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TIMON-MA
2017
CARLA LAYANE DA SILVA CONCEIÇÃO
TIMON-MA
2017
CARLA LAYANE DA SILVA CONCEIÇÃO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Prof.ª Lidiane Batista de Oliveira
(Especialista em Docência do Ensino Superior - Orientadora)
___________________________________________________________________
Profª Ms. Sâmia Luiza Coelho da Silva
(Mestre em Políticas Públicas – 1ª Examinadora)
__________________________________________________________________
Aline Teixeira Mascarenha de Andrade Costa
Carla Layane
Obrigada!
Como já dizia Anitelli: “Sonho parece verdade quando a gente esquece de
acordar” Hoje vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito
esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para
chegar até aqui e nada disso eu conseguiria sozinha.
Minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho
pudesse ser concretizado.
“In memorian”, aos meus avós maternos Sandoval Porto e Joanice Porto no
qual espelhei-me em sua espiritualidade, humanismo e sabedoria, essa vitória é de
vocês, que falta vocês me faz.
Afinal, a vida nos dá alguns irmãos, os outros, a gente mesmo escolhe e você
é uma delas, obrigada Glenda Mary, pelo apoio, companheirismo, carinho e
compreensão ao longo do curso e que sempre irá permanecer presente em minha
vida.
À minha amiga Cintia Vanessa, pela amizade que levarei por toda minha vida
e por ajudar a tornar a vida acadêmica muito mais divertida.
À Marcia Costa, pela amizade durante academia que irei levar para vida,
obrigada por tudo!
Agradeço a minha parceira de TCC e amiga Carla Layane, obrigada pelo
acolhimento, por todo carinho, paciência, apoio e pelos momentos em que tanto
aprendemos juntas.
A querida Ariany Castro, que mesmo distante nos ajudou, tirou um tempinho
de seu tempo para nos ajudar, obrigada pela torcida positiva, meu muito obrigada.
À querida Aline Teixeira, onde tudo começou, sou grata pelos ensinamentos e
aprendi muito com você.
Patrícia Moura
Agradeço de coração!
RESUMO
The present paper deals with the Family and Down Syndrome theme: the
challenging role of social inclusion, which aims to know the process of inclusion of
Down Syndrome students in schools, as well as the issue and issue of inclusion of
children not regular education, Presents as laws that aim at the right to influence the
family and the school to strengthen the process of inclusion of the same company,
with the methodological view of case study. For the research locus, the Integrated
Center of Specialized Educational Assistance Maria Do Carmo Viana Neiva -
CIAEEM, from the perspective of five families that have children with SD, in the age
group between eight and wine and three years attending a network of regular
education and specialized education in the city of Timon - MA. A methodology
chosen for a Qualitative Research that allowed a description, analysis and discussion
of the process of inclusion of students with DS in schools. The methodological
instruments used were recorded interviews and observation of the family routine.
What is what is what is what is what is what is what is is what is is what is is what is
what is what is what is a problem? Part of education professionals in general.
SD – Síndrome de Down
CF – Constituição Federal
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................14
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
14
INTRODUÇÃO
Para tal, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, que segundo
Minayo (2003), é o caminho do pensamento a ser seguido, ocupa um lugar central
na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para
construir uma realidade. Com o objetivo de mostrar o processo de inclusão de
alunos com Síndrome de Down na Escola de Ensino Regular, a fim de proporcionar
aos mesmos o direito à igualdade e a educação com qualidade, esclarecendo o
interesse do papel da escola no procedimento de construção da inclusão.
Nesse viés, Gomes e Pereira (2005) afirma que é fato que na sociedade
brasileira, a crise do Estado resultante da dificuldade do País em acompanhar o
desenvolvimento do novo cenário econômico internacional, torna-se incapaz de
garantir o crescimento econômico e solucionar questões sociais.
Dessa forma, o Estado joga para a família a responsabilidade pelo seu próprio
bem-estar, por não querer assumir os encargos sociais e os gastos oriundos desses,
agindo de maneira a privatizar a proteção social para a família. Com isso,
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depreende-se que a família na sociedade brasileira hoje quer ser reconhecida como
instância de cuidado e proteção.
