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NAZISTAS,

NAZIST AS, SUÁSTICAS


SUÁSTICAS E MAIS!
MAIS!
Revista com nova
FASE!
Interatividade e muito
RPG pra todos!
BC
N°9
36 págs.!

ROLEPLAYING GAME

Estalagem
Reformamos quase tudo...
Lançamentos nacionais e gringos!

EXEMPLAR GRATUITO

2007
Contos de Bromo

ABRIL
Manter os olhos abertos as vezes pode ser
difícil e doloroso

No. 09
ANO 2
Armas Exóticas

BEHOLDER CEGO
Cansado de usar espadas longas?
Aprenda a usar armas muito mais legais:
Aun Kabutsuchi Ougon-chu
Barafuma E muito mais!

Adaptação do mangá

4D&T +
Entrevista
Raio X sobre o sucessor de um
dos jogos de maior sucesso no
OF THE IMMORTAL
RPG nacional Ambientação Talentos Modelo E mais
ROLEPLAYING GAME CAMINHADA AO 2° DÍGITO!
BEHOLDER CEGO
ABRIL 2007 EDIÇÃO #09
Equipe Beholder Cego
Editor: Maury Abreu
EDITORIAL
Diretor de Arte: Pablo Urpia
Assistente Gráfico: Geliard
LÂMINAS, LÂMINAS E MAIS LÂMINAS
Revisão: Maury Abreu
Projeto Gráfico: Pablo Urpia
Diretor: Bromo, o Beholder Cego
Editoração Eletrônica: Pablo Urpia

ILUSTRAÇÕES
Hiroaki Samura, Nissun, André Vazzios, Júlio Ferreira,
Chix0r, Chan01, Liquidkid1, Judas

ESCRITORES
O lá leitores! Estamos de volta. Isso mesmo, o beholder abriu seus olhos novamente.
Primeiramente, devemos sinceras desculpas aos que nos acompanham nesta árdua jor-
nada por eventuais atrasos (que ficaram um pouco constantes) em nossas edições. To-
dos nós que integramos a Equipe Beholder Cego temos nossos afazeres, compromissos, estudos,
trabalhos e além de tudo isso (que já é uma responsabilidade enorme e que nos ocupa o bastan-
Maury “Shi Dark” Abreu, Pablo “Raven” Urpia, te), vivemos nossas vidas assim como muitos de vocês o fazem. Manter a revista sempre ao al-
Bromo, o Beholder Cego cance de vocês faz parte de um esforço tremendo, mas muito recompensador, pois afinal esta-
mos fazendo aquilo que gostamos. Assim como jogar RPG, nossa querida revista também é um
COLABORADORES hobby muito divertido e prazeroso.
Ivan “Piro” Almeida da Silva e Estevão “Snake” Costa Mesmo com todos esses contratempos e obstáculos, cá estamos nós, em nossa 9ª edição e
cá entre nós, poucas revistas, eletrônicas ou impressas chegaram a este ponto e podemos até
EQUIPE BEHOLDER CEGO
Site:
contar nos dedos de uma mão só quais delas aqui chegaram. E em clima de véspera para a nos-
www.beholdercego.com.sapo.pt sa décima edição (que será uma edição eu diria até que de luxo), preparamos para vocês uma re-
E-mail: vista com matérias diversificadas, conteúdo para múltiplos sistemas e cenários, vários colabora-
beholdercego@gmail.com dores e até faixa etária!
Comunidade no Orkut: Em nossa capa, na seção Olho Central, trazemos uma adaptação singular do Japão feudal
www.orkut.com/community.aspx?cmm= através do mangá BLADE: A LÂMINA DO IMORTAL, assinada por Estevão “Snake” Costa que nos
1999655 apresenta a uma trama fantástica recheada de incríveis imortais, ronins que não têm o menor pu-
Lista de Discussão:
dor, e muita, mais muita porrada no Sistema d20. Complementando esta matéria, você terá a o-
http?//br.groups.yahoo.com/group/beholdercego
Equipe:Maury Abreu, Pablo Urpia , Bromo, Jonatas
portunidade de usar as lâminas dos personagens de BLADE em sua mesa jogo num artigo inédi-
Moretto e Geliard Barbosa to sobre armas exóticas. Seguindo adiante, temos como matéria destaque uma outra adaptação:
Segunda Guerra Mundial, na Visão do Futuro, com direito a tanques e armas de época na vi-
AGRADECIMENTOS são privilegiada de Ivan Piro - d20, Cães de Guerra (Daemon) que nada! Defenda a sua bandeira
Jambô Editora: www.jamborpg.com.br com um velho conhecido... Contamos ainda com uma pesadíssima história nos Contos de Bro-
Daemon Editora: www.daemon.com.br mo de Antônio Augusto Shaftiel - autor de livros como Jyhad, Abismo, entre outros - para maio-
Espaço 3D&T: www.espaco3dt.cjb.net res de 18 anos. Foi isso mesmo que você acabou de ler, 18 anos! Em nossa visão Raio X, temos
Ephyrea: www.ephyrea.1br.net uma resenha do recente RPG Defensores de Tóquio 4D&T, com tudo o que você precisa saber so-
Rede RPG: www.rederpg.com.br
bre o sucessor do simples 3D&T mais uma entrevista exclusiva de seu criador, Marcelo Cassaro
Pergaminhos de Tanna-Toh:
www.pergaminhosdetannatoh.rg3.net - Tormenta, Holy Avenger, Dungeon Crawlers, entre outros - concedida a Maury Abreu sobre este
polêmico título. E em nossa confortável e reformada Estalagem do Beholder Cego você po-
BEHOLDER CEGO é uma publicação gratuita derá conferir lançamentos internacionais, nacionais, eletrônicos e um palpite da casa para a esco-
da Equipe Beholder Cego. lha de um bom livro.
2007 Equipe Beholder Cego Com isso finalizamos nossas matérias e nossa última edição... com apenas um dígito. Espe-
ramos que a partir daqui a revista Beholder Cego continue trazendo material de qualidade para
NÚMEROS ANTERIORES vocês leitores, que desde a edição #00 nos prestigiam com uma paciente atenção. Que deste nú-
Para obter os números mais antigos da revista
mero em diante a sua revista se recorde de tudo que já foi produzido até aqui e cavalgue para es-
on-line Beholder Cego, basta acessar o website
da revista no seguinte endereço:
tradas ainda mais vitoriosas e que os nossos caminhos se cruzem por bastante tempo. Como di-
www.beholdercego.com.sapo.pt ou ria um narrador muito criticado no Brasil: “Que venham os dígitos”! Vamos recomeçar a contar
www.jamborpg.com.br. as unidades juntos, pois é a partir delas que conseguimos chegar até aqui, mas não sem um gru-
Não deixe de completar a sua coleção da po unido. Desconheço a história de que algum grupo sem unidade conseguiu triunfar.
Beholder Cego! Em caso de dúvida, envie um Nos dispedimos então desta edição e até a tão esperada edição de número 10, com presen-
e-mail para beholdercego@gmail.com tes, surpresas e como sempre material de qualidade.
E como não poderia deixar de ser:
ATENÇÃO: A revista on-line BEHOLDER CEGO
Sejam Bem-vindos a Beholder Cego. Entrem, e sintam-se à vontade!
é uma publicação independente e totalmente gra-
tuita. Todos os jogos, notícias e ilustrações, são
marcas registradas de seus respectivos autores,
utilizados aqui com o único e exclusivo propósito
de resenha.
Se você pagou por alguma edição desta revista,
você foi enganado.

DISTRIBUIÇÃO NA INTERNET
Pablo Urpia
Pablo Urpia
Você pode encontrar a revista on-line BEHOLDER Equipe Beholder Cego
CEGO nos endereços a seguir:
www.beholdercego.com.sapo.pt
www.jamborpg.com.br BEHOLDER CEGO, Equipe Beholder Cego. Maury Abreu, Pablo Urpia, Jonatas Moretto e Geliard Barbosa. Envie suas dúvidas e sugestões
www.espaco3dt.cjb.net à Equipe Beholder Cego para o e-mail: beholdercego@gmail.com com a palavra “Sugestão” e nos ajude a fazer da revista on-line BC um inter-
câmbio entre o leitor e nossa equipe. Para ver seus artigos publicados aqui na BC, envie um e-mail com a palavra “Artigos” e nos ajude a fazer
a Beholder Cego com suas próprias mãos. Para anunciar seu produto, site, ou qualquer coisa do gênero aqui na BC, envie um e-mail com a pa-
lavra “Anúncios” e fique sabendo como se tornar um anunciante da Beholder Cego.

2 Abril 2007
DESTAQUES DESTA EDIÇÃO

VISÃO DO FUTURO
Adaptação completa da II Guerra
Mundial especialmente para aqueles
leitores que setiam falta do 3D&T
na revista.
Regras alternativas para guerras, com-
bates, armas, veículos e muito mais!
Todos os elementos da Segunda Gran-
de Guerra reúnidos aqui na sua revis-
ta on-line!

pág. 26

E AINDA:
EdBC
4 NOTÍCIAS
A volta de um dos projetos mais
bem sucedidos da história da re-
de mundial de computadores!

Raio X
8 4D&T

14
PÁG.
Resenha do jogo mais uma entre-
vista exclusiva com Marcelo Cas-
saro.

Ação Aleatória
18 ARMAS EXÓTICAS
As armas na sua mesa de jogo não
serão mais as mesmas depois des-
ta matéria!

Contos de Bromo
32 DE OLHOS BEM ABERTOS
Conto inédito de Antônio Augus-
to Shaftiel para maiores de idade.
Isso mesmo. Censura de 18 anos!
OF THE IMMORTAL
www.beholdercego.com.sapo.pt 3
EdBC

Por Bromo e Shi Dark

Bem vindo à estalagem!


A pós quase cinco anos na internet oferecendo materiais
de RPG a seus freqüentadores, a estalagem e a revista
Últimos Dias
Beholder Cego, agora perto de alcançar dois dígitos, traz aos Criado e mantido por fãs de Forgotten Realms Os Últimos Dias
seus leitores informações e notícias do mundo RPGístico. Tu- de Glória (http://www.ultimosdiasdegloria.bluehosting.com.br)
do o que aconteceu (ou que está para acontecer) relacionado a é um site que transmite a seus freqüentadores todos os eventos
esse nosso fascinante hobby: lançamentos nacionais e interna- da Comitiva da Fé, na campanha de RPG que dá nome ao site.
cionais, eventos, notícias, etc. Tudo para manter vocês leitores, Os contos que cercam esta épica estória nos Reinos Esqueci-
bem informados. dos tem atraído muito a atenção de fãs, que visitam o site em
Sou Bromo, o beholder cego à sua disposição. busca de uma leitura agradável e carismática.
O que mais posso eu dizer?! Além disso, Os Últimos Dias de Glória também traz a seus visitan-
Entrem e sintam-se à vontade! tes traduções de materiais lançados gratuitamente pela Wizards of the
Coast na internet, incluindo suplementos, livros, aventuras e muito mais.
Certamente uma ótima opção para os fãs de Forgo-
tten que buscam por boas estórias e suplementos.
Green Ronin
pela Jambô Editora Aviso
Com a liberação das regras do Sistema d20, pela Wizards of Exepcionalmente, informamos
the Coast, várias editoras puderam publicar suplementos para que nesta edição por motivos de es-
este jogo. Muitas acabaram se destacando, trazendo títulos ino- paço não teremos a presença da se-
vadores como é o caso da Green Ronin, uma editora estrangei- ção Cantinho da Estalagem.
ra responsável por uma série de títulos aclamados entre os fãs Mas não deixe de nos mandar um
de d20, como True20, Mutants & Masterminds e Freeport. pergaminho! Sua opinião é muito impor-
Recentemente a editora Jambô, de Porto Alegre, firmou parceria tante para que a revista corrija erros e
com a Green Ronin para publicação de seus títulos aqui no Brasil. E as acerte em edições futuras.
primeiras da lista são as aventuras da série Porto Livre (Freeport, no ori- Mande sugestões, reclamações, as
ginal). A primeira delas, Morte em Porto Livre, já está disponível, e con- pérolas do anão do seu grupo, dicas de
duzirá os jogadores através de uma cidade fundada por piratas, re- matérias ou mesmo a própria matéria.
cheada de segredos e trapaças em uma aventura para personagens de Quem sabe o seu cenário possa ser apre-
1º a 3º nível. Além da aventura em si, o livro traz descrição, história e sentadoem nossas páginas?
mapa da cidade de Porto Livre, a nova raça dos homens-serpente e Novamente nos desculpamos e até
alguns novos itens mágicos. a poxima edição (a décima!) com mui-
Pra completar, a Jambô pretende lançar as demais aventuras que tas surpresas e atrações especiais, aguar-
compõem esta trilogia e, mais adiante, lançar uma versão na- dem...
cional do famoso livro Mutants & Masterminds. Se estes tí-
tulos seguirem a mesma qualidade dos demais títulos da equipe
editora - como o também recentemente lançado Guia de
Personagens para os Reinos de Ferro, o maior livro de RPG
em língua portuguesa - podemos esperar com materi- ROLEPLAYING GAME

ais de excelente qualidade para 2007.

4 Abril 2007
NOTÍCIAS

À Cozinha! Novas de Longe


~ brasil esta´ de volta
Dragao War Machine
A Dragão Brasil está de volta! Após uma vidades para a magazine, incluindo tradução Existem muitos jogos de miniatura no
longa ausência nas bancas e livrarias, a mais de materiais oficiais para os mais variados sis- mercado, geralmente baseados em algum
antiga revista de RPG do Brasil temas. jogo ou cenário já famoso como o D&D
esta retornando, sob nova dire- Na DB#121, a primeira de Miniatures e o Star Wars Miniatures. Mas es-
ção. Agora a responsabilidade Silvio, temos resenha de tes são somente dois exemplos de muitos
da revista para da RedeRPG pa- Hunter the Reckoner, um suple- outros.
ra Silvio Compagnoni Mar- mento para Storyteller com ma- Warmachine é um destes jogos de minia-
tins, que já trabalhou na Devir terial oficial lançado pela White tura pouco conhecidos no Brasil, mas que fa-
Livraria. Silvio surge em um Wolf , um artigo sobre jogos de zem um grande sucesso lá fora. Criado e pu-
momento que muitos conside- miniaturas, material para RPG blicado pela Private Press (a mesma editora
ram como complicado para o Quest, a classe matador de dra- responsável pelos direitos dos Reinos de Fer-
mercado RPGístico brasileiro, gões (oficial da Wizards) e mui- ro no exterior) Warmachine leva os jogado-
assumindo a Dragão Brasil a par- to mais. A proposta atual da res a um cenário onde a terra foi devastada
tir de sua edição de número 121 Dragão Brasil é ser mais do que devido à construção de ferozes máquinas de
(que, ao contrário do que noti- uma revista com aventuras de guerra. O ambiente é basea-
ciamos na BC#08, não chegou a ser publica- RPG, mas uma magazine dedicada a todo ti- do no próprio cenário dos
da). Agora o editor promete trazer muitas no- po de jogo relacionado ao gênero. Reinos de Ferro, mistu-
Longa vida ao dragão. rando magia arcana com
Blaken tecnologia.
Blaken é uma história em quadrinhos de Rpg magazine
aventura e humor. Conta a história de Issamu, Depois de longos meses de plane-
um habilidoso viajante que tenta, a todos os jamento e espera enfim esta pronta a e-
custos, proteger Kiwa e Rera, duas meninas dição zero da fanzine RPG Magazine.
que, além de se meterem em problemas por Como todo fanzine, é desenvolvida por
conta própria, repentinamente passam a ser fãs e jogadores de RPG, com a participa-
perseguidas por estranhos desconhecidos. A ção de nomes conhecidos na internet, ou
arte conta com cores vivas, desenhos estiliza- mesmo fora desta como Marcelo Rodrigues,
dos e traçado único. O roteiro é repleto de coordenador do projeto Tagmar 2; Alex
seqüências de ação e personagens carismáti- “Tzimice”, que já assinou matérias na antiga Dragão Brasil; e Antoônio Augusto “Shaftiel”, au-
cos que prometem agradar, entre demais lei- tor de livros como Abismo, da Editora Daemon (e também nosso cola-
tores de quadrinhos, os fãs de mangá. Já com borador nesta edição, entre os Contos do Bromo).
cinco edições, Blaken é disponibilizado gratui- A matéria de capa é assinada pelo próprio editor/diretor/escri-
tamente pela internet no site de seu autor: tor da Beholder Cego, Maury “Shi Dark” Abreu, e traz materiais su-
www.francisortolan.ppg.br. Alem das histó-
plementares para seu último livro, o Guia dos Dragões apresentan-
rias em quadrinhos podem ser encontradas do regras para o dragão-abissal e o kit cavaleiro de bestas. E
no site ilustrações algumas de animações. Marcelo Del Debbio dá uma entrevista à equipe, falando de
Francis Ortolan, autor da estória, é um assuntos variados, de RPG à política.
desenhista curitibano, formado em desenho A fanzine não é vendida em bancas, sua distribuição é
industrial na PUC-PR. Trabalha com criação bastante limitada. Para adquirir seu exemplar, entre em co-
na AAB Propaganda onde faz ilustrações e de- ntato com a equipe pelo e-mail rpgmagazine@gmail.com
mais materiais gráficos. Mensalmente publica ou entre na comunidade do orkut:
tiras na revista Referencia. Independentemente . http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=21653385
produz histórias em quadrinhos e animações
para distribuição gratuita na internet.
Prato do Mês
O gosto pela leitura é algo que acom- A trilogia é especialmente centrada no elfo
panha a grande maioria dos RPGistas. negro, que abandona sua
Ao se tratar de estórias ligadas a este fan- antiga vida de assassinato
tástico jogo, melhor ainda! Assim, é rela- nas cidades subterrâneas
tivamente comum encontrarmos roman- para viver aventuras na
ces e contos que introduzem todo um superfície, ao lado do
cenário de jogo. anão Bruenor, o bárbaro
Assim é, por exemplo, a Trilogia do Vale Wulfgar e o halfling
Gélido. Escrita por Robert A. Salvatori, famo- Regis.
so escritor no mundo RPGístico, a trilogia é A Devir Livraria
uma ótima introdução para o cenário de já trouxe para o Brasil
Forgotten Realms, com a participação de o terceiro volume da
um dos personagens mais famosos do mun- série, A Jóia do Halfling,
do do RPG: Drizzt do'Urden, o elfo negro. em português.

