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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

TRIÂNGULO MINEIRO – CAMPUS UBERABA


Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica
Mestrado Profissional em Educação Tecnológica

ADRIANO ALVES DOS SANTOS

RESENHA DO LIVRO “EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE”, DE


PAULO FREIRE

Uberaba
2018
ADRIANO ALVES DOS SANTOS

RESENHA DO LIVRO “EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE”, DE


PAULO FREIRE

Resenha apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Educação Tecnológica - curso de Mestrado
Profissional em Educação Tecnológica do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Triângulo Mineiro – Campus Uberaba, como
requisito parcial para conclusão da disciplina
Seminários de Pesquisa I.

Professor: Dr. Welisson Marques

Uberaba
2018
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FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra,
1967.

Paulo Freire escreveu no ano de 1967 a primeira edição da obra Educação como
Prática da Liberdade, tendo a estruturado em quatro capítulos no texto principal, incluindo
também uma nota de esclarecimentos, agradecimentos e um apêndice, onde são
reapresentadas situações relacionadas ao seu texto. Sua edição oficial foi realizada pela
Editora Paz e Terra, sendo composto por um total de 149 páginas.
A parte inicial do livro, intitulada Educação e Política: reflexões sociológicas sobre
uma pedagogia da Liberdade, cuja autoria é de Francisco C. Weffort, destaca-se pela
apresentação de experiências do método criado por Paulo Freire na cidade de Angicos, estado
do Rio Grande do Norte, cuja passagem no ano de 1962 representou a alfabetização em 45
dias de 300 trabalhadores rurais.
Além disso, nessa primeira parte da obra Weffort realiza uma análise do Golpe de
Estado de 1964, que representou uma desestruturação de todo um trabalho desenvolvido por
Freire, esforço que evidenciava um importante processo de democratização da cultura no país.
Ainda que a instalação desse processo tenha alterado os planos, verifica-se que ainda assim
esse movimento representou uma importante semente que transcendeu as fronteiras do país,
florescendo em várias partes do mundo.
Na sequência dessa introdução apresentada por Weffort, o livro passa então as
palavras de Freire no seu primeiro capítulo, intitulado de A sociedade brasileira em transição.
Nesse capítulo, o autor introduz alguns conceitos que serão importantes no decorrer do
restante da obra. Desses conceitos, destaca-se o de Trânsito. Segundo Freire, a fase de trânsito
se fazia uma tarefa altamente importante, pois através de uma educação de diálogo e ativa,
voltada para a responsabilidade social e política, chegariam à transitividade crítica que se
caracteriza pela profundidade na interpretação dos problemas.
O autor afirma então que era esse tipo de transição que estava se iniciando do Brasil.
Desta forma, a educação teria o importante papel de instruir as pessoas que vivenciavam tal
momento para que pudessem, então, tornar-se atores sociais. Assim sendo, sairiam da
condição de “espectador, acomodado às prescrições alheias que, dolorosamente, ainda julga
serem opções suas” para uma verdadeira liberdade.
Uma vez demonstrada à concepção de Freire para o processo de transição em uma
sociedade, a obra passa então para o seu segundo capítulo, intitulado de Sociedade fechada e
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inexperiência democrática. Nesse capítulo ele resgata a história e as características do Brasil


no período colonial e na fase do Império, esclarecendo a inexistência da participação popular,
inclusive durante a passagem para a República.
De acordo com ele não é possível compreender nem a transição com seus avanços e
recuos, nem entender o seu sentido enunciador, sem uma visão de ontem.
Esse período foi caracterizado pelo fato de que, desde o inicio, o poder exercido
encontrava-se exacerbado, a que foi se associando sempre a submissão. Submissão de que
decorria ajustamento, acomodação e não integração. O homem então se acomodou a
determinações que lhe eram impostas.
Ainda sobre o tema, ele relata que a democracia antes de ser uma forma política, é
uma forma de vida, caracterizada pela transitividade de consciência no comportamento do
homem. O povo, com raras exceções, sempre ficava à margem dos acontecimentos.
Mas foi exatamente neste século que o Brasil começou seu grande impulso, iniciou-se
aí um desenvolvimento crescente da urbanização. O país começava a encontrar-se consigo
mesmo e seu povo emerso iniciava as suas experiências de participação. Tudo isso estava
envolvido nos embates entre os velhos e os novos temas; a superação da inexperiência
democrática por uma nova experiência ainda não desenvolvida no país, o da participação.
Por fim, o autor discorre que após uma série de sobreposições eventos históricos, a
população começou a finalmente entender que não precisava se contentar com o chamado
“mutismo”. Mas eis que ocorreu o Golpe de 1964, condicionando a sociedade ao recuo a esta
mesma condição anterior.
Chega-se então ao terceiro capítulo, intitulado Educação “Vesus” Massificação onde
Paulo Freire tece sua crítica à educação tradicional que, na época, correspondiam às práticas
pedagógicas aplicadas nas escolas. Ele afirma que para a superação desta situação,
demonstrando a crença na pessoa humana e na sua capacidade de educar-se como sujeito
histórico.
Nesta parte o autor dispõe acerca de como a educação serviria como instrumento para
superar a inexperiência democrática aludida no capítulo anterior. Seria necessário que a
educação, no contexto de transição em que a sociedade brasileira se encontrava, fosse
revestida do caráter da chamada transitividade crítica.
Preocupado em encontrar uma resposta no campo da Pedagogia às condições da
transição brasileira, Paulo Freire entendia que a contribuição a ser trazida pelo educador
brasileiro à sua sociedade haveria de ser uma educação critica, uma educação que tentasse a
passagem da transitividade ingênua à transitividade critica. O educador entendia que seria
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necessária uma educação para a decisão, para a responsabilidade social e política. Educação
que o colocasse em dialogo constante com o outro, pois a democracia implica mudança.
A transitividade crítica é propiciadora às pessoas do entendimento de pertencimento a
sociedade e, portanto, legitimado a participação no processo de tomada de decisões. Desta
foram, não mais sendo sujeitos ao cumprimento de imposições alheias, mas sim praticante das
suas próprias decisões, a educação com transitividade crítica se faria a própria Educação
como Prática da Liberdade.
Para Freire, o Brasil vivia anteriormente um momento em que havia uma demanda
social por maior participação na governabilidade. E por isso seria de grande importância a
implementação da educação adequada. É então dito que a educação então praticada se
caracteriza pela “lhe falta esse gosto da comprovação, da invenção, da pesquisa. Ela é
verbosa. Palavresca. É ‘sonora’. É “assistencializadora”. Não comunica. Faz comunicados,
coisas diferentes”.
O desafio então seria o enfrentamento do problema que “transcendia a superação do
analfabetismo e se situava na necessidade de superarmos também a nossa inexperiência
democrática”. Paulo Freire relata ainda que esforços nesse sentido começaram a ser
desenvolvidos pelo Instituto Superior de Ensinos Brasileiros (ISEB) e pela Universidade de
Brasília (UnB). Mas o regime de exceção implantado frustrou as expectativas de tais
instituições.