Desse modo, em função de as possibilidades das famílias criarem estratégias
de sobrevivência e cuidados, as politicas públicas têm investido sistematicamente na
parceria, em ampliar essa função protetiva, para maximizar os benefícios e serviços
ofertados, sempre abaixo das necessidades dessas famílias, mas que contam com
as mulheres na sua administração e no oferecimento de serviços que podem ser
complementados ou somados à proteção ofertada pelo poder público.
Como ressalta Pereira:
direção das professoras Maria Zélia Soares Feitosa e Francisca Batista da Silva
Lima (ALMEIDA, 2013).
A pesquisa teve início através do contato na residência dos pais, para então
decidirmos a definição dos alunos que seriam sujeitos de estudo do presente
trabalho. Para tal, foi elaborado um rol de entrevista semiestruturada em cinco
perguntas, realizada em horário e local acordados antecipadamente com os
entrevistados. Assim, para este trabalho foram entrevistadas cinco famílias
residentes na cidade de Timon - MA. Vale ressaltar que, por questão de ética, os
participantes dessas entrevistas foram identificados por letras e números, constituído
da seguinte forma: Famílias por F1, F2, F3, F4 e F5, e os alunos com SD por A1, A2,
A3, A4 e A5.
Visando conhecer de forma mais específica às famílias pesquisadas e
paralelamente essas crianças com Síndrome de Down, foi tabelado o perfil com a
caracterização socioeconômica para melhor apreensão dos dados. Para garantir o
anonimato das mesmas, foram denominadas e enumeradas por depoimentos na
sequencia lógica da entrevista.
Sobre esse método, Gil (1999) explica que o entrevistador permite ao
entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema
original, esforça-se para a sua retomada. Percebe-se que nesta técnica, o
pesquisador não pode se utilizar de outros entrevistadores para realizar a entrevista
mesmo porque, faz-se necessário um bom conhecimento do assunto.
A fundamentação teórica e sua metodologia serão de fundamental importância
ao tratamento dos dados obtidos em campo. Portanto buscou-se apoio em Gil
(1999) e Minayo (2008), Winnicott (1994), Frias e Menezes (2008, p. 13), que
abordaram a questão em suas teorias referente à temática.
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(F2) Ah! Eu a gente fica chateada triste em saber que ainda existe gente
mais ignorante que a gente, a gente tem que saber aprender a relevar, tirar
de letra né? Mais é triste você saber que tem gente ainda nesse tempo com
essa mente tão perturbada, esse aí é mais especial do que a pessoa...
Especial não é nem o J.L, especial é a pessoa que tem preconceito sobre
ele, sofri preconceito na escola quando eu o botei pra estudar com crianças
normais e lá ele teve umas mulheres que não queria aceitar os filhos delas
estudando com ele, aí teve muitas reuniões [...] aí a diretora disse que se
quem não tivesse aceitando o J.L lá que pegasse o filho e tirasse, aí foi na
época que a diretora me deu a maior força, aí [...] eu acho que lá foi uns dos
piores lugares que J.L teve preconceito, e dentro da minha família teve [...]
preconceito sim por parte dos avós a mamãe que já morreu, mais eu
percebia que minha mãe tinha preconceito, meu pai, é assim mesmo. Hoje
ele ta mais... Minha mãe já se foi, percebia pelo que papai falava achava
que ele era doido essas coisas sabe? Sabe, nunca escondi J.L de ninguém,
quando vi que alguém tava olhando pra gente, ai que eu beijava ele [...]
