Sunteți pe pagina 1din 32

A LDB E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: OS DOIS PILARES DA

ATUAL LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NACIONAL

Por: Dr. Gabriele Sapio – Doutorando em Direito pela Universidad Del Museo Social
Argentino.

RESUMO

O presente trabalho sintetiza a relevância bem como o papel cruciais representados pela
CF de 1988 e pela Lei n. 9394/96 junto á legislação educacional brasileira, em razão de
suas notáveis abrangência e objetividade no que se refere á necessidade da garantia do
direito público subjetivo á educação bem como ao aperfeiçoamento e melhoria da
qualidade do ensino, das condições e pressupostos sociais mínimos para efeitos de se
proporcionar um ensino adequado aos estudantes brasileiros. Além disso, ambos os
documentos legais obtiveram significativos avanços também relativamente aos meios de
garantia constitucionais que visam proteger juridicamente o direito á educação e
possibilitaram uma ampliação das diversas modalidades de educação existentes no Brasil.
Tudo isso faz da CF de 1988 e da Lei n. 9394/96 instrumentos legais de tal forma
fundamentais a se tornarem nos esteios principais da atual legislação educacional
nacional, e é justamente isso que visamos demonstrar nesse trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Constituição Federal de 1988; Lei n. 9394/96; Avanços na


Legislação Educacional Brasileira.

1 – INTRODUÇÃO

Tendo-se em vista o fato de que a partir da promulgação da Constituição de 1988 e da


entrada em vigor da Lei n. 9394/96 que criou a nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação brasileira, podemos observar o surgimento de um significativo número de
normas e de dispositivos legais, de uma forma tal a proporcionar um novo impulso á
legislação educacional nacional. De fato, é fato amplamente reconhecido e admitido pela
doutrina e pelas revistas especializadas em Direito e Legislação Educacionais que tanto a
CF de 1988 como a Lei n. 9394/96 que resultou na nova LDB brasileira se constituíram
num notável avanço a frente no que tange á produção legislativa em matéria educacional
se comparada ás épocas anteriores da história nacional. Sendo que esse avanço
proporcionado por ambos diplomas legais operou-se quer em termos quantitativos como
qualitativos, pelo simples fato que não somente deu margem á um aumento significativo
no número de leis e dispositivos legais em matéria educacional como também
melhoraram bem como aperfeiçoaram significativamente o conteúdo bem como o teor
das normas em matéria educacional.

Esse avanço, proporcionado por ambos os documentos legais se produziu principalmente


no plano específico da proteção do direito público subjetivo á educação e logicamente do
comprometimento do poder público estatal em assegurar o referido direito social aos mais
diversos segmentos da sociedade brasileira, conforme poderemos constatar no decorrer
do presente trabalho. Essa realidade pudemos facilmente constatar ao analisarmos o texto
da carta constitucional de 1988, o qual abriu caminho para a Lei n. 9394/96 consagrar
esse fundamental direito social, o que é claramente expresso ao frisarmos o fato de que a
carta constitucional de 1988, ao inovar relativamente á constituição anterior, adicionou
dois novos dispositivos constitucionais, sendo que enquanto um estabelece que o acesso
ao ensino obrigatório e gratuito se constitui num direito público subjetivo, com base em
seu Art. 208, parágrafo 1°, já o segundo diz respeito ao fato de que o não oferecimento
do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, implica necessariamente
na responsabilidade da autoridade competente, com base em seu Art. 208, parágrafo 2°
(BARROSO, 2002, p. 150). No entanto, no que diz respeito á primeira inovação, devemos
nesse momento específico de nossa atividade analítica frisar o fato de que para Luís
Roberto Barroso está expresso o entendimento de que o referido dispositivo possui caráter
interpretativo, declaratório, não conduzindo a uma leitura limitada de outras regras que,
apesar da ausência de positivação constitucional a esse respeito em especial, igualmente
geram direito público subjetivo, ao passo que a segunda inovação possui o aspecto
positivo de determinar objetivamente um mecanismo de sanção (BARROSO, 2002, p.
150).

Consequentemente, tal como poderemos objetivamente constatar ao longo do trabalho


em questão, a carta constitucional de 1988 se constitui num notável progresso em matéria
de proteção ao direito social á educação frente as que a precederam, uma vez que não
apenas inovou na definição e concepção do direito de acesso ao ensino fundamental
obrigatório e gratuito se afigura num direito público subjetivo e, portanto, num dever do
poder público estatal em oferece-lo mas também dotou seus dispositivos referentes ao
direito á educação da necessária coercibilidade ao revesti-lo da força coercitiva da sanção,
no caso específico de descumprimento do Estado no oferecimento da referida modalidade
de ensino aos cidadãos brasileiros. Essa realidade, é de fundamental relevância para o
aprimoramento bem como para o aperfeiçoamento da legislação educacional brasileira,
pelo simples fato de que, conforme poderemos constatar no decorrer do presente trabalho,
a CF não somente favoreceu bem como estimulou consideravelmente a elaboração e
formulação de um nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, a partir
dos próprios avanços proporcionados pela carta de 1988, os quais por sua vez ensejaram
a necessidade de se ampliar bem como aprofundar as conquistas obtidas pela constituição
de 1988 em matéria educacional.

Efetivamente, iremos no desenvolvimento do presente trabalho efetuar uma abordagem


detida, á luz da moderna doutrina especializada, na qual determinaremos e
identificaremos os avanços proporcionados pela Lei n. 9394/96 em matéria educacional
a partir dos pressupostos e condições básicas previamente estabelecidas pela CF de 1988,
a qual favoreceu notavelmente a eclosão da nova LDB nacional, conforme poderemos
constatar no respectivo texto constitucional. Por conseguinte, a nova LDB ampliou bem
como aprofundou consideravelmente a garantia bem como a ampliação do gozo do direito
subjetivo á educação ao determinar que a oferta do mesmo se constitui num dever do
poder público estatal e não menos importante dos genitores do estudante, além de dispor
acerca de um conjunto de disposições legais que determinam a melhoria da qualidade do
ensino nacional bem como a valorização do profissional da educação, além de favorecer
a evolução de um sistema educacional mais moderno e eficaz. Além disso, conforme
poderemos constatar quando do desenvolvimento do nosso trabalho, iremos notar que a
nova LDB se caracterizou por apresentar uma sistematização moderna e tecnicamente
eficaz de seu bojo legal ao implicar na existência de uma tipologia legal dentro de seu
bojo intrínseco.

Com base em tudo isso, nosso objetivo, no decorrer do referido trabalho, será o de
demonstrar que tanto a CF de 1988 como a Lei n. 9394/96, a nova LDB, em razão de sua
importância jurídica e tecno-legal para efeitos de se garantir o direito subjetivo á educação
ás mais diversas camadas da sociedade brasileira bem como pela definição de um sistema
educacional centrado no progressismo social se constituem nos pilares básicos da atual
legislação nacional em matéria educacional. E, além do que, visaremos também
conscientizar os meios acadêmico e profissionais do Direito brasileiros no sentido de
relegarem maior importância aos estudos e pesquisas efetuadas sobre matéria educacional
na legislação que trata dessa matéria específica, tendo-se em vista a sua relevância
crescente no âmbito das modernas ciências jurídicas.

2 – LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA: CF DE 1988 E LDB

2.1 – A CF DE 1988

A constituição de 1988, tal como é do conhecimento geral nos meios acadêmico e jurídico
especializados, isto é dos maiores representantes da academia e do constitucionalismo
brasileiros, é que a mesma se constitui em uma das cartas constitucionais mais adiantadas
e progressistas do mundo em matéria de proteção dos direitos sociais fundamentais
coletivos e individuais. Sendo que a constituição de 1988, mais do que todas as outras
cartas constitucionais anteriores á mesma se destacou pela consagração dos direitos
sociais de forma tal a inovar mediante a consolidação do garantismo constitucional,
representado por sua vez pela criação de novos meios de proteção constitucional dessa
categoria de direitos em especial bem como reforçou oportunamente outros.

De fato, é pacífico entre todos os doutrinadores e autores especializados em


constitucionalismo moderno que a Constituição brasileira de 1988 se constitui em uma
das avançadas do mundo em matéria de consagração e proteção dos direitos sociais,
dentre os quais se acha o direito á educação. Não é sem razão, portanto, que os mais
diversos autores representantes do moderno constitucionalismo brasileiro possuem
posicionamento idêntico no que tange á análise da atual constituição brasileira sob a
óptica da proteção aos direitos sociais, cujo pioneirismo e profundidade nessa matéria em
especial podem ser facilmente demonstradas ao objetivamente destacarmos que a
Constituição de 1988 se constitui na primeira das constituições brasileiras a inserir os
direitos sociais no título dedicado aos direitos e garantias, vindo a representar um passo
decisivo na passagem do garantismo individual ao garantismo social ( FIGUEIREDO,
1988, p. 104).
Fato esse que pode ser facilmente constatado ao analisarmos tão somente a questão da
proteção dos direitos sociais relativamente a qual a CF de 1988 notabilizou-se pela grande
ampliação bem como pela profundas evolução e abrangência de seus dispositivos legais
em matéria, o que pode ser claramente demonstrado ao assinalarmos o evidente fato de
que: é a primeira vez que uma Constituição assinala, especificamente, objetivos do Estado
brasileiro, não todos, que seria despropositado, mas os fundamentais, e, entre eles, uns
que valem como base de prestações positivas que venham a concretizar a democracia
econômica, social e cultural, a fim de efetivar na prática a dignidade da pessoa humana
(SILVA, 1992, p. 93) .