www.beholdercego.com.sapo.pt 5
RAIO X

C riado em 1994 o jogo Defensores de Tóquio era total-


mente dedicado a personagens de séries e desenhos
japoneses, como Jaspion, Power Rangers e Cavaleiros do Zodía-
co que estava no ápice de seu sucesso no Brasil. Esta primei-
ra versão, entretanto, era totalmente satírica, seu objetivo
principal era ironizar e se divertir com tais personagens.
Com o tempo, entretanto, o jogo cresceu, ganhou uma ver-
são Advanced e, depois, uma Terceira Edição quando foi re-
batizado com o nome de 3D&T Defensores de Tóquio 3ª Edi-
ção.
Quando a Wizards of the Coast liberou o mais famoso sistema
de regras do mundo para que outras editoras publicassem jogos
com estas regras, muitas editoras e autores aderiram ao movimen-
to. E o 3D&T foi um deles por determinação de seu autor, Mar-
celo Cassaro, o 3D&T foi totalmente reformulado, modificado e
recebeu fortes influências do Sistema d20. Assim nasceu o Defenso-
res de Tóquio 4ª Edição que já se encontra disponível à venda em lo-
jas e livrarias especializadas.
Nesta edição a sessão Raio-X da Beholder Cego analisará os pon-
tos fortes e fracos deste novo sistema. Mas desta vez teremos algo
novo a participação do próprio Marcelo Cassaro, autor do 4D&T,
em uma entrevista exclusiva. Assim, você poderá acompanhar a
nossa própria resenha ao lado da entrevista.

SISTEMA D20
DEFENSORES SIMPLIFICADO?!
O 4D&T é um sistema dedicado a super-heróis japoneses, se-
jam eles provenientes de anime, manga, tokusatsu (aquelas séries
DE TÓQUIO com personagens que se transformam, como Black Kamen Rider e
Ultramen) ou super sentai (um tipo de tokusatsu onde os protago-
nistas são uma equipe de cinco integrantes coloridos, como os

4ª EDIÇÃO Rangers, Flashman e Changeman). Todos os elementos orientais estão


lá desde os mechas (robôs gigantes) até os chamados “super de-
formed” (quando um personagem passa por uma situação cons-
trangedora e fica com o corpo pequeno e a cabeça enorme).
REVIEW DO SUCESSOR Muito se falou de que o novo 4D&T seria um 3D&T com in-
fluência de d20. Bom, pessoalmente eu diria que ele é um d20 com
DO 3D&T MAIS UMA influência de 3D&T. Afinal, a não ser pelos Talentos voltados pa-
ENTREVISTA EXCLUSIVA ra o gênero oriental e das raças kemono e youkai tudo ali vem do
Sistema d20: seis atributos básicos, mecânica de jogo do tipo “lan-
COM ce os dados, some o modificador e supere a dificuldade”, o siste-
ma de magias, CA, Fortitude, Reflexos, Vontade... Tudo isso é i-
MARCELO CASSARO dêntico ao Sistema d20.
Mas o 4D&T também traz algumas diferenças interessantes.
Por Maury “Shi Dark” Abreu Por exemplo, agora existem os “Defeitos”, coisas que tornam o
personagem mais imperfeito. Sempre senti um pouco de falta dis-
so em d20, e sempre busquei por uma solução. Então eis que ela
surgiu. A forma como os defeitos são adquiridos, entretanto, não
é muito satisfatória: um Defeito por nível de personagem. Isso sig-
nifica que um personagem de 1° nível pode ter somente um Defei-
to, enquanto um personagem mais experiente, de 2° nível, pode
ter dois Defeitos. Essa forma de seleção de defeitos pode gerar si-
tuações bastante grotescas por exemplo, ao chegar no 2° nível o
jogador decide adquirir o Defeito Distraído. Quer dizer que só no
2º nível o personagem descobriu que era distraído? Acho que se-
ria melhor que todos os Defeitos fossem selecionados no 1° nível,
e um novo Defeito apenas pudesse ser adicionado em situações es-
peciais e isso não traria nenhum benefício, como acontecia no an-
tigo 3D&T.
Mestre Arsenal: agora muito
Outras regras também são diferentes do padrão d20. Por exem-
mais do que turbinado!

8 Abril 2007
REVIEWS
plo, os PVs dos personagens não são de- ou o BESM mas o preço mais acessível importada de Portugal. Mais tarde, tive-
terminados lançando-se dados mas sim do 4D&T deve ajudar muito na decisão mos que aprender inglês para jogar
do cálculo de um número médio pré-esta- (e também o fato de ser descrito todo AD&D.
belecido (de acordo com a classe) mais em um único livro, enquanto o D&D Conforme me envolvia com o jogo,
ou modificador de Constituição, tudo is- necessita de três livros para se conhecer comecei a querer trabalhar com ele.
so multiplicado pelo nível. Bem mais sim- todas as regras). Quando era editor da revista Gamers, da
ples, embora torne os personagens muito Apesar das diferenças, é perfeitamen- Escala, comecei uma coluna fixa, rese-
parecidos entre si (basta ter o mesmo mo- te possível utilizar materiais de D&D em nhando os jogos da época. Lembro que
dificador de Cons e o mesmo nível que 4D&T. Essa “universalização dos siste- falamos de Gurps, Desafio dos Banderiantes
dois personagens terão a mesma quanti- mas” tende a ajudar os novatos a apren- (o segundo RPG criado no Brasil, logo
dade de PVs). Mas tudo bem, afinal a der a jogar RPG, uma vez que a partir de após Tagmar) e DemosCorp (o terceiro).
idéia é simplificar. Só não entendo por- então teremos um sistema de jogo e ou- Mais tarde, pensei em começar uma
que existe, na ficha de personagem, um tros menores, mais simplificados do mes- revista especializada, nos moldes das nor-
espaço reservado ao “Dado de Vida”, já mo. Para os mais experientes, entretanto, te-americanas. Naquela época havia a
que isso não existe para personagens jo- isso é um problema já que elimina as Dragon Magazine, Dungeon Magazine e al-
gadores... possibilidades de jogar “algo novo”. guns títulos multi-sistema, como a Pyra-
As perícias também são diferentes - mid e InPhobia (que não existem mais). A
estão divididas em grupos, e cada classe própria Escala não aceitou o projeto, ele
seleciona uma certa quantidade de gru- acabou sendo realizado pela então edito-
pos. Uma vez selecionado um grupo de ra Trama (atual Talismã). Assim nasceu a
perícias, um personagem passa a ter to- Dragão Brasil.
das as perícias inseridas dentro deste gru- Era a primeira revista mensal especia-
po, com graduações iguais para todas elas. lizada em RPG no Brasil. Antes existia a
Bem mais simples do que dividir gradua- Dragão Dourado, que teve cinco ou seis e-
ções entre tantas perícias. dições, mas não era mensal, nem era es-
Não há lista de equipamento! Não há pecializada era uma revista em quadri-
armas nem armaduras! Ao invés disso, o nhos, com um encarte sobre RPG. Mes-
livro traz regras para que o Mestre e os mo assim, é bastante lembrada pelos joga-
Jogadores criem seu próprio equipamen- dores da época.
to. Uma boa sacada. Mas isso não torna BC Um dos teus últimos lançamen-
o capítulo de equipamentos pequeno, já tos foi o 4D&T, uma “versão aprimo-
que ele ainda se dedica a apresentar re- rada” do antigo 3D&T que antes
gras para veículos e mechas. mesmo de seu lançamento já recebia
elogios de um lado e críticas de outro.
FUSÃO ENTRE O que tu podes nos dizer sobre o livro?
MC 3D&T funcionou muito bem co-
SISTEMAS mo porta de entrada para o hobby, ele foi
4D&T é um jogo OGL (que segue a inventado para isso mesmo. Era barato e
Open Game License). Com isso, ele tor- Manual 4D&T
acessível, formou toda uma nova geração
na-se compatível com outros jogos OGL de RPGistas. Fãs de anime e mangá mi-
como o Dungeons & Dragons, d20 Modern, graram para o RPG. Muitos se interessa-
Sistema d20 OGL
BESM d20, Ação!!!, Primeira Aventura, Star Editora JBC ram mais tarde por jogos mais difíceis,
Wars d20, Call of Cthulhu... E tantos ou- 124 págs. P&B, Capa Mole, Português - R$ 19,90
complexos esse era o plano original. O
tros que tenham o selo d20 ou que sim- público aumentou, o mercado e os joga-
plesmente sigam as regras OGL. ENTREVISTA dores se beneficiaram.
Para aqueles que já conhecem e/ou
utilizam o Sistema d20, 4D&T se torna COM CASSARO O que eu não previa, é que tantos jo-
gadores continuariam preferindo rolar
um jogo dispensável (a não ser que você BC Uma pequena introdução: No- 3D&T a longo prazo. Mesmo com todo
esteja muito interessado nos Talentos icô- me completo, idade, CPF, RG, estado o material de campanha oferecido ao lon-
nicos descritos no livro). Apesar disso civil, endereço, telefone para contato, go dos anos pela Dragão Brasil, sempre a-
eles não chegam a ser adversários (assim tipo sangüíneo... Brincadeira à parte, creditei que a maioria dos jogadores mu-
como o 4D&T não chega a ser adversá- seguindo adiante: como e quando tu daria para jogos mais complexos. Com
rio do BESM d20 que traz um conjunto começaste o teu envolvimento com certeza, subestimei o apelo de 3D&T.
de regras para se jogar d20 com clima de RPG? Há quanto tempo trabalha com BC O 4D&T é uma fusão de 3D&T
anime e mangá). 4D&T é uma versão esse assunto? com d20. Porque isso? Porque não
muito simplificada do d20, específico pa- MC Conheci Dungeons & Dragons quan- continuar trabalhando com os dois
ra o público que esta começando a apren- do eu e meus amigos ouvimos falar de sistemas separados? Qual a justificati-
der RPG - enquanto os outros dois são um “jogo diferente”, então resolvemos va dessa “fusão”?
mais voltados para um público um pou- experimentar. Foi por volta de 1987-88, MC Como muitos sabem, tive uma saí-
co mais experiente. Claro, isso não impe- quando nem havia jogos traduzidos no da conturbada da editora que publicou
de que se comece a jogar com o D&D Brasil, havia apenas uma versão de D&D 3D&T. A empresa continua comerciali-

www.beholdercego.com.sapo.pt 9
RAIO X
zando seus livros básicos e suplementos, depende de seu interesse. Se você gosta mero-alvo. Em ambos há Força, Destre-
sem minha autorização. Assim, produzin- MUITO de marmotas-marinhas, estudar za, Constituição, Inteligência, Sabedoria,
do material para esse mesmo jogo mes- uma língua morta durante anos vale a pe- Carisma. Há classes, níveis, talentos e pe-
mo em outra editora , eu estaria apenas na. Mas outras pessoas ficariam satisfei- rícias. E há Pontos de Vida, Classe de Ar-
ajudando-os a lucrar ainda mais com meu tas com os poucos livros disponíveis em madura, Fortitude, Reflexos, Vontade e
trabalho. línguas mais fáceis. Para estas pessoas, é outros termos comuns. Mesmo assim há
Entendo que os fãs não têm culpa suficiente. muitas diferenças mecânicas, o Mestre
nenhuma, querem apenas continuar se di- RPG é um dos passatempos mais en- precisará fazer adaptações. 4D&T vai
vertindo com seu jogo favorito. Podem volventes, divertidos, saudáveis e seguros precisa ainda de vários suplementos, an-
acreditar, também fiquei decepcionado que existem. Sou a favor de tornar o ho- tes de ser totalmente compatível com ou-
quando a Dragão Brasil um veículo que bby mais acessível a todos, sou a favor tros produtos d20.
começamos e conduzimos durante mais que mais pessoas possam jogar. Isso sig- BC Ouvi dizer que o próximo lan-
de dez anos mudou de mãos, abandonou nifica remover obstáculos. E aprender çamento para o 4D&T será o Manual
seu público, e por isso acabou interrom- um novo sistema para cada novo jogo - da Magia que, aliás, era muito espera-
pida. Mas foi a decisão da nova diretoria, quando um único sistema é suficiente é do na época do 3D&T. O que pode-
e claro que não concordei com ela. um grande obstáculo. mos esperar desse suplemento? E que
3D&T teve seu papel, formou novos O Sistema d20 não é perfeito, não é outros suplementos tu tens em mente?
jogadores, mas ainda é apenas um jogo i- universal. Ele é heróico, próprio para aven- MC As regras de magia no Manual
solado. Minha intenção com 4D&T, é turas de ação, em que os heróis não fa- 4D&T são rudimentares, muito simples
que funcione da mesma forma para o Sis- lham ou morrem com facilidade. Não mesmo. Não usam a maioria das regras
tema d20. funciona tão bem para histórias pesadas, do Sistema d20. No Manual da Magia estas
O Brasil já tem muitos títulos compa- realistas (Call of Cthulhu d20 não teve regras serão introduzidas como magias
tíveis com D20 em várias editoras, mas muitos outros lançamentos após seu pri- arcanas e divinas separadas, talentos me-
todos requerem os três manuais básicos meiro livro básico). Também acho que tamágicos, Resistência a Magia... haverá
D&D: Livro do Jogador, do Mestre e dos ele é excessivamente complicado em nív- também sistemas alternativos para lançar
Monstros. Por seu acabamento luxuoso e eis elevados personagens de nível alto magias, familiares, monstros mágicos, e
quantidade imensa de material, são bem ficam difíceis de manusear, têm uma uma porção de novos talentos e defeitos
caros. São também complexos nenhum quantidade muito grande de pequenas baseados em magia e anime.
jogo com mil páginas de instruções pode habilidades (raciais, de classe, perícias, ta- Os talentos metamágicos de 4D&T
ser simples. Um novato vai hesitar antes lentos, magias...). Prefiro personagens existem de forma parecida com suas ver-
de arriscar. Mas, se houver uma versão com poucas habilidades, mas melhores e sões d20 normais, mas funcionam dife-
menor, a passagem fica mais fácil. Ele pa- mais marcantes. Aliás, por isso mesmo rente. Em vez de aumentar o nível da ma-
ga pouco, aprende rápido, descobre co- fiz 4D&T com apenas dez níveis. gia afetada (não daria muito certo, pois
mo é divertido, então vai migrar para Cada gênero, cada cenário, até mes- em 4D&T as magias chegam apenas até
D&D sem medo. mo cada mesa de jogo, requer suas pró- 5º nível), o talento permite afetar apenas
BC E o que acontecerá com o prias regras para ficar perfeito. Qualquer uma magia por dia. Então, se você possui
3D&T? Como ficarão os fãs deste jo- jogador experiente sabe disso. Mas apren- Maximizar Magia, pode lançar uma magia
go que ainda anseiam por material der um conjunto novo de regras pode maximizada uma vez por dia, sem que ela
novo? ser demorado, complicado e desnecessá- precise ser memorizada como pertencen-
MC Francamente, os fãs não precisam rio. Eu mesmo prefiro Call of Cthulhu do a níveis superiores.
de mim para isso. O jogo é bastante com- d20 à sua versão original embora sua am- Não tenho ainda planos para outros
pleto em sua versão mais recente eu mes- bientação seja sensacional, não me sinto títulos após o Manual da Magia, vejamos
mo não imagino o que poderia fazer para motivado a aprender regras novas para quais serão os pedidos dos jogadores
melhorá-lo, sem comprometer a simplici- jogá-lo. A versão d20, para mim, é sufi- BC Pretendes fazer um Tormenta
dade. Na Internet, os próprios jogadores ciente. 4D&T? Ou o Tormenta d20 já cumpre
andam ocupados com seus cenários e re- Não acredito na extinção de todos os esse papel?
gras opcionais, tenho visto alguns materi- outros sistemas. Não acredito que o Sis- MC Não há nenhum “Tormenta
ais excelentes. Hoje, há autores de 3D&T tema d20 comporta todos os gêneros tão 4D&T” em andamento. Espero desen-
melhores que eu. bem quanto sistemas sob medida fariam. volver 4D&T para que o próprio Tormen-
BC Tu és a favor da “universaliza- Mas também não acredito em descartá- ta D20 seja suficiente.
ção” dos sistemas? Somente um siste- lo apenas por esse motivo. Na grande O 3D&T recebia grande supor-
ma que seja aplicado a todos os tipos maioria dos casos, o Sistema d20 é suficien- te por parte da antiga Dragão Brasil,
de cenário? Por que isso? te e ser suficiente, muitas vezes, é tudo com ocasionais suplementos que,
MC Suficiente é a palavra-chave. que queremos ou precisamos. mais tarde, acabavam se tornando ofi-
Digamos que você tenha interesse BC O 4D&T e o d20 são compatí- ciais. A Dragonslayer cumprirá esse
em, deixa ver, marmotas-marinhas. Não veis? Eu posso usar livros com o selo papel com relação ao 4D&T?
há muita literatura sobre o assunto. Os d20 em 4D&T? Isso já está acontecendo. A maior
melhores livros especializados são escri- MC São compatíveis em seus elemen- parte do material da DragonSlayer, por ser
tos em um dialeto asiático arcaico, que tos mais básicos. Em ambos você rola os compatível com o Sistema d20, também
leva-se anos para dominar, e você dificil- dados (1d20 ou 4d6), adiciona modifica- servirá para 4D&T com pouca ou nenhu-
mente usará outra vez. Sua escolha, claro, dores, e compara o resultado a um nú- ma adaptação.

