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de forte relação de vinculação e em simultâneo com o atribuições, promover ações de prevenção primária e
não exercício pelos pais das suas funções parentais; secundária, nomeadamente, mediante a definição de
e) [Anterior alínea d).] planos de ação local para a infância e juventude, vi-
f) [Anterior alínea e).] sando a promoção, defesa e concretização dos direitos
g) [Anterior alínea f).] da criança e do jovem.
2 — As entidades com competência em matéria de
Artigo 4.º infância e juventude devem promover e integrar parce-
rias e a elas recorrer, sempre que, pelas circunstâncias do
[...]
caso, a sua intervenção isolada não se mostre adequada
......................................... à efetiva promoção dos direitos e proteção da criança
ou do jovem.
a) Interesse superior da criança e do jovem — a in- 3 — A intervenção das entidades com competência
tervenção deve atender prioritariamente aos interesses em matéria de infância e juventude é efetuada de modo
e direitos da criança e do jovem, nomeadamente à con- consensual com as pessoas de cujo consentimento de-
tinuidade de relações de afeto de qualidade e signifi- penderia a intervenção da comissão de proteção nos
cativas, sem prejuízo da consideração que for devida termos do artigo 9.º
a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade 4 — Com vista à concretização das suas atribuições,
dos interesses presentes no caso concreto; cabe às entidades com competência em matéria de in-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fância e juventude:
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) Avaliar, diagnosticar e intervir em situações de
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . risco e perigo;
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) Implementar estratégias de intervenção necessárias
g) Primado da continuidade das relações psicológicas e adequadas à diminuição ou erradicação dos fatores
profundas — a intervenção deve respeitar o direito da de risco;
criança à preservação das relações afetivas estruturantes c) Acompanhar a criança, jovem e respetiva família
de grande significado e de referência para o seu saudável e em execução de plano de intervenção definido pela
harmónico desenvolvimento, devendo prevalecer as medidas própria entidade, ou em colaboração com outras enti-
que garantam a continuidade de uma vinculação securizante; dades congéneres;
h) Prevalência da família — na promoção dos direitos d) Executar os atos materiais inerentes às medidas
e na proteção da criança e do jovem deve ser dada pre- de promoção e proteção aplicadas pela comissão de
valência às medidas que os integrem em família, quer proteção ou pelo tribunal, de que sejam incumbidas,
na sua família biológica, quer promovendo a sua adoção nos termos do acordo de promoção e proteção ou da
ou outra forma de integração familiar estável; decisão judicial.
i) [Anterior alínea h).]
j) [Anterior alínea i).] 5 — No exercício das competências conferidas no
k) [Anterior alínea j).] número anterior cabe às entidades com competência em
matéria de infância e juventude elaborar e manter um
Artigo 5.º registo atualizado, do qual conste a descrição sumária
das diligências efetuadas e respetivos resultados.
[...]
......................................... Artigo 9.º
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — A intervenção das comissões de proteção das
c) Situação de emergência — a situação de perigo crianças e jovens depende, nos termos da presente lei,
atual ou iminente para a vida ou a situação de perigo do consentimento expresso e prestado por escrito dos
atual ou iminente de grave comprometimento da in- pais, do representante legal ou da pessoa que tenha a
tegridade física ou psíquica da criança ou jovem, que guarda de facto, consoante o caso.
exija proteção imediata nos termos do artigo 91.º, ou 2 — A intervenção das comissões de proteção das
que determine a necessidade imediata de aplicação de crianças e jovens depende do consentimento de ambos
medidas de promoção e proteção cautelares; os progenitores, ainda que o exercício das responsabi-
d) Entidades com competência em matéria de infância lidades parentais tenha sido confiado exclusivamente
e juventude — as pessoas singulares ou coletivas, pú- a um deles, desde que estes não estejam inibidos do
blicas, cooperativas, sociais ou privadas que, por desen- exercício das responsabilidades parentais.
volverem atividades nas áreas da infância e juventude, 3 — Quando o progenitor que deva prestar consenti-
têm legitimidade para intervir na promoção dos direitos mento, nos termos do número anterior, estiver ausente
e na proteção da criança e do jovem em perigo; ou, de qualquer modo, incontactável, é suficiente o
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . consentimento do progenitor presente ou contactável,
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sem prejuízo do dever de a comissão de proteção dili-
genciar, comprovadamente e por todos os meios ao seu
Artigo 7.º alcance, pelo conhecimento do paradeiro daquele, com
[...]
vista à prestação do respetivo consentimento.
4 — Quando tenha sido instituída a tutela, o con-
1 — As entidades com competência em matéria sentimento é prestado pelo tutor ou, na sua falta, pelo
de infância e juventude devem, no âmbito das suas protutor.
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5 — Se a criança ou o jovem estiver confiado à 3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,
guarda de terceira pessoa, nos termos dos artigos 1907.º a comissão remete o processo ao Ministério Público.
e 1918.º do Código Civil, ou se encontrar a viver com
uma pessoa que tenha apenas a sua guarda de facto, o Artigo 12.º
consentimento é prestado por quem tem a sua guarda, [...]
ainda que de facto, e pelos pais, sendo suficiente o con-
sentimento daquela para o início da intervenção. 1— .....................................
6 — Se, no caso do número anterior, não for possível 2— .....................................
contactar os pais apesar da realização das diligências 3 — As comissões de proteção são declaradas instala-
adequadas para os encontrar, aplica-se, com as neces- das por portaria dos membros do Governo responsáveis
sárias adaptações, o disposto no n.º 3. pelas áreas da justiça, da solidariedade e da segurança
7 — A intervenção das comissões de proteção das social.
crianças e jovens depende ainda do consentimento
expresso e prestado por escrito daqueles que hajam Artigo 13.º
apadrinhado civilmente a criança ou jovem, enquanto [...]
subsistir tal vínculo.
8 — Nos casos previstos nos n.os 3 e 5, cessa a legi- 1 — Os serviços públicos, as autoridades administra-
timidade da comissão de proteção para a intervenção tivas e as entidades policiais têm o dever de colaborar
a todo o momento, caso o progenitor não inibido do com as comissões de proteção no exercício das suas
exercício das responsabilidades parentais se oponha à atribuições.
intervenção. 2— .....................................
3 — O dever de colaboração abrange o de informação
Artigo 11.º e o de emissão, sem quaisquer encargos, de certidões,
relatórios e quaisquer outros documentos considerados
[...] necessários pelas comissões de proteção, no exercício
1 — (Anterior proémio do corpo do artigo): das suas competências de promoção e proteção.
inferior a 18 anos, o volume processual da comissão e 2 — Nos casos da alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º
a adequada estabilidade da intervenção protetiva, nos a designação dos cidadãos eleitores a que se reporta a
termos a definir pela Comissão Nacional. alínea l) do número anterior deve ser feita por acordo
entre os municípios envolvidos, privilegiando-se, sem-
Artigo 15.º pre que possível, a representatividade das diversas po-
pulações locais.
[...]
3 — Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 15.º a
1— ..................................... composição da comissão observa a representatividade
2 — Tendo em vista a qualificação da resposta pro- interinstitucional e pluridisciplinar prevista no n.º 1 do
tetiva, mediante proposta dos municípios envolvidos e presente artigo.
precedendo parecer favorável da Comissão Nacional, Artigo 18.º
podem ser criadas:
[...]
a) Nos municípios com maior número de habitantes e
quando se justifique, mais de uma comissão de proteção, 1— .....................................
com competências numa ou mais freguesias, nos termos 2— .....................................
a definir pela portaria de instalação; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Em municípios adjacentes com menor número b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de habitantes e quando se justifique, comissões inter- c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
municipais, nos termos a definir pela portaria de ins- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
talação. e) Colaborar com as entidades competentes na cons-
tituição, funcionamento e formulação de projetos e ini-
Artigo 17.º ciativas de desenvolvimento social local na área da
infância e da juventude;
[...]
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — (Anterior proémio do corpo do artigo): g) Analisar a informação semestral relativa aos pro-
cessos iniciados e ao andamento dos pendentes na co-
a) Um representante do município, a indicar pela missão restrita, sem prejuízo do disposto no artigo 88.º;
câmara municipal, dos municípios, a indicar pelas câ- h) Prestar o apoio e a colaboração que a comissão
maras municipais, no caso previsto na alínea b) do n.º 2 restrita solicitar, nomeadamente no âmbito da dispo-
do artigo 15.º, ou das freguesias, a indicar por estas, no nibilização dos recursos necessários ao exercício das
caso previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º, de entre suas funções;
pessoas com especial interesse ou aptidão na área das i) Elaborar e aprovar o plano anual de atividades;
crianças e jovens em perigo; j) Aprovar o relatório anual de atividades e avaliação
b) [Anterior alínea b) do corpo do artigo]; e enviá-lo à Comissão Nacional, à assembleia municipal
c) [Anterior alínea c) do corpo do artigo]; e ao Ministério Público;
d) Um representante do Ministério da Saúde, pre- k) Colaborar com a Rede Social na elaboração do
ferencialmente médico ou enfermeiro, e que integre, plano de desenvolvimento social local, na área da in-
sempre que possível, o Núcleo de Apoio às Crianças e fância e juventude.
