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FOMENTO À EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: UM ESTUDO NA CHAPADA

GAÚCHA-MG

PROMOTION OF ENTREPRENEURIAL EDUCATION: A STUDY IN CHAPADA


GAÚCHA-MG

Rafaela Carneiro Araújo1


Christiane Oliveira Valente2
christiane.valente@ifnmg.edu.br
André Geraldo da Costa Coelho3
andre.coelho@ifnmg.edu.br

RESUMO

A educação empreendedora é uma abordagem de inovação no desenvolvimento social e


econômico de uma região ou país. Para compreender a educação empreendedora em uma
cidade mineira, realizou-se esta pesquisa com o objetivo de analisar as ações de educação
empreendedora desenvolvida por uma cooperativa de crédito na Chapada Gaúcha - MG. Os
dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e questionários. A entrevista
foi direcionada ao pedagogo do programa, com o intuito de conhecer as ações desenvolvidas e
a percepção da cooperativa em relação ao programa de educação cooperativista,
empreendedora e financeira. Para conhecer a percepção dos alunos em relação ao programa
foi aplicado o questionário em uma escola municipal na Chapada Gaúcha - MG, para 98
alunos do 6º ao 9º ano. O programa de educação cooperativista, empreendedora e financeira
atende 30 escolas municipais e estaduais, capacitando professores, 700 profissionais
capacitados e replicando a 7 mil alunos. Na percepção da cooperativa de crédito o fomento à
educação empreendedora é uma forma de desenvolver os alunos para o empreendedorismo,
para a prática do cooperativismo e para o desenvolvimento do estado pessoal e social. As
ações do programa na percepção dos alunos têm importância, pois, a educação
empreendedora desenvolve habilidades e desenvolvimento pessoal, assim, como desperta o
interesse em abrir um negócio.

Palavras-Chave: Educação empreendedora. Empreendedorismo. Desenvolvimento.

ABSTRACT

An entrepreneurial education and an innovation approach without social and economic


development of a region or country. The objective of the analysis is the application of a
human entrepreneur in a developing city, to the extent that an analysis was carried out to the
extent of the work developed by a credit cooperative in Chapada Gaúcha - MG. Data were
collected through semi-structured interviews and questionnaires. The interview was directed
to the pedagogue of the program, with the purpose of knowing how actions developed and a
perception of cooperation in relation to the cooperative, entrepreneurial and financial
education program. To know the students perception regarding the program, the questionnaire

1
Graduanda Curso de Bacharel em Administração IFNMG- Campus Arinos- MG.
2
Orientadora - Profª Me. Mestra em Administração IFNMG-Campus Arinos- MG.
3
Coorientador -Prof. Me. Mestre em Administração IFNMG-Campus Araçuaí- MG.
was applied in a municipal school in Chapada Gaúcha - MG, for 98 students from the 6th to
9th grade. The educational, entrepreneurial and financial education program serves 30
municipal and state schools, training teachers, 700 trained professionals and replicating 7,000
students. In the perception of the credit cooperative or fostering entrepreneurial education, it
is a way of developing students for entrepreneurship, for a practice of cooperation and for the
development of personal and social state. The actions of the program in the perception of the
students are important, therefore, an entrepreneurial education develops skills and personal
development, as, as it arouses the interest in starting a business.

Keywords: Entrepreneurial education. Entrepreneurship. Development.

INTRODUÇÃO
O século XX é marcado por grandes transformações em curto período de tempo, essas
transformações vindas de invenções, que afetam o estilo de vida das pessoas. As invenções
são idealizas a criar algo inédito ou a ter uma nova visão sobre a maneira de usar as coisas, as
invenções são frutos de inovação. E por trás da inovação, existe alguém, são pessoas ou
grupos de pessoas, que possuem características especiais, são visionarias, questionam,
arriscam, querem algo diferente, estão incomodadas, querem fazer a diferença e faz acontecer,
por isso, empreendem. Uma vez que o empreendedor revoluciona o mundo, seu
comportamento e até mesmo o processo empreendedor, deve ser estudado e entendido
(DORNELAS, 2011).