10 Abril 2007
REVIEWS
BC Aproveitando para falar um pou- nhar?! Ou tenta surpreendê-la, baseado inteiros muito parecidos.
co sobre a DragonSlayer. Nos tempos nas coisas que sabe sobre ela? Eis aí a di- Mas dizer que são “iguais” é absurdo.
da antiga Dragão Brasil havia quem a ferença. Falamos agora há pouco sobre jogos que
criticasse porque havia muita adapta- BC E os Reinos de Moreania? Eles precisam de regras específicas, e todos
ção de anime. Alguns dizem que a continuarão a ser desenvolvidos exclu- os três são específicos para seus gêneros.
DragonSlayer estaria trilhando um ca- sivamente dentro da DragonSlayer ou Nenhum deles tem armas de fogo e equi-
minho similar. O que você tem a dizer podem se tornar independentes, com pamentos modernos tão detalhados
sobre isso? um livro básico e suplementos exclu- quanto Ação!!! Nenhum tem raças de ani-
MC Será que ainda preciso dizer algu- sivos? me, escalas de poder ou robôs gigantes
ma coisa? A Dragão Brasil era criticada MC Sim, queremos que Moreania tenha como 4D&T. Nenhum tem magias, itens
por trazer anime, mas durou mais de dez livros básicos e suplementos próprios, mágicos, monstros medievais, armadilhas
anos. Quando mudou de mãos e elimi- mas ainda não temos nenhum título pla- e masmorras como Primeira Aventura.
nou temáticas de anime, suas vendas caí- nejado. Fica para o futuro. BC O que pode nos dizer sobre Ho-
ram até ser cancelada. Então, os anti-fãs BC O Primeira Aventura era uma ly Avenger? Há boatos sobre um fil-
de anime que me perdoem, mas prefiro o versão “simplificada” do D&D, lança- me que conta as estórias de Arsenal e
caminho que mantém a revista nas ban- do por você em companhia com o Sa- o Paladino; você confirma? E como
cas. ladino e o Trevisan. Depois dos dois andam as produções deste possível
A grande maioria dos leitores o verda- livros básicos houve o lançamento de filme e da série animada?
deiro público de uma revista raramente e- uma aventura, e os títulos que haviam MC Ninguém mais terá muitas notí-
mite opiniões. O verdadeiro público com- sido prometidos não saíram mais (co- cias, até que a série seja exibida. Estou
pra quando gosta, e deixa de comprar mo o Aventura!!! e o Aventura Épi- ouvindo falar de fãs que não acreditam
quando não gosta, é simples assim. Não ca!!!). Eles foram cancelados? mais na Holy animada, devido à demora.
perdem tempo reclamando em listas e fó- MC Provavelmente sim. Não é algo Acontece que este é o tempo normal pa-
runs. Pessoas que fazem isso são exce- que eu possa informar agora, mas um ra produções audiovisuais, tudo é mais
ções: se você basear o conteúdo de uma novo título deve substituir o Aventura!!! trabalhoso e demorado.
publicação apenas em suas opiniões, é Fiquem de olho. Há poucos dias ouvi falar sobre a es-
claro que vai fracassar. Elogios não me- BC Alguns jogadores reclamam tréia de Molly Star Racer (ou Oban Star Ra-
dem o sucesso de uma revista, são as ven- que Ação!!!, Primeira Aventura e cer), uma produção França-Japão, no ca-
das que o fazem. Se uma revista vende 4D&T seriam todos livros iguais, ape- nal Jetix norte-americano (já está sendo
bem, é porque mais pessoas gostam. nas com talentos e perícias diferen- dublada para exibição no Brasil). O pri-
Também existe uma diferença entre tes. O que tu podes nos dizer a res- meiro clipe desta série foi exibido em
ouvir críticas, atender a pedidos - e que- peito? 2002. A primeira versão da abertura de
rer que os leitores façam seu trabalho. Um MC Todos são módulos básicos d20, Holy (ainda não definitiva, pois usa os
leitor não tem a obrigação de dizer o que então como poderia ser diferente? Claro models antigos dos personagens) ficou
sua revista favorita deve conter; é o editor que haverá semelhanças, elementos pare- pronta apenas em 2004, então façam as
que tem a obrigação de adivinhar, dedu- cidos não se pode fazer um jogo d20 contas.
zir, surpreender seus leitores. Quando vo- sem classes, níveis, resistências e tudo o BC Quais os seus planos para Tor-
cê dá um presente à sua namorada, o que mais. Se você comprar D&D, Star Wars menta? Pode nos dizer o que você es-
você faz? Pergunta a ela o que quer ga- D20, Call of Cthulhu D20 e outros, claro tá produzindo para o cenário? Tere-
que também vai deparar-se com trechos mos mudanças significativas para
breve?
MC Os projetos mais imediatos são
Área de Tormenta, e Piratas & Pistoleiros,
mas não estou pessoalmente muito envol-
vido com nenhum deles. Leonel e Trevi-
san estão cuidando do segundo volume
de O Inimigo do Mundo. Não tenho ainda
uma previsão para outros títulos, cuidar
da DSlayer e tocar a Holy tomam muito
tempo.
BC É isso. Agradeço a tua atenção
e desejo sucesso para o 4D&T, a Dra-
gonslayer, Tormenta, Holy Avenger,
Moreania, Primeira Aventura... Não
esqueci de nada não? São tantos tra-
balhos... =P Se quiseres deixar algum
recado, fique à vontade.
O Paladino de Arton: MC Gosto mais de entregar meus reca-
Será que final do ano ou dos pessoalmente. Mas obrigado a todos
início de 2008 que fizeram de Tormenta e outros títulos,
o veremos se mexer? o sucesso que são.

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Olho Central

No Japão feudal, um samurai chamado Manji matava sem questionar, em no-


me de seu senhor. Mas ao perceber que matava inocentes, apenas para que ele
continuasse a cobrar mais e mais impostos, Manji se rebelou - matou seu senhor
e todos os seus 99 guarda-costas.
Bastante ferido, Manji recebeu os cuidados de uma monja conhecida como
Yaobikuni, que ao lhe dar o chá de Kessenchu, lhe concedeu também a imortali-
dade. Sentindo-se culpado, e impedido de cometer suicídio devido ao Bushido,
o código de ética dos samurais Manji propõe à monja que, se ele matar 1000 cri-
minosos, poderia se livrar da imortalidade.
Nos arredores de Edo, uma jovem chamada Rin teve seus pais assassinados
pela Itto-ryu, uma escola renegada e em ascensão, liderada pelo jovem e habilido-
so, Kagehisa Anotsu. Ele deseja destruir todos os estilos tradicionais do Japão pa-
ra fundar um único e novo estilo. Aconselhada pela monja Yaobikuni, Rin vai até
a capital na busca de um guarda-costas que possa ajudá-la em sua vingança, e aca-
ba conhecendo o Homem das 12 Navalhas - Manji.

Blade - A Lâmina do Imortal (no ori- França, Alemanha, Estados Unidos, Espa- Todos os cristãos encontrados ficavam lite-
ginal Mugen no Juunin, literalmente Habi- nha, Itália e Brasil, recebendo diversos prê- ralmente entre a cruz e a espada: ou eram
tante do Infinito), é uma série em mangá cria- mios por onde passou, incluindo o mais im- torturados e crucificados vivos, ou exilados.
da por Hiroaki Samura que conta a historia portante e prestigiado prêmio da indústria de No Período Tokugawa, os movimentos
de Manji, o Hyakunin-Guiri (matador de 100 HQs, o Eisner Award, pela melhor edição dos daimyos foram limitados. Exércitos par-
pessoas) ou Homem das 12 Navalhas. O norte-americana de material estrangeiro . No ticulares logo se tornaram coisa do passado,
mangá retrata o Japão durante a metade do Brasil, o mangá é publicado pela Conrad E- e conflitos reais entre samurais armados
período do Xogunato Tokugawa, 2º ano da ditora desde 2004, já com mais de 35 volu- simplesmente não existiam mais. Como
era Tenmei, em 1782. mes. conseqüência, as muitas escolas de Kenju-
O mangá do ronin imortal não surpre- tsu estagnaram, tornando-se menos “guer-
ende apenas pela belíssima arte, que mistu-
ra desenhos feitos a lápis com outros arte-
Era Tanmei reiras” e mais “esportivas”, e os samurais
perderam o caminho da espada. Por causa
“Enquanto meu olhar transforma-se na luxúria
finalizados a nanquim, mas também pelo vi- da decadência do país, sinto seu aroma ao vento, dessa rigidez social é possível entender a
sual espetacular dado por Samura, à história que agita a bainha das nuvens dos céus.” frustração de Anotsu e seu bando de ronins.
e seu cenário. Talvez o maior impacto cau-
sado por Samura seja na forma como as tra-
dições dos samurais são tratadas nessa saga.
A Era Tenmei, que se passa depois da
Era An'ei e antes da Era Kansei, estava sob
Itto-ryu
“Alegra-te em vencer seja como for,
A história destoa muito de uma típica HQ o domínio do Imperador Kõkaku. Esta era entristece-te em ser derrotado pelo que for.”
de samurai. Manji e a maior parte das ou- faz parte do período conhecido como Toku- Kagehisa Ito Ittosai,
tras personagens importantes desprezam o gawa, no qual os xoguns da família Tokuga- Criador da escola de esgrima Itto-ryu
sagrado código de conduta dos samurais o wa governaram o Japão até 1868. Neste perí-
Bushido , falam gírias e palavrões moder- odo houve grande perseguição aos cristãos A Itto-ryu foi fundada a cerca de 50 a-
nos, além de usarem armas e trajes que ne- no Japão, havendo até mesmo a criação de nos por Saburô Anotsu, depois que este se
nhum samurai tradicional ousaria. um tribunal de inquisição voltado à aniquila- tornou um renegado ao ser expulso da Mu-
A série foi publicada pela primeira vez ção de qualquer vestígio cristão no país. O tenichi-ryu, uma das mais tradicionais dojos
em 1994, na revista mensal Afternoon, da Kirishitan Shumon Aratame jogava todos os pri- de Edo. Desde a sua criação, a escola tinha
Kodansha, e é publicada até hoje, possuin- sioneiros nos calabouços do Kirishitan Yashi- em sua essência, através de seu fundador,
do 20 volumes no formato tankobon. ki, lugar construído especialmente para se- duvidar de todos os “estilos” e passava com-
O manga possui edições em países como diar a organização e para confinar os cristãos. o filosofia que “vencer é o verdadeiro ca-

14 Abril 2007
Adaptação

OF THE IMMORTAL
Por Estevão “Snake” Costa

“Sejam bem-vindos ao universo do


ronin mais punk dos mangás!”

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Olho Central

minho da espada”. Hoje, a escola é lidera- entre os samurais, por isso eles criaram os Há ainda aqueles que recebiam os vermes
da pelo seu neto e herdeiro, Kagehisa Anotsu. vermes imortais, para prolongar a vida des- para que continuassem a servir seus senho-
Apelidado de “gênio”, é temido e respeita- sas pessoas. Segundo Yaobikuni “são a po- res por várias gerações.
do devido à força e argúcia que tem, mes- ção miraculosa da longetividade, criada pe-
mo com a pouca idade. los monges lamaístas para salvar as almas O Modelo Imortal.
Quando o jovem Anotsu assumiu a es- dos que morreram sem cumprir sua missão “Imortal” é um modelo adquirido que
cola, iniciou uma campanha para destruir na Terra”. pode ser aplicado a qualquer humanóide (da-
os muros que separam os estilos diferentes Os monges lamaístas estão na mais alta qui por diante chamado de “criatura-base”).
e, a partir desse caos, selecionar apenas as hierarquia entre os monges tibetanos. Ao A criatura-base mantêm todas as suas carac-
melhores técnicas para cada tipo de batalha longo dos séculos, esses monges vêm “ofe- terísticas e acrescenta (ou modifica) as seguin-
e criar com elas um único estilo. Há dois recendo” esse chá de vermes a alguns pou- tes:
anos não passava de um bando com menos cos guerreiros que eram encontrados por Tipo: O mesmo da criatura-base.
de 20 membros, mas hoje conta com mais eles à beira da morte, para que estes pudes- Qualidades Especiais: A criatura-base
de 1000 integrantes em toda Edo (em geral, sem viver e completar seus destinos na terra. mantêm todas as suas Qualidades Especiais
guerreiros e ronins de 3º a 9º nível). Sabe- Até hoje não se sabe como os monges deci- e acrescenta as seguintes:
se também que não há mestres na Itto-ryu, dem a quem deveriam dar uma segunda Cura acelerada (Ext): A criatura-base recu-
mas existem cerca de 30 espadachins (em chance, mas dizem que eles conhecem o in- pera 1 PV por rodada, mas não poderá mais
geral, guerreiros e ronins de 10º a 15º nível) terior da alma de cada homem, conhecendo ser curada se chegar a 0 PVs. Caso a criatura-
tão capazes quanto o líder, que intitulam a o coração desses guerreiros melhor do que base tenha uma Cura Acelerada melhor, man-
si mesmos de “generais” da Itto-ryu. eles mesmos. têm esse valor melhor.
O movimento feito por Anotsu e seus Muitos desses homens eram assassinos Regeneração (Ext): A criatura-base pode
“renegados” já derrubaram as principais es- ou pecadores, que tinham uma segunda regenerar 1 PV por rodada (além da habilida-
colas de esgrima de Edo. Aqueles que fica- chance para se redimirem de seus pecados e de de Cura Acelerada) e pode regenerar
vam no caminho da Itto-ryu tinham apenas escaparem do inferno. Mas há relatos de membros perdidos. Para isso, entretanto, ele
duas opções: A submissão ou a morte. Ho- guerreiros imortais que recebiam essa ben- deve pressionar o membro perdido contra o
je Itto-ryu controla a maioria dos principais ção/maldição como prêmio ou honraria. ferimento (podendo usar, inclusive, mem-
dojos e escolas de esgrima de Edo, sendo a bros de outras criaturas); caso isso não seja
sede o dojo Tempou, em Mukoujima. feito em menos de um dia, o ferimento se
Com o tempo a Itto-ryu reuniu muitos fecha e o membro é per-
guerreiros poderosos, mas também pes- dido. Se a criatura-base
soas de caráter duvidoso ou de métodos já tem uma regeneração
cruéis, pois não havia restrições, apenas melhor, esta se mantêm. O
uma coisa, que todos fossem fortes. O lí- imortal pode regenerar dano de qual-
der da Itto-ryu é um idealista, mas nem to- quer natureza, exceto o kessensatsu (veja
dos que fazem parte hoje da escola compar- a seguir).
tilham de todas suas idéias. Imortal (Sob): Imortais são imunes a doen-
A Itto-ryu ganhou muitos apelidos co- ças, venenos, paralisia, dreno de ha-
mo “o estilo sem estilo” ou “os bárbaros bilidade, dreno de energia e
de nosso tempo”. E muitos na Itto-ryu con- morte por dano massivo.
sideram um estilo, mas não há Eles também não envelhe-
técnicas ou tradições, e o único cem, portanto, não sofrem
objetivo é vencer, valendo-se redutores por idade avançada.
de qualquer método ou meio Vulnerabilidade ao Kessensatsu (Ext):
necessário. Os imortais têm uma única fra-
queza especial, um veneno co-
Kessenchu nhecido como Kessensatsu.
“Se quiser redimir-se de seus pecados, Imortais que tenham esse veneno
viva ao lado do seu pecado pela eternidade. injetado no corpo, perdem todas as suas
Se até os bons têm suas almas salvas, habilidades extraordinárias (Cura Acelerada
o que dizer dos pecadores?” e Regeneração) e danos graves (co-
mo perfurações no crânio, cora-
O Kessenchu (verme de sangue imor-
ção...) sofridos anteriormente
tal) foi criado pelos monges lamaístas do
podem voltar. Esse veneno é
Tibet. Para estes monges, no mundo exis-
muito raro, encontrado apenas
tiam muitas pessoas que morrem antes de
com os monges lama do Tibete.
completar seus destinos, principalmente

Manji: ex-samurai e imortal,


além de ter um ataque
com 12 lâminas!

