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Segue relato:
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Comparando a RE com a RJ, a primeira tem umas vantagens, mas não muitas.
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Devem ser respeitados todos os requisitos do art. 48 da RJ com os acréscimos do § 3º do art. 161.
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A própria lei impõe determinados limites/restrições ao plano de RE:
2- Não é possível dar tratamento desfavorável a credores não sujeitos (art. 161 § 2º).
3- Não se pode alterar ou suprimir garantia real (hipoteca, penhor) sem a concordância do credor (art. 163 §
4º).
4 – Não pode ocorrer a supressão da variação cambial sem a concordância expressa do credor (art. 163 § 5º).
5- Não pode prever a prática de atos que possam caracterizar estado falimentar (art. 94, inciso 3).
6 – não podem ser praticados atos que busquem prejudicar credores (art. 164 § 3º, combinado com o art. 130).
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Falências
2 – fase falimentar
Formação da massa falida, etc.
Lá na frente, tem a sentença de encerramento, o que NÃO significa o fim das obrigações.
Hoje, a lei brasileira pra decretar a falência de um devedor trabalha com um sistema de presunções, ela não
trabalha com a necessidade efetiva de comprovação de que o devedor não possui bens de direito suficientes
para pagar todos os seus credores.
Existem determinados eventos que, caso comprovados, e caso o devedor não consiga quebrar a presunção
lançada contra ele na fase pré-falimentar, será lançada a falência, ainda que o devedor possua bens de direito
em valor superior ao seu passivo.
Existe a possibilidade de FALÊNCIA SUPERAVITÁRIA: falência em que pagam-se todos os credores e sobra grana
dalee $$$ quem qué dinheiro ma oe
EL PISO
Existe um piso de crédito que pode-se pedir na falência: superior a 40 salários mínimos.
(a ideia é que pedidos de pequena monta não justificariam pedido de falência)
Para atingir esse piso, os credores podem estar em LITISCONSÓRCIO ATIVO (art 94)
Estes títulos devem estar PROTESTADOS, mesmo os que normalmente não se protestam.
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Nessa hipótese, a falência deve ser feita com certidão expedida (certidão narratória) pelo juízo da execução.
A falência pode ser decretada caso seja verificado um dos atos falimentares previstos no art 94 inciso 3.
AUTOFALÊNCIA
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PROCESSO FALIMENTARRR
(Sim, se aplica o NCPC supletivamente ao que convém, entretanto, se aplica naquilo em que é COMPATÍVEL,
pois é um procedimento especial)
PRÉ-FALIMENTAR:
Nela se verifica se vai haver a quebra do devedor, ou seja, se estão preenchidos os requisitos para a decretação
da falência previstos no art. 54 ou os requisitos previstos no art. 105, em caso de autofalência.
Ao fim desta fase haverá uma sentença. Esta sentença ou vai recusar o pedido de falência, por ausência de
alguns requisitos, ou se terá uma sentença falimentar, em que se decreta a quebra do devedor, e inicia a fase
falimentar.
FASE FALIMENTAR
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Seu procedimento depende se é pedida por credores, por alguém equiparado a credores ou pelo próprio
devedor/equivalente.
Na prática, é mais comum ela ser pedida por credor, quando há a fase pré-falimentar e tudo o mais.
Tudo começa um belo dia com uma petição inicial, tudo normal.
Súmula 51 do TJ de SP: no pedido de falência, se o devedor não for achado na sua residência, há citação
editalícia, independentemente de qualquer outra diligência.
A defesa do réu na contestação vai buscar quebrar a presunção de ele encontra-se em estado de insolvência.
Essa defesa vai MUDAR de acordo com o fundamento do pedido de falência requerido pelo credor.
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Se a atividade foi cessada de modo regular há mais de 2 anos, não pode pedir falência.
É possível que o devedor realize o chamado DEPÓSITO ELISIVO: paga o que deve, na hora.
(há flexibilização, houve casos em que o depósito foi feito após o prazo de contestação ou mesmo após
decretada a quebra)
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Este pedido obviamente não é compatível com o depósito elisivo.
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Se a falência é postulada com base em atos falimentares:
Nesse tipo de caso, o credor pode não ter nenhum crédito exigível. Nesse sentido, a contestação obviamente
vai buscar rebater e comprovar que não são preenchidos os suportes fáticos do art 94 inciso 3.
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Réplica da contestação é comum, tréplica, nem tanto.
NÃO há previsão de intimação do MP nessa fase do processo, mas na prática o juiz pede manifestação do MP.
ESTADO FALIMENTAR
É um regime próprio.
Ela produz efeitos IMEDIATOS, ou seja, INDEPENDE DE PUBLICAÇÃO para produzir efeitos.
