Sunteți pe pagina 1din 12

Projeto Pós-graduação

Curso Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal


Disciplina Finanças Públicas
Tema Princípios de Tributação
Professor Alcides Mário Amaral de Oliveira Júnior

Introdução
O conflito de interesses entre o setor público e o privado é o mais visível
dos pontos que permeiam os debates sobre uma reforma tributária ampla e
efetiva, já que a visão da sociedade sobre o setor público é a de que este é
extremamente ineficiente, impondo à iniciativa privada uma alta taxação sem
uma contrapartida efetiva na forma de melhoria dos serviços públicos
(educação, saúde) e no estímulo à competitividade da indústria nacional.
Hoje veremos os princípios gerais da tributação, a elasticidade e os
impactos sobre consumidores e empresas, e a incidência tributária e a
necessidade de reformas. Para mais detalhes, assista ao vídeo de introdução
com o professor Alcides, o qual está no material digital.

Problematização
A geração de uma efetiva reforma tributária no sistema está obstruída
por três conflitos de interesses. Qual alternativa não é adequada para esse
contexto? Antes de responder, leia este material com atenção, pois lhe dará
base para escolher a opção certa.

Princípios gerais da tributação


O imposto é representado por um valor fixo em unidades monetárias,
incidente sobre cada unidade de produto vendido, independentemente do valor
da mercadoria. Um imposto específico de R$ 100,00 agrega-se ao valor do
produto vendido (R$ 1.000,00) gerando um preço final de R$ 1.100,00.
Trata-se, portanto, de um imposto sobre a quantidade.

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


De forma gráfica, anteriormente à incidência do imposto, teríamos o
seguinte equilíbrio entre a oferta (empresas) e a demanda (consumidores), com
os preços em “P0” e “Q0” sendo transacionados:

Com a incidência do imposto específico, ocorre um deslocamento da


curva de oferta para cima, especialmente porque a imposição do imposto é
feita pelo governo às empresas, mesmo em situações em que estas repassem
parte da majoração tributária aos consumidores.
Podemos compor o novo preço do produto vendido da seguinte forma:
P1 = P2 + T ou P2 = P1 – T

Vejamos agora o novo equilíbrio entre preços e quantidades conforme o


gráfico que segue.

O novo equilíbrio entre consumidores e empresas ocorre em “P1” e “Q1”,


sendo “P1” o preço pelo qual o produto foi vendido (adquirido pelo consumidor),
e não o preço recebido pela indústria; o preço recebido pelo produtor foi, na
verdade, “P2”, abaixo do preço de equilíbrio “P0”. Para entendermos o porquê
desse resultado, com nível maior de preço do produto sendo cobrado (P1 > P0),
mas menor oferta de bens (Q1 < Q0), é importante vermos alguns conceitos.

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Por exemplo, com a incidência do tributo, ocorre uma imperfeição nas
relações entre consumidores e produtores, a qual se deve ao imposto
específico que faz alterar o equilíbrio representado pela combinação de preço
“P0” e quantidade “Q0”. Como o valor recebido pelo produtor agora é “P2”,
menor do que “P0”, menos bens e serviços ele oferta de bens e serviços (Q 1).
O imposto devido é repartido entre consumidores e produtores na
diferença entre o novo preço do produto (P 1) e o preço inicial (P0) para os
consumidores. Para a indústria, tal imposto é devido na diferença entre o preço
do produto antes da incidência do imposto (P0) e o novo valor recebido (P2).
Assim temos:

 imposto arcado pelos consumidores = P1 – P0;

 imposto arcado pela empresa = P0 – P2.


Cabe destacar que a arrecadação tributária do governo será composta
pelo diferencial pago pelos consumidores com a compra do bem multiplicado
pelo número de unidades demandadas. Adicionada à arrecadação, temos o
valor não recebido pelos produtores, que é o resultado do preço sem
tributação, menos o novo preço recebido por conta da incidência tributária.

 Valor total de imposto pago pelos consumidores = ((P1 – P0) x Q1);

 Valor total de imposto pago pelos produtores = ((P0 – P2) x Q1).


