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TILAPICULTURA INTENSIVA

Sergio Zimmermann
University of Stirling – Scotland – PhD. Student e
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Prof. Adjunto II
Centro de Ciências Agrárias - NPAH
r. Miguel Tostes 101 – 92.420-280 - Canoas, RS – Brasil
www.hydrologica.com.br
sergio@plug-in.com.br e sergio@genomar.com

Kevin Fitzsimmons
Environmental Research Laboratory
University of Arizona,
2601 E.Airport Dr., Tucson,
AZ 85706 – Estados Unidos
kevfitz@Ag.arizona.edu

Resumo

A tilápia se tornou, na última década, o peixe mais cultivado do Brasil. Junto


com os camarões marinhos, é o grupo de peixes que mais cresce em cultivo,
sendo responsável por cerca de 40% do volume da aqüicultura nacional. São
diversas espécies e híbridos de um mesmo gênero, Oreochromis, que vem
sendo cultivados principalmente em pequenas propriedades. Estima-se que
60% das cerca de cem mil unidades aqüícolas brasileiras cultivem este grupo
de ciclídeos, uma indústria com um valor anual superior aos cinqüenta
milhões de dólares. O cultivo deste gênero de peixe de clima tropical é
maior no sub-trópico, nas regiões Sul e Sudeste, próximo aos principais
mercados consumidores. Os cultivos vêm passando por um processo de
intensificação, e a área cultivada é praticamente a mesma de cinco anos
atrás. Apesar de ainda produzirmos muito pouco quando nos comparamos
aos principais produtores mundiais de tilápias (cerca de 7% do total
mundial), o Brasil é um dos poucos países do mundo onde a tilápia é a
principal espécie cultivada, e hoje exportamos uma série de tecnologias de
cultivo que servem de modelo aos principais produtores mundiais. O
objetivo deste capítulo é discutir as técnicas mais avançadas de cultivo
intensivo que estão se desenvolvendo em nosso país.
1. Introdução

As tilápias (diversas espécies dos gêneros Oreochromis e Tilápias –


Foto 1) compõem o grupo de peixes cultivados que mais cresce em termos
de comercialização mundial, especialmente pela explosão do cultivo destas
espécies na China e outros países em desenvolvimento como o Brasil
(Hempel, 2002). Nativas da África, Israel e Jordânia, as tilápias se
espalharam pelo mundo nos últimos 50 anos e hoje são cultivadas em mais
de 100 países em diversos climas, sistemas de cultivos, e salinidades.
Devido à sua variada fisiologia adaptativa, biologia reprodutiva, plasticidade
genética, fácil domesticação e comercialização, talvez se torne o mais
importante grupo de espécies aqüícolas neste século 21 (Fitzsimmons, 2000;
Shelton, 2002).

As tilápias estão presentes nos mais diversos mercados, de Berlin a


Manila, de São Paulo a Nova Iorque, sendo, por este motivo, chamadas de
“frango aquático”. Por terem elevado valor comercial (especialmente nos
países desenvolvidos) e custos de produção relativamente baixos (nos países
em desenvolvimento), as tilápias vêm penetrando nos diversos mercados,
especialmente naqueles dos peixes de “filés brancos” (Foto 2). Segundo
Shelton (2002), o principal mercado importador é, há mais de duas décadas,
os Estados Unidos, com um incremento médio anual de 20% (Figura 1).
Somente camarões e salmões cultivados ultrapassam as vendas de tilápias
naquele país. Porém, devido à demanda acelerada registrada nas últimas
décadas, a tilápia deverá em breve ultrapassar o salmão no mercado norte-
americano (Alceste, 2001). Este crescimento se encontra em processo de
franca aceleração, tendo a importação de tilápias incrementado 55% em
valor e 43% em volume entre os anos de 1998 e 1999 (DeWandel, 1999).

As tilápias participaram com mais de 1 milhão de toneladas nas


últimas estatísticas mundiais da FAO (1999, referentes ao ano de 1997), mas
para o ano de 2002 (serão publicadas em 2004), considera-se que este valor
praticamente dobrou (crescimento médio anual de 15 a 16%), sendo
aproximadamente ¾ cultivados e o restante originário da pesca extrativa. O
grupo das tilápias já é o segundo mais cultivado no mundo, atrás apenas das
carpas. Acredita-se que este grupo será o principal em algumas décadas
devido à gradual substituição das carpas por tilápias nos cultivos Asiáticos,
região que concentra mais de 80% da piscicultura mundial.
No Brasil, as estatísticas são imprecisas, mas acredita-se que a tilápia
seja o gênero de peixe mais cultivado no país desde a metade da década
passada (Tabela 1), com uma produção que cresceu de 20 mil toneladas em
1996 (Lovshin, 2000) para 75 mil toneladas em 2002 (Zimmermann, 2002).
O crescimento da tilapicultura brasileira foi muito mais resultado da
intensificação da atividade que do surgimento de grandes novos projetos ou
incrementos de área cultivada (Zimmermann, 2002 - Figura 2). De acordo
com o CNPq (1999), 87% da produção nacional concentra-se nas regiões Sul
e Sudeste, porém os maiores incrementos dos próximos anos deverão ser
registrados em alguns pólos de desenvolvimento em formação nas regiões
Centro-Oeste e Nordeste. A seguir apresentaremos uma visão panorâmica da
intensificação da atividade, discutindo as mais recentes técnicas e manejos
empregados nestes cultivos.

2. Espécies e Populações cultivadas

Apesar de compor um grupo com mais de 70 espécies de dois gêneros


(Tilápia e Oreochromis), de acordo com a FAO (1998), 80% das tilápias
cultivadas no mundo são acinzentadas “nilóticas” ou “do Nilo” (espécie
Oreochromis niloticus – Foto 1). As tilápias nilóticas apresentam
crescimento mais rápido e um rendimento de filé superior quando
comparadas às demais (Sheldon, 2002), características zootécnicas das mais
desejadas. Porém, por razões de mercado, existem alguns países ou regiões
de alguns países onde as tilápias híbridas predominam, sobretudo as
vermelhas (descendentes da espécie mossambicus cruzada com outras
espécies de tilápias, sobretudo na Jamaica, Colômbia e Indonésia) ou
cruzamentos das espécies O. niloticus e O. aurea visando resistência ao frio
(Israel e China) ou populações com predominância masculina (O. niloticus x
O. hornorum) sem a reversão hormonal (Israel, EUA e Cuba). No Brasil os
cultivos seguem a tendência mundial onde predominam com 80% as tilápias
nilóticas e 20% de tilápias vermelhas (híbridas).

Os cultivos comerciais de tilápias iniciaram em nosso país após a


primeira introdução de nilóticas no Nordeste em 1971, com um número
muito reduzido de animais (SIC, sobreviveram à viagem somente 7
exemplares), provenientes da Costa do Marfim. Apesar disso
desenvolveram, até 1996, uma indústria de 20 mil toneladas. Os problemas
mais graves de consangüinidade entre as populações de tilápias nilóticas (e
seus híbridos acidentais, O. hornorum e O. mossambicus) começaram a ser
detectados na metade da década de 90, quando as híbridas vermelhas
passaram a ser maioria nos cultivos. Apesar dos acidentes, a estação de
piscicultura da CHESF localizada em Paulo Afonso (BA), conseguiu manter,
desde 1984, dois plantéis puros de nilóticas e hornorum, e ainda hoje produz
este híbrido que não necessita de reversão sexual por se tratar de população
100% masculina (Panorama da Aqüicultura, 1999).

As tilápias vermelhas entraram oficialmente no Brasil em 1981 a


partir de um estoque da Flórida, Estados Unidos. Após esta data, ocorreram
diversas importações de Israel e da América Central, a maioria delas
realizada de forma não oficial. A expressão dos diferentes fenótipos de
coloração das tilápias está ligada a uma mutação espontânea detectada na
espécie mossambica. Portanto, o grau de consangüinidade da população
vermelha é muito elevado. A presença dos cromatóforos funcionais
responsáveis pela pigmentação da pele e sua expressão em diferentes
gradientes (do branco ao vermelho passando pelo rosa e amarelo) também
esta ligada aos estímulos internos e externos (ambientais). Apesar de estarem
somente comprovados na espécie mossambica, acredita-se que estas
mutações possam também ocorrer em nilóticas puras que tinham coloração
amarelo-esbranquiçada ou “loira” (Dr. Graham Mair, comunicação pessoal,
2002). Todas as linhagens de tilápias vermelhas produzem manchas negras
em parte da população, e não existe nenhuma população que produza
somente progênie de coloração vermelha (controle de dois ou mais genes
com variáveis dominâncias e expressão). A situação das vermelhas em
termos de consangüinidade e falta de programas de melhoramento genético é
tão mais precária que às nilóticas introduzidas em 1971, e ao contrário das
nilóticas, aparentemente não há nenhuma grande empresa ou instituição
interessada no seu desenvolvimento genético.

Em 1996 foram trazidos 20.800 exemplares da Tilápia Nilótica


população Chitralada da Tailândia. A entrada das “tilápias Tailandesas” no
Paraná e Rio Grande do Sul, concomitante à introdução da técnica de
incubação artificial, deu um novo impulso à tilapicultura intensiva no Brasil
na última metade dos anos 90 (Zimmermann, 1999; 2000; 2002), resolvendo
dois dos principais problemas daquele período: a consangüinidade e baixa
eficiência da técnica de reversão sexual tradicional (coleta de nuvens de
larvas). O impacto desta introdução está sendo avaliado em um trabalho de
doutoramento sendo conduzido na Universidade de Stirling, Escócia.
As tilápias vermelhas que representavam a maioria dos cultivos em
1995 foram paulatinamente sendo substituídas pelas nilóticas, que hoje
compõem 80% do total, exatamente o mesmo número em nível mundial.
Ainda em 2001, porém, foi introduzida em São Paulo, a partir de um estoque
surgido na Universidade de Stirling, Escócia, uma tilápia nilótica de
coloração róseo avermelhada que está começando a ser avaliada em cultivos
comerciais. A incubação artificial permanece crescendo ano a ano em nosso
País, e mais da metade das tilápias produzidas em 2001 eram provenientes
de ovos retirados da boca das fêmeas.

