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Sérgio Sêco
University of Coimbra
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FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS
E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS
SÉRGIO LUIS RODRIGUES SÊCO
FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS
E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS
ORIENTADOR:
DOUTOR LUÍS CARLOS GAMA PEREIRA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS iV
LISTA DE ESQUEMAS Vi
LISTA DE GRÁFICOS Vii
LISTA DE QUADROS Vii
LISTA DE FOTOGRAFIAS Vii
AGRADECIMENTOS X
RESUMO Xii
ABSTRACT Xiii
1. INTRODUÇÃO 1
2. ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO E GEOTECTÓNICO DE
ANGOLA 8
2.1. ASPECTOS GERAIS À GEOLOGIA DE ANGOLA 8
2.2. ARCAICO (3850-2500 Ma): PALEOARCAICO (3600-3200 Ma) 11
2.3. PROTEROZÓICO INFERIOR A MÉDIO 14
2.4. PALEO-MESO-PROTEROZÓICO – CICLO KIBARIANO 16
2.5. NEO-PROTEROZÓICO – CICLO PAN-AFRICANO (450 – 1000 Ma) 17
2.6. FANEROZÓICO (PALEOZÓICO, MESOZÓICO E CENOZÓICO) 18
2.6. GEOTECTÓNICA DE ANGOLA 19
2.6.1. CARACTERIZAÇÃO GEOTECTÓNICA 19
2.6.2. EVOLUÇÃO TECTÓNICA DE ANGOLA 20
2.6.2.1. COMPLEXOS DE BASE 20
2.6.2.2. ESTÁDIOS DE EVOLUÇÃO TECTÓNICA 21
2.6.2.2.1. ESTÁDIOS DE TRANSIÇÃO 21
2.6.2.2.2. ESTÁDIOS DE ESTABILIZAÇÃO 21
2.6.2.2.3. ESTÁDIOS DE REACTIVAÇÃO 22
3. MORFOLOGIA GERAL DOS KIMBERLITOS 24
3.1. O MAGMA KIMBERLÍTICO 27
3.1.1. DIAMANTE 28
3.1.2. GRAFITE 28
3.2. CLASSIFICAÇÃO PETROLÓGICA 29
3.2.1. KIMBERLITOS 29
3.2.2. ORANGEÍTOS 30
3.2.3. LAMPROÍTOS 30
3.2.4. LAMPRÓFIROS 30
3.2.5. KAMAFUGITOS 30
3.3. TIPOS DE FÁCIES KIMBERLÍTICAS 31
3.3.1. FÁCIES DE KIMBERLITOS DE CRATERA 32
3.3.2. FÁCIES DE DIATREMA DE KIMBERLITOS 34
i
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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BIBLIOGRAFIA 122
Anexos: 131
Anexo A – Ficha de ensaio 132
Anexo B – Ficha de estado de desenvolvimento mensal de ensaios e poços 132
Anexo C – Análises Químicas das granadas do Kimberlito Camafuca-
Camazambo 133
Anexo D – Coordenadas do Levantamento geológico do Kimberlito do Catoca 134
Anexo E – Carta geológica e tectónico-estrutural do Kimberlito do Catoca 138
Anexo F – Perfil geológico N-S 139
Anexo G – Perfil geológico W-E 140
Anexo H – Fotografias 141
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Cidade de Kimberley. University of Cape Town, Department of Geological Sciences (1998), Kimberley
Mine, consultado no ano de 2009, http://web.uct.ac.za/depts/geolsci/dlr/hons1998/kimb1.jpg
Figura 2 – Exploração do Catoca, Sociedade Mineira do Catoca, retirado do Google Earth em 2008, adaptada.
Figura 3 – Esboço estrutural e geotectónico de Angola, segundo Heitor de Carvalho (1983). No presente esboço
foram efectuadas adaptações necessárias, dado o erro de impressão à data, coloração da legenda, bem como
sobreposição do esboço geológico com o geotectónico.