Jovens em Risco;
e) Um representante das instituições particulares de 3 — No exercício das competências previstas nas
solidariedade social ou de outras organizações não gover- alíneas b), c), d) e e) do número anterior, a comissão
namentais que desenvolvam, na área de competência terri- deve articular com a Rede Social local.
torial da comissão de proteção, respostas sociais de caráter
não residencial, dirigidas a crianças, jovens e famílias; Artigo 19.º
f) Um representante do organismo público compe-
tente em matéria de emprego e formação profissional; [...]
g) Um representante das instituições particulares de 1— .....................................
solidariedade social ou de outras organizações não go- 2 — O plenário da comissão reúne com a periodici-
vernamentais que desenvolvam, na área de competência dade exigida pelo cumprimento das suas funções, no
territorial da comissão de proteção, respostas sociais de mínimo mensalmente.
caráter residencial dirigidas a crianças e jovens; 3 — O exercício de funções na comissão alargada
h) [Anterior alínea g) do corpo do artigo]; pressupõe a afetação dos comissários ao trabalho efe-
i) [Anterior alínea h) do corpo do artigo]; tivo na comissão, por tempo não inferior a oito horas
j) [Anterior alínea i) do corpo do artigo]; mensais, a integrar o período normal de trabalho.
k) Um representante de cada força de segurança,
dependente do Ministério da Administração Interna, Artigo 20.º
presente na área de competência territorial da comissão
[...]
de proteção;
l) Quatro cidadãos eleitores, preferencialmente com 1— .....................................
especiais conhecimentos ou capacidades para intervir na 2 — São, por inerência, membros da comissão restrita
área das crianças e jovens em perigo, designados pela o presidente da comissão de proteção e os representantes
assembleia municipal, ou pelas assembleias municipais do município, ou dos municípios ou das freguesias nos
ou assembleia de freguesia, nos casos previstos, respe- casos previstos, respetivamente, nas alíneas b) e a) do no
tivamente, nas alíneas b) e a) do no n.º 2 do artigo 15.º; n.º 2 do artigo 15.º, e da segurança social, da educação
m) [Anterior alínea m) do corpo do artigo]. e da saúde quando não exerçam a presidência.
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3 — Consideram-se medidas a executar no meio na- especial relativamente a crianças até aos seis anos de
tural de vida as previstas nas alíneas a), b), c) e d) do idade, salvo:
n.º 1 e medidas de colocação as previstas nas alíneas e)
e f); a medida prevista na alínea g) é considerada a a) Quando a consideração da excecional e específica
executar no meio natural de vida no primeiro caso e de situação da criança ou jovem carecidos de proteção
colocação, no segundo e terceiro casos. imponha a aplicação da medida de acolhimento resi-
4— ..................................... dencial;
b) Quando se constate impossibilidade de facto.
Artigo 37.º
5 — A aplicação da medida de acolhimento residen-
Medidas cautelares cial nos casos previstos nas alíneas a) e b) do número
1 — A título cautelar, o tribunal pode aplicar as me- anterior é devidamente fundamentada.
didas previstas nas alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 35.º,
nos termos previstos no n.º 1 do artigo 92.º, ou enquanto Artigo 49.º
se procede ao diagnóstico da situação da criança e à
definição do seu encaminhamento subsequente. Definição e finalidade
2 — As comissões podem aplicar as medidas previs- 1 — A medida de acolhimento residencial consiste
tas no número anterior enquanto procedem ao diagnós- na colocação da criança ou jovem aos cuidados de uma
tico da situação da criança e à definição do seu enca- entidade que disponha de instalações, equipamento de
minhamento subsequente, sem prejuízo da necessidade acolhimento e recursos humanos permanentes, devida-
da celebração de um acordo de promoção e proteção mente dimensionados e habilitados, que lhes garantam
segundo as regras gerais. os cuidados adequados.
3 — As medidas aplicadas nos termos dos números 2 — O acolhimento residencial tem como finali-
anteriores têm a duração máxima de seis meses e devem dade contribuir para a criação de condições que ga-
ser revistas no prazo máximo de três meses. rantam a adequada satisfação de necessidades físicas,
psíquicas, emocionais e sociais das crianças e jovens
Artigo 38.º-A e o efetivo exercício dos seus direitos, favorecendo
Confiança a pessoa selecionada para a adoção, a família a sua integração em contexto sociofamiliar seguro e
de acolhimento ou a instituição com vista a futura adoção promovendo a sua educação, bem-estar e desenvol-
A medida de confiança a pessoa selecionada para a vimento integral.
adoção, a família de acolhimento ou a instituição com
vista a futura adoção, aplicável quando se verifique Artigo 50.º
alguma das situações previstas no artigo 1978.º do Có-
Acolhimento residencial
digo Civil, consiste:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — O acolhimento residencial tem lugar em casa
b) Ou na colocação da criança ou do jovem sob a de acolhimento e obedece a modelos de intervenção
guarda de família de acolhimento ou de instituição com socioeducativos adequados às crianças e jovens nela
vista a futura adoção. acolhidos.
2 — As casas de acolhimento podem organizar-se
Artigo 43.º por unidades especializadas, designadamente:
[...] a) Casas de acolhimento para resposta em situações
de emergência;
1 — (Anterior corpo do artigo.) b) Casas de acolhimento para resposta a problemáti-
2 — A medida pode ser acompanhada de apoio de cas específicas e necessidades de intervenção educativa
natureza psicopedagógica e social e, quando necessário, e terapêutica evidenciadas pelas crianças e jovens a
de ajuda económica. acolher;
c) Apartamentos de autonomização para o apoio e
Artigo 46.º
promoção de autonomia dos jovens.
Definição e pressupostos
1 — O acolhimento familiar consiste na atribuição 3 — Para além das casas de acolhimento, as insti-
da confiança da criança ou do jovem a uma pessoa tuições que desenvolvem respostas residenciais, no-
singular ou a uma família, habilitadas para o efeito, meadamente nas áreas da educação especial e da saúde
proporcionando a sua integração em meio familiar e a podem, em situações devidamente fundamentadas e
prestação de cuidados adequados às suas necessidades pelo tempo estritamente necessário, executar medidas
e bem-estar e a educação necessária ao seu desenvol- de acolhimento residencial relativamente a crianças ou
vimento integral. jovens com deficiência permanente, doenças crónicas
2— ..................................... de caráter grave, perturbação psiquiátrica ou compor-
3 — O acolhimento familiar tem lugar quando seja tamentos aditivos, garantindo os cuidados socioeduca-
previsível a posterior integração da criança ou jovem tivos e terapêuticos a prestar no âmbito da execução
numa família ou, não sendo possível, para a preparação da medida.
da criança ou jovem para a autonomia de vida. 4 — A regulamentação do regime de organização e
4 — Privilegia-se a aplicação da medida de acolhi- funcionamento das casas de acolhimento de crianças e
mento familiar sobre a de acolhimento residencial, em jovens consta de legislação própria.
Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015 7205
de recusa de prestação de informação relativa a dados previstos no artigo 38.º, e concorde com o entendimento
pessoais sensíveis, designadamente informação clínica, da comissão de proteção;
solicitada nos termos do n.º 1 do artigo 13.º-A; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) (Revogada.)
c) (Revogada.) Artigo 79.º
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
f) Os casos em que, por força da aplicação sucessiva 1— .....................................
ou isolada das medidas de promoção e proteção pre- 2— .....................................
vistas nas alíneas a) a c), e) e f) do n.º 1 do artigo 35.º, 3— .....................................
o somatório de duração das referidas medidas perfaça 4 — Se, após a aplicação de medida não cautelar,
18 meses. a criança ou o jovem mudar de residência por período
superior a três meses, o processo é remetido à comissão
Artigo 69.º de proteção ou ao tribunal da área da nova residência.
[...] 5 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
execução de medida de promoção e proteção de aco-
As comissões de proteção comunicam ainda ao Mi-
lhimento não determina a alteração de residência da
nistério Público as situações de facto que justifiquem
a regulação ou a alteração do regime de exercício das criança ou jovem acolhido.
responsabilidades parentais, a inibição do exercício das 6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
responsabilidades parentais, a instauração da tutela ou a a comissão de proteção com competência territorial
adoção de qualquer outra providência cível, nomeada- na área do município ou freguesia de acolhimento da
mente nos casos em que se mostre necessária a fixação criança ou jovem, presta à comissão que aplicou a me-
ou a alteração ou se verifique o incumprimento das dida de promoção e proteção toda a colaboração neces-
prestações de alimentos. sária ao efetivo acompanhamento da medida aplicada,
que para o efeito lhe seja solicitada.
Artigo 70.º 7 — Salvo o disposto no n.º 4, são irrelevantes as
modificações de facto que ocorrerem posteriormente
[...]
ao momento da instauração do processo.
1 — Quando os factos que tenham determinado a
situação de perigo constituam crime, as entidades e ins- Artigo 81.º
tituições referidas nos artigos 7.º e 8.º devem comunicá- [...]
-los imediatamente ao Ministério Público ou às entida-
des policiais, sem prejuízo das comunicações previstas 1 — Quando, relativamente à mesma criança ou jo-
nos artigos anteriores. vem, forem instaurados, sucessivamente ou em sepa-
2 — As situações previstas no número anterior de- rado, processos de promoção e proteção, inclusive na
vem, em simultâneo, ser comunicadas pela comissão de comissão de proteção, tutelar educativo ou relativos a
proteção ao magistrado do Ministério Público que, nos providências tutelares cíveis, devem os mesmos correr
termos do n.º 2 do artigo 72.º, acompanha a respetiva por apenso, independentemente do respetivo estado,
atividade. sendo competente para deles conhecer o juiz do processo
instaurado em primeiro lugar.
Artigo 73.º 2 — (Revogado.)