Ainda em 2002 foi introduzida uma nova linhagem de nilótica


proveniente da maior empresa de genética de tilápias do mundo (GenoMar).
A GenoMar Supreme Tilapia (ex-GIFT) é a linhagem de tilápias atualmente
mais produtiva do mundo, e foi desenvolvida a partir de um programa de dez
anos financiado pelas Nações Unidas, Banco Asiático de Desenvolvimento e
Comunidade Européia. A introdução desta nova linhagem de elevada
performance, bem como das linhagens de outra empresa de genética de
tilápias da Inglaterra - FishGen (GMT – Genetically Male Tilapias) deverão
intensificar ainda mais os cultivos de nilóticas no Brasil nos próximos anos.

Stickney (2000) revisou a situação atual das pesquisas com tilápias,


descrevendo resultados obtidos em experimentos das áreas de qualidade de
água, fisiologia, alimentos e alimentação, reprodução e genética e doenças.
Concluiu que a espécie mais pesquisada é a tilápia do Nilo, especialmente
nos aspectos de nutrição e genética. Segundo o mesmo autor, a
intensificação dos cultivos com certeza trará um maior aparecimento de
doenças. Porém, novas tecnologias e praticas responsáveis de controle da
qualidade de água - como o manejo racional das populações de fito e
zooplâncton através de dosagens de macro e micronutrientes na água
(biomanipulação, Foto 3) – poderão colaborar minimizar os problemas
ambientais.

3. Sistemas de Cultivo

As tilápias podem ser produzidas numa infinidade de sistemas, e a


literatura costuma classificá-los (de acordo com a intensidade de estocagem
e uso de insumos), nos seguintes: sistema extensivo; sistema semi-extensivo;
sistema semi-intensivo; sistema intensivo; sistema superintensivo (em
raceways, canais de irrigação, gaiolas flutuantes, sistemas fechados de
recirculação simples ou integrados com hidroponia – ou aquaponia - em
estufas plásticas, etc.). A seguir, serão caracterizados os sistemas,
enfatizando os mais intensivos.

3.1 - Sistema Extensivo

No sistema extensivo de produção de tilápias, a intervenção do


homem praticamente inexiste. Geralmente limita-se à simples estocagem de
500 a 1.000 alevinos/ha de lâmina d'água, sem qualquer manejo de
fertilização do corpo de água (geralmente um açude) ou alimentação dos
animais até a colheita (anual ou a cada dois anos). A alimentação dos peixes
é baseada na produtividade natural do açude, e, como conseqüência, da
disponibilidade de nutrientes na água e na bacia de captação. As trocas
d'água nesse sistema estão geralmente limitadas às chuvas. As
produtividades variam muito, de 150 a 500 kg/ha/ano e os peixes são quase
sempre coletados 12 a 18 meses após a estocagem com rede de arrasto ou de
espera, uma vez que raramente é possível esgotar esses corpos d'água. Este
sistema é característico de açudes de médio e grande porte na região
Nordeste que recebem constante re-estocagem de alevinos.

Tabela 1 - Resumo das densidades e produtividades dos sistemas de cultivo


_______________________________________________________________________________________________

Sistema de Cultivo Densidade de cultivo Produtividade


extensivo 500-1.000/ha 150-500 kg/ha/ano
semi-extensivo 1.000-5.000/ha 500-2.500 kg/ha/ano
semi-intensivo 5.000-25.000/ha 2.500-12.500 kg/ha*
intensivo 25.000-100.000/ha 12.500-50.000 kg/ha**
superintensivo 10-600/m3 5-300 kg/m3**
_______________________________________________________________________________________________
*
- por período de colheita (safra), geralmente de 120-350 dias;
**
- por safra, geralmente de 90 a 120 dias.

3.2 - Sistema Semi-Extensivo

O sistema semi-extensivo apresenta uma intervenção humana


limitada, geralmente na forma de estocagem de 1.000 a 5.000 alevinos/ha de
lâmina d'água e, eventualmente, de uma ou mais fontes de matéria orgânica
(estercos, restos de lavoura, farelos ou rações desbalanceadas com menos de
28% de Proteína Bruta). É um dos sistemas mais empregados na tilapicultura
Sulista, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o
esterco de aves e/ou suínos (quase sempre não curtido) pode ser adicionado
em quantidades limitadas e, freqüentemente, sem controle. Apesar das
polêmicas desta adição de esterco (Panorama da Aqüicultura, 2001) e das
eventuais incompatibilidades metabólicas (a maioria dos peixes cultivados
na região Sul praticamente não se alimenta nos meses mais frios, época em
que os suínos encontram sua temperatura de conforto e produzem mais
estercos), alguns produtores utilizam de 30 até 100 (média de 50) suínos/ha
de lâmina de água. Nas Filipinas (calor constante) os melhores produtores
deste sistema usam, no máximo, 20 suínos/ha. A alimentação das tilápias é,
portanto, baseada diretamente na matéria orgânica e na produtividade natural
ocasionada pelo incremento na disponibilidade de nutrientes. A vantagem
deste sistema está nos baixos custos de produção e na solução do problema
do esterco. As análises de qualidade de água praticamente inexistem nesta
modalidade de cultivo. As trocas de água, quando são possíveis, são quase
sempre limitadas e eventuais. Alguns açudes deste sistema possuem sistemas
de drenagem. As produtividades obtidas variam de 500 a 2.500 kg/ha/ano, e
as tilápias atingem o tamanho comercial (400 a 700 gramas num período de
oito a doze meses), sendo quase sempre comercializadas em feiras locais e
pesque-pagues devido à recusa dos frigoríficos em receber animais
alimentados com esterco.

3.3 - Semi-Intensivo

O sistema semi-intensivo é igualmente realizado por um significativo


número de produtores mais tecnificados da região Sul e Sudeste,
especialmente no norte do Paraná e sul de São Paulo. A intervenção do
produtor nesta modalidade é maior que nos sistemas anteriores, a estocagem
é de 5.000 a 25.000 alevinos/ha, e a colocação de adubos químicos e
orgânicos ocorre em quantidades maiores, visando principalmente promover
a produtividade natural. Da mesma forma que nos dois sistemas anteriores,
as águas dos viveiros são de coloração verde, porém, a principal fonte de
alimento das tilápias são formulações peletizadas, fareladas ou umedecidas,
quase sempre desbalanceadas (com 20 a 28% de Proteína Bruta). A ração é
geralmente oferecida a uma taxa de 30 a 50 kg/ha/dia, porém, alguns
produtores acabam por arriscar oferecendo maiores quantidades de
alimentos e acabam provocando problemas de qualidade de água. Análises
de qualidade de água, como pH, oxigênio dissolvido e amônia, são
realizadas periodicamente, e a temperatura e a transparência quase sempre
são medidas diariamente. As trocas de água diárias do sistema são
geralmente superiores a 5% e inferiores a 10% do volume total. As
produtividades obtidas variam de 2.500 a 12.500 kg/ha/safra (cada safra
varia de quatro a oito meses neste sistema).

Chama a atenção o fato de que as tilápias apresentem seu crescimento


máximo em águas com salinidade reduzida (2-5 g/L) e/ou alcalinidade
elevada (> 90 mg/L eq. CaCO3). Isso se deve a uma considerável redução no
trabalho de osmorregulação, bem como a maiores possibilidades de absorção
de minerais da água e a uma maior riqueza de algas e de produtividade
natural. Nestas condições, é possível realizar de forma econômica o manejo
de biomanipulação, através da adição diária de nutrientes que visam o
florescimento controlado de certas famílias de algas que são mais nutritivas
às tilápias (Foto 3 - Gehrard et al, 2000; Hasper et al., 2000).

A biomanipulação ou controle da produção de algas é um


procedimento recentemente adotado nas tilapiculturas mais tecnificadas dos
sistemas de cultivo semi-intensivo a intensivo. Enquanto que o controle da
qualidade de água é um manejo limitado (mais como medida preventiva) a
biomanipulação da produtividade natural (especialmente de algas) é um
procedimento que está produzindo excelentes resultados em termos de
sobrevivência, ganho de peso e economia de ração. As algas de
florescimentos mais favoráveis são coletadas (Foto 4), determinadas
microscopicamente até o nível de família (Foto 5) e analisadas
bromatologicamente (macro e micronutrientes), para que as devidas
correções sejam posteriormente realizadas na água de cultivo, de forma a
favorecer uma predominância da alga em questão no ambiente de cultivo
(Boyd & Zimmermann, 2000).

O conceito desta técnica típica de pisciculturas semi-intensivas é o de


manipular as diferenças de requerimentos nutricionais existentes entre as
principais Famílias de algas, um conceito muito utilizado na adubação de
diferentes espécies de plantas de lavoura em solos agrícolas de
características diversas. Para a maioria das algas, os macronutrientes são:
Carbono, Nitrogênio e Sódio; nas plantas superiores, é Carbono, Nitrogênio
e Potássio. Em geral, as algas também necessitam de menores quantidades
(em ordem decrescente) de: Sílica, Fósforo, Cálcio, Potássio, Enxofre,
Magnésio (quantidades intermediárias), Ferro, Manganês, Cobre, Zinco, e
Boro (micronutrientes). Baseado em resultados de diversos experimentos,
foi desenvolvido no NPAH/ULBRA um protocolo de análises de água e solo
que resultou numa série de recomendações visando uma biomanipulação
mais eficiente (Boyd & Zimmermann, 2001). Por exemplo, as algas das
famílias Diatomaceae e Chlorophyceae são (Foto 6) são as mais comuns
quando a relação N:P está na faixa de 12-16:1 e os teores de sílica são
superiores a 0,2 mg/L.
As diatomáceas (Foto 7) são muito nutritivas para camarões vannamei, mas
não são digeridas pelas tilápias. As algas da família Cyanophyceae (Foto 8)
podem ser tóxicas, contendo geosmina (off-flavour ou gosto de lodo) ou
outras toxinas, e geralmente florescem quando a relação N:P é inferior a
10:1. Como as Chlorophyceae (algas verdes) são as mais favoráveis à
alimentação e bem estar das tilápias, procura-se produzir um ambiente com
alcalinidade ao redor de 100 mg/L, ao mesmo tempo pobre em sílica (< 0,01
mg/L) e com uma relação N:P de 10 a 16:1. Existe uma série de interações
entre macro e micronutrientes que direcionam o florescimento de diferentes
espécies ou famílias de algas, favoráveis ou não ao bem estar e nutrição das
tilápias. A Tabela 2 mostra concentrações típicas dos macro e micro
nutrientes em água doce, numa população típica de Chlorophyceae
(fitoplâncton) e o fator de concentração resultante (valor que prioriza a
elementos na biomanipulação da água visando obter um florescimento de
algas mais eficaz). Este tipo de procedimento com o uso da tabela é a base
aplicativa da biomanipulação.

