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CURSO DE
MUSEOLOGIA SOCIAL
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
MUSEOLOGIA SOCIAL
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
MÓDULO II
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EDUCATIVAS
7.1 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: ENSINO-PESQUISA COM PATRIMÔNIO
CULTURAL
7.2 O PROJETO PEDAGÓGICO
7.3 A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NO AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
8 PESQUISA MUSEOLÓGICA COM O PATRIMÔNIO CULTURAL: CONCEITOS,
MÉTODOS E INSTRUMENTOS
8.1 DEFINIÇÃO DE BEM CULTURAL
8.2 PESQUISA MUSEOLÓGICA: CONTRIBUIÇÕES DAS CIÊNCIAS HUMANAS,
SOCIAIS E DA ECOLOGIA
9 TRATAMENTO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
9.1 ABORDAGEM ECOLÓGICA OU HOLÍSTICA: O PENSAMENTO SISTÊMICO
9.2 INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIMÔNIO CULTURAL DE UMA COMUNIDADE:
O DIAGNÓSTICO
9.3 PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO DO CONHECIMENTO: A MONOGRAFIA
MÓDULO III
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12.2.2 Materiais próprios para a marcação
12.2.3 Materiais impróprios para a marcação
12.2.4 Localização da numeração do objeto (a marcação)
12.2.5 Técnicas para a marcação dos objetos
12.2.6 Projeto de Ação Documental
13 SEGURANÇA DE MUSEUS
13.1 SEGURANÇA E SAÚDE DE FUNCIONÁRIOS E VISITANTES
13.2 FASES DO PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA DO MUSEU
MÓDULO IV
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18.1 ASPECTO JURÍDICO
18.2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E ORGANIZATIVA DO MUSEU LOCAL
18.3 O ORÇAMENTO
18.4 FONTES DE FINANCIAMENTO
18.5 RECURSOS HUMANOS
18.6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES EM MUSEUS LOCAIS OU COMUNITÁRIOS
18.7 O PROJETO DA ARQUITETURA DO MUSEU LOCAL
19 CONCLUSÃO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
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Atribuir uma função social ao museu e ao patrimônio cultural foi um dos
principais interesses do Movimento Internacional para uma Nova Museologia
(MINOM), que propôs um novo foco de atenção das ações preservacionistas
(identificação, pesquisa, documentação, e comunicação) ao ser humano, a
coletividade e a promoção social. Nessa perspectiva o museu torna-se um espaço
aberto às preocupações do mundo contemporâneo.
Três aspectos que diferenciam o modelo tradicional do paradigma
contemporâneo de museu e da museologia são:
Quanto ao espaço físico (da edificação ao território musealizável);
Quanto à museografia (a exposição como meio de comunicação de
museus);
Quanto ao modelo de gestão (participação da comunidade na administração
e na preservação do seu patrimônio e da sua identidade cultural).
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referenciais importantes para a conceituação de ações sociomuseológicas e do
desempenho social de museus.
A Declaração de Quebec (1984) tem a sua importância, devido nele constar
o reconhecimento pela comunidade museológica do movimento gerador da
Museologia Social, o MINOM (Movimento para uma Nova Museologia).
Mas antes de apresentar esses documentos, é importante conhecer um
pouco do contexto histórico em que foram inicialmente produzidos.
A década de 70, período de produção do primeiro documento, a Declaração
de Santiago, acontecia uma série de transformações comportamentais, em relação
aos modelos políticos, éticos, sexuais, etc. Emergiam propostas contrárias aos
padrões vigentes, como por exemplo, os movimentos libertários como a
contracultura, o movimento feminista, o movimento ecologista, dos direitos humanos
e das minorias, o movimento pela democratização da cultura, e justiça social,
etc.Nessa atmosfera de contestações, a comunidade museológica questionava o
modelo tradicional da instituição museu, alheio às questões sociais, e sua percepção
elitista de patrimônio cultural, reivindicando e propondo um modelo de instituição
com compromissos e práticas sociais.
A Declaração de Santiago foi o resultado do encontro de museólogos latino-
americanos no Chile. A Mesa Redonda de Santiago teve como tema: O papel do
museu na América Latina. Ali teve início um processo que transformaria as práticas
museológicas como também a função da instituição museu à mundial.
Vamos aprofundar mais um pouco sobre este processo conhecendo
algumas das decisões importantes adotadas naquele encontro.