16 Abril 2007
Adaptação

Reconhecer essa substância exige um teste do, Bloqueio Ambidestro, Combater com Pré-requisitos: Bônus base de ataque +11,
Conhecimento (Alquimia) ou Obter Infor- Duas Armas, Combater com Duas Armas Des 17+, Ambidestria, Combater com Duas Ar-
mações (CD 30 e 35, respectivamente). O Aprimorado, Combater com Duas Armas mas Maior, Foco em Arma Maior, Especializa-
veneno não pode ser comprado pelos Maior, Defesa do Samurai, Especialização ção em Arma.
meios convencionais. em Arma (Katana)*, Estilo das 12 Lâminas, Beneficio: Você é capaz de executar seis
Nível de Dificuldade: O mesmo da Foco em Arma (Katana)*, Perito em Katana. ataques com cada uma das mãos. Para isso
criatura-base +2. Equipamentos: Manji possui 12 “lâminas”, deve executar um ataque total, sendo que o ú-
Ajuste de Nível: +2. entre as que ele mais utiliza estão: um par nico movimento possível é de 1,5m. Além disso,
da Shido, uma espada Imonokami Tatsumasa, cada ataque sofre -5 de penalidade.
Exemplo de Imortal: uma lança retrátil dupla Aun, uma Ashura e Você apenas pode utilizar este Talento com
Este é um imortal produzido a partir um par da Katana. Todas essas armas estão a(s) arma(s) que tenha Foco em Arma e Espe-
de um ex-samurai (Ronin) de 11º nível. em nosso artigo “Armas Exóticas”, presente cialização em Arma.
Manji: humano, Ex-Samurai (Ronin) nesta edição da Beholder Cego. Normal: Cada personagem pode fazer um
11; ND 13; Humanóide Médio; DV 11d10 número de ataques de acordo com sua classe
+33; 101 PV; Inic. +4; Desl. 9m; CA 15 Novos Talentos e nível.
(+4 Des, +1 Bloqueio Ambidestro), toque Membro de Escola
14, surpresa 10; Atq Base +11/+6; Shido "Se a glória é cantada pelo sangue dos homens, que
(1d6; 19-20/x2; 2kg; Cortante/Perfurante); jorra como chuva, vocês, sangue do meu sangue, Magatsu:
QE: Cura Acelerada (Ext), Regeneração acreditem que o seu destino é indestrutível.” membro
(Ext), Imortal (Sob), Vulnerabilidade ao
Você pertence a uma escola ou dojo de es- da Itto-ryu
Kessensatsu (Ext); Tend. LN; TR Fort +10,
Ref +9, Vont +9; For 16, Des 19, Con 16, grima. e exemplo
Int 12, Sab 15, Car 9. Pré-requisito: Bônus base de ataque +1. de espada-
Perícias: Cavalgar +5, Escalar +12, Fo- Beneficio: Você foi treinado em alguma es- chim renegado.
co em Iajijutsu +12, Intimidação + 14, Na- cola ou dojo de esgrima. Você recebe +1 de
tação +5, Observar +8, Saltar +12, Sentir bônus em suas jogadas de ataque e em sua
Motivação +10. CA.
Talentos: Ataque Desarmado Aprimora- Normal: Samurais que não que não perten-
çam a nenhuma escola são considerados ro-
nins ou renegados. Sendo tratado como des-
garrados pela sociedade.
Membro da Itto-ryu
“Apenas os homens
que sonham do fundo da alma serem fortes
têm o direito de serem chamados de samurais.”
Kagehisa Anotsu, Líder da Itto-ryu
Você pertence a Itto-ryu.
Pré-requisito: Bônus base de ataque +3.
Beneficio: Você é um ronin a serviço da
Itto-ryu. Você recebe +1 de bônus em suas jo-
gadas de ataque, em sua CA e +2 de bônus
em testes de Intimidação e Obter Informações,
mas sofre -2 de penalidade em testes de Diplo-
macia.
Normal: Samurais que pertencem às esco-
las “tradicionais” têm mais renome perante a
A classe samurai usada para sociedade.
o modelo “Imortal” deste artigo
segue as regras da classe vistas Estilo das 12 Lâminas
em Tormenta D20: “Vamos ver se eu mereço
Guia do Jogador, da Jambô Editora. o apelido de Hyakunin-Guiri...
Mas cabe ao Mestre decidir qual Você vai saber agora...
classe for mais conveniente ao Na própria pele... Observe.”
grupo, podendo usar as regras Manji, O Homem das 12 Navalhas
do Aventuras Orientais, da Devir. Você é mestre no estilo das 12 lâminas.

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AÇÃO ALEATÓRIA

Manji: armas exóticas é


com ele mesmo!

ARMAS EXÓTICAS
Por Pablo “Raven” Urpia

18 Abril 2007
REGRA OPICIONAL

rmas exóticas. Do Aurélio, Porém, os reinos prosperam, impé- mos analisar cada uma das armas conti-

A arma quer dizer instrumento


ou engenho de ataque ou de-
fesa; por definição, qualquer coisa
rios conquistam e novas culturas são
incorporadas à anterior e o processo
de evolução não pára com a junção de
das no Livro do Jogador. Para não confun-
dir muito e facilitar o acompanhamento
da matéria, manteremos a ordem des-
que sirva para um desses fins, espe- dois costumes diferentes. Vejam no ca- crita na Tabela 7-5: Armas do Livro
cialmente no caso de certos ani- so de TORMENTA: o Imperador-Dra- do Jogador. E mesmo que você não
mais; no sentido figurado, recurso, gão Tekametsu, ao ver sua terra senten- compartilhe desta humilde opinião, per-
meio, expediente. Exótico quer di- ciada por um mal devastador, é obriga- gunte a si mesmo se tal arma seria co-
zer esquisito, excêntrico, esdrúxulo do a transportar um bairro inteiro até mum em SUA mesa de jogo. Então va-
ou extravagante; já no sentido figu- o centro do Reinado (uma pequena mos a elas:
rado, quer dizer malfeito ou desajei- parte da cidade de Tamu-ra) e ainda Kama: Se nos puséssemos no lugar
tado. salvando milhares de tamuranianos, dos autores, concordaríamos piamente
É apoiado nestes conceitos que se- que por sua vez fundaram o bairro ori- que esta arma “por demais exótica” se
guiremos a discutir sobre esses interes-ental de Nitamu-ra em Valkaria. Obser- enquadraria no conceito de incomum,
santes itens. Afinal, quem nunca se vamos aqui, um atípico caso de mistu- já que não estamos no Japão feudal.
questionou do por que daquelas armas ras de costumes, pois se não fosse a Mas, como não somos os autores,
do Livro do Jogador terem justamente es-Tormenta, a possibilidade das duas cul- acompanhe a minha linha de raciocínio.
te nome, que jogue a primeira pedra - turas se chocarem seria muito pequena. Se fosse para determinar qual arma
se não for exótica, claro. Mesmo em Então aqui vai a pergunta: um persona- mais exótica, entre uma kama e uma
seu subconsciente, quem nunca parou gem que nasceu e cresceu sob as rígi- foice curta, qual delas você escolheria
para se perguntar sobre essas esdrúxu- das tradições tamuranianas, seria obri- como a mais esquisita? Até as caracterís-
las ferramentas? gado a ter que comprar o talento Usar ticas das duas são parecidas em termos
Arma Exótica para saber a arte de utili-
Ao longo deste artigo, iremos anali- de regras.
sar as armas do Livro do Jogador caso a zar uma kama, um nunchaku, uma sai Nunchacu: Semelhante ao caso a-
caso, arma por arma e ver se realmente ou um shuriken? Obviamente que não. cima, porém esta arma sim, foge mons-
algumas daquelas armas são o que di- Um pouco de bom senso do Mestre truosamente do “padrão” adquirido pa-
zem ser. Além disso, apresentaremos neste caso resolveria o problema do jo- ra uma cultura medieval européia adota-
exemplos novos e bem verdadeiros do gador num piscar de olhos. Mas em da para D&D. Aprovada no conceito
que são armas exóticas. Então, prepare- vez de querer usar uma das armas cita- exótica.
se para essa viagem nesse universo lou- das no exemplo a pouco dito, o joga- Sai: Curiosamente, esta arma do Li-
co. E que os deuses do caos estejam dor pretendesse dar ao seu persona- vro do Jogador não teve uma ilustração e
conosco. gem uma espada katana que herdou de mesmo a sua descrição não ajuda muito
seu pai, para enriquecer o background a distinguir sua forma adequadamente.
do seu personagem. O Mestre aconse- Por isso incluímos uma ilustração na
O Livro do Jogador lha ao jogador a substituir as caracterís- nossa tabela de armas exóticas. Mas
Antes de analisar os exemplos que ticas de uma espada longa para obter a voltando ao foco, podemos até aceitá-la
este livro trás, seria bom levarmos em katana. Uma troca equivalente, muito como uma arma exótica, sendo ela uma
consideração alguns pontos indispensá- embora o inverso não fosse nada coe- arma oriental.
veis. Como já vimos o que vem a ser al- rente. Contudo, acontece um fato no Siangham: Esta arma chama a a-
go exótico, propriamente o que vem a mínimo curioso aqui, que é para mui- tenção pela singela semelhança com
ser uma arma exótica, pouparemos tos uma falha do sistema. Imagine ago- um virote de besta comum. E se não ti-
tempo acerca dessas proposições. ra o contrário desta situação como já vesse esse nome, poderia até ser con-
Um assunto importantíssimo que foi citado. Um Jogador deseja que seu fundida com um, não fosse suas carac-
necessita ser dito aqui é a questão só- ladino humano do reino de Fortuna u- terísticas em termos de regras. Mas co-
cio-cultural dos mundos. Não é preciso tilize shurikens. O Mestre adverte que, mo no futebol tudo pode acontecer
ser nenhum Monte Cook para concluir para usar este tipo de arma o jogador dentro das quatro linhas, no RPG tudo
que algumas armas encontradas no Li- terá que comprar um talento específico pode ocorrer numa mesa de jogo e um
vro do Jogador não se enquadram no que- para aquela arma (no caso, Usar Arma jogador poderá perguntar para o mes-
sito exótico. Pelo menos sob alguns as- Exótica: shuriken). Então o jogador tre, por exemplo, se ele poderia usar
pectos, não. Praticamente todas as ar- queima um pouquinho de neurônios e uma siangham para disparar um tiro
mas orientais entraram no conceito do diz: “Espera! E se meu ladino nascesse com sua besta. Analisando a anatomia
“não comum” e somente o monge é ca- e crescesse em Nitamu-ra”? É uma pro- de um virote, percebemos que o mes-
paz de utilizá-las sem auxílio de qual- blemática bastante interessante de se mo possui um apoio para bestas atrás
quer talento. Mas até ai tudo bem, le- observar. Por isso, vem sempre àquela do cabo principal, assim como as fle-
vando em consideração que estamos máxima da tão querida regra de ouro, chas têm para os arcos, impossibilitan-
num mundo que tem seus alicerces cul- ou regra da mesa: o bom senso dos jo- do que uma siangham seja utilizada
turais na Idade Média européia, não há gadores e dos mestres. com a mesma finalidade que um virote
nada de anormal nisso. Depois de uma boa dose dele, va- tem. Mais uma que considero aprovada

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AÇÃO ALEATÓRIA

mão. Se usada com uma mão sem ta-


Armas de Manji: lento, a arma torna-se exótica. Se usada
muito mais legais do que com uma mão “talentosa”, ela é uma
as do Livro do Jogador! reles arma comum. Apesar disso, se es-
ta arma for utilizada com as duas mãos,
mesmo sem talento, ela é considerada
uma arma comum. Vejam que interes-
sante. “Mas pêra ai! Esta arma se cha-
ma machado de guerra anão. Então o
que os barbudos têm a ver com essa
história”? Eu acho que se deve ao fato
deles terem uma mão grossa e grande,
pois eles podem usar esta arma sem res-
trição alguma. Então, na avaliação final
diria que esta arma estaria reprovada
no quesito exótico, assim, ajustando
seu tipo e enfatizando o seu modo de
uso mas não incomum, já que “pratica-
mente” o seu uso é deixado a cargo dos
anões...
Correntes com cravos: Essa arma
é daqueles tipos que você se pergunta
da onde tiraram esta coisa! Sem dúvida
alguma é uma arma completamente es-
tranha. Aprovada com conceito A!
Espada de duas lâminas: Um e-
xemplo muito do bom do que poderia
ser uma arma exótica. Sem questiona-
mentos. Passou e pronto.
Machado orc duplo: Aqui se reto-
ma a questão cultural da arma, sendo
este machado uma arma de natureza
orc. Voltando ao foco, esta arma é sem
dúvidas uma arma deveras exótica. A-
provada.
Mangual atroz: Repare que esta
arma tem basicamente a mesma estru-
tura de um machado orc duplo, sendo
a diferença lógica, é que em vez de ter-
mos duas faces de um machado, temos
no conceito exótico (passando meio Espada bastarda: Embora o texto um mangual atroz, que é nada mais na-
que arrastada...). que a descreve tente lhe convencer que da menos que um mangual duplo. Mes-
Chicote: Incorporando um pouco esse tipo de espada é uma arma exótica, mo assim, eu enquadraria esta arma pe-
do espírito D&Dístico, imagine-se na no final do parágrafo há uma tentativa lo fato de ser muito feia, quer dizer,
pele de um cavaleiro renomado, cheio de reverter o jogo, quero dizer, o siste- mal feita.
de condecorações. A primeira imagem ma. Em sua definição, diz que esta ar- Martelo gnomo com gancho: A
que nos vem à mente é a do cavaleiro ma é conhecida como uma arma de não ser pela diferença de dano, esta ar-
montado imponente em seu cavalo de uma mão e meia (seja lá o que isso ma se parece muito com um martelo
guerra, portando uma pesada armadura queira dizer) e que se usada com as leve adaptado com uma picareta em
prateada, um escudo de corpo com o duas mãos é considerada uma arma co- seu punho, o que ela exatamente é. Es-
brasão da sua família nas costas e uma mum, ou seja, o contrário de algo exóti- ta arma bem que poderia se chamar
brilhante espada longa marcada com o co. Na minha humilde opinião esta ar- “martelo com gancho”, mas como há
sangue dos seus inimigos. Já passou pe- ma poderia ficar fora dessa loucura, co- um “gnomo” no meio, há de convir
la sua mente alguma vez de um cavalei- mo foi a espada larga que é uma arma que ela seja bastante exótica...
ro brandindo um chicote? Se passou, muito maior que uma espada bastarda. Urgrosh anão: Sempre que fazia
meus pêsames. Por essas e outras, o chi- Não passou no teste de esquisitice. personagens anões, eu já os imaginava
cote assim foi enquadrado nessa cate- Machado de guerra anão: A gran- com uma arma como esta. Mas esta ar-
goria. E há de se convir que a decisão de diferença desta arma e uma arma co- ma não é tão exótica como outros
foi acertada. mum é uma mão. Sim, exatamente uma exemplos que já vimos. Pelo menos pa-