[...] 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, o juiz solicita
à comissão de proteção que o informe sobre qualquer
1— ..................................... processo de promoção e proteção pendente ou que venha
a) Tenha conhecimento das situações de crianças a ser instaurado posteriormente relativamente à mesma
e jovens em perigo residentes em áreas em que não criança ou jovem.
esteja instalada comissão de proteção, sem prejuízo do 4 — A apensação a que se reporta o n.º 1 tem lugar
disposto no artigo seguinte; independentemente do estado dos processos.
b) Recebidas as comunicações a que se refere o ar-
tigo 68.º, considere haver indícios de situação de perigo Artigo 82.º
para a criança ou jovem, suscetíveis de reclamar a apli-
[...]
cação de medida judicial de promoção e proteção;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — Quando relativamente a um mesmo jovem corre-
rem simultaneamente processo de promoção e proteção
2— ..................................... e processo penal, a comissão de proteção ou a secção
de família e menores remete à autoridade judiciária
Artigo 75.º competente para o processo penal cópia da respetiva
[...] decisão, podendo acrescentar as informações sobre a
inserção familiar e socioprofissional do jovem que con-
......................................... sidere adequadas.
a) Quando a comissão de proteção lhe haja remetido 2— .....................................
o processo de promoção e proteção por falta de compe- 3— .....................................
tência para aplicação da medida adequada, nos termos 4— .....................................
7208 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
comissão abstém-se de intervir e remete o processo ao de competência genérica da instância local conhecer das
Ministério Público competente. causas ali referidas, conforme o disposto na alínea a)
do n.º 1 do artigo 130.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de
Artigo 96.º agosto.
[...]
4 — Nos casos previstos nos números anteriores, o
tribunal constitui-se em secção de família e menores.
1 — Quando a criança se encontre a viver com uma
pessoa que não detenha as responsabilidades parentais, Artigo 103.º
nem a sua guarda de facto, a comissão de proteção
[...]
deve diligenciar de imediato, por todos os meios ao
seu alcance, no sentido de entrar em contacto com as 1— .....................................
pessoas que devem prestar o consentimento, para que 2— .....................................
estes ponham cobro à situação de perigo ou prestem o 3— .....................................
consentimento para a intervenção. 4 — No debate judicial é obrigatória a constitui-
2— ..................................... ção de advogado ou a nomeação de patrono aos pais
3— ..................................... quando esteja em causa a aplicação da medida prevista
na alínea g) do n.º 1 do artigo 35.º e, em qualquer caso,
Artigo 97.º à criança ou jovem.
[...]
Artigo 105.º
1— .....................................
[...]
2— .....................................
3 — O processo é organizado de modo simplificado, 1— .....................................
nele se registando por ordem cronológica os atos e di- 2 — Os pais, o representante legal, as pessoas que
ligências praticados ou solicitados pela comissão de tenham a guarda de facto e a criança ou jovem com
proteção que fundamentem a prática dos atos previstos idade superior a 12 anos podem também requerer a
no número anterior. intervenção do tribunal no caso previsto na alínea g)
4— ..................................... do artigo 11.º
5 — Os atos praticados por comissão de proteção a
rogo de outra, designadamente ao nível da instrução de Artigo 106.º
processos ou de acompanhamento de medidas de pro- [...]
moção e proteção, integram a atividade processual da
comissão, sendo registados como atos de colaboração. 1 — O processo de promoção e proteção é constituído
pelas fases de instrução, decisão negociada, debate judicial,
Artigo 98.º decisão e execução da medida.
2 — Recebido o requerimento inicial, o juiz profere
[...] despacho de abertura de instrução ou, se considerar que
1— ..................................... dispõe de todos os elementos necessários:
2— ..................................... a) Designa dia para conferência com vista à obten-
3— ..................................... ção de acordo de promoção e proteção ou tutelar cível
4 — Não havendo acordo, e mantendo-se a situação adequado;
que justifique a aplicação de medida, aplica-se o dis- b) Decide o arquivamento do processo, nos termos
posto na alínea d) do n.º 1 do artigo 11.º do artigo 111.º; ou
c) Ordena as notificações a que se refere o n.º 1 do
Artigo 99.º artigo 114.º, seguindo-se os demais termos aí previstos.
[...]
Artigo 108.º
Cessando a medida, o processo é arquivado, só po-
dendo ser reaberto se ocorrerem factos que justifiquem [...]
a aplicação de medida de promoção e proteção. 1— .....................................
2 — A informação e o relatório social são solicitados
Artigo 101.º pelo juiz às equipas ou entidades a que alude o n.º 3
[...] do artigo 59.º, nos prazos de oito e 30 dias, respetiva-
mente.
1 — Compete às secções de família e menores da 3 — (Revogado.)
instância central do tribunal de comarca a instrução e
o julgamento do processo. Artigo 110.º
2 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição das
secções de família e menores cabe às secções cíveis da [...]
instância local conhecer das causas que àquelas estão 1 — (Anterior proémio do artigo):
atribuídas, por aplicação, com as devidas adaptações, do
disposto no n.º 5 do artigo 124.º da Lei da Organização a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
do Sistema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013, b) Designa dia para conferência com vista à obten-
de 26 de agosto. ção de acordo de promoção e proteção ou tutelar cível
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, adequado; ou
em caso de não ocorrer desdobramento, cabe às secções c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7210 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
Artigo 3.º
Artigo 114.º
Aditamento à Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo
[...]
São aditados à Lei de Proteção de Crianças e Jovens
1 — Se não tiver sido possível obter o acordo de pro- em Perigo, aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de setem-
moção e proteção, ou tutelar cível adequado, ou quando bro, alterada pela Lei n.º 31/2003, de 22 de agosto, os
estes se mostrem manifestamente improváveis, o juiz artigos 13.º-A, 13.º-B, 20.º-A, 82.º-A, 112.º-A e 122.º-A,
notifica o Ministério Público, os pais, o representante com a seguinte redação:
legal, quem detiver a guarda de facto e a criança ou «Artigo 13.º-A
jovem com mais de 12 anos para alegarem, por escrito,
querendo, e apresentarem prova no prazo de 10 dias. Acesso a dados pessoais sensíveis
2— ..................................... 1 — A comissão de proteção pode, quando necessá-
3— ..................................... rio para assegurar a proteção da criança ou do jovem,
4— ..................................... proceder ao tratamento de dados pessoais sensíveis, de-
5 — Para efeitos do disposto no artigo 62.º não há signadamente informação clínica, desde que consentida
debate judicial, exceto se estiver em causa: pelo titular dos dados ou, sendo este menor ou interdito
a) A substituição da medida de promoção e proteção por anomalia psíquica, pelo seu representante legal, nos
aplicada; ou termos da alínea h) do artigo 3.º e do n.º 2 do artigo 7.º
b) A prorrogação da execução de medida de colo- da Lei da Proteção de Dados Pessoais, aprovada pela
Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
cação.
2 — Para efeitos de legitimação da comissão de pro-
teção, nos termos do previsto no número anterior, o
Artigo 118.º titular dos dados pessoais sensíveis deve prestar, por
[...] escrito, consentimento específico e informado.
3 — O pedido de acesso ao tratamento de dados pes-
1 — A audiência é sempre gravada, devendo ape- soais sensíveis por parte da comissão de proteção deve
nas ser assinalados na ata o início e o termo de cada ser sempre acompanhado da declaração de consenti-
depoimento, declaração, informação, esclarecimento, mento a que alude o número anterior.
requerimento e respetiva resposta, despacho, decisão 4 — Sempre que a entidade detentora da informação a
e alegações orais. que se refere o n.º 1 for uma unidade de saúde, o pedido
2 — (Revogado.) da comissão de proteção deve ser dirigido ao responsável
pela sua direção clínica, a quem cabe a coordenação
Artigo 123.º da recolha de informação e sua remessa à comissão
[...] requerente.
Artigo 13.º-B
1 — Cabe recurso das decisões que, definitiva ou pro-
visoriamente, se pronunciem sobre a aplicação, alteração Reclamações
ou cessação de medidas de promoção e proteção e sobre 1 — As comissões de proteção dispõem de registo
a decisão que haja autorizado contactos entre irmãos, de reclamações, nos termos previstos nos artigos 35.º-A
nos casos previstos no n.º 7 do artigo 62.º-A. e 38.º do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, alte-
2— ..................................... rado pelos Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 de março,
3 — O recurso de decisão que tenha aplicado a me- 72-A/2010, de 18 de junho, e 73/2014, de 13 de maio.
dida prevista na alínea g) do n.º 1 do artigo 35.º é deci- 2 — As reclamações são remetidas à Comissão Na-
dido no prazo máximo de 30 dias, a contar da data da cional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças
receção dos autos no tribunal superior. e Jovens, adiante designada Comissão Nacional, para
Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015 7211
apreciação da sua motivação, realização de diligências tivamente o n.º 2 do artigo 53.º e o n.º 4 do artigo 50.º da
ou emissão de recomendações, no âmbito das respetivas Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aprovada
atribuições de acompanhamento, apoio e avaliação. pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, alterada pela Lei
3 — Quando, nos termos do artigo 72.º, a reclamação n.º 31/2003, de 22 de agosto, na redação conferida pela
envolva matéria da competência do Ministério Público, presente lei, têm lugar no prazo de 120 dias, a contar da
a comissão de proteção deve, em simultâneo com a data de entrada em vigor desta.
comunicação referida no número anterior, remeter có- 2 — O regime de execução das medidas ainda não regu-
pia da mesma ao magistrado do Ministério Público a lamentadas a que se reporta o n.º 4 do artigo 35.º da Lei de
quem compete o acompanhamento referido no n.º 2 do Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aprovada pela Lei
mesmo artigo. n.º 147/99, de 1 de setembro, alterada pela Lei n.º 31/2003, de
Artigo 20.º-A 22 de agosto, na redação conferida pela presente lei, é objeto
Apoio técnico de regulamentação no prazo de 120 dias, a contar da data de
entrada em vigor desta.