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elementos e recursos para o desempenho das atividades desse modelo de
instituição. O museu integral é um espaço dinâmico capaz de colocar a comunidade
em contato com sua história, suas tradições e sua cultura;
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museu com programas estatais da prestação de serviços regulares. Essas
ações adotadas como estratégicas são importantes na integração das ações
socioeducativas do museu à política nacional de ensino.
O museu como prestador de serviços: comunicação de conhecimentos, por
meio de recursos museográficos; promoção de ações voltadas para
incentivar as escolas a formar coleções e montar exposições com objetos
da cultura local; estabelecer programas para a formação de professores dos
diferentes níveis de ensino, entre outras atividades.
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meio da interdisciplinaridade e da utilização dos métodos contemporâneos
de comunicação e gestão.
Adota o conceito ecológico de comunidade, entendida não somente formada
pelos aspectos administrativos e políticos que forma o grupo social, mas
também sua territorialidade, seu ecossistema.
Mudanças no foco das ações museológicas: da exclusiva preservação do
objeto para a promoção social.
O reconhecimento das linhas de ações do MINOM e das novas práticas
museológicas voltadas para a função social do patrimônio cultural e do
museu.
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sociais, o ecossistema. Assim concebido o território musealizável é
composto por aspectos: social, cultural e natural, e sendo assim, ele não é
somente uma propriedade, mas uma herança social.
O conceito de preservação in situ, ou seja, o bem cultural preservado em
seu contexto original. Entendendo que ao retirar o patrimônio do seu
contexto, a ideia original fica comprometida.
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Apresenta as seguintes responsabilidades sociais do museu com a
comunidade:
O papel do museu na capacitação da população local para gerir suas
instituições culturais. Estabelecido por meio de um processo de
comunicação interativa e integrada à realidade local;
A comunidade é o objeto de pesquisa, a fonte de conhecimentos, e também
devem participar na coleta e investigação dos elementos significativos do
seu processo cultural, como também se responsabilizar pela preservação e
difusão do seu patrimônio cultural;
O museu como um espaço de integração social, no qual a comunidade
relaciona-se com o seu patrimônio e se reconhece por meio dos elementos
próprios da sua cultura;
O papel do museu no processo de educação permanente. Seus recursos
são apontados como instrumentos importantes para o desenvolvimento
individual e social. Deve por isso, ser capaz de promover a formação crítica
e cognitiva dos indivíduos contribuindo para a melhoria das condições de
vida e do exercício da autoestima da comunidade;
A importância dos bens culturais como instrumentos de comunicação,
educação e de ações sociais. Para isso, a museologia como uma ciência
interdisciplinar, deve procurar conhecer profundamente a rede de relações
que envolvem os significados e valores do patrimônio cultural;
O desenvolvimento de atividades, e a implantação de processos
museológicos, devem ser coerentes com o seu contexto de atuação.
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2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE MUSEUS
No tópico anterior muito foi dito sobre os modelos de museus que surgiram
ao longo do final do século XX. Agora vamos aprofundar sobre o que são e como
são esses museus e como estão fundamentados.
Os conceitos fundamentais da ecomuseologia são três: o de território
musealizável; o conceito amplo de patrimônio cultural (composto por bens materiais,
imateriais e naturais); e o conceito de comunidade participativa.
Território musealizável: é a ideia central desse modelo de museu. O
território é o espaço onde se desenvolve o cotidiano das pessoas, possível de ser
musealizado. Os bens culturais componentes desse patrimônio existem e devem
permanecer em seu local de origem. Esse é outro conceito definidor da
ecomuseologia - a preservação in situ.
Patrimônio cultural: Para a ecomuseologia o modo de vida das
comunidades, todo o saber adquirido, os objetos, edificações, as práticas
tradicionais, usos e costumes, devem ser preservados. Entretanto, não somente os
aspectos culturais devem ser alvo da preservação, como também toda a espécie
animal ou vegetal do território. Isto se deve ao entendimento do seu criador
(Georges-Henri Rivière) segundo o qual cada espécie teria uma função específica -
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identificada ou não - a desempenhar em seu meio ambiente no presente ou no
futuro, fosse pelo aspecto médico, científico ou econômico.
População: Segundo Rivière, o ecomuseu existe essencialmente para a
população. Suas ações sociomuseológicas colocam a comunidade em contato direto
com sua história, sua cultura, seu meio ambiente, e sua identidade, desencadeando
um processo de valorização do patrimônio cultural e natural.