Não há portanto como negar o caráter essencialmente progressista da constituição de 1988


relativamente ao aspecto da contemplação e da proteção dos direitos sociais em seus bojo
intrínseco. E é justamente esse caráter progressista que tão acentuadamente caracteriza a
constituição brasileira nesse aspecto específico em questão, é que devemos frisar a
notável relevância que a mesma dotou o direito social á educação, cujas abrangência e
profundidade não encontra paralelo em nenhuma outra constituição nacional anterior.
Devemos, por conseguinte, aqui enfatizar que a CF de 1988 acrescentou muitos
dispositivos legais que vieram a regulamentar o direito social público á educação, de uma
forma tal a inserir em seu bojo textual orgânico um capítulo que dispõe somente acerca
da educação nacional.

O avanço proporcionado pela constituição brasileira de 1988 em matéria educacional se


torna mais visível ainda ao analisarmos atentamente os dispositivos constitucionais que
tratam exclusivamente da educação e do direito social público subjetivo cujo caminho
para se garantir os seus amplo e irrestrito gozo por parte das mais diversas camadas que
compõem a sociedade brasileira hodierna foi indubitavelmente aberto pela mesma. Essa
realidade é perfeitamente identificável e passível de ser determinada se somente nos
detivermos á análise do aspecto referido ao comprometimento do Estado brasileiro frente
á sua obrigação de assegurar o direito á educação á universalidade dos cidadãos
brasileiros. O que pode ser facilmente demonstrado ao frisarmos que a constituição de
1988 reafirmou a educação como sendo direito de todos e dever do Estado, em
conformidade com o Art. 205 de seu texto legal, além do fato de a mesma ter detalhado
e descrito com maior profundidade em seu Art. 208 que esse dever estatal será efetivado
na prática por meio da garantia de ensino fundamental, obrigatório e gratuito, aí incluídos
aqueles que não tiveram acesso em idade apropriada, com base em seu Inciso I, e pelo
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, com base em seu
Inciso II, sendo que nesses dois casos não parece pairar nenhuma dúvida relativamente á
imperatividade da norma e á exigibilidade do bem jurídico tutelado (BARROSO, 2002,
p.115).

Por conseguinte, observamos que a constituição de 1988 proporcionou uma real


efetividade ao direito social á educação, o que é claramente demonstrado pelo fato de que
a mesma conferiu o grau máximo de eficácia jurídica de sua respectiva garantia ao
inegavelmente atribuir pleno poder coercitivo bem como irrestrito caráter de exigibilidade
aos dispositivos constitucionais que regulamentam essa matéria em questão. Devemos,
além disso asseverar que a constituição de 1988 foi da mesma forma ampla e eficaz no
que tange á garantia ao acesso ao ensino fundamental, ao dispor em seu Art. 208, § 1°
que a esse respeito o mesmo se constitui em um direito público subjetivo. No entanto,
relativamente á esse aspecto específico de análise devemos enfatizar que não se deve
proceder á uma interpretação restritiva tendo-se por base o referido dispositivo
constitucional supracitado, pelo simples fato de que todas as outras circunstâncias
jurídicas constitucionais que possam ser reduzidas ao esquema direito individual
consubstanciado no dever do Estado vindo a se constituírem igualmente em direitos
públicos subjetivos (BARROSO, 2002, p. 115). Sendo que o constituinte na época não
pretendera limitar outras posições jurídicas de vantagem, mas apenas ser suficientemente
claro relativamente a esta posição em especial, vindo desta forma a evitar que a autoridade
pública deixe de cumprir o dever que lhe é imposto, ao atribuir de forma indevida ao
comando constitucional caráter programático e, portanto, sem possibilitar as condições
de ensejar a exigibilidade da prestação positiva (BARROSO, 2002, p. 115).

Com base nesse conjunto de análises efetuadas podemos claramente depreender que a
constituição de 1988 oferece aos cidadãos brasileiros um sólido e eficaz aparato de
garantias constitucionais que conferem aos mesmas amplas faculdades procedimentais no
sentido específico que possibilitam a plena exigibilidade da prestação estatal desse
fundamental direito social por parte dos mais diversos segmentos da sociedade brasileira.
Essa realidade se constitui por si só em um grande estímulo á elaboração,
desenvolvimento e evolução de legislação em matéria educacional no Brasil, conforme
será demonstrado a seguir no decorrer do presente trabalho.

Á esse quadro estritamente jurídico positivo tão favorável deve-se acrescentar o evidente
fato de que se somam as necessidades sociais e econômicas do país que vem por sua vez
a influenciar decisivamente na elaboração de normas que tenham por objeto regulamentar
matéria educacional, o que tem acarretado cada vez mais na necessidade de se legislar
sobre a educação. De fato, a conjuntura nacional na dimensão sócio-econômica tem tido
uma influência crescente num ritmo cada vez mais acelerado no sentido específico de
atender ás necessidades e anseios de da maioria dos estratos da sociedade brasileira, a
qual como forma de resolver tais graves questões e problemáticas de ordem social e
econômica bem como para atender ás exigências de um mercado de trabalho cada vez
mais complexo e competitivo tem demandado por um maior incremento na qualificação
profissional dos agentes e atores produtivos no âmbito nacional, o que por sua vez se
constitui em mais uma razão para se criarem leis em matéria educacional.

Nesse aspecto em especial, no entanto, a constituição de 1988 tem sido pioneira e


inovadora uma vez que tem sabia e oportunamente antecipado em seu texto constitucional
algumas das atuais leis de fundamental relevância em âmbito educacional, como por
exemplo ao dispor que cada um dos entes federativos deve comprometer, anualmente, um
percentual mínimo da receita advindo abrangendo na mesma a originada de
transferencias, na manutenção e desenvolvimento do ensino, isto é: a União dezoito por
cento e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento.
Dispositivos como esse abriu caminho para salutares debates nos meios político,
acadêmico e jurídico brasileiros acerca das problemáticas educacionais de tal forma
acirrados e acalorados a resultarem na necessidade de criação de outras leis ordinárias e
complementares que tratassem de matéria educacional.

É evidente, portanto, que a constituição de 1988 dotou o direito social público subjetivo
á educação de um significativo e até então inédito na história constitucional brasileira
arcabouço normativo em termos de garantismo positivo vindo a fazer do referido direito
um dos sustentáculos principais de seu avanço jurídico e tecno-legal em matéria de
proteção aos direitos sociais. Efetivamente, esse pioneirismo está em grande parte
creditado ao fato de que a constituição brasileira de 1988 dedicou toda uma seção ao
direito social á educação, sendo a mesma integrada por nada menos do que dez artigos
que tratam exclusivamente sobre matéria educacional, ou seja do Art. 205 ao Art. 214 do
seu texto constitucional.

É inegável, portanto, que a constituição de 1988 mais do que qualquer outra constituição
que a tenha precedido veio a contemplar a educação e seu respectivo direito público
subjetivo de uma forma completa e inovadora, ao inserir em seu bojo textual dez artigos
e um capítulo exclusivamente dedicado á educação. Dentro desses dez artigos estão
determinadas as mais diversas disposições acerca da questão educacional, sendo que faz-
se necessário destacar para efeitos de se proporcionar uma adequada compreensão de sua
analisar algumas delas de forma destacada e objetiva.

Em primeiro lugar, faz-se necessário que concentremos as nossas atenções analíticas no


Art. 205 da constituição de 1988, o qual determina que a educação é direito de todos bem
como dever do Estado e da família. Ao examinar-se o seu conteúdo podemos facilmente
constatar que o referido artigo sintetiza o que deve ser entendido como sendo a dimensão
educacional da cidadania.

De fato, o Art. 205 da constituição de 1988 é de fundamental relevância no que tange á


educação e sua efetividade no Brasil hodierno, o que podemos claramente depreender
com base no fato de que:

ao estabelecer que a educação seja direito de todos, a Constituição está dizendo que
ninguém pode ser excluído dela, ninguém pode ficar fora da escola e ao desabrigo das
demais instituições e instrumentos que devem promover a educação do povo
(HERKENHOFF, 2001, p. 219).

Por conseguinte o Art. 205 se constitui em um dos artigos básicos para que se possa
compreender bem como determinar o teor, a natureza e o alcance da efetividade do direito
á educação na dimensão jurídica constitucional positiva brasileira. De fato, o referido
dispositivo constitucional se constitui em uma ulterior comprovação do elevado grau de
importância que goza o direito social á educação na constituição de 1988, o qual não tem
precedentes em nenhuma outra carta constitucional anterior, numa demonstração do alto
grau de consciência cívica e social dos constituintes á época de sua elaboração, vindo a
mesma a ser um grande avanço em matéria de proteção constitucional o que somente
reafirma o alto grau de progressismo social da carta constitucional de 1988.

De fato, o Art. 205 da atual carta constitucional ao dispor que a educação é dever do
Estado estabelece claramente que o governo foi imbuído da obrigação de manter as
escolas públicas. Esse dispositivo constitucional, por conseguinte, possibilita a plena
prestação do serviço educacional aos cidadãos pelo poder estatal de forma tal a implicar
logicamente na existência da obrigação de o Estado zelar pela escola pública para que ela
possa cumprir essa valiosa disposição constitucional. Além disso, não menos importante
o Art. 205 também determina que a educação se constitui também em dever da família, o
que mais uma vez nos possibilita reforçar o caráter progressista da constituição de 1988,
ao fazer da mesma um valor positivado dentro da sociedade brasileiro até o último degrau
em matéria de positivação constitucional efetiva.

