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n <rso sobre Estações Conversoras
Transmissão em Corrente Contínua
picos Avançados

Volume IV

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Romoni

TEMA 11

LINHAS DE TRANSMISSÃO EM CORRENTE


CONTÍNUA E LINHAS DE ELETRODOS

Carlos Portela

»
Promon Engenharia SA

ERRATA TEMA ii - LINHAS DE TRANSMISSÃO CCAT E LINHAS DE ELETRODOS

Pag i na Linha On tie está Dever i a est ar


Local i zação

Z e Y
-
2 2-4 Tb r3b z e y

2.2-5 5 u - l u = C

2.2-5 6 i = c i = 51 n
2.2-5 8 or i gem dos or i gem dos
t empos t empos,
du dU
2.2-5 10
dx dx

di dl
2.2-5 ii
dx dx

2.2-7 17 f requênc i a f requênc i a r


rei at i va rei at i vos

2.2-7 2i exp 1 íc i t os exp 1 í c i t os,

2.2-15 A 100 fim 1000 fim

2.2-15 5b da Frequência da frequenc i a ,

2.2-15 2b Rm, em função de r dos


Frequência, dos

2.2-16 F i gur a
\
A direita do LP
conjunto de
curvas super i or

\
A direita do
conjunto de
curvas i nf er i or

(#) Designa-se por 4b (por exemplo) a quarta linha a contar da


últ i ma -

As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia


sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
S.A.,
Promon Engenharia SA
Pag i nn L i nha Onde está Dever i a estar
Local i zação

2.3-21 F i gura 10 10
Escala de 20 20
ordenadas 10 30

2.3-27 Figura neg . pos .


2.3-27 lb ± r ± cr

2.3-28 lb ± r ± tr

2.3-29 lb ± r ± a

2.3—34 2 E, e o H, e o

2.3-34 2 do solo, do solo, Hr

2.3-41 9 envolvidas, as envolvidas, as


t ensões correntes

2.3-43 7b é de Jj é Jj

2.3-45 2b Rt RT
2.3-51 15 a 18 período cardíaco, período cardíaco,
t em ... i solado; não tem perigo de
or i g i nar
f i br i 1 ação
vent r icular ;

2.3-51 21 do corpo do objeto

2.3-52 lb 0,011 0,0011

2.3-52 Tabela corpo (V) corpo


pr i me i r a
coluna

2.3-53 10b secamento er i çamento

(*> Designa-se por ib (por exemplo) a primeira linha a contar da


úl t ima.

»
As Intorm8ç0os contidas nosto documento são do propriedade da Promon Engonharla S.A.,
sendo proibida a sua ullllzaçõo, divulgação ou reprodução som autorização expressa.
2
está
Pagina Linha ou
***
Localização
Onde

2.3-55 1 percepção de dor percepção e de


dor

2.4-3 í z Z

2.4-3 19 proporcional a k-T proporcionais a


k .1

20 temperatura c temperatura
2.4-3
absoluta e

2.4-3 12b ocorra ocorre

2.4-5 20 i on i ozação i on i zação

\
2-4-5 3b usadas com usados com

2.4-9 17 uma ut i 1 i zação da. uma est i 1 i zação


da

2.4-10 1b "absolv i dos" "absorv i dos"

2.4-17 2 F1anulas F 1 âmul as

2.4-29 F i gur a C±600k V uu ±300k 03 L±600k 03

2.4-31 3 de Forma dos da Forma dos

2.4-41 12 propagação proporção

2.4-42 íb 5,6 -5,/»

2.4-45 3 z de der-

2.4-45 4 que aos pontos junto aos pontos

pPa
2.4-45 6 hP-a

2.4-45 11 25 kO/cm, 2,5 MO/m

2.4-59 21 s i mui ação; simulação 3;

Designa— se por ib (por exemplo) a primeira linha a contar da


<*>
da úl t i ma.

3
con,lda*11nes'e documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução
sem autorização expressa.
Prornon Engenharia SA
Pagina Linha ouÿ ** Onde está**** Deveria estar****
Local i zação

2.4-65 i Compreensão Comparação

2.4-67 8b 290-28? 290-298

2.5-Í0 Figura Acrescentar a i den t i f i cação das três


curvas, respect i vamente, da esquerda
para a direita, 2 , i , 3 .
2.5-11 Figura Acrescentar a identificação das três
curvas, respect i vamente , da esquerda
para a direita, 3,1,2.

2.5-19 As figuras 2.5.2-13 e 2.5.2-14


estão trocadas

2.5-20 As figuras 2.5.2-13 e 2.5.2-14 estão


trocadas

2.5-31 12 e 13 fase exteriores, polo,

2.5-34 15 2. 5. 3-7, para ... 2. 5. 3-7,


assegurando assegurando

2.5-41 Acrescentar
no fim da <*) Vide nota***
página da página 2.5-44

2.5-44 17 associado uma associada uma

ò ò
2.5-53 6 u u
ÒX dx

2.5-57
-
A 5 figuras 2 5.7-4 e 2.5. 7-5 estão trocadas

2.5-58 AS figuras 2. 5. 7-4 e 2. 5. 7-5 estão trocadas

(*) Designa-se por 8b (por exemplo) a oitava linha a contar da


úl t i ma.
< »* > Fxcet o quanto às páginas 2.5-19, 2.5-20, 2.5-57 e 2.5-58, em
que se aproveitam estas colunas para indicar a troca de
figuras ocorrida, nem à
das páginas 2.5-10 e 2.5-11, em que se
aproveitam estas colunas para descrever a correção das
f i gur as -
4

S.A.,
As Inlormaçães contidas nesta documento s9o de propriedade da Prornon Engenharia
express.
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização
Promon Engenharia SA
Pag i na Linha ou* * } Onde está Dever i a estar
Local i zação

2.5-63 9 no solos, no solo,

2.6-i 8b sér i e permit em série MA permitem

2-6-3 17 à esquerda de P, à esquerda de P,

2.6-3 18 entre Pÿ e E2 entre P e E2,


designado pelo
ín d i c e d,

2.6-3 8b rmi e rai m1 e ai

-1 -1 -1 -1
2.6-5 Form. (8) ~ÿm*ÿudpm +

2.6-5 13 f e i t os f at os

2.6-5 ilb (X => 0, t — Ta > (x = 0, t Tem

2.6-5 Form .(11) Tdmÿ Tdm*

2.6-5 Form. ( 12) Auj (t Ttiaÿ Tdaÿ

2.6-6 3 a 5 d e i nd i cando ... d .


respect i vamente)
-
2.6-6 25 u2 = U2 =
1 -1
2.6-7 1 Z-m - Za~ Zjn •

2.6-7 5b , e os de , e as de

2.6-7 33 uo é traduzido U2r é traduzido

2.6-8 2b descraga descarga

2.6-8 6b que a sobretensão que a sobretensão


não pode pode

2.7-3 8 aquec i mento arref ec i mento

(*) Designa-se por 8b (por exemplo) a oitava linha a contar da


úl t i ma

5
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
FRO/liOI«l
Promon Engenharia SA

Pagina Linha ouÿ * Onde está Dever i a estar


Local i zação

2.7-3 17 duração da duração (da

2.7-3 19 "aquec i mento" "arrefec i mento"

2.7-4 1 determinar a a

2.9-1 10 1 i gados às ligadas às

2.10-5 2 t erm i an i s terminais

6-1 lb poss i b i 1 i tam poss i b i 1 i t a

6-3 2b relevaram revelaram

6-4 1 tem o têm o

(*) Designa-se por lb (por exemplo) a primeira linha a contar da


ú1t i ma

*
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proibida
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£
Promon Engenharia SA

INDICE

PÁGINA

i
INTRODUÇÃO i-i

2
CONDICIONAMENTOS ELETRICOS E TÉRMICOS 2-i

2.1
Introdução 2-i

2.2
Parâmetros Elétricos nas Linhas de Corrente 2. 2-i
Cont ínua

2.2.i
Introdução 2.2-i

2.2.2
Parâmetros unitários 2.2-3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.2-Í7

2.3
Carga Espacial e sua Influencia no Comportamento 2.3-i
e nos Efeitos das Linhas de Corrente Contínua

2.3.i
Introdução 2.3-i

2.3-2
Aspectos físicos básicos da carga espacial 2.3-i

2.3.3
Formulação físico-matemática e procedimentos 2.3-8
básicos de cálculo

2.3.4
Exemplo simples e interpretação das relações 2.3—ii
entre parâmetros

2.3.5
Exemplos de resultados de medições 2.3-Í9

«
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
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Promon Engenharia SA
2.3.6
Exeaplos relativos a linhas de ±600 kV 2.3-30

2.3.7
Cond i c i onamentos básicos de determinação da carga 2.3-30
espacial e seus efeitos

2.3.8
Correntes elétricas através do corpo de pessoas 2.3-38
e de objetos e equipamentos próximos da linha

2.3.7
Condições de segurança de pessoas para efeitos 2.3-40
dé correntes, através do corpo

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.3-59

ANEXOS 2.3-60

2.4
Efeito Coroa e Aspectos Correlacionados 2.4-i

2.4.1
Introdução 2.4-i

2.4.2
Aspectos físicos básicos 2.4-2

2.4.3
Campo elétrico na superfície dos condutores 2.4-20
e coroa visual

2.4.4
Perdas por efeito coroa ‘ 4-25

2.4.5
Rád i o- i nterferênc i a e interferência de 2.4-30
televi são

2.4.6
Ru ído aud ível 2.4-38

2.4.7
Influência do efeito coroa na propagação de 2.4-50
sobretensoes em linhas de transmissão

1-2
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sondo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
2.4.8
Medições de caapo eu linhas experimentais 2.4-59
e laboratoriais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.4-67

ANEXOS 2.4-68

2.5
Comportamento das Linhas de Transmissão 2.5—í
quanto a Descargas Atmosféricas

2.5.1
Introdução 2.5-í

2.5.2
Formação e principais parâmetros das 2.5-2
descargas atmosféricas

2.5.3
Mecanismo da descarga em elementos de linhas aéreas 2.5-21

2.5.4
Efeitos das descargas atmosféricas 2.5-34

2.5.5
Descargas nos condutores de fase 2.5-37

2.5.6
Descargas nas torres e nos cabos de guarda 2.5-38

2.5.7
Descargas indiretas 2.5-44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.5-69

2.6
Comportamento das Linhas de Transmissão 2.6-1
para Fenômemo de "Tipo Manobra"

2.6.1
Introdução 2.6-1

2.6.2
Exemplo de sobretensões de tipo manobra 2.6-2

2.7
Aquecimento e Perdas 2.7-1

1-3
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2.8
Isolamento e Tensões Suportáveis 2.8—i

2.9
Efeitos da Indução Elétrica e Eletromagnética 2.9-i
Associados a Harmónicos

2.1»'
Aspectos Particulares das Linhas dos Elétrodos .
2 10—i

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.10-9

3
CONDICIONAMENTOS MECÂNICOS 3-1

3.1
Introdução 3-1
í*

3.2
Relação entre Solicitações Mecânicas e 3-1
Parâmetros Externos

3.3
Parâmetros Externos de Base Estatística 3-2
m
3.4
Feixes de Influência nas Solicitações dos 3-3
Condutores e Estruturas

3.5
Fundações 3-4

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3-5

4
OCUPAÇÃO DO SOLO E FAIXA DE PASSAGEM 4-1

4.1
Introdução 4-1

4.2
Largura da Faixa 4-1

4.3
Limpeza da Faixa 4-2

5
CONSIDERAÇÕES SOBRE TIPOS DE ESTRUTURAS 5-1

*
1-4
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5.1
Introdução 5-i

5.2
Critérios Gerais que Condicionam a Escolha 5-i
e Otimização de Estruturas

5.2.1 '
Conhecimento do terreno a ser atravessado 5-i

5.2.2
Compromissos de desempenho 5-1

5.2.3
Procedimentos para seleção de projeto 5-2

5.2.4
Estruturas autoportantes e estaiadas 5-2

5.2.5
Estruturas monopolares e bi polares 5-3

5.3
Séries de Torres 5-3

5.4
Critérios de Carregamento 5-6

6
/
IMPACTO AMBIENTAL E ECOLOGICO 6-1

6.1
V Introdução 6-i

6.2
Organização de Dados Secundários 6-1

6.3
Determinação de "Faixa Preferencial" 6—í

6.4
Elaboração do Mapeamento Básico 6-2

6.5
Produção de Informações e Dados Primários 6-3

6.6
Análise Crítica das Informações 6-4

1-5
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6.7
Avaliação de Impacto Ambiental 6-4

6.8
Redução do Impacto Ambiental para Linhas de 6-5
Corrente Cont ínua

7
CRITÉRIOS DE PROJETO 7-i

7.1
Introdução 7-i

7.2
Fatores Meteorológicos e sua Influência no Projeto 7-i

7.3
Velocidades de Vento e Temperaturas para Projeto 7-2

1-6
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Promon Engenharia SA
i
INTRODUÇÃO

Era comparação com sistemas de corrente alternada, as linhas de


transmissão representam a principal vantagem dos sistemas de
transmissão em corrente contínua de longa distância,
configurando-se na justificativa primordial para implantação destes
sistemas de transmissão.

Para distâncias de transmissão


acima de determinado longas,
comprimento, com a tecnologia atualmente usada da ordem do milhar
de quilómetro, a transmissão era corrent e cont f nua apresenta custos
menores que a similar em corrente alternada, mesmo considerando o
custo das estações conversoras, que não são baixos. Os custos são
ma i s reduzidos, basicamente, em função de melhor compromisso entre
menores perdas na linha e maior capacidade de transmissão,
coraparat i vamente com sistemas de corrente alternada.

No que condicionamentos elétricos, as


respeita a 1 i nhas de
transmissão corrente contínua têm aspectos part i cul ares , alguns
bastante diferentes das. Tinhas de corrente alternada.

Era termos de concepção física, a diferença básica advém da


diferença de sistemas. Enquanto que em corrente alternada o sistema
é constituído normalmente por três fases, em corrente contínua, o
m
sistema é normalmente constituído por dois polos. As estruturas
suportes das linhas de corrente contínua são concebidas, portanto,
para suportar dois pólos ou, até, em alguns casos, um polo, para
sistemas cora previsão de operação monopolar.

Diversos outros aspectos são conce i t uai raent e similares aos das
linhas de transmissão de corrente alternada, sobretudo aqueles

\
\ relacionados com aspectos mecânicos e de projeto de linhas-

Neste cap ítulo dos


procurou-se destacar alguns aspectos ma i s
significativos de linhas de transmissão de corrente contínua, com
ênfase especial nos de natureza elétrica.

* i-i
As Informações contidas nosto documonto são do propriedade da Promon Engonharia S.A.,
sondo proibida a sua utilização, dlvulgoção ou roprodução som autorização oxprossa.
Promon Engenharia SA
2
CONDICIONAMENTOS ELETRICOS E TÉRMICOS

2.1
INTRODUÇÃO "

Os condicionamentos elétricos e térmicos de linhas de transmissão


de corrente cont ínuar têm particularidades que devem ser
consideradas na análise de comportamento e desempenho destas
1 inhas.

Alguns dos fenômenos


ocorram em linhas de transmissão são
que
bastante diferentes em linhas de corrente contínua, em relação ao
mesmo fenômeno em linhas de corrente alternada, e os seus efeitos,
consequentemente, diferentes, como é o caso de diversos aspectos
associados às cargas espaciais. Outros fenômenos são basicamente
similares para os dois tipos de linhas, respeitando os
condicionamentos próprios de cada sistema, como é o caso do
aquecimento térmico e perdas dos condutores.

Alguns aspectos mais significativos relativos a condicionamentos


elétricos e térmicos de linhas de transmissão de corrente contínua
são abordados neste item, no que respeita a parâmetros elétricos,
comportamento eletromagnético, cargas espaciais, efeito coroa,
aquecimento térmico e perdas.

São abordados também, aspectos relacionados com o comportamento de


linhas de transmissão de corrente contínua submetidas a descargas
atmosféricas e a fenômenos transitórios do tipo manobra.

No que respeita ao isolamento e tensões suportáveis, destacam-se


alguns condicionamentos significativos. No ar, em presença de
isoladores, o comportamento do isolamento em corrente contínua é
bastante diferente de em corrente alternada. Este assunto,
entretanto, é tratado com mais abragência no capítulo relativo a
sobretensões e coordenaçZao de isolamento.

São abordados, ainda, alguns aspectos muito particulares relat i vos


a 1 i nhas de corrente contínua, relacionados com indução elétrica e
magnética associadas a harmónicas e aspectos particulares de linhas
de eletrodo.

2-i
As Informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
2.2
Parâmetros Elétricos nas Linhas de Corrente Contínua

2.2.1
Introdução

Para caracterizar o desempenho de uma linha de corrente contínua, é


necessário considerar os diversos fenômenos envolvidos na sua
operação e desempenho, designadamente:

- corrente contínua em operação normal;

- harmonicas em operação normal;

- variações, relativamente lentas, da componente "contínua" e das


harmónicas, em operação normal, por efeito de variações de carga,
atuação de controle, variações de tensão, potência ativa,
potência reativa, desbalanceamento, nos terminais de tensão
alternada;

- variações, ma is ou menos rápidas associadas a defeitos, manobras


e perturbações, quer na linha de corrente contínua e estações
conversoras terminais, quer nás redes de tensão alternada a que
as conversoras estão ligadas;

- descargas atmosféricas, incidindo diretamente na linha (nos


condutores dos polos, nos cabos pára-raios, ou nas torres), ou
incidindo no solo próximo da linha;

— fenômenos de i ndução gal vân i ca, i cm i ca, elétr i ca e


eletromagnética, era pessoas e objetos, linhas de transmissão ou
distribuição, em linhas telefónicas, em oleodutos, gasodutos e
aquadutos, em ferrovias;

- fenómenos de efeito coroa e propopação e radiação


formação de
eletromagnética consequente, relacionados com rádio-interferência
e i nterferênc i a de televisão;

- fenómenos elétricos associados ao ruído audível;

- propagação de sinais de "onda portadora", através das linhas;

- variações de posição dos condutores, ma i s ou menos rápidas, por


ação do vento, incluindo oscilações e vibrações consequentes, e
de variações de temperatura, quer em consequência de modificação
de condições meteorológicas e corrente, quer resultantes de
sobrecorrentes e correntes de defeito.

* 2.2—i
As informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
•romon Engenharia SA
Por este motivo, é necessário considerar o comportamento da linha
para fenômenos muito lentos desde ("quase" constantes), a muito
rápidos, com "constantes" de tempo da ordem de i j-»s, e, e até, para
alguns fenômenos, da ordem de i ns.

Em termos de dualidade "tempo-frequência" de tratamento dos


fenômenos físicos, são representativos de espectros frequência
desde "quase-zero" até de í MHz, para grande
cerca parte dos
fenômenos, e, até, para alguns deles, da ordem de í GHz.

Em termos de tratamento analítico e numérico, há, prat icamente, que


considerar fenômenos que podem ser considerados 1 i neares, e
fenômenos em que é essencial considerar comportamento nao linear.
Para os primeiros, no caso concreto das linhas aereas, e comodo, em
muitos aspectos, fazer a caracter izaçao dos parâmetros aplicáveis
no domínio de frequência, utilizando, consoante o tipo de fenomeno,
os aspectos dominantes, e os erros admissíveis, uma "passagem" ma is
ou menos direta para o domínio do tempo.

Em alguns tratamentos, é viável, e tem interesse, a "conversão" de


parâmetros, obtidos no domínio da frequência, em parâmetros
aplicáveis a formulações simples de comportamento no domínio do
tempo, fazendo a análise de comportamento diretamente no domínio do
tempo. E o caso, por exemplo, do tratamento de fenômenos a uma
frequência por um esquema ir equivalente, ou de fenômenos de
propagação por impedâncias de onda e velocidades de propagação.

Noutros casos, todavia, é ma is interessante uma análise em grande


parte no domínio da frequência, só usando a representação no tempo
para conversão de resultados a essa forma, por exemplo, por
integral de Fourier.

Há, naturalmente, d i versos processos intermed iár ios, e


alternativos, muitos deles com vantagens e inconvenientes era
relação a outros, o que leva ao interesse de uso de vár iosÿ métodos,
de maior ou menor adequação dependente do aspecto particular em
anál i se.

Os fenômenos não lineares são, em geral, de consideração ma is


d i f íc i 1, em virtude da não validade da sobreposição, e, portanto
cora limitações ou restrições de alguns dos métodos de estudo
adotadas para fenômenos lineares. Em muitos casos, há necessidade
de processos híbridos frequência-tempo, ou de métodos ura tanto
part i culares.

Os fenômenos não lineares de maior relevância, era termos dos


aspectos mais comuns de comportamento de linhas de transmissão,
estão ligados com:

* 2.2-2
informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
endo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
- correntes ionicas no ar, com carga espacial , vizinhança dos Pr°nan Engenharia SA
condutores, muito significativa, des i gnadamente, para efeitos de
campo elétrico na vizinhança da linha;

- efeito coroa na superfície dos condutores, quer pontual, quer


generalizado, e que pode alterar substancialmente o comportamento
da linha, por exemplo, no caso de sobretensões elevadas,
associadas a descargas atmosféricas e a alguns tipos de
perturbações.

Os aspectos de maior relevância, nas condições típicas usuais de


linhas de corrente contínua, relacionados com as correntes ionicas
no ar e carga espacial, são tratados em 2.3, e os relacionados com
o efeito coroa em 2.4.

Nos itens seguintes analisam-se alguns dos parâmetros das linhas de


maior interesse relacionados com comportamento linear.

2.2.2
Parâmetros unitários

Com comportamento linear, e para frequências até cerca de í MHz, é


possível caracterizar o comportamento das linhas de transmissão
por ’

bu

dx
= Z . i

bi

dx
= Y . u

sendo:

ui
u2
u =

un
a matriz das tensões transversais dos condutores i n da
linha, num "ponto" (seção transversal) de coordenada longitudinal'
x, e no tempo t , es

%
2.2-3
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Jromon Engenharia SA
* ií
•2
i =

•n

a matriz das correntes longitudinais nos condutores i, n da


linha, num ponto (seção transversal) de coordenada longitudinal, x
e no tempo t.

Nesta formulação , Z e Y são matrizes de impedâncias longitudinais,


"operadores"
Zpqr e de admitâncias transversa i s, ypq, no sentido de
aplicados as correntes i e às tensões u.

As formulações ma is comuns do comportamento eletromagnético, em


geral validas com aproximação satisfatória (salvo para alguns
aspectos part iculares) num espectro de frequências até cerca de
1 MHz , pressupõem diversas simplificações, desi gnadamentes

- desprezar o atraso de propagação eletromagnética transversalmente


à direção x;

- variações moderadas das grandezas com intervalos de x superiores


às distâncias dos condutores em que é significativo o campo
eletromagnét ico;

comportamento linear do solo e dos condutores;

condutores "aprox i madament e" paralelos ao solo;

- solo tratável como plano, de res i st i v i dade e perm i t i v i dade


uniformes, ou variando regularmente, ou uniforme em camadas
separadas por "planos" paralelos ao solo;

- distância "apreciável" das extremidades da linha;

comprimento da 1i nha "longo" comparado com as dimensões


t ransversa i s.

Os erros resultantes de parte destas aproximações podem, de certa


forma, ser atenuados, usando parâmetros geométricos dependentes da
finalidade específica.

Em geral, é relativamente simples a caracterização dos operadores z


e y no domínio de frequência, mas sensivelmente menos simples no
domínio do tempo, salvo para hipóteses bastante s i mpl i f i cat i vas,
muito frequentemente inadequadas.

*
2.2-4
As informações contidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
m
A Promon Engelharia SA
Para grandezas sinusoidais de frequencia
£ e pulsaçao iu, com a
notação complexa ou vetorial usual de representação de grandezas
alternadas sinusoidais, sendo, por exemplo no caso de notação
complexa:

u = C U ejÿl

i = C I eJÿl

sendo U e I matrizes de complexos associados as grandezas


sinusoidais de pulsão UJ, dependentes do instante escolhido para
origem dos tempos respect i vamente u e i, tem-se s

du

dx
= Z .I
di

dx
= Y .U
sendo Z e Y matrizes n x n de operadores impedância longitudinal
unitária e admitáncia transversal unitária, respect i vamente, para a
frequência £, que para notação complexa, são complexos <todavia não
dependentes do instante escolhido para origem dos tempos,
diferentemente do que sucede com U e I).

Com representação vetorial de U e I, tem-se que Z e Y são matr i zes


de elementos operadores tensoriais, representáveis por matrizes 2 x
2.

0 das matrizes Z e Y é essenc i al mente


cálculo idêntico em linhas de
corrente cont ínua e corrente alternada.

A metodologia usada nos programas ZLTS é, basicamente, a descrita


era C13, e considera com bastante rigor o efeito do solo, a partir,
basicamente, das séries completas de Carson, desde que com
comportamento ideal, e dos condutores, com base nas caracter íst icas
físicas dos materiais e disposição dos condutores.

Naturalmente, os elementos das matrizes Z e Y podem ser, em notação


complexa, postos sob a formas

Z = R + j .X

*
2.2-5
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Jromon Engenharia SA
>
= R + j . . UJ L

Y = G + j .B
= G + j . .Clu

Todavia, os elementos R, L são função da frequência, sendo


absolutamente incorreto, para muitos efeitos, considerá-los
constantes.

Para as gamas usuais dos parâmetros do solo, e frequências até


cerca de i MHz, a matriz C pode admit ii
aplicações, independente da frequência.
— se, para a maioria das

Em vez do tratamento em coordenadas de condutores, ou de polos, tem


por vezes interesse um tratamento noutros sistemas de coordenadas.

Uma das transf orraações de coordenadas de interesse é a que

d i agonal iza os produtos Z Y e Y .


2 (estas duas matrizes têm os .
mesmos valores próprios, embora, em geral, vetores própr i os
diferentes), ficando-se, assim, com modos desacop lados, não
interagindo entre si ao longo da linha (o que não ocorre com as
coordenadas de condutores), exceto em pontos de assimetria ou
alteração geométrica ou de parâmetros (por exemplo, transposição de
m condutores, modificações de caracter íst i cas do solo).

As matrizes de transformação, por diagonalização "exata", dependem,


em geral, da frequência, o que dificulta alguns dos procedimentos
computacionais de tratamento frequência-tempo.

Por este motivo, tem por vezes interesse usar, em vez de "modos",
no sentido exato do termo, "quase-modos", com matrizes de
coordenadas, ou de quase-modos, que tenham, ou pequena interação,
ou tipos dominantes de interação.

No caso de linhas bipolares simétricas, sem cabos pára-raios, a


diagonalização resulta imediatamente das caracter íst i cas de
simetria, tendo-se como "modos", em princípio exatos:

a) Um modo "homopolar", ou "média", ou "simétrico", a que


correspondem grandezas (tensões transversais ou correntes
longitudinais) iguais nos dois pólos;

b) Um modo "não homopolar" ou "ant i-méd ia", ou "ant i -s i métr i co", a


que correspondem grandezas simétricas nos dois pólos.

Em presença de cabos pára-raios, para efeitos em que os mesmos


devam ser "identificados" e ocorram solicitações externas (por

2.2-6
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m
»
, , Promon Engenharia SA
exemplo, descargas atmosféricas) não simétricas, os "modos"
propriamente ditos dependem da frequência.

Por este motivo, tem interesse considerar "quase-modos" separando o


comportamento de tipo homopolar, ou média, do de tipo não
homopolar, ou anti-média, quer para os dois cabos pára-raios (se
existirem dois), quer para os dois polos. Este tratamento é usado
em diversos programas, des i gnadament e ZLTS, TIRG, REME, MA, e
tem-se mostrado bastante adequado.

Para situar ordens de grandeza de alguns efeitos, considera-se o


exemplo de uma linha com as caracter íst i cas geométricas indicadas
na figura 2.2.2-í, representativa de uma linha bipolar de +600 kV,
com algumas variantes quanto a pára-raios e resist ividade do solo,
para condutores dos polos a 25°C e cabos pára-raios a 25°C.

Nas figuras 2.2.2-2 e 2.2.2-3 representam-se, respect ivamente, os


elementos próprios e mútuos das matrizes Rÿ, L, para os "modos" (ou
"quase-modos"), anti-média (não homopolar) e média (homopolar), em
função da frequência relativa aos condutores dos polos, e para a
hipótese de cabos pára-raios "cont i nuaraente" aterrados (o que é
representat i vo de aterramento era todas as torres para frequências
não muito elevadas) para efeitos em que se cons i dera
"implicitamente" a influência dos cabos pára-raios, não explícitos
nos condutores dos polos, com comprimento dos trechos para os
quais, para as frequências em causa, os cabos pára-raios, com sua
ligação, não afetem significativamente os elementos das matrizes R,
L dos condutores.

Nas figuras 2.2. 2-4 e 2.2. 2-5 representam-se, respect i vamente, os


elementos das matrizes 11, L, sem cabos pára-raios, ou com trechos
de cabos pára-raios isolados uns dos outros longitudinalmente e
aterrados apenas num ponto era cada trecho.

Nas figuras 2.2.2—4a e os el ementos


2.2. 2-5a representam-se
diagonais (próprios) e não diagonais (mútuos) das matrizes R, L, em
coordenadas média (homopolar) para duas res i st i v i dades do solo.

Nas figuras 2.2.2— 4b e 2.2.2-5b representam-se os elementos


diagonais (próprios) e não diagonais (mútuos) das matrizes R, L, em
coordenadas anti-média (não homopolar) para duas res i st i v i dades do
solo.

Para ilustrar a influência da não uniformidade do solo, indica-se,


na figura 2.2. 2-6, os parâmetros próprios e mútuos das matrizes Rÿ,
L, em função da frequência, para diversas espessuras de um solo a
duas camadas, num exemplo.

* 2.2-7
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'romon Engenharia SA

7,70 m 7,70m
3/8" EHS 6,15m 6,15 m

BITTERN- I
ACSR 1272 MCM 45/7 I

•• ••

£
CM
00
Cf
£ IO

8.
CM
CM

•J

m
<•

*
.f

FIGURA 2.2.2-í - Disposição dos condutores de linha cujos


parâmetros Rÿr L são indicados nas figuras 2.2-2— 2
~
a 2.2. 2-5.

2.2-8
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Promon Engenharia SA

3
R 10 1 i l_ I

[A /km] 2
R ppi
Rp f p
p * 3000 A m
•3000 Am
/

10 - Rm , p •3000 A m

I
R pp! pz 30 A m
R p tp: 30 A m
*
10 - — Rp.p - 30ft. m

— Rp ,p * 3000/lm
o — Rpp, p 30Am1 v
10 - /
— Rpp,ps 3000Am
-i — Rpp, p 30Am5
A Cf
/
10 - — Rpp, p 3000 Am
1

i5'
afb) -2
- 7/
10

*3
Rm , p •30Am
Rpp , p z 30Am-

10 - R PPi p = 3000Am -
-4
10 -

-5
10 -
— R m > p = 30Am
I— R m , p * 3 000 Am


10 T T T T T
o 3
IÓ3 10
-2 -I
10 10 10
t
I02 I03 4
10 10 10
6

f [Hz]
FIGURA 2.2.2-2 Elementos próprios e mútuos da matriz II, em
coordenadas dos polos, para a linha representada
esquematicamente na figura 2.2.2-i, em .função de
frequência, f_T com cabos para-ra i os
"cont i nuamente" aterrados, e seu -ef e i t o
considerado nas matrizes unitárias dos condutores
dos pólos, para dois valores de res i st i v i dade do
solo, p.

a) Elementos diagonais, R P
mútuos, Rm, (não diagonais)
- <próprios) e elementos
em coordenadas de
pólos;

b) Elementos próprios para as coordenadas média


(homopolar ) ,Rmpp, e anti-média (não homopolar),
Rapp-

2.2-9
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»romon Engenharia SA
«

L 10 i i i i i i x 1J _ L 1x iii i i j_ i_

[H /km] m
Lpp,ps 3000i\m
L PP,PS 30 Am
5 - Lp,p* 3000Am
Lp,p* 30A.m

2 -

•3
i a„b) 10- \
\

5 - — LppiP* 3000Am 30Am \


— Lpp, p *
L|ni p * 3000 Am
(•mi P* 30 Am
2 -

•4 I
10 T T T T T r-1 ~ 1
\ ' i 1
T
!*
-3 -2 -I 0 r 2 3 4 5 S
10 10 10 10 10 10 10 10 SO 10

f[Hz]

FIGURA 2- 2- 2-3 - Elementos próprios e da matriz L, em mútuos


coordendas dos pólos, para a linha representada
esquematicamente na figura 2.2.2-i, em função de
frequência, f , com cabos pára-raios
"cont inuamente" aterrados, e seu efeito
considerado nas matrizes unitárias dos condutores
dos pólos, para dois valores de res i st i v i dade do
solo, p.

a) Elementos diagonais, Lp, (próprios) e elementos


mútuos, Lm (não diagonais) em coordenadas de
pólos;

b) Elementos próprios para as coordenadas média


(homopolar), Lmpp» e ant i -méd i a (não
homopolar), LaPP’

4
2.2-10
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3
R 10 i i i i i i i
Rÿ.p • SOOOAm
[n/km] 3000 A nv
R pp, p *
10 - m si
Rpt, p » 3000 Am
: — R™ ,p* 30Am
10 - - Ru , p 3000 Am /

0 t jr
IO -
-I
10 - — R pp, p a 30Am t Rpp, p * 3000 /l m
Rpt ,p SOOOAm

0) •2
— Rp",p 3000 Am Rÿ.p •30Am
10 - - Rpl, p * 30 Am

10 -

•4
10-
- RÍr, p’ 30 Am
-3
10 - - Rpt , p SOOOAm


10 I T 1 T
•3 •2 -I 0 2 3 4 3
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

f [Hz]

FIGURA 2-2-2— 4 Elementos da matriz R, ea coordenadas média


(hoaopolar ) e anti-média (não homopolar), para a
linha da figura 2.2. 2-i, em função da frequência,
f_t com cabos pára-raios com trechos isolados
considerados expressamente, para dois valores de
res i st i v i dade do solo, p.

a) Elementos do "quase—modo" média:

RmPP próprio dos condutores dos polos

Rmtt próprio dos cabos pára-raios

R™pt = Rmtp mútuo entre os condutores dos

2.2-íl
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R 10 i1 i i , i i . .
i h _ _II i ill
[n / k m] 2'
10-
Rff , p * 30 Am -
I - R t°t , p * 3000Am —
10-
o-
10- Rpp, p 5 30Am
Rpt, p * 30Am — /
-I r
10-
Rpp,p3 3000 Am /
b) /
-2- /
10- /
Rpp, p * 30Am — /
-3*
10-
Rpp»p* 3000Am — /
/
-4 '
Rpt,p* 30Am /
10- /
Rpt , P 2 3000Am
-5 *
10-
/
/
10
r6 ”

-3
T
*2 -I 0 I
T ...
2 3
I
4
I
5
' 6
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

f [Hz]

FIGURA 2.2. 2-4 (Continuação)


b) Element os do "quase-nodo" anti -médias

RaPP próprio dos condutores dos polos

Ratt próprio dos cabos pára-raios

Rapt = RatP mútuo entre os condutores dos


pólos e os cabos pára-raios

* 2.2-12
As informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
;endo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
I%l
Promon Engenharia SA
»
I
L 2 I

[A / km]
-2 L 5*tf p* 30 A m
10-
Ltt , p s 3000 Am

5 - X
X

2 -
LpJ,, p = 3000Am
-3
L™»,p: 3000 Am
a) 10- Upp, p * 30 Am
Lpt, p * 30Am

5 -

2 -

-4
10 ' I 1 I '
1
I 1
' I '
-3 -2 -I 0 ! 2 3 4 5 6
O 10 10 10 10 10 10 10 10 10

• f [Hz]
FIGURA 2.2.2-5 Elementos da matriz L, em coordenadas média
(honopolar ) e anti-média (nio homopolar), para a
linha da figura 2-2. 2-í, em função da frequência,
fÿr cora cabos pára-raios com trechos isolados
considerados expressamente, para dois valores de
res i st i v i dade do solo, p.

a) Elementos do "quase-modo" médias

LmPP próprio dos condutores dos polos

Lmt t próprio dos cabos pára-raios

LmPt = Lmtp mutuo entre os condutores dos


pólos e os cabos pára-raios

2.2-13
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*2 ,
L 10 i i i i I 1 i i i f I i i i i i

[H/km]
5
L®, ,p*30Am -
Ljf ,p * 3000 Am —
2

-3
b) 10-

Lpp ,p* 30Am -


5 - o
Lpp ,p* SOOOAm—1

2
0
Lpt ,p* 30Am
a

Lpt 3000Am —
-4
10 T T
T T 1— p-. T
i— T

-3 -2 -I 0 3 2 3 4 5 6
10 10 10 10 K) K) 10 10 10 10

f [Hz]

•i"’"

FIGURA 2.2. 2-5 - (Continuação)


b) Elementos do "quase-modo" anti -médias

LaPP próprio dos condutores dos


polos

Latt próprio dos cabos pára-raios

Lapt = Laÿp mutuo entre os condutores dos


pólos e os cabos pára-raios

2.2-14
KS informaçõescontidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA

R
80
[A / km]
60- 5

RP
a) 40-
Rm
2
20-

0 T3
5 r
10 10 10

f[Hz]

© Solo uni forraer de res i st i v i dade 200 Qm

©»©- Solo em dupla camada, com camada superior de res i st i v i dade


200 Oa F e espessura h, e camada profunda de res i st i v i dade
100 Qm

h = 0,6 m

h = 6 m

(ÿ4 j— h = Ó0 m

® Solo uniforme, de res i st i v i dade Í000 ftra

FIGURA 2-2. 2-6 - Exemplo de influência de comportamento do solo nos


parâmetros de uma linha, em função da frequência
numa linha com feixe de quatro condutores:

a) Resistência longitudinal unitária, propria, R r


P
e mutua, em função da frequência dos
condutores dos polos;

* 2.2-Í5
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promon Engenharia SA

I I 1
L
[mH /km] 2,0

1,6 - 5

I
1,2- 4
b) 3
2
0,8 -
5
2) *

0,4 -
1
4
3
0 l l l T T T
2 3 4 5 6 7 8
10 10 10 10 K) 10 10 10

f [Hz ]

FIGURA 2.2. 2-6 - (Continuação)


b) Indutância longitudinal unitária, própria, Lp ,
e mútua, Lm dos condutores dos polos.
*

2.2-16
4s informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA
#
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICASs

Portela C.M. - Regimes Transitórios (ED.COPPE-Eletrobrás) , Vol .


I a IV

C23 Portela C.M. - Análise de Redes Elétricas - Algumas Aplicações,


1970

C33 Berger, K; Anderson, R.B. - "Paramètres des Coups de Foudre",


Electra, n2 41, 1975

•e-’"

m
2.2-17
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Promon Engenharia SA
2.3
Carga Espacial e Sua Influência no Comportamento e nos Efeitos das
Linhas de Corrente Contínua

2.3.1
Introdução

Nas linhas de corrente contínua, especialmente com vento nulo ou


aoderado, ocorre, mesmo em condições de operação normal, a formação
de uma carga espacial, constituída por íons, na vizinhança dos
condutores, significativa até distâncias dos condutores da ordem de
10® m, a qual tem influência muito significativa no comportamento
da linha, des i gnadanente:
*
afeta o campo elétrico na proximidade da linha, não só na
vizinhança dos condutores, como, também, ao nível do solo;

afeta as perdas da linha, associadas a correntes i ôn i cas


transversais, normalmente associadas a efeito coroa, embora, em
parte, essas correntes não resultem de efeito coroa propriamente
dito;

afeta o efeito da linha sobre pessoas, animais, veículos e


objetos na sua vizinhança, des i gnadamente em termos de correntes
ionicas em regime permanente, e tensões induzidas.

Por este motivo, é essencial, para diversos efeitos, considerar a


carga espacial.

2.3.2
Aspectos físicos básicos da carga espacial

Para campos elétricos suficientemente intensos, na superfície dos


condutores, ocorre a i on i zação do ar , na vizinhança de
irregularidades locais (pontas ou rugosidades, ou poeiras, ou gotas
de chuva), formando-se, em consequênc ia, íons, das duas
polar idades.

Aumentando o campo elétrico, a intensidade de ionização em cada


ponto aumenta, e surgem "pontos" adicionais de ionização. Para
campos muito intensos, ocorre a ionização generalizada do ar na
vizinhança do condutor.

Os íons formados são constituídos, fundamentalmente por:

a) Elétrons, com carga negativa, com pequena massa, e grande


velocidade "térmica", com distribuição estatística;

2.3-1
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b) Ions resultantes de moléculas e
positivos, ou átomos que
perderam um (ou ma is) elétrons, por ionização, com velocidade
"térmica" muito inferior à dos elétrons?

c) Ions negativos, resultantes de "choques" de elétrons com


partículas neutras, de elementos eletronegat i vos, des i gnadamente
oxigénio, formando íons negativos.

Os íons, em presença do campo elétrico, ficam submetidos a uma


força, no sentido do campo elétrico, ou em sentido oposto,
consoante o sinal de carga elétrica do íon.

Desta forma, os íons de uma das polaridades deslocam-se para o


condutor, e são "absorvidos" pelo condutor, e os de polaridade
oposta ficam no espaço, afastando— se do condutor.

Como resultado, ar na vizinhança do condutor fica ionizado, com


o
carga resultante não nula (carga espacial).

Também, para campos elétricos muito intensos, há emissão de


elétrons a partir de superfície do metal, ocorrendo portanto, uma
corrente iônica, provocada pelo campo elétrico**5 e não or i g i nada
pela ionização do ar. Nas condições aplicáveis em operação normal
de linhas elétricas, este efeito é, em princípio, menos importante
que a i on i zação por efe i to coroa, embora dependa, muito
acentuadamente, do estado da superfície.

A emissão iônica, que ocorre mesmo no vácuo, pode, em pr i nc íp io,


ser interpretada a partir do efeito do campo elétrico na "barreira"
de potencial na vizinhança da superfície do metal, conforme
representado esquematicamente na figura 2.3.2-i.

A interpretação quantitativa básica deste efeito, segundo a


formulação de Fowler-Nordheim, exige a consideração do "efeito
túnel", admitindo comportamento ondulatório dos elétrons, que
permite que os elétrons atravessem a barreira de potencial, embora
com energia insuficiente para tanto em termos de comportamento
corpuscular clássico.

<*) Há, também, outros mecanismos de emissão, des i gnadamente por


incidência de fótons e íons na superfície do metal. Para o caso
em análise, as emissões em causa correspondem a densidades de
corrente muito baixas.

*
2.3-2
As informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA

Melai Vácuo ou Gás

U 0-
[V]
f

-5-

-10-
- -Wa-
« 0 0,5 1,0 1,5
x [nm]

FIGURA 2-3. 2-i - Função potencial, U, relativa, a um elétron na


proximidade da superfície de um metal. Os valores
numéricos correspondem a uma superfície de
tungsténio, e a um campo elétrico 4 GV/m <Wa =
Í0,3 V, q = -4,5 V). Em vez de uma ‘escala de
ordenadas de função potencial, U, referida à carga
de um elétron, pode cons i derar-se uma função
potencial, U*, referida a energia. Sendo U
expresso em V, U* é expresso pelo mesmo valor
numérico de U, se referida a eV.

Nas condições da figura, a barreira de potencial


impediria a saída de elétrons do metal <a
temperaturas "baixas"), era virtude de q ser
superior ao valormáximo da barreira de potencial.
0 comportamento "ondulatório" dos elétrons, de
acordo com a interpretação da mecânica quântica,
permite, todavia, que alguns elétrons do metal
transponham a barreira (efeito "túnel") CÍ3-

2.3-3
As Informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Com uma formulação simplificada, válida para as temperaturas usuais


dos condutores das linhas, a densidade de corrente superficial, por
emissão de campo, serias

4 yj- .ee2 m
.v
3 . h . E
ee2. E2 .e (í )
J =
S.TT.h.&.t2

com:

v = v(y) =
i
.J i + vTi-ã5 LJ
TT/2

0
i-K - sin2q . dq

n/2 dq
-(i - .j (2)

0 Ji - K . sin2q

t = t (y ) = v(y)
2
. . y
dv<u )
(3)
3 dy

ç =
2. J i-y2 (4)

i + J i-y2

J ee3 E
y =
tu —
'
(5)

sendo:

J densidade de corrente por emissão de elétrons (por ef e i to


de campo elétrico) na superfície do metal

E campo elétrico na superfície (externa) do metal

~ ee carga elétrica de um elétron

m massa do elétron

h constante de Planck

2.3-4
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h
t7
2TT

<» - d i f er ença dc potencial da barreira


(diferença entre o
potencial externo ao condutor, e o nível de Fermi) (da ordem
de Í0® a Í01 V)

Exprimindo J em A/m2, $ era V, E era V/m, tera-se:

dj3/2
6,83 . i«9 . .v (6)

í ,54 . Í0_A . E2 . e E
J =
<t> . t2
com:

(7)
v = v(y )

t = t (y ) (8)

JE
y = 3,79 . 10-5 0>
(9)

Na figura 2.3.2-2 representa-se J, em função de E , para emissão de


campo, e diversos valores de <t>, usando a fórmula acima.

Os valores Jr correspondentes à relação anterior, são inferiores


aos valores medidos. Esta discrepância é atribuída, des i gnadamente,
aos dois seguintes efeitos:

- Diferença entre o campo elétrico "real"


obtido e o campo elétrico
assimilando a superfície do metal a ura plano ideal. As
i rregular i dades locais, inclusivamente por efeito de estrutura
cristalina, têm como efeito um campo não uniforme na superfície
do metal. Devido à acentuada não linearidade, não há compensações
entre os desvios, num e noutro sentido, em relação ao valor
médio, o que pode ser levado em conta, aprox i madamente, por um
fator, A, igual à relação entre o campo "equivalente", em termos
de emissão superficial, e o campo médio;

- Formação de camadas superficiais, por exemplo de óxido, de muito


pequena espessura, que criam uma deformação da barreira de
potencial, conforme representado esquematicamente na figura
2. 3. 2-3, o que é, aprox i madamente, equivalente a uma redução do

2.3-5
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0 [A/m 2] I 1 I

12
10

• 108

4
10

100
\
tf*0,5V/íí«tV
\ \
/0*2V
\
jí« 5V

1(54 -

io"0

10-'2
T T T
10 7 108 <09 1010

EouEe [v/m]

•f'ÿr

FIGURA 2.3. 2-2 - Relação o campo elétrico, E, na superfície


entre
do metal, e a densidade superficial, J, de
corrente de emissão de campo, na superfície do
metal, para diversos valores de <t».

Se se considerar um fator de forma da superf íc ie,


traduzindo o campo elétrico equivalente, Ee * para
efeitos de emissão de campo, por meio de um fator
A, apl i cado a superfície lisa, na escala de
abcissas, deve considerar-se, em vez de Eÿ, o valor
"equivalente", Ee = A.E»

»
2.3-6
vs informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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u METAL
OXIDO OU ,
IMPUREZA VACUO OU GAS

o-
\
\
X
X
X
X
X
X
X
X
N
X
BANDA X
PROIBIDA X
X
s X
BANDA
-Wa PERMITIDA

T
0
X

f

'

FIGURA 2.3.2-3 - Representação esquemática uma do efeito de


pequena camada de óxido na função potencial, IJ, na
vizinhança da superfície de um metal. A camada de
óxido tem como efeito reduzir a amplitude e o
"comprimento" da barre i ra de pot enc i al,
facilitando a "passagem" de elétrons através da
barreira.

2.3-7
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valor de 0, resultante da dupla barreira.

Os ions da ionização do ar ou de processo de emissão,


resultantes
quenão são "absorvidos" pela superfície do condutor, formam uma
carga espacial e, sob a ação do campo elétrico, afastam-se do
condutor em cuja vizinhança se formaram, dirigindo-se para o solo e
ou para o condutor de polaridade oposta, no caso de linhas
b ipolares.

Em condições "estacionárias" (corrente contínua) tem-se, em


princípio, uma condição de equilíbrio,
ionica com uma corrente
transversal à linha, limitada pela formação de íons, por efeito
coroa, na superfície do condutor e ou na sua vizinhança, e com uma
carga espacial resultante. Esta carga espacial afeta, naturalmente,
o campo elétrico, no espaço em geral. Num condutor com tensão
imposta, o efeito de carga espacial (em relação ao campo elétrico
na ausência da carga espacial) é reduzir o campo elétrico no ar, na
vizinhança do condutor, e aumentar junto ao solo (debaixo do

condutor) ou na região central entre condutores de polar i dades


opostas.

Como resultado do efeito da carga espacial no campo elétrico, na


vizinhança do condutor, há uma redução de ionização,
at i ng i ndo—se, em condições rigorosamente estacionárias, uma
situação de equilíbrio.

2.3.3
Formulação físico-matemática e procedimentos básicos de cálculo

Em condições de equilíbrio para efeitos macroscópicos, em sentido


estatístico, o movimento "resultante médio" de cada "tipo" de íon,
no ar, pode ser caracter i zado por uma relação do tipos

Jn - Pn • Cÿn - E + W3 (i)

sendo:

J densidade de corrente "resultante" associada ao movimento dos


ions do tipo nÿ
E - vetor campo elétrico

U - vetor velocidade do ar

p - densidade volumétrica dos íons

2.3-8
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m
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» k - "mobilidade" dos ions

n indice que caracteriza o tipo de ions, e os coeficientes


correspondentes

A mobilidade dos ions depende, naturalmente, da constituição,


física dos mesmos, da densidade e (composição) do ar, e da
temperatura, que definem a distribuição de velocidade "térmica" das
diversas partículas, a distribuição estatística de d i st ânc i as
percorridas pelos ions entre choques sucessivos, e das "seções"
efetivas dos vários tipos de choques, incluindo choques elásticos,
inelásticos, com absorção de ions, com liberação de elétrons, e com
emissão de fótons.

