente reconhecer sua própria reação
EVITE responder com falsas informações epromessas
Summary (sumário)
Melhor plano para o paciente (decidir juntos)
Avaliar expectativas
Recomendar como proceder
Peça para o paciente repetir
Dar um plano escrito ao paciente
Resumir consulta
Abrir para perguntas
Context (contexto)
Espaço físico (privacidade)
Contato visual no mesmo nível
Não devem existir barreiras físicas
Lenços de papel sempre disponíveis
Sentar mais próximo possível do paciente e não do familiar
Apresentar uma postura não tensa
Toques físicos não ameaçadores
Ackowledge (reconhecimento)
Preocupação principal
Esclarecer ideias
Como isso influencia no dia-a-dia
Identificar emoção e causa
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Strategy (estratégia)
Explicar suas expectativas sobre tratamento e cuidados
Decisão compartilhada
Avaliar perspectivas do paciente
Summary (sumário)
Avaliar compreensão do paciente (esclarecer dúvidas)
Avaliar expectativas de tratamento
Conclusão, consulta e tratamento
Saber qual o próximo passo
Pequeno contrato – decisão compartilhada
Erro médico : omissão ou ação no planejamento ou execução que contribui ou que poderia ter
contribuído para um resultado indesejado.
Modelo queijo suíço : varias camadas de defesa devem falhar para que ocorra um desfecho ruim e
todos são responsáveis.
Context (contexto)
Preparar o que dizer e antecipar reação da família e do paciente
Não devem existir barreiras físicas
Lenços de papel sempre disponíveis
Sentar mais próximo possível do paciente e não do familiar
Narrativa
Sequencia cronológica dos fatos
Confirmar os fatos (“como você sabe”)
Evitar atribuir culpas e dar justificativas banais
Enfatizar que está investigando como o erro ocorreu
Oferecer um pedido de desculpas, lamento
Emoções
Lida com as emoções com empatia
Protocolo EVE : explorar validações, validar emoções, respostas empáticas
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Não fazer promessas que não pode cumprir – evite assegurar que um final ruim não vai ocorrer
Strategies (estratégias)
Resuma a consulta e faça planos para o acompanhamento
Deixe claro que isso é uma prioridade
Se não souber a resposta diga que não sabe e que irá pesquisar
Divulgar os erros médicos é padrão atual
As noticias dadas de modo mais sensível tem impacto mais favorável para a relação medico
paciente.
Transtorno x Alteração
Transtorno ocorre desde o inicio da vida, é crescente. Já alteração é desencadeada por um motivo/
patogenia (?).
Diagnóstico
Entrevista e acompanhamento do caso. Avaliar história social, padrão de relacionamentos, por meio de
scores e questionários.
Classificação:
Paranoide: sensibilidade excessiva a contratempos e contradições, ideias sobrevalorizadas, rancor,
desconfiança, autoconfiança excessiva.
Esquizoide: poucas atividades produzem prazer, pouca necessidade de contato social, indiferença a elogios
ou críticas, insensibilidade por regras e normas, introspecção, falta de amigos íntimos e relacionamentos.
Emocionalmente Instável
Anancástica (TOC) : cautela excessiva, perfeccionismo, rigidez e teimosia, aderência excessiva a normas
sociais.
Ansiosa (de evitação): crença de ser socialmente ímpeto; preocupação excessiva ao ser criticado ou rejeitado
em situações sociais; medo de critica, rejeição, desaprovação.
Dependente: dependência emocional, incapacidade de tomar decisões pessoais, medo de solidão (angustia),
medo de ser abandonado.