Nos sistemas mais intensivos de cultivo, a maioria das tilapiculturas


bem sucedidas empregam um programa preventivo muito simples de
análises de qualidade de água. Somente quatro parâmetros de qualidade de
água são medidos duas vezes ao dia (cedo pela manhã e no final da tarde):
temperatura, oxigênio dissolvido, pH, e transparência. As medições
semanais são: amônia, nitrato, nitrito, alcalinidade e fósforo total.
Eventualmente se mede a cada mês os Macro (Potássio, Carbono, Cálcio,
Enxofre, Magnésio) e os Micro (Ferro, Manganês, Cobre, Sílica, Zinco,
Cloro, Boro e Sódio) Minerais (os mesmos das plantas superiores).

Na maior parte das tilapiculturas semi-intensivas e intensivas


modernas, os alimentos compõem de 60 a 70% dos custos operacionais.
Nestas condições, o correto manejo dos mesmos é fator-chave no sucesso
dos empreendimentos. Como qualquer espécie zootécnica, as tilápias
apresentam exigências nutricionais bastante diferenciadas ao longo de sua
vida, sobretudo nos sistemas de cultivos mais intensivos, quando as dietas
artificiais desempenham um papel ainda maior na nutrição dos animais.
Diversos programas de alimentação estão disponíveis para as tilápias
cultivadas no Brasil. Na elaboração destes programas, são pesquisadas as
principais exigências nutricionais nas várias fases do ciclo produtivo,
levando em conta o desenvolvimento dos sistemas envolvidos na digestão,
absorção e aproveitamento dos nutrientes. Somado a isso, o ambiente
aquático pode ainda contribuir direta (alimentação de componentes do
plâncton e bentos presentes nos viveiros = produtividade natural do meio) ou
indiretamente (absorção passiva de macro e micronutrientes) na alimentação
das tilápias. Portanto, mesmo numa tilapicultura intensiva, os programas de
alimentação em alguns casos devem considerar a contribuição dos alimentos
naturais do meio de cultivo.

No sistema semi-intensivo recomendam-se taxas de alimentação


inferiores a 150 kg/ha/dia para a maioria dos corpos d’água. Conforme a
capacidade de suporte do viveiro, em alguns casos essa taxa poderá ser
inferior a 25 kg/ha/dia. Mesmo em taxas de alimentação moderadas,
poderão ocorrer problemas, uma vez que a natureza é imprevisível.
Tomando-se um corpo d’água com uma capacidade de suporte baixa, a
quantidade máxima de kg de peixes que poderá ser cultivada de maneira
segura será de 1.250 kg/ha, calculando-se que 1,0 kg de peixe comerá de 1,5
a 2% do seu peso vivo próximo da colheita (1.250 x 0,02 = 25 kg).

Algumas recomendações no manejo da alimentação em sistemas


semi-intensivos: (1) observação do peixe na hora de alimentá-lo é vital; o
comportamento na alimentação é o melhor índice na saúde geral; peixes
alimentando-se ativamente significa que está tudo bem no momento;
comportamento alimentar lento deve sempre ser visto com suspeita; (2)
reduzir os níveis de alimentação quando a temperatura cai abaixo de 18°C
ou acima de 32°C; (3) reduzir ou parar a alimentação em dias muito
nublados e sem ventos; essas condições de tempo reduzem a produção e
difusão do oxigênio, ainda mais quando continuamente, podendo levar a
baixos níveis de OD; alimentação só irá complicar o problema; (4) a
qualidade da ração deve ser excelente; deve-se adquirir ração a qual seja
sabidamente completa, e que seja mantida e armazenada em local seco e
ventilado; a ração deve ser usada até 90 dias após sua data de fabricação; (5)
nunca use ração mofada ou descolorida; (6) alimentadores automáticos ou
por demanda não são recomendados para a maioria dos peixes tropicais,
devido à baixa conversão alimentar e a necessidade de observação dos
peixes ao se alimentarem neste tipo de sistema; (7) deve-se manter
registrada exatamente a quantidade de ração oferecida; (8) não é
recomendado oferecer mais do que 25 kg/ha/dia de rações em açudes sem
aeração, ou 120 a 150 kg/ha/dia em açudes com aeração.

Apesar das recentes descobertas, o manejo da alimentação das tilápias


ainda é uma área muito pouco conhecida dentro da zootecnia. Estes
conhecimentos são muito maiores nos demais vertebrados domesticados
(aves, suínos, bovinos, eqüinos), portanto, comparações com outros animais
terrestres de interesse econômico são muito freqüentes na literatura. Apesar
das semelhanças, as tilápias têm o seu metabolismo ligado à temperatura do
meio aquático, isto é, dentro do intervalo de conforto, podem comer e
crescer até três vezes mais a cada incremento de 10oC na temperatura da
água. Este fato é extremamente marcante no arraçoamento destes
organismos, e deve estar presente nos programas alimentares aquáticos em
sistemas sem controle de temperatura (menos intensivos – Figura 5).

3.4 - Intensivo

A tendência de intensificação da tilapicultura brasileira faz desta


modalidade a grande promessa para os próximos anos e o título do presente
capítulo. Na tilapicultura intensiva, o aquacultor atua de forma decisiva. A
taxa de estocagem é elevada, de 25.000 a 100.000 alevinos/ha. A colocação
de fertilizantes orgânicos praticamente inexiste, pois a promoção da
produtividade natural deve ser muito controlada. As águas deste sistema
geralmente são verdes, sendo a produtividade natural do sistema obtida em
parte com a mineralização do esterco das tilápias e com a adubação química
suplementar (realizada diariamente – técnica denominada biomanipulação,
brevemente caracterizada no subtítulo anterior e um pouco mais discutida a
seguir).

No sistema intensivo, a principal fonte de alimento das tilápias é a


ração peletizada, extrusada ou umedecida, quase sempre balanceada, com
pelo menos 5% de farinha de peixes e com 32% de proteína bruta. A ração é
oferecida pelo menos 3 vezes ao dia, de acordo com o tamanho e idade dos
peixes, seguindo o metabolismo do viveiro e a temperatura da água. Na
Figura 5 é apresentado um programa comercial que considera todas estas
premissas. A colocação e o funcionamento de aeradores a uma taxa de 2-4
C.V./ha é praticamente obrigatória, principalmente entre a 1/2 noite e o pós-
amanhecer (cerca de 9 horas da manhã). As trocas diárias de água variam de
10 e 35% do volume total, se bem que uma eventual falta de água poderá ser
compensada pela aeração constante dos açudes.
Com a intensificação da tilapicultura brasileira, a produção deste
pescado está sendo cada vez mais realizada nos grandes reservatórios (de
“águas transparentes”), principalmente em sistemas de gaiolas flutuantes e
“raceways”. Para fins didáticos, estas duas modalidades de cultivo serão
colocadas dentro do sistema superintensivo. Nesta situação de águas claras
ou transparentes, não é possível utilizar a biomanipulação, uma das técnicas
mais promissoras e responsáveis (do ponto de vista ambiental). A
biomanipulação (fertilização controlada das águas visando à proliferação
racional de comunidades benéficas à saúde e à alimentação dos organismos
em cultivo) adapta-se muito bem aos sistemas de cultivo mais intensivo por
baixar significativamente os custos de produção. É justamente o surgimento
de novos conceitos de uma aqüicultura responsável, de mínimo impacto
ambiental, que vêm resgatando o importante papel da produtividade natural
dos corpos aquáticos na qualidade de água, na alimentação e no bem estar
das tilápias. O sucesso econômico e ecológico deste sistema menos
impactante de piscicultura intensiva (e de menor custo de produção) depende
da manutenção da qualidade de água e solo do viveiro, bem como do
florescimento controlado de algumas populações de organismos favoráveis.
Pela complexidade do sistema e pelo pouco domínio por parte da grande
maioria dos seus operadores, surge um grande espaço a ser desenvolvido
pelos pesquisadores.

A biomanipulação de águas ainda é muito pouco discutida na literatura


aqüícola (Zimmermann, 2001), e alguns procedimentos aplicados no Sul do
Brasil foram descritos por Boyd & Zimmermann, 2000. Os autores
descrevem uma série de protocolos aplicados no manejo da qualidade de
água e solo de cultivos aquáticos, análises de macro e micronutrientes do
ambiente de cultivo e sua correção através de dosagens químicas diárias
visando o florescimento de algas clorofíceas e, ao mesmo tempo, evitando
que outros grupos de algas menos favoráveis (cianofíceas, diatomáceas)
tenham oportunidade de desenvolvimento. Apesar de parecer uma técnica
mais adaptada aos cultivos extensivos, a biomanipulação requer por parte
dos operadores maiores conhecimentos de qualidade água quando
comparada aos sistemas mais intensivos em águas claras.

Dentro dessa concepção de biomanipulação mais intensiva, porém


com trocas de água e efluentes mínimos, o Núcleo de Pesquisas em
Aquacultura e Hidrologia da ULBRA (NPAH/ULBRA) desenvolveu uma
nova modalidade de cultivo que está sendo operada experimentalmente no
México (AquaSur, na península de Yucatan, México) e nas Filipinas
(GenoMar ASA - BioSoft). Neste sistema, a água dos viveiros não é trocada,
mas somente aerada e reposta das perdas por evaporação e infiltração, e, por
ocasião da despesca final, é drenada para um viveiro de estabilização (ou
sedimentação, cujo volume equivale a seis viveiros de crescimento – este
viveiro serviu de área de empréstimo para a construção dos diques de todo o
projeto). No viveiro de estabilização ocorre a filtragem biológica (realizada
com auxílio de substratos flutuantes e aeradores). O material sedimentado é
drenado para um leito de secagem e é utilizado como fertilizante em cultivos
agrícolas, e a água é 100% reutilizada no sistema de cultivo, onde, além da
tilápia, podem ser cultivados camarões do Pacífico (Litopenaeus vannamei)
– Foto 9, projeto AcuaSur em Campeche, México.

Nos mais diversos sistemas intensivos, análises de qualidade de água


devem ser realizadas várias vezes por semana e as produtividades obtidas
variam de 12.500 a 50.000 kg/ha/safra (cada safra varia de três a seis meses
para animais de 400 a 700 gramas).