Para campos elétricos não


muito intensos, k n* pode ser considerado
independentemente de E (sendo função do tipo de íon, da densidade e
temperatura do ar).

Para campos muito elétricos


intensos, os mecanismos em causa
originam, eventualmente, uma progressão de descarga, com criação de
mais partículas ionizadas, e, eventualmente, disrupção. Além disso,
o campo elétrico afeta a distribuição "estatística" de velocidades
de partículas, e os parâmetros que caracterizam o "choque" de
part ículas, e k_ não pode considerar-se independente de ti, tendo-se,
portanto, um comportamento não linear.

Nas condições de operação normal, todavia, a aproximação linear é,


em princípio, adequada.

Em condições de "equilíbrio", macroscópicos, tem-se, no ar, as


relações:

i
div E = -. 21 pn (2)

eo n

div Jn = - Pn . m
pm (3)

sendo R nn o coeficiente de recombinação da carga dos íons de tipo n


com os ions de tipo m, de polaridade oposta, referido diretamente a
densidade de cargas, <e não a densidade de partículas, como é, por
vezes, definido).

As relações (1), <2) e (3), definem, em princípio, o campo


elétrico, a densidade de partículas de cada tipo, e a densidade de
corrente de partículas de cada tipo, em função das coordenadas
espaciais, desde que conhecida a distribuição espacial de

2.3-9
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Jromon Engenharia SA
.*
velocidade do convecção) e
ar < vento e ou as condições nas
"fronteiras" do domínio em que são aplicáveis.

Em princípio, condições normais das linhas


nas de corrente
contínua, com tensão aplicada, essas condições de fronteira são dos
seguintes tipos:

- tensão dos diversos condutores, em relação ao solo (suposto com


tensão de referência, igual a 0, por exemplo);

densidade de corrente, na superfície dos condutores, para o ar,


em princípio função do campo elétrico (externo) na superfície dos
condutores (e das condições de superfície).

Devido ao caráter "pontual" da "emissão" ionica por efeito coroa,


para campo elétricos não muito elevados, haveria, era pr i nc íp i o, que
considerar distribuição t r i d i mens i onal , para caracter i zar a
" i rregular i dade" de emissão ionica ao longo do condutor.

Para uma aproximação b i d i mens i onal, com condições independentes da


coordenada paralela ao eixo da linha, é necessário admitir
condições de "emissão" uniforme ao longo da linha (em trechos da
ordem de 102 m), no sentido de um efeito "médio", aproximado,
resultante das emissões pontuais.

Tem sido usadas C2D relações do tipo:

Jn = a . eb.E (4)

sendo E o campo elétrico ortogonal á superfície do condutor, sendo


a e b constantes.

F i s i cament e, seria princípio ma i s relações



em adequado considerar
do t i po: . (

Jn = f (E-E0)

sendo E0 o campo elétrico de "início"


de formação de efeito coroa,
podendo usar-se, nas condições usuais de operação normal (para
gamas moderadas de E) , aproximações da função f(E-E0) do tipo (para
E > E0 ):

f(E-E0) = aD + a4 . (E-E0) + a2 - (E-E0)2 (5)

ou:

f (E-E0> = aQ* + ai* *


. Ceb-(E-Eo> - m (6)

«
2.3-Í0
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Tea também usados outros
sido tipos de aproximações, para a
condição fronteira, no sentido de simplificar o cálculo, por
exemplo, supor densidade uma superficial de carga, na superfície
dos condutores, constante C33.

A redução das equações <i), (2), <3), exige um processo iterativo,


com algumas dificuldades de tipo numérico, associados a
convergência, em parte consequentes dos parâmetros físicos em Jogo,
ligados à dos íons, e à "sensibilidade"
pequena velocidade média
numérica consequente, para processos iterativos não muito robustos.
Tem sido usados métodos na base de diferenças finitas e elementos
finitos com tratamento de tipo "integral" para atenuar alguns dos
problemas de convergência numérica.

Um outro tipo de aproximação, usado por Deutsch, e na C43, consiste


em admitir que as linhas de corrente coincidem com as linhas do
campo elétrico, na ausência de carga espacial. Esta hipótese,
todavia, afasta-se muito da realidade, e das equações do campo
atrás indicadas, que não são respeitadas.

No programa CECC usa-se uma aprox i mação de tipo global,


considerando uma "nuvem" de carga espacial na vizinhança dos
condutores, sendo a "dimensão" da nuvem, função da relação entre o
campo elétrico na fronteira (que define a velocidade média dos
ions, sob a ação do campo elétrico) e a velocidade do vento (que
define a velocidade média dos íons por ação do movimento do ar,
vento ou convecção).

Com os programas das séries CSUB e MTER, o cálculo pode ser


efetuado praticamente sem restrições quanto a complexidade
geométrica, considerando com o rigor pretendido (à custa de volume
computacional) a geometria das linhas, e a presença de pessoas ou
objetos próximos.

2.3.4
Exemplo simples e interpretação das relações entre parâmetros

Para situar ordens de grandeza e interpretar quantitativamente


alguns dos aspectos envolvidos, consideremos um caso bastante
simples, suscept ível de resolução analítica, correspondente a
geometria cilíndrica, conforme representado esquematicamente na
figura 2.3.4-i, e suponhamos um único tipo de íons, e os seguintes
valores dos parâmetros intervenientes:

a) Raio do condutor

rQ = 0,05 ra

2.3-íi
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g’omon Engenharia SA

INVÓLUCRO

CONDUTOR ;ro
>r

r
;r
ii
rl
h

11

FIGURA 2.3.4-i - Representação esquemática de uma configuração


para a qual é possível solução analítica, com um
condutor, cilíndrico, de raio r o T cercado por um
invólucro, também cilíndrico e concêntrico com o
condutor, de raio rÿ-

Esta geometria é, qualitativamente, representat i va


de um condutor cilíndrico, de raio r o» paralelo ao
solo, representado por -, sendo no plano —
vert i cal do condutor, a altura, ao solo,
h = rÿ r- -

2.3-12
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;endo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
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b) Raio do cilindro envolvente

= 10 m

c> Mobilidade dos ions

k = í ,3 . 10“4 m2/V.s
d) Tensão entre o condutor e o cilindro envolvente

UQ - Ut = 600 kV

Nas figuras 2.3. 4-2 a 2.3. 4-5 representam-se, em função de r_T ou h_,
com a notação da figura 2.3.4-i, o campo elétrico, E, a densidade
de carga, p, a densidade de corrente J, e a velocidade média dos
íons, v, para diversos valores de j_, sendo j_ a corrente transversal
por unidade de comprimento, entre o condutor e o cilindro
envolvente.

A formulação do tipo indicado no item anterior corresponde, em


princípio, a condições estacionárias, quanto a velocidade do vento,
distribuição espacial de carga e emissão iônica na superfície dos
condutores.

Devido às pequenas correntes iônicas envolvidas, em relação à carga


espacial total, as "constantes de tempo" envolvidas são bastante
elevadas, da ordem de 102 s.

0 vento, mesmo em cond i ções met eorol óg i cas "estáveis", é


intrinsecamente irregular, com variações mais ou menos rápidas, no
espaço e no tempo, em relação a parâmetros médios.

Por outro lado, a emissão iônica em i rregular i dades de tipo


"pontual", não é constante, designadamente em virtude da alteração
das i rregular i dades, pelo própr i o efeito coroa, além das
modificações de poeiras, e gotas de água.

Por este motivo, a carga espacial, e os efeitos consequentes, em


condições reais de uma linha, têm caracter estatístico, além de
serem muito afetadas pelo estado de superfície dos condutores
(irregularidades da superfície, camadas de óxido, poeiras, gotas de
água), além das condições meteorológicas.

Na figura 2.3. 4-6 representa-se, em função de i , o campo elétrico


(externo) na superfície do condutor (no ar) e na superfície interna
do cilindro envolvente (no ar).

2.3-13
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dromon Engenharia SA
m

h r
[m] [m]
, i i
9,95-r 0,05

9,9- 0,1-

9,8- 0,2-
: 0
2 100 n A/m
2 300
2 600
2 1000 n A / m
9,5- 0,5-
2 2000
2 3000 nA/ m

9- I-

8 2-
I

I = 0
I * I 00 nA/m
I * 300
i = 600
5- 5- I * 1000 nA/m
I * 2000
I = 3000
Is 4 18 5 nA/m

0-*- 10
10 100 1000


E [kV/m]
f

FIGURA 2.3. 4-2 Campo elétr i co,


em função de r, ou h, para a
E,
geometria da figura 2.3.4—i, e diversos valores da
corrente transversal por unidade de comprimento,
i, nas hipóteses indicadas no texto.

2.3-14
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h r
[m] [m]

9,95 T 0,05 .,,1 i . .. I ... i

6 E
9,9- 0,1- < <C
c o o O «0
o o o o o o o
9,8- 0,2- 8 o
m 2 o o
C\J ro
o
(0 o o
CNJ
o
ro *5
it ii il •I il n it il

I

9,5- 0,5-

9- I-

8 - 2-

5- 5-

0 -L 10-
-9 -8
T
-r ' ' I -6 -5
10 10 10 10 10
*
P [ C / m3]

FIGURA 2.3.4-3 Densidade espacial da carga, p, em função de r,


ou hÿr para a geometria da figura 2.3. 4-1, e
diversos valores da corrente transversal por
unidade de comprimento, i, nas hipóteses indicadas
no texto.

«
2.3-15
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h r
Cm] [m]

9,95 j 0,05 I I III!1 1


I I III 1
J_L I || I|

i 2 10 nA/m
9,9- 0,1- i*20
I = 30
,9,8- 0,2- I =60
1 = 100
9,5- 0,5-
9- I - i= 200 nA/n
i= 300
8- 2- i = 600
i=IOOO
5- 5- 1= 2000
i = 3000
0-J- 10 TTTT TTTT TTTT
t iiii I V VI

0,1 I 10 100 1000 10000

0 [nA/m2]

FIGURA 2.3. 4-4 Densidade de corrente ionica, J, e® função de r_r


ou hÿr para a geometria da figura 2.3. 4—i, e
diversos valores da corrente transversal por
unidade de comprimento, ir nas hipóteses indicadas
no texto.

2.3—íó
\s informações contidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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h r
[m] [m]
9,95-r 0,05 I I I
__ l

9,9- 0,1-

9,8 0,2-
I = 0
N
— i= i
100 n A/ m
300
*
I = 600
9,5- 0,5-
s
— - i
i
1000 nA/ m
2000
s
— i *= 3000 nA/m

9- I-

8- 2-
«
o
-
*
I0 0
300
nA/m
= 600
5- 5- - 1000 nA/ m
* 2000
= 3000
*4185 nA/m
0 -1 10 r_rT
10 100

v,-[ m/s ]

FIGURA 2.3. 4-5 Velocidade média (macroscópica), v, dos ions, em


função de r, ou h, para a geometria da figura
2.3.4-í, e diversos valores da corrente
transversal por unidade de comprimento, nas
hipóteses indicadas no texto.

2.3-Í7
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jomon Engenharia SA

E
[kV/m]
,,i ,.,i X

r = ro
IOOO-

100-

r =n
i

10 T T T i i . .. |
10
T T T | I I rT|
100
T TT
1000
T T

i [nA/m]

FIGURA 2-3. 4-6 - Relação entre a corrente transversal por unidade


de comprimento, i , e o campo elétrico (externo) na
superfície do condutor , EQ = E(rQ) p e na
superfície do condutor envolvente, Ej, = E (rÿ),
para a geometria da -Figura 2.3.4—ir nas hipóteses
indicadas no texto.

2.3-18
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Na figura 2.3. 4-7 fez-se representação semelhante, para a densidade
espacial de carga elétrica.

Esta geometria, embora estilizada, é, em ordem de grandeza,


representativa das condições de uma linha de alta tensão, "sem
vento", traduzindo, "o condutor", o feixe de um polo, o cilindro
envolvente, o solo, e it a distância, ao solo, na vertical do
condutor .
2.3.5
Exemplos de resultados de medições

A título
ilustrativo das distribuições de campo elétrico,
apresentam-se alguns resultados publicados de medidas de campo.

a) Nas figuras 2.3.5-i a 2.3. 5-5, adaptadas de C41, indicam-se


perfis de campo elétrico, próximo ao solo, medidos numa linha
experimental, bipolar, com condutores a 13 m de altura, sendo o
feixe de condutores de cada polo constituído por 4 condutores,
de diâmetro 30,5 mm, dispostos em quadrado com uma diagonal
vertical, com diagonal do quadrado 0,457 m, com distância entre
os condutores dos dois polos, 1_, igual a 11,2 m ou 13,2 m, e
para diversos valores da tensão contínua aplicada. A tensão de
início de efeito coroa, para d = 11,2 m, era cerca de 290 kV, o
que corresponde a um campo elétrico máximo, na superfície dos
condutores, supostos r i gorosamente cilíndricos, igual a cerca de
1,4 k V/mm.

Nas figuras indica—se, também, as condições meteorológicas


durante a medição, incluindo a velocidade e direção do vento.
Todas as medições foram efetuadas com vento "nulo" ou
"moderado".

Apresentam-se, ainda, as curvas que corresponderiam a campo


elétrico na ausência de carga espacial, e com um modelo para
consideração da carga espacial baseado nas hipóteses de Deutsch
e determinados valores dos parâmetros.

b) Nas figuras 2-3. 5-7 a 2. 3.5-9, indicam-se, adaptados de C31, os


perfis de campo elétrico
densidade de corrente no solo, e
obtidos com uma linha experimental, sem vento e com vento, com
as caracter íst i cas geométricas principais indicadas na figura
2.3.5-6.

A título ilustrativo de comportamento estatístico dos efeitos da


carga espacial, apresentam-se alguns resultados de medições de
campo numa linha experimental de +900 kV C5H designadaraente:

2.3-19
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pTomon Engenharia SA

f
[C/m3]
. K)-5 X I l.-i t u

IO-6 -

to-7 -

r- ro
tor8 —
r = ri

iO" 9
!
1

*<-
: +
10"K> -

i i 1 1 1—r
’ ' ' 'I ' 'I
10 100 1000

i [nA/m]

FIGURA 2.3 .4-7 - Relação entre a corrente transversal por unidade


de comprimento, i e a densidade espacial de carga
elétrica, junto à super-FÍcie do condutor,
P0 = P(rD), e junto à superfície do condutor
envolvente, Pÿ = p(rj), para a geometria da figura
2.4.4—i, nas hipóteses indicadas no texto.

2.3-20
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E T.
[kV/m]
30-

20-
i

10-

0
t
-10-

-20- 'f-O'
-10-

60 40 20 o 20 40 60
x [m]

FIGURA 2.3.5—i Perfil do campo elétrico, junto ao solo,


em função da coordenada, x, a contar do eixo da
linha, perpendicularmente ao mesmo, para distância
entre polos 1 = ií,2 m, altura dos condutores
13 m, e tensão +500 kV, numa linha experimental,
segundo C4D. Os pontos representam valores
medidos, com as condições atmosféricas indicadas.

A 1 inha m •
_
representa os valores calculados,
não considerando o efeito de carga espacial.

A 1 inha representa os valores calculados


considerando o efeito de carga espacial, com a
hipótese s i mpl i f i cat i va de Deutsch, < e campo
elétrico na superfície do condutor limitado pela
carga espacial a 1,4 kV/mm.

Condições durante as mediçõess

Temperatura Um i dade Veloc i dade D i reção


rei at i va do vento do vento
C°CD Cm/s3

o 7,8 0,42 0
A 27,8 0,14 0
28,3 0,15 0-2 Sul

2.3-21
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± [
E
[kV/m]
30-
r\
!
20-
i
I yl?/- ''
10-

w
%:
Sfc..,.
0
S, !:
's / 1
-10-

-20-

-30-
*ÿrj
l
60 40 20 0 20 40 60
x [m]

FIGURA 2.3.5—2 - Perfil do campo elétrico. Junto ao solo, em função


da coordenada, x, a contar do eixo da linha,
perpendicularmente ao mesmo, para distância entre
polos 1 = ii,2 a, altura dos condutores 13 a, e
tensão +600 kV, nuaa linha exper i aental , segundo
C43. Os pontos representam valores aedidos, coa as
condições at aosf ericas indicadas.

A 1 i nha a a _.
_ _
representa os valores calculados,
não considerando o efeito de carga espacial.

A 1 inha
considerando o efeito
hipótese s i mpl i f i cat i va
----
representa os
de
de
valores calculados
carga espacial, com a
Deut sch, e campo
elétrico na superfície do condutor limitado pela
carga espacial a 1,4 kV/mm-

Condições durante as medições: f



Temperatura Um i dade Veloc i dade D i reção


relat i va do vento do vento
L°C3 Em/s3

o 8,9 0,39 0
10,6 0,37 0
A 16,7 0,31 0
12,2 0,36 0-2 Sul
28,3 0,14 0-2 Sul

2.3-22
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Promon Engenharia SA

E
.*
[kV/m]
30-

20-
*>>rnr*.\- .
<•
10-

-10-

-20-

-30-

60 40 20 0 20 40 60
x [m]

FIGURA 2.3.5-3 Perfil do campo elétrico, junto ao solo, em


função da coordenada, xÿ, a contar do eixo da
linha, perpendicularmente ao mesmo, para distância
entre polos 1_ = Í3,2 m, altura dos condutores
13m, e tensão +400 k V , numa linha experimental,
segundo C43. Os pontos representam valores
medidos, com as condições atmosféricas indicadas.

A 1 inha representa os valores calculados,


não considerando o efeito de carga espacial.

A linha representa os valores calculados


considerando o efeito de carga espacial, com a
hipótese s i mpl i f i cat i va de Deutsch, <- -e campo
elétrico na superfície do condutor limitado pela
carga espacial a 1,4 kV/mm.

Condições durante as medições:

Temperatura Um i dade Veloc i dade D i reção


relat i va do vento do vento
C°CI Cm/s3

A 12,2 0,30 0-3 Oeste


12,2 0,30 0
o 15,6 0,20 0-3 Oest e

2.3-23
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Engenharia SA

E T"
[kV/m]
30-
;.v.\
20-

10-
if'-T*:-.,.
o c
:
-10-

""Y
-20- \ .f
-30- ‘
y
60 40 20 0 20 40 60
x [m]
FIGURA 2.3.5-4 Perfil do campo elétrico, junto ao solo, em
função da coordenada, ><, a contar do eixo da
linha, perpend i cularmente ao mesmo, para distância
entre pólos 1 = 13,2 m, altura dos condutores
13 m, e tensão +500 kV, numa linha experimental,
segundo C43. 0s pontos representam valores
medidos, com as condições atmosféricas indicadas.

A 1 i nha a
__ __. representa os valores calculados,
não considerando o efeito de carga espacial.

A 1 inha representa
os valores calculados
considerando o efeito de carga espacial, com a
hipótese s i mpl i f i cat i va de Deutsch, e campo
elétrico na superfície do condutor limitado pela
carga espacial a 1,4 kV/mm.

Condições durante as medições:

Temperatura Um i dade Veloc i dade D ireção


rei at i va do vento do vento
c° CU Cm/sJ

0 13,3 0,36 0-2 Norte


ò 10,0 0,30 0
9,4 0,36 1 Oeste
o 12,2 0,31 0

2.3-24
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ft

E J.
[kV/m]
I
30- \

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20-

to-
:
/1
''
0
iI
v
-10-
•v»Vn
3. J
-20-

-30-

i i : .
60 40 20 0 20 40 60
x [m]

FIGURA 2-3. 5-5 - Perfil do campo elétrico, junto ao solo, em


função da coordenada, x, a contar do eixo da
linha, perpend i cularmente ao mesmo, para distância
entre polos 1 = 13,2 m, altura dos condutores
13m, e tensão +600 kV, numa linha experimental,
segundo C43. Os pontos representam valores
medidos, com as condições atmosféricas indicadas.

A 1 i nha representa os .
valores calculados,
não considerando o efeito de carga espacial.

A 1i nha representa os valores calculados


considerando o efeito de carga espacial, com a
hipótese simpl if icat i va de Deutsch, e campo
elétrico na superfície do condutor limitado pela
carga espacial a 1,4 kU/ram.

Condições durante as medições:

Temperatura Um i dade Veloc i dade D i reção


relat i va do vento do vento
Z°C1 Cra/sU

A 8,9 0,40 0-1 Sul


7,8 0,61 0
o 7,8 0,61 0
0 6,7 0,49 0

9
2.3-25
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portion Engenharia SA

0ÿ437 m

n
o o

22,00 m VER PET.A


o o
DET. A
::
2 4
, 22,00 m

:: ::
E 2 4
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12
C
o
K- E
•r 1 3 I 3
O
O

I
//£&/

Hr X
(a) (b)

FIGURA 2.3.5-6 - Representação da disposição dos


esquemática
feixes de condutores a que se referem as medidas
de campo indicadas na figura 2. 3.5-7, 2. 3. 5-8 e
2.3.5— 9 s

a) Configuração com "linha"


usada nos ensaios
unipolar (tensão aplicada ao condutor i,
positiva ou negativa, e condutores 2, 3, 4
aterrados) ?

b) Configurações usadas nos ensaios com "linha"


bipolar de circuito duplo (tensão pos i t i va
aplicada aos condutores 2 e 3, e, negativa, aos
condutores 1 e 4).

Cada feixe era constituído por quatro condutores


de seção 810 mnÿ.

2.3-26
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»

i
E X-

[kV/mJ 30-

20

10-

t
0 cond" Í
-50 neg. o 50
x[m]

[nA/m2]
30-
/
20-
/

10-

0 r
cond. I 50
-50 neg 0
x[m]

<

FIGURA 2.3. 5-7 Perfil de campo elétrico, E_, próximo do solo, e
densidade de corrente no solo, Jÿ, para a linha
experimental indicada na figura 2.3.5-6, para
tensão positiva 650 kV aplicada ao condutor 1, sem
vento, segundo C33.

perfil calculado

o valor médio dos valores medidos

I faixa de valores
ao valor médio + r
medidos correspondent es

2.3-27
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•romon Engenharia SA
m

i 1
3 -30-
[nA/m*J

-20- 4= I m/%

/
/
-10-

0 n-50 cond. n
neg u
I4-—r
50
x[m]

1
E
r
[kV/m]i*30'

-20- / I m/%

- 10-

o
-50

4
r
cond.
neg. --1
i
u
r
50
x[m]

FIGURA 2.3. 5-8 Perfil de campo elétrico, E, próximo do solo, e


densidade de corrente no solo, J, para a linha
experimental indicada na figura 2.3.5—6 para
tensão negativa -650 kV aplicada ao condutor i,
com vento de velocidade de i m/s, segundo E31.

perfil calculado

o valor médio dos valores medidos

I faixa de valores medidos


valor médio + T
correspondentes ao

2.3-28
%sInformações contidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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i I i
E
20-
[kV/m]

10-

-10- \
\
-20-
-50
—r
--
r-r !-- I
0
T

---
T r —r_.
50
x [m]

1 1
0 20-
[nA/m2]
/
10-

I 0 —'
f
-10

-20-

T
-50 0 --
“i 1 - T
50
x [m]

FIGURA 2. 3.5-9 Perfil de campo elétrico, Eÿ, proximo do solo, e


densidade de corrente no solo, J, pars a 1 i nha
experimental indicada na figura 2.3.5-6, para
tensão positiva +650 k V aplicada aos condutores 2
e 3 e negativa -650 kV aplicada aos condutores i e
4, sem vento , segundo E3I.

perfil calculado

o valor médio dos valores medidos

I faixade valores
ao valor médio + r
medidos correspondentes

l
2.3-29
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i
’romon Engenharia SA
a) Na figura 2.3.5-10, a distribuição estatística do campo
elétrico, Eÿ, ao nível do solo, sob o condutor positivo, expresso
era termos de probabilidade, P_, de ser excedido determinado
valor, para quatro tipos de condições atmosféricas;

b> Na figura 2.3.5-ií a distribuição estatística da densidade de


corrente ionica, J, ao nível do solo, para diversos pontos ao
longo de uma seção transversal à direção da linha;

c) Na figura 2.3.5-Í2, a distribuição estatística do nível de


ozonio, a 15 m dos condutores positivo e negativo, comparado com
a distribuição "natural".

2.3.6
Exemplas relativos a linhas de +600 kV

Na figura 2.3.6-i representa-se o campo elétricos máximo, junto ao


solo, calculado sem e com efeito de cargas espaciais (sem vento),
em função de altura dos condutores ao solo, para uma das hipóteses
consideradas para as linhas de +600 kV do sistema de transmissão de
Itaipu C63.

Nas figuras 2. 3.6-3 e 2.3. 6-4 representa-se o perfil de campo


elétrico, ao nível do solo, para duas das hipóteses consideradas
para as linhas de corrente contínua de Itaipu, com a disposição de
condutores indicada na figura 2.3. 6-2.

A figura 2.3.6-3 refere-se a uma hipótese de ausência de carga


espacial, por efeito do vento ou valor muito reduzido da emissão
ionica na superfície dos condutores, e, a figura 2. 3. 6-4, a uma das
hipóteses consideradas para "ausência" de vento.

2.3.7
Condicionamentos básicos de determinação da carga espacial1' e seus
efe i tos

Os aspectos relat i vos aos cond i c i onamentos f ís i cos,


físico-matemáticos e de medição da carga espacial, analisados nos
itens anteriores, evidenciam que:

a afetada pelas caracter íst icas geométricas da


carga espacial, é
linha, incluindo condutores dos polos e de cabos pára-raios,
distância entre condutores e o solo, vegetação e objetos próximos
da linha, pelas condições meteorológicas, desi gnadamente
densidade do ar (função, basicamente, da altitude e temperatura)
por irregular i dades pontuais e acabamento mecânico dos
condutores, poeiras, presença de gotas de água ou orvalho nos
condutores, e pela tensão de operação;

2.3-30
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Promon Engenharia SA
ft

p 0,99 V

----
LÍMPIDO 7
/
0,95 - CHUVA
/
0,90- -
NEVE
NEVOEIRO ///
• I/.*

0,80- 7
/• /
/
0,50- / /
/
/
/
0,20-
J! //
0,10-
0P5- /, y

0,01 f
10
V! T
20
T
30 40
T
50
0
E [kV/m]

f—

FIGURA 2-3-5— Í0 - Distribuição estatística do campo elétrico, E,


ao nível do solo, sob o condutor positivo, era
termos da probabilidade, Pÿ, de E não ser
excedido, para quatro tipos de condi çoes
atmosféricas.

O
2.3-3Í
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pmon Engenharia SA

P 039- p 0,99 - i i

0,95 G. 2
5) 0,95 -ÿ

0,90-
0,80-
3 030 - c»
0,80-

a) 0,50 - b) 030-

0,20- ••
e
7«M5
9
I 1
Q20 -
t i
e
r«M> • t i

0,10 -
0,10- s
0,05- &
A
r-r
005-
0,01 T 0,01
0 300 600 900 -300 0 300
J [nA/m2] J [nA/m2]

ft

0,99 i l l
p
(Â 8 6
0,95-'
0,90-
0,80- 7

c) 0,50-

0,20-
0,10-
0,05-
c.

0,01 T
0 -300 -600 -900
J [nA/m2]

FIGURA 2.3.5-ii - Distribuição ist i ca de densidade de


estat
corrente no solo, J, em vários pontos ao longo de
uma diretriz perpend i cular à linha, sendo P_ a
probabilidade do valor de J não ser excedido.

2.3-32
informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA
»

I
p 0,99

0,95- 0
0,90-
I
0,80-
2
0,50-

Q20-
0,10-
0,05-

0,01 T T T
0 0,025 0,05 0,075 0,1

03/ar M

FIGURA 2.3.5-12 - Distribuição em estat


termos da ist ica,
probabilidade, de não ser excedida determinada
proporção de ozônio, O3, em relação ao ar r a 15
metros do condutor positivo (curva 1), e do
condutor negativo (curva 2), e ambiente (curva
0) .

2.3-33
As Informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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jromon Engenharia SA

15,4 m

_L
E 72 I I I I I ••
o e o
• o o

[kV/m]
,_
CONDUTOR
.
il
s
in
64- X
4*3 2 mm
o

56-

48-

40-

32-

24-

16-
©
!
8-
©
0 T T T T T T
0 4 8 12 16 20 24 28
H [tn]

FIGURA 2.3.6—i - Relação entre a altura dos condutores


do solo,
E, e o campo elétrico máximo, ao
do solo, nível
sem (i) e com (2) efeito de cargas espaciais, sem
vento, para tensão +600 kV C63.

2.3-34
informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA
m

13,2 m

V= - 600 kV V= +600 kV

••
•o ••
0,457 m
-J

E
CM
ro
II
X

WYAWAW WY/AWAW \\YA\\A\\


x
<

FIGURA 2.3.6-2 - Disposição esquemática dos condutores de uma


linha de transmissão +6<ò<ò kV, a que se referem as
figuras 2. 3.6-3 e 2. 3.6.4.

»
2.3-35
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tromon Engenharia SA

E 12 I I [ . i _I 1 i i i , i j. l 1

[kV/m] 10-
8-
6-
4-
2-
0-
-2-
-4-
-6-
-8-
-10-
-12 T T T I T T
I I
' 30
I I 1
I -50 -30 -10 0 10 50 70
-70
X [m]

FIGURA 2.3.6-3 Campo elétrico ao nível


do solo, E, em função
da distância X
ao eixo da linha (contada

positivamente no sentido do condutor positivo),


calculada pelo programa CECC, para a linha
representada esquematicamente na figura 2.3.Ó-2,
sem carga espacial.

2.3-36
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Promon Engenharia SA
»

I_, I I I i 1 i I i 1 f 1
E 12-
[kV/m] 8-
4-
0
-4-
-8-
-12-
-16-
-20-
-24-
-28-
-32 I « |
-50 '
T 1 I 1 I 1
I 1 1
I 1
I I I * I I I T
-70 -30 -10 0 10 30 50 70

X[m]

FIGURA 2.3.6— 4 - Campo elétrico emao Funçãonível do solo, E,


da distância eixo da linha (controlado
ao
positivamente no sentido do condutor positivo),
calculada pelo programa CECC, para a linha
representada esquematicamente na figura 2. 6-2,
3.
com carga espacial, e vento "nulo".

2.3-37
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Engenharia SA
a carga espacial é muitíssimo afetada pela velocidade do vento e
sua orientação em relação à linha, e pela convecção do ar,
resultante de eventual aquecimento local dos condutores?

devido aos reduzidos das correntes iônicas, em


valores muito
relação à carga espacial, a formação da carga espacial é um
fenômeno muito lento, com "estabilização" em tempos da ordem de
Í03 s?

— devido aos pequenos valores das correntes iônicas envolvidas, e a


sensibilidade ao movimento do ar, em consequência do vento (que
não éregular, apresentando inerentemente flutuações), a carga
espacial e os efeitos consequentes apresentam um comportamento de
tipo estatístico,
com gamas de variação relativa muito elevadas,
mesmo em condições aparentemente estacionárias;

- o cálculo analítico, de tipo global, usando o


quer por métodos
programa CECC, ou métodos usando os programas
ma i s detalhados,
CSUB ou MTER, está dominado com bastante rigor analítico, com
erros numéricos bastante inferiores à precisão com que são
conhecidos alguns parâmetros;

- a medição de campo exige bastantes precauções e cuidados, quanto


a técnicas de medição;

- a carga espacial tem um efeito muito importante no campo elétrico


na vizinhança de linhas de transmissão; por exemplo, o campo
elétrico máximo, próximo do solo, em presença da carga espacial,
sem vento, é, tipicamente, cerca de três vezes superior ao campo
elétrico máximo na ausência de carga espacial.

2.3.8
Correntes elétricas através do corpo de pessoas e de objetos
("ÿ
e
equipamentos próximos da linha

Por meio dos programas da série CSUB e MTER, é possível calcular o


campo elétrico e as correntes iônicas, em regime estabilizado,
através do corpo de pessoas, ou de objetos e equipamentos próximos
da 1 inha, basicamente sem restrições quanto a pormenor ização
geométrica, naturalmente à custa de volume de cálculo bastante
aprec i ável .
Na hipótese de condutores a distância elevada do solo, bastante
superiores à
altura de uma pessoa, usando as formulações de £73, é
possível calcular a corrente iônica através do corpo, e o campo
elétrico na superfície do corpo, a partir do campo elétrico e da
densidade de corrente calculados na região em que se encontre a

2.3-38
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A
Promon Engenharia SA
k pessoa, na ausência da mesmar por procedimentos bastante simples e
com erros moderados.

Suponhamos, para situar ordens de grandeza, uma pessoa em pe, com


os pés no solo, com 1,8 m de altura e sem os braços levantados,
numa região em que, na ausência da pessoa, se tivesse um campo
elétrico E0 e uma densidade de corrente ionica JQ.

Assimilamos o corpo da pessoa a um sem i -esf eró i de com semi -ei xo


maior a, e sem i -e i xos menores b, e seja a = a/b Tem-se como .
resultado imediato da aplicação da formulação de C73:

- uma corrente total através do corpo da ordem des

1T b2
I =
i
+
a
. loge (a +
J «2 i >
a2—i < *2-4 >3/2

- um campo elétrico médio na superfície da cabeça da pessoa da


ordem de:

Eo
En =
i a.

a2 í
+
(a2 - í>3/2
- logc (c* +
vTaS-i»
Suponhamos, para concretizar ordens de grandeza (para uma pessoa

sem um ou dois braços levantados):

a = i,8 m

b = 0,2 m

Tem-se, nesta hipóteses

I = 5,3 m2 - JQ

En = 42. E0
Nota-se que, no caso de corrente alternada, com frequência 60 Hz, e
sendo Eoe r o valor eficaz do campo, na ausência de pessoa,
t er-se— ias

2.3-39
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M"omon Engenharia SA
- corrente total através do corpo, de valor eficazÿ**:

Ie = 17.10-9 Sm

campo elétrico médio (no espaço) na superfície da cabeça da


pessoa, de valor:

EOG
Por exemplo, no caso de corrente cont ínua, para JD = 0,5 pA/mÿ,
E0 = 30 kV/m (com ordens de grandeza típicas das linhas de corrente
contínua de valor elevado de tensão), t em—se -
I = 2,7 pA

En = 1,3 kV/mm

A corrente contínua através do corpo é, como se verifica, muito


reduzida e muito inferior a correntes susceptive is de efeitos
nocivo quanto a segurança de pessoas.

0 valor de En Justifica, todavia, o fato de, para os níveis


indicados de E0, haver uma probabilidade importante de pessoas
submetidas ao campo elétrico terem um efeito de sensação de
desconforto ou incomodo.

2.3.9
Condições de segurança de pessoas para efeitos de correntes,
através do corpo

Em virtude do campo elétrico e correntes iânicas, associadas à


carga espacial, na vizinhança da linha, eventuais objetos próximos
da linha podem ficar a tensões elevadas em relação ao solo, se
/
estiverem bem isolados do solo. E o caso de=

ve ículos automóveis;

- máquinas agrícolas;

equipamentos de obras;

(*) 0 coeficiente numérico 17.10 9 Sm de relação indicada coincide,


prat icamente com valores determinados experimentalmente em
medições de campo.

2.3-40
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Promon Engenharia SA
ft
cercas metal icas;

- linhas elétricas próximas de linha de corrente contínua, em redes


de neutro isolado ou atenuado por capaci tores, ou com trechos de
linha desligados e não aterrados (inclusive durante manutenção,
ou construção);

- cabos pára-raios isolados de linhas elétricas;

- circuitos telefónicos não aterrados;

peças de grandes dimensões movimentadas próximo da linha.

Devido às pequenas correntes iônicas envolvidas, as tensões


contínuas através de isolamento para a terra de resistências não
muito elevadas, limitam as tensões contínuas, para a terra, de
objetos "isolados", e devem ser levadas em conta no cálculo, ou
estimativa, das tensões contínuas, em relação à terra.

Tem-se, basicamente, de tensão contínua, um esquema


para efeitos
equivalente do tipo do representado na figura 2.3.9-i.

Se o corpo estiver perfeitamente isolado da terra, em condições


estacionárias, a corrente ionica, Ij, total, injetada no corpo, é
nula, e o corpo (suposto condutor ou de res i st i v i dade não muito
elevada) fica a uma tensão, UQ, definida pela condição:

ij = e

Se o estiver
objeto ligado à "terra", a sua tensão, em relação à
terra, será praticamente nula (as correntes iônicas em jogo
provocam tensões entre os pontos do corpo e o solo, e entre pontos
do solo, muito reduzidas, e desprezáveis para os efeitos em
análise, e a corrente ionica total, injetada no corpo' terá um
valor:

*io
Supondo, o que écorreto para condições
aprox i madamente
estacionárias, e objeto próximo do solo e não muito próximo dos
condutores, que, para tensão nos condutores constantes, Ij é função
linear da tensão do objeto em relação ao solo, U, para um objeto
perfeitamente isolado da terra, ter— se— á, em regime estacionário:

U = U0 - R . Ij

2.3-41
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I'omon Engenharia SA

CONDUTOR OE UNHA
DE CORRENTE CONTÍNUA

UNHAS DECORRENTE
I CORRENTE! lONICAS

,Ck

II

CORRENTES P/ A TERRA

—m
OBJETO
ATRAVÉS DE "LIGAÇÕES "ISOLADO"
ISOLANTES "

77E77FW 77E7777777 17ÿ77ÿ77

FIGURA 2.3.9-i - Representação de um objeto próximo


esquemática
de uma linha de transmissão, das correntes iônicas
e através de suportes i solant es, e das
capac i t ânc i as envolvidas em fenômenos transitórios
de tensão e corrente.

Representa-se apenas um condutor de uma linha


de
corrente contínua, sendo k o índice do condutor.
No caso de linhas bi polares, haverá que
considerar, naturalment e, os efeitos resultantes
das correntes ionicas, "originadas" era todos os
condutores, bem como o "acop1aroen t o" a
capac i t ânc i a entre o objeto e os diversos
condutores da linha de corrente contínua.

m
2.3-42
\s Informaçõescontidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
endo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
sendo R uma "resistência incremental equivalente", p-.n a efeitos de
corrente iônica, tal que:

UQ
R =

*io
Isto é, o isolado da terra, para condutores
objeto, perfeitamente
de linha com tensões constantes em relação a terra, e condições
atmosféricas e de estado de superfície dos condutores constantes,
poderá ser representado por esquemas equivalentes, tipo Thévenin,
ou tipo Norton, conforme indicado na figura 2.3. 9-2.

Se as ligações "mecânicas" do corpo à terra (pneus de um veículo


automóvel, ou mourões que suportem uma cerca, por exemplo) não
forem isolantes tiverem uma "resistência" Ry,
perfeitos, mas
ter-se-á, em regime estacionário, os
para as componentes contínuas,
esquemas equivalentes indicados nas figuras 2.3.9-3, e a tensão, U,
do objeto, em relação à terra, será:

RT
u =
R + Ry
- u0

R . Ry
= I\o - R + Ry

Consideremos um exemplo numérico para fixar ordens de grandeza.


Suponhamos que o objeto pode ser assimilado a uma placa metálica
plana, paralela ao solo e a pequena distância, fw do solo, com área
(por face) S_, e que, na ausência do objeto, a densidade de corrente
iônica para o solo é de J; , e o campo elétrico é E0. , —
Tem-se:

Ii o - S
- Jj

UQ = h . E0
U0
R =

*io
Consideremos os seguintes valores numéricos, representativos de
ordens de grandeza típicas:

2.3-43
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Objeto Objeto

I.
R
W

Uo
1,0
<i> R

o o

a - Esquema equivalente b - Esquemaequivalente


tipo THEVENIN tipo NORTON

FIGURA 2.3.9-2 Esquemas equivalentes, para efeito de tensões


contínuas, de um objeto perfeitamente isolado da
terra, próximo da linha

2.3-44
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OBJETO OBJETO

R
ii 1 1
U0
AAA
r 1;IO
© t
}

r
|RT
-4- O -4- o

FIGURA 2.3.9-3 Esquemas equivalentes, para efeito de tensão


contínua, de um objeto terra
ligado uma à por
resistência Rj. , próximo da linha. Supõe-se a
resistência do objeto muito inferior a e a Rj.

2.3-45
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J j = 1 HA/mÿ

E0 = 30 kV/m

e suponhamos:

S = 6

h = 2 m

ter-se-á:

Ii 0 = 6 pA

UD = 60 kV

R = Í0 Gil

Para o objeto isolado, a tensão em relação à terra será:

U0 = 60 k V

Suponhamos, agora, que a "resistência" dos suportes isolantes do


objeto é:

Rj = i GO

e a tensão do objeto, em relação à terra, será, nestas condições:

U = 5,5 k V

Como se ver i f i ca, mesmo numa resistência de i sol ament o


razoavelmente alta, reduz sensivelmente a tensão do objeto em
relação à terra, em regime permanente.

Para efeitos de regimes transitórios rápidos em relação a terra, do


tipo dos que ocorrera quando uma pessoa, em contato com o solo,
através dos pés, tocar no objeto, o mesmo é caract er i zável ,
basicamente (para objeto "bem" isolado em relação à terra), por uma
capacitância "equivalente", igual à capacitância entre o objeto,
por um lado, e o solo e condutores da linha, em paralelo, por
outro.

Tem-se, assim, para em causa, um


efeitos de regime transitório
esquema equivalente do tipo dos indicados na figura 2. 3. 9-4.

2.3-46
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»

OBJETO OBJETO

li
R

u
-W- {

c
r |RT Mo O
}

c =i=
o

RT
°J T 4- o
*

FIGURA 2.3.9-4 Esquemas equ i valentes, para tensões cont ínuas, e


t rans i t ór i os
reg i mes ráp idos subsequentes a
ligação externa do objeto à terra.

2.3-47
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Suponhamos, agora, que, estando previamente o objeto a uma tensão U


em relação à terra, uma pessoa toca no objeto com uma das mãos,
estando com os pés em contato com o solo, e sejam:

Rc - resistência interna do corpo da pessoa

Rt - resistência " de contato" com o solo, para efeito de tensão de


condições de toque

e façamos, para comodidade de apresentação, o tempo, t_, igual a 0


no instante em que ocorre o contato.

Tem-se o esquema equivalente, para cálculo de corrente através do


corpo da pessoa, indicado na figura 2. 3. 9-5.

Suponhamos, ainda, o que é válido para objeto bem isolado da terra,


que:

Rc + Rt << R

R c + Rÿ << Rj

Para t > 0, tem-se

uma corrente através do corpo da pessoa:

t
U
i = .e T
Rc + Rt

sendo T a "constante de tempo" de descarga:

T = C . (
Rc + Rt>
- uma tensão do objeto em relação à terras

T
u = U . e

<*> Desprezando, para efeitos da parcela trans i tór i a, a


componente cont ínua da corrente através do corpo.

2.3-48
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§

OBJETO OBJETO
I
“VvV
R
— ( o d> o

O O
Uo
1+ c ?*© ?R C* < RT

° \\ÿw W5X\
° \\v*\\

OBJETO OBJETO
I I
"VA
R
— t h— o c=> o

> Rc

M+ CT lRT I*© ci

>Rf rt

o o

FIGURA 2.3. 9-5 Esquemas equivalentes, para efeitos de corrente


através do corpo de uma pessoa que toque, com uma
mão, no objeto.

2.3-49
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- una energia total dissipada no corpo da pessoa**ÿ:

Rc
U =
i
. C . U2.
2 Rc + Rt
Consideremos, para avaliar ordens de grandeza, Rc i gual a
resistência "interna" do corpo, para corrente entre uma mão e os
dois pés:

Rc = 375 í)

Rt = 25 Í1

Nota-se que, a pele, nas regiões de contato (com o objeto e com o


solo, neste exemplo), tem um esquema equivalente aprox i madamente
igual a uma resistência em paralelo com uma capac i tânc i a. Para
fenômenos transitórios efeito de capacitância
rápidos, o é
"reduzir" o efeito da pele, podendo considerar-se apenas a
resistência "interna" do corpo, que é da ordem de C83s

500 fi — para percurso de corrente entre uma mão e um pé, ou entre


as duas mãos, ou entre os dois pés;

375 Í1 - para percurso de corrente entre uma mão e os dois pés;

250 Í1 — para percurso de corrente entre as duas mãos e os dois


pés.

Portanto, a "resistência" do corpo, para fenômenos transitórios, é


inferior à resistência aplicável para corrente contínua, ou
alternada de frequência industrial, que é discutida e analisada
noutro capítulo.

0 valor de Rÿ. indicado é representativo de resistência de contato


com o solo, através dos dois pés, para solo de baixa res i st i v i dade
(~ 20 fl), conforme é analisado no capítulo 4 - Elétrodos de Terra,
i t em 9 .
<*) Energia correspondente apenas a componente transitória de
corrente através do corpo.

2.3-50
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Promon Engenharia SA t
Suponhamos, ainda, que a capacitância equivalente, C, do objeto, e:

C = 80 PF

Para o exemplo numérico em causa, tem-se, assim, as tensões


aplicadas ao corpo, correntes através do corpo e energia dissipada
no corpo indicado na tabela 2.3.9-í.

Em regime "permanente", a corrente através do corpo é,


prat icamente, igual a I; o e portanto, nas condições deste exemplo:
'
1j o = 6

Comparando as destas descargas, para os parâmetros e


condições
hipóteses numéricas anteriores, com os critérios de C3J, indicados
mais adiante, tem-se que:

a corrente em regime permanente, através do corpo, nas duas


hipóteses, está muito abaixo do limiar de sensibilidade;

- a ocorrênciado contato da pessoa com o objeto na fase crítica do


período cardíaco, tem perigo de originar fibrilação ventricular,
com probabilidade da ordem de 0,05 na hipótese de a resistência
dos suportes isolantes do objeto ser da ordem de i GQ, e superior
a 0,5 na hipótese de o corpo estar perfeitamnente isolado;

na hipótese de resistência do isolamento i Gfi, está-se em


condições próximas do limiar de percepção (dentro da "faixa"
provável indicado em C83), e na hipótese do corpo perfeitamente
isolado, está— se sensivelmente acima do limiar de percepção,
embora um pouco abaixo do limiar de sensação classificada como
dolorosa.

Por meio dos programas CECC, CSU8 e MTER , é possível calcular os


parâmetros aplicáveis a objetos de forma prat icamente arbitrária,
e, a part i r de gamas selecionadas para condições de "isolamento"
dos objetos em relação à terra, calcular as grandezas
correspondentes a descarga transitória através do corpo de uma
pessoa, e compará-los com critérios de segurança de pessoas,
incluindo, conforme aplicável, des i gnadamente:

sensibilidade, ou não, em regime permanente;

sensibilidade, ou não, em regime transitório;


2.3-51
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TABELA 2-3.9—i - Tensões e Correntes transitórias apl i cadas ao
corpo, e energia dissipada no corpo de pessoas,
nas condições do exemplo indicado no texto, no
seguimento de contato com o objeto.

Estando o objeto Tendo as ligações


perfeitamente isolado "i sol antes" do objeto, à
da terra terra,uma resistência iGO
t t

Tensão aplicada 32 ns 32 ns
ao corpo (V) u = 60 kV . e
#w

u = 5,5 kV . e

t t

Corrente através 32 ns 32 ns
do corpo i = 150 A . e i = 14 A . e

Carga total
através do corpo G = 4,8 MC G = 0,44 MC

Energ i a
dissipada no
corpo U = 0,14 J U = 0,011 J

F =
J i 2 dt F = 0,36.i0-3 A2S F = 3,14. 10“ÿ A2S

2.3-52
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- ocorrência A
de sensação de dor durante o regime transitório;

- risco de fibrilaçio ventricular.

No artigo C93, apresentado em anexo, fez-se uma discussão básica


dos critérios de segurança quanto a fenômenos transitóri os .
A publicação C83 sugere determinado conjunto de critérios,
des i gnadamente quanto a:

- comparação, em termos de "severidade", de algumas formas de


impulso un i d i rec i ona i s, conforme indicado na figura 2. 3.9-6;

limiares de "sensibilidade" e de sensação dolorosa, a corrente


transitória, em função de alguns parâmetros da descarga,
des i gnadamente carga e tensão de capacitor tocado pela pessoa,
conforme indicado na figura 2.3.9-7;

- limiares de risco de fibr ilação ventricular, para alguns níveis


de probabilidade de ocorrência da mesma, na hipótese de a
descarga ter lugar na fase crítica do período cardíaco, conforme
indicado na figura 2. 3.9-8.

Para pessoas na proximidade da linha em contato direto com o solo,


através dos pés ou sapatos e não tocando em objetos "isolados", a
corrente através
do corpo, de origem ionica, é muito reduz i da,
conforme ilustrado anter i ormente.

Para efeitos de condições estacionárias, dentro de gamas de


interesse prático para uma pessoa ao nível do solo, o
condicionamento orientativo está, basicamente, associado à
sensibilidade das pessoas ao campo elétrico e efeitos consequentes,
des i gnadament e pequenas descargas entre a pele e a roupa, sensações
de tipo "formigamento" e secamento de cabelos e pelos.

Trata-se, basicamente, de reações muito dependentes da


sensibilidade individual, com larga disperção estatística.

Em ensaios de campo, realizados com 19 pessoas na vizinhança de uma


linha de corrente contínua, estando as pessoas isoladas do solo por
um tapete de borracha, com "resistência de contato" superior a 30
Gfi, obtiveram-se os resultados de avaliação subjetiva da sensação
indicados na figura 2.3.9-9. Cabe notar que se trata de uma
amostragem muito limitada, e em condições não muito representativas
da situação normal de uma pessoa, em contato direto com o solo.