2.1.1 O ecomuseu
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Esses conceitos são importantes para viabilizar ações de envolvimento da
população na preservação do patrimônio cultural e natural, participando nas
pesquisas, na produção de inventário, na valorização da memória social local, etc.
Naquele ecomuseu a comunidade participava dando ideias sobre a
programação. E o território como uma espécie de celeiro onde todos os seus
elementos, são bens culturais e naturais que devem ser conhecidos e preservados.
Apesar do desaparecimento da proposta inicial, o ecomuseu e a sua filosofia
original contribuíram para a aceitação desse modelo de museu em outros países e
continentes como no Canadá e na América Latina.
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A criação de pequenas empresas comunitárias e familiares, que utilizam os
recursos naturais locais;
Projetos para a valorização da produção artesanal, artística e das tradições
locais.
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2.2.1 O museu comunitário
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2.3 OUTROS MODELOS DE MUSEUS
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Ainda no século XIX, na Alemanha existiam os Heimatmuseums, que
demonstrava possuir intenções sociais e buscava a participação das populações na
preservação da sua cultura. Esse modelo é apontado por alguns autores como
importante influência para a origem da museologia comunitária.
No século XX na então União Soviética, logo após a Revolução de 1917,
surgiram museus ambulantes ou Vagões de Exposição, que se ocupavam da
educação popular, teve como responsabilidade divulgar a nova identidade do povo
soviético. Foi criado com o propósito de conservar a herança cultural e contribuir
para a educação científica e cultural dos povos, e preservar a diversidade étnica da
União Soviética.
Após o final da Segunda Guerra Mundial com a nova geografia política e o
surgimento de vários países no leste europeu foram criados museus fundamentados
em ideias de afirmação da identidade e da valorização da história de cada povo.
Na década de 20, nos Estados Unidos, John Cotton Dana introduziu o
conceito de comunidade e de utilidade para o museu, provocando uma mudança
importante na definição dos objetivos da instituição museológica. Para ele a coleção
deveria ser colocada a serviço da comunidade, privilegiando as pessoas, e não
apenas o acervo, mais que isso, o museu deveria servir como meio para capacitar
os trabalhadores e promover os melhores talentos das escolas. Esse modelo
utilitarista e preocupado com a missão social do museu foi um precedente para a
criação dos museus de vizinhança em anos posteriores naquele país.
Um exemplo de participação comunitária para a preservação do patrimônio
cultural foi à existência dos “círculos culturais e de estudo” da Suécia – grupos de
cidadãos que possuíam um número mínimo de elementos. Com estatuto de entidade
jurídica e direito ao apoio financeiro para suas iniciativas – desde os anos de 1930,
foram responsáveis pela criação de espaços territoriais musealizados, onde eram
representados e reproduzidos construções, costumes e atividades das suas terras e
dos seus habitantes. Os estados e as comunidades dos países nórdicos foram
pioneiros em apoiar e estimular as suas populações na preservação da sua história
e do seu patrimônio.
O Museu Nacional do Níger, criado no ano de 1958, é outro modelo
apontado como um referencial importante para a museologia social. Ali em um
território foi realizada a reconstituição do país em todos os seus aspectos: cultural,
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étnico, artístico, zoológico, botânico, etc. Este museu foi concebido e organizado,
baseado em duas ideias: completar e ampliar o ensino formal e sensibilizar seus
habitantes sobre a sua história e a sua cultura. A museografia procurou reproduzir
as construções típicas das diversas regiões utilizando as técnicas originais; o
artesanato apresentado com os artesãos trabalhando no local; a recuperação da
história oral – narrativas das histórias, lendas e canções tradicionais –, como recurso
para a preservação da cultura e da tradição local. Posteriormente já na década de
1970, esse museu se ocupou de empregar pessoas ensinando-lhes artesanato, e
realizando um trabalho pioneiro com deficientes físicos, associando à produção
artesanal, cegos e paraplégicos que antes eram mendigos, dessa forma cumpria o
papel de centro de ação social.
Outro importante modelo é o museu de bairro ou vizinhança o
“Neighborghood Museum” criado nos Estados Unidos em 1967, no bairro Anacostia
em Washington. Organizado em um bairro da cidade habitado por uma comunidade
afro-americana apresentava a vida dessas comunidades na região, valorizando o
seu papel na formação e consolidação do seu país. Esse museu foi citado com o
modelo de instituição voltada para a preocupação social.
