Associação Ambientalista de Marília – CNPJ 03.057.

802/0001-26 Fundada em 24/05/1995

Nota Pública – 18/09/2018

Apoio aos moradores do entorno da Praça de Pedágio da SP-333, km 315 – Bairros Fazenda do
Estado e Centro Mesquita, Estâncias Vila Bela I, II e III
Vimos publicamente expressar o apoio aos moradores do entorno da Praça de
Pedágio da rodovia estadual Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333, km 315) em sua
luta pelo direito social ao TRANSPORTE conforme previsto no artigo 6º da Constituição
Cidadã.
Trata-se de um serviço público essencial, um direito humano. Seu exercício não é
só um meio facilitador para se atingir outros objetivos, como a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança. Assim como a educação não
deve ser encarada como uma forma de se “preparar para o mercado”, pelo contrário, deve
servir de instrumento de emancipação para a vida; o TRANSPORTE deve ser respeitado
como um fim em si mesmo.
Marília e seu entorno sofrem há tempos com a falta de investimentos no setor. Faz
20 anos que a ferrovia não nos serve. Os ônibus municipais, intermunicipais e
interestaduais operam sob descontentamento dos usuários, em terminais precários. A
infraestrutura viária deixa a desejar e a única opção para o escoamento de cargas é o
modal rodoviário.
Os três níveis de governo (Federal, estadual e municipal) devem estabelecer polí-
ticas públicas em suas esferas de competência, de modo participativo, democrático e sob
controle e fiscalização popular. O que vimos foi a ruptura unilateral do contrato entre o
DER e a empreiteira Sobrenco, com 89% de obras concluídas no trecho que, na
sequência, foi repassado à iniciativa privada por um valor de outorga que se aproxima de
R$ 1 bilhão. A recuperação de outra rodovia, a SP-294, entre Gália e Marília, que há
menos de dois anos estava em estado deplorável, custou R$ 27 milhões. Agora o
Governo Estadual também pretende repassá-la ao setor privado, até Parapuã. A
continuação do nosso anel viário, o contorno leste da cidade (BR-153), cujo projeto
executivo está pronto desde 2015, espera o aval do Governo Federal para ser executado.
A instauração pela Assembleia Legislativa da Microrregião de Marília, conforme Lei
Complementar Estadual 760/1994, daria oportunidade de se discutir o Transporte numa
estrutura de governança interfederativa, conforme prevê o Estatuto da Metrópole (Lei
Federal 13.089/15). O planejamento do setor seria feito de modo técnico, a longo prazo, e
submetido a ampla e democrática participação popular.
Enquanto nossos representantes não entenderem que todo o poder emana do
povo e em seu nome deve ser exercido, AGINDO E CRIANDO fóruns permanentes para
tal, seremos obrigados a continuar lutando pela política do “tapa-buraco”, pelos remendos
e pela reversão de desastres que até parecem ter sido planejados.
Solidariamente,
Flávio H. Nóbrega – Coordenador de Mobilidade

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