Os conceitos da administração no século XX predominaram em algum momento, em


virtude aos contextos sociopolíticos, culturais, de empreendedorismo, do desenvolvimento
tecnológico e a consolidação do capitalismo. A cada década ocorreu movimentos que foram
um marco, como, a racionalização do trabalho, no inicio do século em 1930, o movimento das
relações humanas, o funcionalismo estrutural, a abertura dos sistemas, e as contingências
ambientais, nos anos 1970. Atualmente, não se tem nenhum movimento predominante,
entretanto, cogita-se na era do empreendedorismo, surgindo, pela consequência das rápidas
mudanças tecnológicas, os avanços nos meios de produção e serviços e na economia
competitiva, denominada como a nova economia (DORNELAS, 2011).

É fundamental o papel do empreendedor em todo e qualquer movimento de mudanças


e transições da sociedade. Então, por que intensificar o ensino do empreendedorismo? Qual a
diferença do passado? A diferença é o avanço tecnológico que de tal ordem, requer mais
empreendedores. Por esse motivo, em muitos países, inclusive o Brasil, estão priorizando a
capacitação dos possíveis candidatos a empreendedor. Haja vista a preocupação das escolas e
universidades a respeito do assunto (DORNELAS, 2011). Compreendendo que “a educação

2
empreendedora deve começar na mais tenra idade, porque diz respeito à cultura, que tem o
poder de induzir ou de inibir a capacidade empreendedora” (DOLABELA, 2003, p. 15).

Esse estudo tem como objetivo analisar as ações de educação empreendedora


desenvolvida por uma cooperativa de crédito na Chapada Gaúcha – MG. Por meio dos
instrumentos de pesquisa, busca-se aplicar uma entrevista semiestruturada, direcionada ao
pedagogo do programa, com intuito de conhecer as ações e percepções da cooperativa de
crédito é identificar os parceiros que cooperam nesse processo. E para conhecer a percepção
dos participantes do programa foi aplicado um questionário.

REFERENCIAL TEÓRICO

Empreendedorismo e o empreendedor
Quando se fala em empreendedorismo (entrepreneurship, em inglês), se fala em
desenvolvimento, envolvendo atitudes, ideias e novas formas de realizar atividades e ações.
(DOLABELA, 1999). A palavra empreendedorismo originou-se do francês entreprendre
(empreendedorismo) que significa empreender, sendo, a soma do entre, do latim inter, que
determina um espaço de um lugar a outro, ação mutua e interação, e o prende do latim
prehendere, denominando em possuir, “tomar posse, utilizar, empregar, tomar atitude” (BOM
ÂNGELO apud MARINO; CERICATO; MELO, 2007, p.35).

O empreendedorismo vem, cada vez mais ganhando espaço nos meios acadêmicos e
econômicos, as reflexões acerca da temática, são relevante e promissor, alguns estudos realizados
em vários países comprovam que a influência da cultura empreendedora contribui com o
processo de desenvolvimento econômico da sociedade. Quanto maior for a quantidade dos
indivíduos com características empreendedoras, as chances de desenvolvimento e geração de
riqueza daquela nação ou sociedade são maiores (FRANZINI et al., 2006).

O consenso entre as definições do empreendedorismo resume nos aspectos


comportamentais que “inclui: (1) tomar iniciativa; (2) organizar e reorganizar mecanismos
sociais e econômicos, a fim de transformar recursos e situações para proveito prático; (3) aceitar
o risco ou o fracasso” (HISRICH; PETERS, 2004, p. 29). Esses comportamentos aplicáveis as
várias tipologias do empreendedorismo, podendo ser aplicados na área da economia informal;
área social, política e institucional.

A multiplicidade de aplicação do empreendedorismo, encarreta, maior diversidade


nos atores e promotores do empreendedorismo, emergindo conceitos de empreendedorismo
interno ou intraempreendedorismo, empreendedorismo feminino, empreendedorismo coletivo,

3
entre outros (TEIXEIRA, 2012). Derivado do comportamento, das tipologias e dos
promotores, o empreendedorismo será uma revolução silenciosa no século XXI, com impacto
mais transformador do que a Revolução Industrial no século XX, (TIMMONS, 1990 apud
DORNELAS, 2016).

Educação empreendedora
A educação empreendedora como ensino, representa a introdução da cultura
empreendedora no formato de incubadora social, priorizando o desenvolvimento econômico
incorporando a valorização, geração e distribuição de riquezas, “independência, inovação,
criatividade, auto sustentação e liberdade” (DOLABELA, 1999, p. 23).