Outro dispositivo constitucional que pela sua notável relevância para efeitos de
proporcionarmos uma adequada compreensão no que diz respeito ao caráter progressista
da carta constitucional de 1988 relativamente á proteção constitucional do direito social
público subjetivo á educação está consubstanciado no Art. 206 da referida carta
constitucional, no qual pudemos claramente o seu fundamental papel no que tange á
garantia da plena e irrestrita garantia do direito á educação no Brasil hodierno. De fato, o
referido dispositivo constitucional se destaca pelo fato de avançar no plano da efetivação
da igualdade de todos os componentes da sociedade brasileira perante a lei, cuja
importância poderá ser constatada quando de sua efetiva aplicação na prática já que uma
das formas mais conhecidas de exclusão já não se verifica no caminho até a escola mas
sim na própria ação da escola, que conduz como sistema ao abandono precoce da escola
(OLIVEIRA, 2001, pp. 24 e 25).

Ainda relativamente ao Art. 206 da constituição de 1988 devemos destacar em nossos


esforços analíticos o seu inciso IV, no qual oportunamente afirma-se e determina-se a
gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais. É inegável o fato de que este
dispositivo constitucional inovou a formulação da gratuidade, de tal forma a garanti-la
para todos os níveis de ensino nacionais, vindo a ampliar dessa forma a gratuidade para
o ensino médio, além de declarar de forma explícita a gratuidade também para o ensino
superior (OLIVEIRA, 2001, p. 25). Ademais, ao optar pela inclusão da educação infantil
no sistema de ensino brasileiro, contemplou também este nível de ensino em especial,
sendo que tudo isso faz com que o inciso IV do referido dispositivo constitucional revele
uma situação peculiar na história educacional nacional, uma vez que estes níveis de
ensino em especial já eram gratuitos nos estabelecimentos e unidades de ensino oficiais
não obstante a ausência de disposição legal nesse sentido no âmbito federal.

Igualmente relevante para efeitos de atingirmos os nossos fins analíticos em questão se


reveste o Art. 208 da carta constitucional de 1988, cujo exame detido será de grande valia
para proporcionarmos uma adequada compreensão da importância e do papel central
desempenhados pela constituição de 1988 no que tange á legislação educacional brasileira
dos dias atuais. Essa realidade, pudemos claramente constatar ao nos debruçar sobre o
inciso I do referido dispositivo constitucional, o qual ao oportunamente destacar que o
dever do Estado no que tange ao ensino estende-se até mesmo àqueles que a ele não
tiveram acesso na idade adequada. Por conseguinte, com base na interpretação dos
parágrafos 1° e 2° do Art. 208 da carta constitucional de 1988 pode-se facilmente
constatar que os indivíduos, isto é a coletividade, tem o direito de solicitar junto ao Estado
a prestação educacional, em razão do fato de que o descumprimento dessa obrigação em
especial acarreta como conseqüência lógica a responsabilidade da autoridade competente.

Prosseguindo em nossa análise referente ao Art. 208 da constituição de 1988 pudemos


constatar que o mesmo aperfeiçoa bem como aprimora o texto constitucional de 1967-69,
o qual conferia a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino apenas na faixa etária
compreendida entre os 7 e os 14 anos de idade, vindo dessa forma a ensejar restrições no
atendimento de serviços educacionais aos indivíduos que se acharem fora dessa faixa
etária (OLIVEIRA, 2001, p. 26). No entanto, o Art. 208 avança na direção específica de
efetivar o direito social á educação, ao determinar expressamente o atendimento daqueles
indivíduos que não se encontrarem na faixa etária considerada ideal para terem acesso ao
ensino fundamental, ao mesmo tempo que porém cria uma imprecisão formal que poderia
dar margem á interpretações legais que implicariam na restrição do direito á educação ao
não determinar a duração deste ensino, abrindo dessa forma caminho para a possibilidade
de se estabelecer uma duração inferior aos oito anos para o mesmo.

Devemos da mesma forma frisar que em seu inciso II o referido dispositivo constitucional
retoma um aspecto relevante da carta constitucional de 1934, no momento em que o
mesmo aponta a perspectiva da progressiva extensão da gratuidade bem como da
obrigatoriedade do ensino médio, sendo que este dispositivo em especial redimensiona o
debate acerca desse grau de ensino em especial para além da polaridade ensino
propedêutico versus ensino profissional, sendo que a idéia central desse dispositivo
específico é a de incorporar o ensino médio ao período de gratuidade e obrigatoriedade,
isto é, a de converter este nível de ensino em parte da educação obrigatória (OLIVEIRA,
2001, p. 27). Portanto, tal como podemos observar a importância desse inciso do referido
dispositivo constitucional é de fundamental relevância para efeitos de se proporcionar
pelos meios legais a tão necessária e cada vez mais requerida democratização das
oportunidades educacionais no país, o que é perfeitamente compreensível a partir de uma
análise atenta e detida do mesmo.

Ainda relativamente ao Art. 208 merecem destacada atenção pela sua relevância
relativamente a seu peso e significado dentro do âmbito da atual legislação educacional
além da influência positiva que tiveram sobre essa última, também os seus incisos III, IV,
V, VI e VII considerando-se a sua evidente importância para a educação nacional. Ao
principiarmos essa importante análise, começaremos por focalizar o inciso III, o qual
muito oportuna e inteligentemente dispõe acerca da necessidade de atendimento
especializado aos portadores de deficiência, com preferência na rede regular de ensino,
vindo o mesmo a formalizar a obrigação do Estado bem como especifica uma orientação
mais genérica em que prioriza o seu respectivo atendimento na rede regular de ensino.

Já relativamente ao inciso IV do Art. 208 devemos destacar que o mesmo dispôs que se
proporcione atendimento em creche e pré-escola ás crianças de zero a seis anos de idade,
além de estender o direito á educação a essa faixa etária, abrindo dessa forma a
possibilidade considerá-la parte do conceito de educação básica, sendo que com isso
obteve-se a vantagem de incluir este nível de ensino em especial fato esse que exigirá a
efetuação de uma regulamentação bem como de uma normalização no plano da legislação
educacional complementar. Trata-se, portanto, de um dispositivo de significativa
relevância social, uma vez que possibilita a criação de uma rede de assistência social
eficaz sobretudo aos pais carentes sem condições de proporcionarem um auxílio
adequado ás crianças nessa faixa etária em especial, vindo a se constituir em um válido
meio de inclusão social além de obviamente ampliar significativamente as oportunidades
educacionais da infância brasileira ao contemplar esse grau de ensino no sistema
educacional oficial, cuja respectiva regulamentação dependerá da criação de leis
educacionais complementares, o que também de certa forma influiu positivamente na
evolução da legislação educacional nacional.

Devemos, ainda no que concerne ao Art. 208, destacar o inciso V, cujas disposições são
de fundamental relevância não somente para a democratização das oportunidades
educacionais mas também para o incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico
nacional uma vez que objetivamente dispõe e confere o acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação artística, consoante a capacidade individual dos
beneficiários. Faz-se necessário frisar, no entanto, que este dispositivo legal é
predominantemente um reflexo de uma declaração de intenções, cujo objetivo seria o de
especificar a idéia liberal de igualdade de oportunidades, não sendo portanto um
dispositivo propriamente dito com implicações objetivas. Ainda assim, o referido
dispositivo constitucional tem o mérito de contribuir ao mesmo tempo para ampliar o
acesso dos mais diversos componentes da sociedade brasileira aos diferentes graus de
ensino que integram o sistema de ensino nacional bem como de estimular ainda que de
forma indireta o desenvolvimento da ciência em âmbito nacional.

Já com relação ao inciso VI do Art. 208, devemos oportunamente ressaltar que o mesmo
tem sua parcela de contribuição na ampliação das oportunidades educacionais sobretudo
no que diz respeito á categoria dos trabalhadores brasileiros os quais adquiriram a
possibilidade de poderem conciliar as suas atividades laborais com cursos que
envolvessem os mais diversos graus de ensino, além da possibilidade de poderem
freqüentar cursos técnicos e profissionalizantes, que ao serem ofertados no horário
noturno não obstam as suas atividades laborais diárias. De fato, o inciso VI do referido
dispositivo constitucional ao expressamente dispor que a oferta de ensino noturno regular,
adequado ás condições de cada um, favorece a viabilização do acesso efetivo de muitos
trabalhadores que por razoes óbvias não podem freqüentar os cursos nos turnos diurno e
noturno contribuindo dessa forma para uma mais ampla democratização das
oportunidades educacionais no Brasil hodierno.

E, enfim, no que tange ao inciso VII do Art. 208, devemos necessariamente destacar que
se trata de um dispositivo de grande relevância social e até mesmo pedagógica para um
país emergente com as dimensões e as características do Brasil, tendo-se em vista as mais
diversas necessidades e problemáticas de ordem econômica e social com as quais o país
se depara na atualidade. Nesse sentido, o inciso VII do Art. 208 da carta constitucional
de 1988 possui um notável potencial resolutivo no que tange aos problemas de natureza
econômica e social que se constituem na razão principal de um significativo número de
problemáticas e questões educacionais que muito obstam o desenvolvimento nacional,
pelo simples fato de que o mesmo ao objetivamente dispor acerca do atendimento ao
educando, no ensino fundamental, mediante programas suplementares de material
didático escolar, transporte, alimentação e assistência á saúde. Por conseguinte, constitui-
se o referido dispositivo legal em um crucial meio de inclusão social, uma vez que inclui
serviços fundamentais tais como alimentação e assistência á saúde no bojo intrínseco das
obrigações estatais relativas á garantia efetiva do direito á educação na prática, tendo-se
em vista o reconhecido fato de que para largos estratos da população estudantil brasileira
essas modalidades de serviços se constituem em requisitos essenciais para assegurar a
freqüência dos mesmos á escola, vindo com isso a ressaltar mais uma vez a sua relevância
tanto no âmbito educacional como social.
Outro dispositivo constitucional da carta de 1988 que relativamente á matéria educacional
se reveste de crucial importância para a compreensão do grau de comprometimento do
poder público estatal a esse respeito atualmente vem a ser o seu Art. 211, o qual se acha
inserido no Título – Da Ordem Social – da referida carta constitucional, no qual foram
determinadas as competências nacionais das diversas entidades federadas que compõem
a federação brasileira no âmbito estrito da educação. Sendo que em conformidade com o
disposto no referido dispositivo constitucional essa competência acha-se distribuída entre
três sistemas educacionais distintos, isto é: o federal, o estadual e o municipal, sendo que
cabe á União, não somente a organização do sistema federal de ensino (mais ensino
superior e técnico), como também uma ação subjetiva bem como de cooperação técnica
e financeira com os outros sistemas. Já relativamente aos municípios, devemos destacar
que compete aos mesmos efetuar uma atuação prioritária nos níveis de ensino
fundamental e infantil, enquanto os estados responsabilizar-se-ão predominantemente dos
graus de ensino médio e fundamental.

