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2018/2019

1.º semestre (dia)

CASOS
PRÁTICOS
DE
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

II. Direito Internacional Privado e outras disciplinas jurídicas

a) Métodos de regulação

Caso n.º 1

António pretende casar-se. É alemão e vive em Portugal, mas


está a pensar emigrar para a França.
A lei alemã (lei da nacionalidade) impede o casamento de
António, ao contrário da lei francesa e da lei portuguesa (lei da
residência habitual), que permitem o casamento.

a) Supondo que em cada um dos três países em causa é


sempre aplicado o direito material do foro a situações
transnacionais:

Resposta:

Neste caso, há que ter em conta a Método\orientação Jurisdicionalista


("jurisdicional approach").

Esta defende que o órgão aplicador do direito deve sempre aplicar o direito material da
ordem jurídica a que pertence - isto é a lex fori.

Este método foi o método prevalecente na resolução das questões privadas


internacionais até ao séc. XII.
Atualmente, considera-se desatualizado, no entanto, em portugal ainda existem
autores que defendem este ponto de vista como é o caso do Prof. MC.

Opinião do Prof. Regente DMV:


a) Existem vantagens inegáveis, desde logo na boa administração da justiça, uma vez
que os tribunais de cada país apenas são versados na lei desse mesmo país o que
leva à diminuição dos erros judiciários.
b) Para além disso esta orientação envolve menos dispendio de recursos económicos
e de tempo na administração da justiça.
Vantagens:
a) Reduz substancialmente a possibilidade de erro judiciário;
b) É menos dispendioso e mais eficiente. O juiz não tem que pesquisar o direito
estrangeiro;

Desvantagens:
I. Aplicação da lei do foro a situações que não dizem respeito àquela ordem jurídica;
II. Frustração das expectativas jurídicas das partes (tutela da confiança);
III. Nem todos os ordenamentos jurídicos consagram as mesmas soluções, o que
permite colocar a ação na ordem jurídica que for mais favorável (forum shopping).
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Um exemplo seria os aspetos sucessórios, p.e., as diferenças entre o sistema


anglossaxónico e o português.

A) se António se quiser casar em Portugal, pode casar-se?


a. Sim pode casar-se em Portugal porque o ordenamento
jurídico português manda aplicar o direito material do
foro.
b. Artigo 31º *

a) se António se quiser casar na França, pode casar-se?


a. Sim pode casar-se em França porque o ordenamento
jurídico português manda aplicar o direito material do
foro.
b) se António se quiser casar na Alemanha, pode casar-se?
a. Não, porque segundo o direito material do foro tal não é permitido.

a) Sendo aplicadas às situações transnacionais as normas de


conflitos vigentes em cada um dos países em apreço, isto
é, empregando-se, nesses países, o método conflitual ou
da conexão para a regulação de situações transnacionais:

O método da conexão sugere o recurso a regras de conflitos de lei no espaço ou a


regras de conexão. Visa a coordenação das leis em presença, ou seja, qual é que
apresenta a melhor ligação.

Existem regras de fonte interna e regras de fonte externa:


a) O art. 49.º é uma norma de conflitos interna que regula a capacidade para contrair
casamento;
b) O Regulamento 1259/2010 (Regulamento Roma III) é europeu e unifica o DIP em
matéria de divórcios, afastando a aplicação do art. 55.º;

Qual é o critério para escolher a lei mais adequada? Existem vários critérios que
procuram encontrar o elemento chave. Regra geral, são elementos espaciais (p.e.,
nacionalidade do nubente). Savigny chamava-lhe "procurar a sede da relação jurídica
internacional".