1 — Excecionalmente, por manifesta falta de meios
humanos e em função da qualificação da resposta pro- Artigo 6.º
tetiva, a Comissão Nacional pode protocolar com as Norma transitória
entidades representadas na comissão alargada a afetação
de técnicos para apoio à atividade da comissão restrita. Até à entrada em vigor do diploma a que se refere o n.º 2
2 — O apoio técnico pode assumir a coordenação de do artigo 53.º da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em
casos e emite parecer no âmbito dos processos em que Perigo, aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, alte-
intervenha, o qual é tido em consideração nas deliberações rada pela Lei n.º 31/2003, de 22 de agosto, na redação con-
da Comissão. ferida pela presente lei, as casas de acolhimento funcionam
Artigo 82.º-A em regime aberto, tal implicando a livre entrada e saída da
criança e do jovem da casa, de acordo com as normas gerais
Gestor de processo
de funcionamento, tendo apenas como limites os resultantes
Para cada processo de promoção e proteção a comis- das suas necessidades educativas e da proteção dos seus
são de proteção de crianças e jovens ou o tribunal com- direitos e interesses.
petentes designam um técnico gestor de processo, ao
qual compete mobilizar os intervenientes e os recursos Artigo 7.º
disponíveis para assegurar de forma global, coordenada Norma revogatória
e sistémica, todos os apoios, serviços e acompanhamento
de que a criança ou jovem e a sua família necessitam, São revogados os artigos 47.º, 48.º, o n.º 4 do artigo 59.º,
prestando informação sobre o conjunto da intervenção a alínea d) do n.º 3 do artigo 62.º, o artigo 67.º, as alíneas b)
desenvolvida. e c) do artigo 68.º, o n.º 2 do artigo 81.º, o n.º 3 do ar-
Artigo 112.º-A tigo 108.º e o n.º 2 do artigo 118.º da Lei de Proteção de
Acordo tutelar cível
Crianças e Jovens em Perigo, aprovada pela Lei n.º 147/99,
de 1 de setembro, alterada pela Lei n.º 31/2003, de 22 de
1 — Na conferência, e verificados os pressupostos agosto.
legais, o juiz homologa o acordo alcançado em matéria Artigo 8.º
tutelar cível, ficando este a constar por apenso. Republicação
2 — Não havendo acordo seguem-se os trâmites
dos artigos 38.º a 40.º do Regime Geral do Processo 1 — É republicada, em anexo à presente lei e da qual
Tutelar Cível, aprovado pela Lei n.º 141/2015, de 8 de faz parte integrante, a Lei de Proteção de Crianças e Jovens
setembro. em Perigo, aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro,
Artigo 122.º-A com a redação atual.
2 — Para efeitos de republicação é adotado o presente
Notificação da decisão
do indicativo na redação de todas as normas.
A decisão é notificada às pessoas referidas no n.º 2
do artigo seguinte, contendo informação sobre a possi- Artigo 9.º
bilidade, a forma e o prazo de interposição do recurso.»
Entrada em vigor
Artigo 4.º A presente lei entra em vigor no primeiro dia útil do
Alteração sistemática
mês seguinte ao da sua publicação.
b) Guarda de facto — a relação que se estabelece entre a deria a intervenção da comissão de proteção nos termos
criança ou o jovem e a pessoa que com ela vem assumindo, do artigo 9.º
continuadamente, as funções essenciais próprias de quem 4 — Com vista à concretização das suas atribuições,
tem responsabilidades parentais; cabe às entidades com competência em matéria de infância
c) Situação de emergência — a situação de perigo atual e juventude:
ou iminente para a vida ou a situação de perigo atual ou a) Avaliar, diagnosticar e intervir em situações de risco
iminente de grave comprometimento da integridade fí- e perigo;
sica ou psíquica da criança ou jovem, que exija proteção b) Implementar estratégias de intervenção necessárias
imediata nos termos do artigo 91.º, ou que determine a e adequadas à diminuição ou erradicação dos fatores de
necessidade imediata de aplicação de medidas de promoção risco;
e proteção cautelares; c) Acompanhar a criança, jovem e respetiva família
d) Entidades com competência em matéria de infância e em execução de plano de intervenção definido pela pró-
juventude — as pessoas singulares ou coletivas, públicas, pria entidade, ou em colaboração com outras entidades
cooperativas, sociais ou privadas que, por desenvolverem congéneres;
atividades nas áreas da infância e juventude, têm legitimi- d) Executar os atos materiais inerentes às medidas de
dade para intervir na promoção dos direitos e na proteção promoção e proteção aplicadas pela comissão de proteção
da criança e do jovem em perigo; ou pelo tribunal, de que sejam incumbidas, nos termos do
e) Medida de promoção dos direitos e de proteção — a acordo de promoção e proteção ou da decisão judicial.
providência adotada pelas comissões de proteção de crian-
ças e jovens ou pelos tribunais, nos termos do presente 5 — No exercício das competências conferidas no
diploma, para proteger a criança e o jovem em perigo; número anterior cabe às entidades com competência em
f) Acordo de promoção e proteção — compromisso re- matéria de infância e juventude elaborar e manter um re-
duzido a escrito entre as comissões de proteção de crianças gisto atualizado, do qual conste a descrição sumária das
e jovens ou o tribunal e os pais, representante legal ou quem diligências efetuadas e respetivos resultados.
tenha a guarda de facto e, ainda, a criança e o jovem com
mais de 12 anos, pelo qual se estabelece um plano contendo Artigo 8.º
medidas de promoção de direitos e de proteção. Intervenção das comissões de proteção de crianças e jovens
A intervenção das comissões de proteção de crianças
CAPÍTULO II e jovens tem lugar quando não seja possível às entidades
referidas no artigo anterior atuar de forma adequada e
Intervenção para promoção dos direitos
suficiente a remover o perigo em que se encontram.
e de proteção da criança e do jovem em perigo
Artigo 9.º
SECÇÃO I
Consentimento
Modalidades de intervenção
1 — A intervenção das comissões de proteção das
crianças e jovens depende, nos termos da presente lei, do
Artigo 6.º consentimento expresso e prestado por escrito dos pais,
Disposição geral do representante legal ou da pessoa que tenha a guarda de
facto, consoante o caso.
A promoção dos direitos e a proteção da criança e do 2 — A intervenção das comissões de proteção das
jovem em perigo incumbe às entidades com competência crianças e jovens depende do consentimento de ambos os
em matéria de infância e juventude, às comissões de pro- progenitores, ainda que o exercício das responsabilidades
teção de crianças e jovens e aos tribunais. parentais tenha sido confiado exclusivamente a um deles,
desde que estes não estejam inibidos do exercício das
Artigo 7.º responsabilidades parentais.
Intervenção de entidades com competência 3 — Quando o progenitor que deva prestar consenti-
em matéria de infância e juventude mento, nos termos do número anterior, estiver ausente
ou, de qualquer modo, incontactável, é suficiente o con-
1 — As entidades com competência em matéria de in- sentimento do progenitor presente ou contactável, sem
fância e juventude devem, no âmbito das suas atribuições, prejuízo do dever de a comissão de proteção diligenciar,
promover ações de prevenção primária e secundária, no- comprovadamente e por todos os meios ao seu alcance,
meadamente, mediante a definição de planos de ação local pelo conhecimento do paradeiro daquele, com vista à pres-
para a infância e juventude, visando a promoção, defesa e tação do respetivo consentimento.
concretização dos direitos da criança e do jovem. 4 — Quando tenha sido instituída a tutela, o consen-
2 — As entidades com competência em matéria de in- timento é prestado pelo tutor ou, na sua falta, pelo pro-
fância e juventude devem promover e integrar parcerias e tutor.
a elas recorrer, sempre que, pelas circunstâncias do caso, 5 — Se a criança ou o jovem estiver confiado à guarda
a sua intervenção isolada não se mostre adequada à efe- de terceira pessoa, nos termos dos artigos 1907.º e 1918.º
tiva promoção dos direitos e proteção da criança ou do do Código Civil, ou se encontrar a viver com uma pessoa
jovem. que tenha apenas a sua guarda de facto, o consentimento é
3 — A intervenção das entidades com competência prestado por quem tem a sua guarda, ainda que de facto, e
em matéria de infância e juventude é efetuada de modo pelos pais, sendo suficiente o consentimento daquela para
consensual com as pessoas de cujo consentimento depen- o início da intervenção.
7214 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
6 — Se, no caso do número anterior, não for possível 2 — A intervenção judicial tem ainda lugar quando,
contactar os pais apesar da realização das diligências ade- atendendo à gravidade da situação de perigo, à especial
quadas para os encontrar, aplica-se, com as necessárias relação da criança ou do jovem com quem a provocou ou
adaptações, o disposto no n.º 3. ao conhecimento de anterior incumprimento reiterado de
7 — A intervenção das comissões de proteção das crian- medida de promoção e proteção por quem deva prestar
ças e jovens depende ainda do consentimento expresso consentimento, o Ministério Público, oficiosamente ou sob
e prestado por escrito daqueles que hajam apadrinhado proposta da comissão, entenda, de forma justificada, que,
civilmente a criança ou jovem, enquanto subsistir tal vín- no caso concreto, não se mostra adequada a intervenção
culo. da comissão de proteção.