No Brasil os primeiros relatos sobre o ensino do empreendedorismo como curso se


deram em meados de 1981, na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio
Vargas, em São Paulo, sendo iniciada como uma disciplina do Curso de Especialização em
Administração para Graduandos. Em 1984, foi estendido para graduação, com o nome de
Criação de Novos Negócios – Formação de empreendedores. Logo, no mesmo ano a USP –
Universidade de São Paulo começou a oferecer o ensino do empreendedorismo (DOLABELA,
2008).

Em 1995, ocorreu a inclusão da disciplina de empreendedorismo na educação básica,


em Fortaleza, em parceria do SEBRAE em uma escola privada, após a experiência, o
movimento pela a inclusão do empreendedorismo na grade curricular, ganhou força no país
(COAN, 2011 apud SILVA, 2015).

Ao falar em educação empreendedora, pensa-se em um processo de construção de


identidade cultura, pois, a proposta leva a “ruptura de um modelo de prática educacional que
privilegia a transmissão estática e a crítica de dados e informações sem estimular reflexões ou
a aplicação dos saberes na forma de ações transformadoras” (SEBRAE). Para construir um
ambiente propicio a cultura empreendedora é necessário:

[...] professores empreendedores: que sonhem e que estimulem sonhos em seus


alunos. Isso requer dedicação, vontade de fazer diferente, buscar desenvolver
autonomia em si e nos estudantes. Os professores são protagonistas nessa
transformação (SEBRAE).

A função do professor passa a ser de catalisador e facilitador do processo, promovendo


o diálogo, negociando práticas e objetivos do aprendizado dos alunos, com base nos desejos e
metas definidas pelos estudantes. Com esse novo modelo de ensino as características e o
papel do professor passam a ser diferente (SCHAEFER; MINELLO, 2016).

4
O ensino passa a ter linhas diferentes, indo além de conceitos técnicos ou reflexões
dos desafios e dilemas da sociedade, compreende-se a necessidade em capacitar de forma que
os estudantes construam os caminhos, por meio de ações, tecnicamente embasadas, que
transforme, alinhando a teoria à prática (SEBRAE).

O SEBRAE compreende que a educação empreendedora deve priorizar o equilíbrio do


“querer fazer” e, em “reunir as condições para poder realizá-lo”. Assim, ajudando o
“estudante a enxergar e avaliar determinada situação, assumindo uma posição proativa frente
a ela, capacitando-o a elaborar e planejar formas e estratégias de interagir com aquilo que ele
passou a perceber”.

As características da educação empreendedora sintetizam em naturezas distintas aos


modelos tradicionais de ensino. Com ênfase no processo de aprendizagem do aluno, tem o
foco na ação e no “aprender a aprender”. A educação empreendedora deve ocorrer de forma
transversal às demais disciplinas, integrada e interdisciplinar, de acordo com as etapas do
ensino. O ponto central do processo da educação empreendedora é o aluno, sendo o
protagonista, buscando o autodirecionamento em aprender, desenvolver – se, reforçando os
conceitos de si, por meio do desenvolvimento de habilidades, autonomia em impor sua
identidade e competências do ser (SCHAEFER; MINELLO, 2016, p.77).

METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia é um método que fornece meios, conjunto de ferramentas, técnica,
métodos, princípios e regras, sistematizados, organizados de forma clara e lógica, sendo, um
guia de passo a passo de como alcançar um objetivo proposto (WILSON, 1999). Segundo
Vergara (2000), a pesquisa pode ser caracterizada quanto aos fins e aos meios: Quanto aos
fins, o objetivo dessa pesquisa caracterizou-se como exploratória e descritiva. A pesquisa
exploratória é uma investigação realizada em uma área na qual há pouco conhecimento
acumulado e sistematizado.

A pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental,


entrevistas não padronizadas e estudos de caso. E tem como principal “finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias”, visando formular problemas com
precisão ou “hipóteses pesquisáveis”, Gil (2010 p. 27). Já a pesquisa descritiva descreve as
características de fenômenos, população ou relação entre variáveis, envolvendo o uso de
técnicas de coletas de dados: questionário e observação sistemática. Em geral, assume a forma
de levantamento (SILVA; MENEZES, 2000).