Vantagens:
1. A aplicação à situação privada internacional da lei que tem a conexão mais estreita
leva, por via de regra, à aplicação da lei com que as partes contavam, pelo que a
tutela da confiança está acautelada;
2. Assegura a coordenação entre os direitos nacionais, sem suprimir a sua
diversidade, ou seja, sem exigir a sua unificação.

a) se António se quiser casar em Portugal, pode casar-se?


a. Neste sentido, tendo em conta o artigo 31º(lei pessoal
é a da nacionalidade) e 49º CC, que remete para a lei
pessoal de A que e a alemã este não pode casar em
portugal, porque a lei da nacionalidade alemã assim o
proibe.
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b) se António se quiser casar na França, pode fazê-lo,


atendendo a que a norma de conflitos francesa aplicável
ao casamento remete para a lei da nacionalidade?
a. Não, porque a lei francesa remete para a lei da
nacionalidade de A que é alemã e esta proibe o
casamento.
c) se António se quiser casar na Alemanha, pode fazê-lo,
sabendo que a norma de conflitos alemã aplicável ao
casamento remete para a lei da nacionalidade?
a. Não, porque a lei alemã remete para lei da
nacionalidade alemã e esta proibe o casamento.

Caso n.º 2

Luisão é brasileiro, tem residência habitual em Portugal e


quer casar-se.
A lei brasileira impede o casamento; a lei portuguesa
permite-o.
No Brasil, a norma de conflitos pertinente manda aplicar a
lei do domicílio (que é a lei portuguesa).

Usando o método conflitual ou da conexão para a


regulação de situações transnacionais:

1. se Luisão se quiser casar em Portugal, pode fazê-lo?


1.4. Segundo o artigo 49º CC a norma de conflitos manda aplicar
a lei pessoal de Luisão que é a lei da nacionalidade
brasileira que não permite a celebração do casamento.

2- se Luisão se quiser casar no Brasil, pode fazê-lo?

Tendo em conta que a lei de conflitos brasileira manda


aplicar a lei do domicilio que seria a lei portuguesa e esta
permite o casamento então Luisão poderia casar.

Depois caberia aplicar o artigo 18 nº1 e nº2 CC na medida


em que estamos perante uma questão de reenvio, contudo
esta matéria não será lecionada este semestre apenas
brevemente mais a frente.

Caso n.º 3

Em janeiro de 1977, discute-se perante tribunais


portugueses qual a lei reguladora dos efeitos do casamento
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celebrado entre Aníbal, cidadão italiano habitualmente


residente em Portugal, e Berta, cidadã espanhola
habitualmente residente na França.
Diga, justificadamente, qual é a lei reguladora dos efeitos
do casamento, sabendo que:

a) de harmonia com o art. 36.º, n.º 3, da CRP de 1976, «[o]s


cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à
capacidade civil e política e à manutenção e educação
dos filhos»;
b) em janeiro de 1977, o artigo 52.º do Código Civil
dispunha: «[s]alvo o disposto no artigo seguinte, as
relações entre os cônjuges são reguladas pela lei
nacional comum» (n.º 1); «[n]ão tendo os cônjuges a
mesma nacionalidade, é aplicável a lei da sua residência
habitual comum e, na falta desta, a lei pessoal do
marido» (n.º 2);
c) em janeiro de 1977, o artigo 31.º, n.º 1, do Código Civil
tinha redação idêntica à atual;
d) os cônjuges residiram na França entre 1960, data em que
se casaram, e 1974, data em que Aníbal abandonou o lar
conjugal e fixou residência em Portugal.

A questão que se coloca prende-se com o problema de saber se as


regras de conflito se encontram subordinadas á CRP ou não:

Até aos anos 50/60 entendeu--se que não devido ao facto de as


normas de conflito serem dotadas de caracter puramente formal e
apenas com o intuito de garantir a harmonia dos julgados o que faria
com que as mesmas fossem insuscetíveis de ferir a CRP, visto que
procuravam apenas uma justiça formal.

Para além deste argumento ainda se afirmava que as normas de


conflitos eram normas sobre normas que apenas diriam quais as
normas a aplicar no caso concreto e que por isso não interferiam em
nada com a CRP.