Considerando que o ônus tributário recai sobre consumidores e
produtores, importa-nos saber como essa incidência é repartida entre os
agentes.
Importante: o conceito da elasticidade procura demonstrar a reação de
consumidores e produtores a alterações nos preços dos bens e serviços.
O chamado “peso morto” dos impostos caracteriza-se pela perda de
bem-estar econômico e social proveniente da imposição da tributação, ou seja,
trata-se do chamado “custo social dos impostos”. Como ocorre uma diminuição
da quantidade produzida e vendida em mercado, é natural a perda de geração

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


de renda.
Para saber mais a respeito dos princípios gerais da tributação, não perca
o vídeo do professor Alcides que está no seu material on-line.

A elasticidade e os impactos sobre consumidores e empresas


Todo produto que possui demanda elástica às variações positivas nos
preços faz com que o consumo por tal bem seja amplamente diminuído. Em
outras palavras, podemos dizer que, com a imposição do ônus tributário, que
tende a elevar o preço dos produtos, os consumidores acabam por diminuir em
grande percentual a procura pelo bem, deixando nas mãos do produtor a
necessidade de arcar com a maior parte do ônus do tributo.
De forma inversa, caso a demanda pelo produto seja inelástica,
variações nos preços tendem a ser mais bem aceitas pelos consumidores, ou
seja, eles aceitam arcar com a maior parte do ônus da tributação,
possibilitando, por consequência, maior margem ao produtor para poder
transferir ao consumidor o máximo de imposto possível. Tais conclusões estão
expressas no gráfico a seguir, observe:

É importante destacar que com a incidência tributária ocorre um


deslocamento da curva de oferta para a esquerda, sem que haja mudança na
inclinação da reta (coeficiente angular).

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


O imposto ad valorem
Os impostos do tipo ad valorem, também chamados de “impostos sobre
o valor”, são comumente calculados levando-se em consideração que a base
de cálculo é o valor de venda do bem. Podemos destacar então que na base
de cálculo já está incluso o valor do imposto; é o que a literatura denomina de
imposto “por dentro”. O cálculo do preço de um bem é feito da seguinte forma:

 𝑃1 =
𝑃2
(1 – 𝑡)
= preço pago pelo consumidor;

 𝑃2 = 𝑃1 – 𝑡𝑃1 = preço recebido pelo produtor.


Um exemplo de imposto calculado pelo método “por dentro” é o ICMS.
Outra forma de cobrança do imposto ad valorem é feita pelo chamado
conceito “por fora”, em que o imposto é calculado a partir do preço do bem
antes da incidência tributária.

 P1 = P2 + P2 x t

 P1 = P2 (1 + t) = preço pago pelo consumidor;

 𝑃2 =
𝑃1
(1 + 𝑡)
= preço recebido pelo produto.

Um exemplo de imposto calculado pelo método “por fora” é o IPI.


O imposto ad valorem, diferentemente do imposto específico, altera a
inclinação da curva de oferta, pois à medida que aumenta o valor do bem,
maior será a fatia arrecadada pelo governo. Podermos concluir isso
observando o gráfico na sequência.

Aprofunde seus conhecimentos acerca da elasticidade e dos impactos


sobre consumidores e empresas, além do imposto ad valorem, acompanhando

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


ao vídeo do professor Alcides no material on-line.

A incidência tributária e a necessidade de reformas


Você deve saber que não é fácil a estruturação de um sistema tributário
ideal. Além disso, a geração de uma efetiva reforma no sistema está obstruída
por três conflitos de interesses:
o conflito de interesses entre o setor público (que quer maior
disponibilidade de receitas) e o setor privado (que quer a redução do
impacto negativo da tributação sobre a eficiência e a competitividade do
setor produtivo nacional, a prestação de serviços públicos compatíveis e,
ainda, que se faça a justiça social);

o conflito distributivo entre as regiões em um mesmo nível de governo


(conflito horizontal), como é o caso da tributação do ICMS na origem ou
no destino, opondo os Estados produtores do Sul e Sudeste com os
Estados do Norte e Nordeste;

o conflito entre as esferas de governo (conflito vertical) – União, Estados


e municípios, os quais brigam por fatias maiores no “bolo tributário” a fim
de fazer face aos seus encargos e que lutam, no caso da União e dos
Estados, pela hegemonia legislativa em relação ao principal imposto da
federação: o ICMS.