8 — Nos casos previstos nos n.os 3 e 5, cessa a legitimi- 3 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, a
dade da comissão de proteção para a intervenção a todo o comissão remete o processo ao Ministério Público.
momento, caso o progenitor não inibido do exercício das
responsabilidades parentais se oponha à intervenção.
SECÇÃO II
Artigo 10.º Comissões de proteção de crianças e jovens
Não oposição da criança e do jovem
SUBSECÇÃO I
1 — A intervenção das entidades referidas nos arti-
gos 7.º e 8.º depende da não oposição da criança ou do Disposições gerais
jovem com idade igual ou superior a 12 anos.
2 — A oposição da criança com idade inferior a 12 anos Artigo 12.º
é considerada relevante de acordo com a sua capacidade Natureza
para compreender o sentido da intervenção.
1 — As comissões de proteção de crianças e jovens,
Artigo 11.º adiante designadas comissões de proteção, são instituições
oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam
Intervenção judicial
promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou
1 — A intervenção judicial tem lugar quando: pôr termo a situações suscetíveis de afetar a sua segurança,
saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral.
a) Não esteja instalada comissão de proteção de crianças 2 — As comissões de proteção exercem as suas atribui-
e jovens com competência no município ou na freguesia ções em conformidade com a lei e deliberam com impar-
da respetiva área da residência ou a comissão não tenha cialidade e independência.
competência, nos termos da lei, para aplicar a medida de 3 — As comissões de proteção são declaradas instaladas
promoção e proteção adequada;
por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
b) A pessoa que deva prestar consentimento, nos termos
áreas da justiça, da solidariedade e da segurança social.
do artigo 9.º, haja sido indiciada pela prática de crime con-
tra a liberdade ou a autodeterminação sexual que vitime a
criança ou jovem carecidos de proteção, ou quando, contra Artigo 13.º
aquela tenha sido deduzida queixa pela prática de qualquer Colaboração
dos referidos tipos de crime;
c) Não seja prestado ou seja retirado o consentimento 1 — Os serviços públicos, as autoridades administrati-
necessário à intervenção da comissão de proteção, quando vas e as entidades policiais têm o dever de colaborar com
o acordo de promoção e de proteção seja reiteradamente as comissões de proteção no exercício das suas atribuições.
não cumprido ou quando ocorra incumprimento do refe- 2 — O dever de colaboração incumbe igualmente às
rido acordo de que resulte situação de grave perigo para pessoas singulares e coletivas que para tal sejam solici-
a criança; tadas.
d) Não seja obtido acordo de promoção e proteção, man- 3 — O dever de colaboração abrange o de informação
tendo-se a situação que justifique a aplicação de medida; e o de emissão, sem quaisquer encargos, de certidões,
e) A criança ou o jovem se oponham à intervenção da relatórios e quaisquer outros documentos considerados
comissão de proteção, nos termos do artigo 10.º; necessários pelas comissões de proteção, no exercício das
f) A comissão de proteção não obtenha a disponibilidade suas competências de promoção e proteção.
dos meios necessários para aplicar ou executar a medida
que considere adequada, nomeadamente por oposição de Artigo 13.º-A
um serviço ou entidade; Acesso a dados pessoais sensíveis
g) Decorridos seis meses após o conhecimento da situa-
ção pela comissão de proteção não tenha sido proferida 1 — A comissão de proteção pode, quando necessário
qualquer decisão e os pais, representante legal ou as pes- para assegurar a proteção da criança ou do jovem, proce-
soas que tenham a guarda de facto da criança ou jovem der ao tratamento de dados pessoais sensíveis, designa-
requeiram a intervenção judicial; damente, informação clínica, desde que consentida pelo
h) O Ministério Público considere que a decisão da titular dos dados ou, sendo este menor ou interdito por
comissão de proteção é ilegal ou inadequada à promoção anomalia psíquica, pelo seu representante legal, nos termos
dos direitos ou à proteção da criança ou do jovem; da alínea h) do artigo 3.º e do n.º 2 do artigo 7.º da Lei da
i) O processo da comissão de proteção seja apensado a Proteção de Dados Pessoais, aprovada pela Lei n.º 67/98,
processo judicial, nos termos da lei; de 26 de outubro.
j) Na sequência da aplicação de procedimento urgente 2 — Para efeitos de legitimação da comissão de prote-
previsto no artigo 91.º ção, nos termos do previsto no número anterior, o titular
Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015 7215
dos dados pessoais sensíveis deve prestar, por escrito, proteção que lhes proporcionem melhores condições de
consentimento específico e informado. apoio logístico.
3 — O pedido de acesso ao tratamento de dados pessoais 6 — Os critérios de atribuição do apoio ao funciona-
sensíveis por parte da comissão de proteção deve ser sem- mento das comissões de proteção devem ser fixados tendo
pre acompanhado da declaração de consentimento a que em consideração a população residente com idade inferior
alude o número anterior. a 18 anos, o volume processual da comissão e a adequada
4 — Sempre que a entidade detentora da informação a estabilidade da intervenção protetiva, nos termos a definir
que se refere o n.º 1 for uma unidade de saúde, o pedido da pela Comissão Nacional.
comissão de proteção deve ser dirigido ao responsável pela
sua direção clínica, a quem cabe a coordenação da recolha SUBSECÇÃO II
de informação e sua remessa à comissão requerente.
Competências, composição e funcionamento
Artigo 13.º-B
Artigo 15.º
Reclamações
Competência territorial
1 — As comissões de proteção dispõem de registo de
reclamações, nos termos previstos nos artigos 35.º-A e 38.º 1 — As comissões de proteção exercem a sua compe-
do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos tência na área do município onde têm sede.
Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, 2 — Tendo em vista a qualificação da resposta protetiva,
de 18 de junho, e 73/2014, de 13 de maio. mediante proposta dos municípios envolvidos e prece-
2 — As reclamações são remetidas à Comissão Nacional dendo parecer favorável da Comissão Nacional, podem
de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens, ser criadas:
adiante designada Comissão Nacional, para apreciação da a) Nos municípios com maior número de habitantes e
sua motivação, realização de diligências ou emissão de quando se justifique, mais de uma comissão de proteção,
recomendações, no âmbito das respetivas atribuições de com competências numa ou mais freguesias, nos termos
acompanhamento, apoio e avaliação. a definir pela portaria de instalação;
3 — Quando, nos termos do artigo 72.º, a reclamação b) Em municípios adjacentes com menor número de ha-
envolva matéria da competência do Ministério Público, a bitantes e quando se justifique, comissões intermunicipais,
comissão de proteção deve, em simultâneo com a comuni- nos termos a definir pela portaria de instalação.
cação referida no número anterior, remeter cópia da mesma
ao magistrado do Ministério Público a quem compete o
acompanhamento referido no n.º 2 do mesmo artigo. Artigo 16.º
Modalidades de funcionamento da comissão de proteção
Artigo 14.º
A comissão de proteção funciona em modalidade alar-
Apoio ao funcionamento gada ou restrita, doravante designadas, respetivamente, de
1 — O apoio ao funcionamento das comissões de pro- comissão alargada e de comissão restrita.
teção, designadamente, nas vertentes logística, financeira
e administrativa, é assegurado pelo município, podendo, Artigo 17.º
para o efeito, ser celebrados protocolos de cooperação Composição da comissão alargada
com os serviços e organismos do Estado representados
na Comissão Nacional. 1 — A comissão alargada é composta por:
2 — O apoio logístico abrange os meios, equipamentos a) Um representante do município, a indicar pela câmara
e recursos necessários ao bom funcionamento das comis- municipal, dos municípios, a indicar pelas câmaras muni-
sões de proteção, designadamente, instalações, informática, cipais, no caso previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º,
comunicação e transportes, de acordo com os termos de ou das freguesias, a indicar por estas, no caso previsto
referência a definir pela Comissão Nacional. na alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º, de entre pessoas com
3 — O apoio financeiro consiste na disponibilização: especial interesse ou aptidão na área das crianças e jovens
a) De um fundo de maneio, destinado a suportar despe- em perigo;
sas ocasionais e de pequeno montante resultantes da ação b) Um representante da segurança social, de preferência
das comissões de proteção junto das crianças e jovens, designado de entre técnicos com formação em serviço
suas famílias ou pessoas que têm a sua guarda de facto, social, psicologia ou direito;
de acordo com os termos de referência a definir pela Co- c) Um representante dos serviços do Ministério da Edu-
missão Nacional; cação, de preferência professor com especial interesse
b) De verba para contratação de seguro que cubra os e conhecimentos na área das crianças e dos jovens em
riscos que possam ocorrer no âmbito do exercício das perigo;
funções dos comissários previstos nas alíneas h), i), j), l) d) Um representante do Ministério da Saúde, preferen-
e m) do n.º 1 do artigo 17.º cialmente médico ou enfermeiro, e que integre, sempre
que possível, o Núcleo de Apoio às Crianças e Jovens
4 — O apoio administrativo consiste na cedência de em Risco;
funcionário administrativo, de acordo com os termos de e) Um representante das instituições particulares de
referência a definir pela Comissão Nacional. solidariedade social ou de outras organizações não gover-
5 — Excecionalmente, precedendo parecer favorável namentais que desenvolvam, na área de competência terri-
da Comissão Nacional, os municípios podem protoco- torial da comissão de proteção, respostas sociais de caráter
lar com outros serviços representados nas comissões de não residencial, dirigidas a crianças, jovens e famílias;
7216 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
critérios previstos no n.º 3 do artigo 22.º, as entidades 4 — A comissão restrita funcionará sempre que se veri-
mencionadas nas alíneas a), b), c) e k) do n.º 1 do ar- fique situação qualificada de emergência que o justifique.