(F1) Aaah! Já foi me feita uma pergunta se eu não trocaria o G por outro
normal e disse que não que não trocaria, nossa! É a alegria da casa, ele é
carinhoso totalmente diferente do outro filho, é o inverso do outro filho, outro
é, mas zangado e que ele não é. É todo alegre, é um carinho, beija [...] é um
abraço e tudo dele é exagerado, nossa! Ele é a alegria da casa. Ele é muito
preocupado com os irmãos, brincam, brigam tudo que o outro tem ele tem
que ter
(F2) Me sinto feliz com J.L sempre quando tem reunião no colégio eles me
botam pra falar, eu sempre digo que quem tem um filho especial também é
especial, a partir do momento que Deus coloca um filho especial pra que na
sua vida, por que vê que você tem condição. E na reunião eu sempre falo
que nós também especiais e tem muita mãe que tem filhos especiais que
esconde, eu já vi história aqui mesmo nessa rua que a mãe esconde a filha,
foi uma pessoa que me contou que essa mulher não sai com a filha,
esconde, não sai com a filha, não bota a filha pra estudar, acho que tem
vergonha, a menina fica jogada.
JR e Messa (2010) diz que compreender que um filho tem uma deficiência é
um processo que vai além do mero conhecimento do fato. Como qualquer
acontecimento doloroso, a assimilação dessa situação leva um tempo e, em alguns
casos, nunca chega a ser completa. Para Ramos (2006), a continuidade no
desenvolvimento da criança com Síndrome de Down geralmente é bastante parecida
com as crianças que não possuem a Síndrome, apesar de um ritmo mais lento em
seu desenvolvimento, essas crianças atingem expectativas que a família e a
sociedade têm em relação à SD. Vale ressaltar que existe uma interação entre as
famílias, pois as falas comprovam que há um vínculo entre a mãe e o filho com
necessidades especiais. Mas é inegável que além de ter de assumir a deficiências
de seus filhos tem de convencer constantemente os familiares e nem sempre a
grande família é uma fonte de apoio.
Em campo observamos o quanto às famílias almejam melhorias no aspecto
escolar, entretanto nos foi relatada que muitas vezes o motivo da não permanência
relatada pelos participantes é a falta de professores capacitados para trabalhar com
a criança com Síndrome de Down, bem como a falta de informação dos mesmos em
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(F2) A gente tirou ele da escola, vamos matricular em outra escola, não tem
profissionais que não sabem lidar com esse tipo de especialidade, lá só
tinha ele com Síndrome de Down, mas tem um altista aí à escola não sabe
lidar queria que a gente pagasse a mais além da mensalidade pra gente
pagasse a, mas pra eles colocasse uma pessoa, um estagiário pra poder
ficar só com ele ai a gente não aceitou pra pagar por um estagiário seria
mesmo que nada, a criança autista continua lá,
(F4) Já é a segunda escola que minha filha estar, mais acho que falta
profissionais adequados para ensinar nossos filhos que são especiais.
(F3) Lê ela não aprendeu não, assim ela identifica bem cor, número, letra, assina
o nominho dela, mas a leitura não chegou não. O que ela gosta mesmo é de
mexer no celular, vê vídeos de danças e desenhos...
(F5) Ahh, sabe não... Ela ainda tem dificuldades para ler e escrever!
bem retrata no artigo 205, ao tratar do direito de todos à educação, visando o "pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho" (BRASIL, 2004).
Em conformidade com a Constituição, o Congresso Nacional, por meio do
Decreto Legislativo nº 198, de 13 de junho de 2001, aprovou nova lei baseada no
disposto da Convenção de Guatemala, que trata da eliminação de todas as formas
de discriminação contra a pessoa portadora de deficiência e deixa clara a
impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes (BRASIL, 2004).
Mantoan (2006) ainda ressalta que desse modo, a inclusão implica
mudanças, questiona não somente as políticas e a organização da educação
especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração. Ela implica
mudanças de perspectiva educacional, porque não atinge apenas os alunos com
deficiência e os que apresentam dificuldade de aprender, mas todos os demais, para
que obtenha sucesso na corrente educativa geral.
Dentre os entrevistados, apenas um apresentou insatisfação não estando
inserida na escola de ensino regular, tendo frequentado somente instituição DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL, afirma:
(F 2) “Não, só no Maria do Carmo. Para não dizer que ele nunca foi a uma
escola normal, quando ele tinha 8 anos coloquei ele na mesma escola que
sua irmã, mais lá foi pouco tempo, porque ele era desinquieto demais,
procurava conversa com os outros, era meio complicado. Aí ficou só no
Maria do Carmo mesmo, até hoje!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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