5
Em relação à abordagem a pesquisa foi qualitativa e quantitativa. Para Malhotra
(2001), a pesquisa qualitativa ajuda a melhorar a visão e a compreensão do contexto do
problema. Pereira (2001, p. 21-22), acrescenta que a pesquisa qualitativa é uma “investigação
de eventos qualitativos, mas com referenciais teóricos menos restritivos e com maior
oportunidade de manifestação para a subjetividade do pesquisador”. Nesse método o
pesquisador poderá explicar o porquê dos fenômenos. Já a pesquisa quantitativa utiliza dados
para quantificar e fazer análises estatísticas (MALHOTRA, 2001). Utilizado números para
medir as hipóteses da pesquisa.

Quantos aos meios a técnica de pesquisa foi a bibliográfica, entrevistas e


questionários. Sendo a bibliográfica o estudo em materiais, como: livros, artigos, teses,
dissertações, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral
(VERGARA, 2000). Para qualquer tipo de pesquisa existe uma fundamentação teórica, assim,
como uma pesquisa prévia de levantamento da situação em questão (CERVO; BERVIAN,
1976). A técnica de entrevista é uma conversação direta, sendo para Marconi e Lakatos
(2010) o encontro entre duas pessoas, onde uma delas obtenha informação de um
determinando assunto, e foi direcionado ao pedagogo do programa. E o questionário aplicado
a 98 alunos do 6º ao 9º ano, sendo um instrumento de coleta de dados, constituído por uma
série de perguntas, a serem respondidas por escrito (MARCONI; LAKATOS, 2010).

O universo foi a cooperativa de crédito é a comunidade que está engajada no processo


de educação empreendedora. Optando pela amostra não probabilística por acessibilidade,
utilizando coleta de dados por meios de instrumentos de questionários direcionado a 98
participantes do programa de educação cooperativista, empreendedora e financeira, sendo,
eles alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. O período do pré-teste do questionário foi
aplicado no dia 18 de setembro, para 31 alunos, e foram diagnosticadas e inferidas correções
nas questões 10 e 12. Mediante correções foram acrescentados na questão 10 a opção talvez,
na questão 12 a opção outro. A aplicação do questionário foi no período de setembro a
outubro de 2017. A entrevista semiestruturada foi realizada no dia 16 de setembro de 2017,
com o pedagogo do programa.

RESULTADO E DISCUSSÃO
Essa pesquisa foi aplicada em uma cooperativa de crédito, fomentadora da educação
empreendedora na Chapada Gaúcha – MG, e em uma escola municipal localizada na zona
urbana da cidade, escola essa, participante do programa de educação empreendedora. O
objetivo da pesquisa é analisar as ações de educação empreendedora desenvolvidas por uma
6
cooperativa de crédito, com base no objetivo, foi realizada uma entrevista com o pedagogo do
programa com o intuito de levantar informações a respeito do programa e, conhecer a
percepção da instituição fomentadora. O questionário foi aplicado a 98 (noventa e oito) alunos
do ensino fundamental do 6º (sexto) ao 9º (nono) ano para conhecer a percepção dos
participantes em relação ao programa de educação empreendedora.

Sobre o programa de educação empreendedora


O programa de educação cooperativista, empreendedora e financeira, segundo o
pedagogo, surgiu com a necessidade de desenvolver ações voltadas ao cooperativismo na
região, tema em pauta na reunião de fomento em 2012 das cooperativas de crédito do
Noroeste de Minas Gerais juntamente com o SEBRAE. Dentre algumas ações apontadas, o
trabalho do cooperativismo nas escolas foi levando para os dirigentes das cooperativas. Em
função disso, a cooperativa de crédito da Chapada Gaúcha – MG, em 2013 começou a
articular parceria com a rede municipal de ensino do município propondo a ideia de inserção
do cooperativismo nas escolas. Compactuado, iniciou-se em 2014 as primeiras ações da
cooperativa junto ao SEBRAE4 e o Sistema Ocemg5 levando capacitações de cooperativismo
e educação empreendedora aos professores da rede municipal de ensino de Chapada Gaúcha –
MG.

As ações do programa começam com a formação de multiplicadores, por meio dos


parceiros, esses multiplicadores, capacitam os professores atuantes na sala de aula, logo, os
alunos são atendidos diretamente, as aulas teóricas em aula são conciliadas com atividades
práticas para os alunos, por meio de idealização de produtos e serviços com finalidade de
constituir cooperativas escolares e feiras empreendedoras por meio da disciplina, cultura
empreendedora. Um dos objetivos do programa é a formação de qualidade para os alunos,
utilizando o cooperativismo, o empreendedorismo e a educação financeira, denominado pelo
pedagogo como o tripé do programa. Com isso, os alunos são preparados para atuar no
mercado e nos contextos atuais.

