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CAIXAS ACÚSTICAS – Técnicas de Construção

Introdução

O tipo de sonofletor mais usado hoje em dia é, sem sombra de dúvida,


composto por um falante de bobina móvel colocado em uma caixa
normalmente construída em madeira e em forma de paralelepípedo.

Considerando o esforço para a produção de sempre melhores falantes


e projetos mais adequados, é surpreendente a relativa falta de
literatura sobre os materiais mais convenientes para os recintos
acústicos e o formato e a disposição dos falantes para um projeto de
construção.

Será realmente a madeira o melhor material do ponto de vista


acústico? Qual tipo deve ser usado, compensado, aglomerado, ou
outro? Qual a espessura de madeira mais apropriado, o melhor
formato da caixa, onde e porque colocar reforços internos - estas e
outras perguntas surgem naturalmente na procura da construção de
um bom sonofletor.

O que faremos a seguir será procurar fornecer um panorama dos


principais aspectos envolvidos no papel que cumpre o recinto de um
sonofletor, de forma a poder fornecer ao experimentador um guia, e
ao técnico mais experiente, a oportunidade de refrescar as idéias
sobre esse assunto.

O recinto acústico

Comecemos definindo para que serve a caixa acústica: sua função


básica consiste em isolar as ondas de pressão sonora que partem da
parte traseira do falante de forma que estas não interfiram
descontroladamente com aquelas emitidas pela parte frontal. Em uma
caixa fechada estas ondas traseiras devem ser completamente
absorvidas pelo interior da caixa. Em um refletor de graves as
radiações internas deverão, através da ação de um pórtico e da massa
de ar interna, exercer uma influência positiva sobre as ondas
fronteiras principalmente nas oitavas mais baixas do espectro audível.

Para um sistema de caixa aberta (“open baffle”) as paredes


necessitam ser suficientemente grandes de forma a encompridar o
caminho que terá de ser seguido pela radiação traseira até ela chegar
a se encontrar com as ondas emitidas frontalmente.
Já para um sistema de corneta as paredes necessitam serem rígidas o
suficiente para guiarem o caminho das ondas sonoras.

Portanto para qualquer sistema usado há um papel importante a ser


desempenhado pelas paredes do recínto acústico. Naturalmente para
cumprir com perfeição o seu papel o sonofletor deverá possuir como
única fonte de som a membrana do falante ( no caso do refletor o
pórtico também é emissor de som). Neste sentido as paredes da caixa
devem teoricamente permanecer totalmente imóveis, sem ostentar
vibrações e com isolamento perfeito às radiações sonoras internas.

Infelizmente não existe na natureza um material que reuna todas as


condições requeridas para tanto, portanto será necessário tolerar um
pouco de vibração e também vazamento de som para o exterior
através das paredes da caixa.

Quanto podemos tolerar? Um critério a ser seguido é o de que não


será sentido este efeito se a alteração da pressão sonora sentida pelo
ouvinte for inferior a um decibel. Apesar do que possa parecer, este é
um critério um tanto rígido, como veremos adiante.

Além da vibração dos painéis em ressonância com o falante, outra


fonte de distorção consiste no armazenamento e liberação de energia
fora de fase através das paredes da caixa. Isto acontece pela
elasticidade natural do material usado, geralmente madeira, que tende
a permanecer vibrando mesmo após a cessação do movimento da
diafragma do falante, seguindo atrás da primeira frente de onda com
um defasamento de alguns milissegundos, porém não se integrando
auditivamente a ela.

Observe este efeito na figura l, que mostra como um impulso, quando


aplicado a um sonofletor no tempo t=0, provoca uma resposta inicial
com uma onda senoidal amortecida, cujos efeitos notam-se em até
dois milissegundos após e prolongam-se com efeitos secundários
além. A percepção auditiva deste fenômeno corresponde nos graves a
um som ressoante e descontrolado, e nos médios a uma espécie de
eco desagradável que borra a voz humana.
Para a eliminação deste efeito é importante o amortecimento dos
painéis de forma a promover a absorção da energia acústica íncidente
internamente, transformando-a em calor.

Uma parede bem amortecida pode ser constatada facilmente ao bater


com força usando os nós dos dedos: o som produzido deverá ser seco,
morto.