Legenda: 1 – Fanerozóico – coberturas e rochas sedimentares; magmatismo mesozóico, genericamente do
Cretácico. 2 – Pan-Africano (450 – 1000 Ma); 3 – Kibariano (1000 – 1400 Ma); 4 – Kibariano (?), Eburneano (?); 5
– Eburneano (1700 – 2200 Ma); 6 – Intervalo Eburneano-Arcaico/Paleoproterozóico (?) (> 2200 e < 2500 Ma);
Arcaico (Neoarcaico) (?) (2500 – 2800 Ma); 7 – Arcaico rejuvenescido; 8 – Arcaico (2500 – 2900 Ma); 9 –
Paleoarcaico (Katarcaico rejuvenescido (?); 10 – Paleoarcaico (Katarcaico) (> 3200 Ma).
Figura 4 – Mapa Tectónico de Angola segundo Torquato (1975), adaptado.
Figura 5 – Modelo de sistema magmático de um kimberlito tipo Sul Africano, segundo Mitchell (1986), adaptado.
Demonstrando a relação ente rochas efusivas, de diatrema e rochas abissais. A fácies de rochas abissais inclui as
Soleiras, Diques, as Zonas de Origem e o Soco. O presente modelo apresentado não se encontra a escala.
Figura 6 – Modelo crostal para ambiente de formação de diamantes, modificada por Mitchell (1995), adaptado.
Delimita a linha de estabilidade entre diamante e grafite. Legenda: K-kimberlito, O-orangeíto, L-lamproíto, M-
melilitito, N-nefelinitos e carbonatitos., LAB-limite litosfera-astenosfera.
Figura 7 – Modelo de fonte de diamantes, modificada segundo por Kirkley et al. (1991), adaptado. Delimita a linha
de estabilidade entre diamante e grafite. Legenda: K-Kimberlito, L-Lamproíto.
Figura 8 – Podemos observar as curvas de estabilidade do Diamante e da Grafite, e gradientes geotermal,
modificada segundo por Kirkley et al. (1991), adaptado.
Figura 9 – Classificação modal dos kamafugitos, adaptada por Sahama (1974).
Figura 10 – Ilustra-se um modelo de um vulcão kimberlítico, baseado na fácies de cratera de kimberlitos da
Tanzânia (entre outros o de Igwisi), Orapa (Bostswana) e Kasami (Mali), com ocorrência na superfície de um anel
de tufos e um lago, adaptado segundo Mitchell (1986).
Figura 11 – Adaptado, segundo Wohletz e Sherindan (1983), ilustramos um modelo de Anéis de Tufos formados
por hidrovulcanismo.
Figura 12 – Sequência paragenética da cristalização das principais megas e macrocristais, bem como minerais
Kimberlíticos das massas mais fundas, segundo Mitchell (1986).
Figura 13 – Distribuição de Campos Kimberlíticos e Rochas Alcalinas, em relação ao sistema de rift Africano,
adaptado, segundo a compilação de Dawson (1970), McConnell (1972), Mitchell e Garson (1981), e Janse (1985).
Adaptado, Mitchell (1986).
Figura 14 – Relação entre o Campo Kimberlito de Yakutian e os Complexos alcalinos proposto por Arsenyev
(1962) e Bardet (1965), a sul do Mar Laptev, NE da Russia. Kimberlitos: 1 – Daldyn-Alakit; 2 – Muna; 3 – Olenek
Médio; 4 – Olenek Baixo; 5 – Malo-Butuobinsk; 6 – Luchakan (Anabar Superior); 7 – Aldan. Complexos Alcalinos:
A – Maimecha-Kotui; B – Tobukski; C – Ingili; D – Arbarastakh.
Figura 15 – Relação entre os campos kimberlíticos e as anticlises e sinclises, segundo Pretorius (1973).
Figura 16 – Reconstituição paleogeográfica do Precâmbrico há 650 Ma, segundo C. R. Scotese, 1997.
Figura 17 – Segundo Haggerty, S. E. (1999), observamos as localizações dos Archons, Protons e Tectons, de
concentrações e de explorações de diamantes representados pelo símbolo do mesmo. A Diamond Trilogy.
Science. Vol. 285, p. 851-858.
Figura 18 – Distribuição de campos kimberlíticos nas províncias de Africa do Sul, segundo Mitchell (1986).
Figura 19 – Localizações de áreas de maior concentração de diamantes em Angola, tanto em depósitos primários
como em secundários continental. É utilizado um esboço estrutural e geotectónico de Angola, segundo Heitor de
Carvalho (1983), e Torquato (1975).