Por outro lado, devemos também frisar o relevante fato de que na carta constitucional de
1988 a educação se constitui em um bem jurídico, sobretudo em razão do fato de que
somente mediante a educação se constrói uma sociedade efetivamente livre, justa,
próspera e solidária e somente por meio dela que se assegura de fato desenvolvimento
econômico e social nacional. Esse contexto jurídico positivo dessa forma configurado faz
com que portanto se encontre em perfeita consonância com o que determina o Art. 3,
dispositivo constitucional em que se acham os objetivos fundamentais consagrados e
almejados pelo forma de governo escolhida pelo Brasil. Por conseguinte, a educação em
sua qualidade de direito público subjetivo pode ser garantida bem como protegida em
razão do fato de a mesma se constituir em um bem jurídico, individual e coletivo detentora
da força de direito de ação, o que é de crucial relevância para efeitos de se assegurar a
plena e irrestrita garantia constitucional ao direito social á educação para os mais diversos
segmentos da sociedade brasileira.

Além disso, devemos também destacar, como não poderia deixar de ser, a importância
das garantias constitucionais previstas e disponibilizadas aos cidadãos brasileiros de
forma tal a poderem tornar efetivo plenamente o gozo do seu direito á educação, sendo
que nesse aspecto em especial a carta constitucional de 1988 tem avançado notavelmente
em relação ás outras constituições que a precederam historicamente. Essa realidade pode
ser demonstrada ao atentarmos dentre esses meios de garantia constitucional consagrados
pela constituição de 1988 encontra-se o mandado de segurança, o qual se constitui em um
poderoso instrumento de destaque no âmbito do moderno direito educacional, uma vez
que o mesmo pode ser utilizado de forma ampla e abrangente até mesmo na forma de
mandado de segurança coletivo, vindo dessa forma a ser empregado em prol da escola,
da atividade educativa e da vida acadêmica, protegendo assim direito líquido e certo,
demonstrado imediatamente e não uma simples expectativa de direito.

Continuando nossa análise detida relativamente ao aspecto específico dos meios de


garantia constitucionais ao direito social á educação, faz-se necessário frisar que a
constituição de 1988 ao significar a passagem definitiva do garantismo individual para o
garantismo social, o seu correspondente bojo textual cria também o mandato de segurança
coletivo e o mandado de injunção, vindo dessa forma a reforçar o status ativus do cidadão
e das entidades coletivas, realidade essa que muito favorece a proteção individual e
coletiva do direito social á educação, num avanço sem precedentes nessa matéria em
particular na história do constitucionalismo brasileiro. Por conseguinte, graças a esse
conjunto de garantias constitucionais disponibilizadas pela carta constitucional de 1988
tornou-se possível efetivar na prática a cidadania educacional no Brasil de uma forma
ampla e irrestrita como nunca pode-se antes na história do direito constitucional
brasileiro, vindo a representar a carta de 1988 um notável passo a frente.

Esses avanços em matéria educacional proporcionados pela constituição de 1988, em


razão do fato de serem pioneiros, inovadores e transformadores frente ás outras cartas
constitucionais que a antecederam, se constituem logicamente nos pressupostos mínimos
para a atribuição da adequada importância á questão educacional brasileira bem como a
seu respectivo direito social público subjetivo desde o momento de sua entrada em vigor
a 5 de outubro de 1988, data da promulgação da constituição nacional atualmente em
vigor. Esse fato por sua vez acarretou na necessidade de se proceder á elaboração de
outras leis e normas em matéria educacional, de tal forma a abrir caminho para a criação
de uma autêntica legislação educacional inovadora e polivalente, propiciada essa última
pela abertura promovida pela constituição de 1988.

2.2 – A LEI N. 9394/96 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO


NACIONAL
Em conformidade com o que pudemos constatar quando da análise da carta constitucional
de 1988, depreendemos logicamente o fato de que a legislação educacional foi
notavelmente estimulada pelos numerosos dispositivos constitucionais que na
constituição atualmente em vigor tratam direta e indiretamente acerca de matéria
constitucional. De fato, a constituição de 1988 com suas disposições abrangentes, detidas
e objetivas veio a contemplar a educação bem como o seu respectivo direito social público
subjetivo e seu gozo de uma forma como nunca houvera sido contemplada na história do
constitucionalismo brasileiro, sendo que pelo alcance e abrangência de seus dispositivos
fez-se necessário complementar e completar o disposto na referida carta constitucional
mediante legislação complementar e ordinária.

Essa realidade pode ser objetivamente demonstrada ao observarmos que em dezembro de


1988, isto é logo após a promulgação da constituição de 1988 principiaram no Senado
Federal longos e acalorados debates acerca da necessidade da criação de uma nova Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ou seja de uma nova LDB que viesse a
contemplar a nova realidade educacional conforme o substrato jurídico constitucional
positivo instaurado a partir da carta constitucional de 1988. Consequentemente, desde
aquela época manifestou-se a necessidade de se efetuar uma reformulação bem como uma
reestruturação da legislação educacional tendo-se em vista as modificações ensejadas pela
Carta de 1988, a qual operou-se efetivamente a partir das discussões e debates no Senado
Federal cuja duração foi de oito anos até que fosse aprovada a nova LDB mediante a Lei
n. 9394/96 de 20 de Dezembro de 1996 ou Lei Darcy Ribeiro.

Efetivamente, a Lei n. 9394/96 isto é a LDB atualmente em vigor se constituiu em um


reflexo tanto da nova ordem jurídica constitucional instaurada a partir de 1988 como das
discussões e debates no Senado Federal que revelavam o teor bem como o caráter político
da idealização bem como da elaboração e construção da nova Lei de Diretrizes e Bases
da Educação nacional. Essa realidade pode ser facilmente identificada e determinada ao
analisarmos as linhas mestras da Lei n. 9394/96, cujas características tecno-legais
principais indicam claramente que se trata de um diploma legal de alto padrão jurídico e
estilístico, em razão do fato de ser abrangente e inovadora em termos de conteúdo bem
como de ser revestido de uma forma legislativa moderna e tecnicamente correta.

De fato, esse contexto legal introduzido a partir da nova LDB se acha notavelmente
relacionado aos seus avanços e conquistas em matéria social em decorrência de sua
concepção essencialmente humanista da questão educacional nacional o que pode ser
confirmado pelo evidente fato de que seria injusto afirmar que a lei afinal em vigor não
apresenta, neste aspecto, um caráter humanista social. A versão do Substitutivo da
Câmara, porém, apresentava-o de forma muito mais consistente e vigorosa e, por
conseqüência, mais positivamente comprometedora de todas as partes envolvidas na
educação nacional. Ganhou-se em concisão e perdeu-se em espírito (AGUIAR, 2003, p.
33).

Por conseguinte, também na LDB atualmente em vigor detectamos um caráter


progressista em matéria educacional, uma vez que a referida lei veio a contemplar em seu
bojo textual aspectos que não foram incluídos nas LDBs anteriores, abrindo dessa forma
caminho para uma tendência renovadora em termos educacionais pelo menos no plano
jurídico e tecno-legal nacional. É inegável, por conseguinte, o evidente fato de que a Lei
n. 9394/96 veio a significar o verdadeiro princípio do resgate de uma das maiores dívidas
sociais que o país tem para com a sua respectiva sociedade que é o representado pela
necessidade de dotar a mesma de um adequado sistema educacional que venha a
responder aos anseios nacionais que clamam por prosperidade econômica e justiça social,
o que somente poderá operar-se na prática mediante a educação e a democratização do
acesso as suas oportunidades e possibilidades de elevação das condições de vida da
população brasileira á patamares condizentes com o princípio da dignidade da pessoa
humana.

Efetivamente, ao analisarmos de forma detida e objetiva a Lei n. 9394/96, pudemos


constatar que a definição de educação consagrada pela mesma é abrangente e eficaz, uma
vez que oportunamente destaca a vinculação da educação com a concretude do mundo e
da dimensão sociais, ao expressamente enumerar as diferentes instâncias da sociedade
nas quais se opera a sua atividade formadora e qualificadora, isto é desde o núcleo da
sociedade que é a família até as organizações complexas da sociedade hodierna. Sendo
que dentro de seu bojo intrínseco é igualmente interessante assinalar a menção expressa
por exatamente duas vezes acerca da vinculação da educação com o universo do trabalho,
vindo dessa forma a evidenciar uma função destinada essencialmente a qualificar o
trabalho humano como núcleo central da construção do tecido social e da própria história,
cujo papel desempenhado pela educação é, nesse processo crucial, em razão do fato de a
mesma se constituir em um meio fundamental para se atingir tais objetivos.

