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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Prezado amigo Leitor, seja bem-vindo a mais um estudo de nossa Lição.
Esteja confortável e atento ao que será disponível aqui, para que sejas
abundantemente abençoado por Deus por intermédio da Sua Palavra.
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I – INTERPRETAÇÃO DAS PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS
Como bem escreveu William Barclay “Não há nada tão poderoso como o
crescimento. Uma árvore pode romper um pavimento de cimento armado com o
poder de seu crescimento. Quase qualquer semente pode rasgar o asfalto dos
caminhos para que as primeiras folhas de sua plantinha recebam a luz do Sol. O
mesmo ocorre com o Reino”.
1. A semente de mostarda.
Nesta região, este grão de mostarda crescia até ser um arbusto frondoso,
muito parecido a uma árvore. Certo viajante contou ter visto pessoalmente uma
árvore de mostarda mais alta que um homem a cavalo. As aves gostavam muito das
pequenas sementes negras da mostarda (sinapis nigra egiptae) e era muito comum
ver verdadeiras nuvens de pássaros em cima das plantas de mostarda. Aqui no
nordeste do Brasil, ainda vemos muitos pássaros se ajuntando onde há plantações
de painços, alpistes, milham, ou outras semelhantes – ávidas por fartura.
2. Os contrastes.
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seu tamanho. De tal modo, que esta singular parábola nos relata que o Reino dos
Céus principia do menor dos começos mas que, no final, muitos povos, tribos e
nações se reunirão a ele (Apocalipse 5. 9-13). Como alguém já disse: “é uma
realidade histórica que as maiores coisas começam a partir das coisas menores”.
3. As aparências enganam.
É interresante destacar que esta foi uma das parábolas mais pessoais que
Jesus proferiu. Em algumas ocasiões, e humanamente falando com certa razão,
seus discípulos devem ter-se sentido desesperados e acuados.
Nos valeremos mais uma vez das palavras de Barclay, onde ele diz: “Nesta
parábola, Jesus diz a seus discípulos, assim como a seus seguidores de todos os
tempos, que não devem desiludir-se, que cada um deve servir e dar testemunho em
seu lugar, que cada um deve ser o pequeno começo a partir do qual cresce o Reino
até que todos os reinos da Terra se transformem afinal no Reino de Deus”.
1. O campo de semeadura.
Neste campo, solo ou horta, isto é o local onde a sementinha iria crescer e se
desenvolver, estas sementes eram plantadas manualmente. À medida que o
lavrador caminhava pelo campo, jogava sobre o solo uns punhados de sementes,
que retirava de uma grande sacola pendurada em seus ombros. As plantas não
cresciam em fileiras harmoniosas como sabemos atualmente, em que a semeadura
é feita com o auxílio de modernas máquinas semeadoras.
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Não importava quanto o lavrador fosse habilidoso, ele nunca conseguiria
evitar que algumas sementes caíssem pelo caminho, em locais indesejados, e
mesmo porque algumas sementes eram muito pequenas, tal qual a de mostarda.
Assim, o lavrador lançava as sementes com liberalidade, a fim de que um número
suficiente delas caísse em terreno fértil e a colheita fosse assegurada.
É interessante que se diga que no oriente a mostarda não era uma erva de
jardim e sim uma planta do campo, embora Lucas tenha escrito que o semeador a
tenha lançado em uma horta.
Pois bem, esta semente, literalmente, cresce até chegar a ser uma árvore.
Era comum que crescesse mais de dois metros e certo viageiro conta ter encontrado
uma planta de mais de três metros e meio, que ultrapassava a um homem a cavalo.
Também era muito comum, como já descrevemos ver-se uma nuvem de pássaros
ao redor destas árvores, devido a que gostavam das pequenas sementes negras de
mostarda.
Logo, à sua sombra todos podem encontrar descanso. Assim é o Reino dos
Céus, por intermédio da Palavra de Deus todos encontram refrigério e guarida.
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LACHLER, Karl. Prega a palavra, Edições Vida Nova.
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Como bem escreveu Barclay:
No contexto deste livro, sabe-se que muitos dos judeus mais velhos ficaram
desanimados quando perceberam que o novo Templo não teria o tamanho e o
esplendor do primeiro, construído durante o reinado de Salomão. Mas o maior e
mais bonito nem sempre é o melhor.
Do mesmo modo, na Parábola do Grão de Mostarda, o que nós fazemos para
Deus pode parecer pequeno e insignificante no momento inicial, mas o Senhor se
regozija no que é certo, não necessariamente no que é grande. Portanto, sejamos
fieis nas pequenas coisas e oportunidades. Comecemos onde estamos e façamos o
que podemos, e claro, deixemos os resultados a cargo do poderoso Deus, aleluia!