Contudo esta é uma posição ultrapassada e hoje em dia é


maioritariamente reconhecido que as normas de conflitos estão
sujeitas á CRP.
DMV: Os valores que estão na base do DIP como a proteção da
igualdade e da confiança legitima são valores que se encontram
subjacentes á nossa CRP e como tal o DIP nunca poderia escapar ao
crivo desta.

Esta orientação é justificada pela nossa história recente no sentido


em que o DIP e a matéria do direito dos conflitos tem sido
sucessivamente influenciada pelas normas constitucionais, exemplo
disso é precisamente o artigo 52º CC que fruto da consagração na
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constituição de 1976 do principio da igualdade dos cônjuges foi


alterado pela revisão de 77 deixando de aplicar como ultima rácio
para resolver o conflito, a nacionalidade do marido e passando a
aplicar como critério : a leio do pais cuja vida familiar se encontre
mais estreitamente conexa.
Esta revisão teve como intuito a tutela jurídica da mulher em ver o
seu estatuto pessoal regido pela sua própria lei, impedindo que o
marido mudando de nacionalidade pudesse reflexamente condicionar
o estatuto da mulher.
Assim hoje em dia ficámos com um critério de conexão que não
sendo rígido serve antes como clausula geral em que caso a caso
terá que se determinar a lei mais estreita da relação familiar.

Neste sentido em janeiro de 1977 lei aplicável aos efeitos do


casamento entre A e B seria a lei italiana uma vez que essa seria a lei
da nacionalidade do marido segundo o artigo 52º nº2 CC, isto porque
os cônjuges não tinham uma nacionalidade comum nem uma
residência habitual comum. No entanto a aplicação deste artigo em
janeiro de 1977 já seria inconstitucional uma vez que violaria o
princípio da igualdade dos cônjuges introduzido pela constituição de
1976.

Actualmente a lei aplicável seria a lei do pais com o qual a vida


familiar se achasse mais estreitamente conexa que atendendo ao
caso e tendo em conta que os cônjuges residiram desde 1960 até
1974 em França seria a lei francesa segundo o disposto no artigo 52º
nº2 CC

Caso n.º 4
(Ver Ac. do TJ de 7 de julho de 1992, Mario Vicente Micheletti, proc. n.º C-
369/90)

Paco, cozinheiro mexicano e italiano nascido no México, reside


habitualmente em Linda-a-Velha. Paco vai todos os trimestres ao
México para visitar os seus avós maternos e ainda para trazer para
Portugal iguarias e artesanato mexicanos, que muito aprecia.
Em abril de 2006, Paco, profissionalmente desiludido com
Portugal, adquire um imóvel em Madrid, onde tenciona abrir um
restaurante.
O cumprimento dos sonhos de Paco esbarra num particularmente
zeloso agente de autoridade espanhol, que o informa de que ele não
pode abrir o estabelecimento porque, segundo a lei espanhola, não é
cidadão de um Estado-membro.
Paco pretende invocar a nacionalidade italiana para efeitos do
exercício do direito de estabelecimento previsto no artigo 49.º do
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, apesar de nunca
sequer ter visitado a Itália.
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Admitindo que a lei espanhola regula as situações de


plurinacionalidade da mesma forma que a lei da nacionalidade
portuguesa (1), esclareça, fundamentadamente, se a pretensão de
Paco procede.