tigo 17.º disponibilizam ainda técnicos para apoio à co- 5 — Quando a entidade representada ou responsável por
missão, aplicando-se com as devidas adaptações o disposto disponibilizar técnicos para apoio nos termos do n.º 6 do
no n.º 2 do artigo seguinte. artigo 20.º, não cumprir os tempos de afetação definidos
nos termos do n.º 3, deve o presidente da comissão de
Artigo 20.º-A proteção comunicar a referida irregularidade ao Ministério
Público e à Comissão Nacional, nos 30 dias que se seguem
Apoio técnico
à sua verificação, cabendo a esta última providenciar junto
1 — Excecionalmente, por manifesta falta de meios das entidades competentes pela sanação daquela irregu-
humanos e em função da qualificação da resposta protetiva, laridade.
a Comissão Nacional pode protocolar com as entidades
representadas na comissão alargada a afetação de técnicos Artigo 23.º
para apoio à atividade da comissão restrita. Presidência da comissão de proteção
2 — O apoio técnico pode assumir a coordenação de
casos e emite parecer no âmbito dos processos em que 1 — O presidente da comissão de proteção é eleito
intervenha, o qual é tido em consideração nas deliberações pelo plenário da comissão alargada de entre todos os seus
da Comissão. membros.
2 — O presidente designa um membro da comissão para
Artigo 21.º desempenhar as funções de secretário.
3 — O secretário substitui o presidente nas suas faltas
Competência da comissão restrita e impedimentos.
1 — À comissão restrita compete intervir nas situações 4 — O exercício efetivo da presidência é obrigatório
em que uma criança ou jovem está em perigo. para o membro eleito e vincula, nos casos aplicáveis, a
2 — Compete designadamente à comissão restrita: entidade representada.
5 — O presidente da comissão exerce as suas funções
a) Atender e informar as pessoas que se dirigem à co- a tempo inteiro, sempre que a população residente na área
missão de proteção; de competência territorial da respetiva comissão for, pelo
b) Decidir da abertura e da instrução do processo de menos, igual a 5000 habitantes com idade igual ou inferior
promoção e proteção; a 18 anos.
c) Apreciar liminarmente as situações de que a comissão 6 — O exercício das funções do presidente da comissão
de proteção tenha conhecimento, decidindo o arquivamento de proteção é obrigatoriamente considerado e valorizado,
imediato do processo quando se verifique manifesta des- quer para efeitos da avaliação de desempenho pela sua
necessidade de intervenção; entidade de origem, quer para progressão na carreira, quer
d) Proceder à instrução dos processos; ainda em procedimentos concursais a que se candidate.
e) Solicitar a participação dos membros da comissão 7 — Para efeitos da vinculação a que se refere o n.º 4,
alargada nos processos referidos na alínea anterior, sempre a comissão emite e disponibiliza à entidade de origem
que se mostre necessário; certidão da ata da reunião que elegeu o presidente.
f) Solicitar parecer e colaboração de técnicos ou de
outras pessoas e entidades públicas ou privadas; Artigo 24.º
g) Decidir a aplicação e acompanhar e rever as medi- Competências do presidente
das de promoção e proteção, com exceção da medida de
confiança a pessoa selecionada para a adoção, a família de Compete ao presidente:
acolhimento ou a instituição com vista a adoção; a) Representar a comissão de proteção;
h) Praticar os atos de instrução e acompanhamento de b) Presidir às reuniões da comissão alargada e da comis-
medidas de promoção e proteção que lhe sejam solicita- são restrita e orientar e coordenar as suas atividades;
dos no contexto de processos de colaboração com outras c) Promover a execução das deliberações da comissão
comissões de proteção; de proteção;
i) Informar semestralmente a comissão alargada, sem d) Coordenar os trabalhos de elaboração do plano anual
identificação das pessoas envolvidas, sobre os processos de atividades, elaborar o relatório anual de atividades e
iniciados e o andamento dos processos pendentes. avaliação e submetê-los à aprovação da comissão alargada;
e) Autorizar a consulta dos processos de promoção dos
Artigo 22.º direitos e de proteção;
Funcionamento da comissão restrita f) Proceder às comunicações previstas na lei.
1 — A comissão restrita funciona em permanência. Artigo 25.º
2 — O plenário da comissão restrita reúne sempre que
Estatuto dos membros da comissão de proteção
convocado pelo presidente, no mínimo com periodicidade
quinzenal, e distribui entre os seus membros as diligências 1 — Os membros da comissão de proteção representam
a efetuar nos processos de promoção dos direitos e proteção e obrigam os serviços e as entidades que os designam,
das crianças e jovens em perigo. sendo responsáveis pelo cumprimento dos objetivos con-
3 — Os membros da comissão restrita exercem funções tidos no plano anual de ação do serviço respetivo para a
em regime de tempo completo ou de tempo parcial, em proteção da criança, designadamente no que respeita às
conformidade com os critérios de referência estabelecidos responsabilidades destes serviços no âmbito das comissões
pela Comissão Nacional. de proteção de crianças e jovens.
7218 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
2 — O exercício das funções dos membros da comissão entidades nela representados, salvo oposição devidamente
de proteção, no âmbito da competência desta, têm caráter fundamentada.
prioritário relativamente às que exercem nos respetivos 2 — A comissão de proteção comunica ao Ministério
serviços e constituem serviço público obrigatório sendo Público as situações em que um serviço ou entidade se
consideradas, para todos os efeitos, como prestadas na oponha à execução das suas deliberações.
profissão, atividade ou cargo do respetivo titular.
3 — A formação inicial e contínua dos membros das Artigo 29.º
comissões constitui um dever e um direito, cabendo à Atas
entidade representada ou à Comissão Nacional, no caso
dos comissários previstos nas alíneas h), i), j), l) e m) do 1 — As reuniões da comissão de proteção são registadas
n.º 1 do artigo 17.º, proporcionar os meios indispensáveis em ata.
à frequência dessas ações. 2 — A ata contém a identificação dos membros presen-
4 — Quando demandados por atos praticados no exer- tes e indica se as deliberações foram tomadas por maioria
cício das suas funções, os membros da comissão de pro- ou por unanimidade, fazendo ainda menção aos pareceres
teção gozam de isenção de custas, cabendo à entidade emitidos nos termos do n.º 2 do artigo 20.º-A.
representada ou à Comissão Nacional, no caso dos co-
missários previstos nas alíneas h), i), j), l) e m) do n.º 1 SUBSECÇÃO III
do artigo 17.º, assegurar os custos inerentes ao respetivo Acompanhamento, apoio e avaliação
patrocínio judiciário.
5 — Os membros da comissão de proteção têm direito Artigo 30.º
à atribuição e ao uso de cartão de identificação, de modelo
Acompanhamento, apoio e avaliação
aprovado por portaria dos membros do Governo responsá-
veis pelas áreas da justiça, da solidariedade e da segurança As comissões de proteção são acompanhadas, apoiadas
social. e avaliadas pela Comissão Nacional.
ção mínima correspondente a licenciatura nas áreas da e) O apoio económico a prestar, sua modalidade, dura-
psicologia e do trabalho social, sendo designado o diretor ção e entidade responsável pela atribuição, bem como os
técnico de entre estes; pressupostos da concessão.
b) A equipa educativa integra preferencialmente cola-
boradores com formação profissional específica para as 2 — Nos casos previstos na alínea e) do n.º 2 do ar-
funções de acompanhamento socioeducativo das crianças tigo 3.º, se o perigo resultar de comportamentos adotados
e jovens acolhidos e inerentes à profissão de auxiliar de em razão de alcoolismo, toxicodependência ou doença
ação educativa e de cuidados de crianças. psiquiátrica dos pais ou das pessoas a quem a criança ou
c) A equipa de apoio integra obrigatoriamente colabo- o jovem esteja confiado, o acordo inclui ainda a menção
radores de serviços gerais. de que a permanência da criança na companhia destas
pessoas é condicionada à sua submissão a tratamento e ao
2 — Sempre que se justifique, a casa de acolhimento estabelecimento de compromisso nesse sentido.
pode recorrer às respostas e serviços existentes na comu- 3 — Quando a intervenção seja determinada pela situa-
nidade, designadamente nas áreas da saúde e do direito. ção prevista na alínea f) do n.º 2 do artigo 3.º, podem ainda
3 — À equipa técnica cabe o diagnóstico da situação da constar do acordo diretivas e obrigações fixadas à criança
criança ou do jovem acolhidos e a definição e execução ou ao jovem relativamente a meios ou locais que não deva
do seu projeto de promoção e proteção, de acordo com a frequentar, pessoas que não deva acompanhar, substâncias
decisão do tribunal ou da comissão. ou produtos que não deva consumir e condições e horários
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, a dos tempos de lazer.
equipa técnica da casa de acolhimento é obrigatoriamente
ouvida pela entidade decisora, designadamente aquando Artigo 57.º
da revisão da medida de acolhimento aplicada.