Em 1969 George Rivière criou o Museu ao Ar Livre em Marquèze esta
experiência o permitiu definir conceitos como a preservação in situ; museu como
reflexo da comunidade; a população como fonte de informação e participação na
conservação e manutenção da sua história.
Os exemplos citados inspiraram e contribuíram para a construção do campo
conceitual da museologia social, como também para a consolidação do modelo de
museu com compromisso social. Atualmente, os modelos alternativos de museus e
referenciais da atuação social e inovação das técnicas museográfica, estão:
O Museu Nacional do Níger, pelos seus objetivos sociais e culturais e de
congregação de identidades culturais.
O Museu de Vizinhança de Anacóstia: modelo de museus de bairros de
grandes centros urbanos. Suas ações buscavam solucionar problemas de
integração social e organização urbanística.
O Museu de integração popular ou museus comunitários: sua finalidade é
contribuir para a educação e o desenvolvimento social de populações
menos favorecidas.
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Museus de arqueologia industrial: possuem como referências, os museus de
Ironbridge e Torfaen na Inglaterra. São as vilas museus onde a população é
capacitada e qualificada em práticas arqueológicas e investigativas, para
contar sua própria história.
Museus de comunidade: qualquer museu de pequena ou média dimensão,
de bairro, município, ou de área rural, que tenha como finalidade trabalhar
com a população promovendo o seu desenvolvimento.
Site museums e museus ao ar livre: atuam para a preservação e
revitalização do patrimônio cultural e natural. Segundo o Comitê
Internacional de Museus (ICOM), esse modelo de museu é concebido e
implantado para proteger elementos do ambiente natural e/ou cultural em
seu local original, geralmente são prédios, ruas, parques naturais, casas,
etc. No caso de ruas, prédios e casas, as pesquisas museológicas são
importantes no caso de projetos turísticos, por exemplo, para encenações
do cotidiano de um determinado momento histórico; produção de literatura
local, espetáculos com narrativas da história, tradições, etc.
Do que foi exposto podemos concluir que a preservação do patrimônio
cultural é o ponto de partida para a investigação, atuação e intervenção social da
museologia contemporânea. A identificação, a pesquisa, a documentação, e a
comunicação (exposições, e ações socioeducativas) são as atividades pertencentes
ao universo museológico.
3 MUSEOLOGIA E MEMÓRIA
Neste tópico vamos conhecer um pouco mais sobre os conceitos que são
adotados nas práticas sociomuseológicas para a preservação do patrimônio cultural
imaterial.
Para a museologia a importância da memória está nas definições de
pertinência de um indivíduo a um grupo por preservar fatos acontecidos na
sociedade à qual pertence. Por isso a memória é considerada um recurso
fundamental para a compreensão de uma realidade, devido a sua capacidade de
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resgatar uma situação ameaçada de esquecimento dos acontecimentos, sensações
e sentimentos, ou seja, elementos e aspectos da cultura e da história recente de
uma comunidade.
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3.3 MUSEOLOGIA E IDENTIDADE CULTURAL
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as crenças, os lugares e monumentos históricos, o cotidiano, o ser e o fazer
característica de um povo. São também elementos componentes desse patrimônio
as obras de artistas locais, arquitetos, músicos, escritores, pensadores, as
expressões, conhecimentos e técnicas populares.
O patrimônio cultural material é composto por elementos bi e tridimensionais,
que possuem significação cultural e valores histórico, estético, científico e/ou social.
Eles são representativos da memória e identidade local, regional e/ou nacional.
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conjuntos monumentais. O contexto de um sítio histórico urbano comporta
as paisagens naturais e construídas, e por isto deve ser preservado.
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artefatos e lugares que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em
alguns casos os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio
cultural.
Os bens componentes do patrimônio cultural imaterial se referem às
práticas, representações, expressões, conhecimentos, técnicas e instrumentos
(objetos, artefatos e lugares) que sociedades e indivíduos reconhecem como parte
integrante da sua cultura popular e tradicional.
Este patrimônio transmitido de geração para geração, resulta de um
processo dinâmico, pois é constantemente recriado pelas comunidades em função
de condições históricas, ambientais e sociais.