Paralelamente á isso, devemos em nossa análise da LDB necessariamente frisar pela sua
importância e significação intrínsecas notáveis para a caracterização objetiva do referido
diploma legal, o fato de que a mesma consagrou e destacou o caráter eminentemente
social da educação, ao estabelecer com isso um marco de referência para o enunciado de
suas finalidades, o que por si só se constitui em um aspecto pioneiro e inovador frente á
LDB anterior. Não há, portanto, como negar o fato de que a nova LDB representou um
autêntico divisor de águas na história da educação brasileira, pelo simples fato de que o
referido diploma legal veio a contemplar a mesma na essência de sua natureza intrínseca,
que é o seu teor social em uma constante no decorrer de todo o seu texto legal como
parâmetro indicador dos objetivos e metas a serem alcançados nesse âmbito em especial,
fazendo inexoravelmente com que a educação fosse considerada e normatizada sempre
em função das finalidades sociais ás quais se destinava a atingir, o que se configura
claramente em um significativo passo a frente na história jurídica nacional em matéria
educacional.

Além disso, devemos frisar o relevante fato de que a nova LDB se caracteriza por
apresentar uma versão extremamente sintética dos princípios e das finalidades da
educação nacional, o que efetivamente se constata em seu Art. 2, em que a mesma
essencialmente repete o que já fora disposto no bojo textual da carta constitucional de
1988, cujo dispositivo tratava acerca do desenvolvimento das potencialidades do
educando na qualidade de elemento de auto-realização bem como da qualificação e da
habilitação para o trabalho e do preparo para o exercício da cidadania plena (AGUIAR,
2003, p. 31). Sendo que nesse aspecto específico de nossa análise legal, a nova LDB
inovou se comparada á Lei n. 4.024 ao inserir em seu bojo textual uma expressão
relacionada aos ideais de solidariedade e de liberdade humana.

Em seguida ás considerações analíticas iniciais, procederemos ao exame do corpo jurídico


da nova LDB, isto é de seu bojo textual legal específico, o qual trata da educação de uma
forma específica, detalhada e detida, sendo que a mesma não se constitui, apesar de todos
os seus avanços e inovações em matéria educacional num diploma legal ideal que venha
efetivamente a resolver todas as problemáticas educacionais brasileiras. De fato, a Lei n.
9394/96 possui, é necessário destacar, defeitos e limitações de diversa ordem, sobretudo
de natureza conceptual, já que algumas vezes confunde educação com ensino, de ordem
estratégica, uma vez que cabe á União a ação hegemônica de coordenar a política nacional
de educação, ao passo que aos Estados e ao Distrito Federal cabe a responsabilidade de
elaborar e executar políticas e planos educacionais, sendo no entanto omissa no que diz
respeito á estabelecer idêntica competência relativamente aos Municípios. Contudo,
devemos da mesma forma frisar que a mesma possui um acervo enorme de virtudes legais,
repartido num visível feixe de eixos estruturais que compõem o texto legal da referida
LDB, o que por si só se constitui em um grande avanço em termos de legislação em
matéria educacional na história jurídica nacional.

Essa realidade, pode ser clara e facilmente demonstrada pelo relevante fato de que os
grandes eixos estruturantes a Lei n. 9394/96 estão objetivamente determinados e
identificados por definições de suma importância, tais como o conceito abrangente de
educação, e, muito importante, a vinculação da educação com o universo do trabalho e
com as diversas práticas sociais, além da pluralidade de formas de acesso aos diversos
graus de ensino, como forma de ensejar o cumprimento da obrigatoriedade de ensino bem
como a avaliação da qualidade de ensino pelo Poder Público. Devemos da mesma forma
destacar, que a nova LDB também se assenta na definição das responsabilidades da
União, dos Estados, dos Municípios, das escolas e dos docentes bem como no resgate da
natureza e da finalidade da educação profissional, na consolidação das fontes e dos canais
de financiamento da educação, incluído a determinação dos prazos de repasses de
recursos para Estados e Municípios. E, enfim, a Lei n. 9394/96 também se assenta na
definição extremamente relevante para a educação tecnológica básica nacional
representada pela reformulação bem como pela reconfiguração de toda a base curricular
tanto da educação básica em seu conjunto como do ensino médio em especial.

Considerando-se que a Lei n. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, ou seja a nova LDB


atualmente em vigor, se estrutura basicamente em concepções e definições abrangentes e
objetivas, pudemos a partir desse fato, ao principiarmos nossa análise mais
especificamente jurídica, constatar que o referido diploma legal consagrou em seu Art. 1
uma definição de educação em sentido significativamente abrangente, uma vez que a
mesma contemplou no bojo intrínseco deste dispositivo legal a educação formal, a
educação não formal, a educação continuada, a educação á distância, a educação
ambiental, a educação especial, além de outras. Realidade essa particularmente
significativa, tendo-se em vista o fato de que sob o ponto de vista estritamente legal a
educação possui quase sempre um sentido limitado. De fato, o referido dispositivo legal
da nova LDB representa uma ruptura de dimensão axiológica na medida em que
flexibiliza a carga semântica da educação, conferindo-lhe um atributo de ação do
indivíduo sobre o indivíduo para efeitos de edificar seu destino nos mais diversos planos
da vida humana, ou seja na família, no trabalho, na escola, nas organizações sociais, uma
vez que em qualquer desses âmbitos em particular ocorre um processo formativo no qual
o indivíduo é iniciado num tipo de aprendizagem com base no qual se molda a cidadania
(CARNEIRO, 1998, pp. 31 e 32).

Ainda relativamente ao Art. 1 da Lei n. 9394/96, devemos destacar dada a sua importância
para efeitos de análise jurídica da mesma o seu parágrafo 1, com base no qual podemos
depreender que o mesmo consagrou e definiu uma modalidade específica de educação,
que vem a ser a educação escolar, a qual se caracteriza pelo fato de ser promovida
predominantemente em instituições específicas designadas como sendo instituições
educativas, tais como escolas colégios, universidades, faculdades além de outras. Ao
passo que no seu parágrafo 2, da mesma forma relevante para que se possa proporcionar
uma adequada compreensão das quatro definições conceptuais estruturantes do guia de
referência da escola, em sua qualidade de motor principal do processo educativo, ou seja
a prática social, o mundo do trabalho, os movimentos sociais e as manifestações sociais,
as quais por sua vez podem nos transmitir uma idéia aproximada acerca do alto grau de
abrangência intrínseco do conceito de educação contemplado pela LDB atualmente em
vigor.

Igualmente relevante em nossa análise detida e pormenorizada dos aspectos jurídicos e


legais da Lei n. 9394/96 vem a ser o seu Art. 2 inserido em seu Título II – Dos Princípios
e Fins da Educação Nacional -, no qual está consagrada educação como sendo obrigação
da família e do poder público estatal, sendo que devemos nesse aspecto sob exame
especialmente focalizado assinalar que a responsabilidade da família e do Estado com a
educação originou-se a partir dos dispositivos da carta constitucional de 1988, em seus
Art.s 203, I, 205, 227 e 229, e é justamente em razão disso que outras fontes legais, dentre
as quais a Lei n. 9394/96, ratificam e consagram essa obrigatoriedade em especial
(CARNEIRO, 1998, p. 32). Consequentemente, ao conferir á família e ao Estado a
responsabilidade da educação, o supracitado dispositivo legal da referida lei educacional
retrata o Art. 205 da constituição de 1988, sendo que o mesmo se dá pelo fato de o mesmo
contemplar a dimensão tecnológica da educação, como forma de qualificação para o
mercado de trabalho, vindo a se constituir em um aspecto muito importante da atual Lei
de Diretrizes e Bases da Educação nacional.

Além disso, ainda relativamente ao Art. 2 da Lei n. 9394/96, podemos claramente


depreender que o seu bojo textual legal visa a possibilitar ao estudante os meios bem
como os instrumentos de aprendizagem que o conduzam logicamente a extrair do
contexto cotidiano e do plano laboral, o método científico bem como o teor humanista de
que o mesmo necessita para concretizar a sua realização como cidadão pleno no seu
respectivo meio social. Nesse aspecto em especial, o referido dispositivo legal da LDB é
extremamente relevante, uma vez que proporciona ao estudante brasileiro mediante uma
formação completa obter as ferramentas intelectuais de que necessita para poder exercer
plena e irrestritamente os direitos advindos da cidadania, se constituindo em mais um
outro aspecto notavelmente positivo da referida lei educacional.

Outro dispositivo relevante da Lei n. 9394/96, para efeitos de análise jurídica e tecno-
legal junto ao bojo intrínseco da mesma, está consubstanciado em seu Art. 3, no qual
determinou-se que o ensino fundamenta-se em determinados princípios, os quais se
constituem na orientação genérica e básica a ser seguida pelo sistema educacional
brasileiro como um todo, em conformidade com o disposto no mesmo. No entanto, tendo-
se em vista que de acordo com o Art. 205 da carta constitucional de 1988 a educação se
constitui no direito de todos bem como no dever do Estado, é que faz-se inevitavelmente
necessário que, em razão do fato de a mesma ser oferecida sob a forma de ensino
sistematizado, esteja orientada por princípios que estejam por sua vez imbuídos dos
valores bem como dos significados essenciais da organização escolar moderna. Devemos
igualmente asseverar, nesse aspecto em especial, que em razão do fato de todos serem
iguais perante a lei, não há como o ensino oferecido ser diferenciado na intenção
específica de cada disciplina.