2.3-53
As informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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•romon Engenharia SA

»
Ic
= /¥.Ice
= S6. Ice

lea (pi s Icae

Ice =Icae

1
T -
T] 5 3T

FIGURA 2. 3. 9-6 - Definição convencional de "valor eficaz de


referência", Ige, B duração de referência, Tj, de
algumas formas típicas de corrente através do
corpo, de curta duração, para efeitos de
fibrilação ventricular C83.

2.3-54
\s informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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O

M 1000 I 1 I
B
l yr S'J*F
' T1-
PI
1
1
0,5 mj
W
/
"I I/ y
IA
y
y /
0,05 J 100 nF
100

2
10 m /
10nF
5uJ
Wk B

InF
0,8
y 500pF
m
0,6 W
c 330pF
:
0,4 /

0,2
lOOpF
l ,l,i, I , l f i ,i
« 0,1
10 100 1000 V
uc [V]

FIGURA 2.3.9-7 Limiares percepção de dor, para descargas


de
capacitivas através do corpo, para contato com mão
seca e grande superfície de contato E83.

A gama de limiar de percepção

B limiar típico de sensação de dor

C capac i tânc i a

a carga do capacitor antes da descarga através


do corpo

Uc - tensão do capacitor antes da descarga através


do corpo

U energia elétrica no capacitor antes da


descarga

»
2.3-55
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Ctomon Engenharia SA

1 1 _L
10-
Ti
[ms] Cl C2 | C 3 1
5-

\ \
\ \
2- \ \
\ \
I-
‘\ \
\ \
\ \
0,5- \ \
\ \
\ \
\ \
0,2- \ \
\ \
\ \
0,1 - T ~1 M T
0,1 0,2 0,5 I 2 5 10 20 50 100

i
IBe [A]
FIGURA 2.3. 9-8 Limiar de fibr ilação ventricular, para descargas
de curta duração através do corpo (adulto
saudável), para corrente entre a mão esquerda e os
pés e valor eficaz de referência, IgG, e duração
de referência, Tÿ, conforme definido na figura
2.3.9-6 para três formas típicas C83.

Ci - probabilidade de f i br i lação<#) muito reduzida


»

C2 - probabilidade da f ibr i lação**


* 0,95

C3 - probabilidade de f i br ilação*** 0,5

(*) Para descarga na fase crítica do período cardíaco.

2.3-56
\s informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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Promon Engenharia SA
r*

NIVEL DE
PERTURBAÇAO
.
Doloroso 1
Extremamente
perturbador
Incomodo
perturbador
Incómodo
moderado
Sensível

Insensível T
10 20 30 40
E QkV/m]
i*

FIGURA 2. 3. 9-9 Resultados avaliação subjetiva das sensações


de
de 10 pessoas, próximo de uma 1 i nha de
transmissão, sobre um tapete de borracha, com
resistência de contato superior a 30 MO, cm função
do campo elétrico, E, Junto ao solo, na ausência
da pessoa C4J.

2.3-57
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omon Engenharia SA
No que respeita a tensões e correntes através do corpo, associados
às componentes alternadas da tensão das linhas de corrente
contínua, em operação normal, e a tensões transitórias, são
dominantes os efeitos capacitivos, cuja análise é essencialmente
similar à aplicável ao caso de linhas de corrente alternada. Cabe
notar, apenas, no que respeita a corrente através do corpo, nas
condições típicas ma is frequentes, são, basicamente, proporcionais
à admitância equivalente do objeto, a qual é, bas i camente
proporcional à frequência, e,
portanto, tanto maior quanto maior a
ordem da harmonica. Embora se justifique uma verificação deste tipo
de efeitos, dada a pequena amplitude das harmónicas, não há, em
geral, condicionamentos restr it i vos assoc i ados as t ensões
harmonicas em operação normal.

»
2.3-58
s informações contidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
indo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CÍD Handbuch Der Physik, 0.21, Springer Verlag

L21 Takuraa, T7 Ikeda, T; Kawamoto, T. "Calculation of Ion


Flow Fields of HVDC Transmission Lines by the Finite Element"
PAS-100, n° 12, Dezembro 1981

C33 Takuma, T.;K. - "A Very Stable Calculation Method


Tadashi,
For Ion Field of HVDC Transmission Lines"
Flow IEEE Trans.
Power Delivery, Vol .
PURD-2, n2 1, Janeiro 1987

C43 Electric Power Research Institute "Transmission Line


Reference Book HVDC - +600 kV

C 53 Maruvada, P.S; Dal la i re R.D; Heroux P.; R i vest N.


"Long-Term Statistical Study Of The Corona Eletric Field and
Ion Current Performance of a + 900 kV Bipolar HVDC and
Transmission Line Configuration" IEEE Trans. Power APP.
Systems, Vol. Pas 103, n2 1, Janeiro 1984

C63 Portela C. M? Jardini


Brasil D.O.C, Mello J. C. P;J. A;
Peixoto C. - Critérios de limitação dos efeitos
A. 0
Eletrostáticos e Eletromagnéticos Causados Pelas Linhas de
« Transmissão de 750 kV CA e +600 kV CC VII SNPTEE, Grupo
III, GLT, 1984

C73 Portela C. M - Sobretensões e Coordenação de Isolamento, Vol.I


e II, 1977

C83 IEC -
Revison of Publication 479, "Effects Of Currents Passing
Through The Human Body" -
Part: 5 Unidirectional Surge Impulse
Current of Short Duration, Sept 1984

C9D Portela, C. M. - "Aspectos


das Condições de SegurançaBásicos
de Pessoas era Relação a Descargas Atmosféricas em Substações e
Linhas de Transmissão - Exemplos de Aplicações", VIII SNPTEE,
1985

2.3-59
As informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
’romon Engenharia SA
3>
ANEXOS

i) Oin, .
B. L ; Yan Z.; Gela G. "Accurate Calculation Of Ion Flow
Field Under HVDC Bipolar Transmission Lines" - IEEE Transactions
on Power Delivery, Vol 3, n2 ir Janeiro 1988

2) Portela, C. M. - "Aspectos Básicos das Condições de Segurança de


Pessoas em Relação a Descargas Atmosféricas em Subestações e
Linhas de Transmissão Exemplos de Aplicações", VIII SNPTEE,
1985

'*

2.3-60
As informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA

GRUPO III

LINHAS DE TRANSMISSÃO
(G LT)

ASPECTOS BÁSICOS DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DE PESSOAS EM RELAÇÃO COM


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM SUBESTAÇÕES E LINHAS DE TRANSMISSÃO
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Autor: Carlos Portela

Empresa: PTEL - Pro j etos e Estudos de Engenharia S.A.

Sao Paulo - SP Brasil


1986

2.3-70
«

VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

GRUPO III

ASPECTOS BÁSICOS DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DE PESSOAS EM RELAÇÃO COM


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM SUBESTAÇÕES E LINHAS DE TRANSMISSÃO
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

AUTOR: CARLOS PORTELA PTEL PROJETOS E ESTUDOS DE ENGENHARIA S.A.

RESUMO

Neste trabalho, é feita uma analise das correntes através do co rpo

de uma pessoa, quando da ocorrência de descargas atmosféricas em subesta


çoes, linhas de transmissão e distribuição, e instalações industriais.

Ê apresentada uma discussão de critérios de segurança, quando da


ocorrência de descargas, em relaçao com as caracteris ticas das correntes a_
través do corpo, sugerindo-se um critério orientativo de condiçoes de seguÿ
. rança .
É apresentada uma metodologia básica de cálculo de parâmetros das
correntes através do corpo, em relaçao com os parâmetros estatísticos das
descargas, com as caracterí sticas da instalaçao em que a mesma incida, e

com a localizaçao e situaçao em que se encontre uma pessoa. Ê apresentada,


também, uma metodologia de cálculo de risco, no sentido de haver- determina
da probabilidade ou esperança matemática, ou tempo médio entre ocorrências,
nas quais nao seja satisfeito determinado critério de segurança.

Através de exemplos apresentados, conclui-se que, em regiões de ní’


vel isoqueraunico elevado, como sucede em grande parte do Brasil, e em mui
tos casos, o risco de segurança de pessoas, em consequência de descargas a_t
mosféricas, é, ou pode ser, sensivelmente superior ao risco em caso de cur

to-circuitos para a terra, que é tradicionalmente considerado, e que, em

consequência, os problemas de segurança quanto a descargas atmosféricas dj2


vem ser considerados no projeto de subestações, linhas de transmissão e dijÿ
tribuição e instalações industriais, podendo ser fator condicionante do
mesmo .

2.3-7Í
0. INTRODUÇÃO

Normalmente, no projeto de subestações, usinas, linhas de transmissão e


distribuição, e instalações industriais, e feito o calculo de condições
de -segurança de pessoas, no que respeita a eletrocussão, para curto-
circuitos a terra, a frequência industrial. Este assunto é tratado em
diversas normas, e objeto de um elevado numero de artigos publicados,
convindo salientar que, apesar disso, alguns dos métodos mais usados
conduzem, por vezes, a erros grosseiros, de ordem de grandeza.

No caso de descargas atmosféricas era instalações elétricas ou indus


triais, têm-se correntes muito intensas para a terra, através de ele T

M. mentos "aterrados" (torres e estruturas, por exemplo), comfenomenos em


parte semelhantes aos de curto-circuito a frequência industrial, com a
possibilidade de originarem correntes através do corpo de pessoas, e*
portanto, risco quanto a segurança. Este aspecto nao e em geral anali
sado, pelo menos com uma atitude similar ã segurança para curto-circuT
tos a frequência industrial.

A causa da diferença de atitudes é, talvez, consequência, por um lado,


da maior complexidade dos fenomenos ligados a descargas atmosféricas,'
e, por outro lado, da atitude subjetiva de considerar as descargas a_t
mosf ericas como fenomeno "natural", aceite passivamente e considerado,
de certa forma, de "força maior".

Cabe ressaltar que, noutros aspectos de estudo de sistemas elétricos ,


as descargas atmosféricas sao sistematicamente consideradas, natural
mente de forma estatística. 2 o caso, por exemplo, do projeto de li
nhas de transmissão, em que as descargas atmosféricas sao condicioname£
to usual de otimização, no que respeita a tipo e disposição de cabos
pãra-raios, nível de isolamento, aterramento de torres e vao.
Em regiões de nível isoqueraunico elevado, como sucede em grande parte
do Brasili

a. 0 numero de descargas atmosféricas, por exemplo numa subestação, é


da mesma ordem de grandeza do numero de curto-circui tos a frequência
industrial, com correntes para a terra da mesma ordem de grandeza
ou superiores.

b. No caso de linhas de transmissão, o numero de descargas atmosféri


cas com correntes injetadas no solo, através das torres, elevadas (da
ordem de grandeza ou superiores ãs correntes de curto-circuito para
a terra) é, em geral, muito superior ao numero de curto-circuitos
para a terra.

Portanto sõ será justificado nao considerar as descargas atmosféricas,


quanto a segurança de pessoas, se a probabilidade de uma descarga at
mosférica originar acidentes for sensivelmente menor que a probabilida
de de um curto-circuito para a terra, a frequência industrial, originar
acidentes. Suponho que, pelo menos a priori e em geral, nao é esse o
caso.

Justifica-se, portanto, a analise das condiçoes de segurança de subes


taçoes, usinas, linhas de transmissão e instalações indus triais, quanto
a descargas atmosféricas.

2.3-72
Este tipo de analise tem, basicamente, as seguintes dificuldades:

a. Imprecisão, quanto as solicitações admissíveis pelas pessoas, pois,


para fenomenos rápidos, do tipo dos associados a descargas atmosfe
ricas, ha bastante menos informações que no que respeita a frequên
cia industrial.

b. Dificuldade de cálculo e simulaçao, em consequência de nao serem a


plicaveis, para fenomenos rápidos, grande parte das simplificações
explicitas ou implícitas nos métodos de cálculo de condiçoes de se
gurança a frequência industrial.

Apresentam-se, neste artigo, alguns aspectos básicos do problema em


causa.

1. LIMITES ADMISSÍVEIS PARA A SOLICITAÇÃO A QUE UMA PESSOA PODE SER SUBME
TIDA

Mesmo no caso de frequência industrial, há alguma imprecisão quanto ás


solicitações eíetricas admissíveis pelas pessoas. Para fenômenos do
tipo dos correspondentes a correntes de curto-circuito eliminadas em
cerca de um segundo ou menos, e á parte fenômenos consequenciais , o
condicionamento básico mais restritivo, sob o ponto de vista de segu
rança, é o correspondente a fibrilaçao ventricular. Há alguma disper
sao quanto aos limites admissíveis, sob o ponto de vista de segurança
de pessoas.

Diversas publicações, em grande parte por influência dos trabalhos de


Dalziel, consideram, para frequência industrial, uma relaçao entre o
valor eficaz, I_, da corrente através do corpo, e a duraçao correspon
dente, _t, para pequena probabilidade de fibrilaçao ventricular, do tipo
2
1~ . t = K (1-1)

sendo K constante.

Esta relaçao tem sido aplicada numa larga gama de valores do t. Há


que notar, todavia, que, com base na interpretação dos mecanismos bio
lógicos associados á fibrilaçao, e incorreto aplicar esta relaçao para
velozes de _t sensivelmente menores que o período cardíaco (como limi
te, cerca de •— desse período, ou seja, cerca de 0,3 s) , e, muito pro
vavelmente, para tempos inferiores ao período cardíaco (cerca de
0,8 s) .Aparentemente, o critério, em vez de baseado num produto
.
1ÿ t constante, deverá ser baseado numa relaçao I, _t limite do tipo
da indicada aproximadament e na figura 1-1, (em escalas logarítmicas de
_I e de Jt) , tendo-se, para valores baixos de t (mas para grandezas a_l
ternadas a frequência industrial, para t superior ao "período" corres_
pondente, ou seja, 17 ms para 60 Hz), _I aproximadamente independente
.
de t, para uma região intermediária, produto _I _t aproximadamente cons
tante, e, para valores elevados de _I_ aproximadamente independente
de _t. Nota-se que, para valores elevados de t (superiores a alguns
segundos), o condicionamento limitativo e a tetanizaçao muscular, o
que implica considerar correntes admissíveis sensivelmente inferiores
ao limiar de fibrilaçao ventricular.

2.3-73
As relações do tipo (1-1) propostas inicialmente por Dalziel, para pro
habilidade 0,5% de fibrilaçao para homens adultos correspondiam
K = 0,027 A2s .
Posteriormente, com base era criticas de Lee, Dalziel e Lee propuseram
o valor K = 0,0135 A2s, correspondente a, para t =1 s, I =0,116 A, que
e frequentemente usado em normas e publicações norte-americanas.

Em favor da plausibilidade da relaçao (1-1), apresenta-se com frequên


cia o argumento de, para corrente através de uma resistência R cons
tante, a mesma implicar um efeito função da energia (para combinações
diferentes I_ e jt) .
Todavia, o mecanismo de fibrilaçao ventricular es
tá, basicamente, associado ao sistema autocontrolado das correntes elj3
tricas que, através do sistema nervoso, provocam a contraçao do museu
lo cardíaco. As correntes de origem externa através da região cardia
ca provocam uma perturbação do sistema de controle, com a possibilidaÿ
de de se passar para outro "modo" de funcionamento, também estabiliza
do após desencadeado, e que corresponde a fibrilaçao ventricular. Ha
um intervalo crítico do período cardíaco (da ordem.de um terço do pe
ríodo) em que a sensibilidade a uma corrente elétrica perturbadora e
elevada. Fora desse intervalo, o limiar de perturbação do sistema el£-
tronervoso e bastante maior, e, na faixa do período cardíaco de menor
sensibilidade, a corrente limiar de perturbação é cerca de vinte vezes
superior a corrente limiar no período crítico. Assim, correntes relja
tivamente intensas mas que nao envolvam o intervalo de tempo crí tico,
podem nao provocar fibrilaçao. Desta forma, para correntes de curta
duraçao (em relaçao ao período cardíaco) , para instantes aleatórios de
aplicaçao, o mecanismo estatístico é,pelo menos, bimodal , nao sendo
adequado considerar distribuições do tipo da distribuição normal ou
log-normal unimodal.

Para correntes correspondentes a cerca de 1 a poucos períodos cardía


cos (cerca de 0,8 a 3 s) , há um ef ei to cumulativo dos sucessi vos "sinais"
perturbadores no mecanismo de controle, que tem como resultado baixar
a corrente limiar de perturbação. Associando este fato, de modp sim
plista, a um efeito de tipo "integrador" do sistema de controle nervo
,
so, tem-se, aproximadamente uma relaçao do tipo

I .t = k (1-2)

que, em ordem de grandeza, tem sido verificada exper imentalraente (numa


faixa intermediária de valores de t, da ordem de 1 a 3 s) .
Para valores elevados de t (superiores a cerca de 3s), por efeito das
constantes de tempo do sistema "integrador", atinge-se um limiaL de
corrente de fibrilaçao.

Desta forma, em vez de relaçao do tipo (1-1), é mais razoável conside


rar relaçao entre I e _t do tipo da da figura 1-1.

Cabe notar, aliás, que tem sido propostas, com mais ou menos variantes ,
relações deste tipo, nomeadamente por Osypka, Geddese Biegelmeier. Es
te ultimo propoe uma relaçao

I= A para t < 0,2 s (1-3)

2.3-74
I - B para t > 2 s (1-4)

C
I = -
t
para ,
0 2 < t < 2 s (1-5)

Além dos aspectos anteriomiente referidos, quanto as restrições de tipo


f enomenolõgico à aplicabilidade da relaçao (1-1), nota-se que as dij;
tribuiçoes estatísticas experimentais, em animais, foram, em geral, ji
proximadas por distribuições normais (de Gauss) para determinar os vji
lores correspondentes a probabilidade da ordem de 0,5% de fibrilaçao.

Procedemos, há alguns anos, a uma análise estatística de alguns dos re


sultados experimentais publicados, e que serviram, de base aos traba
lhos de Dalziel. Verificámos que, pelo menos em grande parte dos ca
sos, e tao ou mais adequada uma distribuição log-normal, o que, para
alguns processos fisiológicos associados a comportamento de sistema
nervoso, e, em princípio, mais plausível que uma distribuição normal.
Com o ajuste log-normal obtêm-se diferenças em relaçao aos valores que
serviram de base ao ajuste feito por Dalziel.

Verificámos, também, que, em alguns casos* é patente o caráter multimo


dal das distribuições de corrente de fibrilaçao ventricular, o que,
de certa forma, invalida o uso de ajustes unimodais, considerados fr£
quentemente, para determinar ou estimar valores de probabilidade da
ordem de 0,5%.

Por outro lado, em parte dos ensaios com animais, a corrente aplicada
foi aumentada sucessivamente até provocar fibrilaçao, com intervalo re
lativo apreciável entre valores sucessivos de corrente. Em virtude
da limitada informação publicada, nao nos foi possível fazer uma veri
ficação cuidadosa. Todavia, é de admitir que, pelo menos em grande
parte dos casos, a relaçao entre valores sucessivos crescentes de cor
rente tenha sido da ordem de 1:2.

Suponhamos o caso de valores de t reduzidos (da ordem 16 ms , por exem


pio), e de instantes de aplicaçao nao sincronizados com o -período ca£
díaco. Consideremos, a título meramente ilustrativo, o seguinte exemplo
estilizado. Seja um animal com limiar de fibrilaçao 1ÿ (valor suposto
1
nao estatístico), durante — do período cardíaco e I2 = 10 •II dura£
te os restantes
2
, consideremos Uma sucessão
—— e
.
~ de aplicações, de va

lor ln = 2n . I0,
com n = 1; 2; 3; ...,
sendo ID, por exemplo, igual a
.
0,8 Iÿ. Num numero muito elevado de determinações para avaliar o li _
miar de fibrilaçao, If, ter-se-ia a seguinte distribuição experimental
de probabilidade

Tf P
X1
1,6 0,333
3,2 0,222
.6,4 0,148
12,8 0,297

2.3-75
0 vaj.or médio da corrente If, estimado diretamente por este ensaio, se
.
ria Ig = 5,985 If (quando o valor correto seria 3,667 If), o desvio .
quadrático médio, estimado diretamente, seria a = 4,682 .If (quando o
.
valor correto seria 1,886 If), e o resultado da estimativa do valor de
probabilidade 0,5%, por ajuste de curva normal, seria "negativo" (va
lor eficaz) quando o valor correto seria da ordem de If ("ligeiramente
inferior") .
Este exemplo, naturalmemte muito estilizado, mostra o risco de uso sim
plista de interpretação estatística de resultados experimentais, sem as
precauções correspondentes as condiçoes particulares de ensaio, e sem
a consideração dos vários aspectos que afetam a amostra estatística,,
em geral, e, em particular, no que respeita à relaçao entre o instante
de aplicaçao da corrente e o período cardíaco (pelo menos para to, 1 s).

Para correntes (através do corpo humano) de tipo impulsivo, do genero


das associadas a descargas atmosféricas, a informação disponível, quari
to a efeitos fisiologicos em pessoas e animais, é extremamente es cas
sa, o que cria uma incerteza bastante maior que para fenômenos a fre
quencia industrial.

Em estudos recentes em que o problema é analisado, é frequente tomar


3
como base um artigo de Dalziel (3 1 » publicado em 1953, e que se fun
damenta num numero muito reduzido de ensaios com cães e na análise de
alguns acidentes com pessoas (nomeadamente em laboratórios, cora descar
ga de capacitores através da pessoa acidentada e a maioria dos quais
nao fatais), em relaçao aos quais, a partir das caracterís ticas físi.
cas dos circuitos envolvidos, Dalziel procurou estimar parâmetros das
descargas. A partir dessa análise, Dalziel sugeriu uma relaçao entre
o valor "inicial" da corrente de descarga, I0, e a constante de tempo
da descarga, TQ, para limite de condiçoes "razoavelmente seguras", do
tipo

I2o . T
o
= K
o
(1-6)

com K
o
= 0,108

A2s.
Admitindo variaçao exponencial da corrente, i, no tempo, esta relação
é equivalente a
2
fi dt =I (1-7)
K1
com K
1
= 0,054 A2s.
Basicamente, este valor seria aproximadamente duplo 'do valor correspon
dente ao valor de K = 0,027 Aÿs, para a relaçao (1-1), adotado inicial
mente por Dalziel para correntes alternadas de frequência industrial,
justificando Dalziel o fator 2 pela maior suportabilidade a correntes
de tipo unidirecional que para correntes oscilatórias (com uma relação
da ordem de 2) .
A coerencia com a relaçao (1-1) (â parte o fator 2)
daria confiança a extrapolaçao da mesma, mesmo para fenômenos mui to
rápidos, com constantes de tempo da ordem de 1 ps.

Sem prejuízo do trabalho extremamente meritório de Dalziel, para anali

2.3-76
sar os fenomenos ocorridos etn acidentes concretos, julgo dever apresen
tar algumas restrições aos resultados a que chegou. Utn primeiro as
pecto, prende-se ao fato de ter considerado a resistência do corpo da
pesçoa 500 fi. 0 valor menor que dentro da faixa usual a frequência in
dustrial, e motivado pelo "decrescimento" da resistência do corpo com
a corrente. Por exemplo, para parte dos acidentes analisados, em que
a resistência do circuito é muito menor que R, desprezando as perdas
no circuito, sendo a resistência do corpo e W a energia do capacitor
"descarregado", através do corpo, tem-se
W = /R i2dt (1-8)

Considerando como exatos os valores determinados por Dalziel, para W,


o valor de /iÿdt será, nesses casos
2,
r. dt
/l - -R-
- W (1-9)

Portanto, se se admitir um valor de R mais elevado, ter-se-ia um valor


de /iÿdt menor que o obtido por Dalziel, e inversamente.

Cabe, todavia, notar que, uma coisa é estabelecer um valor de R para


cálculo de. condiçoes de segurança (o que implica considerar um valor
que seja excedido na maior parte dos casos), e, outro, ê estimar o
ocorrido em acidentes concretos, em que R poderá ser superior ou inf£
rior ao valor médio. É, neste ultimo sentido que o fato de se arbi
trar R 500 £1 é bastante questionável.

Outro aspecto, é o numero extremamente reduzido de acidentes analisa


dos (13) e em condiçoes particulares muito diferentes, originar, neces
sariamente, uma grande imprecisão na extrapolaçao para condiçoes de
"baixa probabilidade" de fibrilaçao (da ordem de 0,5%).
Por outro lado, em grande parte dos acidentes analisados, embora na
maioria nao fatais, as consequências podem classificar-se de "severas"
(perda de consciência, hospitalização, perda parcial da visão, marcas
de descarga). Alem disso, dos 12 casos nao fatais cujos parâmetros
foram especif icamente estimados por Dalziel, três estariam abaixo da
curva limite sugerida (mas nao muito abaixo). Desses tres, num deles
a vítima ficou com fortes dores de cabeça durante três dias, noutro fi
cou semi-inconsciente durante cerca de 5 min, noutro ficou uma marca
de queimadura num sapato e a vítima queixou-se de diversos sintomas di
fusos. Alem disso, no 139 caso, esse fatal, o valor de / i2dt
estimado
por Dalziel foi 0,047 Aÿs (portanto abaixo do valor do critério limite
proposto para descargas impulsivas), o que Dalziel associa o fato de
se tratrar de uma descarga oscilatória, para a qual o limite de / iÿdt
seria metade do limite para descarga unidirecional.

Sementrarno mérito do pormenor da análise referida, sou de opinião que:

a. É duvidoso que o critério de segurança, para fenômenos de tipo im


pulsivo, seja traduzível por um valor unico do parâmetro / iÿdt como
limiar de segurança.

b. Mesmo que, para efeitos de fibrilaçao ventricular, fosse representÿ

2.3-77
.2 .
tivo um limiar de /i dt, referido a corrente na região cardíaca, pe
lo menos para pequenas constantes de tempo (num dos doze casos ana
lisados, cerca de 1 ps) a proporção de corrente através da região
cardíaca é certamente muito diferente da correspondente a fenômenos
relativamente lentos, e nao seria aplicável relaçao similar à cor
rente total através do corpo.
c. Para fenomenos bastante rápidos, há efeitos fisiológicos diferentes
da fibrilaçao ventricular que, so por si, aconselhariam limites de
corrente (em função de T0 ouT ) inferiores aos propostos por Dal
ziel .
d. Mesmo admitindo como representativo um critério de suportabilidade
baseada em /iÿdt, o valor indicado por Dalziel para este parametro
seria francamente exagerado.

Noto que, aparentemente apenas com base na analise de Dalziel, um t ra


balho em que, alias, se encontram vários outros erros grossei
ros, alguns nao sujeitos a qualquer subjetivismo, qualifica de segura
a condição classificada por Dalziel como "razoavelmente segura", e con
sidera como zona perigosa a correspondente a valores de /iÿdt 100 ve
zes mais elevados que o limite sugerido por Dalziel (para " razoãve 1
segurança"). Refiro este fato, extremamente lamentável, apenas para
alertar quanto ao risco de usar, sem analise cuidadosa, critérios ou
valores de fontes "a priori" acima de qualquer suspeita.

Naturalmente, nao pretendo neste artigo concluir quanto a critério de


segurança admissível para correntes de curta duraçao. Julgo, todavia,
com base na incompleta informação existente, que, para correntes de ti
po impulsivo, da forma aproximada
0 para t < 0
r =
I
o
. e -t/T0 para t > 0 (1-10)

e sendo

/i2dt -» 2
I2o T
o
= I (1-11)

e para T < 10 ms ou < 5 ms , é razoável admitir, como ordem de gran


deza do limiar de condiçoes extremas admissíveis, sob o ponto de vista
de segurança, o seguinte critério orientativo (figura 1-2):

a. Para 1 ms < T < 10 ms ou 0,5 ms < T < 5 ms


o

I < 1 A (1-12)
o

b. Para T < 1 ms ou < 0,5 ms


o

I
2
o
. T
o
< 1 . 10-3 A s
2
ou I
2
o
. T.1 < 0,5 . 10-3 As2 (1-13)

A diferença entre os domínios a. e b. corresponde a, no primeiro, con


siderar um limite de amplitude de corrente, associado a eventual fibri
laçao ventricular, e, no segundo, considerar que, devido às pequenas

2.3-78
constantes de tempo envolvidas, ha uma redução da relaçao entre a cor
rente na região cardíaca e a corrente através do corpo (pelo menos na
proporção de /fÿ) , havendo, alem disso, limitações associadas a
"queimaduras" em pontos de contato ou efeitos de "destruição"
associados a
externas
/1 dt.

No que respeita à resistência do corpo, R, (excluindo "resistência de


contato" com o solo, se aplicável) e razoável considerar um valor em
função da tensão aplicada ao corpo, em correspondência com o que tem
sido amplamente demonstrado em ensaios. Interessando valores "baixos"
dentro da faixa de situações nao extremamente improváveis, sugere-se
tomar como base um valor, R, função da tensão maxima, U, aplicada ao
corpo durante a descarga, com uma relaçao entre R e U do tipo (a parte
condiçoes ambientais ou de contato particularmente desfavoráveis)

R em 12
R = 2,9 . 103-0
. U ’2 (1-14)
U em V

2. CARACTERIZAÇÃO DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

As características das descargas atmosféricas ,_em termos estatísticos,


podem considerar-se razoavelmente conhecidas [_13 - 15ÿ] .
Aliás, e com
base nesse fato que podem ser, e sao-no, em muitos casos, definidos o
comportamento de linhas de transmissão e distribuição e subestações,
quanto a descargas.

Basicamente, desde que se considerem separadamente as descargas positi


vas, os primeiros impulsos das descargas negativas, e os impulsos sub
sequentes ao primeiro, nas descargas negativas, tem-se comportamentos
estatísticos razoavelmente definidos, sendo grande parte dos pa rame
tros físicos mais relevantes tratáveis como variáveis estatísticas de
distribuição log-normal, no que respeita a descargas diretasÿ no solo.

Por outro lado, a definição das distribuições de parâmetros de descar


gas incidentes em linhas, subestações, usinas e instalações indus
triais, quer em termos globais, quer no que respeita a cada tipo de
elemento (por exemplo, elementos em tensão, torres, cabos pára-raios)
pode ser obtida, com relativa confiança, a partir do "modelo eletrogeo
métrico", a partir dos programas da série TIRG, ou metodologia similar
Cu - n],
Há, naturalmente, nao so alguma imprecisão, como também a necessiHaHo
de escolha criteriosa de parâmetros e métodos de cálculo. Cabe notar
que surgem, por vezes, na literatura técnica, métodos absolutamente
incorretos e susceptíveis de induzir a erros grosseiros.

Convém salientar que a distribuição estatística de parâmetros inciden


tes numa linha ou subestação pode ser apreciavelmente diferente da di"s
tribuiçao estatística do mesmo parametro, para correntes no solo. As
sim, por exemplo, no caso de linhas e subestações de muita alta teri
sao , tem-se, frequentemente, uma proporção relativa mais elevada de
descargas de muito alta amplitude, e que, no caso de torres ou estrutu
i

2.3-79
ras anormalmente elevadas, se pode ter uma proporção mais elevada de
descargas de polaridade positiva.

A partir de informação especifica sobre densidade de descargas no so


lo, na região em causa, ou, na sua falta, por correlação com o níve 1
isoqueraunico, e da analise atrás indicada, é fácil, segundo métodos
aplicados com bons resultados em muitos estudos, obter o numero medio
(em termos estatísticos ou de esperança matemática) de descargas atmos_
firicas por ano, e, portanto, a probabilidade de, em determinado nunm
ro de anos, se ter uma descarga atmosférica com determinado parametro
excedendo determinado valor.

Desta forma, mesmo dentro de uma análise de tipo determinís tico , em


que se procura um critério de tipo simplista de "fixar" uma condição,
ou um numero muito pequeno de condiçoes, para cálculo de condiçoes de
segurança, é viável uma ideia aproximada da probabilidade de essa cori
dição ser excedida.

Por exemplo, para um caso concreto, semelhante a um exemplo tratado em


Ql5[] , para uma linha de 500 kV, tem-se (em termos estatísticos) o se
guinte numero de ocorrências, por 100 km de linha e por ano , em que o *
parametro indicado excede o valor assinalado:

Numero médio de ocorrências por


100 km de linha e por ano

Primeiros impulsos de Descargas Total


descargas negativas positivas

Amplitude de corrente,I
> 0 164 18 182
>_ 50 kA 54 7,3 61
_> 100 kA 8,2 3,6 12
> 150 kA 1,3 2,2 3,5
,9
Parametro /i dt
_> 105 A2S 59 15 74
_> 106 A2S 3,3 7,3 11
> 10? A2S 0,33 1,5 1,8

Como se verifica, o numero de descargas atmosféricas relativamente in


tensas, numa linha de transmissão, pelo menos em região de nível iso
querâunico elevado, como sucede na maior parte do Brasil, ê bastante
superior ao numero de curto-circuitos para a terra, a frequência indus
.
trial [[tipicamente da ordem de 1/(100 km ano), e exceto eventualmente
proximo dos terminais, com amplitude sensivelmente inferior a 50 kA[] .
No caso de uma subestação "média", tem-se, tipicamente, cerca de 1 des
carga atmosférica por ano (em termos estatísticos), o( que é da ordem
de grandeza do número de curto-circuitos que impliquem correntes eleva
das para a terra, a frequência industrial, através da malha da subesta
* çao (tipicamente, ou na propria subestação, ou em linhas de
sao, na proximidade da subestação).
transmis

n.n-no
3. DETERMINAÇÃO DAS CORRENTES PARA A TERRA, ATRAVÉS DAS TORRES DE LINHAS
DE TRANSMISSÃO

No caso das descargas atmosféricas em linhas, para efeitos de seguran


ça'de pessoas, interessa, basicamente, a corrente para o solo, através
de uma estrutura ou torre, a qual, no caso de linhas com cabos pára-
raios, é diferente da corrente total de descarga, mesmo que a mesma in
cida na torre. A partir das caracterí sticas da descarga atmosférica
(numa torre ou cabo de guarda), do aterramento da torre e da propria
torre, é viável, por exemplo usando os programas da serie TIRG, carac
terizar a descarga para o solo £l5].

Nota-se que e importante considerar, não a resistência de aterramento


da torre, a baixa frequência, mas a impedância (nao constante) para
efeitos de fenomenos rápidos. Esse cálculo pode ser feito, por exem
pio, a partir do modelo da malha de terra no solo, em função da frê
quencia, representando a malha por um modelo que considere os modos do
minantes de propagaçao no solo, a alta frequência e que nao sao, em g£
ral, nem o modo 0, tipo "corrente continua", dominante a frequência i_n
dustrial, nent o modo 1, tipo "transversal eletromagnético", mas modos
de ordem superior. Alguns dos métodos de cálculo correntemente usa
dos, por nao levarem em conta esse fato, sao inconsistentes e podem
conduzir a erros grosseiros.

Em geral, a "impedancia" (em termos de "operador") para fenomenos rapiÿ


dos em regime linear (dependente da geometria do circuito de aterrameri
to, e da resistividade e permitividade do solo) e sensivelmente mais
elevada que a resistência a baixa frequência. Em vários casos concre
tos, simulados por meio do programa ZENT, verificou-se que a impedan
cia de aterramento (por exemplo, em termos da frequência, ou de opera.
dor função do tempo, para resposta a um escalao) depende acen tuadamen te
das condiçoes particulares, nao sendo viável, nem em ordem de grandeÿ
za, admitir características ou fatores de correção típicos.
,

No caso de correntes muito intensas, solos de alta resistividade e ci_r


cuitos de terra com pequena superfície de contato com o sôlo, pode-se
justificar a consideração dos efeitos do comportamento nao linear do
solo, nas regiões onde, em virtude de o campo elétrico atingir valores
muito elevados, ocorra a formaçao de arcos no solo. Também, quanto a
este aspecto, discordo inteiramente de, exceto em condiçoes muito pa_r
ti.culares , usar fatores de correção supostamente típicos, uma vez que
este tipo de fenomeno depende de muitos parâmetros, podendo ter in
fluência muito diferente, até em casos aparentemente semelhantes.

Basicamente, em geral, no caso de linhas com cabos para-raios, a cor


rente para o solo através de uma torre, tem, quer uma amplitude, quer
parâmetros do tipo /idt e / iÿdt, sensivelmente menores que os da de_s
carga . A relaçao entre os parâmetros da corrente para o so Lo, numa
to rre , e os parâmetros correspondentes dn descarga atmosférica dcpen
de, naturalmente, quer da forma da descarga, quer das características
da linha. Julga-se justificada uma análise específica para cada caso.
Numa situação específica, por meio do programa PROPA em condiçoes nao
extremas dos parâmetros, obteve-se uma corrente na torre de ampli
tude entre cerca de 0,1 e 0,8 vezes a amplitude de descarga, e parame
tro fiZdtentre cerca de 0,03 e 0,3 o parâmetro / iÿdt da descarga.

2.3-81
Consideremos, apenas para base de raciocínio, uma descarga atmosférica
caracterizada por amplitude Ip = 100 kA e = 10ÿ Aÿs , e suponhji
mos fatores de redução destes parâmetros, para efeitos de corrente nu
nfa torre, 0,5 e 0,1. Nessas condiçoes, a corrente no aterramento da
torre seria caracterizável por uma amplitudeI = 50 kA e /iÿdt = 10ÿ Aÿs.
Admitamos, também apenas para fixar ordens de grandeza, que o aterrja
mento da torre se comporta como uma resistência constante, 10 íl, e que
uma pessoa, na vizinhança da torre (em condiçoes "de toque" ou "de pasÿ
so") e submetida a uma tensão igual a 10% da tensão da base da torre
em relaçao a um ponto remoto, e que a soma da resistência do corpo da
pessoa e da resistência equivalente de contato com o solo e 1 kíl. Nes
tas condiçoes, a corrente através do corpo da pessoa seria caractel »

zável, aproximadamente, por uma amplitude I = 50 A e um parametro


/iÿd t = 0,1 Aÿs. Trata-se, obviamente, de uma situaçao francamente pj:
rigosa sob o ponto de vista de segurança.

4. DETERMINAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TENSÃO E DE CORRENTE A QUE UMA PESSOA


POSSA SER SUBMETIDA, EM CONSEQUÊNCIA DA DESCARGA

No caso de uma corrente intensa para o solo, em consequência de descar'


ga atmosférica, quer numa torre, quer numa subestação, usina ou insta
laçao industrial, as correntes no solo originam campos elétricos e ten
soes, quer entre pontos do solo, quer entre estruturas ou elementos
aterrados e pontos do solo.

Uma pessoa que, por exemplo entre uma das maos e os pes (condição de to
que), ou entre os dois pés (condição de passo), "ligue", através do cor
po, pontos entre os quais exista uma tensão, terá o corpo atravessado
por uma corrente. Interessa que os parâmetros dessa corrente (porexem
pio: amplitude, duraçaq / idt, / iÿdt) nao impliquem risco inaceitável ,
quanto a segurança da pessoa.

Trata-se de uma situaçao de certa forma semelhante à que ocorre no ca


so de um curto-circuito para a terra, a frequência industrial. Nes te
último caso, com aproximaçao em geral satisfatória Ql
7 , o campo ele
tromagnetico pode ser calculado por condiçoes análogas ãs de regime es
tacionario, sendo viável, por processos computacionais, por exemplo
com o programa MÍER, e desde que as condiçoes geométricas e caracterís
ticas do solo sejam razoavelmente conhecidas, calcular as tensões de
passo e de toque, e verificar se sao ou nao satisfeitos os critérios
de segurança. Por exemplo, no caso do programa MTER, o calculo pode
ser, dentro das referidas hipóteses, praticamente "exato".

No caso de fenomenos rápidos, do tipo dos associados a descargas acinos


fericas, a aproximaçao estacionária nao é aplicável, e há necessidade
de usar métodos bastante diferentes, levando em conta os modos dominan
tes de propagaçao.

Nao dispomos de programas que, com o mesmo rigor do programa MfER, per
mitam simular uma malha complexa, para efeitos de fenômenos transito
rios. Desenvolvemos o programa ZENT que, com algumas limitações e es
tilizaçoes, permite uma análise aproximada, com os menores erros prati
camente viáveis com os condicionamentos tecnológicos atuais. T rata-
se, basicamente, de um método de análise híbrida f requência-tempo .
2.3-82
Com este programa, e dentro das citadas limitações, é viável caracteri
zar a "resposta" de um circuito de aterramento a uma descarga em forma
de escalao, e, em consequência, de forma arbitraria (dentro da hipot£
se 'de linearidade).

Por meio dos programas da serie ZENT , TIRG e MA, e possível, no caso
de linhas de transmissão, levar em conta o comportamento dos aterramen
tos, na forma da corrente injetada no solo, para uma forma arbitrária
de corrente de descarga.

Variando a localizaçao dos pontos de descarga e os parâmetros de co£


rente de descarga, ê viável caracterizar a relação entre as tensões de
passo e de toque (em função do tempo) e a corrente de descarga, e, em
consequência, definir as condiçoes de forma de corrente de descarga
que conduzem a ser ou nao respeitadas determinadas condiçoes de segjj
rança.

A partir das caracteris ticas estatísticas das correntes de descarga,


ê viável, em, termos probabills ticos , qualificar o "risco" de
ate ou
"probabilidade" de nao serem respeitadas as condiçoes de segurança.

Nota-se que, de acordo com os resultados obtidos em alguns casos cori


eretos, a relaçao entre as tensões de toque e de passo, para descargas
rápidas, e para corrente a frequência industrial, no caso de igual va
lor de corrente nos dois casos, depende muito acentuadamente das carac
terlsticas particulares da malha de aterramento, e da forma da corren
te de descarga.

A titulo exemplif icativo, apresenta-se, nas figuras 4-1 a 4-3, a rela


çao, Z(t), entre a tensão, u(t), entre o ponto de injeção de corrente
na malha e um ponto remoto, no instante _t, e a corrente injetada,
para _i nula para t < 0 e constante e igual a I para t > 0, em três ca
sos concretos de subestações com caracteristicas bastante diferentes.

Tem-se curvas do mesmo tipo para a relaçao, Za(t), entre a tensão ua(t)
entre dois pontos particulares do solo ou entre o solo e um elemento
aterrado, e a corrente i.

Para uma forma definida de corrente de descarga, de forma arbitrária,


por integração, obtem-se a tensão a que uma pessoa fica submetida, se
"ligar" esses dois pontos através do corpo (na ausência de corrente
traves do corpo) .
Sendo R a soma de resistência do corpo e "resistência de contato" com
o solo, para a condição aplicável, a corrente através do corpo, ia > e

1a =
ua
R
Determinada ia(t), ê imediata a verificação de serem ou nao satisfe_i
tas as condiçoes de segurança.

Por aplicaçao sucessiva e iterativa, ê concei tualmente bastante fácil


determinar os parâmetros da corrente de descarga correspondente ã veri
ficaçao de determinado critério de segurança, e, em consequência, a i

2.3-83
probabilidade de ocorrência de descargas atmosféricas para os quais
nao seja verificado o critério de segurança.

Na-figura 4 - 4 representa-se o modulo, |z|, da impedância de aterramcn


to de uma torre, em função da frequência, em três hipóteses correspon
dentes a igual resistência a frequência industrial, e solo idêntico
(p = 800 fim, er = 15) .
Como se verifica, tem-se comportamento, para
efeitos transitórios, bastante diferente nos três casos.

5. EXEMPLO DE APLICAÇAO

Apresentam-se alguns resultados correspondentes ao caso de uma subesta


çao particular, com o solo uniforme, de resistivi dade 1000 fim e permi
tividade relativa 15.

2
Procurou-se analisar a relaçao entre /i dt da corrente de descarga, i,
.
e /
mada.
i£dt
da corrente através do corpo, ic, de forma paramétrica aproxÿ

Tomou-se como base relações do tipo

/i2dt =
1
• /u2dt =
1
• h . /i2dt =
1
• k . H./i2dt
c
R2 R R

/u2dt
M
= H . / i2dt
sendo R a resistência equivalente da pessoa, para as condiçoes aplica
veis (resistência do corpo entre pontos a que e aplicada a tensão e
resistência de contato equivalente com o solo), suposta constante (ou
representada por um valor médio ponderado) , _u a tensão entre os pontos
"ligados" pela pessoa, na ausência da pessoa, _U[q a tensão entre o pon
to da malha onde incide a descarga atmosférica e um ponto remoto.

Consideraram-se descargas atmosféricas da forma (sendo _t o tempo)

i = 0 para t < 0
t
a — =r-
f
e 1
i =I para 0 < t <
o
e
a
1
Tf

T
i =I
o
. e
e
para T. < t < 2
f
. Te + T
f
3.T +T - t
i =I
e f
para 2 . Te + T jr<t<3.T +Trf
o
e2 . T e f e

i = 0 para t > 3 . T e + Tf

2-3-R4
Obtiveram-se, nomeadamente, em função de Tf e Te, valores do parametro
li, referidos ã condição critica de tensão de toque, representados na
figura 5-1.

A tensão de toque máxima a que uma pessoa pode ser submetida, dentro
da malha, para valores medianos dos parâmetros de forma da des carga
(tendo o coeficiente numérico, para cerca de 90% das descargas, valo
res entre cerca de metade e do dobro do valor indicado) , e da ordem de

Ut = 4,26 n . í

sendo í a amplitude da descarga.

Considerando, para um cálculo expedito, valores medianos dos par ame


tros da "forma" relativa das descargas atmosféricas, tera-se, aproximai
dainente para condiçoes criticas de tensão de toque, para primeiras des
cargas negativas, Jr = 36 , e, para descargas positivas, h = 23 .
Tem-se, aproximadamen te , os valores do parametro /i dt com diversas
probabilidades de ser excedido indicados no quadro 5-1.

Nas condiçoes em causa, considerou-se, razoável admitir R = 3 500 íí.


Tem-se, portanto, valores aproximados de / iÿdt, referidos
a corrente através do corpo, para uma pessoa que se encontre em condi
çoes criticas de tensão de passo, da ordem de 2,94 10~6 e 1,88 10 . .
vezes o valor de /iÿdt da descarga, respectivamente para primeiras des
cargas negativas e descargas positivas.

Admitindo que cerca de 10% das descargas sao positivas, tem-se que,
em cerca de metade das descargas, / iÿdt, excede cerca de 0,2 Aÿs , e,
em cerca de 20% das descargas, cerca de 1,0 Aÿs.
A amplitude da corrente através do corpo, í c » para uma pessoa que se
encontre na referida situaçao critica, está, aproximadament e , relacio
nada com a amplitude da corrente de descarga, I, para valores medianos
dos parâmetros de forma da descarga, por ,

Tc 1.2. 10“3 . I
e, atendendo a que o valor mediano da corrente de descarga e, neste ca
so, cerca de 35 kA (para primeiras descargas negativas e descargas p£
sitivas), há cerca de 50% de probabilidade de, nas referidas condiçoes,
I exceder cerca de 42 A.
Os valores anteriores mostram que uma descarga atmosférica ocorrendo
na subestação, numa altura em que uma pessoa se encontre em situaçao a.
proximadamente crítica de tensão de toque, tem e levada prob abi1idade de
risco (quer sob o aspecto de condiçoes em que o risco seja limitativo
de Tc,. quer de /iÿdt) .
Portanto, nas condiçoes particulares deste exemplo, a ocorrência de
uma descarga atmosférica submete uma pessoa que se encontre na região
e em condiçoes aproximadamente críticas, quanto a tensão de toque, a
condiçoes inadmissíveis sob o ponto de vista de segurança, muito mais
severas que as usualmente admitidas, quanto a ocorrência similar, mas
a frequência industrial.

2.3-85
A probabilidade de ocorrência de descarga atmosférica, nesta subesta
çao, e mais elevada que a de um curto-circuito para a terra a frequên
cia industrial, com corrente elevada injetada no solo. Por outro lado,
para as condiçoes de curto-circuito para a terra mais desfavoráveis, a
frequência industrial, estava-se, nesta subestação, dentro de limites
razoáveis de segurança de pessoas, quanto a tensões de toque e de passo.
Na hipótese de critérios de risco similares, quanto a correntes para a
terra a frequência industrial, por um lado, e descargas atmosféricas,
por outro, o condicionamento de longe mais restritivo, neste exemplo,
sao as descargas atmosféricas, sendo portanto justificado:

a. Na medida do viável, corrigir em consequência a malha de terra.

b. Identificar as zonas da subestação em que nao sejam satisfeitos os


critérios de segurança, quanto a descargas atmosféricas, e tomar me
didas que impeçam o acesso de oessoas a essas zonas durante t rovoa
das ou com condiçoes meteorológicas em que haja probabilidade signj_
ficativa de ocorrência de descargas atmosféricas.

6. CONCLUSÕES

A partir da analise dos itens anteriores, dos resultados do exemplo a


presentado sumariamente, e de outros cálculos similares, afigura-se lj;
gítimo concluir que:

a. Em regiões de elevado nível isoqueraunico, como sucede em grande par


te do Brasil, as descargas atmosféricas, em linhas de transmissão e
distribuição, subestações, usinas e instalaçõesÿ industriais , imp U
cam riscos, sob o ponto de vista de segurança de pessoas, que sao ,
em muitos casos, da mesma ordem de grandeza ou sensivelmente s upeÿ
riores aos riscos associados a correntes de curto-circuito para
terra, a frequência industrial.

b. As metodologias de cálculo de condiçoes de segurança, quánío a des


cargas atmos f ericas, devem levar em conta os aspectos estatísticos
das descargas, pelo menos de maneira aproximada, e o comportamento
dos sistemas de aterramento, para fenomenos rápidos, que e, em
muitos aspectos, bastante diferente do seu comportamento a f requen
cia industrial, e considerar as condiçoes suportáveis pelas pe_s
soas, para as solicitações consequentes de descargas atmosféricas.

c. Os métodos apresentados sumariamente neste artigo satisfazem aos re


quisitos indicados em b., dentro das limitações tecnológicas atuais ,
e permitem a consideração satisfatória do problema.

d. A consideração dos aspectos em causa afeta a concepção dos sistemas


de aterramento, em virtude de a otimização quanto ao comportamento
a frequência industrial nao corresponder, necessariamente, a otimi
zaçao quanto a descargas atmosféricas, devido ã diferença de compor
tamento dos sistemas de aterramento quanto aos dois fenomenos.

e. Mesmo apos a adoçao das precauções razoáveis para minimizar os


cos de segurança quanto a descargas atmosféricas, pode justificar-se
ri£

2.3-86
a adoçao, em subestações, usinas ou instalações industriais, de
áreas em que seja impedido o acesso de pessoas durante trovoadas ou
em condiçoes meteorológicas em que haja probabilidade ságnif icativa
de descargas atmosféricas.