A maior parte dos piscicultores que se utiliza do sistema intensivo não


produz alevinos. Se os alevinos são adquiridos em outros locais, é possível
que já venham estressados devido ao manejo de transferência. O manejo
durante a colheita, armazenagem e transporte é uma situação que baixa as
defesas naturais dos peixes, e a estocagem no novo local de cultivo traz
choques térmicos, deficiência de oxigênio dissolvido, altos de amônia e
nitrito, choque pela mudança de pH e aspectos biológicos da água,
superpopulação e manejo grosseiro. Na compra, deve ser observado o estado
sanitário dos alevinos, a qualidade dos mesmos (tamanho uniforme) e outras
características de importância na produção em gaiolas. Mais recomendado é
comprar os alevinos de um larvicultor idôneo e que estes alevinos sejam
inspecionados recebendo um certificado de que estão livres de doenças.
Quando isto não for possível, procurar visualizar alguns sinais de doença e
estresse, tais como: (1) machucado e descoloração da pele; (2) corpos
magros e variação da cor da pele dentro de um mesmo grupo; (3) aspectos
das nadadeiras e brânquias, se possuem manchas, necroses e brânquias
erodidas; (4) comportamento anormal, nadando lenta e erraticamente, falta
de movimentação e reação. Todos estes itens são indicadores de problemas.

Se o tilapicultor optar por um sistema de cultivo mais intensivo e


iniciar seu cultivo com peixes doentes ou estressados, provavelmente não
terá sucesso e não fará do cultivo intensivo uma boa experiência. A
estocagem é um processo sempre complicado para o peixe. A experiência e
os equipamentos adequados são fundamentais no transporte do peixe, que
deve ser deslocado num recipiente bem oxigenado que esteja com a
temperatura constante (uma variação máxima tolerada de 2°C). Para reduzir
o estresse e remover alguns parasitas durante o transporte é recomendada a
adição de sal e gesso na água do compartimento de transporte. A estocagem
deve ser feita numa temperatura que não estresse o peixe. Se a temperatura
do açude diferir mais do que 2°C com relação à temperatura da água de
transporte, misture lentamente a água do viveiro na água do transporte até
que as temperaturas sejam praticamente as mesmas. Este período deverá ser
de pelo menos 20 minutos caso a diferença seja de 2°C. A falha no ajuste
apropriado da temperatura pode levar à morte imediata das tilápias ou a
diminuição da habilidade em resistir a infecções levando-os a doenças
secundárias ou a sofrerem de parasitismo. Finalmente, não se deve alimentar
o peixe por um ou dois dias após a estocagem, para que se recupere do
estresse da estocagem e se adapte ao novo ambiente.

Os problemas que ocorrem logo após a estocagem geralmente são


trazidos com os alevinos da larvicultura ou ocorreram durante a estocagem.
O tilapicultor deve conhecer bem a qualidade de água do seu viveiro antes
da estocagem para que não perca seus alevinos num açude com problemas.
Durante o período de crescimento, o peixe deverá ser incomodado ao
mínimo, especialmente se estiver nos sistemas mais intensivos - confinado
em gaiolas (sem a movimentação ou suspensão das mesmas, pesca, nadar
próximo ou colocá-las onde possam ser incomodadas por outros animais).
Este tipo de estresse reduz o consumo de alimentos (menor crescimento) e
conseqüentemente leva às infecções secundárias.

Em sistemas mais intensivos, o estresse nutricional é muito comum. A


ciência da nutrição dos peixes vem progredindo especialmente nos últimos
anos, dispondo-se hoje de dietas balanceadas para as espécies de maior
importância comercial (exóticas). Essas dietas completas são mais caras e
restringem-se às principais fábricas de ração e são essenciais à saúde e ao
bom crescimento dos peixes criados em sistemas intensivos, que na maior
parte dos casos não recebem alimentação natural. Portanto, essa ração deve
ser nutricionalmente completa (balanceada em aminoácidos, ácidos graxos
essenciais à saúde e ser suplementada com uma gama de vitaminas e
minerais - além de apresentar níveis adequados de energia e proteína).
Entretanto, ainda hoje muitas fábricas de rações produzem no Brasil dietas
suplementares, na maior parte das vezes não são dietas completas.
A ração oferecida aos peixes em viveiros pode ser farelada, em flocos,
peletizada (afunda) ou extrusada (flutuante ou de alta densidade - que
afunda). Em gaiolas, as rações mais densas (que afundam) acabam muitas
vezes se perdendo (escapam pelo fundo da gaiola), a não ser que a gaiola
possua um fundo fechado. Em geral, as espécies de clima tropical como as
tilápias, podem ser cultivadas com sucesso a partir de alevinos até o peso
comercial em dietas completas com 32% de proteína bruta, apesar de muitos
aquacultores preferirem rações com 28% e outros com 36% de proteína
bruta (menor e um pouco maior velocidade de crescimento).

Nos cultivos intensivos, alguns tilapicultores antecipam os problemas


e estão preparados para acrescentar medicamentos à ração nas primeiras
duas semanas após a estocagem. Esta é uma medida preventiva contra
infecções bacterianas causadas pelo estresse do manejo e da estocagem. Isso
não é necessário se as larviculturas possuírem certificado comprovando que
os alevinos estão livres de doenças, se sua origem e qualidade for conhecida,
além de não haver quaisquer problemas durante a estocagem.

As tilápias alimentam-se de uma forma agressiva quando os níveis de


oxigênio dissolvido são elevados (60% ou mais de saturação) e a água
permanece em seu intervalo ótimo de temperatura de crescimento. Da
metade da manhã até o final da tarde os níveis de oxigênio dissolvido na
água são quase sempre adequados (a não ser em dias muito nublados) e as
espécies de clima tropical alimentar-se-ão mais intensamente a medida que a
temperatura aumenta ao longo do dia. Durante a primavera, a taxa de
alimentação é maior no final da tarde (cerca de 50% da alimentação diária),
enquanto que no calor do verão os peixes comem mais no meio para o final
da manhã (40% da arraçoamento diário). Em geral, as tilápias adaptam-se ao
regime de alimentação quando o mesmo é consistente e o tilapicultor oferece
alimentação de forma rotineira. As trocas no horário de alimentação devem
ser feitas gradualmente, não devendo mudar mais do que 30 minutos a cada
dia. Quanto mais freqüente (parceladas) forem as alimentações, melhores
resultados serão obtidos: a maior parte dos experimentos têm demonstrado
que os peixes crescem mais rapidamente apresentando melhor conversão
alimentar se forem alimentados pelo menos duas vezes ao dia, neste caso,
com um intervalo entre cada alimentação de 6 horas.

Os níveis de alimentação recomendados para os viveiros em sistemas


intensivos podem ser aumentados quando comparados ao sistema semi-
intensivo pela presença da areação e eventuais trocas de água. A aeração
ajuda a manter os níveis de oxigênio dissolvido, permitindo maiores taxas de
decomposição e mantendo mais peixes vivos nos períodos de hipoxia. A taxa
máxima de alimentação recomendada em açudes de baixa capacidade de
suporte com aeração é de 120 kg/ha/dia, porém nos sistemas mais intensivos
com elevadas taxas de aeração estes valores poderão até triplicar.
Considerando a taxa mais baixa, a quantidade máxima em kg de peixe será
de 6.000 kg/ha (6.000 x 0,02 = 120). Taxas de alimentação muito acima
destes níveis costumam ser utilizadas por tilapicultores mais experientes em
viveiros onde a capacidade de suporte superior (maior capacidade de
mineralização da matéria orgânica, nitrogênio e fósforo). Não é incomum
encontrar produtores que utilizem taxas de até 400 kg/ha/dia de rações. Para
os aqüicultores iniciantes, recomenda-se não “pressionar” uma aproximação
da capacidade de suporte dos seus viveiros, até que tenham adquirido
experiência suficiente no controle da qualidade de água e manejo geral dos
açudes.

Plumb (1997), Stickney (2000) e Shoemaker (2000) apresentaram


excelentes revisões das doenças mais comuns nos cultivos mais intensivos
de tilápias. Segundo eles, com a expansão e a intensificação das
tilapiculturas, os problemas sanitários estão tornando-se cada vez mais
freqüentes, sendo a maioria deles ligados ao mau manejo da qualidade de
água. A maior parte dos agentes de doenças e predadores são oportunistas, e
agem quando o peixe está estressado ou enfraquecido.

As bactérias patogênicas verificados no Brasil (na maioria das vezes


dos gêneros Aeromonas, Pseudomonas e Edwardsiella) não ocasionam
perdas significativas quando se combate o problema a tempo. Porém, em
outros países, ocorrem algumas espécies de Vibrio e de Streptococcus que
podem ocasionar maiores danos econômicos. Existem suspeitas não
comprovadas que todas estas bactérias já estejam no Brasil. Kubitza et al.
(2000) apresentaram uma estratégia simplificada de monitoramento do bem
estar geral dos peixes e utilizaram as tilápias como modelo para uma
ilustrativa seqüência de fotos. Quanto aos predadores, Vargas (2001)
descreve os principais problemas encontrados na tilapicultura intensiva e
também apresenta algumas fotos.

3.5 - Superintensivo
Os sistemas superintensivos de cultivo de tilápias compõem um
conjunto de esquemas de produção quase sempre em ambiente de águas
claras, transparentes, podendo ser sub-dividido em diversas modalidades de
acordo com suas principais estruturas físicas: (1) estufas-tanque em “v” (2)
raceways, (3) canais de irrigação, (4) recirculação e aquaponia e (5) gaiolas
flutuantes ou tanques-rede.

Tabela 2 - Resumo das densidades e produtividades do sistema de cultivo


superintensivo (produtividade por safra, geralmente de 90 a 120 dias)
_______________________________________________________________________________________________

Sistema de Cultivo Densidade de cultivo Produtividade


Sistema superintensivo 10-600/m3 5-300 kg/m3
_______________________________________________________________________________________________

estufas-tanques em “v” 10-40/m3 5-20 kg/m3


raceways 20-80/m3 10-40 kg/m3
canais de irrigação 40-100/m3 20-50 kg/m3
recirculação/aquaponia 50-200/m3 25-100 kg/m3
gaiolas flutuantes 100-600 m3 50-200 kg/m3
_______________________________________________________________________________________________

São sistemas que apresentam um custo de produção muito elevado


(especialmente rações muito caras e falta de uma suplementação natural),
mas que, sob determinadas condições tais como a proximidade de locais
onde não existe tilápias no mercado ou a venda de animais vivos em climas
frios, podem se tornar opções muito interessantes.