Legenda: 1 – Fanerozóico – coberturas e rochas sedimentares; magmatismo mesozóico, genericamente do Cretácico (x). 2 – Pan-Africano (450 –
1000 Ma); 3 – Kibariano (1000 – 1400 Ma); 4 – Kibariano (?), Eburneano (?); 5 – Eburneano (1700 – 2200 Ma); 6 – Intervalo Eburneano-
Arcaico (?) (> 2200 e < 2500 Ma); Arcaico (?) (2500 – 2800 Ma); 7 –Arcaico rejuvenescido; 8 – Arcaico (2500 – 2900 Ma); 9 –Paleoarcaico
(Katarcaico) rejuvenescido (?); 10 – Paleoarcaico (Katarcaico) (> 3200 Ma).
Figura 20 – Corredor de Lucapa, adaptado, segundo Michael Smith (2004), Concessão C9 na Lunda Sul, da Angola
Resources (PVT) Ltd, pertencente à New Millennium Resources Limited, Perth, Western Austrália,
http://www.new-millennium.com.au/images/lucapa_map.gif, pesquisada em 2008.
Figura 21 – Exemplos de localizações de Províncias e Campos Kimberlíticos nas Lundas, Angola.
Figura 22 – Diagrama de Hjulstrom. Modelo sobre a velocidade média da corrente necessária para o início do
movimento em condições lineares e uniformes, numa profundidade de 1 metro. Adaptado de Campy e Macaire
(1989).
Figura 23 – Tipos de carga e modo de transporte pela corrente, segundo Burchfiel et al. (1982).
Figura 24 – Formação de um canal anastomosado a parir de canal entrelaçado. Experiência laboratorial, segundo
Thorne (1997). Fig. A: (a) – banco de areia; B: (a) – banco de areia, (b) – banco de ilha de areia; C: (a, b) –
aparecimento de vários bancos de ilhas de areia; E: (b) – complexo de vários bancos de ilhas de areia.
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Figura 25 – Diferenciação de padrões de drenagem dos canais fluviais segundo Thorne (1997).
Figura 26 – Esquema simples, apresentando os tipos de depósitos secundários com possível concentração de
diamantes. Baseado no esquema sobre os tipos de depósitos secundários de diamantes, segundo Moisés (2003).
Figura 27 e 28 – A primeira imagem (esquerda) de satélite retirada do Google, mostra uma concessão de depósitos
secundários muito perto da Vila de Calonda, Lunda Norte, com uma altitude de ponto de visão de 8,20 km, nas
coordenadas 8º28’58.08” S e 20º32’19.53” L. A segunda imagem (direita) de satélite é retirada também do Google,
mostra uma exploração de depósitos secundários efectuada por garimpeiros na Lunda Norte, com uma altitude de
ponto de visão de 466 m, nas coordenadas 9º11’27.68” S e 20º20’27.68” L.
Figura 29 – Concessão C9 na Lunda Sul, da Angola Resources (PVT) Ltd, pertencente à New Millennium
Resources Limited, Perth, Western Austrália e elaborado por Michael Smith (2004).
Figura 30 – Mapa de Angola representando os depósitos primários e os secundários com referência aos depósitos
marítimos. Imagem retirada da Diamond Industry, Annual Review – Republic of Angola 2004.
Figura 31 – Situação morfológica de amostragem. Diversas posições de camadas num curso de água em relação às
diversas zonas de um aluvião. A – Grandes colectores onde existe necessidade de se executar poços na zona de
cascalho; B – Amostragem ideal; C – Amostragem é efectuada nas margens e nas marmitas que possam existir por
cima do “bed-rock”. Segundo Chaussier (1981).
Figura 32 – Localizações de zonas ricas em aluviões. As localizações de poços 1 e 2 correspondem às zonas mais
propícias de ocorrência de depósitos secundários. Exemplo segundo Chaussier (1981).
Figura 33 – Corte de um poço de prospecção. Exemplo segundo Chaussier (1981)
Figura 34 – Lavagem de sedimentos: A – Bateia; B – Sluice; C – Jiga a pedais manual; D – Jiga mecânica.