Consequentemente, os princípios que norteiam o atual sistema educacional brasileiro, em


conformidade com o disposto na Lei n. 9394/96, devem ser considerados como sendo
elementos que compõem intrinsecamente as mais diversas circunstâncias e hipóteses que
podem vir a ocorrer em cada escola de todo e qualquer sistema de ensino. Logicamente,
em razão de sua notável relevância para efeitos de se proporcionar uma adequada
compreensão da LDB atualmente em vigor no Brasil que se proceda á uma análise de
alguns dos seus princípios de maior destaque e importância relativamente ao tema central
da atribuição da eficácia ao atual sistema educacional brasileiro, cuja influência dos
mesmos como valores positivados no bojo textual legal da Lei n. 9394/96 é de crucial
importância.

Dentre os princípios revestidos de maior relevância, em razão de sua influência para a


eficácia e bom funcionamento do sistema educacional brasileiro, devemos
necessariamente destacar aqueles consagrados pelos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, IX e
XI do Art. 3 da Lei N. 9394/96, cuja análise iremos efetuar logo em seguida. Ao
principiarmos com essa relevante exposição analítica, fundamental para que se possa
proporcionar uma adequada compreensão do atual grau de eficácia potencial e efetiva do
sistema educacional brasileiro da contemporaneidade, devemos frisar que a relevância do
inciso I ao expressamente determinar a igualdade de condições relativamente ao acesso á
escola, a qual não se limita apenas a proclamar que a educação se constitui em direito de
todos, uma vez que em razão dessa preocupação a melhoria da qualidade da educação se
tornou um imperativo que não mais admite omissões no aspecto específico da melhoria
da qualidade do ensino nacional.

Logo em seguida, devemos frisar que no que tange ao inciso II do referido dispositivo
legal da LDB atualmente em vigor, ou seja o relativo á liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar bem como de divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber se constitui não
somente numa norma constitucional inviolável mas também num princípio fecundador
do processo de aprendizagem com a necessária autonomia, o que de suma relevância uma
vez que uma escola efetivamente democrática deve formar o seu corpo discente para a
autonomia. Já no que tange ao princípio contemplado no inciso III, isto é o relativo ao
fundamental pressuposto do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, se
constitui num valor extremamente relevante para o aperfeiçoamento da educação nacional
pelo simples fato de que o mesmo implica em afirmarmos que o espaço escolar bem como
o ensino devem ser dinamizados e flexibilizados a partir da concepção da heterogeneidade
cultural.

No que concerne ao inciso IV do referido dispositivo legal da Lei n. 9394/96, mediante o


qual foi consagrado o fundamental princípio do respeito á liberdade e do apreço a
tolerância, o qual se constitui obviamente em um valor fundamental regulamentado pela
LDB atualmente em vigor, pelo simples fato de que o mesmo se constitui numa
manifestação adiantada da evolução do processo democrático de uma sociedade.
Consequentemente, ao efetivar esse princípio a nova LDB insere progressivamente o
multiculturalismo como sendo um relevante aspecto do processo educacional, o qual vai
sendo cada vez mais reconhecido a medida que se consolidam a observância bem como
o respeito aos direitos humanos das minorias. Dessa forma, portanto, o ensino torna-se
um veículo privilegiado de aprofundamento bem como de aperfeiçoamento de uma
pedagogia dos direitos humanos (BEST, 1991, p. 39).
Outra disposição legal de crucial relevância relativamente á questão da modernidade e da
eficácia do sistema educacional brasileiro hodierno vem a ser o disposto no inciso V do
referido dispositivo legal, em que foi consagrado o fundamental princípio da coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino, uma vez que o mesmo responde não somente
ás exigências e demandas de uma sociedade pluralista, que por sua vez se constitui em
um dos fundamentos básicos da República Federativa do Brasil, mas igualmente a
dispositivos constitucionais que conferem á iniciativa privada e ao Estado a
responsabilidade conjunta relativamente á ministração do ensino (CARNEIRO, 1998, p.
37) . Por conseguinte, se constitui em um princípio de fundamental relevância para o
adequado funcionamento do sistema educacional brasileiro, já que proporciona ao mesmo
a possibilidade da existência de uma saudável concorrência entre as instituições públicas
e privadas de uma forma tal a contribuir significativamente para a melhoria bem como
para o aperfeiçoamento da qualidade do ensino nacional.

Já relativamente ao inciso VI do Art. 3 da Lei n. 9394/96 devemos necessariamente frisar


que foi consagrado um princípio de valor central e até decisivo para efeitos de se
proporcionar real eficácia ao sistema educacional brasileiro das contemporaneidade, uma
vez que foi consagrado o princípio da gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais, o qual se constitui em um aspecto de crucial relevância para que possamos
objetivamente identificar nele uma questão de amplo alcance social. Sua importância é
facilmente compreensível, uma vez que na situação específica em que o contribuinte paga
os seus impostos ao Estado, estará ao mesmo tempo pagando a escola de seus filhos, o
que logicamente faz como que o princípio da gratuidade do ensino se constitua numa
decorrência das responsabilidades e obrigações públicas do poder público estatal.

O inciso VII do referido dispositivo legal da nova LDB também se reveste de notável
relevância para efeitos de se conferir ao sistema educacional brasileiro um adequado grau
de eficácia bem como padrão de qualidade do ensino, em razão do fato de o mesmo
consagrar o princípio da valorização do profissional da educação escolar. Esse princípio
se constitui em um aspecto muito debatido e freqüente nas discussões efetuadas em
matéria educacional, ainda que seja de limitado alcance no tocante á questão específica
de sua operacionalização. Trata-se, portanto, de um princípio de um valor notavelmente
qualitativo no que tange á questão da real eficácia de um moderno sistema educacional
propriamente dito, uma vez que a valorização do profissional da educação se constitui no
esteio do mesmo tendo-se em vista que entram em seu bojo intrínseco também aspectos
fundamentais relacionados á qualificação e formação adequadas do profissional da
educação, o que é facilmente compreensível pelo simples fato de que um educador
contemplado em todos as suas necessidades poderá mais facil e flexivelmente aprimorar
o seu grau de qualificação e habilitação profissionais. Essa realidade faz do mesmo um
crucial dispositivo legal para efeitos de se garantir a efetiva eficácia do sistema
educacional nacional, vindo a se constituir em mais um significativo avanço da nova LDB
no campo da melhoria do quadro orgânico e profissional do sistema educacional
brasileiro.

O inciso IX do Art. 3 da nova LDB, por outro lado, ao refletir uma preocupação
essencialmente de ordem qualitativa por parte dos formuladores especializados em
matéria legal educacional, consagrou o crucial pressuposto axiológico consubstanciado
na garantia do padrão de qualidade, o qual está por sua vez assentado no princípio da
equidade bem como da diversidade que não pode ser entendido como sendo um critério
abstrato de oferta de ensino. Sendo que a esse respeito em especial faz-se urgentemente
necessário desocultar os parâmetros objetivos de um ensino de qualidade propriamente
dito, além do fato de o princípio inicial desse processo em especial está consubstanciado
pela visualização dos fundamentos éticos do ensino em particular. Devemos igualmente
assinalar que tais fundamentos não se restringem tão somente á eficácia bem como á
eficiência administrativas, mas sim abrange também a recolocação em discussão da
problemática das demandas sociais frente ao conhecimento escolar formal atualmente
abrangido pelo conteúdo didático oficial. Além disso, dentro desse aspecto legal de
análise em foco, devemos igualmente frisar que professores bem qualificados, preparados
e bem remunerados, escolas e unidades escolares oportunamente equipadas, salas de aula
organizadas se constituem em pressupostos e requisitos essenciais para a garantia de um
padrão de qualidade institucional aceitável, contudo é no currículo bem como na eleição
das disciplinas, na integração dos conteúdos, na formulação dos objetivos e metas de cada
programa e na forma da edificação do processo de aprendizagem no dia a dia da sala de
aula que repercute e influi de fato o designado padrão de qualidade (CARNEIRO, 1998,
p. 39). Efetivamente o referido dispositivo legal é de crucial relevância para efeitos de
proporcionar ao corpo discente nacional uma educação de conteúdo e de qualidade, o que
faz com que novamente reafirmemos a notável relevância do inciso IX da Lei n. 9394/96
para o plano qualitativo da educação brasileira contemporânea.
E, enfim, relativamente ao inciso XI do referido dispositivo legal da nova LDB, devemos
frisar que se trata de uma disposição de suma importância no que tange ao plano das
relações laborais junto á hodierna sociedade brasileira, uma vez que o mesmo consagrou
objetiva e efetivamente o relevante princípio da vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e as práticas sociais, as quais por sua vez possuem no currículo escolar, seu meio
natural de concretização efetiva. Sendo que esta relação reflete a própria concepção da
formação básica orientada no sentido específico da pedagogia moderna do processo do
aprender a aprender, sem o qual não se pode pensar positivamente relativamente á
existência da qualidade educativa nem do ensino de qualidade, os quais são de crucial
relevância para o bom desempenho de todo e qualquer sistema educacional moderno. No
entanto, nesta perspectiva deve-se primar por uma urgente transformação significativa da
pedagogia, de tal forma a inseri-la dentro do contexto mais amplo e moderno da dimensão
produtiva, realidade essa que este diploma legal consagra ao objetivamente preconizar
um ensino ativo enriquecido intrínseco do universo do trabalho e das atividades
produtivas e moldado pelos influxos transformadores das práticas sociais, sendo que para
efeitos de se atingir este objetivo faz-se inevitavelmente necessário que se substitua a
idéia de grade curricular pela de currículo ativo (CARNEIRO, 1998, p. 40).

Conforme pudemos observar a partir da análise efetuada anteriormente o Art. 3 da Lei n.