Nos sistemas superintensivos, onde a densidade de peixes é muito


elevada, a ração (alimento artificial) desempenha um papel fundamental na
saúde e no crescimento das tilápias e as formulações destinadas a estas
modalidades de criação deverão ser as mais completas possíveis. O estresse
induzido por mau manejo e a alimentação inadequada (pobre), são os
problemas mais comuns nos cultivos de raceways e gaiolas. O estresse por
manejo ocorre sempre que os peixes são manipulados, transferidos ou
estocados. Os problemas relacionados com práticas de alimentação
incorretas são particularmente graves, uma vez que não existe alimentação
natural disponível e há freqüentemente uma deterioração da qualidade de
água com restos de ração e metabólitos dos próprios peixes com efeito direto
nos demais peixes confinados.

Ás práticas de alimentação mais comumente erradas em sistemas


intensivos são: (1) ingredientes da ração com baixa qualidade; (2) ração
incompleta; (3) regime de alimentação inadequado; (4) superalimentação;
(5) oferta de alimento em hora errada do dia. Muitos destes problemas não
são de solução simples e poderão acarretar estresse. Na maior parte dos
casos, o objetivo do manejo poderá ser uma simples redução do estresse total
pela adoção de práticas corretas no manejo da alimentação. Deve-se ter em
mente que o peixe criado em sistemas superintensivos está confinado em
grandes densidades numa pequena área, portanto é óbvio que está numa
situação onde os problemas de estresse deverão ocorrer.

No caso das gaiolas, existe ainda a questão do balanço de nutrientes


no meio ambiente. Exemplificando a introdução de nutrientes provenientes
de uma ração peletizada num ecossistema natural onde os peixes são
cultivados em gaiolas, cerca de 25% do nitrogênio e 23% de fósforo
adicionados com a ração são incorporados aos peixes, portanto, são
removidos na colheita dos peixes. Por outro lado, 13% do nitrogênio e 66%
do fósforo sedimentarão como fezes e ração não digerida - este material
acumula no fundo do viveiro, sendo que parte destes nutrientes
eventualmente é regenerado pelos processos químicos dos sedimentos. Os
62% de nitrogênio e 11% de fósforo restantes deste balanço são excretados
diretamente como nutrientes na água.

A seguir, descreveremos alguns dos principais sistemas


superintensivos.

3.5.1 – Estufa com tanque em “v”

O rigoroso inverno característico do sul do Brasil freqüentemente


ocasiona mortalidade de tilápias, de reprodutores, alevinos em recria ou
crescimento final e terminação. Quando não se manifestam mortalidades,
freqüentemente se constata o retardamento na produção e a baixa velocidade
de crescimento, impossibilitando, em muitas safras, que um número
adequado de peixes atinja o tamanho comercial na época da Semana Santa,
onde a procura do pescado é muito grande. Além disso, como as baixas
temperaturas inibem o consumo de alimentos, pode haver o
comprometimento do processo de reversão sexual das larvas. Portanto, o
sistema de produção de tilápias atualmente em uso no sul do País está
limitado à micro climas onde as temperaturas são mais elevadas. Estufas
utilizadas em olericultura serviram, em 1996, como viabilizadores da
Piscicultura Aquabel, a maior larvicultura de tilápias do país, onde se realiza
a reprodução, recria e alevinagem de tilápias-do-Nilo ao longo do ano,
antecipando a produção de alevinos revertidos, com animais de tamanho
adequado para a estocagem no início da primavera. Diversos estudos vem
demonstrando a viabilidade de utilizar estufas plásticas tipo “túnel-plástico”
na recria e reprodução das tilápias-do-Nilo ao longo do ano nas áreas mais
frias do Sul do Brasil (Zimmermann et al., 1998, 2002; Gehrard et al., 2000;
Hasper et al., 2000).

O custo de produção de tilápias no interior de estufas é aparentemente


elevado. Porém, a combinação das técnicas de biomanipulação com a da
“sopa de bactérias” (ou floco bacteriano, também conhecidos em
carcinicultura intensiva como sistema MAC – de Mesocosmo Aquático
Controlado), no interior de estufas (com um projeto inovador de fundo de
viveiro na forma de “v”), projeto gerado no NPAH-ULBRA, vem mudando
este conceito. Este conjunto de técnicas mescladas num mesmo sistema de
cultivo é denominado de estufa com tanque em “v”, cuja patente está
pendente.

O sistema MAC é na verdade de uma forma particular de


biomanipulação, porém criando e manejando um floco bacteriano ao invés
de produzir algas clorofíceas. Este sistema incorpora a intensividade de se
cultivar 100 animais/m3 dentro de estufas com baixos custos de produção
(apesar dos elevados gastos de eletricidade). Esta técnica somada a
biomanipulação explora o equilíbrio entre o fitoplâncton e as bactérias num
ambiente com elevadas taxas de decomposição da matéria orgânica sob
intensa aeração. As tilápias em cultivo crescem nestas condições e se
alimenta do sistema plâncton/bactéria do próprio meio (perfil de
aminoácidos muito semelhante ao da farinha de peixes).

Por ser um cultivo biosseguro (Samocha, 2001; Zimmermann, 2001)


onde camarões marinhos vannamei podem ser cultivados juntos com a
tilápia em água doce (Panorama Acuícola, 2001) com a adição de alguns
minerais em sistema fechado, e por não haver trocas de água, pode ser até
considerado um sistema “orgânico” (limitação maior seria o elevado
consumo de eletricidade). Utilizam-se baixíssimas taxas de arraçoamento
com “rações ecológicas” (baixos teores de fósforo e nitrogênio, sem a
presença de matéria prima geneticamente modificada). Os microorganismos
do meio de cultivo (flocos bacterianos e algas clofíceas) são os responsáveis
pela alimentação principal de camarões e tilápias, sendo também os agentes
da depuração da água de cultivo. Como conseqüência, as trocas de água são
mínimas – praticamente zero – somente aquelas necessárias para repor os
volumes evaporados. A utilização de estufas plásticas com um fundo em “v”
para manter a produção nos meses mais frios e de aeradores/geradores que
evitam as flutuações nos teores de oxigênio dissolvido, são característicos
deste sistema de cultivos já implantados no Rio Grande do Sul. Outra
característica fundamental do sistema é a utilização de farelos de baixa
proteína na alimentação das bactérias (ou alimentação indireta dos peixes e
camarões): as rações convencionais de 28 a 36% de proteína bruta são
substituídas por farelos com 18 a 22 % de proteína bruta, diminuindo os
custos de alimentação em até 70%.

As Fotos 10 a 14 mostram em seqüência a construção de uma unidade


típica de estufa-tanque em “v” localizada nas proximidades de Porto Alegre
(propriedade da Aquática/LuLa). A opção por esta forma de fundo visa
otimizar a aeração do sistema e a manutenção dos sólidos gerados em
suspensão. Estudos anteriores mostraram que durante os meses de
temperatura mais elevada no Sul, de outubro a março, a temperatura média
do ar externo permanece entre 14 e 31°C, enquanto a do ar interno fica entre
24 e 37°C e a temperatura da água no interior da estufa permanece no
intervalo de 26 a 31°C (Zimmermann et al., 1998; Figura 3). Os novos
modelos de estufas, porém, são mais eficientes. Nos meses de inverno mais
rigorosos, quando a temperatura do ar externo oscilou de 7 a 27°C, 19 a
29°C para o ar interno, a temperatura da água ficou no intervalo de 20 a
29°C (Figura 4). Nestas condições, a reprodução, recria e terminação de
tilápias podem ser obtidas durante o ano todo. Resultados muito semelhantes
foram obtidos, em estrutura quase idêntica, por Sandifer & Smith (1978) na
Carolina do Sul dom o camarão de água doce.

Na recria de juvenis, são estocados nos tanques de fundo “v” cerca de


30 a 100 alevinos de 0,5 gramas por metro cúbico e se obtém animais com
mais de 30 gramas em apenas 5 a 6 semanas. Na terminação dos animais
adultos, são estocados de 10 a 60/m3, e a produtividade do sistema fica entre
5 e 20 kg/m3. Como já foi referido, este sistema permite o policultivo com
camarões marinhos (vannamei) e de água doce quando a água é manipulada
adequadamente (resultando em até 1kg/m3).

Geralmente são colocados aeradores 24 horas por dia a uma razão de 4


a 6 C.V. para cada 1000 m2, e os controles de qualidade de água e
biomanipulação seguem as premissas descritas para o sistema intensivo.
Uma das principais vantagens deste sistema é a conversão alimentar, quase
sempre inferior a 0,5:1, devido à semelhança do perfil de aminoácidos das
bactérias em suspensão com o de outras proteínas animais (por exemplo,
farinha de peixe), e da possibilidade de se combinar a este floco, desta
forma, rações de baixo custo (ricas em carboidratos ou cadeias de carbono -
melaço). A biomanipulação de algas no mesmo sistema também
complementa a dieta das tilápias e ao mesmo tempo absorve resíduos dos
pescados. Este sistema também pode ser conectado à uma estruture de
hidroponia (aquaponia)

A maior desvantagem do sistema é a dificuldade em se controlar de


forma mais precisa a biomanipulação e o floco bacteriano dentro de uma
estufa, bem como da necessidade constante de aeração sem a possibilidade
de haver falhas no sistema.

3.5.2- Raceways

Este sistema antigamente era denominado de corredor (ou raia) de


águas, pelo grande volume de água utilizado. Na raceway, a intervenção do
produtor é muito intensa. Estoca-se em sistemas com elevadas taxas de
renovação de água de 100.000 a 5.000.000 alevinos/ha de lâmina d'água -
ou seja, 10-500/m³. As unidades de cultivo são muito pequenas, de 30 a 400
m² e geralmente estão no interior de estufas com a temperatura controlada. A
única fonte de alimento é a ração peletizada balanceada, oferecida quatro a
oito vezes ao dia a uma taxa de 1,5 a 3% da biomassa estimada, dependendo
da menor (20-22°C) ou maior (24-28°C) temperatura da água,
respectivamente.