Como patrimônios culturais imaterial estão às tradições e expressões orais,
incluindo o idioma; as celebrações, as práticas sociais, conhecimentos e práticas
relacionadas ao comportamento da natureza e do universo; as técnicas artesanais
tradicionais, etc.
Estas técnicas e conhecimentos são expressos nos artesanatos, nas formas
de pescar, de caçar, de plantar, colher e cultivar, nos saberes para utilizar plantas
como alimentos e remédios, nas formas de construção de moradias e na fabricação
de objetos, na culinária, nas danças e músicas, nos modos de vestir e falar, nos
rituais, celebrações religiosas e populares, nas relações sociais e familiares, nas
histórias e lendas contadas de geração a geração.
Nesse documento a salvaguarda é entendida como sendo as medidas para
garantir a viabilidade do patrimônio cultural imaterial, dentre outras destacamos:
A identificação e a definição dos elementos do patrimônio cultural imaterial
presentes em um território;
A participação das comunidades, grupos e organizações não
governamentais pertinentes;
A documentação (produção de inventários),
A pesquisa envolvendo estudos científicos, técnicos e artísticos, e
metodologias de pesquisa, especialmente do patrimônio cultural imaterial
ameaçado de desaparecimento;
A preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a revitalização, e a
transmissão por meio da educação formal e não formal.
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A salvaguarda dos elementos componentes do patrimônio imaterial brasileiro
é realizada por meio de medidas e procedimentos recomendados por documentos
produzidos em encontros internacionais e nacionais, para serem adotados tanto na
esfera nacional, regional e local.
O registro dos bens imateriais é feito em livros específicos segundo suas
características.
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Incentivo à pesquisa;
A inclusão da educação formal e não formal nas ações preservacionistas.
A revitalização e valorização do patrimônio.
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Travalínguas: consiste em repetir o mais rápido possível frases, cria
problema oral, no qual os dislábicos terão dificuldade em resolver. Estas fórmulas
populares estão sempre presentes quando se pretende criar novos problemas orais
que provoquem a boa e fácil dicção. Os travalínguas são uma maneira lúdica que
educadores podem recorrer para promover uma forma agradável de falar dos
educandos.
Os provérbios: são máximas expressas em poucas palavras, é uma forma
de sabedoria popular que as pessoas mais idosas da comunidade costumam usar
nas mais diversas situações quando estão conversando. Em geral o provérbio é uma
espécie de manual da boa conduta decorado pelos que desejam comportar-se bem.
Romances: são poemas em versos setissílabos consagratórios em suas
rimas simples dos feitos políticos ou notáveis de vaqueiros ou personalidades. No
Nordeste em geral, os romances não são com música, ao passo que no Sul do país,
frequentemente o são.
Anedotas: popularmente conhecidas como piada, é um conto sucinto de um
fato, com objetivo de provocar jocosidade ou ridicularizar. A anedota revela a
presença do folclore no cotidiano.
Música folclórica: transmitida por meios práticos e orais, está
intrinsecamente ligada a atividades e interesses sociais, o que lhe confere um grau
de representatividade local, regional ou nacional. A música folclórica pode ou não ter
autor conhecido, isso porque ela é dirigida à coletividade e que a oralidade se
encarregou de difundi-la, e que foi aceita pela coletividade.
Saberes: são as interpretações dos fenômenos relacionados com a
astronomia, meteorologia, medicina, entre outros. Os saberes ou sabedoria popular
são proferidos por frases, sentenças resultantes do conhecimento acumulado
resultante da observação; um conhecimento que existe na memória coletiva. As
formas de transmissão desses saberes são por meio do provérbio, da frase feita, da
advinha, etc. São fórmulas nas quais se procura de maneira prática sintetizar os
conhecimentos, e transmiti-los de geração a geração, porém ‘retemperadas’ pelo
uso cotidiano, emprestando a esses conceitos o papel de verdadeiros guias práticos
orais, verdadeiros códigos de sabedoria popular. Esses saberes podem ser
encontrados na interpretação das condições climáticas, nos saberes para a saúde,
da agricultura, do pastoreio, etc.
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a) Saberes medicinais: são os saberes para a saúde e prevenção de
doenças, estando no conjunto de técnicas, de fórmulas (garrafadas, cataplasmas,
etc.); de remédios (chás, lambedouros, suadoros, etc.), de práticas (dietas com
comidas especiais; alimentos proibidos, quentes ou frios, “carregados”); gestos
(benzedura, reza, oração).
b) Saberes dos fenômenos atmosféricos: são os conhecimentos das
condições climáticas obtidos pela observação ou que foram transmitidos pelos
ancestrais. Há provérbios populares para os sinais indicadores de chuva como, por
exemplo: “Manhã ruiva ou vento ou chuva”.