Fotografias retiradas de imagens pesquisadas em 2008:
A - http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/eb/Gold_Pan.jpg/250px-Gold_Pan.jpg
B, C e D - https://woc.uc.pt/dct/getFile.do?tipo=2&id=49
Figura 35 – Exemplo de um tratamento de cascalho na prospecção de minerais diamantíferos.
Figura 36 – Método dos rectângulos, segundo R. Antoine, “Les méthodes pratiques d’évaluation des gîtes
secondaires aurifères appliquées dans la région de Kilo-Moto”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier”
(1981).
Figura 37 – Método dos trapézios, segundo Bonte, “L’étude des gîtes secondaires: métaux et pierres précieuses.
Prospection et exploitation des alluvions”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier” (1981).
Figura 38 – Método das zonas, segundo Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier” (1981).
Figura 39 – Método das curvas de isoteores, segundo R. Antoine, “Les méthodes pratiques d’évaluation des gîtes
secondaires aurifères appliquées dans la région de Kilo-Moto”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier”
(1981).
Figura 40 – Diagrama Cr 2 O 3 – CaO, para as inclusões de granadas peridotíticas de diversos locais do mundo,
publicado por Gurney (1984).
Figura 41 – Diagrama de granadas Cr 2 O 3 -CaO, mostrando a composição de granadas segundo Grütter et al. (2004).
Di/Gr é a curva invariante da grafite/diamante.
Figura 42 – As granadas do kimberlito Camafuca-Camazambo, segundo o diagrama de classificação das granadas
derivadas do manto relativo aos conteúdos de Cr 2 O 3 e CaO, segundo Grütter et al. (2004). As granadas são
classificadas segundo as nomenclaturas: G0 (não classificadas); G1 (megacristais com baixo teor em crómio); G3
(eclogítico); G4 (Piroxenítico com baixo crómio/websterítico/eclogítico); G5 (piroxenítico); G9 (lherzolítico); G10
(harzburgítico) e G12 (wehrlítico); o grupo G1 e G11 (peridotito com alto teor de TiO 2 ), são classificados
anteriormente; as granadas G2, G6, G7 e G8 pertencem a grupos de origem crustal: os megacristais de granadas
(paralelograma tracejado) não se sobrepõem aos grupos G3, G4, G5, G9 ou G12 desde que ocorra um alto conteúdo
de TiO 2 ; as granadas do G5 são separadas das granadas do G9 dado o parâmetro do Mg#; as granadas que estão
perto da linha diamante-grafite, podem ser consideradas como pertencente a fácies dos diamantes,
independentemente do conteúdo em MnO; as granadas só podem ser consideradas G10 D quando MnO<0,36 %
peso. Simbologia: G10 D-diamante; G9-quadrado; G1-circulo; G4-triângulo.
Figura 43 – Solubilidade limite da molécula de knorringite no piropo em função da temperatura e da pressão,
segundo Irifune et al., 1982. São as condições de pressão mínima requerida para a cristalização das granadas G10 D
do kimberlito Camafuca-Camazambo (área ponteada), estimado pela molécula de knorringite de composição
(Mg 3 Cr 2 Si 3 O 12 ), equivalente ao índice 100Cr/(Cr+Al) de 14 mol.% ao alcance da temperatura típica da
cristalização do diamante (900 a 1200ºC).
Figura 44 – Discriminação das clinopiroxenas Cr 2 O 3 -Al 2 O 3 , segundo Ramsey and Tompkins (1994).
Figura 45 – Gráfico de discriminação da ilmenite, segundo Wyatt et al. (2004).
Figura 46 – Gráfico de discriminação da ilmenite Cr 2 O 3 e MgO, segundo Haggerty (1991). Campo simplificado
das ilmenites Kimberlíticas que são derivadas de amostras da América do Norte, Austrália e África do Sul, segundo
Wyatt et al. (2004).
Figura 47 – Gráfico de discriminação da olivina NiO-Fo. As olivinas que derivam das rochas kimberlíticas
apresentam-se no campo do gráfico, segundo Eccles e Sutton (2004).