No Brasil destaca-se nesta modalidade o projeto da MPE nas margens


do Rio São Francisco, na cidade de Paulo Afonso, Bahia, onde são estocados
de 80 a 250/m3, e se obtém produtividades de 60 a 180 kg/m3/120 dias. Neste
projeto não há o uso de aeradores, uma vez que não há limitações em termos
de trocas de água (de 8 a 10 volumes por dia). Caso haja limitações nas
renovações de água e a recirculação da mesma seja necessária por razões
ambientais (sistema denominado em Israel de Deckel – utilizado, por
exemplo na larvicultura e engorda da AGR-Multigene, Figura 15), os
aeradores tornam-se equipamentos obrigatórios, devendo funcionar 24 horas
por dia. As trocas de água diárias são sempre superiores a 200% do volume
total (dependendo basicamente das taxas de estocagem e alimentação) e são
realizadas em função das análises de qualidade de água, realizadas várias
vezes ao dia. As produtividades obtidas variam de 500.000 a 6.000.000
kg/ha/ano.
3.5.3 - Canais de irrigação

Os canais de irrigação estão ligados à agricultura convencional e serão


caracterizados mais detalhadamente no item 3.6 (Sistemas Integrados).
Comportam-se de forma muito semelhante às “raceways”, e são geralmente
estocados cerca de 40 a 100 alevinos de 0,5 gramas por metro cúbico de
cercado e se obtém animais com tamanho comercial de 500 a 800 gramas em
5 a 9 meses a uma produtividade média de 20-50 kg/m 3. Uma das principais
desvantagens deste sistema é que pouco se pode fazer para controlar a
qualidade de água.

3.5.4 - Recirculação (SRA)/Aquaponia

Os SRA (Sistemas de Recirculação em Aqüicultura) são muito


utilizados na tilapicultura norte-americana e européia. No Brasil foram
popularizados por duas empresas que vendem kits de produção de tilápias.
São sistemas de tanques onde a água flui constantemente, passando por um
sistema de filtragem integrado (físico-químico-biológico) que geralmente
consta de um filtro de leito (substrato) ou de biodiscos. São estocados de 50
a 200 tilápias/m3 e a produtividade média nestes sistemas gira em torno das
25 a 100 kg/m3. A grande desvantagem deste sistema é o elevado custo de
produção devido a alta conversão alimentar (a ração deve ser completa e
pode se tornar onerosa), além do mais, a eletricidade envolvida nos
processos de filtragem e trocas de água é muito grande.

Os SRAs de tilápias podem estar integrados a sistemas de hidroponia


pré-existentes, funcionando como um meio de estabilização e reserva de
volume de água. Esta integração é muito comum no norte dos Estados
Unidos e está sendo experimentalmente aplicada em algumas hidroponias do
Sul do Brasil. As tilápias geralmente incrementam a produtividade das
verduras destas aquaponias (aquacultura com hidroponia) e acabam, desta
maneira, diminuindo significativamente seus custos. Porém, o principal
produto (pelos elevados custos) acaba sendo os vegetais.

3.5.5 - Gaiolas

A origem do cultivo em gaiolas é um tanto quanto vaga.


Provavelmente as primeiras gaiolas foram utilizadas por pescadores como
estruturas de manutenção até que o peixe pudesse ser comercializado
(Beveridge, 1987; Masser, 1989). As primeiras gaiolas verdadeiramente
destinadas à produção de peixes, foram desenvolvidas no sudoeste asiático
no final do século passado a partir de armadilhas (Beveridge, 1987). Essas
gaiolas primitivas eram construídas de madeira ou bambus e os peixes eram
alimentados com restos de peixes e comida.

O cultivo em gaiolas no Brasil parece ser muito promissor,


especialmente em áreas onde os pescados apresentam um elevado valor de
mercado ou simplesmente não estão disponíveis, como em alguns
municípios do Sertão Nordestino. Possuímos em quase todo o território
nacional todas as condições necessárias para este sucesso. O cultivo em
gaiolas foi o principal fator de impulso para a aqüicultura mundial na década
de 80. Atualmente, porém, é muito questionado pelos elevados custos de
produção (preço elevado das rações).

As gaiolas são a modalidade mais intensiva de aqüicultura. A


intervenção do produtor é muito grande, e a estocagem de 500.000 a
3.000.000 alevinos/ha - ou 50-300/m³ de gaiolas é comum. No sul do Brasil
são utilizadas gaiolas pequenas, com 2 a 6 m³ cada e 1,2 metros de
profundidade, quanto menores em volume e maiores em área superficial,
maior será sua capacidade de suporte e melhores serão os resultados de
produção.

A área superficial da tampa das gaiolas não deve ser superior a 4-5%
da área superficial com mais de 1,5 metros de profundidade do açude que as
contém. A única fonte de alimento é a ração peletizada balanceada, oferecida
de quatro a oito vezes ao dia a uma taxa de 1,5 a 3% da biomassa estimada,
de acordo com a temperatura: 20-22°C a 24-28°C, respectivamente. Os
aeradores não são necessários nas densidades mais baixas, porém, sua
presença dependerá das características específicas do corpo d'água onde se
está realizando o cultivo.

As trocas de água diárias não são obrigatórias e são realizadas em


função das análises de qualidade de água, que ocorrem várias vezes por
semana. As produtividades obtidas são muito elevadas, variam de 250.000 a
1.500.000 kg/ha/ano ou 25-150 kg/m³/ano nas nossas condições.

3.6 – Sistemas Integrados


A integração da aquacultura com a agricultura tem sido praticada
durante séculos. O uso múltiplo de águas para os cultivos e a piscicultura com
a reciclagem de nutrientes aumenta a eficiência produtiva no meio rural.
Existem diversas técnicas de cultivo de tilápias em águas coletadas e
armazenadas com a finalidade de irrigação (Pantulu, 1980; Mires et al., 1990;
Redding e Midlen, 1990) ou nas águas de drenagem coletadas após o processo
de irrigação (Siddiqui et al., 1991). A tilápia é muito adaptada a estes sistemas
de cultivo devido à sua rusticidade.

O aspecto comum dos sistemas de integração é a utilização de recursos


limitados e recuperação de nutrientes das rações dos animais aquáticos e
terrestres. A maioria do crescimento populacional e econômico mundial está
concentrado nas regiões áridas e semi-áridas (World Resources Institute,
1990). Nestas regiões, é desejável o uso múltiplo das águas da aqüicultura
para a produção agrícola (irrigação) por razões ambientais, sócio-políticas e
econômicas. O conceito aparentemente incongruente de se criar tilápias no
deserto está diretamente relacionado ao valor do recurso limitado de água e à
necessidade de fazer o uso mais eficiente da água.

Os sistemas integrados mais antigos são provenientes da China, Índia e


Sudoeste da Ásia. Não é coincidência que essas formas muito eficientes de
aqüicultura são encontradas nas regiões mais populosas do planeta. É
geralmente aceito que a maioria das dietas humanas são aquelas elevadas em
carboidratos complexos como o arroz, as verduras e os peixes, muito comuns
na Ásia. Da mesma forma, estas fazendas são altamente eficientes na produção
de grandes quantidades de alimento com insumos mínimos de recursos não
renováveis. Esta dieta saudável e eficiente usa os recursos naturais contribuiu
para o desenvolvimento das civilizações mais antigas, e sustenta a maioria da
população mundial, e indica uma direção para reformar as práticas não
sustentáveis da agricultura.

A seguir, apresentaremos os diversos sistemas integrados.

3.6.1 – Peixe antes da Irrigação (ou “Fish-Crop”)

A população humana está crescendo rapidamente em várias regiões


áridas e semi-áridas em todo o mundo, e a necessidade por alimentos também
está aumentando nestas áreas. Quantidades significativas de alimentos são
produzidas nessas regiões pela irrigação com água subterrânea ou com água
superficial trazida de outros locais. Para se maximizar o uso dos recursos
hídricos, diversos autores sugerem a produção de peixes nos corpos d’água
alimentadores dos sistemas de irrigação (Pantulu, 1980; Jauncey and Stewart,
1987; Redding and Midlen, 1990). Isto permite uma colheita adicional a ser
produzida na mesma água da lavoura, e as águas do peixe contribuem com um
fertilizante de valor adicional.

Israel tem sido um dos líderes em termos de proposta e prática dos


sistemas integrados de produção em zonas áridas. O cultivo de peixes em
viveiros iniciou na década de 1930 e o uso múltiplo de águas foi rapidamente
adotado. Lieberman e Shilo (1989) relatam que 60% dos peixes cultivados em
Israel são provenientes de reservatórios de irrigação (águas utilizadas durante o
verão).

Sadek (1988) registrou a existência de 3.532 km de canais de grande


porte no Egito e demonstrou a existência de um significativo percentual de
cultivo de tilápias nestes canais. A produção total de tilápias no Egito no ano
de 2.000 foi estimada em 53.000 toneladas (El Sayed, 2001) – quase 25%
superior a do Brasil naquele mesmo ano. A tilapicultura comercial em
grandes canais de irrigação egípcios vem apresentando produtividades ao redor
de 40 kg/m3, porém, existem estimativas ao redor de 100 toneladas anuais para
cada hectare de gaiolas em canais de irrigação (Ishak, 1982, 1986). Em 1989,
cerca de 400 operadores receberam licenças para operar gaiolas de tilápias na
região de Damietta. Shelton (1989) registrou um grande projeto de cultivo
intensivo de tilápias em construção em Kassasseen com o objetivo de
examinar o uso de efluentes aqüícolas na irrigação de frutíferas cítricas e
bananas. A. Al-Jaloud et al. (1993) utilizaram efluentes de uma tilapicultura
para irrigar trigo na Arábia Saudita, e obtiveram uma redução de 50% na
aplicação do nitrogênio químico (uréia) porque o efluente continha 40 mg N/L.