Diferentemente, o conflito distributivo entre as regiões em um mesmo


nível de governo está refletido na guerra fiscal que permeia a arrecadação do
imposto gerador da maior fatia do “bolo tributário”, o ICMS. Dentre a série de
mudanças impostas em matéria tributária pela Constituição Federal,
destacamos a mudança que trata da ampliação da base de cálculo do ICM, que
passou a se chamar Imposto sobre o Consumo e de Maior Valor de
Arrecadação Nacional (ICMS).
Assim, os Estados passaram a legislar plenamente sobre o imposto,
podendo fixar as alíquotas internas. Devido à Lei Kandir, aprovada em 1996, o

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


ICMS passou a não mais incidir sobre as operações com bens primários e
semielaborados destinadas ao exterior.
Considerando que a arrecadação do ICMS pertence ao Estado de
origem em transações dentro de suas divisas, mas que nas transações entre
Estados ela é dividida entre a origem e o destino, gerou-se a constante guerra
fiscal entre eles. Segundo Giambiagi e Além, para que situações como essas
sejam minimizadas, é necessária a redução da autonomia dos níveis
subnacionais do governo quanto à capacidade de legislar sobre matéria
tributária, sendo tal competência transferida ao governo central (União).
Você sabia que o conflito entre as esferas de governo também pode ser
chamado de federalismo fiscal?
A Constituição de 1988 atribuiu diferentes responsabilidades aos três
entes da federação, e o problema associado a essas atribuições foi a
desproporção imposta principalmente aos Estados frente à sua parte no “bolo”
da arrecadação. A transferência das atribuições de oferecimento de saúde e
educação, sem o repasse de pessoal e de bens do ativo fixo destinados a esse
fim, obrigou os entes subnacionais a expandirem consideravelmente os seus
gastos.
Podemos afirmar que à União coube a responsabilidade do pagamento
de pessoal, auxílio desemprego, aposentadorias e os serviços da dívida
pública, inclusive por meio da ascensão das dívidas de Estados e municípios
nos anos de 1990. Destacamos, ainda, que à União coube a capacidade da
criação de novas contribuições sociais, permitindo ao ente recompor a sua
receita disponível.
Os municípios, em termos de verticalidade do bolo da arrecadação,
foram os principais beneficiados, em especial os pequenos que sem
necessidade de atendimento de grandes demandas da sociedade puderam
desfrutar de uma receita total muito maior do que a receita própria gerada.
Já os Estados foram os mais prejudicados na repartição de
competências, uma vez que, tendo a si associado a necessidade de

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


atendimento de demandas na área de saúde e educação, teve a sua receita
disponível diminuída. Por mais que o Estado receba transferências da União,
boa parte das receitas dos impostos de sua competência (ICMS, IPVA e
também 25% da transferência que o Estado recebe do Fundo do
IPI-Exportação) deve ser destinada aos municípios.
Além disso, os Estados procuraram, ao longo dos anos de 1990,
subterfúgios para fugirem da quebra nas suas receitas efetivas, financiando
seus gastos por meio de empréstimos contratados via seus antigos bancos
estaduais. Com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em
2000, foram criadas novas amarras às finanças públicas dos entes da
federação, o que enrijeceu ainda mais as ações dos governos estaduais.
No material digital, procure o vídeo do professor Alcides que fala um
pouco mais acerca da incidência tributária e da necessidade de reformas, pois
irá ajudá-lo a esclarecer qualquer dúvida que tenha ficado.

Revendo a problematização
Estamos quase no final deste tema! Chegou a hora de você escolher a
alternativa que não está adequada ao contexto visto lá no início do material.
Lembre-se de tudo que estudou e faça a melhor escolha. Boa sorte!
Opção 1: O conflito de interesses entre o setor público e o setor privado.
Opção 2: O conflito distributivo entre as regiões em um mesmo nível de
governo.
Opção 3: O conflito entre as esferas de governo (conflito vertical).
O feedback das opções você encontra no material on-line.