Neste caso, se a lei espanhola aborda a questão da


plurinacionalidade nos exatos termos em que o faz a lei portuguesa,
caberia aplicar o disposto no artigo 28º da lei nº 37/81 de 3 de
Outubro que determina que no caso de Paco, tendo em conta que
este tem nacionalidade italiana e Mexicana e a sua residência
habitual é em Portugal, a nacionalidade que releva será a do Estado
com o qual Paco matem uma vinculação mais estreita.
Assim visto que Paco nunca se deslocou até Itália e pelo contrário
todos os trimestres se desloca ao México, local onde se encontram os
seus avós e de onde trás artesanato, será esta a nacionalidade que
releva em Espanha e como tal a sua pretensão não será procedente
visto que tal como Espanha referiu, o mesmo não é dotado da
nacionalidade de um pais da União para efeitos da lei espanhola.
Contudo e na senda do que é referido no acórdão que o Professor
mandou ler, a verdade é que a jurisprudência do Tribunal de justiça
da União Europeia é clara no sentido de que os Estados-membros da
União não podem restringir os efeitos de atribuição da nacionalidade
de outro Estado-membro com vista ao exercício das liberdades
fundamentais previstas no Tratado como é o caso do direito de
estabelecimento uma vez que admitir essa possibilidade teria por
consequência que o âmbito de aplicação pessoal das regras
comunitárias sobre a liberdade de estabelecimento variasse de
Estado-membro para Estado-membro.
Neste sentido é entendimento do Tribunal de Justiça da União
Europeia que a liberdade de estabelecimento de um nacional de um
Estado-membro que possua simultaneamente a nacionalidade de um
Estado terceiro como é o caso de Paco, fique condicionada pelo facto
de a legislação Espanhola considerar Paco apenas nacional do
Estado terceiro.
Assim segundo este entendimento Paco teria por força do
disposto no artigo 49º TFUE direito a que lhe fosse reconhecido o
seu direito de estabelecimento visto ser nacional de um Estado-
membro que é o Estado italiano.

Sub-hipótese
1() Ver arts. 27.º e 28.º da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro.
Art. 27.º («[c]onflitos de nacionalidade portuguesa e estrangeira»): «[s]e
alguém tiver duas ou mais nacionalidades e uma delas for portuguesa, só esta
releva face à lei portuguesa».
Art. 28.º («[c]onflitos de nacionalidades estrangeiras»): «[n]os conflitos
positivos de duas ou mais nacionalidades estrangeiras releva apenas a
nacionalidade do Estado em cujo território o plurinacional tenha a sua residência
habitual ou, na falta desta, a do Estado com o qual mantenha uma vinculação mais
estreita».
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Qual a lei pessoal de Paco (segundo as normas de conflitos


portuguesas)?

Segundo as normas de conflito portuguesas, nomeadamente o


artigo 31º CC a lei pessoal de Paco seria a lei Mexicana e a Lei
italiana contudo fruto do disposto no artigo 28º da Lei nº 37/81 de 3
de outubro, apenas relevaria a nacionalidade Mexicana por ser
aquela com a qual Paco matem uma vinculação mais estreita.

Caso n.º 5
(Ver Ac. do TJ de 14 de outubro de 2008, Stefan Grunkin e Dorothee Regina
Paul, proc. n.º C-353/06)

António Paulo e Belarmina Gomes, casados um com o outro,


são nacionais alemães e residem habitualmente na Dinamarca.
Em 27 de junho de 2008, nasceu, na Dinamarca, o filho de ambos,
também ele nacional alemão. O filho foi registado na Dinamarca com
o nome de Carlos Paulo-Gomes, uma vez que a lei dinamarquesa
permite apelidos compostos, quando um dos progenitores não tenha
assumido o apelido do outro.
Agora, os pais do menor pretendem reconhecer e registar o nome
de Carlos Paulo-Gomes na Alemanha, para efeitos de emissão do
passaporte de Carlos.
Porém, a Conservatória do Registo Civil alemã recusa-se a
reconhecer o nome porque considera aplicável ao caso o Direito
material alemão, que não admite apelidos compostos.
António e Belarmina consideram que Carlos tem direito a ver o
seu nome reconhecido na Alemanha tal como foi registado na
Dinamarca, país onde todos residem.
Admitindo que o Direito de Conflitos alemão estabelece que os
nomes das pessoas regem-se pela lei do Estado da sua nacionalidade,
diga, fundamentadamente, se a pretensão de António e Belarmina
procede.

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