“Céu pedrento, chuva ou vento.”
“Quando a chuva começa na minguante vai até o mês entrante”
“Bugio ronca na serra.... chuva na terra”
c) Saberes agrícolas: refere-se à qualidade do terreno e do ciclo agrícola.
Esses conhecimentos fazem parte de um acervo de observações que são passados
de geração a geração. Quanto a qualidade do terreno esses conhecimentos são
usados para a identificação das plantas nativas; os períodos de repouso que cada
tipo de solo; a escolha do terreno em relação com o que se vai plantar; o tipo da
cova; o distanciamento; o número de sementes; a possibilidade de plantar duas
plantas diferentes (milho e feijão, por exemplo), no mesmo terreno; os tipos de
instrumentos, de ferramentas usadas para os trabalhos agrícolas. Os conhecimentos
sobre o ciclo agrícola estão relacionados ao calendário religioso tanto para o plantio
como para a colheita, obedecendo a determinados períodos da limpeza das
plantações e depois à colheita.
Esses exemplos demonstram como o patrimônio cultural de uma sociedade
expressa a criatividade individual e coletiva, identificando e diferenciando uma
cultura de outra.
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5 MUSEOLOGIA, TURISMO E PATRIMÔNIO IMATERIAL
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formação de consciência crítica e responsável em relação ao uso do patrimônio
cultural local, e dos recursos naturais.
Os projetos museológicos são capazes de produzir conhecimentos para que
a comunidade aproprie-se das suas heranças culturais e encontre formas de inserir-
se no mercado de trabalho, ou prestando serviços.
Os projetos para revitalização, valorização e exposição da produção cultural
e dos recursos naturais de uma comunidade, quando associadas às atividades
turísticas, trazem benefícios sociais e econômicos, na perspectiva museológica tais
projetos são também dispositivos úteis de promoção e inclusão social.
A pesquisa museológica é capaz de acessar elementos da memória que
fazem parte da história e da cultura local incorporando-os como recursos culturais.
Este acesso é feito por meio da literatura, de imagens, dos registros etnográficos,
gravações, depoimentos, filmes, etc., sobre algum evento cultural, e sobre os
aspectos naturais da região em questão. Os elementos da memória coletiva como
recurso turístico, estabelecem um processo de afirmação da identidade cultural.
Vale destacar que a revitalização de sítios históricos, parques naturais,
centros históricos, é uma das medidas importantes para o incremento do turismo
cultural. Esclarecendo que a revitalização não está limitada a intervenção técnica de
uma edificação ou elementos arquitetônicos; ela é um processo, no qual a
interdisciplinaridade complementa as intervenções técnicas, documentando, e
comunicando por ações socioeducativas integradas à população e coerentes com a
realidade local.
O planejamento das atividades para a valorização dos recursos culturais e
naturais locais envolve tratar com:
A memória coletiva;
A salvaguarda e difusão do patrimônio imaterial;
Projetos de revitalização (equipe interdisciplinar);
Produção de inventário, etc.
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que podem ser desenvolvidas são em relação à valorização da cultura local como:
pesquisas para obtenção de informações fidedignas para usá-las em encenações
(momento histórico, formas de relações, produções etc.,); vídeos sobre elementos
da cultura local, exposições itinerantes, concursos de música, de vestuários,
alimentações, etc.
Nesse processo o desempenho do museu deve ser coerente e adequado
aos interesses que a comunidade aponta. Deve por exemplo promover atividades
paralelas às exposições: ciclo de vídeos (temáticas locais), oficinas literárias,
depoimentos de artistas locais, palestras, etc. Essas ações permitem que o museu
integre-se à comunidade, contribuindo para o desenvolvimento de atividades
voltadas ao turismo.
O museu pode formar equipes interdisciplinares para a implementação de
projetos com a participação da população local, como exemplos, podemos citar:
Pesquisas sobre a história social da comunidade;
Projetos para exposição dos elementos da cultura imaterial local;
Projetos para ações socioeducativas;
Musealização de elementos da cultura imaterial local (identificação,
documentação, salvaguarda, comunicação).
FIM DO MÓDULO I
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