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Os chineses foram ótimos exploradores das potencialidades de cada material utilizado para
realizar sua arte (seja ele papel, bronze ou porcelana), preparando ritualmente as substâncias
a serem aplicadas sobre eles.
Em concordância à filosofia do país, que vê o homem como parte da natureza, a figura humana
não recebe ênfase especial quando retratada. A perspectiva é utilizada para reforçar a ideia
chinesa da arte como instrumento de revelação do mundo.
A dinastia seguinte, a Chou, iniciou-se em 1045 a.C.. Ainda bastante influenciada pela
precedente, os vasos de bronze continuam a ser realizados, embora aumentem de tamanho e
tenham desenhos mais nítidos. Foi bastante influenciada pelas ideias de Confúcio, Lao-tzu e o
taoísmo. O final dessa dinastia caracteriza-se por grande opulência, expressa na arte pelo uso
do jade (extremamente valorizado na cultura chinesa, por suas propriedades), além da prata e
ouro na decoração das esculturas. Passa-se a conferir extremo valor à arte fúnebre. A
decoração dos túmulos da nobreza e a descrição de cenas (guerras, rituais, caçadas), tornam-
se extremamente famosas, evidenciando um certo domínio da técnica de criar efeitos
dinâmicos à pintura.
Arte chinesaAs dinastia Qin e Han (221 a.C. – 220 d.C.) são especialmente famosas pelas
esculturas. Como exemplo da primeira temos as armas de terracota, com expressivas figuras
combinando realismo e estilização arcaica. Outra grande realização dessa dinastia foi a Grande
Muralha.
Já a dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.), é conhecida pelo desenvolvimento da arte funerária,
como os espelhos circulares, repletos de figuras ritualísticas (como diagramas) em suas costas,
ou o relato de cenas mitológicas, a partir do desenvolvimento do uso do espaço, dos detalhes
e da hierarquização de figuras (quanto maiores, mais importantes). Foi desenvolvido o efeito
de movimentação das figuras, através, por exemplo, do uso de linhas ondulantes. “Cavalo
Voador“ (esse animal costuma frequentar a temática da arte chinesa) é uma boa amostra da
escultura dessa dinastia, com sua leveza de movimentos.
O budismo teve grande influência na arte chinesa por seis dinastias (de 220 a.C a 589 d.C.). A
princípio, a arte, a serviço da nova fé, limitava-se a reproduzir temas estrangeiros, em
particular os indianos. Um exemplo dessa arte são as enormes imagens de Buda. Com o passar
do tempo, essa arte começa a adaptar-se à cultura chinesa, com sua iconografia característica.
Os santuários Dunhuang, com afrescos fundidos à arquitetura e à escultura adaptadas aos
padrões chineses atestam bem esse processo. Além disso, sob influência budista, os chineses
foram o primeiro povo a valorizar o artista, uma vez que a arte auxiliava na meditação, tarefa
de grandes sábios.
As dinastias do sul (420 -589), assistiram a um enorme desenvolvimento na pintura, em
especial na riqueza de detalhes da representação da natureza. Além disso, foram grandes
teóricos da pintura, criando parâmetros que guiariam a arte pictórica chinesa posterior. As
cópias fiéis dos trabalhos passados eram extremamente valorizadas, bem como as linhas
expressivas, de larguras e densidades variadas.
A dinastia Tang (618 – 906), caracterizou-se pela expansão das fronteiras chinesas e pelo
intercâmbio cultural com o Japão, Índia e Ásia Central. O Chan budismo (ou o zen), é forte no
período, bem como o próprio budismo, que ganha complexidade e exige dos artistas maior
minuciosidade de detalhes para descrever suas imagens. A influência estrangeira, em
particular a indiana, é grande, popularizando as imagens com vários braços ou cabeças. Em
contrapartida, é nessa mesma dinastia (em 845) que é proibido o culto budista, em nome do
confucionismo. A arte funerária ganha novo impulso no período, sendo extremamente
valorizada como a “era de ouro da pintura“. Um bom exemplo dela são os murais no túmulo
da Princesa Yong-t ‘ai (706). A pintura de paisagens continua a desenvolver-se, como “A
jornada para Shu do Imperador Ming Huang“. Em 906, cai a Dinastia Tang, dividindo o império,
até 960, em cinco dinastias rivais, num período de grande desenvolvimento da pintura de
paisagens e de procura de temas alheios à política e à religião. Os pintores mais conhecidos do
período são Tung Yuan e Wei Hsien, imprimindo monumentalidade à pintura chinesa.
Durante a dinastia Song (906 – 1279), temos pintores de destaque desenvolvendo a pintura de
paisagens como Fan Kuan (“Viajantes entre Montanhas e Correnteza“), Mi Fei (com sua técnica
comparável ao impressionismo europeu de século XIX) e Guo Xi (“Começo de Primavera“).
Houve ainda no período uma diversificação de estilos, como o literal (cujo principal expoente é
o imperador Hui Tsung, com suas representações precisas da natureza, acompanhadas de
poemas; o posterior estilo lírico com suas composições assimétricas e valorização da intuição,
representado por artistas como Ma Yuan e Xia Gui e o estilo espontâneo, dividido em dois
tipos, um de origem popular e outro originado da arte caligráfica do Chan Budismo e do
Taoísmo, bastante influenciado pelo estilo anterior. Mu Qi e Liang Kai são seus principais
artistas. As cerâmicas do período também são particularmente famosas. Entre 1269 e 1368 a
pintura sofre a influência da dominação estrangeira, com o exílio de muitos artistas.