Não basta apenas sermos ouvintes da Palavra de Deus, temos também que
aceitá-la, guardá-la em nossos corações e praticá-la em todo tempo. Para tanto,
urge uma ação – uma séria decisão: seguir a Cristo de maneira submissa não
importando as consequências.
Barclay pondera: “dizer a alguém que devia estar para tomar uma cruz era
dizer-lhe que devia estar disposto a ser considerado como um criminoso e a morrer.”
Certa feita, Sir Winston Churchill, ao assumir a direção de Grã-Bretanha nos idos da
Segunda guerra mundial, disse aos seus conterrâneos ingleses que tudo que ele
tinha a oferecer-lhes era “sangue, suor e lágrimas”.
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Logo após o cerco de Roma, em 1849, Giuseppe Garibaldi, o grande patriota
italiano, proferiu sua famigerada frase: “Soldados, todos nossos esforços contra
forças superiores foram inúteis. Não tenho nada que lhes oferecer, mais que fome e
sede, dificuldades e morte; mas convoco a todos os que amam a sua pátria a que se
unam a mim.”
Jesus não tinha pecado e, em que pese a isso, foi insultado e teve que
sofrer, mas Ele aceitou esses insultos e sofrimentos com sereno amor e os
suportou porque amava a humanidade. Ao proceder assim nos deixou um
exemplo para que sigamos em suas pisadas (v. 21). A palavra que Pedro
emprega para exemplo no grego é hypogrammos. Trata-se de um vocábulo
muito vívido e que originariamente tinha que ver com o método para ensinar
a escrever aos meninos no mundo antigo. Hypogrammos podia significar
duas coisas. Podia expressar a ideia de esboço ou esquema que a criança
devia preencher e completar. Também podia significar a lâmina de cobre
com o modelo manuscrito no caderno de escritura que o menino tinha que
copiar na linha imediatamente inferior. Jesus nos dá o exemplo que nós
temos que copiar; marca-nos a pauta que temos que seguir. Se devemos
sofrer insultos, injustiças e dano, somente estamos passando através
daquilo pelo qual já passou Ele. Pode ser que Pedro em seu foro íntimo
tivesse a visão de uma majestosa verdade. O sofrimento de Cristo foi por
causa do pecado do homem. Ele padeceu para levar os homens de volta a
Deus. Quando o cristão sofre insultos e prejuízos sem queixar-se e
manifestando constante amor, mostra um exemplo e uma qualidade de vida
tais que bem podem conduzir outros a Deus e podem ser uma real e
verdadeira participação no sofrimento redentor de Cristo.
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Logo um seguidor de Cristo está passível de sofrer por muitas razões. Alguns
tipos de sofrimentos são o resultado direto do nosso pecado; outros se devem à
nossa tolice; e há aqueles que resultam do fato de vivermos em mundo decadente.
Contudo, Pedro está escrevendo sobre o sofrimento que vem como resultado
de se fazer o bem, ao se relacionarmos com Cristo. Ele nunca pecou, porém mesmo
assim sofreu para que pudéssemos ser libertos. Quando seguimos o exemplo de
Cristo e vivemos para os outros, também podemos sofrer. Destarte, nossa meta
deve ser enfrentar tudo como Cristo fez – com paciência, tranquilidade e confiança
de Deus tem pleno controle do futuro.
Deus nos deu a vida para usá-la, não para guardá-la. Se vivermos
cuidadosamente, poupando a vida, pensando sempre primeiro em nosso
proveito, comodidade, conforto, segurança; se nossa única meta é fazer a
vida tão longa e livre de cuidados como podemos, se não fizermos esforço
algum salvo para nós mesmos, estamos perdendo a vida todo o tempo. Mas
se gastarmos nossa vida por outros, se esquecermos da saúde e o tempo e
a riqueza e a comodidade em nosso desejo de fazer algo por Jesus e pelos
homens por quem Ele morreu, estamos todo o tempo ganhando a vida.
Deste modo, devemos estar dispostos a dar nossa vida pela pregação das
Boas Novas, não porque nossa existência seja inútil, mas porque nada, nem mesmo
a vida, pode ser comparada ao que recebemos por estarmos com Cristo.
Jesus deseja que escolhamos segui-lo e não que levemos uma vida de
pecado e autossatisfação. Ele deseja que deixemos de procurar controlar nosso
destino para que Ele mesmo nos guie. Estamos, pois, disposto a tudo isso?
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CONCLUSÃO