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Introdução ..................................................................................................................... 1
Metodologia .................................................................................................................. 3
CAPITULO I ................................................................................................................ 4
CAPITULO II ............................................................................................................... 6
2. Conclusão ............................................................................................................ 11
3. Bibliografia .......................................................................................................... 12
Introdução
O presente trabalho insere-se no âmbito do estudo dos Sistemas Administrativos, tendo
como foco o “Sistema Administrativo Britânico”.
Nesta ordem de ideias, pretende – se abordar o tema acima mencionado de forma clara e
objectivo, e portanto para a concretização do objectivo geral do presente trabalho, no
primeiro capítulo, procura-se delinear o conceito de Administração Pública, como uma
das maiores forças do poder executivo, através de uma análise que vai justificar o surgir
dessa figura no ordenamento jurídico e subsequentemente apresenta – se os conceitos de
Sistema Administrativo na opinião de diversos autores. Ainda neste mesmo capitulo faz
– se alusão da administração publica no contexto Moçambicano.
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Objectivo geral
Compreender o funcionamento do Sistema Administrativo Britânico
Objectivos específicos
Definir Sistemas Administrativos;
Dissertar sobre as Principais Características do Sistema administrativo Britânico;
Descrever os princípios que assentam sobre o Constitucionalismo Britânico
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Metodologia
Para a produção deste trabalho a colecta de dados aconteceu através de revisão
bibliográfica de livros com temas relacionados com Sistema Administrativo Britânico em
forma de pesquisa qualitativa. Depois da recolha dos dados, os textos foram compilados
para decisão da ordem e relevância das informações para a produção da revisão do
presente trabalho.
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CAPITULO I
1. Sistema Administrativo Britânico
1.1. Generalidades
Fazendo uma incursão sobre a literatura existente sobre a matéria, nota-se que não existe
uma definição única deste conceito, embora existindo convergência em alguns aspectos
que formam a base do conceito. Para sustentar esta afirmação, são trazidas neste trabalho
algumas definições que foram sendo produzidas por vários autores desta área da ciência
e de conhecimento.
Amaral (2006:41), define a Administração Pública em sentido orgânico como sendo “um
sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado bem como das demais pessoas colectivas
públicas, que asseguram em nome da colectividade a satisfação regular e continua das
necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar”
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O sistema administrativo é definido, pelo autor Fortini (2008:36), como o conjunto de
elementos que, de uma forma ordenada e coerente, caraterizam a organização, o
funcionamento e a atividade da Administração Pública num determinado tempo e espaço.
Por outras palavras, preferidas pelo Professor Freitas do Amaral, é o modo jurídico de
organização, funcionamento e controlo da Administração.
A primeira distinção a fazer é entre o sistema tradicional que vigorou na Europa até aos
séculos XVII e XVIII e os sistemas modernos que se implantaram posteriormente. Nos
sistemas modernos identificamos o sistema de tipo britânico (administração jurídica) e o
sistema de tipo francês (administração executiva).
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CAPITULO II
1.3. Características do Sistema Administrativo Britânico
A Administração não está centralizada e não concentra em si todos os poderes, pelo que
existem dois órgãos que dispõe do poder sendo eles a Administração central (Central
Government) e a Administração local (Local Government). Não existe o conceito de
Estado enquanto pessoa coletiva uma vez que a Administração Pública não dispõe de
poderes diferentes dos atribuídos aos particulares.
Todas as pessoas se regem pelo mesmo Direito, o chamado “The common law of the
land”, tanto o Rei como os funcionários, os conselheiros e os cidadãos anónimos. Não
existe um Direito Administrativo mas sim o Direito Comum aplicado pelos tribunais
comuns. Consequentemente, a Administração está subordinada ao Common Law, logo a
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1.3.4. Execução judicial das decisões administrativas
A Administração não goza de poderes de execução das suas decisões pelo que se pretende
executar essas decisões terá de se dirigir a um tribunal. Isto não quer dizer que a
Administração no sistema britânico não pudesse praticar nenhum ato administrativo sem
recorrer aos tribunais, uma vez que a questão da execução só se coloca quando a ordem
administrativa não é voluntariamente cumprida por um particular. Assim, se o particular
não cumprir o seu dever, terá a Administração de recorrer a um tribunal com vista á
obtenção de uma sentença, para garantir que o particular cumpra. A intervenção dos
tribunais só acontece quando o particular não cumpre voluntariamente o que a
Administração ordena unilateralmente. Podemos assim constatar que a Administração
atua sem dispor de auto-tutela visto que não pode por si só empregar meios coativos,
necessitando para tal de recorrer aos tribunais. Assim, o sistema anglo-saxónico
caracteriza-se pela hetero-tutela garantida pelos tribunais.