Síntese
Pudemos perceber com o tema de hoje que uma reforma tributária
ampla e efetiva é naturalmente complexa, exigindo um intenso trabalho dos
governos e da sociedade. Não se trata de uma missão impossível, devendo
gerar resultados em termos de ganhos econômicos e sociais que suplantem o

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


somatório dos custos individuais impostos a cada agente da sociedade.
Para finalizar, acompanhe o vídeo de conclusão com o professor
Alcides, no qual ele repassa tudo o que estudamos neste tema. O vídeo você
encontra no seu matéria digital, não perca!

Referências
ALÉM, A. C.; GIAMBIAGI, F. Finanças Públicas: teoria e prática no Brasil.
4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2011.
BIDERMAN, C.; ARVATE, P. Economia do Setor Público no Brasil. Rio de
Janeiro: Campus, 2004, p. 171.
MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo: Atlas, 1974.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. das. Introdução à economia. 8. ed. São
Paulo: Frase, 2007.

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Atividades
De acordo com o Manual Técnico do Orçamento, assinale a única opção
incorreta quanto ao elemento de despesa.

a. Tem por finalidade identificar os objetos de gastos que a administração


pública utiliza para a consecução de seus fins.

b. Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da


Portaria Interministerial 163, de 2001.

c. Não é vedada a utilização de elementos de despesa que representem


gastos efetivos em operações especiais.

d. São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros,


diárias, entre outros.

Sob o ponto de vista da distribuição da incidência tributária, indique a


opção errada.

a. Um imposto sobre os vendedores desloca a curva de oferta para cima,


em um montante maior ao do imposto.

b. Quando um bem é tributado, compradores e vendedores compartilham o


ônus do imposto.

c. A única diferença entre tributar o consumidor e tributar o vendedor está


em quem envia o dinheiro para o governo.

d. A incidência tributária depende das elasticidades-preços da oferta e da


demanda.

Com relação à incidência tributária de um imposto, assinale a opção


incorreta.

a. Quando o governo cria um imposto ou subsídio, o preço geralmente não

10

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


reflete elevação ou queda igual ao valor total do imposto ou subsídio.

b. A incidência de um imposto ou de um subsídio é, normalmente,


compartilhada por produtores e consumidores, sendo que a fração que
cada um acabará pagando dependerá das elasticidades da oferta e da
demanda.

c. A intervenção governamental resulta, geralmente, em um “peso morto”.

d. O “peso morto” é uma forma de ineficiência econômica que deve ser


levada em consideração quando políticas são elaboradas e
implementadas.

Ainda no que concerne à incidência tributária, marque a alternativa


incorreta.

a. A análise da incidência de impostos sobre vendas preocupa-se em


examinar as condições em que o ônus do pagamento do tributo pode ser
transferido para terceiros.

b. Diz-se que ocorre transferência “para frente” quando o imposto,


incorporado ao preço da mercadoria, é transferido para o consumidor
final.

c. Ocorre transferência “para trás” no caso em que o ônus do imposto é


transferido para os fornecedores dos principais insumos utilizados pela
empresa via redução na remuneração de mão de obra e/ou no preço
pago pelas matérias-primas utilizadas no processo de produção.

d. Em um mercado de concorrência perfeita, a possibilidade de


transferência do imposto sobre vendas é total para o consumidor quando
a demanda for perfeitamente elástica.

Considere que o governo, em um mercado em concorrência perfeita,


lança um imposto sobre a venda de determinada mercadoria, sendo

11

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


estabelecido um imposto por unidade vendida. Com relação aos
impactos sobre o consumidor e o produtor desse tipo de imposto, não é
correto afirmar que:

a. Se a demanda for menos elástica que a oferta, quem deve arcar com a
menor parcela do imposto é o consumidor.

b. A parcela do imposto paga pelo produtor é a diferença entre o que


receberia sem o imposto menos o que recebe após o imposto,
multiplicada pela quantidade vendida.

c. A parcela do imposto paga pelo consumidor é a diferença entre o que


paga com o imposto menos o que pagaria sem o imposto, multiplicada
pela quantidade comprada.

d. Se a demanda for mais elástica que a oferta, a maior parte do imposto


incidirá sobre os produtores.

Você encontra o gabarito comentado das questões no material on-line.

12

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

S-ar putea să vă placă și