20 Abril 2007
REGRA OPICIONAL

ra os anões ela não é uma arma exótica. dos pescadores também! Brincadeiras à é ou será em uma só palavra, talvez
E por que seria para um humano e de- parte, é preciso muita perícia para ma- duas ou mais. E o resultado destes tes-
mais raças? Porque são humanos e ou- nusear com maestria um objeto como tes de tiro no escuro geralmente termi-
tros ora! este e transformá-lo em uma ameaça na em desastres. O segundo sintoma
Besta leve/pesada de repetição: ao seu adversário. E eu acho que por is- desse mal que chamo de enfermidade
Esta arma é praticamente uma metra- so foi considerada uma arma exótica. nominal são os clichês. Nomes como
lhadora medieval! Sua única vantagem Shuriken: Mais uma arma oriental. Conan, Gimli, Frodo e muitos outros
é a sua recarga, porque no que diz res- Estas pequenas ferramentas podem se (a lista é extensa, então não é bom ir
peito ao dano, não há diferença nenhu- mostrar ótimas armas para assassinos e muito longe) são exemplos clássicos de
ma. ladinos. No conceito D&D, nada mais um refúgio de um outro problema que
Besta de mão: Fora o fato desta a dizer (desculpem a rima). não vamos aprofundar tanto.
arma permitir ao personagem um tiro Onde eu quero chegar e comparti-
duplo, ela não causa nenhum espanto Eu uso porque lhar com vocês, Mestres e ogadores, é
a ninguém. Mas para compensar esse são legais ora! que muitas vezes não conseguimos a-
seu “poder” classificaram-na como char algo adequado para aquilo que pen-
uma arma exótica. Nem só de nome vive um persona- samos para nossos personagens e a pri-
Boleadeira: Esta arma junto com gem. O que seria do nosso Cloud sem meira decisão a ser feita é arranjar al-
a sai foi lesada em não ter uma ilustra- sua espada super hiper mega gigante? gum traço exótico para encontrar o de-
ção no Livro do Jogador (eu acho que Cloud nem é um nome tão legal assim talhe que faltava aos nossos persona-
elas não pagam seus impostos...). Ela é (principalmente na pronúncia oriental), gens. Cicatrizes, dentes de ouro, tapa
típica dos arsenais dos gladiadores. Po- mas aquela sua espada... é uma verdadei- olhos, enfim, sempre encontramos al-
deria ser uma arma comum entre os ra obra-prima, literalmente. guma anormalidade que se encaixa per-
halflings, por exemplo, mas não são. É Muitas vezes - e bota muitas nisso - feitamente no perfil do projeto do per-
uma arma meio esquisita mesmo... os jogadores são vistos em uma condi- sonagem.
Rede: Mais uma do estojo de ar- ção bastante difícil, que é a missão de
mas do gladiador e por que não dizer nomear tudo aquilo que o personagem

Tabela de Armas Exóticas


Incremento
Armas Exóticas Custo Dano(P) Dano(M) Decisivo de Distância Peso¹ Tipo²
Armas Leve - CaC
Ashura 5 PO 1d4 1d6 x2 - 1 kg Cortante
Enchumaru 15 PO 1d4 1d6 x2 - 0,5 kg Perfurante
Inoue shinkai kosatsu 3 PO 1d3 1d4 19-20/x2 3 metros 0,5 kg Perfurante ou Cortante
Ougon-chu 15 PO 1d2 1d3 19-20/x2 3 metros 4 kg Perfurante ou Cortante
Armas de Uma Mão - CaC
Hotosogui 30 PO 1d4 1d6 x3 - 2 kg Perfurante/Cortante
Imonokami Tatsumasa 35 PO 1d6 1d8 19-20/x2 - 2 kg Perfurante/Cortante
Inoue shinkai kosatsu 15 PO 1d6 1d8 19-20/x2 - 2 kg Cortante
Kotengu 50 PO 1d6 2d4 x3 - 2 kg Perfurante/Cortante
Kutoneshirika 10 PO 1d4 1d6 19-20/x2 - 1,5 kg Cortante
Shido 30 PO 1d4 1d6 19-20/x2 - 2 kg Perfurante/Cortante
Shukehiro - Amatsubaki 320 PO 1d4 1d6 18-20/x2 - 1,5 kg Cortante
Merabi 20 PO 1d4 1d6 19-20/x2 - 1 kg Perfurante/Cortante
Okorobi 30 PO 1d6 1d8 19-20/x2 - 1,5 kg Perfurante/Cortante
Armas de Duas Mãos - CaC
Aun 20 PO 1d8/1d8 1d10/1d10 x2 - 6 kg Cortante
Grand turco 20 PO 1d6 1d8 19-20/x2 - 3 kg Perfurante
Haru-no-okina 10 PO 1d6/1d6 1d8/1d8 x3 - 5 kg Cortante/Concussão
Kabutsuchi (espada) 15 PO 1d6 1d8 x3 - 2 kg Cortante
Kabutsuchi (machado) 20 PO 1d8 1d10 x3 - 5 kg Concussão
Kamujin 60 PO 1d12 2d8 x2 - 8 kg Concussão
Kanetsura 10 PO 1d4 1d6 x3 2 metros 5 kg Cortante
Ondekobachi 80 PO 1d10 2d6 19-20/x2 - 7 kg Cortante/Concussão
Shido 30 PO 1d4 1d6 19-20/x2 - 2 kg Perfurante/Cortante
Armas de Ataque à Distância
Barafuma 150 PO 1d3 1d4 19-20/x2 9 metros 1 kg Perfurante
Karasu 2 PO 1d2 1d3 x2 3 metros 0,5 kg Perfurante

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AÇÃO ALEATÓRIA

E dentre essas características tão in- Zard, o gigante cego e seu bastão (ou BLADE, o que mais temos são exem-
comuns estão as nossas armas exóticas, seja lá o que era aquilo). E o maior vi- plos de arma que são tudo, menos fer-
que funcionam exemplarmente quando lão que eu já fiz: Ragnus Criptheus, um ramentas comuns. Foi também uma for-
são usadas com inteligência. Quem con- algoz que tinha uma máscara em for- ma de homenagear este mangá por tu-
seguiria se esquecer de Wolverine e ma de crânio e uma arma que se asse- do o que ele representa para aqueles
Gambit, só para citar exemplos de melhava a uma glaive dupla que ainda que tiveram a oportunidade de lê-lo e
X-Men. Quem seria capaz de não lem- possuía umas correntes presas a ela. se você ainda não leu, não sabe o que
brar de Kuabara e sua espada de ener- E pelo que deu pra ver até agora, o está perdendo.
gia, Donovan do game Darkstalkers e nosso saudoso D&D vem fazendo isto A cada edição os leitores ficavam
sua espada pequenininha ou mesmo do com bastante intensidade, principal- espantados com a quantidade de armas
capitão que tinha como arma um gan- mente no que se diz respeito aos seus exóticas que Manji tirava da sua manga
cho! E dos sabres de luz, quem se es- monstros. D&D é um exemplo explíci- e dos formatos que elas possuíam. Até
quece? to que podemos sim criar, inovar e por aqueles que o próprio Manji enfrentava
Eu me recordo do meu primeiro que não tentar construir novos conce- tinham algum coelho escondido na car-
personagem marcante. Era um meio- itos seja lá do que for. E foi exatamente tola ou não tão escondido assim...
elfo que usava duas espadas feitas de isto que ocorreu dentro da história de Neste artigo conheceremos as prin-
um dente de dragão - vocês verão o úni- BLADE: a quebra de tabus e tradições. cipais armas dos personagens mais mar-
co desenho que tenho dele. Na época, Se você for ler o mangá eu o aconselho cantes que já mostraram a sua cara e a
eu tinha uns 14 anos de idade e meu tirar da sua mente as regras do bushido sua arma, é claro. E como nem todos
Mestre era bem generoso no que se diz e as tradições dos samurais. têm condições de comprar um D&D:
respeito ao tesouro do grupo (permitia Aventuras Orientais, esta matéria classifi-
que a gente aproveitasse tudo. Tudo Exemplos Exóticos cou todas as armas a seguir como sen-
mesmo). Além do que, eu não tinha a Como é visível, esta matéria utiliza do armas exóticas para serem utilizadas
percepção de cenário que tenho hoje, e várias e belas imagens do mangá BLA- em conjunto com o Livro do Jogador, ca-
mesmo assim, tinha uma vontade de i- DE: A LÂMINA DO IMORTAL, que narra bendo a cada Mestre escolher se elas
novar em tudo o que o personagem fa- a história dos personagens Manji e Rin, são ou não exóticas em sua própria me-
zia. Nunca me esquecerei de Zinn e seu além de muitos outros coadjuvantes sa de jogo (dependendo do cenário de
parceiro Odhin (que por sinal possuía que se estivessem em outras histórias jogo que está sendo utilizado, algumas
um martelo gigantesco...). Depois, o la- poderiam ser facilmente os seus prota- armas poderão ser consideradas co-
do da mesa se inverteu e vieram muitos gonistas. muns).
PdMs memoráveis, como Allbarn Ra- Foi dessa história que resolvi produ- As armas serão classificadas por ti-
phal e seu antebraço metálico; Shifui- zir algo sobre armas exóticas, pois em po, tamanho e etc., assim como são des-

Okobi Merabi
Karasu Ougon-chu

Kamujin
Barafuma

Kutoneshirika
Espada Kabutsuchi

Barafuma (vista de cima)


Machado Kabutsuchi

Porta-espada Kotengu

Ondekobachi

22 Abril 2007
REGRA OPICIONAL

critas as armas do Livro do Jogador. En- mente, seus utilizadores preferem im- mão entre a navalha principal e o cabo.
tão, por ordem alfabética estão mais de buir suas munições de veneno para au- Haru-no-okina: Esta arma é na
vinte armas exóticas que vamos conhe- mentar as suas chances de vitória (além verdade uma lança dividida em três par-
cer e aprender a usá-las de uma vez! da discrição da arma, claro). A barafu- tes. Pelo formato de sua lâmina é pos-
Ashura: Esta arma se assemelha a ma pode ser recarregada com a mão sível que tenha sido reformada a partir
um nunchaku com duas foices nos ca- inábil usando uma ação de movimento de uma espada ocidental. A lança corre-
bos, além de possuir uma corrente guar- e provocando ataques de oportunidade. ta possui a parte do meio mais curta
dada dentro dos próprios cabos que po- O PJ ainda pode disparar (não re- que as demais. Esta lança possui 2,5m
de chegar a até dois metros de compri- carregar) essa arma usando uma única de comprimento e só pode ser utilizada
mento. mão, sem receber nenhuma penalidade. com as duas mãos.
Aun: O nome desta arma remete às Ele pode disparar esta arma em cada Hotosogui (cortador de mulhe-
estátuas que ficavam aos pares na fren- mão como se estivesse portando duas res): Com cabo reto e uma lâmina ser-
te dos templos, onde geralmente uma armas do tipo leve e sofrendo todas as rilhada que só existe para causar dor ao
está de boca aberta e a outra fechada. penalidades normais nas jogadas de a- adversário, esta arma é considerada
Esta é uma arma de haste e que funcio- taque. maldita. Com fio extremamente afiado,
na como um tipo de lança dupla, até Enchumaru (andorinhas assas- ela pode ser usada como uma espada
podendo ser utilizada isoladamente co- sinas): Em comparação as armas até “normal” na sua face reta ou ser utiliza-
mo se fossem duas lanças independen- aqui mostradas, esta arma não represen- da na sua face serrilhada da lâmina (es-
tes. É mantida retraída como mostra a ta tanto perigo ao adversário a menos ta arma tem dois fios).
sua ilustração, só sendo armada na ho- que seu portador atinja um ponto fraco Imonokami Tatsumasa (par*):
ra do combate (ação de rodada com- do inimigo. Esta é uma espada com características
pleta). Grand turco: Na Europa na época de uma katana normal, contudo, usada
Barafuma (esmagador de multi- de Renascença não seria estranho en- em par pode causar um bom estrago ao
dões): Também chamada de kiyofuji contrar esse tipo de espada. É uma es- inimigo. [Arma de uma mão (como são
inverso, esta é a única (e uma das mais pada que é utilizada exclusivamente pa- duas lâminas, cada uma deve ser porta-
legais) arma de ataque à distância. Com ra perfurar. Mas ela esconde um segre- da por uma mão, além de ser comprada
um formato bem simples, esta arma a- do, quer dizer, dois segredos: dentro do separadamente, esta arma, usada em
presenta um poder letal grandioso. seu cabo, há uma outra lâmina menor par, reduz a penalidade por combater
Funciona com um tipo besta de punho (uma espada curta) e dentro do seu ca- com duas armas em -2);
retrátil, sendo ativada através de um- bo há uma pequena adaga (com estatís- Inoue shinkai kosatsu: Aqui está
mecanismo rápido (como mostrado na ticas normais) que são peças de encaixe um exemplo de uma arma tradicional
sua utilização pela ilustração). Geral- na arma. Normalmente há um guarda- adaptada especialmente para a série,

Inoue Shinkai Kosatsu Aun

Ashura

Imonokami Tatsumasa

Kanetsura - Mito no kami

Grand Turco
Shukehiro - amatsubaki

Shido

Enchumaru

Haru-no-okina
Hotosogui

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AÇÃO ALEATÓRIA

Sendo que foi “plantada” pêlos em sua Kotengu (pequeno tengu): Essa da, sendo mais semelhante a ferramen-
navalha que são usados para absorve- é uma das armas mais usadas pelo per- tas de marceneiro ou mesmo medidor.
rem venenos e assim derrubar o inimi- sonagem principal do mangá BLADE. Essa arma possui uma lâmina bastante
go com um só golpe. Ambas as armas Depois da shido e da tatsumasa, a ko- afiada e é geralmente usada para perfu-
possuem características idênticas a uma tengu é a arma que Manji mais utiliza e rar o inimigo.
adaga normal e a uma espada longa. o faz de uma maneira muito peculiar e Okorobi (homem tombado): Se-
Kabutsuchi (espada): O nome muitas vezes criativa, acoplando-a no melhante à merabi, esta arma não pode
Kabutsuchi significa cabeça de macha- cabo da tatsumasa (e usando para subir ser considerada uma espada. Sua lâmi-
do. Mas esta espada faz parte de um em árvores, além de usá-la em seu opo- na é possuidora de pequenas outras lâ-
conjunto acompanhado de um macha- nente...). minas que servem para dilacerar os ór-
do (veja a seguir) e usada por ninguém Kutoneshirika: Esta é uma espada gãos internos do adversário.
mais ninguém menos do que o líder da sem apoio para a mão no cabo. O no- Ondekobachi (tambor
Itto-Ryu Kagehisa Anotsu. me vem das canções do povo Ainu. É demoníaco): Esta lâmina mais parece
Kabutsuchi (machado): No Ja- usada por Rin e não tem um corte dos saída de uma cozinha tamanha é a sua
pão feudal os machados não eram ar- bons. Ela acompanha um porta-espada* semelhança com um cutelo. A arma é
mas comuns em batalha e esta arma é não muito usado no Japão feudal. *Ve- empunhada como um taco de beisebol
um machado inteiro, porém bem mais ja ao lado da ilustração desta arma um (não tive como descrever diferente...).
pesado que um normal. Só será possí- porta-espada comumente usado naque- Sua lâmina extremamente enorme con-
vel portar esta arma um PJ com FOR la época. cede um ataque poderoso e ao mesmo
15 ou maior. Merabi (vermes da mulher): tempo letal.
Kamujin (lâmina divina): Esta Com um formato como esse é difícil Ougon-chu: Esta arma é na verda-
espada é uma arma que é utilizada para denominar essa arma como uma espa- de uma adaga de 14 cm, usada com um
quebrar a lâmina do inimigo sem mui- estojo de oito unidades. Usada isolada-
to esforço. Por seu peso, ela é uma es- mente, ela causa o mesmo dano de uma
pada que só pode ser manuseada com adaga comum. Em BLADE, Rin utiliza
as duas mãos, além de causar um belo as oito facas num único ataque à distân-
estrago. cia, arremessando-as num incremento
Kanetsura Mito no Kami (prote- de 3m - no entanto, é bastante difícil a-
tor da morte): Esta esquisita arma que certar todas no inimigo, sendo necessá-
combina a estrutura de algema com rio uma jogada de ataque total e penali-
uma foice curta, tem na dade de -2 para cada faca que deseja a-
sua lâmina principal uma certar (neste caso, disparar mais de uma
navalha dupla e uma só faca conta como um único ataque).
na menor. Esta arma é extre- Shido (par*): Esta é uma arma
mamente muito perigosa, até mesmo para o seu
letal se usada em con- próprio dono (caso este pense em guar-
junto com as cor- dá-la dentro da roupa!). Ela tem esse
rentes embutidas nome por que Manji, o imor-
em seu cabo, sendo tal, tem mania de batizar
necessário utilizar ambas as suas armas com os no-
mãos para fazê-lo (geral- mes dos antigos pro-
mente quando seu porta- prietários. É uma
dor as utiliza, mira o pesco- lâmina de pequeno
ço do adver-sário... sendo ne- porte mais de gran-
cessário assim realizar de ameaça. [*Arma de
um teste de ataque de toque duas mãos (como são duas
à distância). lâminas, cada uma deve ser porta-
Karasu: O corvo como da por uma mão, além de ser
também comprada separadamente,
pode ser conhecida, é um tipo esta arma, usada em par,
de shuriken usada no mangá reduz a penalidade por
por Kuroi, um assassino to- combater com duas armas
talmente deturpado. Apare- em -2).
cem duas versões desta arma Shukehiro Amatsubaki: Esta é a
em BLADE, com estéticas dife- legítima espada japonesa e sem dúvidas,
rentes, no entanto seu efeito é o das mais famosas. Esta espada tem as
mesmo. Rin e suas agulhas Ougon Chu: características de uma arma obra-prima,
Sorte e perícia para atingir concedendo-lhe um bônus de +1 nas
o adversário jogadas de ataque.