Portanto são duas as características desejáveis: rigidez e


amortecimento.Uma caixa construida com um material que ofereça
somente uma destas características não cumprirá o seu objetivo. Por
exemplo, um painel de papel oferece bom amortecimento porém não
representa obstáculo sensível às ondas sonoras; inversamente uma
parede de aço oferecerá bom impedimento às ondas sonoras ínternas,
mas não as absorverá, reemitindo-as com retardo de fase e causando
uma distorção desagradável

Comportamento acústico de painéis

A parede de uma caixa acústica constitui-se basicamente em um


painel possuindo massa e rigidamente preso em suas extremidades. A
parede assim construida apresenta uma série de frequências de
ressonância, constituídas por uma fundamental seguida por outras
ondas de maior frequência e menor amplitude, geralmente não
relacionadas harmonicamente entre si.

Conforme mostrado pela teoria de Thiele-Small, nos trabalhos


relacionados nas referências (1, 3, e 7), um sistema acústico oscílante
pode ser simulado por meio de um circuito análogo constituido de
componentes elétricos.

A figura 2 mostra como seria o aspecto de um circuito análogo


construido para simular uma caixa fechada que possua paredes não
ideais, isto é, não completamente rígidas. A inércia equivalente da
massa destas paredes é dada pela indutância Mw, a compliância
equivalente é dada por Cw, e Rw representa as perdas por
amortecimento dos paineis. Cb representa a compliância acústica do ar
interno ao sonofletor e Rr a resistência equivalente do ar fronteiro ao
diafragma e paredes do sonofletor.

Para frequências abaixo da ressonância fundamental do sistema o


valor Cw da compliância torna-se predominante, portanto adquirindo
maior importância a rigidez dos paineís - quanto mais rígidos estes
forem, menor será a perda em frequências baixas por transmissão ao
exterior.

Na frequência de ressonância fundamental a compliância Cw anula-se


numericamente considerando-se o valor da massa inercial Mw, sendo
o amortecimento Rw o fator predominante no comportamento acústico
da caixa nesta frequência e ditando a qualidade auditiva do sonofletor
nesta região,

Acima e além da ressonância, para as frequências mais elevadas do


espectro, a massa Mw torna-se o elemento predominante e surgem
vários outros pontos de ressonância secundários. Isto acontece devido
ao fato de que os painéis deixam de comportar-se como corpos rígidos
e passam a vibrar em diferentes direções aleatoriamente.

Ou seja, na ressonância fundamental as paredes do sonofletor vibram


como corpos rígidos (vibração unimodal síncrona) e nas ressonâncias
secundárias como corpos não rígidos (vibração multimodal
assíncrona).

Resumindo o principal destas considerações, podemos ter em mente o


fato de que para um bom comportamento a caixa acústica deve ser
absolutamente neutra, ísto é, apresentar alta absorção interna e
amortecimento adequado nos painéis, principalmente na frequência de
ressonância fundamental, bem como possuir paredes extremamente
rígidas acima do ponto de ressonância. Isto assegurará a não-
interferência em frequências baixas e o bom amortecimento acima da
ressonância.

Considerações sobre materiais

A amplitude das flexões das paredes da caixa dependerá em grande


parte da espessura e densidade do material usado. A figura 3 mostra
a densidade de diversos materiais que podem ser usados para
construção de sonofletores. As propriedades de alguns desses
materiais serão objeto de nossa discussão.

Madeira

Tradicionalmente este é o material mais usado, devido à facilidade de


obtenção, conveniência para qualquer tipo de corte, bom acabamento
e principalmente, custo relativamente baixo.

A madeira é geralmente empregada em forma de compensado,


aglomerado, ou mais raramente, em forma maciça.
O compensado, encontrado em chapas de l5mm, 18 mm, e 25 mm,
tem custo mais alto, porém é de corte fácil e apresenta bom aspecto
quanto a acabamento. Normalmente, para caixas abaixo de vinte litros
pode ser empregado em espessura de 15 mm; para volumes entre
vinte e cinquenta litros o de 18 mm é o indicado; e acima de cinquenta
litros torna-se conveniente o emprego do de 25 mm. É interessante
usar o tipo de compensado conhecido como marítimo, ou naval,
formado por sete a nove camadas de laminados. Este apresenta maior
resistência à flexão que o comum, dito sarrafado, formado por apenas
três camadas.

O aglomerado, encontrado nas mesmas espessuras que o


compensado, é a mais densa e barata das madeiras. Um aglomerado
de boa qualidade, que possua uniformidade , boa consistência e que
não contenha porosidades, pode apresentar um desempenho acústico
razoável, não surpreendendo portanto que este material esteja
ganhando o favor dos construtores em relação ao compensado.