07.10.85

REFERÊNCIAS

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Transport et 1'Environnement - Electra, n? 79, 1981, p. 99-142.
de

Primeiras descar- Descargas positi¬


gas negativas vas
2 2
/i2dt fi c dt /i2dt /ic dt

(A2s) (A2s) (A2s) (A2s)


Valor mediano (50% de probab_i
lidade de ser excedido) 6,0 . 104 0,18 6,5 . 105 1,2

Valor com 20% de probabilida¬


de de ser excedido
2,0 . 105 0,59 3,4 . 106 6,4

Valor com 10% de probabilida¬


de de ser excedido
3,5 . 105 1,0 8,0 . 106 15

Valor com 5% de probabilida¬


de de ser excedido
6,0 . 105 1,8 1,7 . 10 7 32

QUADRO 5-1 - 2 ,2 .
Valores de fi dt, e /icdt, relativos à corrente total de
descarga, J., e a corrente, ic, através do corpo "de uma
pessoa que se encontre em condiçoes criticas de tensão
de toque, em função da probabilidade de ser excedido o
valor de fiÿdt.

2.3-88
If

:
0,5-
I
CM
(A) ~~1
oÿ- l
I
I
0,2-
1

0,1-

0,05 -

0,03 -

0,02
T T TT
T T T T TT
0,02 0,03 0,05 0,1 0,2 0,3 0,5 1 2 3 5 10

t (S)
FIG. 1-1-Tipo aproximado de relaçao I, t, correspondente a limite de condi
çoes de segurança quanto a fibrilaçao ventricular, para correntes
alternadas a frequência industrial (50 ou 60 Hz), de valor eficaz
I (através do coroo), durante um tempo t. Os valores numéricos
sao apenas indicativos de ordens de grandeza, e rrferem-se a adul
tos saudaveis. Para durações elevadas, o efeito limitativo é a
tetanizaçao muscular (cerca de 9 mA para homens adultos, e cerca
de 6 mA para mulheres adultas).

ios-
1o 5-
(A) 2-
102-
5- ©
2-
101-
5-
2-
10o-
©
5-
2-
10"1
2 5 I 2 5 I 2 5 I 2 5 I To (s)
XJ-« 10-s IO-* IO'* 10'*

I I I
5
10'*
2
10's
2 5
10'*
2 5
IO"’
2 5
10'** T, (s)

F1G 1-2 -Relaçao entre a amplitude (inicial), Io » uma corrente de tipo im


puisivo através do corpo, e a constante de tempo cor respondente ,
V
ou o parametro , para condiçoes limites admissíveis como li
miar de segurança:
(T) Relaçao orientativa sugerida
(?) Relaçao proposta em [J 1 31 (para condiçoes "razoavelmente se
guras")
Nota-se que I se refere ã amplitude teórica inicial (e nao ao va
lor eficaz ou valor similar), bem como a impulsos unidirecionais ,
e que (T) se restringe a TQ < 10 ms .
2.3- B?
1,6 -
Z(t)
(il) 1,5-
i.«- /

1,3- I

1.2-
1.1 -
1/) -
0,9 -

0,8-

0,7 -
0,6 -
0,5-

0,4 -
f'
0,3 -
0.2 T T T T
0 10 20 30 40 50
tips)

FIG. 4-1 - Relaçao, Z(t), entre a tensao na base da torre, em relaçao a.


um ponto remoto, e a amplitude, Í, de um escalão de corrente
aplicado no instante t =0, nun Donto da mallia de terra de deter
minada subestação.

00 -
z(t)
(-ri)
Z(t)
16 -
70 - \

(xt)
14 - \
12 - 60 -

10 -
50 -

8 -

€- 40 -

4 -
30 -
2 -

0 - T T T T 20 T T T 1 T T T T T
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 60 70 60 90 VX)

t(pr.) t (ps)
FJG. 4-2 - Idem, mas oarn outra FIG. 4-3 - Idem, mas para outra malha de
ma II) a de terra terra
2.3-90
/
140-
IZI
(-H-)
120-

100-

80-

60 -

40-

20-

0 1 m i I1 m
' T
*”2
10*
2 3 D 7
109
2 3 5 7
*
10*
f (Hz)

FIG. 4-4 - Variaçao do modulo da impedancia de a terramento de uma torre ,


I Z I , com frequência, para tres configurações da malha de ter
a
ra, com igual comportamento a frequencia indus trial,num solo
de p = 800 Hm, e = 15.
r

h 00 - Tf (JJS)
(-Tl?) 1
2
40 -
5
60 -
10

50 - 20

40 - 50

100
30 -

20 -

10 -

O T
T
2
T
5
T T
2
T
5 2 5
1 10 10* TO*
Te(ps)

FIG. 5-1 - Parametro _h em função de e Tg.

2.3-9Í
Promon Engenharia SA
2.4
Efeito Coroa e Aspectos Correlacionados

2.4.1
Introdução

O efeito coroa está associado, basicamente, a ionização do ar, por


efeito do' campo elétrico, na vizinhança dos condutores, a qual,
desde que razoavelmente intensa, origina emissão fotónica, em parte
no espectro visível. Por este motivo, para níveis suficientemente
elevados de campo elétrico, ocorre uma ionização generalizada, com
formação de uma coroa luminosa em torno do condutor.

Devido às i rregular i dades, nível macroscópico ou microscópico da


a
superfície do condutor, quer da superfície metálica, no fabrico, e
manuseio, e alterações físico-químicas em contato com
por a
atmosfera, com formação de óxidos, quer por acumulação de poeiras e
gotas de água, quer, em menor grau, devido à forma "canelada" da
superfície dos condutores, compostos por fios enrolados em espiral,
ao aumentar o campo , elétr i co, ocorre uma ionização localizada, em
pontos onde o elétrico é
mais intenso, antes da formação de
campo
efeito coroa generalizado na superfície do condutor.

Por este mot i vo, o efeito coroa é bastante afetado pelo estado da
superfície dos condutores, inclusive quanto a chuva e nevoeiro, que
originam gotas de água, na superfície e proximidade dos condutores,
e alterações locais de campo elétrico.

0 efeito coroa está, naturalmente, relacionado com ,a formação de


cargas espaciais, que afetam o campo elétrico, não só na vizinhança
dos pontos onde ocorre a ionização, como, também, em pontos
afastados.

Ao efeito coroa, devido aos mecanismos de ionização propriamente


dita, e aos mecanismos de "difusão" de emissão, absorção e difusão
de cargas elétricas, estão associados, des i gnadament e, efeitos dos
seguintes tipos:

Perdas, associadas a correntes transversais, consequentes, ou


diretamente dos mecanismos de efeito coroa, ou da condutância do
ar, em presença de partículas ionizadas, em presença do campo
elétrico.

Impulsos de
corrente transversal , cora diversas formas,
caracter i zados, em termos globais, por um largo espectro de
frequências envolvidas, com "fontes" distribuídas ao longo dos
condutores e na sua vizinhança. Esses impulsos originam a
propagação e radiação de impulsos eletromagnéticos, "guiados"

2.4-1
As informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
pel a linha, e sucept íve i s de provocar i nt erf er ênc i a
eletromagnética, nu» largo espectro de frequências, incluindo as
frequências usadas em rad i od i fusão (rad i o i nterf erênc i a) e
televisão (interferência de televisão).

- Dissipação absorção de energia, associadas aos mecanismos de


ou
ionização, abosorção de cargas e difusão, que originam
"variações" rápidas de "temperatura e pressão" locais do ar,
vizinhança
espec i al ment e na imediata dos condutores, que se
comportam como "fontes" de ruído sonoro, que se propagam,
diretamente no ar, e originam "impulsões" de pressão, locais, nos
condutores, que, pelo efeito mecânico sobre os condutores,
originam vibrações dos mesmos, e, em consequência, propagação
mecânica, e» parte na faixa de frequência audível.

Efeito coroa visual, na vinhança do condutor.

- Formação de íons, e alguns átomos (por exemplo ozônio) e


moléculas quimicamente ma i s ativos que o oxigénio e nitrogénio;

2.4.2
Aspectos físicos básicos

Basicamente, a ionização associada ao efeito coroa, a níveis


moderados, pode ser interpretada a partir do efeito do campo
elétrico em partículas ionizadas, e do modelo de Bohr dos átomos.

Nesta interpretação simples, tem-se, fundamentalmente os seguintes


aspectos, de forma simplista e qualitativa:

a) Uraátomo estável consiste de um núcleo, formado basicamente por


nêutrons e protons, e elétrons movimentando-se em torno do
núcleo.

b) Os elétrons, na vizinhança de um núcleo, podem existir, apenas,


em órbitas estáveis caract er i zadas por momento angular, que seja
raúlt iplo inteiro, n, de h/2iT, sendo h a constante de Planck, e
n, o número quântico da órbita.

c) Se um elétron de energia
passar de uma para uma órbita órbita
de energia U2, ocorre a emissão, ou absorção, de um
fóton, associado a uma frequência f, sendo:

Ui - W2 2w2. Z2 . e4 . m i i
f = . (

h h2 n22 ni2

2.4-2
As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
sendoe_ a carga do elétron, m a massa do elétron, z o número
atómico do átomo, e nÿ, os números quânticos dos estados
inicial e f i nal .
d) Na ionização de um átomo, ocorre uma reação do tipo:

A + Wj A+ + e

sendo A átomo neutro, A+ o íon resultante de liberação de um


o
elétron da região de influência do núcleo, e_ um elétron e Uj a
energia de ionização, que é necessário "fornecer" ao átomo
neutro para que o elétron de órbita "ma is externa" vença" a //

barreira de potencial que o mantém na proximidade do núcleo.

e) Ao ocorrer a associação de um elétron livre com um íon, formando


um átomo
neutro, ocorre a emissão de um fóton, associado a uma
frequência f = Wj/h.

f) Na ausência de çampo elétrico, e densidades não muito elevadas,


as diferentes partículas têm distribuições estatísticas de
velocidade, e energia, do tipo da de Maxwel 1-Boltzmann, com
parâmetros caracter íst icos (valor médio, valor quadrático médio,
valor excedido por uma determinada proporção de partículas) da
distribuição de energia cinética proporcional a k.T, sendo _T a
temperatura e k a constante de Boltzmann.

g) As diferentes partículas, em virtude da distribuição estatística


das velocidades, sofrem choques entre si, com troca de energia,
com uma distribuição estatística da distância percorrida entre
choques sucessivos da distribuição de
(dependente não só
velocidades, como das caract er íst i cas de interação para efeito
de "choques" entre part ículas, por sua vez dependente da
velocidade das partículas).

h) Se, no choque entre partículas, uma delas receber um acréscimo


de energia superior à energia de ionização, dá-se a liberação de
um elétron.

i) As temperaturas e pressões atmosfér i cas normais, a densidade


ionização natural, efeito de choques entre partículas com as
por
trocas de energia "térmica", é diminuta, e inferior à ionização
provocada por efeitos de outro tipo (por exemplo radiação
cósmica). A temperaturas elevadas, todavia, as energ i as
cinéticas em jogo são suficientes para provocar a ionização dos
gases, e inclusive, de ma i s de um elétron por átomo neutro.

2.4-3
As Informações contidas neste documento sào de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
j) Em presença de campos elétricos intensos, os elétrons (e também
outros ions, devido à pequena massa dos elétrons, este
embora,
aspecto seja ma i s relevante, para os fenômenos em causa, quanto
aos elétrons) , entre choques sucess i vos com outras
part ículas, são acelerados, f i cando com energia cinética
adicional. Se a energia cinética adicional, para uma fração
significativa dos elétrons, for suficiente para, no choque com
um átomo, este receber uma energia adicional suficiente para sua
ionização, após o choque o átomo neutro libera outro elétron,
aumentando, assim, a quantidade de elétrons no meio.

k> Os elétrons liberados pela ionização dos átomos são, por sua
vez, atuados pelo campo elétrico,
fração dos podendo, numa
choques sucessivos com outras partículas, liberar-se outros
elétrons, com aumento em "cascata" (não considerando os outros
mecanismos envolvidos) da proporção de partículas ionizadas, se
o campo elétrico for uniforme e a distância entre elétrons muito
elevada.

1) Numa parte dos choques com outras partículas, os elétrons ficam


"absorvidos" pelo átomo, ou moléculas, formando-se um íon
negativo, mas de massa elevada, e portanto, pouco "efetivo" para
a progressão de ionização, segundo reação do tipos

AB + e —» AB~
ou
AB + e —» A + B“
ou
A + e —> A

sendo A, B átomos (ou conjuntos de átomos).

Por outro lado, se o gás estiver significativamente ionizado,


numa parte dos choques dos elétrons com íons positivos,' ocorra a
formação de um átomo neutro, com reações do tipos

A+ + e —> A

ficando-se com menos um elétron livre.

m) Os elétrons e íons de maior massa, positivos ou negativos, sob a


ação do campo elétrico, adquirem uma velocidade resultante no
sentido do campo elétrico, ou
em sentido oposto, consoante a
polaridade. Devido â diferença de massas e de caracter íst icas
quanto a choques e interação com outras partículas, a velocidade
das cargas positivas e
sentidos opostos, é
negativas, em
diferente. Fica-se com uma carga espacial resultante, que altera
a distribuição local do campo elétrico, mesmo com tensão entre

2.4-4
As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
eletrodos constante, modificando, portanto, o campo elétrico, e
as condições de absorção de elétrons nos sucessivos choques com
outras part ículas.

n ) Numa parte das reações ocorre emissão de


entre partículas
fótons. Alguns fótons interagem com outras partículas, com
mecanismos de absorção ou emissão, e eventual ionização.

o) A incidência de elétrons, íons e fótons nos eletrodos metálicos


origina, por diversos mecanismos, emissão de íons na superfície
dos eletrodos, dependendo do material e estado da superfície dos
eletrodos.

P) Para campos elétricos intensos, na superfície externa dos


eletrodos, ocorre emissão de elétrons e íons do metal.

q) A presença de campo magnético, associado a corrente nos


condutores, afeta o movimento das cargas elétricas, e, portanto,
as condições de interação entre partículas, quanto a ionização.

r ) 0 campo magnético provocado pelo movimento das cargas el étr i cas


no espaço afeta o seu comportamento.

s) A ionização "residual" do ar (por mecanismos externos) afeta a


formação "estatística" de avalanches.

t ) Há alguns mecanismos de e radiação associados a


ioniozação
"composição de efeitos", por exemplo de mais de um choque entre
part ículas.

u) Há alguns mecanismos de ionização e radiação associados a


"ressonâncias" de comportamento atómico, que têm grande
importância em determinadas condições.

A análise
quantitativa global dos diferentes mecanismos envolvidos
é bastante complexa, quer pelo número relativamente elevado de
fenômenos em causa, e pela complexidade quantitativa de parte dos
mesmos, quer pela necessidade de um tratamento de t.ipo estatístico.

Existem várias formulações, mais ou menos complexas, algumas delas


aplicáveis quando é possível considerar um número limitado de
mecanismos e tratá-los de forma simplificada, o que, por vezes, é
aplicável a moderadas de
gamas parâmetros. Em alguns casos, os
modelos assim obtidos, embora não concretizáveis, numericamente, a
partir direta e unicamente das caracter íst icas físicas diretas das
propriedades das partículas, podem ser usadas com bons resultados,
considerando, event uai ment e , alguns parâmetros para ajuste
sem i -emp ír i co.

2.4-5
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
No caso de campos elétricos fortemente heterogéneos, como sucede no
caso de linhas elétricas, ao aumentar a tensão, para valores
elevados do campo elétrico junto a superfície dos condutores,
ocorrem "descargas" acompanhadas de luminosidade e f enômenos
audíveis, cuja intensidade aumenta ao aumentar o campo elétri co.

No caso de alternada de frequência industrial, o valor de


tensão
crista do campo elétrico para o qual ocorre o início de efeito
coroa visível é definido pela fórmula de Peek, determinada na
segunda década deste século, e que se mantém, em termos de
coeficientes numéricos experimentais, como bastante correta e mais
adequada que algumas relações apresentadas poster i ormente, obtidas
com meios bastante mais sofisticados, algumas das quais
prat i camente abandonadas*** .
Segundo a relação de Peek, para o ar, pressões não muito diferentes
da pressão atmosférica normal e raio dos condutores de ordem de
10* mm, e temperaturas não muito diferentes da temperatura ambiente
normal, para tensão alternada de frequência industrial, o campo
elétrico máximo, E, de início de formação de efeito coroa, para
tensão entre um condutor cilíndrico circular de raio r e um
condutor circular, coaxial, envolvente, com superf íc i e dos
condutores lisa, és

bi
E=Ai-m-5. (í+

J~*r
e, para tensão entre dois condutores cilíndricos circulares, de
raio rÿ, paralelos, a distância muito superior a 2r, e com outros
objetos a distância dos condutores muito superior à distância entre
eles, és

b2
E = Ao .m - 5. ( i +

(*) A "robustez" da fórmula de Peek está ligada ao fato de a mesma


estar associada aos mecanismos físicos dominantes, podendo ser
"deduzida" a partir de "est i 1i zações" das relações entre
parâmetros físicos Cii].

2.4-6
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sendo:

Ar b — coeficientes numéricos

5 densidade relativa do ar, expressa em geral, em relação à


pressão em condições de referênc i a*
altura barométrica 760 mm de
, (correspondente
20°C, e a 45° de
**
mercúrio a
a

latitude e umidade absoluta ii g/m3 ou a uma pressão,


pD = 0,10133 MPa a 20°C ou cerca de 293 K, e umidade absoluta
11 g/m3)

m fator irregularidade
traduz i ndo
a de superfície dos
condutores, igual a 1 para cilindros "perfeitos" e tanto
menor quanto mais irregular a superfície .
Expr i m i ndo E rÿ em cm, e 5 no valor de referência usado
e» kV/cm,
por Peek<**> (com diferença em relação ao indicado atrás não
significativa para a margem de erro dos coeficientes) tem-se:

A± = 31 kV/cm

bi = 0,308 cmi/2

A2 = 30 k V/cm

b2 = 0,301 cm1/2

(*) Cora aproximação em geral suficiente, para as condições usuais,


a densidade relativa, 5, é proporcional à pressão e
inversamente proporcional à temperatura absoluta (ambas

divididas por valores em condições de referência,


correspondentes a 5Q) z

P To
5 =
T Po
(**) Estas unidades correspondem às mais usadas na época, e são de
uso ainda frequente em relação ao campo elétrico de formação
de efeito coroa- Em unidades SI preferenciais, sendo 5 a
densidade do ar, seria "formalmente mais correto" considerar:
b1
E = A± m. 5 . ( 1 + )

J 5.r
(esta nota continua na página seguinte)

2.4-7
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a) A distância média e, portanto, a distância com uma probabilidade
P de ser ultrapassada, é inversamente proporcional a 5, para
distribui ções de veloc i dade definidas bas i canente pela
temperatura e pouco afetadas pelo campo elétrico, segundo a 1e i
de Maxwel 1-Boltzmann, "equivalentes" das partículas,
e seções
para choque ou interação entre as partículas, aprox i madament e
independentes da temperatura e do campo elétrico.

Portanto, para uma mesma fração das partículas ionizadas


que
receba, entre choques sucessivos, energia suficiente para, no
choque subsequente,ionizar uma partícula neutra, é inversamente
proporcional a 5. Por este motivo, se, para o mecanismo de
ionização, ao longo do percurso das partículas eletrizadas, o
campo elétrico fosse igual ao campo na superfície do condutor,
ter-se-ia um valor de E aprox i madament e proporcional a 5.

b) Na vizinhança do condutor, o campo elétrico não é uniforme, e,


des i gnadaraente, na ausência de carga espacial, é aprox i madament e
proporcional ao inverso de distância ao eixo do condutor. Para
que ocorra a ionização v i s ível
/
"ef et i va", em t ermos
est at í st i cos, é necessár i o que o campo elétrico seja
suficientemente elevado, em termos médios ponderados, numa
"distância" cor r espondent e a determinada ordem de grandeza de

(continuação da nota de pé de página anterior)

b2
E —
A2 a. 5 ( i +. > .
J 5.r
sendo:

A* = 3,1 MV/m

bi = 0,0308 mí/2

A2 = 3,0 MV/m

b2 = 0,0301 mí/2
n

T0 = 273 K

P0 = 0,10133 MPa

2.4-8
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númerode choques sucessivos das partículas eletr izadas. Por
este motivo, a ocorrência de efeito coroa com nível estatístico
global correspondente a efeito visível é atingida para um campo
elétrico, na superfície do condutor, dependente de ura fator de
"forma", que decresc i mento, ma i s ou menos rápido, do
traduz o
campo elétrico, na vizinhança do condutor. Para densidade
constante, esse fator de forma pode ser expresso em função de r_
(que Caracter iza a geometria relativa do campo elétrico). Para
considerar o efeito de forma, interessa, basicamente, a
"variação" do campo elétrico correspondente a determinado número
de choques sucessivos, e, portanto, a relação entre o parâmetro
geométrico, r, e a distância (era sentido estatístico) entre
choques sucessivos, d , inversamente proporcional a 5. Portanto,
o "fator de forma" é função decrescente de 5.r. 0 tipo analítico
deste fator, da relação de Peeks

b
i +
J 5r
corresponderia, em termos formais, a uma utilização da relação
entre o coeficiente de ionização efetivo e o campo elétrico, e à
existência de um número crítico (em termos estatísticos) de
"número" de elétrons originados a partir de um único elétron,
formando uma "avalanche" autosustentada pela propria carga CÍÍU.

A consideração do fator de forma m, constitui um processo


simplificado para se ter em conta a irregularidade do campo
elétrico, na vizinhança do condutor, em virtude de o mesmo não ser
c i 1 í ndr i co .
Todavia, a caracterização geométrica das irregularidades, e dos
seus efeitos, com um pouco ma i s de rigor, mesmo apenas

i nt erpret at i vo, exige uma análise um pouco raais detalhada-.

Convém notar que a formulação de Peek, apesar da sua simplicidade,


conduz a resultados bastante satisfatórios, desde que se adaptem

para m valores "equivalentes", embora sem correspondência muito


direta com a geometria das irregularidades, no caso de tensões
alternadas sinusoidais. No caso de tensões contínuas, há alguns
desvios sensíveis da formulação de Peek, que serão comentados raais
adiante.

Em termos "pontuais" e locais, o mecanismo do efeito coroa é


sensivelmente diferente consoante o sentido do campo elétrico
externo na superfície do condutor.

2.4-9
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Para condutores a "tensão negativa", et»relação ao meio envolvente,
isto é, com campo elétrico externo no sentido do ar para o
condut or , na v i z i nhança de uma irregularidade acentuada, a
"corrente" total entre o condutor e o ar ocorre sob a forma de
impulsos (impulsos de Tr i chel ) , conforme ilustrado pelos
osc i logramas da figura 2.4.2-í.

A frequência e amplitude dos impulsos dependem da geometria da


"ponta", da pressão atmosférica, da tensão aplicada. Para
determinada geometria e pressão, ao aumentar a tensão, aumentam a
amplitude e a frequência dos impulsos, conforme ilustrado nas
figuras 2. 4. 2-2 e 2. 4.2-3, tendo interesse notar a quase
proporcionalidade entre a corrente e a frequência, o que traduz uma
"carga crítica" de cada impulso, tanto maior quanto menor o
"diâmetro" da ponta e quanto maior a pressão, e um mecanismo de
distribuição espacial e deslocamento da carga, que condiciona a
formação dos impulsos.

A interpretação, simplificada, da formação dos impulsos de Tr i chel


consiste, basicamente, no seguinte:

a ) Um íon pos i ti vo, res i dual , ex i st ente na atmosfera,


aproximando-se da região em que o campo elétrico é muito
intenso, na vizinhança da "ponta", é acelerado de encontro à
superfície do metal, com energia suficiente para originar a
emissão de um elétron a partir do metal.

b) 0 elétron é acelerado pelo campo elétrico, afastando-se o metal,


e em sucessivos choques com partículas neutras, provoca a
ionização das mesmas, liberando-se mais elétrons, e com aumento
em cadeia do número de elétrons (em sentido estatístico, e
levando em conta a "captura" de parte dos elétrons, com formação
de íons positivos, e a distribuição estatística de percurso
entre choques, e a troca "térmica" de energia), com Formação de
"avalanches" ionizadas na vizinhança da ponta.

c) Parte dos fótons emitidos em parte dos choques na região de


ionização incide na superfície do metal, originando a emissão
fotoelétricade novos elétrons, a partir do metal, que sofrera
processo similar ao indicado em b).

d) Forma— se de cargas positivas e negativas junto à


uma "nuvem"
ponta. Os íons positivos deslocara-se para o metal, e os elétrons
afastam-se da ponta, ficando-se coro uma carga espac i al
resultante positiva na vizinhança imediata da ponta, e negativa,
a distância
maior. Os elétrons, ao afastarem-se da região do
campo mais intenso, sofrera choques inelásticos com elementos
neutros, sendo "absolvidos" e formando— se íons negativos.

2.4— ÍO
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FIGURA 2. A. 2-1 Oscilogramas de corrente, em função do tempo,


numa sucessão de pulsos de Trichel. A tensão
correspondente ao oscilograma (b) é í,i vezes a do
oscilograma Ca), o que se traduziu por um aumento
de frequência de repetição (as duas escalas de
tempo são idênticas) C3D-

2.4-ii
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f 1 1
[kHz] ,X

d=0 d = 0,5 mm

80 - X

X
40-
d = 1,5 mm

X X 'X'


I
X
X
•X'
’X d = 4,73 mm
0 T
0 10 20
IQZA]

FIGURA 2.4-2-2 - Variação da Frequência, jp, de repetição de


(ÿpulsos de Trichel, numa ponta pos it i va, para
di versas Fornas de ponta, Eponteaguda
(representada por d = 0), ou una Forna arredondada
de diânetro dU, en Função da corrente, I E33.

2.4-12
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f 1 1
150
[kHz] p = 0,101 MPa

p = 0,05 1 MPa

100 -
p=0,025 MPa

50 -

p = 0,0027MPa

0 T T
0 10 20 30

I [>A]

FIGURA 2. 4. 2-3 - Variação da frequenc i a, f, de repetição de


impulsos de Trichel, numa ponta positiva, de
diâmetro d= 0,5 mm, Cpara diversas pressões, pÿ,
do ar), em função da corrente, I C33.

2.4-13
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e) A carga espacial formada na vizinhança da ponta altera o campo
elétrico, conforme representado esquematicamente na figura
2-4. 2-4, reduzindo o campo elétrico próximo da superfície do
metal, e reduzindo a progressão da ionização.

f) Os íons positivos são absorvidos pelo metal reduzindo-se a carga


espacial positiva, e os íons negativos afastam-se do metal,
conforme representado esquematicamente na figura 2. 4. 2-4.

g) Como resultado dos sucessivos impulsos, fica-se com uma carga


resultante negativa na vizinhança do eletrodo exceção de (com
vizinhança "imediata" onde se formam cargas positivas),
resultante do deslocamento e difusão dos íons negativos.

No caso de uma irregularidade local acentuada ("ponta") na


superfície de um condutor, a tensão positiva relação ao meio
em
envolvente, isto é, com campo elétrico exterior, na superfície do
condutor, no sentido do condutor para o exterior, a descarga tem em
princípio e pelo menos em aparência, ura carácter mais
primeira
"regular" e seus impulsos não são bem definidos como no caso de
pontas negativas. Em primeira aproximação, tem-se uma relação entre
a "tensão" de uma "ponta" e a corrente do tipo da indicada na
figura 2. 4. 2-5, (em termos de valor médio de corrente). Para campos
elétricos, ou tensões, superiores a ura "limiar", correspondente ao
ponto A0 , na região A da figura 2.4.2— 5, elétrons provocados por
atuações externas (radiação cósraica, p.e.) originam "avalanches",
progredindo desde o ponto de iniciação até à superfície do metal.
Na região uma relação acent uadament e não linear entre a
A tem-se
tensão, ou campo elétrico, e a corrente, até correntes da ordem de
lÿ-'7 A (por "ponta").

Para campos elétricos


um pouco mais intensos (região 8 da figura
2. 4. 2-5), a corrente ocorre sob a forma de impulsos de pequena
amplitude, com frequência de repetição de ordem de Hz, com
aumento da corrente média, ao aumentar o campo elétrico, mas
sensivelmente mais moderado que na região A. Ocorrem, basicamente,
impulsos de corrente de duas formas, associados a "flâmulas"
("streamers") entre os eletrodos e a "m i crod i srupções" ("burst")
com as formas típicas de corrente, em função do tempo, indicadas na
figura 2. 4. 2-6. Por vezes as m i cr od i srupções são desencadeadas por
flâmulas, outras vezes sucede o contrário, outras vezes ocorrera
f 1âmul as e ou m i crod i srupções por mecanismos autónomos. Na formação
e frequência dos dois mecanismos têm importância a carga espacial e
as dimensões da "ponta". Para pontas muito agudas, não ocorrem
flâmulas e ra i crod i srupções, ou ocorrera cora amp 1 i tudes mu i t o
reduz i das .

2.4-Í4
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q
u
FASE A
[ÿMl
DENSIDADE 0,1 mm
DE IONS
o S3
POTENCIAL x
CONSEQUENTE DA
CARGA ESPACIAL

POTENCIAL NA
AUSÊNCIA DE I
CARGA ESPACIAL

+ FASE B
DENSIDADE
DE IONS
POTENCIAL NA
0 L. 0,1 mm
I
x
A
t
B
AUSÊNCIA DE
CARGA ESPACIAL IMPULSOS DE
/ EFEITO COROA
POTENCIAL /
CONSEQUENTE DA
CARGA. ESPACIAL

FIGURA 2. 4. 2-4 - Representação esquemát i ca


da distribuição de
carga espacial em efeito coroa na vizinhança de
uma ponta de polaridade "negativa" (em relação aos
restantes eletrodos).

2.4-15
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1 i 1 I 1
I
100 - 0,3-
[fA]
0,2-
C

0,1- B
50 - AQ A
0,0 T T I
4,6 4,7 4,8 4,9 5P
Us
D

0 T
0 5 10 15 20 25
U [kVj

FIGURA 2. 4. 2-5 - Representação relação típica entre a tensão,


da
U, e a corrente média, I_, para efeito coroa numa
ponta positiva C33-

2.4-16

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0
M M

t
I
\ \
F \OOjx.%
M

0-

FIGURA 2. A .2-6 Corrente, função


2., do
era tempo, tÿr
correspondente a m i crod i srupções (M)
e flanulas
(F) para efeito coroa numa ponta, positiva C33.

2.4-17
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Para campos ma i s intensos, correspondentes à região C da figura
2. 4. 2-5, as flâmulas aumentam de comprimento e duração,. e os
impulsos das i crod i srupções aumentam de duração.
*
Para campos ainda ma i s intensos, cessa a formação das flâmulas, e
atinge-se (região D) uma condição aprox i madament e estacionária,
resultante da sobreposição de m i crod i srupções.

Nos diferentes mecanismos envolvidos, tem bastante importância a


distribuição de cargas positivas e negativas, na vizinhança do
ânodo, e a distribuição espacial das mesmas, consequente de
formação e "distância percorrida" pelas flâmulas, e da maior ou
menor heteroge i n i dade do campo elétrico, não apenas na vizinhança
imediata da "ponta", como, também, do condutor.

No caso corrente alternada, devido à variação de polaridade do


de
campo, à difusão natural das partículas ionizadas, e ao movimento
de ar, para campos elétricos correspondentes a operação normal das
linhas elétricas, a carga espacial tem efeito significativo apenas
até distâncias "moderadas" dos condutores, em termos macroscópicos
globais. Em corrente contínua, todavia, devido ao caráter
un i d i rec i onal do campo elétrico, a carga espacial, mesmo que
resultante de níveis de ionização moderados, pode ser importante
até distâncias elevadas dos "pontos" de ionização, modificando
sensivelmente o comportamento global relativo ao efeito coroa, e,
des i gnadamente, implicando alterações, menos simples, do tratamento
a partir apenas da vizinhança imediata do condutor, como indicado
atrás, na interpretação da fórmula de Peek, ou no t r at ament o
separado de uma "ponta" na superfície do condutor.

Por outro era presença de campo elétrico "contínuo", ocorre


lado,
uma polarização ou carga resultante de partículas em suspensão no
ar, as quais se acumulam na superfície dos condutores, alterando,
em consequência, o estado da superfície.

Nas análises
ma i s recentes de comportamento de linhas experimentais
de corrente contínua, houve uma preocupação básica de obtenção de
resultados "práticos" diretos, com pouco ênfase na interpretação
física, o que dificulta a interpretação f enomenol óg i ca, e o uso
desses resultados para condições que não sejam muito semelhantes às
das linhas experimentais.

Este fato, aliado à experiência relativamente limitada de linhas de


corrente cont ínua, aconselha bastante cuidado na i nt erpr et ação dos
fenômenos ligados ao efeito coroa, em corrente contínua, e na
transposição de valores e parâmetros para condições diferentes das
de medição. Qualitativamente, todavia, há domínio satisfatório dos

2.4-18
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fenômenos ligados com o efeito coroa, em termos das suas
consequências ma i s significativas.

Embora cora menor rigor que a fórmula de Peek, para tensões


alternadas, o valor do campo elétrico (máximo ao corpo da
superfície dos limiar
condutores) de coroa que corresponde ao
visual, para condutores com raio da ordem de 2 101- mm, e .
densidade' atmosférica não muito diferente da normal, pode ser
expresso C43 por:

0,613
E = 24,5 .m. 5. C í + 3
(5r >0'4
sendo E o campo elétrico máximo ao longo do perímetro dos
condutores, calculado na ausência
de carga espacial, expresso em
kV/cm, 5 o valor relativo da densidade do ar, referido ao ar a
293 K a pressão 1,0133 MPa, rÿ o raio dos condutores, expresso era
cm, e m um fator de forma dos condutores, igual a i para condutores
cilíndricos perfe i temente lisos.

Qualitativamente, as diferenças em relação à fórmula de Peek,


estabelecida para tensões alternadas sinusoidais, são relacionados,
basicamente, com as seguintes diferenças entre os comportamentos
com tensão cont ínua, e com tensão alternada:

a) Em tensão contínua, há
efeito ma i s acentuado da carga
um
espacial, cuja "formação" é efetiva até "distâncias" do condutor
maiores que era tensão alternada. Consequentemente, o peso
"relativo" do fator de forma é ma i s elevado, em tensão contínua;

b) Há uma diferença de comportamento associada ao carácter


pr obab i 1 í st i co de formação de avalanches, a partir de
de ions

origem externa, que existem em quantidade muito reduzida nas


condições atmosféricas normais. Em tensão contínua, tem-se o
campo elétrico aplicado em permanência, não variando no tempo.
Em tensão alternada, o campo só é aprox i madament e igual ao
máximo durante pequena fração de período.

Cabe notar, todavia, que a diferença entre os valores do campo

elétrico crítico, obtidos pela fórmula anterior, e pela fórmula de


Peek, para condutores de raio entre 5mm e 30mm, são inferiores a
4%, o que, associado â inerente imprecisão de medida e de
estabelecimento de parametro m, t orna a diferença pouco
s i gn i f i cat i va .
A título ilustrativo das caract er í st i cas dos impulsos de corrente,
l em condutores positivos e negativos, associados a efeitos coroa,

»
2-4-Í9
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apresenta-se, na figura 2. 4. 2— 7, oscilogramas de corrente, para
Impulsos positivos (de Trichel) e negat i vos (flâmulas) , na
superfície dos condutores positivos e negativos, com tensões de
igual módulo.

As frequências de dos "repetição"


impulsos, nas condições dos
oscilogramas, são, respect i vamente, da ordem de Í0 kHz e da ordem
de 2,5 kHz.

As formas destes impulsos são típicas de parte dos efeitos


relacionados com ruído audível, rád i o- i nt er f erênc i a, e
interferência de televisão, e, des i gnadaraent e concordantes com as
seguintes caract er íst i cas típicas, no caso de linhas bipolares:

a) Para ruído audível, é em geral dominante o condutor positivo.

b) Para r ád i o- i nterf erênc i a na faixa usada para transmissão em


amplitude modulada (até cerca de 3 MHz), é, em geral, dominante
o condutor positivo.

c) Para rádio interferência, na caso de transmissão em frequência


modulada e, interferência de televisão (frequência superior a
i0 MHz ) , no que respeita ao efeito coroa associado aos
condutores, é, em geral, dominante o condutor negativo. Cabe
notar que, nesta faixa de frequências, o efeito coroa associado
a cadeias de isoladores e ferragens (descargas parciais era
pequenos intervalos) pode ser ma i s importante que o dos
condutores.

2.4.3
Campo elétrico na superfície dos condutores e coroa visual

0 cálculo do campo elétrico na superfície dos condutores, para


condutores cilíndricos, paralelos ao solo, é relativamente simples,
havendo vários processos clássicos, incluindo o método de imagens,
em relação ao solo, e, para considerar a variação ao longo do
perímetro de cada condutor, significativa no caso de condutores era
feixe, o método das cargas descentradas, o método de imagens em
relação à superfície do cilindro, o método de desenvolvimento em
série, métodos baseados em transformação conforme, alem,
naturalmente, de métodos baseados em diferenças finitas e elementos
finitos, estes dois últimos era princípio desnecessariamente
1abor i osos .
O programa ZLTS, parâmetros de linhas elétricas,
que calcula os
cons i dera os vár i os fenómenos envoi v i dos, f ornece,
subsidiar iaraente, o valor máximo do campo elétrico, para condutores

2.4-20
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mmmmm .bid

iipiiili yiiiJihu iric:'.;,i!f;vra


!Hr3!fiK3SaeBi:afa
SiilSSilSiSl iisra/gssiaicinEQEa
SBSfiiaiiOSKII
(a) (b)

FIGURA 2. 4. 2-7 - Osc i logramas de corrente, para i mpul sos


positivos (de Trichel) e negativos (Flâmulas), nas
superfícies de condutores pos i t i vos , (a) , e
negativos, (b), com tensões de igual módulo C53.

2 .4—21
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L
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cilíndricos, com inferior à i mprec i são
erro result ant e das
tolerâncias mecânicas envolvidas, permitindo, também, considerar,
se desejado, o efeito da forma canelada, da superfície, resultante
da formação dos condutores, o qual, todavia, é, em geral, englobado
no parâmetro m.

0 efeito da carga espacial, no campo elétrico na


aproximado,
superfície dos condutores, pode obter-se a partir de conjugações
dos programas CECC e ZLTS, dentro da precisão viável, consequente
do carácter não muito definido, em condições reais de campo, da
carga espacial.

Na proximidade das torres, as mesmas afetam o campo elétrico na


superfície dos condutores. Esse efeito pode obter-se, facilmente,
com os programas MTER e CSUB .
Cabe notar que o efeito coroa ocorre ou pode ocorrer, não só na
vizinhança dos condutores dos pólos, como, também, na vizinhança
dos cabos pára-raios.

Ao longo de um vão, o campo elétrico, na superfície dos condutores,


e na ausência de carga espacial, varia, tipicamente, para solo
plano, da forma indicada na figura 2.4.3-i.

No que respeita aos condutores dos pólos, para solo plano, as


regiões de campo superficial ma i s intenso são o trecho central de
cada vão, e a proximidade imediata das torres.

Para os cabos pára-raios, o campo é ma i s intenso a uma distância


das torres da mesma "ordem de grandeza" da distância entre os
condutores dos polos e os cabos- pára-ra i os.

Atítulo de ilustração da relação entre alguns parâmetros e o campo


elétrico na superfície dos condutores, e de alguns condicionamentos
do efeito coroa visual, apresentara-se alguns exemplos C63 relativas
às linhas ±600 kV do sistema de transmissão de Itaipu.

O critério adotado correspondeu a inexistência de efeito coroa


visível, na superfície dos condutores dos pólos e dos cabos
pára-raios, nas seguintes condições:

a) Para os condutores dos pólos:

densidade relativa do ar excedida 90Z do tempo na estação


met er eol óg i ca, próxima das linhas, ao longo do traçado das
mesmas, para a qual as condições metereológ i cas são ma is
desf avor áve i s;

2.4-22
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A
A A
B

0 4
TORRE TORRE

FIGURA 2.4. 3-i - Variação típica, ao longo do vão, do campo


elétrico, E, na superfície externa dos condut ores
dos polos (curva A) e dos cabos pára-raios (curva
B), na ausência de carga espacial.

2.4-23
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- operação bipolar balanceada ±600 kU ou ±300 kV, desbal an ceada


+600 kV, -300 kV, ou +300 kV, —600 kV, ou monopolar +600 kV,
ou -600 k V, ou +300 k V, ou -300 kV;

- margem de Í.0Z entre o limiar de efeito coroa visível e o campo


elétrico calculado, nas condições anteriores, para fator de
estado de superfície, m, igual a 0,82;

-
_
condições anteriores satisfeitas na
s i gn i f i cat i va
ausência de carga espacial

Entre as condições de operação indicadas, a mais desfavorável é


a operação bipolar balanceada ±600 kV, e, para solo plano, o
trecho mais desfavorável é a região central do vão <à parte,
eventual mente, a região imediatamente vizinha das estruturas,
até distancia das mesmas de ordem de 10® a 10* m>;

b) Para os cabos pára-raios:

densidade relativa do ar igual ao valor médio na estação


metereológ i ca próxima da 1i nha com condições mais
desf avoráve i s;

- operação bipolar balanceada ±600 kV;

- margem de 5% entre o limiar de efeito coroa visível e o campo


elétrico calculado, a 10 m das estruturas, para fator de
superf íc i e , m, igual a 0,77;

- condições anteriores satisfeitas na ausência de carga espacial


significativa.

0 ponto escolhido a 10 m das estruturas, cor responde,


apr o>; i madament e, à vão, mais
região, ao longo de um
desfavorável, era virtude do efeito das estruturas na
distribuição do campo elétrico, na vizinhança imediata das
mesmas .
A operação monopolar, ou bipolar desbal anceada, conduz a valores
de campo elétrico, na superf íc i e dos cabos pára-raios,
superiores ao limiar de efeito coroa, na região próxima das
estruturas, aceitando-se, nessas cond i ções, efeito coroa
v i s ível
-
Cabe notar que este critério foi o dominante na relação da
altura dos cabos pára-raios em relação aos condutores dos pólos.

2.4-24
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A título ilustrativo, apresenta-se, nas figuras 2. 4. 3-2 a 2. 4. 3-5,
a relação entre o campo elétrico, máximo, na superfície externa
dos condutores dos polos, E, ou na superfície dos cabos pára-raios,
, e alguns parâmetros geométricos.

A figura 2. 4. 3-2 indica o efeito, em E, da altura dos condutores ao


solo, H, na vizinhança do ponto em questão (exceto na proximidade
imediata das restantes
estruturas), para parâmetros geométricos
constantes, e operação bipolar ±600 kV.

A figura 2. 4. 3-3 indica o efeito, em E, do diâmetro dos condutores


(subcondutores de um feixe) dos polos. D, para restantes parâmetros
geométricos constantes e operação bipolar ±600 kV.

A figura 2. 4. 3-4 indica o efeito, também em E, da distância entre


polos, S, para dois valores de H, para restantes parâmetros
geométricos constantes.

Na figura 2. 4. 3-5 representa-se E(- em função da altura vertical,


AH, dos cabos pára-raios em relação aos condutores dos polos, a
10 ra das estruturas, para operação bipolar balanceada (+600 kU) e
desbal anceada (+600 kV, —300 kV, ou -300 kV, +600 kV).

2.4.4
Perdas por efeito coroa

As perdas por efeito coroa dependem, basicamente, do campo elétrico


máximo na superfície dos condutores, do estado da superfície, da
amplitude de variação do campo elétrico ao longo do perímetro dos
condutores, do perímetro dos condutores, da densidade e umidade
absoluta do ar, e das condições atmosféricas, primordialmente a
ocorrência de chuva, e, no caso afirmativo, densidade de chuva,
ou, no seguimento de um intervalo de chuva, existência de gotas de
água na superfície dos condutores, nevoeiro e densidade de
nevoeiro, e ocorrência de neve, e, também, direção e velocidade de
vento.

As perdas por efeito coroa têm um caráter em grande parte


estatístico, devido às caracter íst i cas dos vários fenómenos e
efeitos envolvidos.

Para condições atmosféricas e estado de superfície dos condutores


bera definidos, formação e raio de condutores variando dentro de
e
gamas moderadas, as perdas por efeito de coroa, em termos médios,
podem em geral, considerar-se função E/E0, sendo E o campo elétrico
máximo na superfície dos condutores, e E0 o campo elétrico crítico
de formação de efeito coroa visual.

2.4-25
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15,4m

E IJL
•• i ••T0,457m
[kV/mm] H
I
I
2,6-
4 ( 34,12 mm

2,5-

2,4-

10 12 16 20 24 28
H [m]

FIGURA 2-4. 3-2 - Relação entre o campo elétrico, E, na superfície


externa dos condutores dos polos, e a altura, H,
dos cabos dos condutores dos polos, para restantes
parâmetros constantes, conforme indicado na figura
L61.

A curva a tracejado representa a relação entre E e


H correspondente ao limite de satisfação do
cr i tér i o.

2.4-26
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15,4 m
I 1 i 1 1 O O oo
_L
E oo
• T 0,457m
o
2,8-
[kV/mmJ H

2,6-
FEIXE DE
4 SUBCONDUTORES
0,9 x Ec
2,4- H = I2 m
<5=0,915
P/ = m=0,82
2,2- H = 13 m
T T T T
28 30 32 34 36 38
D [mm]

FIGURA 2. 4.3-3 - Relação entre o campo elétrico, E, na superfície


externa dos condutores dos polos, e diâmetro. D,
dos condutores dos feixes (curvas a cheio), para
dois valores da altura, H, dos condutores ao solo
C63.

A curva a tracejado representa a relação entre E e


[) correspondente ao limite de satisfação do
critério.

2.4-27
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E
1 l i .. •«
|
.U
..-y CV»57m
[KV/mm] 2,6- H
I

H = l2m
2,5- 4 34,12 mm
*
H = 13 m
2,4- i

!
T
14,0 14,4 14,8 15,2 15,6
S [m]

FIGURA 2. 4.3-4 - Relação entre o campo elétrico, E, na superfície


externa dos condutores dos polos, e a distância,
S, entre os condutores dos polos, para restantes
parâmetros constantes C63.

A curva a tracejado representa a relação entre E e


S correspondentes ao limite de satisfação do
critério.

2.4-28
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1 1 1 1 1 1
Et
[kV/mm] 4p- OPERAÇÃO DESBALANCEADA 15,4 m
I [+ 600kV/-300kV OU]
-300 kV/ + 600 kV J AH u° _L
3,6- 1-Í o o
0,457m
oo o o
7
34m
3,2-

2,8- CONDUTOR •
4 x 3 4,12 mm
PÁRA-RAIOS'-
2,4- I « 9,5 3 mm
(Aterrodos )

2,0- 0PERAÇÃ0 BALANCEADA


[+6O0kV0U t 300 kv] x

1,6 T T T
6 7 8 9 10 II 12
AH [m]

FIGURA 2.4. 3—5 - Relação entre o campo elétrico, Et* na


superfície externa dos cabos pára-raios, e a
distancia vertical, AH, dos cabos pára-raios era
relação aos condutores dos pólos, para operação
bipolar C+600 kV, -600 kU] e operação bipolar
desbalanceada C+600 k V, -300 kV ou +300 kV,
—600 kU3, nura ponto a 10 m das estruturas C6I.

2.4-29
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Há numerosas fórmulas publicadas relacionando as perdas por efeito


coroa cora alguns dos parâmetros de maior influência, em geral
baseadas, ou ajustadas, ou "comprovadas", para determinadas
condições experimentais- Todavia devido ao grande número de efeitos
em causa, e à influência e dificuldade de caracterização das
condições atmosféricos, há necessidade de bastante cuidado no uso
das fórmulas publicadas. E importante uma comparação com vários
resultados experimentais, no sentido de se terem parâmetros
geométricos e de campo elétrico não muito diferentes dos da linha
que se esteja a considerar, espec i al raent e, para asfórmulas de base
*
essenc i al ment e empírica, em geral sujeitas a riscos importantes de
"transposição" para condições não muito semelhantes às das medições
em que se baseiam.

Devido ao efeito acentuado da carga espacial, para efeito coroa


intenso, tem-se, em comparação com a tensão alternada, uma
sensibilidade moderada das perdas por efeito coroa âs condições
atmosféricas. Tipicamente, as perdas médias em períodos de chuva,
para campos elétricos baixos, são da ordem de 4 vezes as perdas com
bom tempo, e, para campos elétricos ma i s intensos, da ordem de 2
vezes.

As perdas por efeito coroa são, tipicamente, função crescente da


velocidade do vento, v, para v de zero a cerca de 1® m/s e
praticaraente independentes de vÿ para v > Í0 m/s. Essa influência
resulta, basicamente, do fato de a carga espacial reduzir o campo

elétrico na superfície
dos condutores, e, portanto, a intensidade
do efeito coroa. Com o vento, as cargas resultantes de ionização
são disseminadas para regiões afastadas da linha, ocorrendo uma
redução da carga espacial "resultante", tanto ma i s acentuada quanto
maior a velocidade do vento.