ATENÇÃO: Se está diante de uma sentença DENEGATÓRIA, não será decretada a falência do devedor.
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FALÊNCIA REQUERIDA PELO DEVEDOR
Também começa com petição inicial, etc e tal, entretanto, a petição respeita todos os requisitos MAIS as
exigências do art 105 da lei de falências.
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SENTENÇA FALIMENTAR
Embora muitos achem que tem natureza declaratória, boa parte da doutrina entende que tem natureza
constitutiva (o professor inclusive).
É uma sentença como qualquer outra, tem que atender a todos os requisitos marotos: relatório,
fundamentação e dispositivo.
A partir da sentença que decreta a falência vai se dar início a fase falimentar.
Quais os efeitos da sentença falimentar, num primeiro momento, sobre a pessoa e seus bens e, em segundo
lugar, quais os efeitos da decretação da falência sobre as obrigações do falido.
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1 – os efeitos da falência sobre o devedor e seus bens:
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- A antiga lei de falência previa em determinados casos remunerar o falido, por ter uma série de deveres, a lei
atual não tem isso de a massa falida arcar com remuneração pra manter o falido. A doutrina defende, em
certos casos, que essa remuneração ocorra, apesar de ter caído em desuso pela raridade de falidos individuais.
- bens não-arrecadados não significam que o falido possa realizar qualquer ato de disposição, muito pelo
contrário. Pelo fato de o bem ser não-arrecadável, não significa que não possam ser realizados atos de
disposição. Os bens estão desapossados, sofrem penhoramento geral, mas simplesmente não são realizados os
atos MATERIAIS de arrecadação.
- SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS:
. Cotas sociais – não são arrecadados, uma vez que a falência enseja a exclusão do sócio.
. bens sujeitos a registro – por exemplo, imóveis, devem ser necessariamente (?)
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--- quando comprovado que tal bem foi desviado pra não entrar na falência, o juízo falimentar pode
desconsiderar a personalidade jurídica com objetivo de pegar aquele bem. Às vezes, essa desconsideração da
personalidade jurídica é usada pra pegar TUDO inclusive de terceiros (pesquisar).
--- (pesquisar o outro caso)
- estão de fora da arrecadação bens absolutamente impenhoráveis (bem de família ou meação de cônjuge, p.
ex.).
- estão de fora da arrecadação bens que compõem patrimônio de afetação (faz com que as construtoras
possam segregar o patrimônio de cada empreendimento, como forma de garantia dos consumidores)
- a própria lei prevê medidas assecuratórias para, mesmo antes da decretação da quebra, o juízo poder fazer ao
arresto de certos bens.
- a lei prevê que a massa falida (representada pelo Administrador Judicial) possa ajuizar ações que busquem
responsabilizar terceiros, como administradores por quebra de seus deveres, caso tenham prejudicado o falido.
- quem o faz a arrecadação, quem tem legitimidade? O administrador judicial, que também vai realizar a
GUARDA DOS BENS.
- o falido tem o direito de acompanhar o processo de arrecadação, e o administrador judicial pode convidar ou
solicitar isso, para que o falido ajude no processo (ajudar é dever dele, sob pena de cometimento de crime de
desobediência).
- se for o caso, o administrador judicial pode contar com força policial ou auxiliares, mediante autorização
judicial.
- nada impede que o administrador judicial atue em outras comarcas, sem necessidade de carta precatória (a
menos que ele precise de oficial de justiça de outra comarca, daí precisa da carta).
- o administrador judicial deve lavrar o AUTO DE ARRECADAÇÃO, que é composto pelo INVENTÁRIO e pelo
LAUDO DE AVALIAÇÃO dos bens. Os bens, na medida do possível, devem ser individualizados.
- a avaliação deve ser feita no prazo de até 30 dias, inclusive com auxílio de terceiros. Ele pode ser estendido,
se tiver justificativa, caso contrário, o administrador judicial pode ser responsabilizado pelo não cumprimento
dos seus deveres.
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- a sentença falimentar pode decretar a LACRAÇÃO do(s) estabelecimento(s), para a preservação dos bens da
massa falida ou o interesse dos credores. Não raro, é necessário contratar terceiros para realizar serviços de
segurança para preservar a integridade do bem lacrado. A lacração pode ser feita pelo administrador judicial
ou pelo oficial de justiça.
- a avaliação dos bens, em princípio, deve ser feita pelo próprio administrador judicial quando da arrecadação
dos bens, sempre com o objetivo de agilizar o processo de falência.
- a avaliação deve ser feita separadamente ou em bloco, no local em que se encontra. Por quê? Porque há a
preferência de primeiro vender os bens em bloco, e só depois individualmente, pois presume-se que os bens
em blocos valem mais.