24 Abril 2007
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VISÃO DO FUTURO

SEGUNDA GUERRA
3D&T
Por Ivan Piro
ivanpiro@gmail.com

“Na guerra eterna a humanidade se torna grande - na


paz eterna, a humanidade se arruinaria”.
- Adolf Hitler

E sta adaptação contém regras alternativas para Mestres que desejam conduzir jogos bélicos, mais especificamente na Segunda Guerra
Mundial, utilizando o sistema 3D&T - Defensores de Tóquio 3ª Edição. Elas foram idealizadas e divididas por tópicos de forma a serem
utilizadas à vontade. No entanto, não há ambientação, uma vez que tal material pode ser encontrado à exaustão em livros, filmes e Inter-
net. Além disso, há o fim de não incorrer em parcialidade.
Por fim, para utilizá-la é necessário apenas o Manual 3D&T Turbinado.

Os Combatentes
“A diferença entre um anticristo genocida e um todas as dificuldades da guerra. Os combates serão curtos e letais e as
herói de guerra é apenas e tão somente quem privações maiores. Devido à baixa pontuação, geralmente serão praças,
venceu a guerra”. - Marcelo Eiras priorizando assim o grupo de combate. Um Recruta não sobrevive muito
Combatentes são os PCs de guerra, cuja pontuação depende do nível tempo sozinho. Recomendado para iniciantes e para os que desejam um
da campanha: pouco mais de severidade. Nenhuma Característica pode ultrapassar 3
Recruta (5-7 pontos): um combatente de 7 pontos oferece ao jogador durante a criação do personagem.

26 Abril 2007
ADAPTAÇÃO
Soldado (8-10 pontos): guerreiros com alguma experiência em com- Hipoalgia (1 ponto)
bate, o suficiente para prestarem atenção no próximo passo e levarem o O combatente é tão suscetível a danos quanto qualquer outra pessoa,
equipamento certo. Ainda não são veteranos, mas já não mais são “ver- mas ele não sente a dor com a mesma intensidade. Ele não ficará Atordo-
des”. Nenhuma Característica pode ultrapassar 3 durante a criação do ado (ver seção “Atordoamento”). No caso de ser submetido a tortura físi-
personagem. ca, receberá um bônus de +1 no teste de Resistência para ignorar a dor.
Veterano (10-12 pontos): combatentes experientes que já provaram
seu valor no campo de batalha e estão um nível acima de seus compa- Novas Vantagens
nheiros. Sabem realmente como e em quem atirar, além de improvisar Código de Honra (-1 ponto cada)
em situações difíceis. Nenhuma Característica pode ultrapassar 4 duran- Código de Honra do Homem Alistado: esteja pronto para lutar e mor-
te a criação do personagem. rer pela honra de sua unidade, serviço ou país; siga ordens; olhe pelos
Elite (13-14 pontos): poucos chegam a este nível. Redundante dizer, seus camaradas; cuide de seu equipamento; trate um inimigo honrado
geralmente são membros de tropas de elite, as quais se infiltram atrás com respeito (um inimigo sem honra merece um tiro); vista a farda com
das linhas inimigas em missões de alto risco e sem suporte. Mestres em orgulho.
sobrevivência e improviso, uma vez que estão sozinhos. Aqui começam Código de Honra dos Oficiais: seja rígido, porém justo; traga honra
as façanhas realmente heróicas. Nenhuma Característica pode ultrapas- para sua unidade, serviço e país; lidere na frente de combate; cuide de
sar 4 durante a criação do personagem. seus homens; observe as “regras de guerra”; vista a farda com orgulho.
Herói de Guerra (15+ pontos): o nível máximo permitido para com- Covardia (-1 ponto)
batentes que, a tal altura, tornam-se o pesadelo do inimigo. A guerra nes- O combatente é cuidadoso em relação ao seu bem estar físico. Toda
te ponto atinge um nível épico, quase irreal, com os personagens esca- vez que surgir a necessidade de se arriscar fisicamente, ele deverá fazer
pando de perigos que matariam qualquer um. Eles passam sobre cam- um teste de Resistência. Se houver risco de vida, a jogada será feita com
pos minados sem maiores dificuldades, enfrentam tanques (ou viaturas um redutor de -1 (se o redutor deixar a Característica em 0, faça a jogada
blindadas de combate, para aqueles que curtem o linguajar militar) sozi- como se ela fosse 1). Em caso de fracasso no teste, ele deverá se recusar
nhos, entre outras façanhas heróicas. Nenhuma Característica pode ultra- a se arriscar, a menos que seja ameaçado com um perigo maior (a crité-
passar 5 durante a criação do personagem. rio do Mestre). Desnecessário dizer, o combatente não é bem visto pelos
seus companheiros.
Vantagens e Desvantagens Impulsividade (-1 ponto)
A lista de Vantagens e Desvantagens permitidas se aplica somente O combatente odeia falar e pensar, preferindo a ação. Quando estiver
aos PCs. O Mestre é livre para utilizar outras Vantagens e Desvantagens só, agirá primeiro e pensará depois. Em um grupo, quando seus compa-
para Máquinas e NPCs. As Vantagens e Desvantagens que podem ser u- nheiros quiserem parar e discutir uma situação, ele dará sua opinião ra-
tilizadas por PCs são: pidamente, se o fizer, e depois partirá para a ação. O combatente deverá
Vantagens: Adaptador, Aliado, Aparência Inofensiva, Arena, Ataque ter sucesso em um teste de Resistência para ser capaz de esperar e pon-
Especial, Ataque Múltiplo, Boa Fama, Energia Extra, Genialidade, Hierar- derar, se isto for absolutamente necessário. Combatentes impulsivos ge-
quia Militar, Hipoalgia, Mestre, Paralisia, Parceiro, Patrono, Poder Oculto, ralmente têm problemas com a Hierarquia Militar.
PVs e PMs Extras, Riqueza, Sentidos Especiais, Tiro Carregável.
Desvantagens: Assombrado, Código de Honra, Covardia, Devoção, Pacote Básico
Fúria, Impulsividade, Inculto, Inimigo, Insano, Má-Fama, Monstruoso, Além da lista acima, há este pacote para todos os combatentes. Ele
Munição Limitada, Ponto Fraco, Protegido Indefeso. vale 1 ponto:
·Patrono - Forças Armadas: escolha uma das seguintes: Exército,
Novas Vantagens Marinha, Força Aérea. Alguns Mestres podem permitir o uso de organiza-
Hierarquia Militar (1 ponto por nível, até o máximo de 5 ní- ções, instituições ou corporações militares alternativas como a Legião Es-
veis) trangeira francesa, ou até mesmo grupos paramilitares. Se o combatente
Reflete sua posição em uma organização militar. Cada nível é membro de Resistência, esta também pode servir como Patrono.
lhe dá autoridade sobre os níveis inferiores independente da ca- ·Sobrevivência: escolha uma Especialização.
pacidade pessoal. Praças têm nível 1-2 e oficiais 3-4. Generais, Munição Limitada: com regras especiais vistas na seção “Munição
Almirantes, Brigadeiros ou equivalentes têm nível 5 (o máximo Limitada”. Assume-se que todos os personagens automaticamente pos-
permitido). A lista abaixo é genérica: suem esta Desvantagem. No entanto, ela NÃO conta no limite de -3 pon-
Praças: tos.
- 0 pontos: soldado;
- 1 ponto: cabo; 3º, 2º e 1º sargentos; subtenente; Funções
Oficiais Subalternos:
- 2 pontos: 2º e 1º tenentes; Na guerra, um combatente pode exercer qualquer função. Pode ser
Oficiais Intermediários: um infante (fuzileiro, metralhador, granadeiro, operador de morteiro, ati-
- 3 pontos: capitão; rador de elite, soldado commandos etc.), socorrista (para-médico, enfer-
Oficiais Superiores: meiro, cirurgião etc.), sapador (engenheiro de combate), piloto (de caça,
- 4 pontos: major; tenente-coronel; coronel; de bombardeiro etc.), tripulante de blindado, marinheiro... As opções são
Oficiais Generais: grandes. No entanto, o que difere cada um destes tipos é o treinamento
- 5 pontos: general-de-brigada; general-de-divisão; general- que recebem conforme o tipo de tropa que integram, aqui representado
de-exército; marechal (apenas para NPCs). pelas Especializações. Assim, cada combatente é livre para escolhê-las,
obedecendo ao custo de 3 por 1 ponto.

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VISÃO DO FUTURO
A lista abaixo é apenas uma sugestão e pode ser modificada confor- nismo, Camuflagem, Demolição, Furtividade, Natação, Pára-Quedismo,
me a vontade do Mestre. Nos casos em que há mais de três Especializa- Sobrevivência (escolha uma Especialização).
ções, a escolha é livre. ·Oficial: o homem responsável por comandar a tropa em combate ou
·Artilheiro: o soldado integrante de uma equipe responsável por uma não, responsabilizando-se por ela sob todos os aspectos. Camuflagem, E-
peça de artilharia. Artilharia Pesada, Camuflagem, Condução, Mecânica, tiqueta, Liderança, Linguagem de Sinais, Primeiros Socorros, Sobrevivên-
Topografia. cia (escolha uma Especialização). Esta é apenas uma sugestão. Vale lem-
·Batedor (Esclarecedor): o combatente que segue à frente de seu gru- brar que, para ser um oficial, deve-se ter pelo menos 2 pontos em Hierar-
pamento a fim de guiá-lo, atentando-se contra qualquer perigo. Alpinis- quia Militar.
mo, Camuflagem, Furtividade, Linguagem de Sinais, Primeiros Socorros, ·Pára-Quedista: o rústico combatente de infantaria, apto a operar in-
Rastreio, Sobrevivência (escolha uma Especialização). dividualmente após o salto. Camuflagem, Furtividade, Linguagem de Si-
·Bombardeador: o piloto de um bombardeiro, o famoso e temido avi- nais, Pára-Quedismo, Primeiros Socorros, Sobrevivência (escolha uma
ão portador de morte. Artilharia, Camuflagem, Eletrônica, Linguagem de Especialização).
Sinais, Mecânica, Navegação, Pára-Quedismo, Primeiros Socorros, Pilo- ·Piloto: integrante de esquadrão de caça de Força Aérea, o piloto é o
tagem. guerreiro dos céus. Artilharia, Linguagem de Sinais, Pára-Quedismo, Pi-
·Sapador (Engenheiro de Combate): o especialista cujo objetivo é fa- lotagem, Primeiros Socorros, Sobrevivência (escolha uma Especializa-
cilitar o deslocamento da tropa reparando estradas, pontes e eliminando ção).
os obstáculos à progressão e, ainda, dificultar o movimento do inimigo. ·Atirador de Elite (Sniper): o temido e odiado caçador seguidor do le-
Armadilhas, Camuflagem, Demolição, Engenharia, Furtividade, Lingua- ma “um tiro, uma morte”. Camuflagem, Furtividade, Linguagem de Si-
gem de Sinais, Mecânica, Primeiros Socorros, Sobrevivência (escolha nais, Primeiros Socorros, Rastreio, Sobrevivência (escolha uma Especia-
uma Especialização). lização).
·Espião: o profissional responsável por extrair informações do inimi- ·Infante (Soldado): o combatente padrão de infantaria, portador de fu-
go, utilizando quaisquer meios necessários. Atuação, Camuflagem, Dis- zil, rifle, metralhadora ou lança-rojão, além de granada. Artilharia Pesa-
farce, Furtividade, Idiomas (escolha uma Especialização), Manipulação da, Camuflagem, Condução, Mecânica, Sobrevivência (escolha uma Es-
(escolha uma Especialização), Primeiros Socorros. pecialização).
·Fuzileiro Naval: ·Tanquista: o integrante de guarnição de blindado. Artilharia, Condu-
o impetuoso e ção, Eletrônica, Mecânica.
altamente ades-
trado guerreiro Exemplo de Criação de
anfíbio, ponta
de lança em ata- Combatente
ques à costa. Ca- Neste exemplo simples faremos o soldado russo Alexander Corvonov,
muflagem, Furti- um ex-fazendeiro que se tornou atirador de elite forçosamente após per-
vidade, Lingua- der a esposa em um bombardeio alemão:
gem de Sinais, Na- Nome de Guerra: Corvonov.
tação, Primeiros So- Posto/Graduação: Soldado (0 pontos).
corros. Força Armada: Exército Vermelho.
·Guerrilheiro: o com- País: União Soviética (Rússia).
batente (seja ele civil ou Função: Atirador de Elite.
militar) que defende Nível de Campanha: Recruta (7 pontos).
seu país utilizando táticas Unidade: 13ª Divisão de Rifle da Guarda, 62º Exército.
de guerra assimétrica, a F0, H2, R2, A0, PdF2, 10 PVs, 10 Pms.
guerra não-convencional. Vantagens: Patrono (Exército Vermelho)*, Poder Oculto (1 ponto).
Camuflagem, Demolição, Dis- Desvantagens: Inculto (-1 pt), Munição Limitada*.
farce, Furtividade, Linguagem Perícias: Agricultura, Furtividade, Rastreio, Sobrevivência na Estepe*.
de Sinais, Primeiros Socorros. * Pacote básico (1 ponto).
·Marinheiro: o homem com Equipamento: uma pistola Tokarev TT-33 e um rifle Mosin-Nagant
sal no sangue, tripulante de com dois carregadores cada; duas granadas (as regras para a utilização
qualquer tipo de embarcação de armas de fogo estão na seção a seguir).
marinha (desde veleiros a sub-
marinos). Código Morse, Mecâni-
ca, Navegação, Pilotagem, Primei-
Combate
ros Socorros. “Descanso é coisa boa... Para os mortos”.
·Socorrista (Médico de Comba- - T. Carlyle
te): o “doutor” que ajuda os compa- Após a construção do combatente, é hora de armá-lo para a guerra.
nheiros mesmo sob fogo cerrado. Geral- Abaixo seguem algumas regras adicionais para aqueles que querem
mente não porta arma. Cirurgia, Primei- incrementar suas lutas. De resto, todas as regras do Manual 3D&T con-
ros Socorros, Ciência (escolha uma Espe- tinuam valendo (principalmente as de tipos de dano, com o respectivo re-
cialização). dutor caso o personagem utilize outro dano o qual não está acostumado).
·Soldado de Elite: o empedernido com- Às armas!
batente de tropa de elite, especialista em
sobrevivência. Temido pelos inimigos
como uma máquina de matar. Alpi-