O aglomerado, da mesma forma que outras madeiras, pode ser


encontrado em várias qualidades. Os melhores são reconhecidos por
serem formados por uma massa muito fina e homogênea, mesmo em
seu interior.Para reconhecê-los deve-se partí-los e examinar a sua
constituição interna: se forem formados por pedaços (lascas) de
madeira, são pouco rígidos e é melhor evitá-los, devendo-se, para
melhores resultados, dar preferência aos mais densos.

Concreto e mármore

Um painel realizado em concreto ou mármore praticamente não


ostenta ressonâncias, neste sentido estes são os melhores materiais
disponíveis.

Naturalmente caixas empregando tais materiais são de dificíl


construção e praticamente impossivel industrialização, porém poderão
ser feitas especialmente, e em geral, no próprio local de uso.

Neste sentido, sem dúvida a melhor caixa que poderá ser feita será
durante a própria construção de uma habitação empregando-se como
panéis paredes sólidas de tijolo e cimento. Um sonofletor desse tipo é
particularmente indicado para subwoofer ou para sistema de corneta
(horn-loaded), tornando-se imbatível quanto à qualidade sonora.

Como alternativa o uso de mármore ou granito é bastante satisfatório,


porém tais caixas dificilmente poderiam ser chamadas de portáteis.

Outros materiais

No mundo inteiro os fabricantes continuamente pesquisam novos


materiais que apresentem qualidades acústicas positivas aliadas a
baixo preço. Pequenos sonofletores de alumínio, ou outros metais já
são comumente encontrados em sonofletores “high-end”. Certos
plásticos (resinas de poliéster ) misturados a pós minerais deverão ser
extensamente usados por suas qualidades de amortecimento e leveza.

Técnicas de construção

Além do material usado nos painéis a técnica de construção influi


preponderantemente no amortecimento das pressões sonoras geradas
internamente.

Vamos tratar a seguir dos principais meios a serem usados para


controlar o efeito de três fenômenos: ressonâncias internas,
amortecimento dos painéis e absorção interna.

Ressonâncias internas

Como já dito anteriormente, um painel plano preso nas extremidades


apresenta modos de vibração definidos, dentre outros fatores, pelo seu
formato geométrico. Este é o caso de praticamente a totalidade dos
sonofletores comerciais.

Estes modos de vibração dependem também das dimensões dos


paineis. É conveniente que cada parede do sonofletor apresente modos
fundamentais de ressonância em frequências diferentes; caso contrário
estas paredes, ressoando à mesma frequência, produzirão um
resultado bastante pernicioso pela somatória de efeitos. Fica claro
portanto que o pior formato para uma caixa é o cúbico, por apresentar
seis paredes absolutamente iguais.

Adotando-se formatos retangulares e empregando-se proporções


diferentes entre altura, profundidade e largura obtém-se bons
resultados, minimizando este efeito.

Outra forma de deslocar a ressonância de um painel consiste em


reforçá-lo com escoras apoiadas e firmemente coladas em sua
superficie. Uma escora rígida, sendo um ponto de apoio fixo, divide
acusticamente o painel em duas partes, diminuindo a amplitude da
ressonância e doslocando-a para frequências maís elevadas.
Experiencias demonstraram que o meio mais efetivo no emprego de
escoras consiste em colocá-las fixas longitudinalmente, paralelas às
dimensões maiores do painel que se deseja reforçar. A figura 4 ilustra
uma experiência relatada na referência (2)
Nesta experiência, vários paineis iguais receberam escoras em suas
faces e foram medidas as frequências de ressonância dos mesmos.

Repare que a colocação conforme e) corresponde à maior frequencia e


menor amplitude de ressonância.
Isto ocorre, pois o painel com a escora colocada, passa a comportar-se
como se fosse duas paredes independentes, sendo que a posição
longitudinal define duas superficies com dimensões bastante diversas
entre si, elevando a frequência de ressonância e diminuindo a
amplitude.

É interessente não posicionar a escora diretamente no centro da


parede, mas sim deslocada em relação a um dos lados para definir
frequências diferentes para cada seção.
Observe que para maior eficácia do processo a escora deve ser muito
rígída, com espessura iqual ou maior que a da própria parede.