Os condicionamentos de rád i o— i nt erf erênc i a e ruído audível, e ou a


ponderação economics de perdas de Joule, nas linhas, conduzem, fre-
quentemente, a campos elétricos na superfície dos condutores, para
os quais as perdas por efeito coroa são bastante inferiores às
perdas de Joule.

No caso de linhas bipolares, com geometria idêntica dos dois pólos


e tensões simétricas, as perdas por efeito coroa, associadas aos
dois pólos, são da mesma ordem de grandeza.

2.4.5
Rád i o- i nterferênc i a e interferência de televisão

No que respeita a rád i o- interferência, e interferência de


televisão, têm-se basicamente, os seguintes fenômenos dominantes:

2.4-30
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ao efeito coroa são associados "impulsos" de corrente transversal
nos pontos de campo elétrico ma i s intenso, com espectro de
frequência dependente de forma dos impulsos, consoante dos
mecanismos dominantes do "impulso", o campo elétrico e a forma da
ponta;

- cada impulso dáorigem a uma onda eletromagnética, radiada da vi¬


zinhança do ponto onde se formou o impulso, e cuja energia ele¬
tromagnética dá, em parte, origem a ondas eletromagnéticas propa¬
gando-se ao longo da linha, com diversos "modos" de propagação,
estando associadas a cada modo uma atenuação no sentido da propa¬
gação, e uma variação transversal, cora a distância à linha;

aos fenômenos
de propagação ao longo da linha, para frequências
da ordem de 1 MHz, sobrepõem-se efeitos de "modulação" associados
ao vão da linha, quer em consequência da variação do campo elé¬
trico, na superfície dos condutores, ao longo do vão, quer em
consequência dos efeitos das torres.

Na faixa frequências
de de maior relevância para
rad i o- i nterferênc i a, na radiodifusão em amplitude modulada (até
cerca de 3 MHz), são dominantes os impulsos associados a "flâmulas"
e "ra i crod i srupções" na vizinhança do condutor de polaridade
positiva (ou, melhor, na vizinhança dos condutores em cuja
superfície o campo elétrico externo é no sentido do condutor para o
exterior). Os impulsos de Trichel, dominantes na superfície dos
condutores de polaridade negativa, têm um espectro de frequências,
comparativamente, de menor amplitude nesta faixa de frequências,
pelo que, no caso de linhas bipolares, é dominante, para efeitos de
rád i o- i nterferênc i a, na faixa de radiodifusão em amplitude
modulada, o condutor de polaridade positiva.

A carga espacial atenua a sensibilidade da rád i o- i nt erf erênc i a às


condições de superfície dos condutores, e ao campo elétr.ico junto
dos condutores (calculado não considerando o efeito" da carga
espacial), no caso de tensão contínua, em comparação com o que
sucede em tensão alternada. Na figura 2.4.5-i representa-se relação
entre o campo elétrico na superfície dos condutores (calculado não
considerando influência da carga espacial) e a r ád i o- i nt er f er ênc i a,
numa linha experimental C2H.

Na faixa de frequências usadas em radiodifusão em frequência


modulada, e em televisão, acima de 10 MHz, os impulsos associados
ao efeito coroa na vizinhança dos condutores negativos podem ter
maior influência
na vizinhança dos condutores positivos (para
que
linhas bipolares, cora igual módulo de tensão). Nesta faixa de
frequências, por outro lado, podem ser importantes e, até,

2 .4—31
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RI 60 I 1 1 I 1
[dB]
50-

40-

30-

20 T T T
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
E [MV/m]

FIGURA 2.4.5-i — Relação entre o nível de rád lo— Interferênc ia,


RI, e o campo elétrico, E, na superfície do
condutor, numa linha experimental C23.

2.4-32
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dominantes,, os efeitos associados a descargas parciais e efeito
coroa nas cadeias de isoladores e ferragens.

Em presença de chuva, ocorre, em geral, uma redução do nível de


rád i o- i nt erf erênc i a, em comparação com a situação na ausência de
chuva, com pequeno "aumento", todavia, imediatamente antes, e
i raed i at ament e apósintervalo de chuva, conforme ilustrado na
um
figura 2.4.5-2. Este efeito está relacionado com o fato de as
"gotas" de chuva, terem uma forma relativamente boleado e cora
"raio" maior que as irregularidades pontuais da superfície do
condutor. Por este motivo, com chuva, ocorre ura aumento de corrente
transversal total, de carga espacial, e de perdas, raas com
alteração do espectro relativo de frequência, dos impulsos de
corrente transversal, com redução dos impulsos de corrente de
frequência mais significativas para a rád i o- i nt erf erênc i a.

0 vento provoca uma difusão da carga espacial e, consequent eraent e,


um aumento do campo elétrico na vizinhança de superfície dos
condutores, e da rád i o- i nterf erênc i a, conforme exemplificado na
figura 2. 4. 5-3.

Os fenômenosde propagação, atenuação ao longo da linha e variação


transversal e ao longo de um vão, dos diferentes modos, são
basicamente similares no caso de tensão contínua e de tensão
alternada.

Era anexo, apresenta-se:

a) Um artigo (anexo 4) que compara diversos resultados


experimentais, cora de radiação
alguns de modelos direta,
propagação e atenuação, e de variação transversal, era função da
frequência e do "mecanismo gerador" dos impulsos, permitindo uma
ideia básica dos vários tipos de efeitos e influências em causa;

b) Um artigo (anexo í) com resultados experimentais de unia linha de


±550 k V, era que são anal i sados d i versos resul tados
exper i menta i s.

0 programa PALT calcula perfis transversais de rád i o- i nt er f er ênc i a,


a partir da geometria da linha e das caract er í st i cas dos condutores
e do solo, e a partir de "funções geradoras" ajustadas para uma
condição experimental.

Em termos específicos, no projeto de uma linha, é conveniente, era


princípio, usar ura modelo que considere os fenômenos básicos de
propagação e variação transversal, com "funções geradoras"
traduzindo as caract er íst i cas dos "impulsos" localizados, na faixa
de frequência em causa, selecionadas, ou aferidas, por comparação

2.4-33
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RI 73.5
€8 —
63
58 —
52 - X
I
41
47.5
- 2
5,«»«
•IKCHOVft
* ip
-*
IZPU

FIGURA 2. 4. 5-2 - Oscilograma do nível de rád i o- i nt erf erênc i a, RI,


numa linha experimental, ilustrando o efeito da
chuva.

2.4-34
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RI 65 | l 1

[dB]

60-

o
55-
O
o
o
o
Oo
Oo
50- o o
o O 0
o
o o

45 T
0 5 10 15 20 25
Y [m/s]

FIGURA 2. A. 5-3 - Relação entre o nível de rád i o— i nt er f erênc i a r


RI, e a velocidade do vento, v, numa linha
experimental C23-

.
2 4-35
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com medidas de campo, de preferência para condições e parâmet ros


geométricos , e nível de campo elétrico, não muito diferentes dos
da linha em estudo.

De qualquer forma, a mesmorád i o- i nt erf er ênc i a,


era condições
aparentemente idênticos, flutuações apresenta
significativas,
tipicamente com variação da ordem de 1:2 a 1:3 (6 dB) do valor de
quase-pico do nível de rád i o- i nterferênc i a em condi ções
aparentemente similares.

Naturalraente, o nível de rád i o- i nterferênc i a admissível, depende do


nível de sinal existente na região considerada, ou que, em virtude
de critérios regulamentares ou de índole similar, seja cons i der ado
como o n í vel
de sinal pará o qual a linha não provoque
rád i o- i nt erf erênc i a importante, ou acima de níveis de "qualidade"
de recepção, considerados aceitáveis, por critérios de tipo
normativo, ou razoáveis.

Tipicamente, no caso de rád i o- i nterferênc i a de linhas de tensão


contínua, nível de qualidade de recepção, é aceitável
para igual
uma relação sinal-ruído ma i s baixa que no caso de linhas de tensão
alternada. Esta diferença está em princípio, ligada ao caráter
"macroscopicamente" ma i s regular das linhas de tensão contínua, sem
o efeito de "modulação" resultante, no caso de tensão alternada, da
variação do campo elétrico a frequência fundamental.

Por exemplo, no caso das linhas de ±600 kU de sistema de


transmissão de Itaipu, adotou-se como critério, no limite da f a i xa
C63, e com referência a uma frequência i HHz=

- relação sinal-ruído de i7 a 20 dB, o que corresponde uma


avaliação "subjetiva" da qual i dade de recepção entre
"ruído-evidente" (com recepção inteligível) e "ruído
«
d et ec tável"
(com recepção boa);

- nível de sinal 66 dB (em relação a um campo elétrico, na


mínimo
frequência i MHz e na faixa de passagem de referência, de
i MV/m).

A título ilustrativo, representa-se a largura de faixa necessária,


nas hipóteses de referência de cálculo, correspondent e a este
critério, em função dos seguintes parâmetros (para os restantes
parâmetros constantes), para operação bipolar da linha:

- diâmetro dos condutores do feixe (figura 2. 4. 5-4);

2.4-36
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15,4 m
I i l oo JL 0,457m
oo
L 70 o
• ••
1
[m] H
H= 12,00m

60- 4 x 34 ,12 m m

H = 15,00 m
50-

40- H = 20,00 m

30-

20-

10-

0 T
3,0 3,2 3,4 3,6 3,8
d [mm]

FIGURA 2. 4. 5-4 Largura mínima de faixa, l_, por condicionamento


de rád i o- i nt erferênc i a, para uma 1 i nha de
+Ó00 kV, condições indicadas no texto, em
nas
função do diâmetro, dÿr dos condutores dos polos
C 63.

2.4—37
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- distância entre polos (figura 2.4.5—5);

altura dos condutores ao solo (figura 2.4.5— 6).

A interferência de televisão pode resultar, basicamente, de dois


tipos de efeitos:

a) componentes dos corrente transversal, por


impulsos de efeito
coroa, nos cadeias de
condutores, isoladores e ferragens
(inclusive descargas parciais) na faixa de frequência usada para

transmissão de televisão, com car act er í st icas qual i t at i vas


similares às de rád i o- i nterferênc i a, embora quantitativamente
diferentes, conforme discutido no anexo;

b) correntes ion icas originadas pelo efeito coroa e captadas pelas


antenas de televisão.

A interferência de televisão é, tipicamente, em comparação com os


n í ve is de sinal ex i st ent es, e de relações s i n a1-r u í d o
satisfatórias, menos crítica, em termos de largura da faixa, que a
rád i o- i nt erf erênc i a .
No que comparação de nível "ruído" por interferência,
respeita a
com nível de sinal, era relação com eventuais critérios de qualidade
de recepção do sinal, é importante considerar, não só, a largura da
faixa e curva de ponderação de frequências, no processo de medida,
como, também, o tipo de medição, event uai ment e não linear (p.e.
valor eficaz, valor de quase pico, valor de pico).

2.4.6
Ru ído aud ível

As descargas de tipo impulsivo, associadas ao efeito coroa,


des i gnadament e com os mecanismos de tipo flâmula e m i cr od i srupções,
or i g i nam a conversão, ma i s ou menos rápida, de parte da energia
eletromagnética em energia "térmica" das partículas de gás, com
consequentes variações ráp i das de temperatura e pressão, na
vizinhança dos pontos onde ocorrem reações entre part í cul as,
des i gnadament e de ionização. Em consequência, a partir desses
"pontos", ocorre a propagação de ondas de pressão, cora
caracter íst i cas físicas do tipo das das ondas sonoras, parcialmente
dentro do espectro de sensibilidade auditiva.

No caso dos "pontos" onde têm início as ondas estarem muito


próximos da superfície do condutor, uma parte da energia sonora
atua como uma "percussão" no condutor da linha, transferindo-lhe
parte da energia mecânica liberada na vizinhança do ponto. Em
consequência, o condutor tende a vibrar mecanicamente, com

2.4-38
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L 70 I l i 1 oo
••
.U
O O
0,457m
[m]
E T
£J

60- 4
* 34,12 mm

50-

40-

30-
i

20-

10-

0 T
II 12 13 14 15 16 17
S [m]

FIGURA 2. A. 5-5 Largura mínima de faixa, L, por condicionamento


de rádio-interferência, linha de para uma
+600 kU, nas cond i ções indicadas no texto, em
função da distância, S, entre polos C6H-

2-4—39
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15,4m

L 70 i i i i i ••
• J.JL 0,457 m

Cm]. H
"1

60- 4i 34,12 mm

50-

40-

30-

20-

10-
!

0 T T T T jr~-

6 9 12 15 18 21 24 27
H [m]

FIGURA 2-4. 5-6 - Largura minima de faixa, l_, por condicionamento


dc rád i o-i nterferênc i a, para uma linha de
+600 k V, nas cond i ções indicadas no texto, era
função da altura média, H, dos condutores dos
polos C63-

2.4-40
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propagação mecânica da energia através dos condutores, a qual é, em
parte, convertida de novo em variações de pressão e densidade na
proximidade do condutor, era consequência do movimento deste. Por
este mecanismo secundário de propagação, ocorre uma transmissão de
energia mecânica ao longo da linha, cora velocidade event uai raent e
superior à velocidade do som no ar, e com uma distribuição
espectral alterada pelas caracter íst icas do condutor quanto às
vibrações "naturais", quer nos vãos, quer, para os condutores dos
polos, nos sub-vãos, no caso de condutores em feixe.

Para as condições típicas de linhas de corrente contínua, para


igual geometria e módulo de campo elétrico na superfície dos
condutores, a propagação de energia cedida ao ar, na faixa mecânica
de frequências audíveis, é ma i s elevada nos condutores positivos
(ou, raa i s corretamente, cora campo elétrico na superfície externa do
condutor, no sentido do condutor para o ar) que nos condutores
negativos. Por este motivo, no caso de linhas bipolares, com igual
módulo de tensão dos dois polos, o nível de sinal audível está
associado, basicamente ao condutor positivo.

Na figura 2.4.6-i apresentara-se fotografias C8D que reproduzem a


evolução no tempo de impulsos positivos, na vizinhança de uma
"ponta" na superfície do condutor positivo, numa "linha" bipolar,
em condições laboratoriais, em função da velocidade do vento, que
evidencia:

a) frequências de repetição das descargas dentro do espectro


audível, para as quais é plausível, no fenômeno não linear de
conversão em energia térmica, a ocorrência de parcela
significativa da onda "sonora" dentro desse espectro;

b) a influência da amplitude e sentido da velocidade do vento.

Na figura 2. 4. 6-2 indica-se a decomposição espectral, do ruído


audível medido num mesmo ponto, na vizinhança linha experimental
C23, para diversos de tensão (e, portanto, campo elétrico na
níveis
superfície dos condutores). Nas condições desses ensaios, para
frequências inferiores a cerca de 500 Hz, o ruído de fundo era
superior ao originado pela linha. Todavia, para frequências de
cerca de 0,5 a 20 kHz, o ruído audível é apreciável.

Nas condições de gama de parâmetros, o ruído audível Ra


usuais
expresso em termos de pressão sonora equivalente, medido no mesmo
ponto e com as mesmas caracter íst icas de "processo" de medida, e
iguais condições atmosféricas, na ausência de ruído' de fundo, varia
em termos médios, cora o campo elétrico, E, por relações do tipo:

2.4-41
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SENTIDO
wahdllu) POSITIVO
DO VENTO +
(d) i

.*?
.V •%
|)*4ií»àfcâáâOSíiíiáííSy$|J
'
’<'. . '; "i "• -. '
• t •
-iK
5»;

ilÍBflàSÊiíiifiíiiíliiiíÿáãâ (b)

FIGURA 2 A 6-i
-. - Oscilograma
corrente na
em Punção do tempo de impulsos
v i z i nhança de uma "ponta"
de
na
superfície do condutor positivo de uma 1 i nha
bipolar, em condições laboratoriais, para diversas
velocidades do vento, v, perpendicular à direção
da linha, para campo elétrico igual i,3 vezes o
campo de inicio de efeito coroa C83. tr-

0 sent i do posit i vo
a de v, corresponde
deslocamento do ar no sentido do condutor positivo
para o condutor negativo.

(a) v = 2,2 m/s

(b) v = 1,8 m/s

(c ) v = 0

(d) v = 5,6 m/s

2.4-42
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Ra
C dBJ

l K.A.T.
-AO
\
I
: /
-30
I
.» R fM-'i —
600
'
y.
-v, Z'
. .
V-,1, /-y,
iJÉÉMjÉÈ ,y-
' ' iso I ' . -• •
•/ w '
-20
ÍJj® 11
I v\ “ViYift;
ra; w ;
r-
$
1
'

—10
fáí
\
\
\
N
V' ,ÿl.r / '
/
/ 1
M \
T
/ o.s.n.
10° lo1 10* 103 \
' 10*

f LHzl

FIGURA 2. 4. 6-2 Espectro de frequência de ru ido— aud i vel , Ra r


medido em Faixas de i/10 de oitava, na vizi nhança
de uma linha experimental de corrente contínua
C2D

Para frequências abaixo de 500 Hz predomina o


ruído de fundo.

Os números curvas dos vários espectros


junto às
correspondem à tensão da linha (proporcional ao
campo elétrico, na superfície externa do condutor,
na ausência de carga espacial).

A curva a tracejado corresponde, para um


observador médio e em termos relativos, a n í ve i s
de igual sensibilidade auditiva.

2.4-43
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Ra = A . eÿE
sendo % da "ordera" de 1,5 a 2 mm/kV.

Cabe notar macroscópicos, o ruído audível tem um


que, em termos
caráter estatístico, com flutuação típicas, em condições r ea is de
campo, sem variação "importante" de condições metereológ i cas, na
faixa dà ordem de 0,3 a 3 vezes o valor médio geométrico.

0 programa CNRI calcula o perfil de ruído audível-, em função das


caracter íst i cas geométricas, da tensão e de parâmetros que
caracterizem o estado dasuperfície, que convém aferir com
medições experimentais disponíveis, em condições não muito
diferentes das da linha em estudo, e referir a um procedimento de
"medida".

Na figura 2. 4. 6-3 indicam-se, para uma linha experimental, era


função do campo elétrico, as faixas de avaliação subjetiva do
incomodo do ruído, e os valores médios correspondentes, com medida
de valor eficaz e filtro de passagem de frequências tipo A (figura
2. 4. 6-4). Nota-se que uma medição de "quase-pico" f or necer i a
valores cerca de 13 dB ma i s elevados.

A título interação do ruído audível com diversos


exempl i f i cat i vo da
parâmetros construtivos das linhas, apresenta-se C6D, para as
linhas de ±600 kU de Xtaipu, a relação entre a largura de faixa,
por condicionamentos de ruído audível, e os seguintes parâmetros
geométr i coss

a) Diâmetro dos condutores dos feixes (figura 2. 4. 6-5);

b) Distância entre os polos (figura 2. 4. 6-6);

c) Distância média dos condutores ao solo (figura 2. 4. 6-7).

Estas curvas correspondera a um nível de ruído audível provocado


pela linha igual a 40 dB , no limite da faixa de passagem e na
ausência de outras fontes de ruído, em determinadas hipóteses de
r ef erênc i a.

Em anexo apresenta-se cópia de uma publicação recente (anexo 5), em


que =
a) Se apresentam ruídos audíveis,
linha experimental, com
numa
tensões até ±800 kV e diversos tipos e feixes de condutores;

b) Se sugere um método de cálculo, com parâmetros apurados a partir


desses resultados, levando em conta o campo elétrico na

2.4-44
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1 1 j.

f -
O AVALIAÇÃO "OSU"
AVALIAÇÃO " TEST CENTER"
8 - 048
44 0 47
d -
41
40
38
O
c 36

b -- 32 D 33
o3'
32
a o3'
~
i r T--
S3 2,0 2,5 3,0
E [MV/m ]

FIGURA 2. 4. 6-3 Resumo resultados de dois


dos testes de
avaliação subjetiva de incomodo de ruído audível
zde uma linha de tensão contínua H23.

Os números que aos pontos indicam pressão


a
sonora, expressa em dB<A) referida a uma pressão
sonora 20 pPa.

A gama de qualificação subjetiva individual dos


observadores cobria, ero geral, três qualificações
consecutivas (a ordenação corresponde à "média" na
escala "linear" quantificada) para valores de E
inferiores a cerca de 25 kU/cra, e quatro
qualificações consecutivas, para valores de E
super i ores .
Descrição dos níveis de ruído audível acima. Esta
aval i ação f o i feita tendo como referência uma
"noite de verão calma":

a) extremaraente calmo;
b) calmo;
c) ruído moderado, percept ível ;
d) ruidoso;
e) extremamente ruidoso;
f) ruído intolerável.

2.4-45
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PROMOHI
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NÍVEL l i I 1 I _L I I I 1
SONORO
10 - .•
dB ( A ) \D
0- C

\V.
-io- B/.-’D Bac
/f-

-20 -

-30-

-40 T T T T
31, 63 125 250 500 2000 8000

f [Hz]

FIGURA 2. 4. 6-4 Curvas A, B, Cr D de resposta de frequência de


medidores de nível sonoro C93-

*
2.4-46
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15,4m

1 oo
1 —_L
oo L
0,457m
L 70 •o •o
7
[m] H

60- 4 K 34,12 mm

50-

40- H = 12,00m
H= 15,00 m

30-

20-

10-

0 T T
3,0 3,2 3,4 3,6 3,8
d [m]

FIGURA 2.4.Ó-5 Largura mínima de faixa, L, por condicionamentos


de ruído aud ível , para uma de +600 kV, nas linha
condi çoes indicadas no textor em função do
diâmetro, d, dos condutores do feixe C6D.

* 2.4-47
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L 70 i i 1 i i _ oo
o o
J.JL
oo 0,457m
[mj 1
//A'-iWi'vtJV

60- 4* 34,12 mm

50-

40-

30-

20-

10-

jr"‘

0 T T T
II 12 13 14 15 16 17
S [m]

FIGURA 2. 4. 6-6 Largura mínima de faixa,


L, por condicionamentos
de ruído audível, para uma
linha de +600 kV, nas
condições indicadas no texto, em função da
distância, S, entre polos C63-

*
2.4-48
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15t4m
1 1 i 1 1 1 • • o o JL 0,457m
L 70 o o o o
7
[m] H

60 - 4 x 34,12 mm

50-

40-

30-

20 -

10-

0 T T T
6 9 12 15 18 21 24 27
H[m]

FIGURA 2-4-Ó-7 - Largura mínima de faixa, por condicionamentos


de ruído audível, nas
para uma linha de +600 kV,
condições indicadas no texto, em função da altura
média dos condutores dos polos C63-

2-4-4?
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superfície dos condutores, o diâmetro e número de condutores dos
feixes, e a constituição da linha;

c) Se indicam resultados correspondentes a avaliação subjetiva do


incomodo provocado pelo ruído audível de linhas de corrente
cont ínua.

Apresenta-se, cópia de artigo (anexo 3)


também, que discute os
métodos e precauções de medição de ruído audível.

2.4.7
Inf luênc i a do efeito coroa na propagação de sobretensões em linhas
de transmissão

Para sobretensões muito elevadas, ocorre uma ionização importante,


na vizinhança dos condutores dos polos e, eventualmente também dos
cabos pára-raios, das linhas aéreas, que afeta os fenômenos de
propagação ao longo das linhas, des i gnadament e para fenômenos
assoc i ados a descargas atmosf ér i cas e restantes fenômenos
transitórios cora valores elevados de tensão nas linhas, e, em
consequência, os fenômenos transitórios em que é significativo o
comportamento das mesmas.

0 efeito coroa é ura fenómeno não sendoessenc i al ment e não-linear,


portanto aplicável a sobreposição, nem, portanto, em princípio, o
tratamento separado de vários "modos" de propagação.

Qualitativamente, para o aspecto em análise, o efeito coroa


é fundamentalmente, caract er i zado por!

a) Estabelecimento de uma zona vizinhança dos


ionizada, na
condutores, cora campo elétrico transversal bastante inferior ao
campo elétrico que existiria na mesma zona, se não houvesse
efeito coroa;

b) Dissipação de energia, ligada à ionização.

A corrente de condução longitudinal, na zona ionizada, é moderada.


Desta forma, para efeitos de energia do campo magnético, e de

coeficientes de i ndução, pode, em primei ra apr ox i mação,


desprezar se a existência do efeito coroa.

Dado que o campo elétrico transversal, na camada ionizada, é menor


que na ausência de ionização, para efeitos de coeficientes de
capacidade, a existência de efeito coroa pode ser tida em conta
como traduzida por um aumento do "raio" equivalente dos condutores
("correspondendo" esse "raio equivalente" ao raio da zona ionizada
e ao "nível de ionização").

2.4-50
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f
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Em regime "transitório", ligado ao estabelecimento do efeito coroa,
a consideração rigorosa do respect ivo mecanismo é relativamente
corap 1exa .
Em primeira análise, o efeito coroa ligado a um condutor, por
unidade de compriínento, para efeitos t ransver sa i s, pode ser
associado, um tanto qualitativamente, ao esquema equivalente da
figura 2.4.7-i (por unidade de comprimento).

Os parâmetros C e G traduzem os parâmetros transversais da linha na


ausência de efeito coroa. Os parâmetros Cj[ e C2 traduzem o aumento
de coeficiente de capacidade (por unidade de comprimento)
consequente do efeito coroa. Os parâmetros Rÿ e R2 traduzem,
conjuntamente com C± G C2, a "atenuação" da ionização, na ausência
de corrente transversal a partir do condutor. Os parâmet ros R e
R'2 traduzem a dissipação de energia no estabelecimento do efeito
coroa .
0 elemento não linear é caracter izado por apenas permitir
corrente iÿ a partir do condutor, do mesmo sinal do da tensão do
condutor, e quando o módulo dessa tensão exceder a tensão de
formação de efeito coroa. 0 elemento não linear D2 é car act er i zado
por permitir o "início" de corrente apenas quando o módulo da
tensão do condutor exceder a tensão de formação de efeito coroa,
mas, d i ferenteraente de Dj[ , permitir, uma vez desencadeada a
corrente transversal e enquanto se man t i ver a i on i zação
("traduzida" por car ga não "mui t o pequena" do condensador C2),
corrente nos dois sentidos.

Os conjuntos de elementos a e bÿ traduzem efeito


o coroa. Os
primeiros (elementos a) quanto à parcela de "carga" "fornecida" a
partir de correntes transversais ao condutor, não "recuperável "
pelo condutor a part i r da camada i on i zada, se, após o
estabelecimento de ionização, se verificar uma redução do módulo da
tensão do condutor. Os segundos (elementos bÿ) , quanto à parcela de
fornecida â camada ionizada "recuperável" pelo condutor, se
carga"
ff

se verificar uma redução do módulo de tensão do condutor.

Nat ural ment e, há que considerar uma situação "inicial" de tensão e


carga dos capaci tores Ci e C2, ou "fontes de tensão" em série com

ci e c2-
Com interpretação semelhant e, pode, em vez do esquema equivalente
anterior, considerar-se um esquema do tipo do da figura 2. 4. 7-2.

Neste esquema, na ausência


efeito coroa, os elementos não
do
lineares D3 e D4 não conduzem corrente na ausência do efeito coroa,
e o conjunto C3, C4 , R3, R4 é equivalente aos parâmetros R e G da
figura 2.4.7-i.

2.4-5Í

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u D
1
l1
2' °2
R' R:2
c
T <G
c.n R
1
T"1 TCz
V
2

a b

FIGURA 2.4.7-í - Esquema equ i valente simplificado, por unidade de


comprimento, e para efeitos transversais, de uma
1 inha, para considerar o efeito coroa, em
fenômenos transitórios CiD.

2.4-52
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O estabelecimento do efeito coroa é


traduzido pelo fato de D3 e D4
permitirem a passagem de corrente (a partir do instante em que o
módulo de u formação do
excede aefeitotensão
coroa, de
"curto-circuitando" série com resistências)
(em "pare ialnente" a
capacidade "correspondente" à coroa entre a superfície do condutor
e o limite da camada ionizada. 0 elemento D3 permite apenas
corrente Í3 para módulo da tensão do condutor superior à tensão de
ionização e de sinal igual ao sinal da tensão do condutor. 0
elemento D4 permite "início" de corrente nas mesmas condições de
D3, mas mantém a possibilidade de corrente Í4 não nula, mesmo após
eventual inversão de sentido de corrente, enquanto se mantiver
ionização apreciável.

Em princípio, os parâmetros dos esquemas das figuras 2. 4.7-1 e


2. 4. 7-2 são variáveis, des i gnadamente com a tensão e as correntes
de ionização. Em vez de parâmetros "variáveis", podem considerar-se
esquemas equivalentes de parâmetros constantes com mais elementos,
por exemplo, em vez do esquema equivalente da figura 2.4.7-i,
vários elementos do tipo a e b, com diferentes tensões de início de
condução dos elementos e D2» correspondendo a respect i va
"atuação" a sucessivos aumentos da camada ionizada.

Em pr i nc íp i o, os parâmetros dos esquemas equivalentes são


diferentes para tensões u positivas e negativas.

Para uma análise ura pouco mais correta no caso de linhas bipolares,
em vez de um esquema equivalente transversal afetado pela tensão
"transversal" do polo em causa (polo-terra), ou do cabo pára-raios
em causa, devem ser considerados esquemas equivalentes considerando
a interação entre os pólos e os cabos pára-raios, e dependendo a
atuação dos elementos não lineares do campo elétrico transversal na
vizinhança dos condutores.

Tem-se, assim, por exemplo, um esquema equivalente do tipo do da


figura 2. 4. 7-3.

Nota-se que a caracterização dinâmica do efeito coroa é d i f i cul tada


pelo desconhecimento dos valores numéricas dos parâmetros
correspondentes com precisão razoável. Por esse mot i vo, não se
justifica, em geral, a consideração de um esquema equivalente com
muitos elementos.

A anál i se da influência do efeito coroa, cora esquemas equivalentes


do tipo do das figuras 2.4.7-í ou 2. 4.7-2, é v i ável ,
analiticamente, cora algumas aproximações.

Suponhamos por exemplo, uma onda de tensão propagando-se na linha e


consideremos o esquema equivalente da figura 2.4.7-i. At é ao

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D D

.VF R
5f
3
(V I14 '
R3 r;
í

u
c -L. R
4 4
T

FIGURA 2. 4.7-2 Esquema equivalente simplificado, por unidade de


comprimento, e para efeitos transversa i s, de uma
linha, para considerar o efe i to coroa, em
fenômenos transitórios Ci3-

2.4-54
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U,
&

wn
ui
€b
<>-
u2

± =H U
o 4 < <> o 4

?
4 4 imiiiu V
Ionização Ionização
/ \,
3
Ionização
do cabo do polo i do polo 2
paVa-raios

FIGURA 2. 4. 7-3 Esquema equivalente simplificado, por unidade de


comprimento e para efeitos transversais, de uma
1 i nha b i polar r com um cabo para-raios, para
considerar o efeito coroa, em f enomenos
transitórios Ci3-

2.4-55
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instante em que, numa zona da linha, é atingida a tensão da
ionização, não há efeito coroa, e a propagação é car act er i zada
pelos parâmetros transversais C e G. A partir do instante em que é
atingida a ionização, se for, como sucede normalmente:

R \ << Ri
( i)

R '2 < < R2


e se as constantes de tempo:

tí = R'i Ci
(2)

t2 - R '2 - c2
forem muito pequenas era relação ao tempo de "frente de onda", a
partir do instante em que se dá a ionização, a linha passa a ser
caracter i zada, aprox i madament e , por parâmetros transversais
C + Ci + C2, G + i/Ri + i/R2, em vez de respect i vament e, C e G.

Consequentemente, a partir desse instante, a velocidade de


propagação, que era da ordem de:
i
V = (3)

JLC
passa a ser da ordem de:
i
v = (4)
L . (C + Ci + C2 )

para efeitos da diferença entre a tensão e a tensão de ionização.

Por outro lado, a atenuação, associada a=

G
(5)
C

Passa a estar associada, também para efeitos da diferença entre a


tensão e a tensão de ionização, a:

i i
G + +
Ri R2

C + Ci + c2

2.4-56
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valor normalmente bastante superior ao anterior .
Portanto, qualitativamente, verifica-se, a partir do instante em
que é atingida a tensão de ionização, uma redução da velocidade de
propagação e um aumento de atenuação.

Desta forma, verifica-se, para tensão de módulo superior à tensão


de ionização, uma redução da inclinação de frente de onda (a partir
dessa tensão) e um aumento de atenuação. Espec i al ment e no caso de
ondas de curta-duração, verifica-se também, consequentemente, uma
redução da amplitude de onda de tensão.

Para a consideração, com relativo pormenor e rigor, do efeito


coroa, os métodos analíticos tornam-se inviáveis, sendo necessário
recorrer a métodos numéricos ou analógicos.

A fim de dar uma idéia da ordem de grandeza dos erros cometidos no


cálculo de sobret ensões, com algumas hipóteses s i mp 1 i F i cat i vas
correntemente usadas, e da influência nas sobret ensões de alguns
parâmetros e do efeito coroa, apresenta-se um exemplo de cálculo
das tensões numa linha, monopolar, com cerca de 50 km, estando,
antes da onda de choque, com uma tensão 0,2 MD, e apl içando— se numa
das extremidades da linha uma onda de tensão, do mesmo sentido que
a tensão anterior e "adicional" à mesma, da formas

Au = A . (e c*t _ e (3t )

sendo s

A = 0,8 MD

a = Í03 s'*

Í3 = Í05 s-í

0 valor máximo de Au, Aumax' dá-se paras

t = 46,617 ps

sendo s

Aumax = 0,756 MD

e sendo:

2.4-57
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umax = 0,200 MV + 0,756 MV = 0,956 MV

Devido ao caráter ilustrativo da influência de alguns efeitos e


parâmetros, no cálculo, com os programas da série MA, não se
considerou a dependência dos parâmetros longitudinais com a
frequência. Todavia, os programas da série MA permitem considerar
essa dependência, quer diretamente por simulação no domínio do
tempo, quer por simulação híbrida frequência-tempo.

De qualquer forma, os resultados são representativas de alguns dos


efeitos envolvidos, para uma linha unipolar de tensão 200 kV.
Qualitativamente, têm-se efeitos similares para linhas bipolares e
de níveis de tensão ma i s altos ou ma i s baixos.

Considerou-se a linha representada, para efei.tos de propagaçao


polo— terra, na ausência do efeito coroa, pelos seguintes parâmetros
un itários "equivalentes":

L = í,33 mH/km

C = 8 ,3547 nF/km

0,05 Q/km
R em al t ernat i va
2 Q/km

Considerou-se o equ i pament o ligado à linha, no terminal de


aplicação da onda, para efeitos de ondas refletidas, equivalente a
uma "rede" de impedância muito baixa, para todo o espectro de
f r equênc i as .
Efetuaram-se três simulações de comportamento da linha, para a onda
de choque em causa. '

Nas simulações 1 e 2 não se considerou o efeito coroa. Na simulação


i, cons i der ou— se uma resistência longitudinal unitária da ordem de
grandeza da resistência a baixa frequência, 0,05 Q/km. Na simulação
2 considerou-se uma resistência longitudinal unitária 2 Q/km,
correspondente ordem de grandezaà resistência na zona dominante do
espectro de frequências da onda de choque relativa à frente de
onda .
Na simulação 3 considerou-se a mesma resistência longitudinal que
na simulação 2, e, além disso, considerou-se o efeito coroa, para
tensões pólo-terra superiores a 0,4 MV.

2.4-58
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Nas figuras 2. 4. 7-4, 2. 4. 7-5, 2 .4.7-6 apresenta-se, respect i vamente
para as simulações i, 2 e 3, urn resumo dos resultados,
representando por u(L) e i (L ) a tensão e corrente na linha num
ponto a uma distância
L do ponto de aplicação da onda, para L = 0;
i; 2,5; 5; 12,5; 25; 37,5; 49,5 ou 49,75 (km)

Nas tabelas 2.4.7-í e 2. 4.7-2 indicam-se os valores máximos


relativos itiais significativos de tensão e corrente para os valores
de L considerados nas figuras i a 3 (até ao terceiro máximo, e não
considerando eventuais máx i mos rei at i vos correspondentes a
oscilações de pequena amplitude).

Na tabela indicam-se os tempos, a contar do instante de


2. 4. 7-3
início da onda de tensão, ao fim dos quais, no terminal oposto da
linha, a tensão atinge a 0,4, 0,6 e 0,8 MV, e as derivadas em
relação ao tempo da tensão, neste terminal, nas três simulações.

Como se verifica pelas figuras e pelos quadros, os resultados das


três simulações são apreciavelmente diferentes e, nomeadamente,
traduzem solicitações muito diferentes do isolamento, quer da
linha, quer do equipamento terminal. Noraeadament e:

nas simulações 2 obtem-se tensões máximas, fase-terra, ao


í e
longo da linha, respect i vament e, 1,47 e 1,29 vezes ma i s elevadas
que na simulação;

nas i e 2 obtem-se tensões máximas, fase-terra, no


simulações
terminal da linha oposto àquele a que se considera aplicada a
onda de choque, respect i vament e, 1,21 e 1,07 vezes ma i s elevadas
que na simulação 3.

2.4.8
Medições de campo em linhas experimentais e laboratoriais

Alguns aspectos do efeito coroa e cargas espaciais, em linhas de


corrente contínua, têm um carácter acentuadament e estatístico, em
termos de condições de operação de uma 1 i nha , exam i nada
macroscópica e globalmente, e, a multiplicidade e carácter pouco
"robusto" de parte dos efeitos em causa implicam numa grande
sensibilidade a diversos parâmetros, que não pode ser traduzida de
forma meramente analítica e dedutiva com pequena margem de erro.
Por este motivo, há necessidade de aferir e ajustar alguns
parâmetros, com base em medidas experimentais.

A título exemp 1 i f i cat i vo de resultados de medições sistemáticas de


campo, em 1 i nhas exper i menta i s, com análise estatística de
resultados, apresenta-se em anexo, cópia de alguns artigos ( anexos

3, 4, 5) , de sistematização de medições de campo de aspectos

2.4-59
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.CO .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 .72 .80
2.0-1 4.0 2.0 r4.Q
ilO) id)

U 1.8- I 3.2- i(z.s) - 1.8 U - 3.2 I


(MV) (kA) ii’i (MV) (kA)
. íi\ã\it\ j
r I( 0 ) llO.S)
1.6- 2.4 - rl(l) w t(jrj)
£ - 1.6 - 2.4
I r-l(i.a) ‘ K»)
\i
1.4- 1.6 - L l(ST4) 3
1(1) »(*»
1.4 - 1.6
(ILJ),

1.2- .8-
IIiI f/ A
£
SI m T>
- 1.2 .8

1.0- .0 1 1.0 .0
o///£? 5>/
c >

.8- -.8 - W? .8 - - .8
u { 0)

.6- -1.6- 3 .6 - -1.6

.4- -2.4-
lill v - .4 -2.4

-*2- -3.2 .2 -3.2

.0-Í -4.0 .0 L-4.0


.00 .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 .72 .80
T (ms)

FIGURA 2. 4-7-4 — Tensãof e corrente, _i_, em função do tenpo, T,


11,
ao longo linha,
da das hipóteses indicadas no
texto, para a simulação i, no seguimento de uma
sobretensão numa das extremidades-

Os números indicam a distância, em km,


entre ( )

ao ponto de aplicação da sobretensão CiU.

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-
2 4-60
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.00 .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 T2 .80i n
2.0-, 4.0 i..\J
r 4.0

U 1.8 I 3.2 - - 1.8 U - 3.2 I


(MV) (kA) (MV) (kA)
ini
1.6- 2.4 - 1.6 - 2.4
“I1/
I(ZJ)
I (o) *4 ,1/ L/
i(tJ)

1.4- 1.6 -
\õAs 1(0.3) 1.4 1.6
I do)
5
1.2- .8 - 1.2 .8
1
I
-I
1.0- .0- 1.0 .0

?y
.8- -.8 -
la.
.8 - .8
I

.6- -1.6 -
'1
3
S
.6 - -1.6
uhl
1 3
li u(l.l)

.4- -2.4-
0 I31
.4 -2.4

.2- -3.2 .2

.0-1 -4.0 .0 *--4.0


.00 .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 .72 .80
T (ms)

FIGURA 2. 4. 7-5 - Tensão, u_r e corrente, , em função do tempo, T,


ao longo da linha, das hipóteses indicadas no
texto, para a simulação 2, no seguimento de uma
sobretensão numa das extremidades.

Os números entre ( ) indicam a distância, em km,


ao ponto de aplicação, da sobretensão C1I.

2.4-61
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0

.00 .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 JZ .80
2.0 -| 4.0 2.0 r 4.0

U 1.8 - I 3.2 1.8 U -3.2 I


(MV) (kA) (MV) (kA)
ini
1.6 - 2.4 - 1.6 -2.4
i(ul
§.
1.4 - 1.6 lUUl
1.4 - 1.6
il«j|

1.2 - .8 - 1.2 .a

1.0 -
I;
U(l| 1.0 .0

u<Z.9l
.8- -.8 - "ÍJI .8 - -.a
(?
.6- -16 - UiS .6 -1.6
S,
f s 3
.4 - - 2.4 - .4 -2.4

.2- -3.2 .2 -3.2

,0J -4.0 .0 -4.0


.00 .08 .16 .24 .32 .40 .48 .56 .64 .72 .80
T (ms)

FIGURA 2. 4.7-6 - Tensão, e corrente, j_, em fun'ção do tempo, T,


u,
ao longo da linha, das hipóteses indicadas no
texto, para a simulação 3, no seguimento de uraa
sobretensão numa das extremidades.

Os números indicam a distância, em km,


entre ( )
ao ponto de aplicação, da sobretensão CÍT.

2.4-62
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TABELA 2.4.7-i - Comparação dos máximos tensão, ao
relativos de
longo da linha, nas três simulações, em função da
distancia, j_F ao longo da linha, do ponto de
aplicação da sobretensão.

L Máximos relativos mais significativos de tensão (MV)

(km)
Simulação 1 Simulação 2 Simulação 3

0 0,956 0,956 0,055

1 0,956 0,859 0,817 0,955 0,885 0,742 0,941 0 , 788

2,5 0,956 1,019 0,975 0,952 0,972 0,829 0,942 0,786

5 0,956 1,202 1,126 0,948 1,125 0 , 889 0,902 0,792

12,5 0,956 1,446 0,826 0,936 1,284 0,730 0,859 0,837

25 0,956 1,095 1,461 0,915 0,993 1, 251 0 , 808 0,9 34

37,5 0,955 1,146 1,416 0,896 1,030 1, 185 0,594 0,986 '

49,5 ou 49,75 1,198 1,205 1,062 0,991 0,993

2.4-63
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TABELA 2. 4.7-2 - Comparação dos máximos relativos de corrente, ao
longo da linhar nas três simulações, em função da
distancia, I_, ao longo da linha, ao ponto de
aplicação de sobretensões.

L Máximos relativos cais significativos de corrente (kA)


(km)
Simulação 1 Simulação 2 Simulação 3

D 1,894 3,446 . 1,583 1,846 2,748 0,958 2,539

1 1,*894 3,342 1,239 1,842 2,501 0,837 2,528

2,5 1,894 2,457 3,028 1,837 2,000 2,266 2,488

5 1,895 2,477 2,460 1,827 1,989 1,989 2,428

12,5 1,896 2,545 1,768 1,798 2,096 1,354 2,277

25 1,897 2,669 1,762 1,748 2,286 1,347 2,230

37,5 1,899 2,801 1,880 1,702 2,486 1,438 1,664 1,836

49,5 ou 49,75 2,568 2,742 2,320 1,973 0,871 1,112

2.4-64
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TABELA 2-4.7— 3 — Compreensão de parâmetros da frente de onda de


sobretensão no terminal da linha,
\
para as três
s i mulações -

Tempo, a partir do início âa onda de Derivada média da onda de tensão no


tensão, ao fim do qual é atingida a intervalo de valores de U indicado
U tensão U no terminal da linha oposto
aquele a que é aplicada a onda de
(MV) tensão
(us) (kV/us)

Simulação 1 Simulação 2 Simulação 3 Simulação 1 Simulação 2 Simulação 3


0,4 179 180 205
0,6 188 190 262
0,8 199 204 300

0,4 a 0,6 24,9 18,7 3 ,49


0,6 a 0,8 18,5 14,5 5,23
0,4 a 0,8 20,0 , 16,3 4 ,18

2.4-65
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1 i gados a ef e i t o coroa e car gas espac i a i s,


incluindo
rád i o- i nterferênc i a, ruído audível, correntes no solo e perdas.

Apresenta-se, também (anexo 6), cópia de um artigo era que se


apresentam alguns resultados respeitantes medições de tipo
a
laboratorial, em que se procura ter condições representativas,
quanto a efeito coroa, de linhas de transmissão de tensão contínua.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ei] Portela, C. - Regimes Transitórios (Ed COPPE - Eletrobrás) Vol


I a IV.

C2] "Transmission Line Reference Book HVDC to +600 kV", EPRI -


Electric Power Research Institute, Palo Alto, CA, 1975, pp
Í70

C3] Kuffel, E; Abduallah, M. "High-Voltage Engineering", Ed .


Pergamon Press, Í966

E4] Tikhodeyev e outros "Selection of Conductors and their


Configuration far DC Lines with Allowance for Corona Losses,
Radio Interference Methods and their measurements" USA/USSR
Symposium, Leningrad, April, 1976

C5] Gary C., Moreau M. "L 'Efet de Cour onne en Tension


A1 ternat i ve" Ed. Eyroles, Í976

C6] Portela, C.M;


Jardini J.A; Brasil D.O.C; Mello J.C.P; Peixoto
C.A.O - Critérios de Limitação dos Efeitos Eletrostáti cos e
Eletromagnéticos de 750 kV CA e +600 kV VII SNPTEE, Grupo
,
III, GLT í 984
©

C7] Geherig E. H; Peterson A.C; Clark C.F.; Rednourt.C; "Bonneville


Power Administration's ÍI00 kV Direct Current Test Project: II
- Radio Interference and Corona Loss" PAS-86, nS 3, Março 1987,
PP 278-289

C8] Khalifa M.M; Morris R.M - "A Laboratory Study of the Effects of
Wind on DC Corona" -
PAS-86, n2 3, Março 1967, PP 290-289

C9] Relatório preparado pelo subcomite - "Corona And Fi'eTd Efects -


Measurements of Audible Noise from Transmission Lines" Vol.
PAS-100, n° 3, Março 1952

C10] "Transmission Line Reference Book 345 kV and Above", EPRI


Electric Power Research Intitute, Palo Alto, CA, 1975, PP 393

C113 Portela, C. Subestações Isoladas a SFÿ. Aspectos


Part i culares Seminário Nacional de Sobr et ens i ones y
Aislamiento — Memórias Medel 1 i n , 1988

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ANEXOS:

i) Gehrig E.H., Clark


Peterson,
C.F., Rednour A.C.,
T.C.
"Bonneville Power Administration's 1100kV Direct Current Test
Project: II Radio Interference and Corona Loss", PAS-86, n° 3,
Março 1967

2 ) 01 sen , R G ..
"Radio Noise due to Corona on a Mul t i conduct or
Power Line above a Dissipative Earth" IEEE Transaction on
Power Delivery, vol 3, n° i, Janeiro 88 .
3) Relatório preparado pelo subcomite "Corona and Field Effects"
"Measurement of Audible Noise from Transmission Lines"
PAS-100, n° 3, Março i98i, PP. 1440-1452

4) Pakala, W.E; Chartier, V.L. "Radio Noise Measurements on


Overhead Power Lines from 2-4 to 800kV" IEEE Summer Power
Meet i ng and EHV Conference, Los Angeles, Calif-, Julho 1970,
PP. 1155-1165

5) Fukushima, M.; Tanake, K-; Nakano, Y. "Pred i ct ion Met hod and
Subjective Evaluation of Audible Noise based on Results at the
Shiobara HVDC Test Line"
1170-1176
PWRD-2, n° 4, Out ubr o 1987, PP -
©
6) Dallaire, R.D.; Maruvada, P.S.; Rivest, N. - "HVDC Monopolar and
Bipolar Cage Studies on the Corona Performance of Conductor
Bund 1es" PAS-103, n° 1, Janeiro 1984, pp. 84-91

7) Maruvada, P.S.; Trinh, N.G.; Dallaire, R.D.; Rivest, N. "Corona


Stud i es f or B i polar HVDC Transm i ss i on at Voltages between
+600kV and +1200k 0 Part .
i: Long Term Bipolar Line Studies" -
PAS-100, n° 1, Março 1981, PP. 1453-1461

8) Maruvada, P.S.; Dallaire, R.D.; Heroux, P.; Rivest, N. "Corona


Studies for Bipolar HVDC Transmission at Voltages between
+600kV and +1200kV- Part 2: Special Bipolar Line, Bipolar Cage
and Bus Studies" PAS-100, n° 3, Março 1981, PP- 1462-1471

2.4-68
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2.5
Conportaoento das Linhas de Transmissão quanto a Descargas
At «osfér i cas

2.5.Í
Introdução

As descargas atmosféricas
constituem um condicionamento importante
da concepção das projeto
linhas de
e transmissão em corrente
contínua, não só pelas consequências diretas, provocando eventuais
curto-circuitos nas linhas, como pelo fato de, no seguimento desses
curto-circuitos, haver necessidade de atuação, por meio de controle
das estações conversoras, no sent ido de " i nterromper" o
curto-circuito, e, poster iormente, repor as condições de operação,
com perturbações ma i s ou menos longas, e inerentes efeitos no
sistema de transmissão e nas redes a que está ligado, e com as
consequentes sobretensões do tipo manobra, como, também, pelas
sobretensões nas estações conversoras, consequentes de propagação
de sobretensões ao longo das linhas de transmissão.