9394/96 se constitui num dispositivo legal de crucial relevância para que se possa
claramente compreender a dimensão bem como o alcance de seu impacto junto ao atual
sistema educacional brasileiro, o que é facilmente passível de demonstração ao se
examinar com maior atenção o mesmo. Trata-se, por conseguinte, de mais um avanço
considerável proporcionado pelo nova LDB no âmbito da eficácia orgânica e operacional
do atual sistema educacional brasileiro, vindo a se constituir em mais um aspecto de
fundamental relevância para o desenvolvimento e evolução da moderna legislação
educacional brasileira em direção a normas e regulamentos que de fato atendam os
anseios e exigências sociais da população brasileira.

Prosseguindo em nossa análise jurídica e tecno-legal do bojo textual da Lei n. 9394/96


iremos concentrar nossas atenções analíticas no que tange especificamente ao Art. 4 do
referido diploma legal, cujo exame detido se reveste de fundamental relevância para a
compreensão do crucial papel bem como da notável influência desempenhadas pela atual
LDB junto á legislação educacional brasileira. De fato, o Art. 4 é de extrema relevância
no que tange ao aspecto específico dos objetivos a serem alcançados pelo nosso trabalho
em particular, pelo simples fato de que o referido dispositivo legal estabelece e determina
os deveres e obrigações do Estado relativamente aos seus cidadãos no que diz respeito á
oferta da educação escolar pública, sendo que tais obrigações deverão necessariamente
ser cumpridas com o respeito a um mínimo de garantias, as quais por sua vez estão
consagradas expressamente nos nove incisos que compõem o seu bojo intrínseco
(BRANDÃO, 2005, p. 28).

Sua relevância é facilmente identificável, pelo simples fato em seu respectivo caput bem
como em sete de seus nove incisos, o Art. 4 da LDB traduz fielmente o disposto no Art.
208 da CF de 1988, o que confere ao mesmo um notável grau de importância jurídica.
Essa realidade, pode ser facilmente demonstrada ao assinalarmos o fato de que o inciso I
do Art. 4 da LDB tal como o inciso I do Art. 208 da CF de 1988 determina expressamente
que o poder público estatal deve garantir ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. No que tange a esse
crucial dispositivo legal, devemos assinalar que dois aspectos devem, pela sua
importância, ser necessariamente analisados, sendo que o primeiro deles determina que
se constitui num dever do Estado oferecer ensino fundamental gratuito para todos, ai
incluídos os que não tiveram a ele acesso na idade adequada, isto é o poder público estatal
tem a obrigação de oferecer, de forma gratuita, tanto o ensino fundamental para crianças
e jovens como o ensino supletivo destinado a beneficiar jovens, adultos e idosos que,
eventualmente, a ele não tiveram acesso na idade adequada (BRANDÃO, 2005, p. 28).

Já relativamente ao segundo aspecto relevante desse inciso em particular devemos


asseverar que o mesmo diz respeito á manutenção da obrigatoriedade do ensino
fundamental de 8 anos para todos os segmentos da sociedade brasileira, sendo que para
efeitos de comparação devemos a esse respeito frisar que o grau de ensino fundamental
tornou-se obrigatório no Brasil apenas mediante a Lei n. 5.692 de 11 de agosto de 1971 (
BRANDÃO, 2005, p. 28).

Outro dispositivo de fundamental relevância para que possamos oportunamente


compreender a importância bem como o papel desempenhados pela Lei n. 9394/96
relativamente ao âmbito específico da legislação educacional nacional, está
consubstanciado pelo seu inciso II, o qual expressamente determina que o Estado deve
garantir a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino. Ao
analisarmos mais atenta e objetivamente o disposto no referido inciso, poderemos
logicamente concluir que não existe nenhum prazo no que tange á realização dessa
progressiva e gradual extensão da obrigatoriedade bem como da gratuidade ao ensino
médio, da mesma forma como não foi estabelecida nenhuma meta para atingir para se
atingir essa progressiva extensão, além disso devemos também, nessa ocasião, frisar que
a expressão – progressiva extensão – se constitui tão somente num subterfúgio semântico-
lingüístico, o qual por sua vez não assegura nem garante a efetivação desse preceito
constitucional (BRANDÃO, 2005, p. 29).

Igualmente relevante em nossa análise específica se constitui o inciso III do referido


dispositivo legal, o qual oportunamente dispõe que cabe ao Estado garantir o atendimento
educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino, sendo que esse inciso em especial determina
o que deve ser a política educacional específica relativamente á relevante questão da
educação especial. Sendo que a legislação brasileira, quer a constitucional como a de
ensino, ao optar por uma política de inclusão das pessoas portadoras de necessidades
especiais, no decorrer da operacionalização prática do processo educativo, está orientada
num sentido que poderíamos designar como sendo progressista, o que não impede o
surgimento de outros tipos de problemas que necessitamos discutir para que possamos
concretamente encontrar soluções eficazes, que visem viabilizar o acesso bem como a
permanência das pessoas portadoras de necessidades especiais na educação escolar
(BRANDÃO, 2005, p. 29).

Se revestem igualmente de notável importância para efeitos de efetuarmos uma análise


eficaz e objetiva os incisos IV, V, VI e VIII do Art. 4 da LDB, cujo exame será de crucial
relevância para atingirmos os objetivos visados em nosso trabalho. Em primeiro lugar, no
que diz respeito ao inciso IV do referido dispositivo legal, devemos frisar que o mesmo
avança mais do que o inciso IV do Art. 208 da CF de 1988, na medida em que exige que
o poder público estatal assegura atendimento em creches e pré-escolas de zero a seis anos
de idade de forma gratuita, expressão esta última que está ausente no inciso IV do Art.
208 da CF de 1988, e ainda no que tange a esse inciso em particular de acordo com o
entendimento Carlos da Fonseca Brandão se o mesmo for efetivamente aplicado
constitui-se num dos principais fatores que contribuem para a universalização da
educação infantil (BRANDÃO, 2005, p. 30).

Já relativamente ao inciso V do referido dispositivo legal, da mesma forma que o inciso


V do Art. 208 da CF de 1988 reafirma e consagra o direito de acesso aos níveis mais
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.
Esse dispositivo legal no entendimento de Carlos da Fonseca Brandão se constitui num
princípio correto, porém não deveria estar atrelado ao condicional – segundo a capacidade
de cada um, pelo simples fato de que todas as pessoas devem, em linhas gerais, possuir o
direito de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
no sentido específico de o poder público estatal possui a obrigação de garantir esses níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística. Por conseguinte, esse
dispositivo legal é de fundamental relevância não somente para aprimorar bem como
melhorar o padrão de qualidade do ensino bem como a promoção do desenvolvimento
científico nacionais, sendo portanto de crucial relevância no âmbito da moderna
legislação educacional brasileira.

Outro dispositivo legal do referido artigo da LDB que merece destaque em nossa análise
vem a ser o seu inciso VI, o qual por sua vez se constitui numa tradução fiel do inciso VI
do Art. 208 da CF de 1988, o qual dispõe expressamente que se constitui em dever do
Estado a oferta de ensino noturno regular adequado ás condições do educando. Esse
dispositivo legal se constitui num princípio correto, contudo o condicional – adequado ás
condições do educando -, além do fato de o mesmo ser extremamente subjetivo pode
significar uma distinção deteriorada entre a qualidade oferecida pelo ensino diurno e a
qualidade do ensino noturno. Esse inciso em particular se reveste de especial relevância
para os jovens e adultos que em razão de determinadas condições econômicas e sociais
adversas devem conciliar o curso com a atividade laboral diurna, vindo portanto o mesmo
a viabilizar uma extensão significativa das oportunidades educacionais á essa faixa social
da sociedade brasileira em especial.

E, enfim, relativamente ao seu inciso VIII, o qual traduz fielmente o inciso VII do Art.
208 da CF de 1988, podemos constatar que o mesmo se constitui num dispositivo legal
de fundamental relevância no âmbito do sistema educacional brasileiro, pelo simples fato
de que define claramente como sendo uma das obrigações do poder público estatal o
atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência á saúde.
O referido dispositivo legal se reveste de uma crucial importância no que tange á eficácia
bem como estabilidade orgânicas e operacionais do atual sistema educacional nacional,
uma vez que representa as condições e pressupostos objetivos que contribuem
decisivamente para efeitos de garantir a permanência dos alunos na escola bem como para
a redução da evasão escolar, de forma especial quando advinda de condições sócio-
econômicas precárias (BRANDÃO, 2005, p. 32).

É da mesma relevante, para efeitos de efetuarmos de forma adequada a nossa análise


detida, que analisemos o Art. 5 da LDB, o qual especifica de forma mais abrangente e
completa o § 1° do Art. 208 da CF de 1988, na medida em que tem o significado do termo
– direito público subjetivo, bem como o direito de – qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente
constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público -, para efeitos de se
exigir a oferta de vagas em número suficiente para que de fato ocorra o acesso ao ensino
fundamental de todas as crianças que se encontrem excluídas da educação escolar.
Relativamente á esse dispositivo legal em especial, devemos frisar que a CF de 1988 teme
estabelecido garantias efetivas acerca do fato de que o ensino fundamental é obrigatório
e gratuito, o que implica logicamente em afirmarmos que a criança e os que a ele não
tiveram acesso na idade adequada possuem direito líquido e certo á vaga. Sendo que esse
direito é público subjetivo, isto é se constitui num direito irrenunciável de cada um, e ao
verificar a inobservância do mesmo, haverá necessariamente razão para o mandado de
injunção, em conformidade com o disposto no Art. 208, Inciso VII, § 1° e 2° da CF de
1988. No entanto, na hipótese específica de o demandante de vaga não a encontre a sua
disposição na rede pública, é que o mesmo poderá impetrar recurso junto ao Poder
Judiciário contra a autoridade responsável, além disso, tais autoridades poderão ainda ser
responsabilizadas criminalmente, na circunstância específica em que sejam consideradas
omissas no atendimento deste serviço público em especial (CARNEIRO, 1998, p. 52).