3.6.2 – Efluentes Aqüícolas

Os efluentes aqüícolas tem sido considerados poluidores significativos


do meio ambiente quando não são propriamente dispostos (Cowey and Cho,
1991; Pillay, 1992; Boyd and Tucker, 1995; Goldburg and Triplett, 1997).
Diversos estados nos Estados Unidos organizaram com os tilapicultores
locais o desenvolvimento de metodologias que permitam descarregar os
efluentes de modo a viabilizar seus cultivos, proteger o meio ambiente e
gerar uma quantidade mínima de licenças. Em diversos casos, somente um
cadastro das terras onde serão dispostos (irrigados) os efluentes já é o
suficiente. Em geral, estes efluentes aqüícolas são considerados como uma
forma de fertilizante nitrogenado, e são regulados pelas “Best Management
Practices” (melhores práticas de manejos dos diversos códigos de conduta)
(Fitzsimmons, 1992). Os efluentes das tilapiculturas geralmente carreiam
restos metabólicos e sólidos em suspensão, algas, matéria fecal, ração não
utilizada, e diversos organismos potencialmente causadores de doenças. A
aplicação destes efluentes em lavouras não somente reutiliza a água, mas
também os nutrientes que ela contém, reduzindo o estabelecimento ou a
difusão de doenças e até dos predadores das tilápias em ambiente natural. A
irrigação das lavouras com efluentes aqüícolas é limitado pela capacidade do
solo em absorver água e nitrogênio.

A água de sistemas de recirculação com tilápias em altas densidades


pode atingir níveis elevados de nutrientes, como 19,2 mg/L de amônia, 181
mg/L de nitrato (Lightner et al., 1988), 53 mg/L de fosfatos e 150 mg/L de
potássio (Nair et al., 1985). Olsen et al. (1993) registrou que a água de um
viveiro com uma elevada taxa de estocagem contribuiu com 6,8 kg de
nitrogênio total/ha quando utilizada para irrigar algodão durante uma safra.
Os nutrientes dos efluentes de tilapiculturas estão prontamente disponíveis
para as plantas (Jensen et al., 1986; Parker et al., 1990; Roy et al., 1990) e a
matéria orgânica é muito útil em regiões áridas ou desertificadas. Devido ao
fato da maioria dos nutrientes estarem ligados a sólidos e outras formas
orgânicas mais complexas, é possível que os nitratos não lixiviem na coluna
do solo tão rapidamente como os fertilizantes químicos. Talvez esta seja uma
das razões dos melhores resultados para plantas provenientes de aquaponia
(com tilápias) quando comparadas à da hidroponia (sem tilápias).

Yates et al. (1992) registrou que a lixiviação de nitratos pode ser


reduzida utilizando-se aplicações freqüentes e diluídas de nitrogênio. Como
o nitrogênio do esterco das tilápias é mais diluído que o fertilizante químico
e liberado por um período mais extenso, as plantas utilizam este nitrogênio
de uma forma mais eficaz, reduzindo dessa forma a possibilidade de
lixiviação dos nitratos até o lençol freático.

A produção de tilápias em águas claras (transparentes) destinadas à


irrigação parece ser economicamente viável e ambientalmente aceitável.
Diversos sistemas estão sendo utilizados, incluindo a estocagem diretamente
no canal ou viveiros-reservatórios de água, em gaiolas dentro de canais ou em
seções de canais ou cercados dentro de canais, bem como as raceways que
retornam a águas ao canal ou diretamente ao campo de irrigação. Algumas
vantagens e desvantagens dos diversos sistemas podem ser visualizadas na
Tebela 3.

3.6.3 – Gaiolas em canais de irrigação

Alguns produtores rurais testaram diversos métodos de incorporar o


cultivo de tilápias em sistemas existentes de irrigação (Redding and Midlen,
1990; Budhabhatti, 1991). O sistema mais simples é a colocação de gaiolas
diretamente nos canais (Foto 16). Budhabhatti and Maughan (1993)
demonstraram a viabilidade técnica do cultivo do catfish americano nestes
canais, mas concluiram que em águas de elevado fluxo o crescimento foi
bastante reduzido. Gaiolas com projetos modificados (painéis sólidos ou semi-
sólidos) podem resolver em parte esta situação, criando áreas de descanso para
os peixes e aumentando de forma significativa o crescimento dos animais
(Budhabhatti and Maughan, 1993, 1994).

3.6.4 - Divisórias de telas nos canais de irrigação

D'Silva (1993) testou um sistema de produção de tilápias e catfish em


seções teladas em canais de irrigação. Nestas divisórias, a água flui para irrigar
pomares diariamente, portanto, a água em cada seção era trocada diariamente.
A sobrevivência das tilápias nestes sistemas foi significativamente superior
que o catfish (88% versus 12%) e as densidades de 20 tilapias/m3 foram as que
produziram as melhores taxas de crescimento. Segundo o mesmo autor, as
árvores que receberam a água do cultivo de tilápias cresceram
significativamente mais rápido (altura e área de base) que árvores que
receberam água diretamente da fonte. Ensaios adicionais foram conduzidos
cultivando o catfish e a tilapia em canais de irrigação de algodões (Foto 17).
Nestes ensaios, D'Silva e Maughan (1994) demonstraram que a tilapia poderia
ser cultivada em canais com uso periódico, com uma troca de água a cada 12 a
18 dias. As tilápias cultivadas em densidades de 12 peixes/m3 cresceram de 57
a 213 gramas em 112 dias, enquanto que 1 tilápia/m 3 cresceu de 57 a 341
gramas nos mesmos 112 dias.

3.6.5 – Cercados em canais de grande porte

Em diversas àreas irrigadas dos Estados Unidos, Mexico ou mesmo do


Brasil, os produtores rurais estão organizados em distritos de irrigação. Estes
canais de grande porte podem ser locais ideais para o cultivo de tilápias em
gaiolas ou cercados. Uma seção do Canal de Santa Rosa na região central do
Estado do Arizona nos Estados Unidos possui cerca de 100 x 7 metros de área
cercada com aço inoxidável onde foram estocadas tilápias e carpas. Este
sistema produziu quantidades significativasde pescado, mas apresentou uma
série de dificuldades (Fitzsimmons, 1999). A primeira, foi a relutância do
distrito de irrigação em aceitar se tornar uma unidade tilapicultora. Segundo,
haviam preocupações com problemas que poderiam surgir como o
entupimento das telas e diminuição do fluxo de água, além da degradação da
qualidade da mesma. A preocupação final dizia respeito à responsabilidade
pela sobrevivência e manejo do pescado caso houvesse uma variação nos
níveis de água.

3.6.7 – Bombeamento de canais para viveiros e raceways

Diversos sistemas tem sido utilizados no desvio de água dos canais para
viveiros e raceways. Os efluentes podem retornar ao canal original para a
irrigação posterior ou serem entregues diretamente ao campo irrigado. As
vantagens deste sistema dizem respeito ao mínimo impacto na operação do
canal, é fácil monitorar o uso da água e seu impacto, e o tilapicultor pode ser
um membro ou usuário do distrito sem que o mesmo se envolva diretamente
na atividade. As desvantagens estão ligadas ao investimento extra na
infraestrutura e o provavelmente complicado licenciamento ambiental
individual.

3.6.8 – Gaiolas em reservatórios

Foram desenvolvidos dois sistemas. Brooks (1992, 1994) revisou um


sistema de gaiolas flutuantes em raceways escavadas (40m x 10m) utilizando
água de pré-irrigação. As gaiolas eram de tamanho reduzido (6 m x 3,6 m) e
aproveitavam o rápido fluxo de água através dos reservatórios para se manter
uma elevada densidade de tilápias e as gaiolas eram facilmente manejadas na
colheita por somente um operador. Com um pequeno investimento, podem
aumentar em número de acordo com a demanda de mercado. Uma versão
sendo utilizada em Israel emprega gaiolas maiores (8,4 m x 5,4 m x 4 m)
colocadas num reservatório de 8 ha. Milstein et al. (1989) apresentaram
diversas informações sobre os aspectos limnológicos de reservatórios
destinados à irrigação e estocados com tilápias em gaiolas. Demonstraram a
viabilidade do cultivo de tilápias em gaiolas e carpas soltas nos reservatórios
de irrigação, documentando as contribuições dos peixes em termos de nitratos
à água de irrigação, bem como na redução do pH da água dos viveiros.
Lieberman and Shilo (1989) recomendam alguns métodos para melhorar a
qualidade de água em reservatórios utilizados na produção de pescados,
incluindo a escolha do local (levando em consideração os ventos
predominantes), mistura mecânica da água, escolha do local de saída de água
(visando remover a pior qualidade de água para os peixes, que é a melhor –
mais fertilizada – para a irrigação). Um sistema muito semelhante foi
construído na reserva indígena Ak Chin no Estado do Arizona, utilizando um
tanque-rede com uma plataforma flutuante que produzia diversos pescados
(inclusive a tilápia - Foto 18).

3.6.8 – Cultivo em viveiros antes da irrigação

O cultivo de tilápias em viveiros tem sido utilizado numa série de


projetos de irrigação, aproveitando o volume de armazenamento de água dos
mesmos. A principal vantagem é a diminuição dos custos de bombeamento,
uma vez que a tilápia é pouco exigente em renovações constantes de água
(situação ótima para a irrigação). Olsen et al. (1993) e Stevenson et al (no
prelo) utilizaram água de um viveiro (com tilapia e catfish) para irrigae e
fertilizar algodão (Foto xx) e conseguiram fornecer nitrogênio equivalente a
15% do fertilizante químico aplicado na lavoura.

3.6.9 – Raceways Geotérmicas

Diversos tilapicultores dos Estados Unidos vem utilizando fontes


geotérmicas de água no cultivo de tilápias antes de irrigar suas lavouras. Este
procedimento produz um valor adicional, que é a manutenção da temperatura
ideal de crescimento das tilápias ao longo do ano, bem como auxilia a evitar as
geadas, antecipa a germinação e a colheita das plantas irrigadas. Estes
sistemas utilizam canais de irrigação modificados como raceways intensivas.
Um problema que poderá surgir com as agues geotermicas é a salinização dos
solos a partir dos componentes da água.

3.6.10 - Tanques com fontes Geotérmicas de água

O sistema integrado que utiliza águas geotérmicas em tanques de


concreto arredondados, com os efluentes das tilápias indo diretamente para a
irrigação, é sem dúvida o que permite um maior controle, porém requer os
mais elevados investimentos. Perto de Safford, no Estado do Arizona (Foto
19), estoca-se tilapia em tanques redondos de fibra de vidro com o fluxo
gravitacional para uma lavoura de algodão. Os benefícios deste sistema são o
compartilhamento dos custos de bombeamento de água, o valor do fertilizante
economizado e a eliminação do sistema de tratamento de efluentes das tilápias
(Fitzsimmons, 1999 – Foto 20). A Tabela 3 compara alguns dos sistemas
discutidos e suas respectivas produtividades disponíveis na literatura.