4
SEBRAE – O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais é uma entidade associativa de
direito privado, sem fins lucrativos. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mg/quem_somos?codUf=14>. Acessado em: 15 de novembro
de 2017.
5
OCEMG - O Sistema Ocemg é formado pela Ocemg, entidade de representação política e sindical patronal das
cooperativas no Estado, e também pelo Sescoop-MG, responsável pelas atividades de formação profissional,
monitoramento e promoção social do setor. Atua em benefício do crescimento e desenvolvimento do
cooperativismo mineiro, orientando as cooperativas na busca por uma gestão cada vez mais eficiente, que
impulsione o crescimento socioeconômico do Estado. Disponível em:
<http://www.minasgerais.coop.br/pagina/109/home.aspx. Acessado em: 27 de outubro de 2017>.

7
Na percepção da instituição o programa ajuda formar indivíduos capazes de vender
ideias ou produtos no mercado, direcionando as ações para a comunidade, uma vez que o
trabalho é feito via cooperativa escolar. Segundo o pedagogo, as cooperativas escolas são
laboratórios práticos onde se trabalha os três eixos, cooperativismo, empreendedorismo e
educação empreendedora. Uma vez que as cooperativas escolares são pensadas, constituídas e
geridas pelos alunos, juntamente com auxílio dos professores. Com tudo, o produto do
programa é a geração de cooperativas escolares, assim como, mudanças no comportamento
dos alunos e no entendimento dos pais desses alunos sobre o conceito do cooperativismo.

Atualmente o programa atende desde a educação infantil entre 2 a 3 anos, na Chapada


Gaúcha, até alunos do ensino fundamente e médio na Chapada Gaúcha e nos municípios de
Urucuia - MG, Pintópolis - MG, São Francisco - MG, Januária - MG, Comunidade Marimbas
- MG e Bonito de Minas - MG. O programa está sendo desenvolvido em 30 (trinta) escolas
estaduais e municipais, dentro da área de atuação da cooperativa de crédito. Foram
capacitados 700 professores, atuante nas salas de aulas, esses professores, estão replicando o
conceito e o conteúdo para 7 mil alunos. Dados levantados segundo o pedagogo do programa
pelas secretárias de ensino e superintendências de ensino das escolas estaduais.

O pedagogo descreve o papel da cooperativa como intermediária, entre as instituições


escolares e os parceiros. Os parceiros atuantes no programa são o SEBRAE, Banco Central do
Brasil, Sistema OCEMG, Sescoop nacional (Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo) e a rede pública de ensino municipal e estadual. A cooperativa de crédito
baseia suas ações nos princípios do cooperativismo, sendo eles o quinto princípio, educação,
formação e informação e o sétimo, interesse pela sociedade. Como resultados, foram
constituídas duas cooperativas escolares, com a terceira em articulação, outro resultado,
enfatizado pelo pedagogo é a inserção das disciplinas, cultura empreendedora, cooperativismo
e educação financeira na rede municipal de ensino da Chapada Gaúcha em 2017, as demais
escolas municipais e estaduais em outros municípios fazem por meio de projetos inseridos nas
disciplinas dos professores, uma vez que os professores estão sendo capacitados. A tabela 1,
refere - se a linha do tempo das ações da cooperativa de crédito, inerente ao programa.

Tabela 1 - Linha do tempo do programa


Data Etapa do programa educação empreendedora
2012 1ª Reunião de fomento das cooperativas de crédito do Noroeste de Minas
Gerais juntamente com o SEBRAE.
2013 Articulação de parceiras
2014 - 2015 Capacitações dos professores. Início do trabalho nas escolas, resultando em
cooperativas escolares e feiras empreendedoras.

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2015 – 2016 Começou o trabalho com o Banco Central do Brasil – com o trabalho de
educação financeira.
O programa expandiu para toda área de atuação da cooperativa de crédito,
2017 Chapada Gaúcha - MG, Urucuia - MG, Pintópolis - MG, São Francisco -
MG (Exceto – Januária que não tem agencia da cooperativa), Comunidade
Marimbas – MG e Bonito de Minas - MG.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Em relação ao gênero dos pesquisados, a representatividade do sexo feminino é de
51,02%, a diferença para o sexo masculino é de 2,04%, a faixa etária desses alunos encontra-
se entre 10 a 15 anos. Em sua totalidade são estudantes do ensino fundamental, sendo,
residentes em dois espaços geográficos, 75,51% no espaço urbano, e 24,49% deslocam da
zona rural.