Já no que tange aos parágrafos 2°, 3°, 4° e 5° do referido dispositivo legal da LDB
atualmente em vigor, devemos necessariamente frisar que os mesmos alcançam a
dimensão de responsabilidade pública do poder estatal, fundamentada no princípio da
igualdade e da justiça social. Por conseguinte, no que tange á esse aspecto de análise em
particular, revelou-se como sendo necessária a criação de mecanismos de concretização
deste princípio, o que implica logicamente na necessidade de se definirem iniciativas e
meios coercitivos, sendo que a idéia contida no bojo intrínseco do seu parágrafo 2°, ou
seja a de ser competência do poder público o ato de priorizar o acesso ao ensino
obrigatório e, somente logo em seguida, aos outros níveis e graus de ensino sucessivos,
se constitui como sendo fundamental na perspectiva do adequado entendimento da
educação básica e da educação pública (CARNEIRO, 1998, p. 52).
Já relativamente ao seu parágrafo 3°, devemos ressaltar que o mesmo estabelece que se
efetue o recurso judicial contra o crime de responsabilidade da autoridade que for omissa
no cumprimento da oferta do ensino obrigatório, sendo que essa ação dispensa pagamento
e a autoridade judicial deve responder de imediato. Ao passo que o parágrafo 4° do
referido dispositivo legal consolida a idéia de crime de responsabilidade a ser atribuído
àquela autoridade pública que não tiver oferecido o ensino fundamental ao aluno, o que
é muito importante em termos de garantir juridicamente o acesso ao grau de ensino
obrigatório por parte do poder público estatal. E, finalmente, o legislador, ao
oportunamente prever as dificuldades de todos os alunos serem de fato absorvidos pela
rede regular de ensino, sinaliza claramente para a criação de formas alternativas de acesso
á escola, abertura essa última que se constitui numa suavização que afeta, ainda que
superficialmente, a cláusula pétrea da carta constitucional brasileira, consoante a qual
todos são iguais perante a lei.

E, ao atingirmos a etapa final da nossa análise específica e detida da LDB, iremos


examinar o seu Art. 6, o qual se reveste de notável relevância, na medida em que
complementa o Art. 5 do referido diploma legal, ao expressamente afirmar que constitui
dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de
idade, no ensino fundamental, esse dispositivo legal esclarece objetivamente que ao
mesmo tempo que o Estado tem a obrigação de assegurar vagas em número suficiente
para todas as crianças, jovens e adultos no ensino fundamental, da mesma forma se
constitui num dever dos pais ou responsáveis pelos menores de efetuar a matrícula dos
menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental (BRANDÃO, 2005, pp.
35 e 36). Sendo que na hipótese concreta de o poder público não garantir vagas suficientes
ou ainda os pais não matricularem seus filhos menores, vem a delinear-se na prática o
disposto no caput do Art. 5 da LDB, ou seja, o desrespeito ao – direito público subjetivo
-, em que qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização
sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público
tem a poder de acionar o Poder Público com a finalidade de exigir o acesso ao ensino
fundamental obrigatório.

Além disso, relativamente a esse crucial aspecto de análise jurídica e tecno-legal em


especial embutido no Art. 6 da LDB, devemos nessa ocasião oportunamente ressaltar, o
que é fundamental para proporcionarmos uma adequada compreensão do referido
dispositivo legal, que se trata de um dever e não de um direito o dos genitores
matricularem seus filhos menores no ensino fundamental obrigatório. O que vale também
para o poder público estatal, o qual tem a obrigação bem como o dever de garantir a vaga
a esse grau de ensino em particular, ao passo que a criança possui o direito de ter uma
vaga na escola pública.

Finalmente, no limiar da nossa análise de ordem jurídica e tecno-legal da LDB atualmente


em vigor, devemos frisar que em termos de sistematização normativa aplicou-se ao
referido diploma legal, o mesmo que foi aplicado á carta constitucional de 1988, ou seja,
podemos, enfim, classificar as normas educacionais que compõem o bojo textual legal da
Lei n. 9394/96 quanto ao seu conteúdo. Em primeiro lugar, acham-se as normas
orgânicas, relativamente ás quais a LDB na linguagem típica dos educadores, contem
normas e dispositivos legais que regulamentam a organização bem como o
funcionamento do Estado, as quais por sua vez concentram-se basicamente nos seus
Títulos IV – Da Organização da Educação Nacional -, que incluem o Art. 8 a 16, VI –
Dos Profissionais da Educação, que compreende os Art.s 61 a 67, e VII – Dos recursos
Financeiros, que compreende os Art.s 68 ao Art. 77. Logo em seguida, por ordem de
seqüência em sua tipologia, encontram-se as normas limitativas, nas quais a LDB
enumera as normas que consagram os direitos e garantias fundamentais, ao limitar a ação
dos poderes estatais bem como dão a tônica do Estado de Direito, constituindo-se em
norma limitativa o Art. 7, do Título III – Do Direito á Educação e do Dever de Educar.
Sucessivamente, acham-se as normas sócio-ideológicas, nas quais a LDB consubstancia
normas que revelam o caráter de compromisso liberal e neoliberal do Estado para com a
sociedade, sendo que tal modalidade de normas em especial encontram-se inseridas no
Título III – Do Direito á Educação e do Dever de Educar (Art.s 4, 6 e 7), Título II – Dos
Princípios e Fins da Educação Nacional (Art.s 2 e 3) e Título V – Dos Níveis e das
Modalidades da Educação e Ensino (Art. 21 a Art. 60). Existem ainda as normas
educacionais denominadas como sendo normas estabilizadoras da lei, nas quais a LDB
introduziu artigos que garantem juridicamente, o acesso ao ensino fundamental, em seu
Art. 5, a defesa da aplicação dos recursos financeiros, em seu Art. 69, § 6° bem como
ingresso de docente exclusivamente por concurso público de provas e títulos nas
instituições de ensino, sendo que para tal fim estão consagrados instrumentos de proteção
constitucional tais como o direito de petição, a ação popular contra crime de
responsabilidade e o mandato de segurança individual. E, enfim, existem ainda as normas
de aplicabilidade imediata, em que a LDB estabelece regras de aplicação imediata da lei,
as quais encontram-se em sua maioria nas disposições transitórias, ou seja do Art. 87 ao
92 bem como no Art. 1 da Lei n. 9394/96.

3 – CONCLUSÕES

Ao atingirmos a etapa final de nosso trabalho de fins especificamente analíticos e


interpretativos quer da CF de 1988 como da Lei n. 9394/96, a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB, é que pudemos clara e objetivamente chegar á
conclusão que os dois documentos legais se constituem no esteio da atual legislação
educacional, tendo-se em vista a relevância, a abrangência bem como a profundidade de
suas disposições em matéria educacional. De fato, pudemos facilmente demonstrar que
todos os avanços sem precedentes que se verificaram no âmbito da educação brasileira
hodierna devem ser tributados em sua maioria ao disposto na constituição de 1988 bem
como á Lei n. 9394/96, os quais ensejaram logicamente novas conquistas na melhoria
bem como no aperfeiçoamento do sistema educacional nacional, possibilitando uma
sensível ampliação do exercício e gozo do direito social público subjetivo á educação
relativamente a faixas sempre maiores da população brasileira, o que pode ser claramente
constatado a partir da análise de dados e estatísticas recentes que demonstram que o Brasil
registrou significativos avanços na área educacional, dentre os quais a redução
significativo do número de analfabetos.

Finalmente, o presente trabalho se propus a demonstrar a relevância bem como a evolução


crescentes da legislação educacional a partir da CF de 1988 bem como da nova LDB, com
o intuito de sensibilizar bem como de conscientizar os juristas, pesquisadores, acadêmicos
e profissionais do Direito brasileiros no sentido específico de efetuarem novos estudos,
investigações e análises junto ao bojo textual legal de ambos os referidos documentos
legais de forma tal a determinarem bem como a identificarem aspectos e pontos de seus
respectivos conteúdos que possam ser melhorados e aperfeiçoados, que tratem de matéria
educacional, de forma tal a favorecerem bem como a conferirem maiores eficácia e
completude á moderna legislação educacional nacional.
¹Mestre em Direito Constitucional/UFC, Doutorando em Ciências Jurídicas y
Sociales/UMSA e Professor de Direito da UESPI – Universidade Estadual do Piauí

Retirado do site no dia 28/09/2018:


http://www.iunib.com/revista_juridica/2010/11/19/a-ldb-e-a-constituicao-brasileira-de-
1988-os-dois-pilares-da-atual-legislacao-educacional-nacional/

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, Ubiratan. LDB: memória e comentários. 2. ed. Fortaleza: Livro Técnico, 2003.

BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites


e possibilidades. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.

BEST, Francine. Education, culture, droits de l’homme et compréhension internationale.


Paris: UNESCO, 1991.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB: passo a passo: Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (Lei n. 9394/96), comentada e interpretada, artigo por artigo. 2. ed.
atual. São Paulo: Avercamp, 2005.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva: artigo a artigo.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Direitos Difusos na Constituição de 1988. In: Revista de


Direito Público. São Paulo, n. 88, Out-Dez. 1988.

HERKENHOFF, João Baptista. Como funciona a cidadania. 2. ed. Manaus: Valer, 2001.

MARTINS, Vicente. A Lei da Educação Nacional. 2003.

OLIVEIRA. Romualdo Portela de. O direito á educação. In: Gestão, financiamento e


direito á educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo:
Malheiros, 1992

S-ar putea să vă placă și