Acordo de promoção e proteção relativo a medidas de colocação
b) Receber uma educação que garanta o desenvolvi- 3 — Excecionalmente, quando a defesa do superior inte-
mento integral da sua personalidade e potencialidades, resse da criança ou do jovem o imponha, a medida prevista
sendo-lhes asseguradas a prestação dos cuidados de saúde, na alínea d) do n.º 1 do artigo 35.º pode ser prorrogada até
formação escolar e profissional e a participação em ativi- que aqueles perfaçam os 21 anos de idade.
dades culturais, desportivas e recreativas;
c) Usufruir de um espaço de privacidade e de um grau Artigo 61.º
de autonomia na condução da sua vida pessoal adequados Duração das medidas de colocação
à sua idade e situação;
d) Ser ouvido e participar ativamente, em função do seu As medidas previstas nas alíneas e) e f) do n.º 1 do
grau de discernimento, em todos os assuntos do seu inte- artigo 35.º têm a duração estabelecida no acordo ou na
resse, que incluem os respeitantes à definição e execução decisão judicial.
do seu projeto de promoção e proteção e ao funcionamento
da instituição e da família de acolhimento; Artigo 62.º
e) Receber dinheiro de bolso; Revisão das medidas
f) A inviolabilidade da correspondência;
g) Não ser transferido da casa de acolhimento ou da 1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 37.º,
família de acolhimento, salvo quando essa decisão cor- as medidas aplicadas são obrigatoriamente revistas findo
responda ao seu superior interesse; o prazo fixado no acordo ou na decisão judicial, e, em
h) Contactar, com garantia de confidencialidade, a co- qualquer caso, decorridos períodos nunca superiores a seis
missão de proteção, o Ministério Público, o juiz e o seu meses, inclusive as medidas de acolhimento residencial e
enquanto a criança aí permaneça.
advogado;
2 — A revisão da medida pode ter lugar antes de de-
i) Ser acolhido, sempre que possível, em casa de aco-
corrido o prazo fixado no acordo ou na decisão judicial,
lhimento ou família de acolhimento próxima do seu con- oficiosamente ou a pedido das pessoas referidas nos arti-
texto familiar e social de origem, exceto se o seu superior gos 9.º e 10.º, desde que ocorram factos que a justifiquem.
interesse o desaconselhar; 3 — A decisão de revisão determina a verificação das
j) Não ser separado de outros irmãos acolhidos, exceto condições de execução da medida e pode determinar,
se o seu superior interesse o desaconselhar. ainda:
2 — Os direitos referidos no número anterior cons- a) A cessação da medida;
tam necessariamente do regulamento interno das casas b) A substituição da medida por outra mais adequada;
de acolhimento. c) A continuação ou a prorrogação da execução da me-
dida;
Artigo 59.º d) (Revogada.)
e) (Revogada).
Acompanhamento da execução das medidas
1 — As comissões de proteção executam as medidas 4 — Nos casos previstos no número anterior, a decisão
nos termos do acordo de promoção e proteção. de revisão deve ser fundamentada de facto e de direito, em
2 — A execução da medida aplicada em processo judi- coerência com o projeto de vida da criança ou jovem.
cial é dirigida e controlada pelo tribunal que a aplicou. 5 — É decidida a cessação da medida sempre que a sua
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, o continuação se mostre desnecessária.
tribunal designa equipas específicas, com a composição 6 — As decisões tomadas na revisão constituem parte
e competências previstas na lei, ou entidade que consi- integrante dos acordos de promoção e proteção ou da de-
dere mais adequada, não podendo, em qualquer caso, ser cisão judicial.
designada a comissão de proteção para executar medidas
aplicadas pelo tribunal. Artigo 62.º-A
4 — (Revogado.) Medida de confiança a pessoa selecionada para a adoção,
a família de acolhimento ou a instituição com vista a adoção
tenha um contacto mais direto com a criança, devendo, sentimento ou à não oposição para a futura adoção, as en-
a requerimento do organismo de segurança social ou da tidades devem comunicar a situação de perigo diretamente
instituição particular autorizada a intervir em matéria de ao Ministério Público.
adoção, a curadoria provisória ser transferida para o can- 3 — As instituições de acolhimento devem comunicar
didato a adotante, logo que selecionado. ao Ministério Público todas as situações de crianças e
6 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, jovens que acolham sem prévia decisão da comissão de
aplicada a medida prevista no n.º 1, não há lugar a visitas proteção ou judicial.
por parte da família biológica ou adotante.
Artigo 66.º
7 — Em casos devidamente fundamentados e em função
da defesa do superior interesse do adotando, podem ser Comunicação das situações de perigo por qualquer pessoa
autorizados contactos entre irmãos. 1 — Qualquer pessoa que tenha conhecimento das situa-
ções previstas no artigo 3.º pode comunicá-las às entidades
Artigo 63.º com competência em matéria de infância ou juventude,
Cessação das medidas às entidades policiais, às comissões de proteção ou às
autoridades judiciárias.
1 — As medidas cessam quando: 2 — A comunicação é obrigatória para qualquer pessoa
a) Decorra o respetivo prazo de duração ou eventual que tenha conhecimento de situações que ponham em risco
prorrogação; a vida, a integridade física ou psíquica ou a liberdade da
b) A decisão de revisão lhes ponha termo; criança ou do jovem.
c) Seja decretada a adoção, nos casos previstos no ar- 3 — Quando as comunicações sejam dirigidas às entida-
tigo 62.º-A; des referidas no n.º 1, estas procedem ao estudo sumário da
d) O jovem atinja a maioridade ou, nos casos em que situação e proporcionam a proteção compatível com as suas
tenha solicitado a continuação da medida para além da atribuições, dando conhecimento da situação à comissão
maioridade, complete 21 anos; de proteção sempre que entendam que a sua intervenção
e) Seja proferida decisão em procedimento cível que não é adequada ou suficiente.
assegure o afastamento da criança ou do jovem da situação
de perigo. Artigo 67.º
Comunicações das comissões de proteção aos organismos
2 — Aquando da cessação da medida aplicada, a co- de segurança social
missão de proteção ou o tribunal efetuam as comunicações
eventualmente necessárias junto das entidades referidas no (Revogado.)
artigo 7.º, tendo em vista o acompanhamento da criança, Artigo 68.º
jovem e sua família, pelo período que se julgue adequado. Comunicações das comissões de proteção ao Ministério Público
As comissões de proteção comunicam ao Ministério
CAPÍTULO IV Público:
Comunicações a) As situações em que não obtenham a disponibilidade
dos meios necessários para proceder à avaliação diagnós-
Artigo 64.º tica dos casos, nomeadamente por oposição de um serviço
ou instituição e, em particular, as situações de recusa de
Comunicação das situações de perigo pelas autoridades prestação de informação relativa a dados pessoais sensí-
policiais e judiciárias
veis, designadamente informação clínica, solicitada nos
1 — As entidades policiais e as autoridades judiciá- termos do n.º 1 do artigo 13.º-A;
rias comunicam às comissões de proteção as situações de b) (Revogada.)
crianças e jovens em perigo de que tenham conhecimento c) (Revogada.)
no exercício das suas funções. d) As situações em que não tenha sido proferida decisão
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as decorridos seis meses após o conhecimento da situação da
autoridades judiciárias adotam as providências tutelares criança ou do jovem em perigo;
cíveis adequadas. e) A aplicação da medida que determine ou mantenha
a separação da criança ou do jovem dos seus pais, repre-
Artigo 65.º sentante legal ou das pessoas que tenham a sua guarda
Comunicação das situações de perigo conhecidas pelas entidades
de facto;
com competência em matéria de infância e juventude f) Os casos em que, por força da aplicação sucessiva ou
isolada das medidas de promoção e proteção previstas nas
1 — As entidades com competência em matéria de alíneas a) a c), e) e f) do n.º 1 do artigo 35.º, o somatório
infância e juventude comunicam às comissões de prote- de duração das referidas medidas perfaça 18 meses.
ção as situações de perigo de que tenham conhecimento
no exercício das suas funções sempre que não possam, Artigo 69.º
no âmbito exclusivo da sua competência, assegurar em
tempo a proteção suficiente que as circunstâncias do caso Comunicações das comissões de proteção ao Ministério
Público para efeitos de procedimento cível
exigem.
2 — Caso a comissão de proteção não esteja instalada As comissões de proteção comunicam ainda ao Mi-
ou quando não tenha competência para aplicar a medida nistério Público as situações de facto que justifiquem
adequada, designadamente sempre que os pais da criança a regulação ou a alteração do regime de exercício das
ou do jovem expressem a sua vontade quanto ao seu con- responsabilidades parentais, a inibição do exercício das
Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015 7225
cesso Tutelar Cível, aprovado pela Lei n.º 141/2015, de 3 — Os pais, o representante legal e as pessoas que
8 de setembro. detenham a guarda de facto podem consultar o processo
pessoalmente ou através de advogado.
Artigo 85.º 4 — A criança ou jovem podem consultar o processo
através do seu advogado ou pessoalmente se o juiz ou o
Audição dos titulares das responsabilidades parentais
presidente da comissão o autorizar, atendendo à sua matu-
1 — Os pais, o representante legal e as pessoas que ridade, capacidade de compreensão e natureza dos factos.
tenham a guarda de facto da criança ou do jovem são 5 — Pode ainda consultar o processo, diretamente ou atra-
obrigatoriamente ouvidos sobre a situação que originou a vés de advogado, quem manifeste interesse legítimo, quando
intervenção e relativamente à aplicação, revisão ou ces- autorizado e nas condições estabelecidas em despacho do pre-
sação de medidas de promoção e proteção. sidente da comissão de proteção ou do juiz, conforme o caso.