4. Considerações Finais

São muitas as tendências da tilapicultura brasileira e mundial neste


novo milênio. A intensificação da atividade deverá continuar, porém, cada
vez mais se discutirá a sustentabilidade da mesma, através da busca de
custos e efluentes mínimos (sistemas com a reutilização das águas), bem
como de uma tilapicultura orgânica, responsável, que utilize os logotipos
ecológicos na comercialização dos seus produtos. Outras tendências da
atividade dizem respeito às disputas por novos mercados, como o Europeu, a
concorrência com outros países neste início das exportações, a necessidade
de se desenvolver um mercado interno mais forte, bem como as novas
oportunidades de uma aqüicultura intensiva, mas de custo menor, que utiliza
a sobretudo a biomanipulação.

Seguindo a tendência da atividade aqüícola por baixos custos de


produção devido a maior competitividade e diminuição das margens de
lucro, outra nova tecnologia que começa a ser incorporada é a técnica de
“sopa de bactérias” (ou floco bacteriano) com biomanipulação (Calleja,
2000; Chamberlain et al., 2001; Wang, 2000; McIntosh, 2001). Trata-se de
um sistema avançado de biomanupulação, que incorpora a intensividade da
aeração aos baixos custos de produção de um floco bacteriano, explorando o
enquilíbrio entre o fitoplâncton e as bactérias num ambiente que suporta uma
enorme quantidade de tilápias em águas com elevadas taxas de
decomposição da matéria orgânica sob intensa aeração.

Finalmente, por milhares de anos, em todo o mundo, a integração da


tilapicultura com a agricultura tem sido demonstrada como uma forma muito
eficiente e sustentável de se produzir alimentos. A produção de tilápias em
sistemas de irrigação é a escolha natural para as regiões mais áridas como o
Sertão nordestino. Permite à agricultura irrigada não somente sobreviver, mas
também utilizam metodologias responsáveis que aumentam a produtividade e
a lucratividade dos empreendimentos (Foto 21).

A agricultura, especialmente nos perímetros irrigados, é uma das


atividades que mais consome água, exercendo, desta forma, uma enorme
pressão na economia deste precioso recurso. Existe também um intenso
movimento no sentido de diminuir o uso de fertilizantes, especialmente dos
nitratos, para que não haja a lixiviação dos mesmos para os lençóis freáticos.
A adição da aqüicultura em estruturas de irrigação pré-existentes contribui com
a diminuição de vários destes problemas, sendo que a tilapicultura ainda é
fornecedora uma colheita adicional de um produto de elevado valor. Por este
motivo, vem se tornando uma das atividades de mais rápido crescimento da
agricultura, e esta integração deverá melhorar o quadro econômico para ambos
os segmentos (Pantulu, 1980; Redding e Midlen, 1990). Os agricultores que
usam a irrigação poderão também se associar a vizinhos tilapicultores que
fornecem uma água fertilizada para a irrigação (água que esta diluída em
termos de elementos nitrogenados – amônia e nitratos). Resíduos orgânicos
como as fezes e restos de ração, na verdade contribuem para o acúmulo de
matéria orgânica no solo ao longo do tempo. São necessários estudos
adicionais no sentido de quantificar todo este processo de integração
agricultura/aqüicultura, levando em consideração a saúde na produção das
tilápias, o manejo do sistema aquático visando melhorar a produtividade e
proteger o meio ambiente.

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56.
Foto 1 – Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

Foto 2 – “Filés Brancos” de tilápias – com e sem tratamento de CO2 e


ambos “deep skinned”.
Foto 3. Biomanipulação da produção natural em viveiro na Colombia.

Foto 4. Coletas de algas em viveiro.

Foto 5. Análise e determinação das algas.


Foto 6. Diatomaceae e Chlorophyceae.

Foto 7. Alguns gêneros de Diatomáceas.

Foto 8. Gêneros de Cyanophyceae.


Foto 9 – Projeto Intensivo com biomanipulação, recirculação e
reaproveitamento de água localizado na Península de Yucatan.

Foto 10 – Início das escavações de uma estufa-tanque em “v”


Foto 11 – Início das colocação da estrutura da estufa-tanque em “v”

Foto 12 – Início da colocação do piso de alvenaria de um tanque em “v”


Foto 13 – acabamento da lona plástica e inicio do enchimento de uma estufa-
tanque em “v”

Foto 14 - estufa-tanque em “v” operando com sistema misto de “sopa de


bactérias” e biomanipulação de algas
Foto 15 – Sistema Deckel utilizado na Larvicultura e Engorda da
ARG/MultiGene

FOTOS DO KEVIN (em outra resolução em JPG)


Tabela 1 – Produção total da tilapicultura brasileira e sua participação no
total de organismos aquáticos cultivados

Ano Produção Total (ton)


% do total
1996 10.000 17
1997 15.000 21
1998 27.000 25
1999 35.000 28
2000 42.000 32
2001 68.000 35
2002 75.000 38

Tabela 2 – Concentrações típicas dos macro e micro nutrientes na água doce,


numa população de Chlorophyceae (fitoplâncton) e o fator de concentração
calculado (valor que prioriza os elementos na biomanipulação da água
visando obter um florescimento de algas mais eficaz).
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Elemento Água Doce (mg/L) Fitoplancton (mg/L)1 Fator de Concentração


----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fósforo 0,03 230 7.667
Nitrogênio 0,36 2,160 6.000
Carbono 20 12,000 600
Sódio 5 1,520 304
Manganês 0,03 4 133
Ferro 0,2 25 125
Sílica 0,2 25 125
Cobre 0,03 2 100
Potássio 2 190 95
Enxofre 5 160 32
Zinco 0,07 1,6 23
Magnésio 4 90 22,5
Cálcio 20 220 11
Boro 0,02 0,1 5
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
1Base no peso seco, assumindo 2,5% de peso seco.
Tabela 3. Vantagens e desvantagens dos diversos sistemas integrados de
"aquacultura e irrigação”.

Sistemas de Produção Vantagens Desvantagens


A. Gaiolas em canais de 1. fácil controle dos estoques de 1. facilidade de roubos
irrigação peixes, fácil manejo e colheita
2. fácil de alimentação 2. o excesso da ração é perdido
3. proteção contra pássaros 3. peixe não forrageia algas nem
limpeza dos canais
4. custo de produção mais alto
B. Divisores de telas em 1. custos de produção mais 1. canais pequenos não possuem
canais de irrigação baixos fluxo contínuo
2. o peixe ajuda a limpar o canal 2. facilidade de roubos
3. pode estocar mais peixes 3. mais dificil de colher
4. fácil de alimentar
C. Divisores de telas em 1. fluxo contínuo 1. devem ser cercados para
canais de irrigação maiores manter longe os pescadores
2. grandes quantidades podem 2. colheita complicada
ser estocadas
3. rações perdidas facilmente
4. aberto à pássaros
D. bombeamento de canais 1. controle eficiente (fluxo, 1. necessidade de requirementos
para tanques e raceways arraçoamento, densidades)
2. fácil colheita 2. elevados custos de capital
3. segurança (pessoas e
pássaros)
E. gaiolas em barragens 1. contrôle de estoque 1. custos de capital das gaiolas
2. fácil colheita 2. problema se a barragem seca
3. proteção dos pássaros 3. reservatório pode ser público
F. cultivo em viveiros de 1. custos baixos 1. evaporação elevada
água para irrigação
2. metodologia padrão 2. difícil colheita
3. fácil de ajustar os níveis de 3. aberto aos pássaros
água
G. fontes de águas 1. controle de temperaturas 1. custos elevados
geotérmicas para raceways (crescimento rápido ao longo do
ano)
2. crescimento constante do 2. necessidade de água ao longo
peixe e colheitas o ano inteiro do ano
3. necessita alguma recirculação
H. fontes de águas 1. é o sistema que apresenta um 1. custo mais elevado
geotérmicas para tanques maior controle
Tabela 4. Comparativo entre diversos sistemas de cultivo registrados na
literatura e suas respectivas produtividades.

Referencia Sistema Localização Valor Fertilizante Produção


do Efluente
Lightner et al., Sistema de Estados Unidos, 19,2 mg/l amônia, 100 kg/m3 –
1988 hidroponia com Arizona 181 mg/l nitrato tilapia
recirculação
Yang et al., 1992 Peixe nos viveiros China Não disponível 1.350 a 6.000
- Verduras kg/ha/ano – carpa
Al-Jaloud et al., Tilápia em Arábia Saudita 40 mg de N/L 5.850 – 7.970
1993 tanques – Trigo kg/ha - trigo
Olsen et al., 1993 Tilapia/catfish em Estados Unidos, 6,8 kg 50 – 101 kg/m3 –
tanques – Arizona nitrogênio/ha e tilapia/catfish
Algodão 1,9 kg de 3.632 kg/ha –
fósforo/ha algodão
Zimmermann, Tilapia in cages Nordeste, Brasil Não disponível 100-200 kg/m3
2002

Figura 1 – Tilápias importadas aos Estados Unidos de 1996 a 2001.

90000
80000
70000
60000
Filé
50000
Inteiro
40000
Total
30000
Peso Vivo
20000
10000
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001
Figura 2 - Estimativas da produção brasileira de Tilápias (mil toneladas).

80

60

40

20

- 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Produção Área
(tons) (ha)H(h
a)(ha)e temperaturas médias
Figuras 3 e 4 - Temperaturas do ar interna e externa
da água de duas estufas localizadas na Grande Porto Alegre. O primeiro
gráfico mostra as médias durante um ano em um sistema de tanques de
concreto, enquanto que o segundo gráfico ilustra o final do período de
inverno numa estufa mais eficiente sobre um viveiro de 1.000m3 em com o
fundo em “v”.
35
30
25 Externa
20
15 Interna
10 Agua
5
0
ro
o
o
ril

o
iro

o
iro

lh
nh
ai

st

br

br
br

ub
Ab
ne

Ju
re

go

m
m

em
Ju

ut
ve
Ja

ve
te
A

ez
Fe

Se

No

D
TEMP INTERNA
TEMPERATURAS
TEMP EXTERNA
TEMP AGUA FUNDO
60

50

40
TEMP ( C )

30

20

10

DATA

Figura 5 – Programa comercial de alimentação de tilápias em gaiolas


considerando as variações de temperaturas durante o período de
cultivo

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