Tabela 2 - Dados demográfico da pesquisa (N=98)

Variação Categoria N Porcentagem

Gênero Feminino 50 51,02%


Masculino 48 48,98%

Faixa Etária Entre 10 e 12 anos 49 50%


Entre 13 e 15 anos 49 50%

Nível de escolaridade Ensino fundamental incompleto 98 100%

Residente Zona Rural 24 24,49%


Zona Urbana 74 75,51%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.


O programa é desenvolvido efetivamente desde 2014, com ações voltadas à
capacitação de professores da rede municipal e estadual. Em 2015 iniciaram-se os trabalhos
com os alunos, esses, representados em 35,71% dos pesquisados. Os participantes que estão
no programa, entre 2 a 3 anos, somam 88,77%. Os que iniciaram no programa em uma
semana e entre 3 a 18 meses, são 11,22% dos alunos, essa porcentagem refere-se as novas
matrículas na escola. Como mostra a Tabela 3, em relação a participação no programa.

Tabela 3: Participação no programa (N=98)


Participação N Porcentagem

1 ano 5 5,10%
1 ano e 6 meses 1 1,02%
1 semana 1 1,02%
2 anos 35 35,71%
2 anos e 3 meses 1 1,02%
2 anos e 5 meses 2 2,04%

9
2 anos e 6 meses 14 14,29%
3 anos 35 35,71%
3 meses 1 1,02%
7 meses 1 1,02%
8 meses 1 1,02%
9 meses 1 1,02%
Total Geral 98 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Percepção dos participantes do programa

Em relação a percepção dos participantes sobre o programa, os alunos aprovam 100%


as práticas do programa, justificada, pelo desenvolvimento de habilidades, inovação,
criatividade, solução de problemas da sociedade e no despertar em abrir um negócio.
Analisado 236 respostas sobre a importância do programa, cerca de 32,63% marcaram a
opção que o programa desperta interesse em abrir negócios, os que consideram o programa
desenvolvedor de habilidades, representou 30,08%, e os que assimilam o programa a
inovação e criatividade foram 28,81%, os que consideraram o programa um agente
solucionador de problemas inerente a comunidade, somou 8,47% das respostas.

As habilidades consideradas desenvolvidas na participação do programa, entre as 9


(nove) habilidades apresentadas, sendo, a criatividade, inovação, organização, iniciativa,
agilidade, comunicação, trabalho em equipe, liderança e planejamento. Considerando apenas
três habilidades, em sua maior porcentagem, resultaram em, trabalho em equipe 24,74%,
criatividades 24,04% e planejamento com 18,47% das respostas. Todas as alternativas foram
marcadas, tendo o somatório de 287 respostas. Conforme mostra a tabela 3:

Tabela 3 – Habilidades desenvolvidas (N = 98)

Habilidades Quantidade %

Criatividade 69 24,04%

Inovação 18 6,27%

Organização 21 7,32%

Iniciativa 26 9,06%

Agilidade 10 3,48%

Comunicação 7 2,44%

Trabalho em equipe 71 24,74%

10
Liderança 12 4,18%

Planejamento 53 18,47%

Total Geral 287 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.


Dessa forma, o ensino da educação empreendedora aos alunos, permitiu o contato com
a cultura empreendedora no formato de incubadora social, desenvolvendo economicamente é
incorporando valorização, geração e distribuição de riquezas, assim, como a inovação,
criatividade, independência, auto sustentação e liberdade (DOLABELA, 1999). Os dados
apresentados, sobre a importância do programa e as habilidades desenvolvidas na percepção
dos alunos, demostram as inferências do programa no desenvolvimento pessoal e no espirito
empreendedor.

Para os alunos o conceito de empreendedorismo vai além de abertura de empresas,


pois, desenvolvem habilidades, 44 alunos marcaram esse conceito. Os outros, 53 alunos
pesquisados, assemelha o pensamento sobre empreendedorismo, sendo, algo importante, pois,
possibilita uma maior visão sobre a capacidade de inovar, e desenvolver a comunidade por
meios de ações coletivas. Apenas 1 (uma) resposta foi registrada, para os que consideram o
conceito de empreendedorismo como somente abrir empresa.