2 — Ressalvam-se do disposto no número anterior as 6 — Os processos das comissões de proteção são des-
situações de ausência, mesmo que de facto, por impossibi- truídos quando a criança ou jovem atinjam a maioridade
lidade de contacto devida a desconhecimento do paradeiro, ou, no caso da alínea d) do n.º 1 do artigo 63.º, aos 21 anos.
ou a outra causa de impossibilidade, e os de inibição do 7 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
exercício das responsabilidades parentais. informação a que alude o disposto no n.º 1 do artigo 13.º-A
é destruída assim que o processo ao abrigo do qual foi re-
Artigo 86.º colhida seja arquivado, pelo facto de a situação de perigo
Informação e assistência
não se comprovar ou já não subsistir.
8 — Em caso de aplicação da medida de promoção e
1 — O processo deve decorrer de forma compreensível proteção prevista na alínea g) do n.º 1 do artigo 35.º, deve
para a criança ou jovem, considerando a idade e o grau de ser respeitado o segredo de identidade relativo aos adotan-
desenvolvimento intelectual e psicológico. tes e aos pais biológicos do adotado, nos termos previstos
2 — Na audição da criança ou do jovem e no decurso de no artigo 1985.º do Código Civil e nos artigos 4.º e 5.º do
outros atos processuais ou diligências que o justifiquem, a Regime Jurídico do Processo de Adoção, aprovado pela Lei
comissão de proteção ou o juiz podem determinar a inter- n.º 143/2015, de 8 de setembro, e, salvo disposição especial, os
venção ou a assistência de médicos, psicólogos ou outros pais biológicos não são notificados para os termos do processo
especialistas ou de pessoa da confiança da criança ou do posteriores ao trânsito em julgado da decisão que a aplicou.
jovem, ou determinar a utilização dos meios técnicos que 9 — Quando o processo tenha sido arquivado nos ter-
lhes pareçam adequados. mos da alínea c) do n.º 2 do artigo 21.º, é destruído pas-
sados dois anos após o arquivamento.
Artigo 87.º
Exames
Artigo 89.º
Consulta para fins científicos
1 — Os exames médicos que possam ofender o pudor
da criança ou do jovem apenas são ordenados quando for 1 — A comissão de proteção ou o tribunal podem auto-
julgado indispensável e o seu interesse o exigir e devem rizar a consulta dos processos por instituições credencia-
ser efetuados na presença de um dos progenitores ou de das no domínio científico, ficando todos aqueles que lhe
pessoa da confiança da criança ou do jovem, salvo se o tiverem acesso obrigados a dever de segredo relativamente
examinado o não desejar ou o seu interesse o exigir. àquilo de que tomarem conhecimento.
2 — Os exames médicos referidos no número anterior 2 — A divulgação de quaisquer estudos deve ser feita
são realizados por pessoal médico devidamente qualifi- de modo que torne impossível a identificação das pessoas
cado, sendo garantido à criança ou ao jovem o necessário a quem a informação disser respeito.
apoio psicológico. 3 — Para fins científicos podem, com autorização da
3 — Aos exames médicos é correspondentemente apli- comissão restrita de proteção ou do juiz, ser publicadas peças
cável o disposto nos artigos 9.º e 10.º, salvo nas situações de processos, desde que se impossibilite a identificação da
de emergência previstas no artigo 91.º criança ou jovem, seus familiares e restantes pessoas nelas
4 — Os exames têm caráter de urgência e, salvo quando referidas.
outro prazo for exigido pela sua natureza, os respetivos Artigo 90.º
relatórios são apresentados no prazo máximo de 30 dias.
Comunicação social
5 — A comissão de proteção ou o tribunal podem,
quando necessário para assegurar a proteção da criança 1 — Os órgãos de comunicação social, sempre que
ou do jovem, requerer ao tribunal certidão dos relatórios divulguem situações de crianças ou jovens em perigo,
dos exames efetuados em processos relativos a crimes de não podem identificar, nem transmitir elementos, sons
que tenham sido vítimas, que possam ser utilizados como ou imagens que permitam a sua identificação, sob pena
meios de prova. de os seus agentes incorrerem na prática de crime de de-
sobediência.
Artigo 88.º 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os
órgãos de comunicação social podem relatar o conteúdo dos
Caráter reservado do processo
atos públicos do processo judicial de promoção e proteção.
1 — O processo de promoção e proteção é de caráter 3 — Sempre que tal seja solicitado e sem prejuízo do
reservado. disposto no n.º 1, o presidente da comissão de proteção ou
2 — Os membros da comissão de proteção têm acesso o juiz do processo informam os órgãos de comunicação
aos processos em que intervenham, sendo aplicável, nos social sobre os factos, decisão e circunstâncias necessárias
restantes casos, o disposto nos n.os 1 e 5. para a sua correta compreensão.
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tação da decisão, à aplicação da respetiva medida e à sua atribuídas, por aplicação, com as devidas adaptações, do
execução. disposto no n.º 5 do artigo 124.º da Lei da Organização
3 — O processo é organizado de modo simplificado, do Sistema Judiciário, aprovada pela Lei n.º 62/2013,
nele se registando por ordem cronológica os atos e diligên- de 26 de agosto.
cias praticados ou solicitados pela comissão de proteção 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
que fundamentem a prática dos atos previstos no número em caso de não ocorrer desdobramento, cabe às secções
anterior. de competência genérica da instância local conhecer das
4 — Relativamente a cada processo é transcrita na ata causas ali referidas, conforme o disposto na alínea a)
da comissão restrita, de forma sumária, a deliberação e a do n.º 1 do artigo 130.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de
sua fundamentação. agosto.
5 — Os atos praticados por comissão de proteção a 4 — Nos casos previstos nos números anteriores, o tri-
rogo de outra, designadamente ao nível da instrução de bunal constitui-se em secção de família e menores.
processos ou de acompanhamento de medidas de promoção
e proteção, integram a atividade processual da comissão,
sendo registados como atos de colaboração. Artigo 102.º
Processos urgentes
Artigo 98.º
1 — Os processos judiciais de promoção e proteção são
Decisão relativa à medida de natureza urgente, correndo nas férias judiciais.
1 — Reunidos os elementos sobre a situação da criança 2 — Os processos não estão sujeitos a distribuição,
ou do jovem, a comissão restrita, em reunião, aprecia o sendo imediatamente averbados ao juiz de turno.
caso, arquivando o processo quando a situação de perigo
não se confirme ou já não subsista, ou delibera a aplicação Artigo 103.º
da medida adequada.
Advogado
2 — Perante qualquer proposta de intervenção da comis-
são de proteção, as pessoas a que se referem os artigos 9.º e 1 — Os pais, o representante legal ou quem tiver a
10.º podem solicitar um prazo, não superior a oito dias, para guarda de facto podem, em qualquer fase do processo,
prestar consentimento ou manifestar a não oposição. constituir advogado ou requerer a nomeação de patrono
3 — Havendo acordo entre a comissão de proteção e as que o represente, a si ou à criança ou ao jovem.
pessoas a que se referem os artigos 9.º e 10.º no tocante à 2 — É obrigatória a nomeação de patrono à criança ou
medida a adotar, a decisão é reduzida a escrito, tomando a jovem quando os seus interesses e os dos seus pais, repre-
forma de acordo, nos termos do disposto nos artigos 55.º sentante legal ou de quem tenha a guarda de facto sejam
a 57.º, o qual é assinado pelos intervenientes. conflituantes e ainda quando a criança ou jovem com a
4 — Não havendo acordo, e mantendo-se a situação que maturidade adequada o solicitar ao tribunal.
justifique a aplicação de medida, aplica-se o disposto na 3 — A nomeação do patrono é efetuada nos termos da
alínea d) do n.º 1 do artigo 11.º lei do apoio judiciário.
4 — No debate judicial é obrigatória a constituição de
Artigo 99.º advogado ou a nomeação de patrono aos pais quando es-
Arquivamento do processo teja em causa a aplicação da medida prevista na alínea g)
do n.º 1 do artigo 35.º e, em qualquer caso, à criança ou
Cessando a medida, o processo é arquivado, só podendo
jovem.
ser reaberto se ocorrerem factos que justifiquem a aplicação
de medida de promoção e proteção.
Artigo 104.º
Contraditório
CAPÍTULO IX
1 — A criança ou jovem, os seus pais, representante
Do processo judicial de promoção e proteção legal ou quem tiver a guarda de facto têm direito a requerer
diligências e oferecer meios de prova.
Artigo 100.º 2 — No debate judicial podem ser apresentadas alega-
Processo ções escritas e é assegurado o contraditório.
3 — O contraditório quanto aos factos e à medida apli-
O processo judicial de promoção dos direitos e proteção cável é sempre assegurado em todas as fases do processo,
das crianças e jovens em perigo, doravante designado
designadamente na conferência tendo em vista a obtenção
processo judicial de promoção e proteção, é de jurisdição
de acordo e no debate judicial, quando se aplicar a medida
voluntária.
prevista na alínea g) do n.º 1 do artigo 35.º
Artigo 101.º
Artigo 105.º
Tribunal competente
Iniciativa processual
1 — Compete às secções de família e menores da ins-
tância central do tribunal de comarca a instrução e o jul- 1 — A iniciativa processual cabe ao Ministério Público.
gamento do processo. 2 — Os pais, o representante legal, as pessoas que te-
2 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição das nham a guarda de facto e a criança ou jovem com idade
secções de família e menores cabe às secções cíveis da superior a 12 anos podem também requerer a intervenção
instância local conhecer das causas que àquelas estão do tribunal no caso previsto na alínea g) do artigo 11.º
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