Os tempos envolvidos, para os f enôraenos ma i s i mpor t an t es


relacionados com a descarga, são da ordem de 0,1 ps a 100 ps.
Consequentemente, não há necessidade de considerar fenômenos
correspondentes a variações mecânicas de posição das máquinas
rotativas ou de deformação de condutores associados à descarga. Por
outro lado, dado que as velocidades de propagação são limitadas
pela velocidade de propagação das radiações eletromagnéticas, para
estudar o efeito de cada descarga, quanto a ocorrência, ou não, de
curto-circuito, basta considerar a rede relativamente próxima
(alguns quilómetros de linha).

As dificuldades de estudo dos fenômenos associados às descargas


atmosféricas resultam basicamente do seguinte:

- complexidade física dos fenômenos de descarga;

grande dispersão dos principais parâmetros das descargas, e


consequentemente necessidade de tratamento estatístico;

— necessidade de estimar a distribuição estatística de número e


parâmetros das que incidem nos vários elementos da
descargas
linha e na sua proximidade, em função das suas car act er í st i cas
elétricas e geométricas;

complexidade dos fenômenos de propagação eletromagnética, no


espaço próximo da linha e ao longo da linha;

2.5-1
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- complexidade do comportamento do aterramento das estruturas, e


das estruturas, para fenômenos rápidos.

Uma parte dos fenômenos emcausa t em hoje metodologias


razoavelmente corretas e satisfatoriamente aprox i madas, sendo
possível prever o comportamento das linhas quanto a descargas
atmosféricas com razoável precisão, e, em princípio, ot i m i zar o
projeto de linhas e subestações para ter em conta as descargas
atmosféricas. No entanto:

ainda há alguns aspectos das descargas atmosf ér i cas


insuficientemente estudados;

- é frequente encontrar na 1 i t erat ura erros rei at i vament e


grosseiros, quer quanto a aspectos físicos fundamentais, quer
quanto a interpretação e análise dos efeitos no comportamento das
1 i nhas .
2.5.2
Formação e principais parâmetros das descargas atmosféricas

As descargas atmosféricas estão associadas i n i c i al ment e a


distribuições de carga elétrica em nuvens, e, consequentemente, no
solo e objetos condutores debaixo da zona de influência
« eletromagnética dessas Essas
cargas. cargas elétri cas or i g i nam
campos elétricos muito intensos.

Normalmente, antes de uma descarga atmosférica propriamente dita,


conduzindo a uma transferênciaelétricas entre importante de cargas
as nuvens e o solo, ou entre duas nuvens, verifica-se a formação de
canais ionizados, mas não ligando duas nuvens ou uma nuvem ao solo.
Esses canais progridem por "impulsos", e permitem o deslocamento de
cargas elétricas ( f i gura 2.5.2-i ) , deslocamento esse que se
verifica apr ox i madament e por impulsos associados à formação de cada
canal elementar. Na "ponta" do último canal formado, acumula-se em
geral uma carga elétrica apreciável, que, por sua vez, origina um
campo elétrico importante na sua vizinhança, e a formação, por
i on i zação , de novo canal "condutor", pelo qual a carga vai
progredindo (precursor de descarga).

A partir do solo e de objetos "condutores" elevados (nomeadamente

torres ou postes de linhas elétricas e fios condutores), formam-se


por sua vez, canais, ascendentes, de carga de sinal oposto à dos
canais descendentes.

Se a carga dos canais descendentes for suficientemente elevada para


conduzir a progressão da formação de canais, acaba por se verificar
a "li gação" de canais ascendentes e descendentes, estabelecendo um

2.5-2
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NUVEM

SOLO

FIGURA 2.5. 2—i

2.5-3
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canal "condutor" ionizado entre a nuvem e o solo (ou entre as


nuvens ) Uma .
vez "formado" este canal, ele vai ser atravessado p or
uma corrente que conduz à descarga parcial ou total da nuvem, sendo
esta descarga caracter i zada, normal ment e, por cor r en t es
relativamente intensas.

Por vezes, após a formação do canal entre a nuvem e o solo ou um


objeto ligado ao solo (torre, por uma única exemplo), verifica-se
descarga. Outras uma primeira
vezes,
descarga após
de duração
relativamente curta, verificam-se, a intervalos maiores ou menores,
várias descargas sucessivas, pelo mesmo canal, associadas a
movimentos de na nuvem subsequentes às alterações de campo
cargas
eletromagnético, correspondentes às descargas anteriores e aos
movimentos de cargas, na nuvem, sendo a corrente, entre descargas
sucessivas, nula ou muito reduzida.

No caso de descargas para objetos muito elevados (por exemplo,


torres muito altas no cume de uma elevação), o mecanismo básico da
descarga te» origem num movimento ascendente do precursor de
descarga. No caso de objetos não muito elevados e, nomeadamente, de
postes e condutores de linhas elétricas, e de estruturas de
subestações, o mecanismo dominante do precursor, até perto da
formação de um "canal" contínuo entre a nuvem e o solo,
corresponde a precursores descendentes da nuvem para o solo ou para
os objetos era relação aos quais se verifica a descarga.

A forma das correntes de descarga, em função do tempo, é muito


variável, nomeadamente quanto a amplitude, duração, derivada em
relação ao tempo, tendo de ser analisada estatisticamente.

As caracter íst icas "estatísticas" das correntes de descarga são


razoavelmente homogéneas, se se tratarem separadamente os seguintes
três tipos de "descargas", tomando como "polaridade" da descarga a
polaridade das cargas de nuvem que originarem a descarga:

descargas negativas com um único "impulso" de corrente, e


primeiro "impulso" de descargas negativas cora vários "impulsos"
de descarga;

descargas negat i vas ( " i mpul sos" ) subsequentes ao primeiro


impulso, no caso de descargas negativas com ma i s de ura impulso;

descargas positivas, normalmente car act er i zadas por um único


impulso de descarga.

Normalmente, para as descargas naturais descendentes, a maioria das


descargas é "negativa".

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S.A2 m 5 4
Promon Engenharia SA
Ao verificar-se a primeira descarga, o canal através do qual se
ver i f i c a a descarga est á i on i zado, mas nao muito -Fortemente
ionizado. Consequentemente, ao i n i c i ar-se a descar ga , a
"resistência equivalente" do canal é apr ec i ável , d i m i nu indo
progressivamente ao dar-se a descarga, com d i ss i pação consequen t e
de energia no canal e aumento de ionização. Desta forma, a corrente
é, i n i c i al ment e, limitada pela resistência relativamente elevada do
canal, aumentando progressivamente, até valores vezes muito
por
elevados, mas de maneira relativamente IPII'.S. PCUMU'1' ‘it emente, a
derivada máxima da corrente, em relação ao tempo, é relativamente
baixa.

Em contrapartida, para as descargas subsequentes, o "canal"


encontra-se fortemente ionizado, por efeito da primeira descarga,
podendo verificar-se um aumento muito rápido da corrente, até o
valor máximo, e um valor muito elevado da derivada da corrente em
relação ao tempo.
/

E usual caract er i zar as distribui ções pr obab i 1 í st i cas dos


principais parâmetros das descargas atmosféricas admitindo que o
logar i tmo do parâmet ro
valor t em uma do d i st r i bu i ção
aprox i madamente gaussiana (distribuição 1og-normal ) " Isto é, que .
sendo x o valor de um parâmetro, a densidade de probabilidade
correspondente, p(x), és

loge x - M 2
í
p(x) = e (i)

x cr J 2TT
Portanto, a distribuição de probabilidade de um parâmetro (para um
determinado tipo de descarga) é, nessa hipótese, completamente
caract er i zada por dois parâmetros, por exemplo, M e cr, ou pelos
valores do parâmetro correspondente a dois valores de probabilidade
de o mesmo ser excedido.

Nas figuras 2.5. 2-2 a 2.5.2-ii C53 indicam-se as distribuições de


probabilidade acumul ada de vários parâmetros das descargas
descendentes, segundo medidas efetuadas na instalação experimental
de San Salvatoreÿ**ÿ, e para os três tipos de descargas. Indicam-se

(*) Probabilidade de o valor do parâmetro indicado em abeissa ser


exc ed i do .
(**) As distribuições correspondem a registros de cerca de 100
descargas negativas e 26 descargas positivas.

2.5-5
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
#

i t ii 1 1 ml _
j L 1UJ

i
P 99-
I C%]
95- I

80-
:

50-
2
20-
3

5-

I -
TTTTT
T 1 I I II 1 1 TT

10° 10 io2 io3


W max

FIGURA 2. 5. 2-2

2.5-6
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa,
Promon Engenharia SA

I 1
) I I I IM I I1IH 1 i IMIII I Mill

99-
P
c%] 95-

80-

2
50-

I
20- 3

5-

I-
T
I rTTTTI I i i 1 11 1 M I
T 1 1 1 11

-I 0 I 2 3
10 10 10 10 10
Q CCH

FIGURA 2. 5. 2-3

2.5-7
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Promon Engenharia SA
«*

-l—i 1 1 1ui i
i 11r iii J! i i i HI

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P
C%] 95-

80-

50- I 3

20-

5-

I-
7T T Ii HI I ITT? 1 t i III
-I o í 2
10 10 10 10 10
Q LC1

FIGURA 2. 5. 2-4

2.5-8
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I I III X 1
i ii i iii JUL JL-LJ-UU

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P
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I
80-

50-

20-
3
2
5-

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I I I Ml I I I 1 1I 1 II 1 I I (Till
-I o i 2 3
10 10 10 10 10
Q cc:

FIGURA 2. 5. 2-5

2.5-9
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Promon Engenharia SA
e

i LULL! i i \ i i 11 i III!

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P
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80-

50-

20-

5-

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T TTTT
T T I I III
-I 0 3 2
10 10 10 10

FIGURA 2-5. 2-6

2 .5-10
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I I I Mill I I I I I II 1 I I I II

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P
L%1 95-

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50-

20-

5-

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T
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10 10 10 10

di
C kA/;* S3
dt max t

FIGURA 2. 5. 2-7

2.5-ii
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Promorr Engenharia SA

I I I I II 1 JLL _
J t_ XI

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P
C%] 95-

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3
2
50-

20-

5-

I -
T TT I !I
T i ii 1 1 T T I TT
0 i 2 3
10 10 10 10

f2 [ÿs]

FIGURA 2. 5. 2-8

2.5-Í2

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#

liiimil I | 111 mt JL i 11 n J i t 11 ml l i i j mil I i i 11 11

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P
C%] 95-
3

80- I

50- 2

20-

5-

I-
Tlinij i i i i nnj i rrmnj I Mil I I II IHIj I II M|
-2 -I 0 2 3 4
10 10 10 10 10 10 , 10

t, [ms]

FIGURA 2. 5. 2-9

2.5-13
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I II Mill mil JJLmil XXXmil XX mill I I Hill

P 99H
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95 A

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3
I
50H 2

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H
rr Tmr TTTTTTT] I I I I iiiij TT
n TT niii| n mu
I02 I03 io4 io5 I06 IO7 10
8

Ji2dt [A2S]

FIGURA 2.5.2-Í0

2.5-Í4

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t | 1 J!
| | || I I I 1 I I III x I III JJLL x 1 II III

P 99-

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5-

I-
T I I i i 1 11 T i i I Iii j T i ni m T 1 I I I IIT

10° 10
Í
io2 io3 IO4
At [ms]

FIGURA 2.5.2.ii

2.5-15
As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
S.A.
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também, retas que corresponderiam a interpolar as distribuições
observadas segundo uma distribuição log-normal.

Salvo indicação em contrário, a referenciação das curvas é


a seguinte:

i) Primeira descarga negativa;

2) Descargas negativas subsequentes à primeira;

3) Descargas positivas.

A figura 2. 5. 2-2 refere-se à amplitude (valor de crista), em


módulo, da corrente de descarga.

A figura 2. 5. 2-3 refere-se de um "impulso" (até a corrente


à carga
se tornar nula ou muito baixa, e antes de ter início outro impulso
de corrente, no caso de descargas sucessivas).

A figura 2. 5. 2-4 refere-se á carga total de choque durante o


intervalo com variação rápida de corrente, e excluindo a corrente
"subsequente" não associada a variações rápidas de corrente, mas a
uma red i str i bu i ção lenta de cargas na nuvemÿ * *.
A figura 2. 5. 2-5 refere-se a carga total de descarga, incluindo a
corrente subsequenteÿ*ÿ.

á "duração de frente de onda", def i n i da


A figura 2. 5. 2-6 refere— se
como o intervalo de tempo entre o instante em que a corrente atinge
2 kA e o instante em que a corrente atinge a primeira crista.

A f i gura 2. 5. 2-7 refere— se ao valor máximo da derivada da


di
corrente,
dt
A figura 2. 5. 2-8 refere-se à duração do impulso de corrente, medida
entre o instante em que a corrente atinge 2 kA e o instante em que
se reduz a metade do valor da crista.

(#) A distribuição entre as "cargas" das figuras 2. 5. 2-4 e 2. 5. 2-5


não é absolutamente objetiva.

2.5-16
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Promon Engenharia SA

A figura 2. 5-2-9 refere— se à duração total da descarga. Nesta


figura, as curvas de referência i referem-se às descar gas
negativas, incluindo descargas cora ura só impulso de corrente (sem
impulsos subsequentes), a curva 2 às descargas negativas, excluindo
as descargas com um só impulso, e a curva 3 às descargas positivas.
Como se verifica, a distribuição das curvas i é nitidamente
multimodal, traduzindo car act er íst i cas diferentes da distribuição
de probabilidade de duração de descarga, consoante, nas descargas
negativas, ocorra apenas um ou ma i s de ura impulso de corrente, não
sendo adequado caracterizar a duração total de todas as descargas
negativas por uma distribuição log-normal.

A figura 2.5.2-10 refere-se a :

í i 2dt

A figura 2.5.2-ii refere-se ao intervalo sera corrente apreciável


entre sucessivos impulsos de corrente, no caso de descargas
negativas múltiplas.

Na figura 2.5.2-Í2 indicam-se algumas formas típicas da variação


relativa da correnteÿ*ÿ, ao longo do tempo, em descargas positivas.

Na figura 2.4.2-13 indica-se a "distribuição relativa média" da


corrente nos primeiros impulsos de corrente, para descargas
negativas, e na figura 2.5.2-14, para os impulsos subsequentes ao
primeiro <**>.
Para uma representação analítica da forma das frentes de onda de
corrente, usa-se, por vezes, uma aproximação do tipos
t
Cá .
T
e -í
i = I. (2)

ea - 1
sendo:

I amplitude do impulso considerado

(*) Tomando como unidade o valor de crista da corrente.


(#*) Tomando como unidade o módulo do valor de crista do impulso
em causa.

As Informações contidas neste documento são de propriedade da PromonÿngSharÿsÿ.A.,


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Promon-Engenharia SA

1 1 1 1
i 1.2
Imax
i,o-
0,8 - >

0,6- V

0,4 -/
\
0,2- 7
0,0 /
T T
0 160 320 480 640 8 00

t [MS]

FIGURA 2.5.2-12

2.5-18

As Inlormepfles contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia


S.A..
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA

ESCALA B t [jus]
0 8 16 24 32 40
0,0

-0,2- \ ESCALA A
-0,4-
-0,6 -
ESCALA B
-0,8 - /
/
-1,0 V
T T
0 20 40 60 80 100
ESCALA A l[/4s]

FIGURA 2.5.2-Í3

2.5-i?
As Informações comidas neste documento sào de propriedade
da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem
autorização expressa.
PromoiT Engenharia SA

ESCALA B t 0<s]
0 16 32 48 64 80
0,0 \
1
\
-0,2- \
\
ESCALA A
-0.4- \
-0,6 -
-0,8- ESCALA B
\
-1,0 T
0 80 240 320 400
ESCALA A t [jus]

FIGURA 2.5.2-14

2.5-20

As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia


S.A..
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Prornon Engenharia SA
T - duração da frente de onda

t tempo, a contar do "início" do impulso

cx - parâmetro ad i mens i onal , positivo para os primeiros impulsos das


descargas descendentes negativas e negativo para os impulsos
das descargas descendentes negativas subsequentes ao primeiro;
para as descargas descendentes positivas, a é em geral
pos i t i vo .
i
Na figura 2.5.2-Í5 faz-se a representação gráfica de em
t I
em função de , para diversos valores de a.
T

2.5.3
Mecanismo da descarga em elementos de linhas aéreas

Na evolução dos sucessivos canais do precursor de arco, enquanto o


precursor está a distância elevada do solo e dos objetos ligados ao
solo, o movimento do precursor é pouco influenciado pela posição
dos objetos e distância ao solo.

Quando o precursor se aproxima do solo ou de objetos ligados ao


« solo, há tendência a formar-se um último canal, que dá origem à
descarga final, se a distância entre o precursor e o solo, ou um
objeto ligado ao solo, for inferior a uma distância, rS' (distância
de sal to).

Com base em formulação aproximadas dos mecanismos físicos básicos


de ionização dos canais e de descarga subsequente à formação do
último canal, com ajuste semi-emp ír ico dos parâmetros, é possível
relacionar, de maneira aproximada, a distância de salto, rS' e a
tensão do precursor antes do salto, U sr com o valor de crista, Io
'
da corrente de descarga subsequente à formação do último canal.

Com base na análise dos resultados publicados, cons i deram-se


razoavelmente aproximadas as seguintes relações:

Io
a3
rs = ai Iq + a2‘(í “ e ) (i)

2.5-21
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Promon-Engenharia SA

i/I 1,0
oi = -6
-oo
-4
0,8-
-2

0,6 - <* = o

0,4- 2

4
0,2-
=6 +c0

0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
t/T

FIGURA 2.5.2— i5

2.5-22

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Promon Engenharia SA
b2
U5 = bi r5 .
sendo r5 o valor de rs
com probabilidade 0,5 de ser excedido, ou o
valor médio de rs, e com os seguintes valores dos parâmetros,
exprimindo IQ em quiloampere,
r5 em metro e Us em megavolt :

ai = 2,0

a 2 = 30

ag = 6,8 (2)

bi = 0,7í 3
5
b2 =
ó

Na figura 2.5.3-i representam-sers e Us (para o valor médio de r5)


em função de Io para os valores anteriores dos parâmetros.
*

A distribuição estatística de rs é difícil de caracterizar com


segurança, podendo, em primeira análise, considerar-se gausseana
com um desvio quadrático médio, oy , da ordem de:

°r = 0,i . rs (3)

Nos sucessivos deslocamentos do precursor, os sucessivos canais


formam, com a vertical, ângulos com distribuição estatística,
também não car act er i zada de mane i r a segura . Em pr i me i r a
aproximação, pode admitir-se que a densidade de probabilidade do
ângulo, 0, dos canais com um plano vertical qualquer (mas f I xo ) r
no período de aproximação do solo, antes do "salto final", é
apr ox i madament e da forma:

TT 7T

p ( 0) = k cosÿS - â <d é (A)


2 2

2.5-23
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem
autorização expressa.
Promor>*Engenharia SA

rs Us
[m] [MV]
500-1 200
450- 180-

400 - 160-
350- 140-
300 - 120-
!
250 - 100- r* Us
200 - 80-
150 - 60-

« 100- 40-
50 - 20-
o-J 0 T T
0 40 80 120 160 200 240

Io [kA]

FIGURA 2.5.3-i

2.5-24

As InlormaçOes contidas neste documento são do propriedade da Promon Engenharia S.A.,


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Promon Engenharia SA
sendo, portantoÿ*ÿ i K
-i r ( + i>
TT/2 2 2

ki =
I -TT/2
cosÿB d 9 . = TT

i
(t« )

r < +
2 2
e, sendo o parâmetro K da "ordem" de 2.

Na figura 2. 5. 3-2 representa-se k em função de b;.

Com mais precisão, para efeito da análise de "saltos finais" para


objetos a alturas elevadas, nomeadamente postes e cabos de terra de
linhas de muito alta tensão, o parâmetro K deve ser considerado
função da altura ao solo, hÿ, do objeto em causa, decrescendo com hÿ,
segundo uma relação do tipo!

K = k2.h~ÿ (6)

Na figura 2. 5.3-3 indica-se o valor de K em função de h, adotando


para os parâmetros de tJ e k2, respect i vament e , os valores 0,5 e 9
(exprimindo h em metro).

As propriedades de deslocamento do precursor atrás


i nd i cados
permitem interpretar, embora de forma aproximada, o mecanismo de
descargas de origem atmosférica em elementos de linhas eléticas, e
estimar as distribuições estatísticas das várias formas que essa
descarga pode revestir.

Suponhamos, em primeira aproximação, para facilitar exposição,


a
que a distância r5, correspondente à "distância de salto final"
para um determinado precursor, tem um valor bem definido (sem

dispersão estatística) e igual para um salto final, quer ao solo,


quer a condutores de fase, quer a cabos de terra, quer aos postes
de uma 1 i nha .

(*) Representa-se por fiz) a função

OO

r(z)
-J o
tz
* e dt (5. a)

2.5-25
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Promon Engenharia SA

k1 i l 1 l 1

0,8

0,6

0,4

0,2

0 T T T
0 1 2 3 4 5 6
%

FIGURA 2. 5. 3-2

2.5-26
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Promon Engenharia SA

5 1 1

1 E, = 9. h -0,5
4

0 10 20 30 40 50 60
h[m]

FIGURA 2. 5. 3-3

2.5-27
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem
autorização expressa.
Promon Engenharia SA

Ao i n i c i ar-se o fenômeno de descarga, a partir


de uma nuvem,
formam-se, sucess i varaente, vários "canais", ao longo dos qua i s se
"desloca" uma car ga el ét r i ca, extremidade constitui
cuja o
percursor. Para distâncias do precursor ao solo e aos elementos da
linha (postes, cabos de terra, condutores de polo) bastante
super i ores a rs, o movimento do precursor é apr ox i madament e
independente da sua posição era relação ao solo e elementos da
linha. Quando o precursor atinge, no seu movimento de t i po
estatístico, uma distância ao solo ou a um dos elementos da linha
inferior a r S' dá-se o salto final do precursor, para o solo ou
elemento era relação ao qual é primeiro atingida a distância rs_

Na figura 2.5. 3-4 representam-se, esquematicamente, as trajetórias


do precursor correspondentes a diversas hipóteses de descarga.

Na figura 2. 5.3-5 faz-se a representação esquemática das zonas de


influência, a meio de um vão, supostas caract er i zadas por uma
distância r5, bera definida, e única para determinado precursor,
correspondentes ao solo, aos condutores de polo e as cabos de
terra, nas hipóteses s i mp 1 i f i cat i vas atrás referidas. Nessas
h i pót eses s

a ) Para que se dê descarga atmosférica para os condutores de polo,


é necessário que o precursor penetre nas zonas A, representadas
a tracejado, antes de penetrar na zona de influência dos cabos
de terra ou do solo. Isto é, é necessário que o precursor
atravesse a linha i-2-3-4-5-6-7no segmento 2-3 ou
no segmento 5—6;

b ) Para que se dê descarga atmosférica para os cabos de terra, é


necessário que o precursor atravesse a linha í— 2 — 3 — 4 — 5 —
6 — 7, no segmento 3—4—5;

c) Se o precursor atravessar a linha 1 2-3-4 5-6 - 7 , no


segmento í - 2 ou no segmento 6 7, dar-se-á descarga
atmosférica para o solo.

É usual designar o ângulo 9, representado esquematicamente na


figura 2. 5. 3-5, por ângulo de proteção dos condutores de polo pelos
cabos de terra 0 positivo se os condutores de polo
(considerando

estiverem ma i s afastados do eixo do poste que os cabos de terra, e


negativo no caso contrário).

Como se viu, a distância de influência para o "salto final", r s r e


tanto maior quanto maior a corrente "presumida" de descarga,
"

A título exemp 1 i f i cat i vo do efeito de rs nos mecan i smos de


descarga, dentro das hipóteses s i mp 1 i f i cat i vas atrás indicadas,

2.5-28
As Informações contidas neste documento são de propriedade da Promon Engonharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
Promori Engenharia SA

a b c d

I i
i
i
Í !r

77/ÿy//ÿ-

o - DESCARGA ATMOSFÉRICA
r
NUM POSTE
b- OESCARGA ATMOSFÉRICA NUM CABO DE TERRA A MEIO DO VAO
e- DESCARGA ATMOSFÉRICA NUM CONDUTOR DE POLO
d - DESCARGA ATMOSFÉRICA NO SOLO

FIGURA 2.5. 3— A

2.5-2?
As informações contidas neste documento sáo de propriedade da Promon Engenharia
S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
PromoiT Engenharia SA

•i

3 5
I

fj T T
r*
e
i
2
p
s
P 7
\
'I
\
///5Çr/AW ///N/<SW /rVcsr/AS*//
SOLO
P- CONDUTORES DE POLO
T- CABOS DE TERRA
9- ÂNGULO DE PROTEÇÃO

FIGURA 2. 5. 3-5

2.5-30

As Informações contidas neste documento sâo de propriedade


da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação ou
reprodução sem autorização expressa.
Promon Engenharia SA
representam-se esquematicamente na figura 2. 5. 3-6 as zonas de
influência, para o "salto final", correspondentes a seis valores de
r5, respect i vamente rj,, r 2, r2, r4, r5 e r6.

a) Para r 5 = rí dar-se-á descarga para os condutores de polo se o


precursor atravessar circunferências 3ÿ
as (sem atravessar
previamente as circunferências 4ÿ , caso em que se dá descarga
para os condutores de terra) e descarga para os cabos de terra
se o precursor atravessar as circunferências 4i - Dar-se-á
descarga para a terra se o precursor atravessar as linha
ii ~

b) Para rs = r2, atravessar a linha 32 - 42 ou a


se o precursor
1 inha 72 - 82, dar-se-á descarga para um dos condutores de fase
exteriores, se atravessar a linha 52 - 62, dar-se-á descarga
para a terra, se atravessar a linha 42 - 52 ou a linha 62 - 72,
dar-se-á descarga para os cabos de terra, e se atravessar a
linha i2 - 22, dar-se— á descarga para a terra;

c) Para rs = r j (i =3, 4, 5), se o precursor atravessar a linha


2j - 3j, ou a linha 5j — 6j, dar-se— á descarga para um dos
condutores de polo, se atravessar a linha 3j - 4j - 5j, dar-se-á
para um dos cabos de terra, e se atravessar a linha í i 2i ou a
linha 6j - 7 \ , dar-se-á descarga para a terra;

d) Para rs = rÿ, se o precursor atravessar a linha 2Ó 26 “


46'
dar-se-á descarga para um dos cabos de guarda, e se atravessar a
linha Í£ - 2£ , ou a linha 4ÿ - 5ÿ, dar-se-á descarga para a
terra. Dentro das hipóteses s i mp 1 i f i cat i vas feitas, para r5 = rÿ
não poderá haver descarga direta para os condutores de polo.

Os fenômenos reais são um pouco ma i s complexos que os


correspondentes h i pót eses às
est i 1 i zadas e 5 i mp 1 i f i cat i vas
indicadas. Nomeadamente, por exemplo:

- As distâncias r5 de "salto final" não são funções "unívocas",


para um determinado precursor, devendo ser encaradas com
significado estatístico. Assim, se, por exemplo, o precursor
estiver a distâncias não muito diferentes de dois condutores,
da
ordem de r5, o salto final não se dá necessariamente para o
condutor ma i 5 próximo, tendo caráter estatístico a probabilidade
de o "salto final" se dar para um ou outro dos condutores.

Se o precursor se encontrar a uma distância da ordem de r5 de um


condutor de pólo que, nesse instante, tenha carga (devido à
tensão normal aplicada à linha), de sinal oposto à carga do
precursor, haverá maior probabilidade de salto do precursor para

2.5-3Í
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r6 36

45
5

'6 - 2 e
r4
44 46 =6
35 43 55
>5 3 (
3 54 ?5
25 33 ,5 3 65
VVAsv: 72
u
24
$>;: ;<D 64
'3 73
23 32 82 63
22
2|
* 7//>v/<sy// 7//bV//ÿy//

SOLO

FIGURA 2. 5. 3-6

2.5-32

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esse condutor. Dest a forma, para 1 inhas de muito alta tensão, a
"distância de salto" para os condutores de pólo depende da tensão
desses condutores. Em média tensão, este efeito é desprezável.

Quando o precursor atinge distâncias da ordem de r5 de dois ou


ma i s condutores, verificam-se, por vezes, descargas praticamente
simultâneas para dois ou ma i s condutores (ou para um condutor e o
so 1 o )•_

Apesar do caráter aproximado das hipóteses feitas, e dada a


informação necessariamente i ncomp 1et a sobre as descargas
atmosféricas reais era determinada linha concreta, o mecanismo
básico referido, com ma i s ou menos complementos e refinamentos,
permite uma interpretação dos mecanismos de descargas atmosféricas
em linhas, e uma previsão aproximada do comportamento estatístico
das linhas elétricas perante descargas atmosféricas.

Há diversos aspectos da probabilidade das descargas, em função da


corrente de descarga, que resultam imediatamente da anál i se
representada esquematicamente na figura 2. 5. 3-6, nomeadamente:

a probabilidade de descargas atmosféricas sobre a linha aumenta


com a altura da linha, sendo, portanto, tanto ma i s alta quanto
maior a tensão da linha;

quanto maior o módulo valor de crista de corrente presumida de


descarga, IQ, correspondente ao precursor, para uma descarga na
vizinhança da linha, maior a probabilidade de "captação" da
descarga pela linha;

- para um determinado ângulo de proteção, 0:

para descargas caract er i zadas por IQ muito elevado, a descarga

direta dá-se para os cabos de terra, postes ou solo (se houver


cabos de terra e 0 não for muito elevado), isto é, não há
probabilidade significativa de descargas diretas para os
condutores de pólo;

. ao baixar ID ângulos de proteção positivos), e


(pelo menos para
para IQ inferior a determinado "valor crítico de descarga
direta nos condutores de pólo", passa a haver probabilidade de
descarga direta, nos condutores de pólo, sendo essa
probabilidade tanto maior quanto menor *o (pelo menos até
valores bastante reduzidos de IQ);

ao diminuir ( al gebr i cament e ) o ângulo de proteção dos


condutores exteriores, diminui a probabilidade de descarga

2.5-33
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direta (para iguais alturas, em relação ao solo, dos condutores


de pólo e dos cabos de terra) nos condutores de pólo,
atingindo-se um mínimo (para 8 negativo), e aumentando depois a
probabilidade se 0 continuar a aumentar (porém fora da gama
usual de parâmetros de linhas bipolares com dois cabos
pár a-ra i os) .
Na figura 2. 5. 3-7 representa-se esquematicamente a zona de proteção
assegurada por dois cabos de guarda, de acordo com as hipóteses
s i mp 1 i f i cat i vas atrás indicadas, para uma distância de salto r-
Isto é, de acordo com essas hipóteses, se os condutores de pólo
estiverem na zona A "não há" descargas diretas para os condutores
de pólo, para uma distância de salto superior ou igual a r.

Sendo hy e hp a distância ao solo, respect i vament e dos cabos de


terra e de pólo, o "ângulo de proteção", 0 e r correspondente às
hipóteses da figura 2. 5.3-7, para os condutores de fase exteriores,
assegurado pelos cabos de guarda contra descargas atmosféricas
diretas nos condutores de pólo, é dado por:

J 2.% - K2 - J 2.0 - O2
8e = atan (7)
K - d

sendo:

hT
K = (8)
r

hF
d =
r

para:

% ± 2

d á 2 (?)

2.5.4
Efeitos das descargas atmosféricas

0 modelo referido no item anterior permite estimar, em termos


estatísticos, o número e principais parâmetros das descargas
atmosféricas que:

2.5-34
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A
/'\
/

/ \
r /
/ \r
/ \
t \
/
/ \
/ \
\T

r r
A

v
/ / /.•
SOLO
T- Cabo3 de guarda.
A- Zona protegida contra descargos
diretas para uma distância de salto,
,
rs tal que rs

FIGURA 2. 5. 3-7

2.5-35
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a) Incidem nos principais elementos da linha (descargas diretas),
nomeadamente:

a.i) Nos condutores de pólo;

a. 2) Nas torres;

a. 3) Nos cabos de guarda.

b) Incidem no solo, na vizinhança da linha Cdescargas indiretas).

Para cada um dos tipos de descarga a.i), a. 2), a. 3), cora hipóteses
ma i s ou raenos rigorosas, é possível estimar, em função dos
parâmetros da sobretensões
descarga, consequentes, e,
as
comparando-as com as tensões suportáveis pelo isolamento, definir o
domínio de parâmetros que corresponde a formação de arco e,
consequetemente, a curto-circuito.

A metodologia básica,
embora não rigorosa, para calcular as
sobretensões resultantes de descargas diretas, é considerar ondas
propagando— se ao longo da linha, e considerar a influência nas
mesmas do aterramento das torres e das próprias torres.

A dificuldade da análise resulta f undament al men t e do seguinte:

Mesmo dentro aproximação linear, que permita aplicar o


de uma
método de sobreposição, os parâmetros da linha (por exemplo,
resistências, coeficientes de i ndução e coef i c i ent es de
capacidade por unidade de comprimento) não são constant es,
dependendo da frequência. Consequentemente, as ondas propagam-se
com distorção e sem relação constante entre a tensão e a
corrente.

- A influência do aterramento das torres e das próprias torres é


relativamente complexa, se se pretender bastante rigor.

- Se ocorrer formação acentuada de efeito coroa, essenc i a 1men t e não


linear, deixa de ser válido o princípio da sobreposição, e o
tratamento por métodos de onda.

E importante, para um tratamento prat i cament e v i ável , um


compromisso entre o rigor da metodologia e o volume e dificuldade
de calculo. Para a validade desse compromisso, é essencial bastante
senso crítico, no sentido de considerar corretamente, embora não
exatamente, os fenômenos físicos essenciais, e desprezar, quando
possível, aspectos acessór i os, sem influência significativa no
r esu 11ado .

2.5-36
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De qualquer f or ma , o resultado deve ser encarado como de
significado e validade estatística, e, mesmo assim, aproximado.

2.5.5
Descargas nos condutores de fase

No caso de uma descarga, i(t), num condutor de polo, supondo em


pri me i r a ' apr
ox i mação que os diferentes modos de propagação podem
ser car act er i zados por velocidades iguais e constantes, v, e por
impedâncias de onda constantes, e não havendo fenômenos importantes
de reflexão ou distorção, a tensão u(x,t), no instante tÿ, num ponto
a uma d i st ânc i a x, daquela onde ocorre a descarga, será,
apr ox i mad ament e =
i X
U( X ,t ) = - - ZP . i (t - ) + UQ ( i)
2 v

sendo Zp a impedância de onda própria do condutor de fase e UQ a


tensão anterior à descarga.

Dest a forma, a tensão máxima em relação à terra, é=

í
um = ’ ZP . IQ +_ UQ | < 2)
2

sendo IQ o valor máximo,


corrente de descarga
em e módulo, da
aplicando-se o sinal + ou - consoante as polaridades de U0 e j_.
Ocorrerá escorvamento de arco e curto-circuito se ID for superior a
um valor crítico, Ic =

ue ± uQ
Ic = 2 . (3)

ZP
sendo Ue a tensão de escorvamento do isolamento da linha.

Portanto, em primeira aproximação, e em termos estatísticos, o


número de curto-c ircuitos provocados por descargas diretas nos
condutores de pólo é igual ao número de descargas diretas nos
condutores de pólo de amplitude superior a Ic.

Em muito alta tensão, mediante a escolha da disposição dos cabos de


terra, é possível reduzir a um número prat icamente desprezável, em
t ermos estat íst i cos, o número de curto-circuito provocados por
descargas diretas nos condutores de fase.

2.5-37
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2.5.6
Descargas nas torres e nos cabos de guarda

No caso de descarga nos cabos de guarda, mesmo dentro da


aproximação de propagação por meio de ondas ao longo da linha, com
velocidade de propagação e impedâncias de onda bem definidas, e sem
distorção, há que considerar o efeito das torres e respective
aterramento. Dado que as torres estão a distâncias da ordem de
alguns centenas de metros (tempos de propagação entre torres da
ordem de m i cr osegundo ) e a duração de frente de onda é da ordem de
í a 20 MS, há que se considerar, para a determinação das
sobr et ensões, o efeito das torres ma i s próximas.

Por exemplo, no caso de uma descarga numa torre, i (t ) , de amp 1 i t ude


I:

i <t ) = I-g (t ) (i)

sendo g(t) uma função de forma relativa, de valor máximo i, a


tensão entre a torre e um condutor de fase, pode por-se sob a
forma:

yft = (Ztt _ zft) _ _ J f±(t) + U0 (2)

sendo:

Z*-*- - impedância de onda própria dos cabos de guarda

Z ft impedância de onda mútua entre os cabos de guarda e o


condutor de pólo

fjÿt) = A0.g(t> + A2-9(t - 2-c) + A4.g(t -AT) +


oo
2mr) (3)
= Z A2m.g(t
m=0

sendo =
T - tempo de propagação entre torres vizinhas

A2m - coeficientes função da relação entre a impedância de onda dos


cabos de terra (Z*-t) e a impedância de onda equivalente de
aterramento dos postes, R.

0 valor máximo de f ® função, basicamente, de:

2.5-33
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forma relativa da frente de onda?

r e lação entre Z*- 1 e R;

- relação entre a duração de frente de onda, t.p e r.

Para uma linha com parâmetros supostos bem definidos, e para


descargas com determinada forma relativa de frente de onda, o valor
máximo da tensão entre os condutores de fase e as torres, , será,
pois, para uma descarga nas torres:

UM = (Zfct - Zft). I.fÍM(tf) + UD (4)

Haverá curto-circuito na linha se exceder a t ensão de


escorvamento, Ue:

UM > Ue
para um dos pólos (no caso de linhas bipolares).

Desta forma, este tipo de descargas, a condição de haver ou


para
não curto-circuito é definida, aprox i madament e, por uma relação
entre I e t.p, representada esquematicamente na figura 2.5.6-í.

Haverá curto-circuito para descargas nos postes caracter izadas por


pares de valores de I e tf representadas por um ponto à direita da
curva, e não haverá para descargas caracter izadas por pontos à
esquerda da curva.

0 número
de cur t o-c i r cu i t os provocados por descargas atmosféricas
nos pastes, será, portanto, igual ao número dessas descargas
multiplicado pela probabilidade de combinações de valores de
amplitude, I, e tempo de frente, tÿ, correspondentes a pontos à
direita da curva.

Tem-se relações semelhantes formalmente a (2) , para descargas a


meio de um vão e sobretensões a meio do vão, e para descargas a
meio de um vão e sobretensões junto às t orr es vizinhas,
substituindo respect i vament e f < t ) por f2<t> e fg(t), sendo:

co
f2(t) = Z A .g
' ( t mr )
m=0 m

co
f3(t) = Z Bm.g(t inr 0,5 . T)

m=0

As Informações contidas neste documento sào de propriedade da Promcÿehÿnh3i?S.A.,


sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
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tf

FIGURA 2.5. 6—i

2.5-40

d° propriedad9 da prom°n En"nh-,a


ou reprodução sem autorização expressa.
s-a-
Promon Engenharia SA

• A título exenipl if icat ivo, indicam-se, na figura 2. 5. 6-2, os valores


de máximos de fÿ, f 2 -
f3, em função da duração da frente de onda,
t-p, e as relações limites de entre I e t -p correspondentes a
curto-c i rcu i to, na figura 2-5. 6-3, correspondendo as curvas a, b e
c , respect i vament e a:

descarga numa torre e curto-c ircuito na torre;

- descarga a me i o do vão e curto-circuito a me i o do vão;

- descarga a me i o do vão e curto-circuito junto às torres vizinhas.

A partir da distribuição relativa de amplitudes de corrente de


descarga e de tempo de frente, é relativamente fácilobter a
proporção das descargas que i nc i dem na linha e originara
curto-circuito na mesma (correspondentes a pontos à direita ou
abaixo da curva "aplicável").

Para reduzir o número se curto-circuitos provocados por descargas


atmosféricas, sem aumentar excessivamente o custo, há que otimizar
o projeto da linha. Muitas vezes é possível conseguir melhorias
importantes sera alterações significativas de custo.

Os programs da série TIRG, baseiam-se na metodologia exposta


• anter i ormente de forma simplificada, considerando, des i gnadament e:

a) Parâmetros dos vários modos de propagação, obtidos a partir do


programa ZLTS.

b) Influência da tensão anterior, na tensão de escor vamen t o.

c) Comportamento do aterramento das torres, para fenômenos rápidos,


com base numa análise híbrida frequência-tempo, usando os
programas das séries MTER , ZENT e MA, e considerando, além da
geometria do aterramento, a dependência da r es i st i v i dade e da
per m i t i v i dade do solo com a frequência.

d) Comportamento das torres, para fenômenos rápidos, considerando,


pr ef er enc i al men t e , um ajuste a partir de considerações físicas
básicas, de tipo "dimensional" e ensaios em torres reais, ou
modelos em escala reduzidaÿ*ÿ. E possível, também, uma anál i se
estilizada, na base de potenciais A, V, retardados, similar à
apresentada no i t em 2.5.7, porém relativamente laboriosa, em

2.5-41
f«n!ÿ0rmah?,T conlida* nesl° documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
sendo proibida a sua utilização, divulgação
ou reprodução sem autorização expressa.
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#

_:
j i 1
f 0,5

0,4-
;

0,3-

f2

0,2-

0,1 -

fi

f3
0
0 3 6 9 12 15
j-

tf

FIGURA 2.5. 6—2

2.5-42

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x I I I _L 1
»f 100 X I

cÿs:
c

a
c
b
10-

a
c

a c
T T T T T i i r T T T

10 100
*
I[kA]

FIGURA 2.5. 6-3

2.5-43
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termos de ocupação computacionalÿ*ÿ

e) Relação entre o tempo de frente e a tensão de escorvamento.

A consideração do efeito coroa é também possível , conjugando os


programas das séries TIRG e MA, naturalmente à custa de maior
ocupação computacional. A título de exemplo do comportamento das
torres, para descargas rápidas, representa-se, na figura 2. 5. 6-4, a
forma da sobretensão na topo da torre, para alguns tipos e
dimensões de torres, obtida experimentalmente.

2.5.7
Descargas indiretas

As descargas atmosféricas entre nuvens e solo, na vizinhança de


linhas elétricas, podem originar sobretensões nas mesmas.

Qualitativamente, os fenômenos físicos essenciais associados a


estas sobretensões podem associar-se às várias fases do fenômeno de
descargas atmosféricas entre as nuvens e o solo.

Suponhamos uma nuvem, à qual, para efeitos de uma descarga


atmosférica ao solo, esteja associado uma carga elétri ca da ordem
de Q O' a uma distância 11 do solo. Para concretizar ordens de
grandeza, suponhamos:

Q0 = -Í0 C

H = 2000 m

Numa primeira fase, enquanto não se inicia o mov i men t o do


"precursor", esta carga dá origem a um campo elétrico, entre a
nuvem e o solo, mais intenso debaixo da nuvem. Numa segunda fase, o
movimento dos precursores, em sentido descendent e , c orn uma
velocidade vÿ , relativamente baixa, conduz a formação, ao longo dos
caminhos seguidos pelos precursores, de "canais" eletricamente
carregados, nos quais se "acumula" a totalidade ou uma parte
importante da carga Q0. Em ordem de grandeza, a velocidade média do
precursor, entre a nuvem e o solo, é cerca de 0,5 a 2 milésimos da
velocidade de propagação das radiações eletromagnéticas.

(
*) Not a— se que a metodologia, frequentemente utilizada, de
representar propagação, nas torres,
a por meio de impedâncias
de onda, tem importantes restrições de validade, razão pela
qual não a utilizamos.

2.5-44
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35 i 1 1
U
I I

Cn], 30 -
3
2

25 -

4
20 -

15 -

10 -

5-

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,2
t C/s:

FIGURA 2. 5. 6-4 - Sobretensoes no topo da torre para diversos tipos


de torres, para uma corrente injetada no topo da
torre, i, da forma:

i = 0 para t < 0
t
i = I . para 0 < t < tf
fcf

i = I para t > t .p

com tempo de frente tf = 0,5 Ms. Os gráficos


correspondem a estilização de oscilogramas obtidos
exper i mental mente.

2.5-45
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Eventualmente, quando um ou alguns precursores se encontram a uma


distância reduzida do solo, formam-se, a partir do solo e de
objetos ligados ao solo, precursores que progridem no sentido
ascendente, e que ficam com carga elétrica de sinal oposto à dos
precursores descendentes.

A distribuição e deslocamento de carga elétrica ao longo dos canais


precursores dá origem a um campo eletromagnético. Em virtude da
velocidade lenta dos precursores, neste campo eletromagnético é
dominante o potencial escalar (), podendo, cora razoável aproximação,
desprezar-se o tempo de propagação. Isto é, o campo
eletromagnético, nesta segunda fase, reduz-se, pr at i caraent e, ao
campo elétrico estacionário que corresponde à distribuição de
cargas no mesmo instante.

0 campo elétrico próximo do solo, debaixo da nuvem e a distância


relativamente reduzida do precursor, aumenta à medida que o
precursor se aproxima do solo.

A terceira inicia-se quando o precursor atinge o solo ou um


fase
precursor ascendente, formando-se um canal ionizado entre a nuvem e
o solo.

Através deste canal, ocorre a descarga propriamente dita. A


corrente intensa tem lugar, i n i c i al raent e, junto ao solo,
progredindo o canal com corrente intensa entre o solo e a nuvem. A
velocidade, V2, das cargas elétricas, ao longo deste canal, é
relativamente elevada, da ordem de 0,i a 0,4 vezes a velocidade de
propagação das radiações eletromagnéticas.

Ao pr ogred ir ao longo
a do
descargacanal, a corrente
correspondent e vai neutralizando, aprox i raadament e , a carga elética
acumulada ao longo do canal na segunda fase. Da-se, com relativa
rapidez, a neutralização da carga elétrica na parte central do
canal e, ma i s lentamente, a neutralização das camadas ionizadas por
efeito coroa que envolvem o canal.

Para efeitos do campo eletromagnético associado a esta terceira


fase, era virtude da velocidade relativamente alta das cargas
elétricas, não é, em geral, válida a aproximação estacionária ou
mesmo quase estacionária. Para estimar o campo eletromagnético
associado a esta fase, podem calcular -se os potenciais V (escalar)
e A (vetor) em qualquer ponto (tendo em conta o atraso de
propagação) e, a partir de V e A, obter o campo elétrico e o campo
magnét i co .

<•
As Inlormaçôes contidas neste documento são de propriedade da Promon Engenharia
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SaN. ET
"
• *
.
,
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Suponhamos agora uma linha elétrica a uma distância d do ponto onde
ocorre a descarga, conforme representado esquematicamente na Figura
2.5. 7— í .
0 campo eletromagnético associado vai às várias Fases da descarga
" i nduz i r " uma excitação desta nos
linha. condutores de Fase
Nomeadamente, se não houvesse propagação ao longo da linha, ir-se—
i am F or mar - cargas el ét r i cas nos condut ores, assoe i adas ,
basicamente, ao campo elétrico que se teria na zona onde se
encontra a linha, se a mesma não existisse, tanto ma i s elevadas, em
módulo, quanto ma i s próxima a linha do ponto onde ocorre a
descarga.

A variação do campo associada à segunda e terceira Fases dá origem


a uma "variação" das cargas nos condutores da linha que, em
condições de equilíbrio, corresponder iam ao campo associado à
descarga. Consequentemente, Formara-se ondas eletromagnéticas entre
os condutores de terra, os condutores de pólo e o solo, que se
propagam ao longo da linha.

Embora o mecanismo básico referido seja relativamente simples, o


cálculo "exato" ou bastante rigoroso das sobretensões associadas a
descargas na proximidade da linha é bastante laborioso. Há diversos
métodos baseados em hipóteses aproximadas e simplificações, que
permitem o cálculo de maneira ma i s ou menos simples.

Algumas determinações experimentais CiD mostraram que alguns dos


métodos clássicos utilizados não reproduzem suf icientemente bem,
embora apr ox i madament e , os Fenômenos em causa.

No entanto, o mecanismo referido permite uma análise de ordem de


grandeza, do valor das sobretensões associadas a determinada
descarga a determinada distância de uma linha, e da importância
relativa dos vários tipos de Fenômenos. Nomeadamente:

a) Para relativamente afastadas da linha, é dominante o


descargas
campo associado ao potencial escalar. Para descargas próximas,
pode ser dominante o campo associado ao potencial vetor A.

b ) Os cabos de terra diminuem as sobretensões associadas a este


tipo de descargas.

c ) As sobretensões associadas a este tipo de descargas, mesmo para


descargas ao solo bastante próximas da linha, são, para a
geometria das linhas de média tensão, relativamente moderadas e,
em termos de esperança matemática, só para combinações de
parâmetros, de probabilidade não muito elevada, são superiores
às tensões que originam escorvamento para as condi ções de

2.5-47
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sendo proibida a sua utilização, divulgação ou reprodução sem autorização expressa.
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#

i
NUVEM

rn
d

&
d

1
\y

FIGURA 2.5.7-i

2.5-48

As Informações contidas neste documento são do propriedade da Promon Engenharia S.A.,


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isolamento de linhas de tensão nominal superior a cerca de +100
k V. Para a determinação, em termos de esperança matemática, das
sobretensões excedem o nível
que de isolamento da linha, é
essencial considerar, pelo menos apr ox i madament e, a distribui ção
estatística dos parâmetros da descarga. Todavia, o número de
curt o-c i rcu i tos provocados por descargas no solo, próximo das
linhas, embora em geral menor ou, eventualmente, da mesma ordem
de grandeza que o provocado por descargas diretas na linha (nos
cabos de guarda, nas torres e nos condutores de pólo), pode não
ser desprezável
-
d) Em linhas de baixa tensão ou de média tensão, de tensão nominal
inferior a +30 kV, uma fração importante das sobretensões
associadas a descargas ao solo pode exceder o nível de
isolamento das linhas. Nessas linhas, o número de cont or nament os
de isolamento associados a descargas atmosféricas no solo
excede, frequentemente, o número de cont ornament os associados às
descargas diretas nos condutores de pólo ou nos condutores de
terra e nos postes.