A conceituação dos alunos vai ao encontro do pensamento de Hisrich e Peter (2004),


corroborando, ao dizer que o papel do empreendedorismo é desenvolver ações que vão além
das questões econômicas, gerando mudanças nas estruturas do negócio e principalmente da
sociedade. Mesmo os alunos compreendendo a importância do empreendedorismo e visão de
ir além de abrir negócios, a pesquisa aponta que 83,68% dos alunos tem interesse em abrir
uma empresa, incluindo 14,29% da alternativa talvez.

Na percepção dos 82 alunos que têm interesse em abrir um negócio, as áreas de


tecnologia, comércio e serviços foram mais expressivas, 73,42%, assim como, os setores do
esporte, agricultura familiar, loja de produtos, empreendedorismo social e outros setores,
como: saúde, estética, jurídico, veterinária e engenharia civil, 73,08%. Esse interesse
despertado pelo contato com a cultura empreendedora, e o desenvolvimento do espírito
empreendedor nos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Essa pesquisa objetivou analisar as ações de educação empreendedora desenvolvidas
por uma cooperativa de crédito no fomento à educação empreendedora. A pesquisa foi
aplicada em uma cooperativa de crédito e os participantes, que são alunos do ensino
fundamental da cidade de Chapada Gaúcha - MG. O programa desenvolvido pela instituição
tem a parceria do SEBRAE, Banco Central do Brasil, Sistema OCEMG, SESCOOP Nacional,
a rede pública de ensino da Chapada Gaúcha – MG, e os municípios do lado esquerdo do Vale
do Rio Urucuia, no qual a cooperativa tem atuação.

Mediante pesquisa com o pedagogo, pode-se observar que as ações da instituição


buscam atender a comunidade, por meio de cooperativas escolares, com produtos do trabalho
de formação de multiplicadores que capacitam os professores, sendo, os professores o ponto
de partida do programa, pois, por meio dos professores é possível chegar aos alunos de forma
mais efetiva e mais didática. Uma vez que, a rede municipal de Chapada Gaúcha - MG possui
a disciplina cultura empreendedora, cooperativista e educação financeira na composição da
grade curricular.

Notou-se que o contato com a cultura empreendedora despertou nos alunos o interesse
em abrir um negócio, representado por 83,68% dos pesquisados. E contribuiu com o
desenvolvimento de habilidades empreendedoras, consideradas pelos participantes e
associadas a visão do empreendedorismo ir além de criação de empresas. Contudo, pode-se
dizer que a educação empreendedora na idade de formação do indivíduo, possibilita o
encontro de novos conceitos e novas vertentes, formando indivíduos que criam, pensam e
produzem soluções que tendem a mudar o comportamento da comunidade e principalmente
da estrutura familiar.

A pesquisa limitou-se a uma amostra de 98 alunos do ensino fundamental,


considerando 7 (sete) mil atendidos na totalidade. Sugere-se para os próximos trabalhos,
ampliar a pesquisa para o ensino médio e com o público alvo do programa, os professores.
Para o ensino médio, pois, analisa o desenvolvimento dos alunos, desde o ensino
fundamental, até o médio, onde, de fato são constituídas as cooperativas escolares. E a
pesquisa com os professores para conhecer a percepção do público alvo do programa, as
visões, opiniões e sugestões, sendo, os professores protagonistas da comunicação entre o
programa e os alunos. Sugere-se, ainda estudos que avaliem o impacto na comunidade e na
vida dos participantes do programa. E estudos comparativos entre escolas envolvidas no
programa e escolas que não trabalham com o programa de educação empreendedora

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REFERÊNCIAS

CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Científica. São Paulo: Mc Graw-Hill do


Brasil, 1976.

DOLABELA, Fernando. A oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura Editores, 1999.

______, Fernando. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

______. Fernando. Pedagogia empreendedora: o ensino de empreendedorismo na educação


básica, voltado para o desenvolvimento social sustentável. São Paulo: Editora de Cultura,
2003.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios –


edição comemorativa de 10 anos. Rio de Janeiro: Elsevier Campos, 2011.

______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 6. ed. São Paulo:


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