- os bens objetos de garantia real devem ser avaliados individualmente, para a locação dos credores na
respectiva classe, no caso, de garantia real.
- depois de arrecadados, os bens devem ser GUARDADOS, sob responsabilidade do administrador judicial.
Pode ser nomeado um depositário, que pode ser o próprio devedor ou um terceiro (nesse caso, o
administrador judicial fica responsável).
- os bens arrecadados podem ser removidos, caso necessário, ficando sob a guarda do administrador judicial.
- gastos com transporte ou manutenção e segurança dos bens podem ser enquadradas como despesas
indispensáveis à condução do processo.
- quando constatado que o falido não tem bens sequer para iniciar o processo de falência; nesses casos, os
credores podem arcar com estes gastos (e, obviamente, serão pagos antes de tudo), ou então o administrador
judicial liquida os bens possíveis e encerra a falência.
- o administrador judicial pode administrar os bens da massa falida de forma a gerar renda, mediante
autorização do comitê de credores ou de autorização judicial (p. ex. alugar um imóvel arrecadado).
- há a possibilidade da liquidação sumária de bens perecíveis, deterioráveis, que correm risco de desvalorização
ou de manutenção cara, mediante autorização do comitê de credores ou autorização judicial.
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RESTITUIÇÕES
(bens que não são da massa)
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- RESTITUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA - havendo os requisitos: venda a crédito, realizada até 15 antes do PEDIDO
(não decretação) de falência e ainda não alienada a terceiros.
- RESTITUIÇÃO EM DINHEIRO – caso um bem vendido tenha perecido ou sido extraviado DEPOIS DA
ARRECADAÇÃO (senão vira credor concursal), ele é restituído em dinheiro, com valor atualizado.
- revogação e ineficácia são casos em que determinados atos do falido são desfeitos. A ineficácia porque
determinado ato foi realiado no período suspeito, no termo legal, e que presume-se que foram feitos pra
beneficiar certos credores, INDEPENDENTEMENTE de prova de má-fé. Os atos podem, da mesma forma, ser
revogados, caso se comprove o intuito fraudulento da operação ou com objetivo de prejudicar credores.
Caso esses eventos ocorram, o terceiro de boa fé que saiu prejudicado (perdeu o bem pra massa) vai ser
restituído em dinheiro.
REVOGAÇÃO – má-fé do terceiro
INEFICÁCIA – boa-fé do terceiro
- a sentença que determinar a restituição dos bens (que deve cumprir todos os requisitos normais do CPC)
determina essa entrega em 48 horas
- se for o caso de não ser reconhecido o direito de restituição, a sentença pode já determinar a inscrição do
crédito deste requerente no quadro-geral de credores.
- ATENÇÃO: o administrador judicial PODE AVALIAR BEM QUE NÃO É DA MASSA, mas deve anotar que este
bem está com um terceiro
- desta sentença cabe apelação, mas esta NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO
ALIENAÇÃO DO ATIVO
- a lei busca, hoje, vender todos os bens o mais rápido possível, de modo a não perder grana por
desvalorização destes.
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- a lei busca priorizar modalidades de venda que potencializem a quantidade de renda conseguida para
pagamento dos credores (p. ex. venda de bens em bloco)
- NÃO HÁ SUCESSÃO DE PASSIVO (porque senão ninguém compra o bem), sendo que, inclusive, se comprar
uma empresa junto com empregados, é feito um NOVO contrato de trabalho
- deve haver a publicação de anúncios em jornal de livre publicação com 15 dias de antecedência, ou 30 se
houver alienação de bens imóveis
- a alienação é sempre feita pelo maior valor oferecido, ainda que abaixo do valor avaliado
- há a possibilidade de impugnação dos procedimentos, no prazo de 48h da arrematação,e o juiz pode decidi-
las em 5 dias
- credores podem criar uma sociedade para adquirirem bens do falido, e podem usar seus créditos para isso
- se a assembleia não aprovar maneira alternativa de alienação, o juiz que vai decidir o modo de alienar
- qualquer hipótese de realização do ativo, a massa falida fica isenta de apresentar certidões negativas
- recursos decorrentes da venda devem ser depositados em conta remunerada de instituição financeira
- o administrador judicial deve sempre constar no relatório mensal valores eventualmente recebidos em
alienações
- paralelamente à alienação, é formado o quadro de credores, para saber a ordem de pagamento dos créditos;
entretanto, NÃO QUER DIZER que o pagamento vai ser feito na ordem do quadro, só o dos CONCURSAIS, pois
há até credores fora do quadro-geral
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