Oficial: pronto para


comandar
28 Abril 2007
ADAPTAÇÃO

·As armas que têm o símbolo * podem ser ajustadas para o modo se-
Armas de Fogo mi-automático (leva um turno), seguindo também as mesmas regras da
A maioria delas causa dano por contusão (ou perfuração, dependen- Vantagem Tiro Múltiplo. No entanto, a cada turno dispararão OBRIGATO-
do do tipo de munição) e seguem as regras normais para ataque com RIAMENTE três tiros, cada um a um gasto de 2 PMs (e, se acabarem os
PdF. Somente é permitido um ataque por turno, a não ser em casos espe- PMs, serão consumidos os PVs; terminados estes, o personagem com 0
cíficos dependendo do tipo de arma carregado pelo combatente (ver seção PVs desmaiará de exaustão);
“Tiro Múltiplo e Rajada”). ·A rajada só pode ser usada com armas automáticas (todas as da lis-
Lista de Armas ta, excetuando-se as que têm o símbolo ~). Se uma arma de fogo come-
A descrição das armas tem o seguinte formato: çar a disparar no início de um turno e o gatilho for mantido apertado du-
·Arma: nome do fabricante, seguido do calibre (ver seção “Calibre”). rante todo o turno (o jogador anuncia a rajada ao Mestre antes de usá-la),
·-D (menos dano): a distância (em metros) na qual a FA atacante so- ela disparará TpT tiros. Em termos de regras, é um misto de Tiro Múlti-
fre um redutor de -1 devido à perda de potência da arma. plo com a manobra Ataques Múltiplos. Ela gasta 1 PM por disparo e, a
·Máx (alcance máximo): é impossível atacar qualquer alvo a uma cada dois tiros, além dos gastos normais de PMs (ou PVs, se esses acaba-
distância maior do que esta. rem) há o redutor de -1 na H para o próximo ataque (assim, no 3º, 6º, 9º
·TpT (tiros por turno): é o número de tiros que a arma dispara por etc., haverão os redutores conforme a manobra Ataques Múltiplos). Por
turno. Às vezes este número é fornecido como uma combinação. O núme- fim, cada FA conta separadamente contra a FD inimiga.
ro à esquerda da barra é o nú-
mero de tiros que a arma po- Exemplo: um combatente
de disparar, enquanto o nú-
Tabela de Armas de Fogo de H2, R1, PdF1, 5 PVs e 5
mero à direita indica o núme- Arma -D Máx. TpT Titos PMs está armado com uma
ro de turnos. Se o número for Pistolas semi-automáticas: submetralhadora MP 40, de
maior do que 1, a arma será Tokarev TT-33, 7.62mm Tokarev TpT 8. Ele está com o carre-
140 1.800 3~ 8+1
automática, ou seja, aquela gador cheio e decide fazer
Colt M-1911A1, .45 ACP 175 1.700 3~ 7+1
quantidade de tiros será dis- uma rajada. Assim, avisa o
Luger P 08, 9mm Parabellum 150 1.900 3~ 8+1
parada se o gatilho permane- Mestre e aperta o gatilho.
cer pressionado durante um
Rifles e rifles de assalto O primeiro ataque tem
turno. Um * indica que a ar- Lee-Enfield No. 4 Mk I, .303 Br. 1000 3.800 1 10+1 FA=(H)2+(PdF)1+1d e
ma tem um seletor de tiro, Mosin-Nagant 1891/30, 7.62mm R. 800 3.900 1/2 5+1 gasta 1 PM (4 PMs). O segun-
i.e., pode ser usada tanto no Tokarev SVT-40, 7.62mm R. 800 3.900 3~ 10+1 do, 2+1+1d (3 PMs). O ter-
modo automático, como no Springfield M-1903, .30-06 1.000 4.600 1/2 5+1 ceiro, (H-1)1+1+1d (2 PMs).
semi-automático. Um ~ indi- M-1 Garand, .30-06 1.000 4.600 3~ 8 O quarto, 1+1+1d (1 PM).
ca que a M-1 Carbine, .30 Carabine 300 2.100 3~ 15+1 O quinto, 1+1+1d (0 PMs).
arma não é automática, mas Karabiner 98k, 7.92mm Mauser 1.000 4.000 1/2 5+1 Sexto, (H-2)0+1+1d (4 PVs).
pode disparar no máximo o Gewehr 43, 7.92mm Mauser 1.000 4.000 3~ 10+1 Sétimo, 0+1+1d (3 PVs).
número indicado de vezes por Submetralhadoras: O último, 0+1+1d, lembran-
turno. Para mais detalhes, ver Sten MkII, 9mm Parabellum 160 1.900 9* 32 do que cada ataque conta se-
seção “Tiro Múltiplo e Ra- M-1A1 Thompson, .45 ACP 190 1.750 11* 30 parado. Além disso, se os re-
jada”. M-3 “Greasegun”, .45 ACP 190 1.750 8 30 dutores levarem a H para 0,
Tiros: o número de tiros PPSh-41, 7.62mm Tokarev continue o ataque, ao contrá-
160 1.900 15* 71
que a arma é capaz de dispa- rio do que diz a manobra Ata-
MP38 ou 40, 9mm Parabellum 160 1.900 8 32
rar sem recarregar (ver se- ques Múltiplos (isto simula o
Metralhadoras:
ção “Tempo de Recarga”). recuo da arma). O verdadeiro
O indicador “+1” refere-se Bren MkII, .303 British 1.000 3.800 8* 30 freio da rajada são os PMs e
ao cartucho no cano, após a M-1918ª2 BAR, .30-06 1.000 4.600 6/9 20 PVs do combatente, isto é,
ação de alavanca (caso seja sua resistência.
utilizada a regra de tempo de
recarga). Tempo de Recarga
Tiro Múltiplo e Rajada Esta é uma regra extremamente cruel para Mestres que desejam
Na tabela de armas, há um dado que se chama Tiros por Turno (ou uma campanha real.
TpT). No 3D&T, há duas maneiras de se atacar com PdF mais de uma As armas de fogo estão divididas em 2 grupos: armas de carregador
vez no mesmo turno: através da Vantagem Tiro Múltiplo (pág. 33; o removível e de carregador alimentável.
combatente NÃO precisa comprá-la) ou da manobra de combate Ataques Armas de carregador alimentável exigem 3 segundos de preparação,
Múltiplos (pág. 61). mais um segundo por tiro.
Cada tipo de arma permite um determinado número de ataques por A troca de carregador em uma arma de carregador removível (ou in-
turno, seguindo as regras abaixo: trodução de um carregador numa arma tipo Mauser) leva 3 segundos
·Armas tiro-a-tiro podem ser disparadas até 3 vezes em um turno (um para preparar a arma, um para apanhar o carregador e o último pa-
(este fato está indicado por um TpT 3~), seguindo as regras da Vanta- ra inseri-lo).
gem Tiro Múltiplo no que diz respeito ao gasto de PMs (2 por cada dispa- Neste caso, um segundo equivale a um turno.
ro, incluindo o primeiro) e não contagem das FAs (cada FA conta separa-
damente para vencer a FD do inimigo). Além disso, o número máximo Munição Limitada
de ataques que se pode fazer é igual à Habilidade do atacante ou o TpT Funciona de maneira semelhante. O combatente portará um número
(o que for MENOR); de cartuchos extras igual ao seu Poder de Fogo para CADA arma que tiver.

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VISÃO DO FUTURO
Além disso, cada combatente carregará um número de granadas igual Por fim, somente no caso das granadas, NÃO há o gasto de 8 PMs
ao PdF. por ser um ataque com dano de área.

Exemplo: um soldado com PdF2 que carrega uma submetralhadora Exemplo: o pracinha da FEB Almeida está encurralado atrás de uma ca-
M-1A1 Thompson (esta com capacidade para 30 cartuchos por carrega- sa, sob fogo de cobertura italiano. Enquanto soldados avançam em sua
dor), terá dois carregadores com 30 cartuchos cada (totalizando 60 tiros), direção, ele resolve dispersá-los com uma granada. Desesperado, ele a
e não apenas 10 cartuchos (conforme o Manual diz). Terá também duas tira do cinto, abre o pino dela, inclina-se ligeiramente para a aresta da
granadas. parede e a lança. O Mestre decide que, como o soldado não teve tempo de
mirar direito e o inimigo está a mais ou menos uns 30m de distância e se
Calibre aproximando, terá um redutor de -2 no teste de H. Como ele tem H1, em-
Cada arma utiliza um calibre de munição diferente (na lista de ar- bora o redutor o deixe com H-1 (1-2=-1), se tirar 1 ele acerta. Almeida
mas, ele estará ao lado do nome), impossibilitando um personagem de u- joga o dado e tira 3. Assim, ele errou a granada por 10m, uma vez que
tilizar munição de outro calibre na mesma arma. (-1+3=2). Almeida tem PdF2, mas, como utilizou uma granada, causa-
rá dano por PdF1, isto é, 5m. A granada e seus estilhaços não atingem o
Alcance do PdF inimigo.
No Segunda Guerra 3D&T, NÃO se utiliza a regra limitando o alcan-
ce do Poder de Fogo. Cada arma tem seu próprio alcance. Veículos
Seguem as regras para Máquinas, conforme o Manual 3D&T. Po-
Atordoamento rém, ao contrário dele, elas não entram na contagem de pontos do perso-
Um personagem pode ficar atordoado (geralmente com explosões) se nagem, isto é, ele não pode comprá-la com pontos durante a criação, so-
perder, em um só golpe, um número de PVs maior que sua R/2. Nesse mente adquiri-las em campanha e com a permissão do Mestre para de-
estado, sofre um redutor de -1 na FD. Assim, um personagem com Resis- terminadas funções (piloto, bombardeador, tanquista etc.).
tência 2 e 10 PVs ficará atordoado se perder, de um só golpe, 5 ou mais Vantagens como Deflexão, Armadura Extra, Paralisia, além dos pode-
Pvs. res extras do Ataque Especial (Teleguiado, Preciso, Área, Lento etc.) são
O atordoamento dura 1d-R (mínimo 1) turnos (um combatente com altamente recomendáveis.
R2 ficará atordoado por 1d-2 turnos e assim por diante). Abaixo, alguns exemplos:
Tanques
Exemplo: o sargento americano Elias sobe desesperadamente o mon- M-4 Sherman (Estados Unidos)
te com projéteis de morteiros japoneses caindo à sua volta. Infelizmente, F3, H0, R5, A5, PdF3 (perfuração, metralhadora), 35 PVs, 25 PMs, Ata-
um deles acerta bem perto dele. Morteiros têm PdF3 e causam dano por que Especial (PdF, explosão), PVs Extras.
área. Porém, neste caso o soldado está indefeso, então sua defesa será
somente por sua Armadura (ele tem A0). Por conseguinte, ele não tem Panzerkampfwagen IV (Alemanha)
direito à Esquiva e, como o projétil caiu a uns 5m dele, o soldado não so- F4, H0, R5, A4, PdF3 (perfuração, metralhadora), 35 PVs, 25 PMs, Ar-
frerá o dano total, de acordo com as regras de dano de área (redutor de madura Extra (perfuração), Ataque Especial (PdF, Lento, explosão), PVs
-1 para cada 3m de distância do ponto de impacto). A H do artilheiro é 2, Extras. As versões Tigre têm A+1 e PdF+1.
então a FA ficará em H+PdF+1d-1 (ele joga o dado e tira 2). Assim, a
FA fica em 2+3+2-1=6. Elias perde 6 PVs e, atordoado, continua ten- T-34 (Rússia)
tando subir a elevação... F3, H0, R4, A4, PdF3 (perfuração, metralhadora), 30 PVs, 20 PMs, Ata-
que Especial (PdF, explosão), Deflexão (neste caso, +2 para FD, seguin-
Granadas do as mesmas regras da Vantagem), PVs Extras.
De acordo com o Manual 3D&T, quando se arremessa uma granada, Veículo leve
a FA é igual a H+PdF+1d, mais bônus ou redutores dependendo da lo-
calização e distância do alvo e ela causa dano por explosão (coquetéis Jipe (genérico)
Molotov causam dano por calor/fogo e seguem as mesmas regras). Esta F2, H0, R2, A1, PdF0, 10 PVs, Aceleração.
é a versão oficial. Agora, para Mestres que querem mais regras, há as a- Aviões de Caça
baixo.
Quando um personagem lançar uma granada, faça um teste de H; P-51 Mustang (Estados Unidos)
em caso de sucesso, ela acerta normalmente, mas em caso de falha, terá F5, H0, R5, A4, PdF4 (perfuração, metralhadora), 25 PVs, 25 PMs, Ace-
errado o alvo por um número de metros igual ao número de pontos pelo leração, Tiro Múltiplo.
qual se falhou a jogada. Redutores são altamente aconselháveis nesta jo-
gada e, somente neste caso, eles podem deixar a Característica com um Messerschmitt Bf 109 (Alemanha)
número negativo (veja exemplo abaixo), embora um resultado 1 signifi- F5, H0, R5, A5, PdF4 (perfuração, metralhadora), 25 PVs, 25 PMs, Tiro
que acerto. Múltiplo.
Acertando ou não, jogue a FA normalmente.
As explosões de uma granada causam dano por contusão e fragmen- Mitsubishi A6M Reisen “Zero” (Japão)
tação (geralmente perfuração), se existir algo que possa ser estilhaçado e F5, H0, R4, A3, PdF4 (perfuração, metralhadora), 20 PVs, 20 PMs, Ace-
projetado próximo ao local da explosão. leração, Tiro Múltiplo.
Todas as granadas seguem as regras para dano de área, conforme o
poder extra da Vantagem Ataque Especial, mas com alcance reduzido Avião-Bombardeiro
(5m por ponto de PdF). Junkers Ju 87 Stuka (Alemanha)
Se o Mestre desejar limitar isso, pode-se considerar toda granada co- F5, H0, R6, A6, PdF3 (perfuração, metralhadora), 30 PVs, 30 PMs, Ata-
mo dano de PdF1, independentemente do PdF do atacante. que Especial (PdF, Lento, explosão), Tiro Múltiplo.