Amortecimento dos painéis

Quanto mais amortecimento possuir o material com que será feito o


painel , melhor será o comportamento do sonofletor nas frequências
próximas à ressonância.
A figura 5 mostra como a espessura de um painel de compensado
afeta os modos de ressonância do sonofletor. É importante notar que a
amplitude das ressonâncias do painel (linhas pontilhadas) é bastante
alta e chega a ser comparável com as vibrações emitidas pelo falante
(linha cheia).

Isto indica que praticamente toda a energia incidente nas paredes do


sonofletor é refletida de volta e mostra a importância de adicionar-se
ao painel algum tipo de substância que ofereça alto amortecimento e
absorva esta energia.

Diversas experiências sobre o assunto, relatadas nas referências (2) e


(3) sugerem o emprego de compostos de borracha, asfalto e materiais
semelhantes Estes tipos de materiais, de alta resiliência, possuem em
elevado grau a propriedade de transformar através do atrito interno a
energia cinética recebida em calor, dissipando-a rapidamente. A
experiência do Autor (referência 4), indica o emprego de compostos
tipo massa anti-ruído, normalmente empregada para proteção e
eliminação de vibrações em automóveis. Este material deve ser
aplicado abundantemente nas paredes internas do sonofletor, de
forma a recobrí-las totalmente.

Para obter um efeito de diminuição da frequência fundamental de


ressonância, abaixando o conjunto das vibrações indesejáveis, a
massa anti-ruído pode ser colocada juntamente com cerâmica (lajotas
tipo piso hidráulico), dispostas lado a lado, cobrindo completamente os
painéis.

Normalmente faz-se a aplicação de uma camada de meio centímetro


de espessura de massa, seguida da colocação da cerâmica. Após a
secagem, que leva de dois a três dias, deve-se aplicar outar camada
de massa. Alternativamente, em lugar de cerâmica, uma peça de
borracha densa pode ser empregada, proporcionando também bons
resultados.
Outro tipo de aplicação possível é o de massa asfáltica betuminosa.
Esta pode ser impregnada em mantas de algodão, que serão coladas
na superfície interna dos painéis. A figura 6 mostra o efeito de
aplicações desse tipo em um painel de nove milímetros de espessura -
a amplitude das ressonâncias diminuiu em 10 dB e a fundamental
baixou em frequência.

Embora o uso de asfalto seja do ponto de vista teóríco melhor, na


prática é bastante inconveniente, ainda mais em nosso clima tropícal,
em que as altas temperaturas são comuns e esse composto tende a
tornar-se instável.

Uma boa alternativa é o uso de mantas prontas, como as vendidas


para “guarda-pós” de caminhões. Essas mantas, já em tamanho bem
conveniente, são compostas por papelão tratado com composto
betuminoso, e adequadas ao uso para absorção acústica.

Absorção interna

Duas superficies paralelas quaisquer são origem de ressonâncias


parasitas através da formação de ondas estacionárias. Estas ondas
estacionárias, de frequência e amplitude dependentes da distância
entre essas paredes são responsáveis por uma coloração bastante
peculiar.

Há várias maneiras de evitar este efeito. Uma forma consiste no


emprego de superfícies não-paralelas, por exemplo através do uso de
caixas cilíndricas, ou usando formatos não-regulares, como um tronco
de pirâmide,etc.

Um painel frontal inclinado, além de facilitar a redução desse efeito,


pode dar um efeito estético diferente ao sonofletor.

Se for realmente necessário o uso de formas retangulares, é


conveniente calcular as medidas dos painéis, de maneira a distribuir as
frequências das ondas estacionárias. Uma relação entre comprimento,
altura e profundidade consagrada pelo uso e que determina a mínima
excitação das estacionárias vem da relação do segmento áureo da
geometria:

2,6 para 1,6 para 1,0

Mesmo com medidas como estas, não-harmonicamente relacionadas


entre si, ainda permanecem ressonâncias internas apreciáveis no
sonofletor. Para reduzir ainda mais este efeito e aumentar a absorção
interna da caixa são usados materiais fonoabsorventes, tais como
mantas de lã de vidro, algodão ou 1ã de rocha. Com o emprego desses
materiais, parte da radiação traseira do falante é absorvida e em
consequêncía é reduzida a amplitude das ondas estacionarias.

No entanto, a aplicação de materiais absorventes só é realmente eficaz


quando estes são colocados nos pontos em que a velocidade do ar seja
alta, em outras palavras, nas proximidades do centro geométrico do
volume encerrado pelo sonofletor.