Neste sistema, a Administração não responde pelos atos praticados pelos seus agentes aos
administrados, mas os tribunais procuram impedir possíveis abusos de poder por parte da
Administração Pública.
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CAPITULO III
1.4. O Sistema Constitucional Britânico
Este cenário é ilustrado pelo depoimento de Justen Filho (2009) que atesta o seguinte:
Na primeira metade do século XVII, embora a Inglaterra não possuísse uma Constituição
escrita, o Estado já se encontrava juridicamente constituído: o Poder Estatal dividido entre
o Rei, a Câmara dos Lords, a Câmara dos Comuns e a Magistratura. Mas seu
funcionamento dependia dos limites que esses agentes atribuíam ao alcance do poder de
que dispunham, sem afectar os demais.
Tendo em conta a acepção acima exposta, Melo (2005,p.76) afirma que, o
Constitucionalismo inglês a partir do século XVII, começa a se construir sobre um tripé
no qual a Magna Carta é apenas o início, e, este tripé é formado por:
a) Leis escritas como, por exemplo: a Petition of Right, de 1628; o Habeas Corpus
Act, de 1679; e o Bill of Rigths de 1689. As leis constitucionais produzidas pelo
parlamento são Constituição, não porque foram elaboradas por um poder
constituinte originário ou derivado, ou por observarem procedimentos legislativos
especiais, mas o são, por tratarem de matéria constitucional.
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b) Decisões judiciais: o Common Law e os Cases Law. A Common Law compreende
as decisões judiciais (escritas) que incorporam costumes vigentes à época.
Durante o século XVII, no reinado de Carlos I travou-se uma luta entre o Parlamento e a
Coroa. O parlamento, por seu lado, reivindicava a sua supremacia, o direito de criticar e
de responsabilizar os Conselheiros do Reino, por outro lado, o Rei pretendia reinar só.
Como resultado das divergências reais e parlamentares, surgiu por mão do Parlamento
em 1628 a Petição de Direitos (Petition of Rights), que protestava conta o lançamento de
impostos sem o consentimento do Parlamento, contra as prisões arbitrárias, contra o abuso
da lei marcial em tempo de paz, assim como protestavam contra o aboletamento
permanente de soldados nos casos dos particulares.
Outro documento deveras importância desta segunda fase é o Bill of Rights (Declaração
de Direitos) de 1689 que declara que o rei não pode cometer actos ilegais, estando
submetido ao Direito Comum (Common Law), tal como todos os seus súbditos; o Bill
consigna também garantias políticas, dando algumas dessas as seguintes: consagra o
direito da petição; assegura a liberdade e a inviolabilidade dos membros do parlamento
no exercício das suas funções e a reunião regular das Câmaras, entre outras.
O Act of Settlement de 1701 estipulava que só pode subir ao trono britânico um Príncipe
de religião anglicana, para além de prescrever novas disposições ao soberano sem o
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Parlamento, assim como prejudicar a supremacia parlamentar ou influir na consciência
dos juízes.
Durante esta terceira fase, que vem até aos dias de hoje, foram elaboradas algumas leis
constitucionais importantes, como o Parliament Act de 1911 que restringiu os poderes da
Câmara dos Lordes e fixou o mandato da Câmara dos Comuns em 5 anos.
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2. Conclusão
Em virtude dos fatos mencionados, percebe-se que este sistema é também conhecido
como sistema de administração judiciária dado o papel preponderante exercido pelos
tribunais, que assunta na igualdade de todos perante a lei e na sujeição da Administração
Pública ao direito comum, definido e aplicado pelos tribunais comuns. O rei foi impedido
de resolver questões de natureza contenciosa.
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3. Bibliografia
CARVALHO , José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23. Ed. rev., amp. e
atualizada até 31.12.2009. – Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2010.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4. ed. rev. e atual. – São
Paulo : Saraiva, 2009.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2005.
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