30 Abril 2007
ADAPTAÇÃO
A Guerra
“A miséria da condição humana é tal que a dor
é seu sentimento mais vivo.”. para obtê-los.
- Jean Lerond D'Alembert No que diz respeito ao heroísmo, é de senso comum que um homem
sozinho raramente faz diferença nas condições impiedosas da guerra,
Com o combatente armado e adestrado, resta-se apenas lançá-lo na mas, dependendo do teor da campanha, ele realmente pode fazê-la
guerra. Esta seção discute algumas idéias para Mestres que, justamente, (o combatente pode impedir o avanço alemão estando na trincheira certa
não sabem por onde começar. em Kursk, atravessar primeiro um certo arame farpado em Omaha etc.).
Como ponto inicial, a maneira mais fácil de fazer isto é conferir a his- A guerra terrestre também inclui o uso dos tanques em ações de ca-
tória do combatente: sua tropa, função, posto/graduação e país de origem. valaria. Missões como reconhecimento, ataque e fuga, ataque maciço
Com estes dados objetivos, fica-se fácil estabelecer o teatro de operações (carga), apoio à infantaria ou a famosa blitzkrieg são comuns, sempre
e, conseqüentemente, os tipos de missão. Além disso, aconselha-se a con- sob o clima agressivo do campo de batalha selvagem.
sulta a um livro de História. Para os interpretativos, há ainda o Holocausto, o terror definitivo, e to-
das as conseqüências que ele trás (imagine uma invasão a um campo de
Prelúdio concentração...). Isto sem contar as situações de espionagem (o clichê de
Seria interessante mestrar uma aventura introdutória abordando o infiltrar-se na tropa inimiga) e Resistência (ataques furtivos a pontos-cha-
treinamento dos combatentes (além disso, esta é uma maneira de acostu- ve). Seria interessante também a utilização do soldado intérprete e, como
má-los com as regras). Este tipo de aventura incluiria como “masmorra” último recurso, situações de prisioneiros de guerra (principalmente tenta-
construções para adestramento de abordagem tática, técnicas de guerra tiva de fuga).
urbana e, em outros casos, infiltração profunda (isto é, o grupo deve atin- No entanto, o ponto mais importante é que os soldados precisam des-
gir um objetivo distante de onde está, variando entre capturar um deter- cansar (seja três meses no país natal para ajudar no treinamento de re-
minado “inimigo”, destruir-lhe algo específico ou simplesmente extrair crutas ou alguns dias numa cidade ocupada, nas quais sempre há bares,
informações). garotas, credores, nativos hostis etc.).
Além disso, para aqueles que curtem interpretação, há também o fa- Combatentes membros de forças especiais (que, na época, diferiam do
to da separação da família ou até mesmo situações engraçadas, ao gosto soldado ordinário apenas por receberem treinamento um pouco melhor)
dos combatentes (como o homem que se alista para fugir de algo ou al- são aventureiros por excelência. O Mestre pode utilizar qualquer unidade
guém). O background auxilia muito nesta parte. especial ou, ainda, inventar a sua própria (que tal uma tropa tão secreta
Vale lembrar que, dependendo da Força Armada, o treinamento vari- que sequer foi registrada pela História?). As missões são praticamente
ava muito em quantidade e qualidade (um exemplo é o caso dos russos as mesmas da infantaria convencional, acrescentando-se maiores riscos.
quando da defesa de Moscou, os quais recebiam apenas lições básicas de Aqui há o velho clichê da invasão a um posto avançado e missões de re-
manuseio de rifle e lançamento de “batatas” antes de entrarem em com- tomada ou resgate, contando com o fator surpresa.
bate...).
Guerra Aérea
Pé de Poeira As condições de sobrevivência de um aviador são muito melhores do
Muito provavelmente os combatentes serão integrantes da guerra ter- que as dos soldados da frente de batalha, muito embora também se enga-
restre, membros da Infantaria. Este tipo de campanha acarreta toda sorte jem em vários combates. Vantagens como a permanência durante um
de desgraças no campo de batalha, a começar pelo próprio deslocamento bom tempo na base, perto da civilização (oportunidades de interpretação
da tropa (imagine arrastar uma arma antitanque ou uma peça de artilha- e até mesmo relações amorosas) e medalhas e promoções mais rápidas
ria pela selva densa), endurecendo-se sob ambientes hostis, seja no sol (aqui vale lembrar que geralmente os pilotos são oficiais).
ou chuva (Mestres mais interpretativos podem exigir testes de Resistên- No entanto, há situações em que os aeronautas invejam os homens
cia para os nervos mais fracos), submetendo-se a qualquer tipo de terre- da infantaria. Para as tripulações dos bombardeiros, por exemplo, não há
no. opção de se engajar numa batalha renhida ou de não se mexer e ficar fo-
Missões clássicas incluem a vigilância de um lugar, patrulha de reco- ra dela, ou de fugir por bem ou por mal, elas partem com o avião, o qual
nhecimento ou combate, a marcha entre duas frações aliadas separadas muitas vezes é apertado. Sob a aparentemente intransponível muralha de
(a fim de informar algo a elas) e a caça (abatimento do inimigo de embos- projéteis das baterias antiaéreas, os homens não têm como se movimen-
cada). A frente de batalha pertence aos homens que servem lá fuzileiros, tar, esconder, agachar ou fugir. Sobrevôos através desse fogo é uma expe-
guarnições de metralhadoras e de morteiros, observadores avançados, o- riência que se assemelha às situações em que os infantes são surpreendi-
peradores de sistemas de comunicação e socorristas. Grosso modo, a roti- dos em campo aberto por tiros de barragem, tornando-os impotentes e a-
na da infantaria resume-se a deslocamento, cavar trincheira, montar pavorados. Em uma palavra: angústia.
guarda (“puxar hora”, seja na vala ou em instalações), tentar dormir, ata- Além disso, se o avião sofrer queda, a morte é praticamente certa
car ou responder ao fogo inimigo, abrigar-se de fogo de barragem da arti- mas, se o piloto sobreviver, sua situação se assemelha (no pior sentido) a
lharia, deslocar-se, combater, conquistar e manter terreno. Nesse cená- de um pára-quedista sozinho em território inimigo, passível de morrer fa-
rio tenebroso, as ordens vão descendo a cadeia de comando (mas sem- cilmente ou se tornar prisioneiro de guerra.
pre pode ocorrer de uma fração de tropa ficar isolada, virando-se como
pode), esta variando enormemente com a morte dos comandantes. Guerra Naval
Quando a batalha tem lugar, geralmente será feia e letal (brutal, para Para um marinheiro, a rotina naval é uma sucessão de tarefas de bor-
aqueles que curtem um foco mais dramático), não importando se se está do sob os encargos de sua função, não importando o tamanho do barco.
num complexo de casamatas ou não, de dia ou de noite (e geralmente as Porém, quando a batalha tem início, tamanho certamente é documento. As
operações noturnas são mais agressivas). Um certo clima de fatalismo embarcações, dependendo de sua natureza, podem cumprir várias mis-
permeia os soldados, independentemente de suas convicções patrióticas sões: ataque, escolta, reconhecimento, transporte de tropas, sempre sob o
ou não. Mas, no fim, há apenas a preocupação pela própria sobrevivên- perigo de ser atacado repentinamente por um submarino (sendo esta op-
cia (e o individualismo ou coletivismo pode ser a chave para a vitória ou ção extremamente interessante para combatentes marinheiros, ensejando-
derrota, podendo ser explorada pelo Mestre). se várias operações especiais “suicidas”). Por fim, para o caso dos naufrá-
Além disso, outro ponto interessante e freqüentemente abordado é o gios, há as situações de sobrevivência em alto mar ou em terra, se a en-
fato da constante falta de munição e combustível, o que pode levar os contrarem a tempo.
combatentes a improvisarem ou realizarem incursões arriscadas apenas

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CONTOS DE BROMO

Antônio Augusto Shaftiel


apresenta

De
olhosbem
abertos

Inadequando para menores de 18 anos.


Material com conteúdo adulto: sexo, tor-
tura e violência.

32 Abril 2007
CONTO
Você o ama, não é? disse, sem tristeza ou ameaça.

V ocê tem que me entender. Ele é louco disse a mulher, se-


gurando nas mãos do homem apaixonado que estava diante
Ela não respondeu, porém o olhar preocupado que levou
ao amante demonstrou que sim.
Tive que esperar seis meses para deixar sua paixão aumentar. Seis
meses... Doeu muito, mas agora sei que você o ama. Você se apaixona fá-
dela. Amava-o muito, desde o primeiro momento que o vira.
Os primeiros meses juntos só serviram para confirmar aquele cil, por isso eu te amo.
amor, pois recebera apoio e consideração o tempo todo. Era Desgraçado disse o amante, tentando se levantar. O ho-
uma dádiva depois dos anos difíceis que passara. mem não se deu ao trabalho de olhá-lo. Retirou algemas do
Os dois estavam sentados na sala do apartamento que ha- bolso e andou até a mulher. Ela tentou se livrar, quase gritan-
viam alugado apenas para se encontrarem secretamente. Não do, mas se conteve para não quebrar a primeira regra. Tremia
queriam que ninguém os descobrisse, tanto é que ela demora- tentando entender qual era o jogo da vez. Ficou quieta quan-
va uma hora para chegar ao local de tanto dar voltas e mais do ele simplesmente a algemou e mesmo depois que o invasor
voltas, cruzando a cidade e voltando. Ele não sabia disso, ima- andou até o amante e acertou-lhe um chute no rosto, para jo-
ginava que havia apenas um segredo por causa da pressão da gá-lo no chão novamente.
família dela. O homem passou a próxima hora com trabalhos cuidado-
O homem inclinou-se um pouco, encorajado pelo toque sos e meticulosos. Trouxera uma caixa de ferramentas do cor-
dela. Sentir aquelas mãos quentes encostando nele era ficar redor e usara cada uma delas. Furara a parede, depois colocara
próximo do paraíso. Nem percebeu que ela tremia. pregos e parafusos. Encostara a mulher lá e passara correias
Não ligo. Eu passo qualquer coisa por sua causa. Ele pode fazer o no pescoço, no queixo e na testa. Deixou tão apertado que ela
que quiser. Não tenho medo dele. não conseguia se mover.
“Era bom ter...” ela pensou. Uma lágrima quase escorreu Você vai olhá-lo disse.
por seu rosto, porém ela fungou e a manteve presa no olho. Ela gemeu nervosa e ele estendeu o braço e massageou os
Ele estendeu a mão para tocar-lhe o rosto, talvez percebendo seios dela. A mulher fechou os olhos nervosa.
os olhos úmidos. Ela negou sutilmente, com a delicadeza femi- Isso é o que eu menos quero que você faça disse o torturador.
nina que fez a atenção dele se desviar para a beleza dela. En- Ele retirou agulhas pequenas e finas e colou-as em fita ade-
tão ele se ocupou com os longos cabelos loiros, colocando-os siva.
atrás da orelha e passando o dedo por eles. Fique parada para eu não te machucar... disse, agindo com
Ela pensou que era melhor acabar com tudo de uma vez, tanto cuidado quanto um cirurgião.
antes que tudo acabasse em tragédia, a mesma tradicional his- Prendeu a fita adesiva na pálpebra superior dela. A mulher
tória de ciúme e obsessão que sempre levava à violência. Ten- sentiu a agulha fria quase tocando o globo ocular. Arranhou
sa, tocou-o no rosto, sem perceber que aqueles toques apenas de leve. O desespero dela aumentou. Precisava sair, precisa fe-
o deixavam mais determinado a ficar do lado dela. char os olhos. Pena que não podia. Viu quando ele colocou os
Você não entende. Ele lida com pessoas ruins. Ele é uma pessoa protetor auricular nela.
ruim. Não imagina o que eu já o vi fazer. Ele me fazia ver as piores coi- Hoje serão somente os olhos. Depois passaremos para os outros sen-
sas. tidos.
A gente chama a polícia. Ou eu mesmo resolvo. Tenho amigos que Aproximou-se do amante deitado e abriu a caixa de ferra-
podem ensinar para ele o que é ser homem. Sempre há um peixe maior mentas. Estendeu um dos braços dele e abriu a mão. Retirou
no lago, meu amor. um prego grosso e começou a enfiar na palma. O sangue co-
Ela sorriu para ele. Outro ato ingênuo de sua paixão que o meçou a escorrer e o homem, até agora inconsciente, gemeu.
deixou mais apaixonado, acionou a esperança e amplificou a Começou a despertar. Abriu os olhos lentamente e viu o pre-
vontade de protegê-la, apenas para vê-la sorrindo mais uma go enfiando na mão. O torturador estava o paralisando. Então,
vez. Levantaram-se para ir embora. Ele estava mais contente, de repente, aquele homem maligno retirou um martelo da cai-
pois passara os últimos minutos preocupado com um possível xa de ferramentas. Ergueu-o e bateu com tanta for-ça. O pre-
término do relacionamento e ain-da com a tristeza dela. A tar- go atravessou a mão e prendeu-se no piso de madeira. O ho-
de fora maravilhosa, com o vinho, o sexo e a conversa, até mem gritou e gemeu. Os gemidos só eram substituídos pelos
chegarem naquele assunto, quando então se vestiram e senta- gritos que se repetiram com os pregos da outra mão e, em se-
ram-se para conversar. guida, dos pés.
Ao abrir a porta, ela já tinha um sorriso discreto no rosto O passo seguinte foi pegar um pouco de sal e jogar sobre
que desapareceu quando um homem sorridente de cabelos es- as feridas. Salpicou tudo, cobrindo o sangue que escorria. Pe-
curos e olhos sem brilho apareceu encostado à parede do ou- gou um alicate e aproximou-se da boca do homem. Usou um
tro lado do corredor. Ela quase gritou e tentou fechar a porta, equipamento de dentista para mantê-lo de boca aberta. Então,
porém o amante já estava lá com o instinto de protegê-la. colocou o alicate em um dente e começou a extraí-lo. Puxava
Então é você... começou, mas o homem já andara até ele lentamente, mexendo para os lados e para frente e para trás.
e com um soco simples na garganta e outro nos rins, fez o a- O homem gemia. Ela olhava, ela via tudo, sem poder fechar
paixonado se dobrar. Jogou-o para dentro do quarto. os olhos. As lágrimas quase lhe ocultavam a visão, mas ela per-
A mulher apenas o olhava. Já conhecia a primeira regra. cebia. O invasor retirou os dentes um a um nos próximos
Nunca gritar. Mordeu os lábios para conter a vontade desespe- quarenta minutos. Parou quando o amante desmaiou, mas já
rada de se entregar ao terror. estava preparado para isso. Uma pequena dose de adrenalina
Agora os três estavam dentro do apartamento. O homem despertou a vítima. Balbuciou algo, porém o sangue não lhe
olhou tudo. Havia apenas uma mesa, uma televisão, um sofá e permitia falar direito. O torturador limpou cuidadosamente o
um quadro pendurado na parede. sangue, não para ouvir a vítima. Não, aquele dia não era para

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CONTOS DE BROMO
os ouvidos, era para os olhos. Só precisava de espaço para ou- Injetou mais adrenalina na vítima. O amante despertou e
tra coisa. ficou mais preparado para o que se seguiria. O torturador reti-
Retirou agulhas da caixa de ferramentas. Tinham duas pon- rou um bisturi da caixa de ferramentas. Começou a incisão na
tas. Aproximou-se da boca do homem e as enfiou uma a uma base do pênis e dividiu-o ao meio lentamente. O sangue escor-
onde deveria estar os dentes. Quando o osso impedia, coloca- ria e tudo se separava, até o membro se transformar em duas
va nas gengivas. Tocava os nervos um a um com partes flácidas e sujas. Levantouse e olhou para a mulher que
a ponta das agulhas e o homem gemia, chorava. amava.
O torturador continua cutucando os É tudo por você, meu amor.
nervos. Parou quando acabou de fi- Pegou o alicate mais uma vez e agora foi para as
xar as agulhas. Então retirou o e- mãos do amante, que tentou mexer o braço, porém
quipamento de dentista que man- o prego enfiando na palma apenas o machucou
tinha a boca aberta e pegou um mais. O sangue escorreu por cada um dos de-
vidro com um conta-gotas. O dos, inclusi-ve os dedos dos pés, pois ele re-
rótulo indicava que era ácido. petiu o processo em todos os vintes de-
Pingou as gotas lentamente na dos.
boca da vítima. O instinto agiu Resolveu terminar o trabalho
antes do raciocínio e da dor. com o sentido que interessava no
Mais do que rapidamente, o momento, a visão. Ficou de cóco-
homem fechou a boca. E en- ras em frente à cabeça da vítima.
tão as agulhas se enfiaram Segurou-o com apenas uma
nas gengivas, em outros mão. Mesmo com a adrenalina,
nervos, no céu da boca, na ele não tinha forças para rea-
língua. gir. Então pegou uma agulha
O torturador não viu, e colocou diante da pupila
não se divertiu. A diversão do homem. Enfiou-a como
não era para ele, mas para uma criança que está furan-
a mulher que amava. Era do um balão em uma festa
ela que precisava se deli- de aniversário. Fez igual
ciar com aquela visão. A no outro olho e se levan-
vítima gritou, mas o grito tou.
não importava. O que va- Foi até a mulher que a-
leu foi a visão quando ele mava e a beijou no rosto
abriu as bocas, as agulhas para depois retirar as agu-
saindo ensangüentadas lhas de seus olhos. Ela pis-
e sendo cuspidas. Uma cou uma vez e as lágrimas es-
desceu pela garganta e correram.
se enfiou de um modo Não chore, meu amor. Sei que
que quase engasgou o está emocionada.
homem. O torturador Soltou-a e ela desabou no chão,
a retirou com o alicate. soluçando. Estava de olhos fechados,
A mulher ainda mas acabou os abrindo por impulso,
mordia os lábios. Seria quando sua mente traumatizada lembrou-
pior se gritasse... Pior? a das agulhas. Só que elas não estavam
Pior?! Quase não se mais lá. Colocou as mãos no rosto e chorou,
continha. Queria fechar então o torturador a abraçou.
os olhos.A incapacidade de Não precisa se emocionar tanto... Olha, vou deixar
ouvir tudo dava ainda mais isso aqui disse, retirando uma pequena garrafa de vi-
vontade de fechar as pálpebras dro tampada com uma rolha.
para então ficar ausente daquela Basta um gole disso e ele sobreviverá. Não vai curar nenhu-
cena. Não, não era possível. Um ins- ma ferida, mas ele sobreviverá.
tinto impedia que fechasse os olhos. Então lhe beijou como um marido que se despede para
As agulhas arranhando avisavam que não sair para o trabalho e saiu como se nada houvesse acontecido.
podia nem piscar. Não podia perder nada. Ela ficou sentada olhando para a poção e para o homem que
O torturador, ainda com o alicate na mão, des- amava. Fez duas perguntas a si mesma em meio ao desespero
ceu para perto da virilha do homem. Baixou as calças e e ao choro. O que era amor? Ver aquele homem viver como
expôs o pênis. Procurou um pouco mais abaixo do pênis e en- um resto de gente ou deixá-lo falecer?
controu o que queria. Colocou o alicate para onde imaginava Fosse qual fosse a resposta, o objetivo não era a vida dele.
serem os testículos. Apertou-os um a um vagarosamente. A Era a alma dela e aquele homem mal que partira sabia disso.
pele foi se rompendo e os testículos se estourando aos poucos.
Acabou com mais sangue escorrendo e com uma boca cheia
de agulhas gemendo, sem forças para gritar.

34 Abril 2007
NO FUNDO, NO FUNDO,
TODO MUNDO ESCONDE
UM SEGRE DO.
Desvende este e ate´
´
a proxima e dicao.
~

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