Um meio prático de conseguir isto, é dispor o material absorvente em


forma de manta e enrolado em hélice (helicoidalmente) ao longo do
eixo longitudinal da caixa acústica. A manta deve possuir uma
espessura de pelo menos cinco centímetros e ser cortada com sua
menor dimensão igual a diagonal da base do sonofletor e a altura igual
a uma vez e meia o comprimento da caixa.
Na colocação torcer a manta em torno de si mesma de forma a manter
os lados menores com defasagem entre 90 a 180 graus. Nesta posição
a manta será colocada no sonofletor e ocupará praticamente todo o
volume interno deste.

Ressalte-se que a colocação deste tipo de material ao longo dos


painéis internos, como usualmente recomendado, é pouco eficaz, pois
na superfície interna das paredes predominam ondas de alta pressão e
velocidade nula. Um material de pouca massa e baixa rigidez, como
essas mantas é pouco apropriado para absorver as ondas de pressão
características desses pontos.

Resumindo: ao longo dos painéis a pressão originada pelas partículas


de ar é alta,e a sua velocidade zero - o melhor material a ser
empregado deve possuir rigidez e ostentar boa massa. No interior do
volume do sonofletor a velocidade das partículas de ar alta e a pressão
baixa - o melhor material a ser usado deve ter pouca massa e ser
bastante absorvente.
Considerações gerais

Difração

As ondas sonoras são sujeitas ao fenômeno da difração ao transporem


obstáculos ou irregularidades em superfícies que sejam de dimensões
semelhantes ou menores que o seu comprimento de onda. É devido à
difração que as baixas frequências são praticamente omnidirecionais.
Para as frequências mais altas este fenômeno pode ou não ocorrer, o
que ocasiona irregularidades na resposta do sonofletor.
Em alguns casos pode ser necessário evitar a difração, em outros
pode-se tirar partido dela, dependendo das intenções do projetista.De
qualquer forma, como este é um fenômeno associado às dimensões
geométricas, torna-se de grande importância analisar o formato da
superfície em que serão posícionados os reprodutores de médios e
agudos.

A figura 7 mostra uma clássica experiência (referência 5), para a qual


foram colocados falantes na face de sonofletores de doze formatos
diferentes. Em cada caso foram traçadas as curvas de resposta em
frequência e comparadas entre si. Apesar do sinal de teste dos
falaates serem absolutamente iguais, variando somente o formato das
caixas, o efeito da difração que ocorre ao redor dos contornos dos
painéis das caixas provoca irregularidades pronunciadas para a maioria
destas.

Note que as respostas mais suaves são pertencentes àquelas em que a


frente do sonofletor apresenta cantos menos pronunciados, portanto
oferecendo obstáculos menos "vivos" às ondas sonoras de frequências
mais altas.

Uma outra maneira de suavizar a resposta evitando em parte a


dífração consiste em dispor os falantes assimetricamente em relação
aos bordos de painel frontal. Esta medida impõe que uma onda
sonora, ao atingir cada uma das arestas do sonofletor, haja percorrido
um camiho ligeiramente mais curto ou longo, distribuindo no tempo os
efeitos da difração e evitando a somatória de efeitos.

Portanto, se não for possível evitar cantos vivos no sonofletor, e isto


pode não ser fácil, por problemas de execução ou estética, uma vez
que o método exige contornos muito suaves, arredondados mesmo, é
conveniente procurar posições assímétricas para os falantes,
colocando-os o mais possível faceados na superfície do painel frontal,
evitando qualquer irregularidade no caminho das ondas acústicas.

Telas

Quanto ao uso de telas frontais, a melhor atitude consiste em


simplesmente não usá-las.

As desvantagens das telas do ponto de vista acústico são muitas:


provocam absorção das frequências mais altas, são uma fonte
potencial de difração devido à forma de montagem e fixação, refletem
parcialmente algumas frequências ressoando junto com o próprio
painel, podem obstruir os movimentos do falante de graves.

Se o uso de uma tela for absolutamente indispensável, para oferecer


maior proteção aos falantes, alguns cuidados são necessários. A tela
deverá ser de trama aberta e leve, para evitar ao máximo a absorção
de agudos e/ou sua reflexão; seu posicionamento em relação ao painel
frontal deve ser bem calculado pois quando muito próxima a este,
pode ser atingida pelo cone do woofer em seu deslocamento máximo.

Montagem dos falantes

É sempre conveniente a montagem dos falantes faceados com o painel


frontal. Esta prática evita que a espessura da parede provoque
ressonâncías parasitas e difração. Os falantes devem ser firmemente
aparafusados e suas juntas com o painel calafetadas com selante de
silicone ou massa plástica.