No último capítulo da obra, intitulado Educação e conscientização, Paulo Freire


explica minuciosamente o Método de alfabetização de adultos. Cita diversos exemplos dessa
experiência no Brasil, sendo que o Plano elaborado no governo Goulart, em 1964, indicava a
implementação de 20 mil Círculos de Cultura em todo o país. O golpe militar impediu a
continuidade do método no território brasileiro, porém, no exílio, ele estabelece trabalhos da
mesma natureza em diversos países.
Freire narra que há mais de 15 anos a equipe em que participava vinha acumulando
experiência no campo da educação de adultos. Os professores deste Círculo de cultura criado
eram chamados de coordenadores e instituíam debates de grupos, através de entrevistas que
mantinham com eles e de que resultava a enumeração de problemas que os alfabetizandos
gostariam de debater.
Traz ainda uma série de informações estatísticas e por ele vivenciadas em sua
atividade enquanto pedagogo. Tendo trabalhado no Serviço de Extensão Cultural da
Universidade do Recife, no Movimento de Cultura Popular do Recife, Paulo Freire trabalhou
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com educação para adultos. As atividades quase sempre envolviam a alfabetização, uma vez
que os alunos ainda não haviam tido acesso a esta. Considerando a condição de tais alunos, os
métodos adotados não poderiam ser os mesmos tradicionais usados com crianças.
Desta forma foram adotadas três premissas para que fossem lecionados os devidos
conteúdos aos adultos. Quais sejam, a primeira, o método deveria ser ativo, dialogal, crítico e
criticizador; a segunda, a modificação do conteúdo programático; por fim, a terceira, uso de
técnicas como a da Redução e da Codificação. A adaptação desta metodologia educacional
estimulou os alunos a se admitirem como integrantes da sociedade em equidade com os
membros da elite. Paulo Freire cita uma série de frases ouvidas a partir de seus alunos. “Faço
sapatos e descubro agora que tenho o mesmo valor do doutor que faz livros”. Ou então,
“Amanhã, vou entrar no meu trabalho de cabeça para cima. Sei agora que sou culto. Porque
trabalho e trabalhando transformo o mundo”.
Conforme demonstrado no livro, os debates eram apresentados em forma de diálogos.
O dialogar seria a relação horizontal entre os polos. O amor, a esperança e a fé um no outro
são características essenciais pra uma comunicação voltada para formação de indivíduos
críticos que estão em busca de algo.
Paulo Freire afirma que é impossível uma alfabetização puramente mecânica, é
necessário alfabetizar e ao mesmo tempo transformar a ingenuidade em consciência crítica. O
sujeito não será passivo no processo, mas trocaria relações com as realidades dos mesmos.
A partir da obra de Paulo Freire é possível então compreender a sua posição enquanto
educador que defendia a ideia de que era necessário conscientizar para depois alfabetizar.
Somente assim torna-se possível a construção de uma mentalidade democrática.
Destaca-se ainda que ele faz uma crítica à educação tradicional no Brasil, defendendo
que seria necessário estabelecer uma educação para decisão, para uma responsabilidade social
e política. Essa educação deve estabelecer o diálogo sempre com o outro, através de uma
visão crítica e não apenas passiva. O processo pedagógico que ele propunha era de que seria
necessário educar o sujeito histórico e politizado dentro de uma análise crítica da sociedade.

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