Alguns resultados experimentais mostraram que as sobr et en soes


devidas a descargas indiretas (descargas entre uma nuvem e o solo
na vizinhança da são ma i s importantes do que é geralmente
linha)

admitido na literatura técnica, e que algumas das formulações


teóricas existentes não são confirmadas, devendo, portanto, estar
mal formuladas. Numa análise do assunto, encontrou-se um erro
básico numa formulações
das últimas teóricas, o que levou a
estabelecer uma nova formulação C63.

Est abei eceu—se E63 um modelo eletromagnético que, com algumas


aproximações tornar viável o tratamento analítico, reproduz os
para
aspectos essenciais do fenômeno e mostra razoável concordância com
os resultados experimentais.

Suponhamos uma nuvem a qual, para efeitos de uma descarga


atmosférica, ao solo, esteja associada uma carga elétrica da ordem
de a uma distância Hc do solo. No seguimento do movimento do
precursor, forma-se um canal ionizado, com carga apr ec i ável .
Suponhamos esse canal ionizado vertical, a uma d i st ânc i a
horizontal, YQ, da linha. Uma vez formado o canal ionizado, a
corrente de descarga propriamente dita, com uma corrente intensa,
estabelece-se através do mesmo, progredindo a "onda de corrente" do
solo para a nuvem, com uma velocidade da ordem de fB.c, sendo c a
velocidade de propagação das radiações eletromagnéticas no vácuo e
Í3 da ordem de 0,i a 0,4.

0 campo eletromagnético associado às várias fases da descarga vai


" i nduz i r " uma excitação nos condutores de pólo da linha. Se não

2.5-49
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houvesse propagação ao longo da linha, ir-se-iam formar car gas
elétricas nos condutores, associadas basicamente ao campo elétrico
que se teria na zona onde se encontra a linha, se a mesma não
existisse, tanto mais elevadas, em módulo, quanto ma i s próxi ma a
linha do ponto onde ocorre a descarga.

A variação do campo dá origem a uma "variação" das cargas nos


condutores da linha que, em cond i ções de equ i 1 í br i o ,
corresponderiam ao campo associado à descarga. Consequentemente,
formam-se ondas eletromagnéticas entre os condutores de terra, os
condutores de pólo e o solo, que se propagam ao longo da linha.

A geometria e notação utilizadas correspondem, est i 1 i zadamen t e , à


notação da figura 2. 5. 7-2.

Consideremos, em eletromagnético associado


primeiro lugar, o campo
à corrente de descarga (após formado o canal ionizado entre a terra
e a nuvem), desprezando o efeito da linha no campo eletromagnético.
Esse campo eletromagnético pode ser obtido a partir da distribuição
da carga, p, e de densidade de corrente, J, no canal ionizado,
ambas funções de ponto, Fÿ, e do tempo, t, por meio das equações de
Maxwel 1:

£>B
r ot E = (í )
òt

ôD
rot H = J + (2)
òt

div D = p (3)

div B = 0 (4)

e das relações entre os vetores E, D, II, B, consequência das


propriedades do meio:

D = e: E = £0 E (5)

B = M H = PD H (6)

e sendo:

.>
E - vetor campo elétrico

2.5-50
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NUVEM

Canal de descarga

Linha

z////////////////////////. / // //

Y0

X
descarga
s Canal de
Yo

O
xz
c
-J

FIGURA 2. 5. 7-2

2.5-51
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D - vetor deslocamento elétrico

H - vetor campo magnético

B — vetor indução magnética

J - vetor densidade de corrente de condução

P densidade de carga

Nomeadamente, sendo V e A os potenciais retardados de Lorentz,


escalar e vetor, respect i vament e, as equações de Maxwell são
satisfeitas por:

òA
E = gr av V (7)
bt

B = rot A (8)

sendo:
i P(P', t - J ep . r )
V<P ,t ) =
4TTE J v r
dv (9)

P J (P'T t - J ep .r )
A ( P ,t ) =
4TT I v r
dv ( 10)

As equações fornecem os potenciais V e A num ponto P e


(9) e (10)

num instante t, r el ac i onando— se com as cargas, p, e densidades de


correu té, J, num ponto genérico, P', em cuja vizinhança se
considere um elemento de volume dv, considerando os valores de p e
J no instante t - J EP . r, sendo r_ a distância entre Pÿ e P ' e
sendo J EP . r
eletromagnéticas entre P' e P.
o t empo de propagação das r ad i ações

Considerando este campo resultante da descarga, e ignorando os


efeitos de propagação, ao longo da linha, como um campo aplicado na
região onde se encontra a 1 i nha, pode obter-se o campo
eletromagnético na vizinhança da linha e, portanto, as sobretensões
e sobre i nt ens i dades na linha.

Para o fazer, há que substituir a equação (í ) pela equação


correspondente com campos aplicados:

2.5-52
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ÒB
rot (E - Ea> = - ( ii )
òt

Considerando condições ideais para propagação ao longo da 1 i nha ,


desprezando a dissipação e supondo parâmetros constantes, t em-se ,
aprox i madamente, sendo t o tempo e x a distância ao longo da linha:

ò ò
I ID I I . Mill = Mull ( 12 )
òx òt

b b b
ML II . Mill = Mull + MUaM ( Í3 )
òt òx òx

sendo:

IID II matriz de coeficientes de potencial por unidade de


compr i ment o

II L II matr i z de coef i c i entes de indução por unidade de


compr i men t o

Mill matriz de correntes longitudinais nos condutores

Mu I I matriz de tensões tranversais

I lUaM matriz das "tensões aplicadas" aos condutores em virtude


do campo assoc i ado à descarga, não considerando a
influência da linha

e sendo:

xr )
Ea (x, t, h) . dh (14)

sendo hÿ a distância do condutor k_ ao solo.

Nas referidas condições ideais, tem-se que:

ML II = eo . IID II ( i5)

Consequentemente, não havendo reflexões nem at errament o dos


cond u tores, tem-se, aprox i madament e :

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ò2uk ò2Uak ò2uak


eo 8D (í 6)

ÒX2 ct2 ÔX2

sendo uk tensão tranversal de um condutor genérico, k_

Havendo condutores aterrados, o seu efeito num condutor genérico,


k, não aterrado, corresponde, em primeira aproximação, a redução
da "altura equivalente" do condutor k, a um valor h \, que pode
ser obtido por manipulação matricial das equações da linha-

A resolução das equações anteriores, por via analítica, é


possível, embora bastante trabalhosa, para correntes de descarga
de forma simples, e fazendo algumas simplificações cuja validade
aproximada pode ser justificada.

Consideremos, por exemplo, o caso de uma corrente de descarga em


rampa, de amp 1 i t ude e duração de frente tf, conforme
apresentado esquematicamente na figura 2-5. 7-3.

Seja YD a distância do canal de descarga ao condutor considerado,


k_, e a distância, ao longo do condutor,
ao ponto da linha ma i s
próximo do canal de descarga. Tomemos para origem do tempo, t, o
instante em que tem origem a descarga intensa, ao nível do solo.
Com manipulações rei at i vament e t r abai hosas, podem obt er-se
expressões analíticas aproximadas para a tensão tranversal do
condutor k, uk , em função de X e de t .
Por sobreposição de descargas em rampa, pode obter-se a tensão
transversal provocada por uma descarga de forma em princípio
arbitrária.

Para uma resolução com maior rigor, sem considerar algumas das
referidas simplificações, não é viável a resolução analítica,
havendo que manipular numericamente, por meio de computador, para
valores concretos dos parâmetros, as equações (9), ÍÍ0), (7), (8)

e as equações de propagação da linha, sem as simplificações


correspondentes a <í2) e (i3>. Esse cálculo, mesmo por computador,
é bastante laborioso, havendo necessidade de uma metodologia
bastante elaborada.

Os programas da série TIRG, baseados nas referidas metodologias,


permitem obter as tensões transversais na linha, em função de X e
de t , para uma forma em princípio arbitrária, da corrente de
descarga. Os resultados desse programa foram comparados com
resultados experimentais de medidas de sobr et ensões , em função do
t emp o, devidas a descargas indiretas, verificando-se que há uma
concordância bastante razoável da forma das sobretensões medidas

.
2 5—54
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S.A.,
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Io

•vN

4
o t t
f

FIGURA 2. 5. 7-3

2.5-55
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com sobretensões calculadas pelo programa, para valores dos
parâmetros da descarga dentro da gama plausível desses parâmetros.

A título
exempl if icat ivo das car acat er í st i cas das sobretensoes
devidas a descargas indiretas, indicam-se nas figuras 2.5 .7-4 a
2. 5. 7-6 as sobretensoes entre os condutores de pólo e a terra, em
função do tempo, para diversos valores da distância X (com o
significado indicado na figura 2. 5. 7-2, para as seguintes
h í pót eses ) :

a) D i st ânc i a Y0:

Y0 = 100 m (2?)

b) Duração de frente de onda, tf. tendo em alternativa os


seguintes valores:

tf 5 i i»s

t-p = 5 MS (30)

tf- = 20 ps

c) Corrente de descarga (corrente de retorno posterior à


"pré-descarga") da forma:

i = 0 para t < 0
t
a .
e tf i
i o para 0 < t (
tf (31 )

Gct - 1

= 1o para t > tf

assimilando-se a frente de onda por dez variações sucessivas,


em rampa, e considerando a = 2,0. A simulação corresponde a
IQ = -10 kA.

d) Considerou-se para a altura, Hc , da carga da nuvem, que dá


origem à descarga atmosférica, e para a velocidade de
propagação da corrente de retorno, |3.c, em alternativa, as
seguintes combinações de parâmetros:

Hc = 3000 m 13 = 0,1 (32)

2.5-56
Ás Inlormaçôes comidas neste documento sâo de propriedade da Promon Engenharia S.A.,
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í

Promon Engenharia SA

7Óÿ
i
65-
1
2
—— X =
X
=ÿ
On
1 00 m
60-
3 —X 3 200rn
4 —X = 500n
ZD l 5 — X = 1000 oi
50- 6 — X = 2000m
7 — X = 5000 m
45- 8 — X = 10000 oi

40-
3
35-

30-

25-
4
20-

15-
5 7 8
6
10-

5-

0-

-5-

-10
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
T (ÿsl
H m 5,0 n 10 » - IQ.Q-iT n * 5.0 uT HC » 2000 m P - 0.20 TO - 100 n

FIGURA 2.5 .7-4


*

2.5-57
de p— Engenharia S.A.,
ou reprodução sem autorização expressa.
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#

13-
\
eo-
70-
1
2
—— x 100m0m
=*

X «
3 — = 200m
X
2 60-
2
4 —
5 —
= 500m
X
1000m
X =
3
50- 6 — X = 2000m
3 7 — X = 5000m
40-

30-
8 — -
X 10000 m

4
20-
5 7 8
10- e.
0- vj
-10-

-20-

-30-

-40-

-50-

-60 -

-70-

-eo
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
T [)Li)
H = 5.0 m 10 » - '0,0 kA rr « i,Q m HC « 2000 m ft * 0.20 X0 = 100 ai

FIGURA 2. 5. 7-5

2.5-58

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38

36

34 -
XX.
O. X
0. X «
. 0m
IOO m
200m
32

30-
A. X »
0.
7. X
X . 500m
1000m
28 - : 2000 m
B. X : 3000 m
-
36
• X : 10000 m
24-

22-

> 20-

10-
D
16-

14 -

12 -
18 -
8-

6 -
4 -
#
2 -
o-
-2-

0 3 KD 13 20 23 30 35 40 45 30 23 60 63
T (/XI )
2.0 m 10 . - '0.0 vA rF 20. 0/4» HC : 2000 m A
- 0.11 TQ : 100 m

FIGURA 2.5 .7-0

2.5-59
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= 2000 m Í3 = 0,2 (33)
Hc
Para as referidas hipóteses e para cada uma das combinações de
parâmetros (32) e (33), calculou-se a tensão, u, entre a terra
e um condutor de fase, em função do tempo, para os seguintes
valores de X=

X = 0 m

X = 100 m

X = 200 m

X = 500 m (34)

X = 1000 m

X = 2000 m

X = 5000 m

X = 10000 m

Os resultados são exemplificados nas figuras 2. 5. 7-4 a 2. 5. 7-6


com a seguinte correspondência de simbologias

o 10

tf TF

Hc HC

13 (3

Yo Y0

0 parâmetro Hc traduz a geometria da linha, tendo em conta, de


forma aproximada, o efeito dos vários condutores e dos cabos de
terra. Traduz, est i 1 i zadament e , a altura de um condutor isolado
ao solo, na ausência de outros condutores.

Na tabela 2. 5. 7-1 indicam-se os valores máximos da tensão dos


condutores de pólo em relação à terra, neste exemplo, para IQ =
-10 kA, e para diversos valores de t.p e de X.

Como se verifica por estes exemplos, as sobretensões devidas a


descargas indiretas (descargas no solo, próximo da linha), têm

2.5-60
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TABELA 2.5. 7-1 Ual ores max i mos i ( pos i t VOS ) da t ensão (kV) ,
para um mesmo ponto da linha

He t-p (MS) i 2 5 10 20 50
13 X (m)

Hc = 3000 m 0 208,3 205,0 189,9 163,8 127,5 78,2


|3 = 0,1 '
100 150,0 148,7 141,4 126,6 102,8 66,0
200 98,1 97,6 94,7 88,1 75,3 51,5
500 4-4,9 44,8 44,2 42,7 39,1 29,9
1000 23,4 23,3 23,1 22,4 21,0 17,1
2000 14,5 14,4 Í4,1 13,4 12,1 9,6
5000 13,5 12,9 13,4 11,8 10,0 7,0
10000 14,4 14,3 14,3 12,5 10,4 7,1
Hc = 2000 m 0 82,0 78,7 67,0 52,7 36,9 18,9
Í3 = 0,2 100 60,8 59,0 52,1 42,4 30,6 16,1
200 41,5 40,7 37,3 31,5 23,6 12,7
500 21,0 20,8 19,7 17,5 13,9 7,8
1000 13,5 13,3 12,5 11,1 9,0 5,1
2000 12,1 11,9 10,8 9,2 7,2 4,1
5000 13,8 13,4 12,0 10,0 7,6 4,6
15000 14,5 14,1 12,6 10,5 3,1 4,9

2.5-61
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caracter íst icas completamente
dev i das a d i f er ent es das
descargas diretas
condutores de polo, nos cabos de terra e
(nos

nas torres). Em pontos próximos do de descarga (para X menor ou


da ordem de YD ) as sobretensões têm um caráter dominante de
onda estacionária i nduz ida, assoe i ada a propagação
eletromagnética a partir do canal de descarga. A ener g ia
fornecida à linha por indução eletromagnética dá origem a ondas
nos dois sentidos. Em pontos afastados, as sobretensões têm
caracter íst icas dominantes semelhantes às de ondas ideais
propagando-se ao longo da linha.

0 modelo de simulação usado nos programas da série TIRG


baseia-se, esquematicamente, no seguinte:

i) Cálculo do parâmetro Hc representativo da geometria da linha


(caracter íst icas e disposição dos condutores de pólo e cabos
de terra).

2) Cálculo da tensão de escorvamento para sobretensões dev i das


a descargas indiretas. Esse cálculo é efetuado considerando
os parâmetros das distribuições de altitude, e, sob forma
estatística, das distribuições de t emper at ur a , um idade e
/
ocorrência de chuva. E essencial se ter em conta, pelo menos
de forma apr ox i mada , a i nf 1uênc i a da "forma" das
sobretensões devidas a descargas indiretas.

3) Cálculo da sobretensão da linha, em função dos parâmetros da


descarga, para uma determinada amplitude de descarga de
referência, em função de Y0 e de tf. Em princípio, esta
determinação pode ser feita considerando distribuições
estatísticas dos Hc e 13. parâmetros
Com razoável
aproximação, podem— se considerar valores típicos destes
parâmetros, correspondendo a uma "média ponderada" escolhida
por critério comparativo com simulações ma i s completas de
casos similares.

A) A partir dos resultados de simulação para um número


suficiente de valores de Y0 e tf, determinação de uma
interpolação analítica sobretensão
que exprima a originada
por descargas indiretas em função de IQ, YQ e tf.

5) Determinação, modelo eletromagnético de


a part ir do
descargas diretas na linha, em função de Y0, da densidade de
descargas indiretas (no solo). Nesse modelo, considera-se a
distribuição estatística das amplitudes de descargas e
duração de frente de onda, a distribuição estatística dos
ângulos do precursor da descarga com a vertical, e a
correlação entre a distância de salto do precursor e a

*
2.5-62
As intormaçôes contidas neste
documento são de propriedade da Promon Engenharia S.A. ,
n o proibida a sua utilização,
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amplitude da descarga. A partir deste modelo, obtem-se, para
uma descarga que, na ausência da linha, incidiria no solo,
num ponto a uma distância da linha Y0, a pr obab i 1 idade, em
função de IO' de a descarga incidir na linha (nos condutores
de pólo, nos cabos de guarda ou nas torres). 0 complemento
para um dessa probabilidade é a probabilidade de a descarga
incidir no solo (descarga indireta). Desta forma, obtem-se,
em função de Y0 e a densidade de probabilidade de
descargas indiretas (descargas no solos, na vizinhança da
linha).

ó) Determinação, para uma sucessão de valores de Y o T da relação


entre a amplitude da descarga, IQ, e a duração de frente de
onda, tf, limite de condições de escor vament o , conf orme
representado na figura 2. 5. 7-7. Nest a f igara, para
determinado exemplo particular, indicam-se, em escalas *or
tf' diversas curvas, cada uma correspondendo a um valor
parti cul ar de Yo * Para determinado valor de Yo ' uma
comb inação de valores de Io r tf representada por um ponto à
direita ou abaixo da curva, conduz a um escorvament o ; uma
combinação de valores de IQ, tf representada, por um ponto à
esquerda ou acima da curva, não conduz a escor vament o .
7) Por integração das distribuições de probabilidade de IQ e
tf, obtem-se, para cada valor de YQ , a probabilidade de uma
descarga indireta, a uma distância Y0 da linha, originar
curto-c i r cu i t o .
8) Por integração da densidade de descargas indiretas no solo,
em função de Y0, obtem-se a faixa equivalente acumulada que
representa a à linha na qual,
largura de uma faixa paralela
na ausência da linha, incidirá um número de descargas
atmosféricas igual ao número de descargas atmosféricas que,
incidindo no solo, provocam tensões induzidas superiores à
tensão de escorvamento e, consequentemente, curto-circuito
na linha. Na figura 2. 5. 7-8 representa-se um exemplo para um
caso concreto.

9) Multiplicando a faixa equivalente acumulada obtida em (8)

para YQ = oo , pelo comprimento do trecho de linha em causa e


pela densidade de descargas atmosféricas por unidade de
superfície (na ausência da linha), obtem-se o número de
c ur t o-c i r cu i t os na linha originados por descargas
atmosféricas indiretas (no solo, na vizinhança da linha).

2.5-63
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I
:
50
TFÿs]
UE= 1715,6 KV H= 10,109 m

20-
I

10
/
5-

2-
E E E E E
E E
p
E E E
J
§ wo o o
o
o
wo
O
O
O
O
O
O
KI
.H
°CD
O
O
CM wo CM CM ro 'T in

IJ
o

>
T

50 100 200 500


I [kA]

FIGURA 2. 5. 7-7

2.5-60

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*
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-L I
£
1,0-
<
Q
<
3 . 0,8 -
2
ZD
O
<
UJ 0,6-
H
Z Ue = 1715, 6 kV H = 10,109 m
LxJ

< 0,4-
>
ZD
O
UJ
0,2-
<
X
<
u.
0,0- T T
0 300 600 900 1200

Yo M

FIGURA 2. 5. 7-8

2.5-65
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Í0) Eventualmente, quando justificado, simulação ma i s rigorosa
das sobretensões devidas a descargas atmosféricas no domínio
de valores de I0 e tf a que corresponde maior contribuição
para os curto-circuitos provocados por descargas
atmosféricas, com reajuste dos cálculos (i) a (9).

Como se verifica pelas condições do exemplo, as descargas


indiretas, est at i st i c ament e significati vas, que podem originar
sobretensões que excedem a tensão de escor vament o , correspondem,
para determinado Y0, a valores tanto menores de quanto menor
tf. Para valores de
Y0 reduzidos, as descargas de maior amplitude
correspondem , na quase totalidade, a descargas diretas na 1 i nha ;
para determinado onde incidirá a descarga, se
YQ (referido ao ponto

a linha não influenciasse a evolução do precursor da descarga) a


probabilidade de descarga direta é tanto maior, e a de descarga
indireta tanto menor, quanto maior IQ. Desta forma, para Yo
relativamente reduzido, não há prat icamente descargas indiretas de
probabilidade significativa a que correspondam valores de IQ e
tf
que curto-circuito- Para YQ um pouco ma i s
impliquem elevado, os
curto-circuitos provocados por descargas indiretas correspondem,
basicamente a valores de IQ não muito elevados e a valores de tf
baixos. Para Y0 ainda ma i s elevado, a proporção de descargas
indiretas aumenta com YQ, mas em contrapart i da, diminui a
sobretensão na linha provocada pela descarga indireta (para iguais
valores de IQ e tf). Para valores de Y0 elevados, a maioria das
descargas corresponde a descargas indiretas, mas as sobretensões
consequentes são relativamente reduzidas (para iguais valores de ID
e tf) e a probabilidade de reduzida. curto-circuito
Em é muito
virtude da conjugação dos vários efeitos em causa, a faixa de
valores de YQ com contribuição significativa para cur t o— c i r cu i t os
provocados por descargas indiretas é relativamente reduzida no
exemplo indicado, cerca de 70 m a cerca de 200 m, mas com muito
pequena probabilidade para YQ superior a cerca de Í30 m.

No exemplo correspondente à figura 2.5. 7-8 , o nurner o de


c ur t o-c i r cu i t os provocados por descargas indiretas, em termos de
esperança matemática, é igual ao número total ’ de descargas que

incide uma faixa paralela à linha de í ,i m de largura (faixa

equivalente acumulada, para Y0 = <*> ) Portanto, .


por i00 k m de
linha, o número de curto-circuitos provocados por descargas
indiretas será igual ao número de descargas que incidem no solo na
ausência da linha) numa área, S, sendo:

S = i,i m . Í00 km = 0,íi kmÿ (35)

Se, na região atravessada pela linha, a densidade de descargas no


solo. D, for da ordem de Í5 por quilómetro quadrado e por ano (o
que corresponde a um nível i soquer âun i co da ordem de 100), o número

2.5-66
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médio de curto-circuitos provocados por descargas indiretas, Nj,
será:

Nj = S.D = i,65 (i.00 km . ano)


* (3ó)

Este valor está longe de ser desprezível, mostrando que, nas


condições deste exemplo, é essencial considerar as descargas
indiretas para um previsão razoável do comportamento da linha
quanto a descargas atmosféricas.

A metodologia indicada ant er i orment e , de forma resumida, está


incorporada nos programas da série TIRG, para cálculo do
comportamento de linhas quanto a descargas atmosféricas, quer
quanto descargas diretas (nos condutores de fase, nos cabos de
terra e nas torres), quer quanto a descargas indiretas (no solo, na
vizinhança da Por meio desses programas,
linha). prever, é possível
em termos estatísticos, o comportamento da linha quanto a descargas
atmosféricas, no que respeita, quer ao número de cur t o-c i rcu i t os na
linha, quer ás sobretensões originadas nas subestações terminais. E
também possível analisar, com razoável confiança, por meio de
programas, a influência da geometria e car acat er í st i cas
construtivas no seu comportamento quanto a descargas atmosféricas.

Sai fora do âmbito deste curso apresentação geral da metodologia


desse conjunto de programas e a discussão geral da influência dos
parâmetros construtivos, apresentando-se, apenas, alguns breves
comentários genéricos quanto à influência de alguns parâmetros sob
o aspecto restrito do comportamento quanto a descargas indiretas,
nome a d ament e =
i) 0 número
de curto-circuitos provocados por descargas indiretas é
bastante sensível à altura dos condutores em relação ao solo,
sendo tanto maior quanto maior a altura.

2) Pode, em muitos casos, conseguir-se uma redução importante do


número de cur t o-c i r cu i t os provocados por descargas indiretas
otimizando a disposição a caract er í st i cas dos cabos de terra. A
otimização deve ser efetuada caso a caso, e tendo também em
conta a influência dos cabos de terra no número de
cur t o-c i rcu i t os provocados por descargas diretas, em virtude de
haver vários efeitos que podem ser da mesma ordem de grandeza, e
alguns de sen t i dos cont rár i os , o que i mposs i b i 1 i t a a
aplicabilidade de cr i t ér i os gerais e simples para essa
ot i mi zação .
Com base no exposto an t er i or men t e, e na análise dos resultados
experimentais publicados, julgamos poder formular as seguintes
cone 1usões =

2.5-67
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i) As descargas indiretas
atmosf ericas
(descar gas no solo, na
vizinhança das linhas) têm maior importância do que é geralmente
considerado na literatura, mesmo para linhas de muito alta
tensão. *

2) Algumas das metodologias de cálculo e simulação que f i gur am na


literatura sobre o assunto não traduzem comportamento semelhante
ao experimental e, consequentemente, estão formuladas ou sem
correspondência com os fenómenos físicos essenciais, ou de
maneira incorreta.

3) A metodologia exposta ant er i orment e, de forma resumida, permite


considerar, de maneira aproximada, os fenómenos físicos e os
parâmetros essenciais das descargas indiretas, e calcular a
probabilidade de curto-circuitos consequentes. Os resultados
dessa metodologia são concordantes com as poucas determinações
experimentais publicadas de sobretensões devidas a descargas
i nd i retas.

4) Para a consideração ma i 5 rigorosa dos fenômenos associados às


descargas indiretas, há necessidade de considerar, além de
parâmetros do mesmo tipo dos associados às descargas diretas
(nomeadamente, forma de frente da onda, geometria e parâmetros
el etrogeomét i cos da linha), outros parâmetros , sobre os quais
há relativamente pouca i nf or mação est at í st i ca Dest es .
parâmetros, o ma i s importante é o parâmetro (3.

5) No calculo, com relativo rigor, do comportamento das linhas


quanto a descargas atmosféricas, embora dentro da imprecisão
inerente ao conhecimento e complexidade estatística
incompleto
das descargas, é importante ter em conta, não so as descargas
diretas (nos condutores de polo, nos cabos de guarda e nas
torres), como também as descargas indiretas (descargas no solo,
na vizinhança da linha). Esse cálculo pode ser efetuado por meio
de programas com base na metodologia indicada.

6) Os métodos referidos otimização aproximada


permitem efetuar a
das car act er í st i cas da linha. Para essa otimização ?.T em geral,
importante, considerar, simultaneamente, quer as descargas
indiretas, quer as descargas diretas.

2.5-Ó8
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Cil Erikson, A. I- - Surtensions de Foudre Sur les Lignes à Haute


Tension, Electra, n“ -47, 1974

L23 Portela, C. - Sobretensões e Coordenação de isolamento, vol .I


e II, 1977

C3I Portela, C. — Regimes Transitórios, vol. I a VI, 1977

E4I1 Portela, C. - Análise de Redes Elétricas. Algumas Aplicações,


1970

C53 Berger, K.; Anderson;, r. B. - Paramètres des Coups de Foudre ,


Electra, n° 41, 1975

C63 Portela, C. Determinação das Consequências de Descargas


Atmosféricas Próximas de Linhas de Transmissão V SNPTEE ,
Grupo III, GLT , 23, Recife, 1979

2.5-69
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2.6
Comportamento das Linhas de Transmissão Para Fenômenos de "Tipo
Manobra"

2.6.i
Introdução

No caso dos sistemas típicos de corrente contínua, no que respeita


as "manobras" de operação normal, os regimes transitórios têm em
geral amplitudes moderadas, em virtude de não haver, tipicamente,
fenômenos de fechamento e abertura mecânica com atuação de tipo
"quase instantâneo", por exemplo ao soltar o arco entre contatos na
manobra de energização de uma linha por um disjuntor. Nos casos
usuais de redes de corrente contínua, a manobra de "energ isação" é
feita por meio do sistema de controle dos tiristores das válvulas,
com variação gradual da tensão, bastante lenta em termos de
propagação de grandezas eletromagnéticas, e, portanto, com
sobretensões moderadas.

Por este motivo, os fenômenos transitórios, de "tipo manobra", ma i s


significativos, estão
perturbações na linha ou na rede,
ligados a
quer na parte de corrente contínua das estações ,conversoras, quer
nas redes de corrente alternada a que estão ligados, por exemplo
curto-circuitos na linha de corrente contínua ou nas estações
conversoras, bloqueio de válvulas, falhas de comutação, rejeições
de carga e curto-circuito nas redes de corrente alternada.

As tensões e correntes resultantes destas ocorrências dependem,


naturalmente, não só do comportamento da linha, como, também, do
equipamento terminal.

As car act er íst i car.


da linha, que definem o seu comportamento em
caso de perturbações, foram apresentadas em 2.2, quer no que
respeita a fenômenos determinantemente lineares, quer quanto a
efeitos não lineares, dos quais, o ma i s importante, no que respeita
às linhas, é o efeito coroa, para sobretensões elevadas.

As metodologias ma i s conven i ent es dependem dos aspectos


particulares do caso em estudo.

Para os casos menos simples, os programas da série permitem


considerar tratamentos híbridos frequência-tempo, levando em conta
as c ar ac t er í st i cas de propagação, atenuação e distorção, para os
diferentes modos, obtidos a partir dos parâmet ros em função da
frequência. Este procedimento permite considerar, com bastante
rigor, o comportamento das linhas, quanto a fenômenos lineares,
praticamente sem restrições de rigor, inclusivamente para situações
em que haja que considerar aspectos rápidos e lentos de uma

2.6-i
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ocorrência, com model agem corret a numa larga f a i xa de
"frequências" e de " constantes de tempo". O tratamento é feito, em
grande parte, no domfnio da frequência, passando-se para o domínio
do tempo por convolução, manipulação compacta, usando
com
metodologias do tipo da transformada rápida de Fourier. Desta
forma, o tratamento ífico, no domínio do tempo, é feito num
espec
número pequeno de "pontos", sem o que e inviável, em termnos
computacionais, a análise de alguns problemas concretos.

Os programas da série MA permitem, também, o tratamento no domínio


do tempo, com circuitos de parâmetros concentrados com aspectos de
frequência ajustados para corresponder à resposta da linha, em
faixas de frequências e com o rigor escolhido, e, por processos
híbridos, frequência-tempo, considerar o efeito coroa, n at ur a 1men t e
à custa de importante volume de cálculo, em situações não muito
simples.

A gama de situações e condições afetados pelo comportamento da


linha é bastante vasta, pelo que não se faz uma análise
sistemática. Aliás, as condições do sistema de transmissão são
largamente variáveis, e só uma análise muito extensa permitiria
cobrir as numerosas gamas de situações e parâmetros significativos.

A título
ilustrativo e exemp 1 i f i cat i vo analisa-se apenas, no it em
2.6.2, uma das ocorr ênc i as que, frequentemente, conduz a
sobretensões de "tipo manobra" relativamente elevadas e que
condicionam tipicamente, o isolamento de linhas de sistema de
transmissão em corrente contínua. Esta análise é feita com base em
métodos analíticos, no sentido de uma interpretação física dos
efeitos envolvidos e dos aspectos dominantes que condicionem as
sobretensões do tipo em causa.

2.6.2
Exemplo de sobretensões de tipo manobra

Uma das sobretensões de tipo manobra, de "origem" «terna às linhas


de transmissão, tipicamente ma i s elevadas, para linhas bipolares,
está relacionada com a ocorrência de um curto-circuito num pólo de
uma linha de transmissão, que dá origem a uma sobretensão no outro
pólo.

Esta sobretensão é part i cul arment e importante, não só pelo valor,


relativamente elevado da sobret ensão, como , t ambém , pela
necessidade de o isolamento da linha suportar, sem disrupção, a
sobretensão no segundo pólo, em termos de conf i ab i 1 i dade. De a
linha não suportar essa sobretensão, o cur t o— c i rcu i t o num pólo
origina um cur t o— c i r cu i t o no outro, e, portanto, ter— se— á uma
"extensão" de um defeito monopolar para um defeito bipolar,

2.6-2
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usualmente bastante ma i s severo, era t er mos de conf i ab i 1 i dade de

transmissão e consequências para as redes interligadas.

Suponhamos uma linha bipolar, estando, antes do def e i t o , com


tensões + U e U, em relação à terra, nos dois polos, conforme
representado esquematicamente na figura 2.6.2-i.

Desprezemos o ef eito coroa, e eventuais outros ef e i t os não


1 i near es .
A de um curto-circuito, "instantâneo", em t =0,
ocorrência entre o
pólo i e a terra, no ponto P, a distâncias Li e L2 das estações
conversoras Ei e E2, pode ser considerada por meio de um regime
transitório, Au, Ai, sendo Au e Ai os "acréscimos" de tensão e
corrente em relação às tensões e correntes anteriores, nos dois
polos.

Supondo a linha homogénea e simétrica em relação aos dois pólos, Au


e Ai podem ser decompostos em modos média, de índice m, e
antimédia, de índice indicado em 2.2, e entre
a, conforme cada um
dos trechos da linha, à "esquerda" de P entre e Ei, designado
pelo índice e, e à "direita" de P, entre P e E2, cada um dos modos
será caract er i zado por duas ondas, uma ("positiva") propagando-se
no sentido de P para Ei, ou para E2, designada pelo índice p_, e
outra ("negativa") propagando-se no sentido oposto, designada pelo
índice n .
Sejam Zmas impedâncias de onda dos modos média e antimédia ,
e Za
respect ivamente, no sentido de operadores, "função da frequência".

Sejam Fm e Fa os operadores que traduzem a atenuação e distorção


das ondas média e antimédia, r espect i vament e , num tempo de
propagação T, ou numa distância de propagação L.

Sejam rmÿ e raÿ os operadores que traduzem a reflexão, nas estações


conversoras Ei, das ondas média e antimédia, e rm2 e ra2 os
operadores que traduzem a reflexão na estação conversora E2.

Seja x a distância a contar do ponto P_, no sentido das estações Ei


ou E2~
Tem-se, no ponto P, isto é, x = 0, para t > <d-

+U+Auÿe=0 (i)

+ U + Aui j = 0
(2)

2.6-3
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I +U
ESTAÇAO ESTAÇAO
CONVERSORA CONVERSORA
El 2 -U E2

L| L2

Figura 2.6.2-i - Linha bipolar de corrente contínua, com t ensoes


+U e -U nos polos i e 2, na qual ocorre um
curto-circuito para a terra, no polo i, no ponto
P e no instante t = 0

2.6-4
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Au2e = Au2d (3)

Ai2e + Ai2d ~ 0 (A)

e, portanto:

= + Au enm + Au epa + Au ena U (5)


AuePm
AUi (x=0,t) = Audpm + Audpa + Audpa + Audna = - U (6)


epra + Au enm Auepa =

— + Audnm — Audpa — (7)

Zm-i . Au epm "


zm-i . Auenm - Za-i . Au epa + za-1 - Auena +

= zm-i - pm Zjn-i - Adnm Za-i - + Za na ~ 0 <3>

As quatro a (8) definem as quatro ondas "positivas"


equações (5)
propagando-se no sentido de se afastar de P, no ponto (onde é x =

0), no instante tr a partir dos valores das ondas negativas,


incidindo em P, e dependentes, portanto, de feitos "anteriores".
Tem-se, assim, uma rei ação de recorrência, que def ine as quatro
ondas "positivas".

Por outro lado, atendendo a que as ondas negativas resultam de


ondas positivas anteriores, que se propagaram até aos terminais da
linha. Ei e E2, onde se "refletiram", tem-se (omitindo a indicação
da coordenada espaço para as ondas em x = 0):

Auenm = A,J
enm (x = 0, t ) = F em . R em . Au epm (x = 0, t - xa)

ou:

Au enm em R em . Au epm (t
Tem* (?)

e, semelhantemente:

Au ena R ea . Au epa (t
Tea ( 10)

Audnm rdné ( ii )

Audna = Fda - Rda - Aud (t “ ( i2 )

sendo F operadores que traduzem a atenuação e distorção das ondas,


R operadores que traduzem a reflexão nos terminais, designando os
indices eÿ, dÿ respect i vamente as ondas entre P e Ei (à esquer d a ) e
entre P e E2 ( à direita), e os índices m, a os modos média e

2.6-5
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antimédia, e sendo Tos tempos de propagação entre duas vezes a
distância de a Ei (à esquerda de P), para o índice e, e duas
vezes a distância de P a E2 (à direita de P), para o índice d, e

indicando os índ i c e5 m, a os modos (média e antimédia,


respect ivamente) .
Para:

0 < t < T em

0 < t < Tea


0 < t <

0 < t < rda


As ondas negativas são nulas em P_, e as relações (5) a (8) definem
as ondas positivas. À medida que incidem em P as diversas ondas
negativas, as mesmas são definidas pelas relações (9) a ( 12) , a
partir das ondas positivas em instantes anteriores, e as equações
(5) a (8) continuam a definir as ondas positivas, de forma
recorrente.

Conhecidas as ondas dos modos, em P, tem-se, imediatamente, as


tensões Auj , Au2, em P, ou em qualquer outro ponto da linha.

Suponhamos, para maior simplicidade de exposição, t er m i nações


idênticas nos dois lados da linha, e:

Li "
L2
isto é, defeito no ponto médio da linha.

Por manipulações algébricas elementares, obtem-se, para tensões no


polo 2 , em P :

u2 = U + Au 2 = 8 . C-U 3

sendo:

2 . k 4 k
Í3 = + *-ÿm’ÿm
i + k (i + k )2

explicitando nos operadores


Fm e Ra o atraso de propagaçao , rm c
Ta ' na distância = Lo, e sendo:

2.6-6
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k = zm -
Os parâmetros k, R m portanto, |3 são "operadores",
'
aplicáveis à propagação das ondas, que podem obter-se facilmente no
domínio da frequência, e convertidos, por convol ução , para o
domínio do tempo. Desta forma, Í3 não é constante no tempo.

Todavia, para efeitos de ordem de grandeza, interessa o "valor


máximo" de (3, expresso em função do tempo, o qual, basicamnete,
resulta, em condições típicas, dos seguintes efeitos:

0 modo m sofre atenuação e distorção bastante ma i s acentuada que


o modo a. Na "frente" da onda refletida, o modo a atinge,
primeiro, valores significativos, com determinada derivada, em
relação ao tem início (em termos
tempo, e, o modo m, de onda só
refletida em P, supondo P a meio da linha) ma i s tarde e com
derivada, em relação ao tempo, sensivelmente ma i s reduzida;

As capac i t ânc i as "equivalentes" (buchas, filtros) dos terminais,


têm como efeito, na fase inicial de incidência das ondas
positivas nos terminais, um comportamento de tipo capac i t i vo , com
"fator de reflexão", para ondas incidindo da linha nos terminais,
no dom in i o do tempo, apr ox i madament e - i (para as ondas média e
ant i méd ia).

Por este motivo, o "operador":

tem um "valor" máximo tipicamente para linhas longas, da ordem de


i, mas inferior a i.

Por outro lado, para efeitos da "frente" das ondas, o operador k


pode ser tratado, apr ox i madament e , como, um número real.

Tem-se, assim, um valor máximo do módulo de tensão, no pólo 2 e


no ponto P, consequente do curto-circuito no pólo í, que ocorre
após a chegada a das ondas refletidas no terminal, as de modo
antimédia com amplitude elevada (não muito inferior ai), e os de
modo média com amplitude reduzida.

Desta forma, esse máximo do módulo de tensão no pólo oposto


àquele em que ocorre o curto-circuito, uo é traduzido por

2 2 . k A . k

-U i + k
+
(í + k )2
- fe;

2.6-7
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O parâmetro k é definido pela relação entre as impedâncias de
onda dos modos média e antimédia, respect i vamente, er o parâmetro
é;, depende do comprimento da linha, das caracter íst icas de
atenuação e distorção para os dois modos, e das condições
terminais.

Na figura 2. 6. 2-2 representa-se (3 em função de k_ e dentro das


faixas de ordens de grandeza típicas, para linhas relativamente
longas.

Tem-se, tipicamente, de sobretensão, Í3, para a ocorrência em


causa, da ordem de i,7 a 2,í.

Cabe notar que o valor de (3 depende, muito acent uadament e , do


comportamento da linha, na distorção e atenuação das frentes de
onda, e das condições de reflexão para as frentes de onda, e das
/

condições de reflexão para as frentes de onda. E essenc i a 1 , para


uma determinação correta de |3, representar adequadamente a
distorção e atenuação da linha, para os dois modos, e as
condições terminais, o que pode ser feito, com bastante rigor,
pelo programa MA.

Nota-se, ainda, que, no caso de curt o-c i r cu i t o provocado por


descarga atmosférica, há uma alteração da tensão da linha, nos
dois polos, antes da disrupção, pelo que a sobretensão não pode
ser mais elevada que a calculada supondo ura cur t o-c i r cu i t o
instantâneo a partir diretamente de condi ções norma i s de
operação. 0 programa MA permite levar em conta os efeitos de uma
descraga atmosférica, incidindo na 1 i nha , e or i g i nando ,
subsequentemente curto-circuito.

2.6-8
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X i 1 1 X

0 2,2 H t = 1,0
0,9

2,0- 0,8

0,7

1,8 - 0,6

1,6 H

>.4H

1.2 H

1,0
1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

Zm
k=
Za

FIGURA 2.Ó.2-2 Relação entre o fator de sobretensão, |3 e os


parâmetros kF K.

2.6-9
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2.7
Aqueci nento e Perdas

Os fenómenos
relacionados com o aquecimento e perdas dos
condutores, das linhas de transmissão, em corrente contínua, são,
basicamente, similares aos dos condutores das linhas de corrente
alternada, razão pela qual não se analisam, em pormenor, os
aspectos fenoraenolog icos.

Para as componentes contínuas, ou de variação muito lenta, não há


efeito pelicular significativo, e interessa a resistência dos
condutores em corrente contínua.

Para as componentes harmónicas, há, naturalmente, que considerar o


efeito pelicular nos condutores, para efeitos de perdas e aumento
de temperatura dos mesmos. Para efeito de "perdas na 1 i nh a" e
avaliação económica de perdas, há que considerar, também, os
efeitos dos cabos pára-raios e do solo, os quais são levados em
conta no cálculo, pelo programa ZLTS dos parâmetros longitudinais
da linha e na resistência longitudinal unitária.

Quer para as perdas associadas à componente contínua, quer às


harmôn i cas, é importante considerar a temperatura dos condutores,
devido ao valor apreciável do coeficiente de t emper at ura da
res i st i v i dade, a, para os metais e ligas usados nos condutores das
1 i nhas aéreas, que, nas t emperat ur as de interesse, e
apr ox i madament e constante e da ordem de 0,4°C , para temperatura
de referência To r igual a 20°C, sendo a tal que:

P(T> = P0(T0) . Ci + a. <T— T0)I!

Em corrente contínua, a resistência é proporcional à r es i st i v i dade


do material dos condutores (a uma r es i st i v i dade ponderada, no caso
de cabos de alumínio-aço).

0 aumento de temperatura, em condiçoes estabilizadas, corresponde à


condição de equilíbrio entre a potência dissipada por efeito Joule,
a potência absorvida por radiação solar, direta e difusa, a
potência (líquida) emitida por radiação para o meio envolvente, a
transm i ssão de calor ao ar por convecção natural e forçada, devido
ao vento.

Basicamente, a potência absorvida por radiação solar depende da


intensidade de radiação, da proporção de radiação direta e d i f usa ,
do ângulo dos raios solares com o condutor, e do coeficiente de
absorçao de radiação, para o espectro de frequência da radiação
sol ar .

%
2.7-1
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A potência líquida emitida por radiação para o meio envolvente
depende, basicamente da temperatura do condutor, da temperatura do
meio envolvente equivalente para o efeito de radiação, e do
coef i c i ent e da em i ss i v i dade equ i vai ente para o espectro da
frequência dessa radiação. T i p i camment e, para condições noturnas e
céu limpo, a temperatura equivalente do céu é bastante baixa. Com
nuvens e nevoeiros, mesmo em noturnas, e em condições
condições
diurnas a temperatura equivalente do céu é da ordem da temperatura
do ar .
Os coeficientes de absorção e emissão de radiação (relativos ao
corpo negro), quer para a radiação solar, quer para as trocas de
radiação com o meio envolvente, variam muito com o estado de
superfície do condutor, e, tipicamente, aumentam ao longo do tempo,
nos primeiros anos após a instalação de cerca de 0,2 a 0,3, a cerca
de 0,7 a 0,9.

No caso linhas de corrente contínua com diagramas regulares de


de
cargas, e sem paralelismo de pólos, não há possibilidade de
sobrecarga importantes, e, dev ido aos condicionamentos de
ponderação de perdas e investimentos, as temperaturas máximas são,
em geral, por esse fato, moderadas, e bastante inferiores ás
temperaturas máximas resultantes de cond i c i conament os de tipo
tf r* f
físico
ff
.
No caso de haver possibilidade de situações de tipo "contingência"
de curta duração, por exemplo, paralelismo de conversores, ou por
i nd i spon i b i 1 i dade de um polo de uma linha, com transferência de
carga de um pólo de outra linha, ou de inversão de polaridade dos
conversores de ura dos pólos, ficando os dois "pólos" de uma estação
conversora era paralelo num único pólo da linha, os condicionamentos
económ i ca
de vai o.r i zação de perdas podem não ser o fator
determinante da escolha de seção dos condutores, e, nesse caso, os
condutores podem at i ng i r t emper at uras el evadas , se,
concomitantemente com a sobrecarga, se tiver temperatura do ar
elevada, radiação solar intensa e
reduzida. vento de velocidade
Nessas condições, é necessário ponderar cuidadosamente as elevações
de temperatura, era termos de=

flechas, espec i al ment e era vãos longos;

"per d a de vida".

Para a análise de "perda de


condutores, e vida"
importante dos
considerar a distribuição estatística de temperaturas, cons i derando
os efeitos dominantes, sendo bastante incorreta, em geral , uma
analise determin íst ica na base da temperatura máxi ma .

2.7-2
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Para fenómenos "transitórios rápidos", com constante de tempo
envolvidos até da ordem de 10ÿ- s, a transmissão de calor do
ext er i or pode ser desprezada, considerando-se comportamento
adiabático, sem trocas de calor com o exterior, para efeitos de
aumento de t emperat ura associadas a sobrecorrent es de curta
duração .
Cabe salientar que, subsequente a uma sobrecorr ent e de curta
duração, com aumento rápido de temperatura, ocorre um aquecimento
relat i vamente lento, a partir da temperatura atingida durante a
sobrecorr ent e , com "constantes de tempo" da ordem de 103 s. Por
est e mot i vo , para efeito de flechas máximas e d i st ânc i a de
segurança do solo, é adequado considerar as temperaturas máximas
considerando sobrecorr ent es de curta duração. 0 efeito de tipo
"percussão" mecânica, por redução de tensão mecânica, consequente
da dilatação, não acompanhado "instantaneamente" por aumento de
flecha, só seria importante, em princípio, para sobrecorr ent es
muito intensas de muito curta duração da ordem de Í0~ÿ s ou
inferior).

Também devido às constantes de tempo de "aquecimento" r 11 at i vament e


elevadas, a cont r i bu i ção do aquec i mento resul t an t e de
sobrecorrent es de curta duração, para efeitos de "perda de vida"
mecânica dos condutores, não é, frequentemente, desprezável.

No caso de linhas de corrente contínua, devido à atuação do


controle dos conversores, os efeitos de sobrecorr ent es de curta
duração são bastante moderados, em comparação com algumas situações
de redes de corrente alternada.

Para aquecimento adiabático dos condutores, a temperatura final


atingida depende da temperatura inicial e de=

A =
J i 2 dt

com relativa considerando


generalidade, a dependência da
mesmo
resist ividade e do calor específico do metal dos condutores com a
temperatura. Há, t odav i a, al guma i nf 1uênc i a , no aumento de
temperatura, do efeito pel icular, a qual não é considerada de forma
"correta" apenas a partir do valor de A.

Para efeitos de variações de temperatura, com "constante de tempo"


superiores às que permitem a aproximação adiabática, e i n f er i or es
às que permitem a aproximação de condições de equilíbrio de
potência, há necessidade de considerar a capacidade calorífi ca.

0 programa TECA determina, a partir dos parâmetros const rut i vos e


f ísi cos, e de diagramas de corrente e de parâmetros meteorológi cos

2.7-3
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BF® PSJ
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variando arbitrariamente, determinar a temperatura dos condutores
em função do tempo.

2.7-4
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i
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2.8
Isolamento e Tensões Suportáveis

0 comportamento isolamento das linhas de


do transm i ssão é,
basicamente, similar aos restantes isolamentos no ar. 0 assunto é
tratado no capítulo relativo a sobretensões e coordenação de
isolamento, razão pela qual não é tratado espec i f i cament e neste
cap í t ul o.

Nota-se que o isolamento era tensões contínuas, no ar, é afetado


pela presença de carga espacial, havendo necessidade de alguma
prudência ao usar "aferições" de tipo experimental, em ensaios em
que não haja carga espacial significativa.