Neste sentido é muito importante que a caixa seja absolutamente


estanque - todas as juntas devem ser bem coladas e calafetadas, e
usados reforços em todas as junções e quinas.
Em caso do emprego de falantes grandes, com magnetos pesados, é
conveniente escorá-los contra o painel traseiro usando travessões de
madeira resistente colados entre o magneto e o painel traseiro.

Outro cuidado a ser tomado refere-se a assegurar que todas as


ligações elétricas apresentem a menor resistência de contato possível.
A melhor forma consiste em soldar as ligações ao falante e divisor.
Algumas marcas de equipamentos costumam usar terminais com
parafusos, neste caso estes devem ser apertados o mais possível,
sendo posteriormente lacrados em silicone para evitar que a ligação
solte-se com o tempo e para impedir a oxidação natural que
aumentaria a resistencía de coatato. Os fios usados serão sempre de
bitola avantajada, de diâmetro de 1,29 mm (16 AWG), 1,63 mm (14
AWG) ou 2,05 mm (12 AWG) - isto não representa custo adicional em
relação ao total que será gasto e impede que parte da potência do
amplificador seja gasta termicamente nos fios, como também dando
aproveitamento total ao fator de amortecimento do mesmo.

Um aspecto ainda pouco compreendido na reprodução do som é o que


diz respeito às relações de fase entre os diversos falantes nas
frequências de transição do divisor. Abstraindo os desvios de fase que
ocorrem antes do sinal alcançar os falantes, nestes podemos destacar
três efeitos principais:

• desvio de fase no divisor de frequências,


• diferenças no tempo de resposta de falantes, e
• atrasos provocados por caminhos diferentes percorridos
pelo mesmo som emitido por falantes diferentes.

O primeiro efeito foge um pouco dos nossos objetivos neste artigo e


não será tratado aqui. O segundo depende dos falantes usados e não
se encontra ao alcance do amador determinar e corrigir seus efeitos.
Já a terceira causa ocorre dependendo do posicionamento geométrico
dos falantes no sonofletor.

Para perfeito casamento entre falantes diferentes, emitindo o mesmo


sinal nas frequências de trasição, é necessário que as ondas sonoras
percorram caminhos exatamente iguais até o ouvinte, conforme
mostra a figura 8.

Isto geralmente não ocorre nas caixas comuns, nas quais os falantes
são posicíonados na mesma linha vertical, devido à diferença de
profundidade entre falantes de graves e agudos. Como o som é
emitido a partir da bobina móvel, que é o lugar onde se dá a
transformação da corrente elétríca em energia sonora, as ondas não
chegam em fase ao ouvinte. Este efeito é corrigido defasando-se o
”woofer" para a frente, ou inversamente, o “tweeter" para trás,
alinhando-se na vertical suas bobinas móveis. Isto pode ser
conseguido pelo uso de painéis em posições diferentes ou ínclínando-
se ligeiramente a frente da caixa - o acerto final dependerá dos tipos
de falantes empregados.

Conclusão

De tudo o que foi mostrado, é importante ter em mente o seguinte: o


recinto acústico deve ser o mais neutro possível, para isto a caixa será
rigidamente construida, quanto mais melhor.

Todos os aspectos cobertos acima foram experimentados na


construção de dezenas de sonofletores, desde caixas pequenas de 15
litros a subwoofers de 150 e 200 litros.

O Autor apreciaria que os leitores que possuissem experiências na


montagem de caixas acústicas, usando vários tipos de materiais e
construções diversas, relatassem para Áudio Espresso os resultados.
Referências

1. Paulo Albuquerque - Sonofletores em Baixas Frequêncías, Antenna, junho de


1980.

2. P.W. Tappan - Loudspeakers Enclosures Walls, Journal of the Audio


Engineering Society, julho de 1962.

3. M. Colloms - High Performance Loudspeakers, Pentech Press, 1978.

4. Paulo Albuquerque - Dois sonofletores com Radiador Ativo - Antenna, julho de


1978.

5. H.F. Olsen - Direct Radiator Loudspeakers Enclosures, Journal of the Audío


Engineering Society, janeiro de 1969.

6. G.A. Briggs - Cabinet Handbook, Rank Wharfedale, 1962.

7. Vance Dickason - Caixas Acústicas e Alto-falantes, H. Sheldon, 1993

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