A sobreposição de tensões contínuas e de tensões de tipo impulsivo


afeta, também embora moderadamente, a tensão suportável, referida à
amplitude total da sobretensão, em parte devido aos efeitos da
carga espacial.

No caso de isolamentos no ar, em presença de isoladores, o


comportamento em corrente contínua é bastante diferente de em
corrente alternada, basicamente pelos seguintes aspectos:

- Distribuição de tensão
definida pela geometria e r es i st i v i dade
(basicamente r es i st i v i dade superficial, no caso de isoladores
comuns), torna a distribuição de
o que tensões nas cadeias
bastante diferente de em tensão alternada, e muito sensível ao
estado da superfície.

Ef e i t o do campo elétrico
acumulação de poluentes nas cadeias
na
de isoladores, com acumulação tipicamente ma i s severa, para
poluição natural, que em tensão alternada.

— Grande influência da poluição na tensão suportável, e maior


sens i b i 1 i dade à polui ção que nos casos usuais de tensão
al t er nada .
Influência de tensão contínua
na t en são anterior à sobretensão,
suportável para sobretensões
do tipo das associadas a descargas
atmosféricas e fenômenos do tipo manobra, se referida ao valor de
pico da sobretensão resultante, e com grande sensibilidade às
condições de poluição.

- Diferença importante de comportamento consoante os métodos de


ensaio de poluição, mesmo para cond i ções aproxima d a mente
equivalentes em isolamentos em tensão alternada.

2.8-1
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0 Promon Engenharia SA

Naturalmente, no de tipo manobra, e, menos


caso de sobretensoes
acentuadamente, no caso de sobretensoes do tipo das associadas a
descargas atmosféricas, há que levar em conta o aspecto estatístico
do comportamento dos vários isolamentos
submetidos a sobretensoes
similares, no sentido de caracterizar o escorvamento em pelo menos
um deles.

0 programa ESAT termos estatísticos, a


calcula, t ensão
era
suportável por ura isolamento, e n i sol araent os ,1 èvando era conta as
distribuições estatísticas de parâmetros meteorológ icos
(basicamente temperatura e umidade e chuvaJe eventualmente, balanço

das cadeias e condutores e, a dispersão intrínseca. Naturalmente,

os parâmetros de forma não ajustados a partir de resultados de


ensa i os.

A partir dessas distribuições estatísticas, e dos parâmetros


estatísticos das sobretensoes, é possível caract er i zar ,
estatisticamente, a ocorrência de disrupções e curto-circuito.

São em geral , aplicáveis as considerações apresentadas, para


isolamentos no ar , no capítulo relativo a sobretensoes e
coordenação de i sol ament o .

2.8-2
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PR4»/MOIÿ
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2.9
Efeitos de Indução Elétrica e EI etromagnét i ca Assoc i ados a
Haraón i cas

As tensões e correntes harmónicas, nas linhas de corrente contínua,


originam um campo eletromagnético na vizinhança da mesma.

Este campo eletromagnético origina, nat ural ment e, fenômenos de


indução em objetos não muito afastados. ,

Na faixa de frequência das harmónicas significativas (até cerca de


50 vezes a (ou, as) frequência fundamental das redes de tensão
alternada ligados às estações conversoras), é dominante o modo TEM
(transversal eletromagnético).

Os modos de ordem ma i s elevada, nesta faixa de frequências, além de


terem pequena amplitude e se atenuarem rapidamente na vizinhança de
d i scont i nu i dades, têm amplitudes de campos eletromagnéticos que se
reduzem "rapidamente" ao aumentar a distância à linha.

Os campos eletromagnéticos associados a "radiação" propriamente


dita, são, também, muito reduzidos, nesta faixa de frequênc i as .
Dentro da aproximação b i d i mens i onal , o programa ZLTS p er m i te
determinar, até distâncias princípio ilimitadas (dentro dos
em
limites de validade da formulação completa de Carson, para o
comportamento do solo), os campos elétricos e magnéticos, ou
parâmetros globais de indução por unidade de comprimento, em
relação a linhas, elétricas ou telefónicas, parâmetros de indução
em cabos blindados, ferrovias, oleodutos, circuitos de comando,
sinalização e controle.

A partir dos parâmetros destes efeitos, ou diretamente, consoante


as aplicações, obtêm-se os parâmetros de indução em relação a
abjetos de geometria event uai ment e complexa, pelos programas das
séries CECC, MTER , e, para algumas aplicações ma i s complexas,
usando, também, os programas das séries ZENT e MA.

No caso de linhas bipolares, para efeito de indução em objetos não


muito próximos, é em geral conven i ent e, pelo menos em termos
paramétricos, considerar "modos", ou "quase modos", média e
an t i — méd i a , cora o siginif içado descrito em 2.2. Os modos anti— média
sao, relativamente, pouco afetados pelas caract er í st i cas de solo, e
os campo antenuam— se, com a distância transversal à linha, mais
rapidamente que os modos média.

A indução "el ét r i ca"


associada a cargas e tensões dos condutores,
atenua— se, relativamente, ma i s rap i damen t e que a i ndução

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"eletromagnética", associada ao efeito das correntes nas linhas, e


parâmetros do tipo de coeficientes de impedância mútua unitária,
para efeitos de condutores paralelos à linha (de
influência em
redes elétricas, telefónicas, ou de circuitos de comando ,
sinalização e controle, de ferrovias e oleodutos).

Os parâmetros de indução eletromagnética, para o modo média, são


fortemente afetados pelas car act er íst i cas do solo (basicamente a
r es i st i v i dade ) No caso .
de solo de elevada res i st i v i dade , os
efeitos de indução são significativos até distâncias da ordem de
Í00 km.

Os aspectos indução relacionados com interferência telefónica,


de
são discutidos no capítulo relativo a filtros-

2.9-2
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piso/a/ao retd
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2.10
Aspectos Particulares das Linhas dos Elétrodos

As linhas dos
eletrodos têm como função ligar as est ações
conversoras ao eletrodo de terra.

No caso de sistemas unipolares, a corrente na linha de eletrodo é


" i dênt i cã" à corrente no pólo (quanto à componente contínua), e,
portanto, em termos de perdas e aquecimento, com condicionamentos
similares, quanto a seção dos condutores. Em princípio e em termos
de "otimização", será até even t uai men t e justificado usar condutores
de seção um pouco superior à dos condutores de pólo, em virtude de
menor derivada, em relação à seção do condutor, do custo por
unidade de comprimento, no caso das linhas dos eletrodos.

No caso de sistemas bipolares, com iguais correntes normais nos


dois polos, a corrente normal na linha do eletrodo corresponde,
bas i cament e, ao desbal anceamen t o de corrente dos dois polos,
tipicamente de ordem de i a 3% das correntes nos pólos.

Na hipótese de, em contingência, se prever funcionamento monopolar,


a corrente linha do eletrodo será, nessas condições, muito
na
superior a corrente normal, devendo a linha ser dimensionada para
suportar essa corrente, era termos de condicionamentos de limites
físicos (por exemplo, temperatura e flechas dos condutores),
embora, espec i al ment e para esperança matemática reduzida, dessa
situação de contingência, em ponderação económica de termos de
perdas e custo da linha, se seja conduzida a seção menor que no
caso dos condutores dos pólos.

Dado que as linhas dos eletrodos são ligadas aos eletrodos, que se
procura tenham uraa resistência reduzida, em relação a uma terra
remota, a tensão transversal, em relação ao solo, é bastante
reduzida, esp ec i al men t e para funcionamento balanceado, com pequena
corrente na linha do eletrodo.

Mesmo em sistemas monopolares, ou no caso de contingência de um


polo em sistemas bipolares, a tensão transversal é moderada,
atingindo na gama de situações reais, um máximo da ordem de 10® k V.

No que respeita a condições normais de operação, o nível de


isolamento necessário é, portanto, relativamente reduzido e, de
qualquer forma, de ordem de grandeza inferior ao dos pólos das
estações conversoras e das linhas de transmissão do respect ivo
sistema de transmissão.
/

E importante, portanto, em termos relativos, considerar eventuais


aumentos de flecha.

2.10-i
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Por outro lado, em virtude da grande importância da continuidade de
serviço da linha do eletrodo, para efeitos de conf iabil idade do
sistema de transmissão justifica-se prever um i sol amen t o que

permita ura número muito pequeno de defeitos de tipo permanente, por


exemplo, em consequência de danificação de isoladores.

Para assegurar a inexistência, ou pequena probabilidade, de


curto-circuitos permanentes para a terra, é, era geral, justificado:

procurar detectar defeitos permanentes para a terra, na linha d o


eletrodo, desencadeando atuações manuais ou automát i cas , que
procurem eliminar o defeito?

- procurar que a raaior parte dos defeitos para a terra, com arco
elét r i co , sejam extintos naturalmente.

Para curto-circuitos cora corrente para a terra através de arco


elétrica no ar , ao longo da linha do eletrodo, que sejam detectados
por proteção da linha, a eliminação do cur t o— c i r cut i o pode ser
feita ligando à terra o terminal da linha do eletrodo por meio de
chave, na estação conversora, um tempo suficiente para assegurar a
extinção do arco e redução da ionização do ar na região do arco, e
interrompendo depois a chave (para o que deve ter poder de corte
adequado), ou reduzindo, também durante um tempo curto, a corrente
para a terra, por atuação no controle do sistema conversor.

A detecção, segura e seletiva, de curto-c ircuitos para a terra, ao


longo das linhas dos eletrodos, por relés de proteção, é bastante
delicada, no caso de sistemas bipolares normalmente balanceados,
mas que passam funcionar, por contingência, com
exemplo em caso de
corrente el evada para a terra, dev ido, basicamente, a:

gamamuito elevada de correntes na linha do eletrodo, em operaçao


normal, p.e. desde cerca de 0,01 a i,2 vezes a corrente nominal
de um polo;

correntes de defeito, para a terra, bastante inferiores à


corrente na linha do eletrodo, em virtude da resistência de
aterramento, de um poste da linha do eletrodo ser bastante ma i s
elevada que a resistência do eletrodo e do trecho da linha entre
o eletrodo e o ponto de defeito.

No caso de sistemas bipolares, em operação balanceada, no caso de


um defeito para a terra, através do arco no ar, a corrente no arco
é bastante reduzida, o que assegura, prat icaraente, a extinção
natural do arco.

2.10-2
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No caso de linhas de eletrodo longas, com comprimento da ordem de
algumas dezenas de quilómetros, e correntes elevadas, da ordem de
r a corrente de arco de cont ornament o de isoladores pode ser
bastante elevada, sendo importante prever esp i n t er ôraet r o , nos
isoladores, com forma e disposição que assegurem a extinção natural
do arco, e, no mesmo sentido, ter resistências de aterramento dos
postes razoavelmente elevadas.

Um curto-circuito permanente para a terra, através de um arco no


ar, não eliminado nat ural ment e, tem, basicamente, os seguintes
inconven i ent es =
- eventuais problemas de segurança de pessoas, junto ao poste onde
ocorrer o curto-circuito;

- danificação do condutor, pelo arco elétrico, com eventual


danificação mecânica, e, até, event uai ment e , ruptura do condutor.

A título exemp 1 i f i cat i vo da influência de alguns parâmetros na


corrente de curto-circuito, consideremos uma linha de eletrodo, com
comprimento L_, e um curto-circuito, num poste, a uma distância
da estação conversora e l_2 do eletrodo.

Seja resistência unitária da linha, à temperatura


r_ a a que estejam
os condutores, e Re a resistência do eletrodo.

Suponhamos que a linha do eletrodo é constituída por dois cabos


separados e so ligados nas extremidades, conforme representado
esquematicamente na figura 2.Í0-Í. Seja I a corrente na linha do
eletrodo, no terminal da conversora.

Como se i raed i at ament e, no caso de curto-circuito para a


verifica
terra através de um arco entre um dos condutores e ura post e , de
resistência de aterramento Rj- a corrente de curto-circuito
(componente contínua) é:

(
Re + l_2 -r) .I— A
Iti =
l2
Re + L-2 - (2 ) . r + Rt
L

sendo Aÿ a tensão entre os terminais do arco.

No caso de curto— circuito entre os dois cabos e o poste, tem-se,


anal ogamen te:

.
2 í 0-3
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PB9®/8AOIÿI
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LINHA DE ELETRODO

Í Li Li

I ESTAÇÃO
CONVERSORA
i

ELETRODO
It
<'
POSTE ONDE OCORRE
CURTO-CIRCUITO
DE TERRA
PARA A TERRA

ARCOjJ n. h g 'i ARCO


A B

Figura 2.10-i - Representação esquemática de uma linha de elétrodo,


com dois condutores, e de um curto-circuito para a
terra, num poste, entre os dois cabos e o poste,
conforme representação esquemática em A, ou entre
um dos cabos e o poste, conforme representação
esquemática em B -

%
2.10-4
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(Re + Lo - r )
_ I — A2
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It2 ~

Re + L2 - r + Rt
senda A2 as tensões entre termianis de cada um dos dois arcos
(supostas idênticas).

Para situar ordens de grandeza, consideremos os valores numéricos


indicados na figura 2.Í0-2. Tem-se as correntes, It* indicadas
nessa figura, em função de l_2 (distância do ponto de curto-circuito
ao eletrodo), para diversos valores da resistência de aterraraento
do poste em que ocorre o curto-circuito.

Para valores de L2 elevados, e de Rf. baixos, as correntes de curto-


circuito, nas condições deste exemplo, são bastante elevadas e
inaceitáveis em permanência, quer em termos de segurança de
pessoas, quer em termos de danificação da linha do eletrodo. Com
efeito, a elevação de tensão dos postes, em relação a uma terra
remota, é:

Ut = Rt - It
e, salvo precauções especiais de geometria de aterramento, têm-se
tensões de toque inferiores a Uj- , mas da mesma ordem de grandeza
(por exemplo, para Rj- = 20 O,
It = 200 A, é Uj- = 4,0 l<V)_
Por outro lado, um arco da ordem de 10ÿ- A, mantido durante bastante
tempo, pode originar a danificação, ou de isoladores, ou do próprio
condutor.

Em condições típicas de parâmetros das linhas, o arco elétrico, se


de dimensões moderadas, da ordem de 0,2 a 0,3 m, com correntes da
ordem de 10ÿ A, ou superiores, é, basicamente, estável, em t er mos
dinâmicos do arco, na ausência de efeitos que tendem aalongar o
arco, des i gnadament e convecção do
dos eletrodos do ar, geometria
esp i nt er óraet r o que tenda a aumentar o comprimento, e forças
el etrod i nâra i cas sobre as correntes, no plasma, associadas ao campo
magnético provocado pela corrente na linha e no poste.

Por este motivo, para assegurar a extinção do arco, é essenc i al


escolher convenientemente a forma dos esp i nterômetros.

Por exemplo, segundo C13, para esp i nterômetros com distância entre
eletrodos 0,2 m, a corrente "1 imite" para extinção do arco,
determinada em ensaios 1 aborat or i a i s , variou, consoante a forma e
disposição dos eletrodos, de cerca de 50 A a 565 A.

.
2 í 0-5
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0 Promon Engenharia SA

i 1 1 1
It i
[A] 800- X
X
X
700-
X
/
X
X
600- X
/ :

/
500- Rt = 5xfl /
/
400- / xX
xX !
/ Rt = !0A xX
// xX
xX<
300- //
!

xX Rt = 20 a
200- X*
R t = 50 Í1
100-

Rt = ioon
0 T T T T
0 10 20 30 40 50 60
l_2 [km]

Figura 2.Í0-2 - Corrente de curto-circuito para a terral It' num


poste, para uma linha de eletrodo cora dois cabos, e
60 km de comprimento, com corrente 2600 A,
comprimento do arco 0,25 m, era função da distância,
Lo, do eletrodo ao ponto de curto-circuito, e da
resistência de aterramento, Rfc, do poste. Neste
exemplo considerou-se
Re = 0,3 íl, r = 0,08 0/km.
A h i pót ese A ( ) corresponde a curto-circuito
entre os dois cabos e a terra, num poste, e, a
hipótese B -
( —) , a curto-circuito para a
terra de apenas um dos condutores da linha do
eletrodo.

¥
2.10-6
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Cabe notar que, no caso de níveis de isolamento moderados, de ordem
de grandeza compatível com as tensões transversais das linhas dos
eletrodos em operação normal, o número de curto-circuitos
originados por descargas atmosféricas é bastante elevado < em
regiões de nível i soquerãun i co "elevado" ou "médio"), sendo, em
geral, injustificado e inaceitável interromper o funcionamento das
linhas dos eletrodos para a maioria ou parte importante desses
curto-circuitos.

Salienta-se que, no caso de disrupção de isolamento, provocado por


descarga direta na linha, ou no solo, na vizinhança da mesma, o
regime transitório com elevada pr obab i 1 i daife,
subsequente é,
susceptível de desencadear ura arco sustentado ou "quase sustentado"
em corrente cont ínua.

Na figura 2.10-3 representa-se a corrente de curto-circuito, em


função do tempo, num exemplo CiU, correspondente a uma descarga
atmosférica incidindo numa linha de eletrodo, era funcionamento
unipolar, que or i g i na d i srupção, e um fenômeno transitório
subsequente bastante violento, após o qual ocorre a est ab i 1 i zação
da corrente "contínua" correspondente a curto-circuito.

Os programas da série MA, com os quais foram efetuados os cálculos


relativos à figura 2.10-3, permitem simular este tipo de fenômeno,
cora representação, quer dos fenómenos rápidos associados à
descarga, quer à "estabilização" de corrente contínua, considerando
o comportamento da linha e terminais por meio de representação
híbrida frequência-tempo, e o estabelecimento e comportamento
dinâmico do arco. Permite, também, analisar a "estabilidade" do
arco, também por um processo híbrido frequência-tempo.
fenómenos Os
"externos" do tipo convecção do ar e efeitos eletrod i nâm i cos
associados ao campo magnético necessitam de parâmetros que é
conveniente aferir a partir de resultados experimentais C23.

2.10-7
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1 1 i 1
i It
[A] afe'/v
3KA
500-

RT=IOA
250-

0-

-250-

-500- 1 f
f

ate /v
12 kA
I T
0 4 8 12 16 20
T [ms]

Figura 2,10-3 Exemplo de corrente para a terra, If., nun poste de


1 i nha de el et r odo de corrente contínua, era função
do tempo, no seguimento de uma descarga atmosférica
na linha, calculada pelo programa MA CiD.

2.Í0-0
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|
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3

Cil Portela C.M., Clarke C.D.r Canel las J., Peixoto C.A.O. -"DC Arc
Extinction on Long Electrode Lines For HVDC Transmission", Int-
Conf. on DC Power Transmission, IREQ-CSEE-IEEE, Montreal, 1984

C23 Portela C.M - Alguns Métodos de Análise de Comportamento de


Arcos Elétricos no Ar - Exemplos e Aplicação - VIII SNPTEE,
1985

%
2.10-9
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3
CONDICIONAMENTOS MECÂNICOS

3.1
Introdução

As estruturas suportes de uma linha de transmissão aérea de extra


alta tensão em corrente contínua, estão submetidas a esforços que
podem ser relativamente menores que os aplicados a estruturas
suporte de 1 i nhas de corrente alternada, de tensão nominal
relativamente próxima à da tensão contínua, basicamente dev i d o ao
número de condutores ou feixes de condutores suspensos por
estrutura.

Enquanto que, em linhas de corrente alternada, tem-se, para um


circuito simples, em situação usual, três feixes (um por fase) de
condutores, em corrente contínua, tem-se um (um pólo)/ou ma i s
comumente, dois Esta
feixesdiferença equivale,
(dois polos).
grosso modo, para o mesmo tipo de feixe e condutor, a solicitação
de "cerca" de i/3 menor, em termos de solicitações estáticas
permanentes nas estruturas de corrente cont ínua. Tem-se portanto,
de maneira geral, para as linhas de corrente contínua, estruturas
ma i s leves, de aparência ma i s leve, com solicitações mecânicas ma i s
equ i 1 i bradas .
De maneira geral, no que respeita a condicionamentos mecânicos, os
tipos de solicitações
impostos a linhas de corrente contínua, são
conce i t uai ment e similares aos impostos a linhas de corrente
alternada, de caract er íst i cas básicas similares.

Comentamos no que se segue alguns aspect os rei at i vos a


condicionamentos mecânicos de linhas de transmissão.

3.2
Relação Entre Solicitações Mecânicas e Parâmetros Externos

Os condicionamentos mecânicos de uma linha de transmissão, estão


associados a caract er íst i cas físicas e elétricas da linha , e a
parâmetros externos que influenciam em sua concepção.

As caract er íst i cas físicas, concebidas para atender a d i ver sos


condicionamentos de projeto, impõem, na ausência de sol i c i t ações
externas ou elétricas, solicitações mecânicas nos elementos da
linha, de natureza estática.

0 comportamento elétrico da linha e do sistema em que está


inserida, resulta usualmente em solicitações mecânicas est át i cas e
dinâmicas, de pequena influência, comparadas com outras

3-i
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solicitações mecânicas. E o caso, por exemplo, das variações de
temperatura dos condutores decorrentes de variações de corrente.

Como parâmetros externos que afetam, de maneira direta a linha, as


solicitações mecânicas da linha, destacam-se o vento com diversos
efeitos e variações
de temperatura ambiente que
as provocam
variações de tensão nos condutores (em sentido oposto ao da
variação de temperatura). De maneira indireta e com menor
probabilidade de ocorrência, destacam-se as solicitações elétricas,
que provocam curto-circuitos, associados com danos físicos a linha,
como por exemplo, parte dos surtos de manobra e de origem
atmosférica. As tensões e correntes originam, também, esforços
eletrod i nâm i cos, era geral moderados, em termos de condicionar de
forma importante o projeto mecânico.

0 vento interfere basicamente, no sentido de solicitar diretamente


as estruturas suportes, de aumentar as tensões a que estão
submetidos os cabos e consequentemente seus suportes e de
introduzir vibrações de diversos tipos. Estas solicitações são,
basicamente, de natureza dinâmica, embora sob certas condições,
algumas possam ser analisadas, considerando-se como estáticas. 0
vento afeta, também, muito significativamente, a temperatura dos
condutores .
3.3
Parâmetros Externos de Base Estatística

H i st or i cament e, o projeto de linhas de transmissão tem sido baseado


em concepções det er m i n í st i cas , admitindo-se que as estruturas
suportes e elementos componentes da linha são capazes de suportar,
com certa margem de segurança, solicitações mecânicas a que estão
expostas, definidas a partir de condicionamentos limites que se
admite plausíveis para a linha, função da região de implantação.

Entretanto, diversos parâmetros ext ernos que cond i c i onam


mecan i cament e linhas aéreas, têm, quase sempre, base estatística e
assim devem ser analisados por ocasião de um projeto otimizado de
linha. Algumas metodologias com esta concepção têm sido propostas
Ci 2D.

Estes parâmetros são basicamente resultantes de condições


climáticas com destaque para o vento, que t r ad i c i ona 1ment e é
considerado a partir de levantamentos regionais colhidos através de
estações metereológ icas. Os dados levantados nestas condições, com
estações muitas vezes bastante afastadas podem conter dispersões
razoáveis CÍD que conduzem, no caso de uma avaliação com base
det er m i n íst i ca , ou mesmo estatística, sem avaliação razoável destas
dispersões, a projetos ma i s caros ou menos seguros.

3-2
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No caso de linhas implantadas em existem outras faixas onde já
linhas, ocorrências certo intervalo de tempo,
registradas em um
podem contribuir para uma melhor estimativa destes parâmetros e de
suas dispersões.

Os riscos envolvidos em um projeto otimizado com base era


metodologias pr obab i 1 í st i cas, podem ser compatíveis com os riscos
admitidos na operação de uma linha, mesmo porque, até para projetos
elaborados com base em avaliação determ i n í st i ca e supos i ções
conservadoras de condicionamentos, há certo risco de acidentes
mecânicos, que podem ser provocados não só pela ação do vento,
como, até, por ação de vandalismo.

3.4
Feixes e Influência nas Solicitações dos Condutores e Estruturas

Por razões similares às consideradas para linhas de corrente


alternada, são utilizados, em linhas de correntè contínua de alta
tensão, feixes de condutores como opção ao emprego de condutor
singelo.

As vantagens feixes de condutores, em opção ao


do emprego de
condutor singelo, em linhas de alta e extra alta tensão têm sido
razoavelmente discutidas e documentadas E31.

Por outro lado, devido a oscilações induzidas em decorrência do uso


de feixes, têm ocorrido em condutores, espaçadores e ferragens de
suspensão de linhas de transmissão, danos sob a forma de desgaste e
ruptura por fadiga.

No estudo de linhas de corrente


com feixes de condutores, contínua
devem ser avaliadas solicitações impostas aos condutores, aos
espaçadores e às estruturas suportes, decorrentes do efeito da ação
do vento sobre os condutores do feixe, basicamente- vibrações
eólicas e oscilações induzidas do tipo galope. Devem ser
analisados, também, embora em geral de menor intensidade, vibrações
provocadas por outros agentes ou efeitos, como por exemplo,
decorrentes de efeito corona.

A escolha do número de condutores do feixe, das caracter íst icas dos


condutores e de outros parâmetros do feixe é feita em função de
condicionantes diversos do projeto, como, por exemplo, dos efeitos
produzidos por campo elétrico na superfície do condutor e da
influencia do relevo onde será. implantada a linha de transmissão
C41.

3-3
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3.5
Fundações

Os aspectos que envolvem a análise de fundações de estruturas


suportes de linhas de transmissão em corrente con t í nua sao
basicamente os mesmos de linhas de corrente alternada de porte
equivalente, respe i t ando as diferenças de geometria das estruturas
suportes e dos pontos de aplicação de esforços.

3-4
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MH
Promon Engenharia SA
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICASs

til White, H. B. - A Practical Approach to Reliability Design. IEEE


PAS-104, October 1985

C2D Goodwin, E. J « r J. D. Mozer , A. M. DiGioia, Jr Transmission


Structure Design Ut i 1 i z i ng Probab i 1 i ty Based Load and
Resistance Factor Design. IEEE PAS-102, June 1983

C33 EHV Transmission Line Reference Book Project EHV. General


Electric Company. Edison Electric Institute, 1968

L43 Rawlins, C. B. - "Efeito da Turbulência do Vento nas Oscilações


Induzidas em Feixe de Condutores" (tradução feita por
Construções Elétricas ELTEC S/A). IEEE Power Eng i neer i ng
Society Conference, julho 1974 - artigo n° C 74 444-6

3-5
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I
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j

4
OCUPAÇÃO DO SOLO E FAIXA DE PASSAGEM

4.1
Introdução

A implantação de uma linha de transmissão aérea envolve a ocupação


de uma faixa de terreno para passagem da linha, em seu percurso,
que se extende, no caso de linha de corrente contínua de alta
tensão, frequentemente, por várias centenas de quilómetros.

A ocupação e dimensionamento desta faixa de solo exige a conjugação


de diversos parâmetros e efeitos, que influenciam o projeto da
1 i nha.

4.2
Largura de Faixa

0 dimensionamento da largura de faixa de passagem de uma 1 i nha de


transmissão é condicionado por fatores diversos, destacando-se os
ambientais, de efeitos elétricos, estruturais e económicos.

Na análise de condicionamentos ambientais devem ser levadas era


conta, respeitando os limites impostos por outros condicionamentos,
as possibilidades de uso de diferentes alternativas de estruturas,
quanto a dimensões físicas para o ambiente de aplicação. No
tipo e
caso de estruturas de concepção nova, que ainda não tenham sido
ut i 1 i zadas em outros projetos, deve ser levada em conta a
possibilidade de uso destas estruturas e a capacidade da indústria
de garantir fornecimento.

As caract er íst i cas da região atravessada poderão impor restrições


diversas (era função de relevo, clima, etc.) que influenciarão na
concepção da linha e consequentemente na largura da faixa. As
condições metereológ i cas, por exemplo, poderão impor
condicionamentos que resultem em estruturas ma i s largas ou em
alteração de desempenho que exijam faixas ma i s largas.

A ocupação da faixa está também condicionada ao desempenho da


linha, no que respeita a interferências elétricas e magnéticas com
o meio externo, dentro e fora da faixa, com destaque para
interferências radiofónicas e ruído audível (fora da faixa, a
partir dos seus limites), campo elétrico no ar e no solo, indução
galvãnica provocada por curto-circuito, que possa comprometer a
segurança de pessoas, animais e objetos, etc.

Dentre os fatores estruturais destacam— se o balanço dos condutores


sob açao do vento ( caract er íst i ca regional) e concepções físicas

4-i
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que afetam diretamente a dimensão das estruturas, dos seus suportes


ou fundações, como é o caso das posições das fundações de estais em
uma linha com torres estaiadas.

Fatores económicos de custo do terreno, de materiais e de


mão-de-obra conjugados, influenciam no dimensionamentos da largura
da faixa. Em linha de transmissão de corrente contínua de extra
alta tensão, por sua extensão, em função da região atravessada,
pode-se chegar a uma solução de projeto que economicamente implique
em faixa larga, com estruturas ma i s baratas e, ou, ma i s fáceis de
montar .
4.3
Limpeza de Faixa

A limpeza de faixa é fator de grande importância no projeto em


operação da linha. A manutenção sempre que possível das condições
naturais do ambiente ou a limitação da limpeza do terreno, i mp 1 i ca
em menores custos, preservação de meio ambiente e proteção do
terreno contra erosão.

Quanto à vegetação mantida na faixa de limpeza, devem ser avaliados


os limites de altura tolerados, que ev i t em ou minimi zem
interferências e ocorrência torres e de danos aos condutores,
estais, no caso de estruturas estaiadas, decorrente de incêndios na
vegetação, contato físico entre vegetação e elementos da linha,
curto-circuito, etc.

Esta prática de limpeza de faixa em linhas de extra alta tensão tem


levado â adoção de 2 a 3 zonas delimitadas das alturas da vegetação
dentro da faixa.

4-2
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5
CONSIDERAÇÕES SOBRE TIPOS DE ESTRUTURAS

5.1
Introdução

Linhas de transmissão de extra alta tensão utilizam normalmente


estruturas de grande porte, que representam parte considerável nos
custos da linha, que precisam ser minimizados. Esses cust os
dependem não somente do projeto e do material empregado, mas também
dos custos de transporte dos equipamentos de
deste material e
içamento, bem como dos custos de montagem e içamento.

Além f at or
do custo, diversos outros parâmetros e efeitos
influenciam na escolha das estruturas ou família de estruturas de
uma linha. 0 projeto final deve ser a conciliação dos diversos
parâmetros e efeitos com resultado satisfatório em termos de
especificação, de desempenho e custo.

5.2
Critérios Gerais que Condicionam a Escolha e Otimização de
Estruturas

5.2.í
Conhecimento do terreno a ser atravessado

0 terreno a ser atravessado pode influenciar bastante na escolha


das estruturas. A análise do relevo ao longo das possíveis rotas da
linha contribui para seleção inicial de caract er í st i cas de
estruturas. Em determinadas situações, esta análise inclui
sobrevóos na região ou em pontos da região de passagem da linha,
para reconhecimentos de acidentes geográficos e condições locais.

5.2.2
Compromissos de desempenho

0 desempenho de operação da linha está associado a d i ver sos


fatores, dentre os quais a geometria, dimensões e concepção das
torres e cadeias de isoladores que influenciam o comportamento da
linha quando submetida a sobr et ensões -
Os níveis de potência transmitida, perdas de transmissão, condições
de operação e elevação de temperatura influenciam a escolha dos
cabos condutores que estão associados aos principais esforços a que
estão submetidas as estruturas.

Condições met er eol óg i cas da ou das regiões atravessadasregião


condicionam o dimensionamento de cabo ou cabos pára-raios.

5-i
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9
As condições de vento incidente nos cabos condutores, pára-raios e
estruturas, contribuem para uma parcela considerável dos esforços
aplicados às estruturas.

A escolha das estruturas deve atender ao compromisso entre esses e


diversos outros parâmetros e efeitos, associados a compromissos com
custos e conf i ab i 1 idade.

5.2.3
Procedimentos para seleção de projeto

Na seleção de torres, dois aspectos devem ser pesquisados:

- dentre os tipos de torres consideradas viáveis, quais as que se


apresentam ma i s económicas; »

para cada tipo considerado, como variam os pesos e custos das


torres em função das variações de cargas, alturas e "clearances"
fase-torre.

Com vistas a obtenção de elementos para esclarecimento destes


aspectos, sugere-se o seguinte procedimento:

- seleção preliminar de tipos de torres consideradas económicas com


base em experiência;

estabelecimento de dimensões e configurações básicas e de


critérios de pré-projeto;

- pré-projeto dos tipos de torres selecionadas;

estimativa de variações de pesos das torres de pré-projeto em


função da variação de "clearance", cargas e alturas.

5.2.4
Estruturas aut oportant es e estaiadas

Em diversas linhas de transmissão de extra alta tensão vêm sendo


utilizadas torres metálicas estaiadas, por serem estas torres ma i s
leves do que torres aut opor t ant es de mesma envergadura e também, em
alguns casos, por permitirem economia na construção.

A utilização de torres estaiadas, no entanto, é difiiullada no caso


de região sem facilidade de acesso à linha e onde o relevo
apresenta condições limitativas à montagem das torres.

5-2
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5.2.5
Estruturas monopolares e bipolares

Em linhas de transmissão de corrente contínua com possibilidade de


operação monopolar, deve ser considerado como al t er nat i va a
utilização de estruturas monopolares, além de estruturas bipolares.

As estruturas monopolares, que assim são chamadas por sustentarem


apenas um pólo, têm como vantagem primordial um melhor desempenho
operacional. No caso de falha de estrutura de um pólo, com
desligamento de pólo, permite a operação monopolar da linha com o
pólo sobrevivente. Em contrapartida, apresentam a desvantagem de
aumento da faixa de servidão e, em geral, maior custo.

No caso de sistema de transmissão, com ma i s de uma linha bipolar em


paralelo a conf i ab i 1 i dade do sistema é maior, sendo menores as
vantagens de utilização de estruturas monopolares.

5.3
Series de Torres

A seleção da série
de uma linha de transmissão deve
de torres
atender alguns requisitos com vistas a otimização do projeto. Duas
!> condições devem nortear esta seleção, ou seja:

o conjunto de torres selecionado devem atender a todas as


situações existentes ao longo do traçado;

- as torres devem ser utilizadas com carregamentos próximos de suas


capacidades máximas.

Haverá, entretanto, um compromisso entre o número de tipos de


torres na série e os custos de projeto, det al hament o, fabrico,
testes e construção.

As figuras 5.3-i e 5.3-2 apresentam desenhos esquemáticos de duas


das estruturas met ál i cas, t íp i cas, ut i 1 i zadas na linha de
transmissão de corrente contínua de 600kU de Furnas que se extende
por cerca de 785 km, de Foz do Iguaçu a São Roque. A primeira é do
tipo autoportante e a segunda do tipo estaiada.

Esta linha é constituída por dois pól os, com 4 condutores CAA de
689,0 de seção nominal (1272 MCM), código "Bittern", por pólo,
dois pára-raios de aço galvanizado "EHS" com 51,0 mmÿ de seção
nominal e cadeias de isoladores em suspensão com 30 isoladores de
vidro temperado, tipo concha-bola de Í70 mm por 320 mm.

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NOTA:
DISTÂNCIAS EM METRO

26,93

FIGURA 5.3-i Estrutura estaiada, típica da linha de transmissão


em corrente contínua 600 kV, do sistema de
transmissão de Itaipu, pertencente a Furnas Centrais
Elétr i cas

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NOTA:
DISTÂNCIAS EM METRO

FIGURA 5,3-2 Estrutura aut opor t an t e r t ip i c a da 1 inha de


transmissão em corrente contínua 600 kVr do s i st ema
de t ransm i ssão de It a i pu r pertencente a Furnas
Centra is Elétricas

5-5
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5.4
Critérios de Carregamento

As cargas de projeto para estruturas de linhas de transmissão


classificam-se em três grupos:

cargas transversais;

cargas verticais;

cargas longitudinais.

As cargas transversais são causadas pela pressão de vento nas


torres, cadeias de isoladores e condutores e pela componente
transversal da tração dos cabos nas estruturas localizadas em
pontos de deflexão.

As cargas vert içais são devidas ao peso dos cabos, isoladores e


ferragens, bem como a certas operações de construção e manutenção e
ao peso própr i o da torre. As cargas longitudinais podem ser
introduzidas nas estruturas por diversas condições, tais como:

- ruptura de condutor ou pára-raios;

- carga de lançamento do condutor ou pára-raios;

vento;

falha na estrutura adjacente;

- abaixamento dos condutores de uma estrutura para manutenção;

- variação de temperatura em vãos adjacentes, de comprimentos


d i f er ent es .
Os valores das cargas longitudinais devem ser escolhidos de modo a
fornecer à estrutura capacidade adequada para resistir às cargas
que possam ocorrer, dentro de certos limites admissíveis, durante a
vida da linha. Estes valores, no entanto, dependem da importância
da linha, no sistema de transmissão, das caract er í st i cas dos cabos,
condutores e pára-raios, dos métodos de lançamento dos cabos
utilizados e da natureza das cargas de serviços esperadas.

Ass i ra sendo, a determinação da carga longitudinal de projeto, das


estruturas, dependerá muito da segurança requerida para a linha, da
probabilidade de falha admitida e da experiência adquirida nos
projetos e construção de estruturas.

5-6
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* As cargas transversais, verticais e longitudinais determinadas
deverão ser combinadas de diversas maneiras, s i mular procurando
condições de construção e operação das linhas- Quanto aos fatores
de sobrecarga a serem utilizados, sua determinação depende
normalmente do grau de incerteza existente em cada carga de projeto
e da segurança admitida para a linha- Um fator adicional poderá ser
usado, também, para atender à dispersão da resistência estrutural.

Na def i n i ção do fundamental


carregamento o das t orres é
conhecimento das caracter íst icas meteorológicas da rota da linha .
Em função do comprimento da linha, pode-se ter vários valores para
o mesmo parâmetro meteorológico- De posse dessas caracter íst icas,
são equacionadas e definidas as cargas, condições de carregamento e
os fatores de sobrecarga e adicional para os diversos tipos de
torres. As cargas podem ser subdivididas nos seguintes grupos:

- Cargas primárias, resultantes da atuação do vento e do peso


próprio ou causadas pelo homem durante a construção e manutenção.
É considerado o sistema estrutural intacto com todos os elementos
da linha atuando como projetado;

- Cargas secundárias, que simula» as condições que são impostas às


torres após a ocorrência de falha de resistência ou falha
acidental. Estas cargas são essenc i al ment e cargas longitudinais
>
em combinação com cargas verticais reduzidas e possivelmente
alguma carga transversal.

Entre as cargas primárias são consideradas as seguintes hipóteses


de carregamento:

- vento máximo transversal;

- vento máximo em outras direções;

- lançamento do cabo pára-raios com vento reduzido;

lançamento do cabo condutor com vento reduzido;

carga vertical desequilibrada;

carga vertical pesada.

As cargas secundárias são basicamente


associadas a probabilidade de
ocorrência de eventos que as provoquem. Em cada linha, função de
fatores diversos, inclusive das caracter íst icas de c 1 i ma e da
experiência de operação com linhas existentes na região, ex i st e um
determinado grau de risco de ocorrência destes eventos. Os
critérios de seleção destes eventos podem var i ar de acordo com os

5-7
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riscos que admite correr-


se Um critério utilizado em alguns
projetos de linhas de corrente alternada,, por exemplo, é a hipótese
de ruptura de uma fase, simultaneamente a ação de vento reduzido.

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6
IMPACTO AMBIENTAL E ECOLOGICO

6.1
Introdução

0 estudo, de avaliação de impacto ambiental provocado por linhas de


transmissão aérea de alta e extra-alta tensão compreende diversas
et apas .
Como procedimento orientativo para condução deste estudo,
considerando-se os condicionamentos de natureza ecológica
existentes atualmente no Brasil, para implantação deste tipo de
empreendimento, destacam-se a metodologia a seguir apresentada por

suas várias etapas.

6.2
Organização de Dados Secundários

Esta etapa consiste do levantamento, seleção e anál i se de


informações, nomeadamente:

- das informações, estudos e trabalhos relativos à área de estudo;

- das informações e documentação relativas ao projeto da linha de


transm i ssão;

— da legislação incidente sobre a área de estudo, espec i a 1mente


sobre o uso e ocupação do solo;

— dos fatores que devem ser considerados na seleção do corredor.

Paralelamente à organização das informações e dados secundários


disponíveis, procede-se à descrição de caract er í st i cas do projeto,
à determinação ede à análise
faixas da diretriz. Uma vez
sistematizados e analisados os dados e informações já disponíveis,
desenvolvem-se os trabalhos de descrição da área sob influência do
empreendimento, dos agentes impactantes presentes no projeto ou a
ele pot enc i al ment e relacionados.

6.3
Determinação de "Faixa Preferencial"

Esta etapa consiste na reunião de fatores relativos à construção e


operação da linha - onus provocados pelos impactos ambientais e os
custos relativos às atividades de engenharia que influenciam a
identificação da faixa. 0 somatório destes fatores possibilitam a
seleção do corredor ma i s adequado. Esta seleção é feita a partir da

6—i
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I

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superposição de mapas dos fatores considerados onde devem ser


analisadas as alternativas passíveis de serem cons i deradas.
Dependendo do tamanho da área de estudo (se for suficientemente
grande), e da disponibilidade de dados (se forem suficientemente
detalhados e variados), a superposição utiliza o potencial do
Sistema Geográfico de Informações (SGI) que envolve mapeamento por
computador e os recursos de CADD (Computer Aided Design and
Drafting). Esta metodologia compreende basicamente os seguintes
passos:

inicialmente é desenvolvida uma lista completa de todos os


fatores que deverão ser considerados na seleção do corredor,
incluindo-se os fatores relativos à engenharia e os ligados ao
me i o amb i ente;

em seguida, para cada fator são atribuídos graus de adequação e a


área é classificada em categorias, tais como: boa, média, ruim,
inaceitável, etc...;

todos os fatores são então lançados através de uma base de dados


computadorizados, para que possam ser manipulados com maior
ef i c i ênc i a;

usando o método "Delphi", um fator de importância (peso) será


atribuído a cada aspecto considerado na seleção do corredor;

dentro do SGI, toda a informação será analisada, tendo como


resultado a confecção de mapas mostrando as alternativas de menor
custo para considerações de engenharia e de impacto ambiental.

Adicionalmente, pode ser produzido um mapa síntese que apontará a


faixa ma i s adequada.

6.4
Elaboração do Mapeamento Básico

Esta etapa consiste da representação cartográfica, em escala


regional, das informações básicas já disponíveis sobre a área de
estudo, coletadas a partir das imagens de satélite, aerofotos e
cartas geográficas.

Como ferramenta de trabalho, para a elaboração dos mapas, tradução


dos resultados dos estudos, manuseio das informações geográficas,
bem como a entrada de dados para seleção do corredor da f a i xa, são
empregados recursos de CADD.

6-2
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* Os seguintes itens são abordados:

topografia de relevo:

. alt i metr i a;
. ac 1 i ves .
natureza do solo e subsolo:

. pedol og ia;

. recursos minerais.

- climatologia e recursos hídricos;

cobertura vegetal e fauna;

- áreas de conservação (unidades de conservação, reservas indígenas


e património histórico, cultural e paisagístico);

uso atual do solo:

. aglomerados urbanas, usos de solo rural e areas de interesse


estrat ég i co.

obras de engenharia;

- atividades económicas:

. atividades extrativas, vegetais, agropastoris e industriais.

atividades recreativas.

6.5
Produção de Informações e Dados Primários

Nesta etapa são feitos levantamentos e pesquisas necessárias a


realização dos seguintes objetivos:

— produção de informações sobre temas e assuntos os quais é


imprescindível a pesquisa direta;

- comp 1 ement ação de informações sobre temas e assuntos para os


quais as i nf or mações e dados secundár i os se relevaram
i nsuf i c i entes.

*
6-3
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* Para estes as pesquisas


aqueles dados e
primárias tem o objetivo de obter somente
informações possíveis de serem coletados através
das seguintes atividades:

- sobrevoo de helicóptero ao longo da área da instalação da linha


de transmissão e sua área de influência direta;

- realização de documentação fotográfica;

- observação direta em áreas consideradas críticas ou especiais;

— realização nas áreas já ocupadas ou próximas a núcleos e


aglomerações, de contatos e entrev i stas com órgãos da
administração local, órgãos e ent idades de representação,
lideranças comunitárias visando a identificação de impactos e
repercussões já percebidos, relativos à linha de transmissão.

6.6
Análise Crítica das Informações

Nesta etapa consolidam-se informações coletadas na pesquisa


primária, realizam-se os mapeamentos ma i s detalhados e
complementam-se os trabalhos ligados ao diagnóstico ambiental da
área da influência.
»
6.7
Avaliação de Impacto Ambiental

Uma vez construído o instrumental analítico e selecionados os


procedimentos metodológicos, é feita a avaliação de impacto, que se
subdivide em dois momentos distintos-

Pr i me i ramente, avaliam-se cada impacto de acordo com sua natureza,


intensidade e importância. Selecionam-se em seguida as medidas ma i s
adequadas à sua mitigação (para os impactos negativos) ou à sua
pot enc i al i zação (para os impactos positivos). Efetua-se uma segunda
-
avaliação dos impactos identificados, desta vez à luz das medidas
mit igadoras e, ou, pot enc i al i zador as selecionadas.

Estas medidas serão organizadas e detalhadas no contexto de uma


programação a curto, médio e longo prazo, que incluirá a
fiscalização de sua implantação, verificação de sua eficicácia,
acompanhamento e monitoração durante as fases de construção e
operação ao longo da vida útil- Finalmente, são elaborados os
documentos referentes aos Estudos de Impactos Ambientais e ao
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA.

6-4
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* 6.8
Redução do Impacto Ambiental para Linhas de Corrente Contínua

As linhas de transmissão de corrente contínua, comparadas com as de


corrente alternada de mesmo serem bemporte, caracter izam-se por
menos impactantes, uma vez que suas torres apresentam dimensões
razoavelmente menores, contr i bu indo para uma redução no
desmatamento seletivo.

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CRITÉRIOS DE PROJETO

7-i
Introdução

0 projeto de uma linha de transmissão deve resultar da conciliação


de diversos condicionantes envolvidos, na definição do projeto, com
solução que pondere os vários aspectos, no sentido de uma solução
que "otimize"globalmente, custo da linha, perdas, ocupação de
faixa e conf i ab i 1 i dade operacional .
Alguns critérios preliminares de projeto, são definidos a partir da
concepção do sistema ao qual a linha estará
planejamento do
i nser ida. Est es critérios del imitam prat i cament e , alguns
parâmetros, ou relações entre eles, como perdas, níveis de
interferência de divesos tipos, nível de conf i ab i 1 i dade, tipo e
formação de feixes, tipo e formação de condutores, largura de
faixa, custo aproximado.

Outros critérios são estabelecidos com base em exigências de


normas, em critérios adotados pela companhia proprietária da linha,
em critérios de segurança para área de implantação da linha, em
restrições de natureza ecológica, etc.

Alguns parâmetros que influenciam diretamente o projeto, são de


natureza estatística e a definição de critérios na cons i deração
deste parâmetro está relacionado com margens de risco que se admite
correr e de conf i ab i 1 i dade operacional.

7.2
Fatores Meteorológicos e sua Influência no Projeto

A economia e segurança no da uma linha de transmissão,


projeto
depende f undament al men t e um de conhecimento dos fatores
apurado
meteorólog icos que predominam na região onde a linha será
construída. Desses fatores, os ma i s importantes são o vento e a
t emper at ur a .
As condições que devem ser estabelecidas para cálculo e projeto são
as ma i s desfavoráveis que possam resultar da ação simultânea
provável desses fatores cora base em critérios de riscos que se
estabeleça para o projeto, não devendo ser considerados, por
exemplo, a resultante possível da simultânea dos ma i s severos
ação
fatores, considerados i soladamente. Essa última condição, de
probabilidade estatística reduzidíssi ma , resul t ar i a em custos
injustificadamente elevados.

7-i
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expressa.
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* Todavia, devem ser levados em conta, explícita


os aspectos estatísticos dos parâmetros
ou implicitamente,
intervenientes, a
correlação no espaço e no tempo, e as limitações da informação
d i spon ível .
7.3
Velocidades de Vento e Temperaturas para Projeto

A principal dificuldade para determinação de cargas de vento para o


projeto de torres de linhas de transmissão, encontra-se na obtenção
de registros de vento confiáveis e representativos das condições
prováveis ao longo do traçado da linha.

Era diversas regiões as estações meteorológicas são razoavelmente


afastadas não sendo registrados dados de trechos significativos da
rota da linha. Por outro lado, as medidas levantadas nestas
estações muitas vezes carecem de conf i ab i 1 i dade suficiente para
definição de critérios de vento.

Cora vistas a redução do grau de incerteza envolvido no levantamento


destes dados, alguns procedimentos práticos podem contribuir para a
fixação de parâmetros ma i s confiáveis, como por exemplo, com base
no seguinte procedimento:

investigação das cargas de vento aplicadas nos projetos de linhas


ex i st ent es na mesma região e operando por per í odos
significativos, como por exemplo da ordem de 10 anos;

- averiguação do desempenho das torres destas linhas;

- consideração da variação da velocidade do vento com a variação da


al t ura .
Através de leituras de anemogramas e termogramas das estações
existentes ao longo da rota da linha, são levantados os registros
de velocidades máximas mensais de vento e as temperaturas durante a
ocorrência destas velocidades máximas de vento.

Os critérios
de ação de vento e temperatura poderão então ser
estabelecidos com base nos dados levantados e no impacto causado
por estes critérios na concepção do projeto. A análise g 1 obal
destes critérios, junto com os demais compromissos do projeto,
estabelecerão a concepção final do projeto da linha.

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