Figura 48 – Várias texturas de rochas: a) Arenitos grosseiros; b) Arenitos mal calibrados; c) Calcário; d) Deposição
Gresosa; e) Granito; f) Basalto.
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LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1 – Localizações de operações mineiras formais nas Lundas, segundo Christian Dietrich (2001), em
Inventory of Formal Diamond Mining in Angola – Angola’s war economy. p. 141-172.
Esquema 2 – Legenda: A – Rochas Granulíticas do Complexo Charnokítico, B – Gnaisses Migmatíticos
Dibareanos, C – Metassedimentos do Grupo Jamba, D – Intrusões de Rochas Gabróicas, E – Metassedimentos do
Grupo Chivanda-Negola-Utende-Cela, F – Pórfiros Graníticos e Rochas Vulcânicas, G – Granitos do Eburneano, H
– Grupo Oendolongo.
LISTA DE GRÁFICOS
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Gráfico 1 – Produção de diamantes em quilates, entre o ano de 1995 a 2006. Informação retirada da Diamond
Industry, Annual Review – Republic of Angola 2007, adaptado.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Exemplos de registos de idade de diamantes e idade da intrusão, segundo Kirkley et al. (1991).
Quadro 2 – Relação: idades Geocronológicas-Cronostratigrafia-Orogenia, em Angola.
Quadro 3 – Quadro 3 – Equivalência litostratigráficas de base do Precâmbrico entre as formações de Angola e da
República Democrática do Congo, Africa do Sul e Africa Austral. As letras (A, B, C, D, E, F, G, H) na coluna de
Angola correspondem ao esquema anterior.
Quadro 4 – Diferenças mineralógicas entre Kimberlitos, Lamproítos e Orangeítos, adaptado segundo Mitchell,
1995. Legenda: X – está presente, --- – não está presente.
Quadro 5 – Classificação dos kimberlitos segundo Clement e Skinner (1985).
Quadro 6 – Composição mineralogica clássica das rochas kimberlíticas, lamproítos e outros usados como guias ou
indicadores prospectivos, segundo Muggeridge (1995).
Quadro 7 – Recursos do Rio Lapi, resumo, segundo Michael Smith (2004).
Quadro 8 – Principais métodos de prospecção geofísica.
Quadro 9 – Aplicação da Geofísica nas principais questões relacionada com a intrusão kimberlítica.
Quadro 10 – Variação típica de resistividades eléctricas dos materiais atravessados nos estudos Geoeléctricos.
LISTA DE FOTOGRAFIAS
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar queria agradecer ao Sr. Dr. José Augusto Ganga Júnior, Director Geral da
Sociedade Mineira de Catoca, pela sua colaboração, na oportunidade que me deu de poder efectuar
um estudo geológico na exploração, para assim poder aprender e desenvolver as minhas capacidades
técnicas como geólogo. Demonstrou desde o primeiro momento toda a abertura da estrutura para
executar o referido trabalho. Sem esta oportunidade o meu trabalho jamais poderia alcançar o
nível que tinha por objectivo.
Agradecer a ajuda imprescindível do Sr. Dr. António Muanza Loge, nos diversos contactos
estabelecidos para a organização da visita de trabalho.
Agradecer o profissionalismo, amabilidade e simpatia do Sr. José Zeca Ngoia, Sr. Eng.
Fernandes Bernardino Machado, Dr. Oliveira Barroso.
Muito agradeço a colaboração de toda a equipa do Sector da Mineração, bem como do Chefe de
Sector, Eng. Muangala, que autorizou de imediato toda a colaboração possível, bem como no
fornecimento pelo sector de planeamento, do levantamento topográfico actualizado da
exploração.
Agradecer a todo o Departamento de Geologia do Catoca, a colaboração e a ajuda preciosa dos
seus serviços, nomeadamente a colaboração prestada e indispensável do Sr. Eng. João Tunga
Félix, Eng. Teófilo Assunção, Eng. Homero David Justo, e do Sr. Eng. Francisco João e Sr.
Joaquim, no qual agradeço desde já a simpatia e profissionalismo demonstrado, bem como a
todos os outros técnicos e funcionários. Um agradecimento muito especial ao Sr. Eng. Adão
Alberto Sofia, que me acompanhou desde a primeira hora no estudo geológico do kimberlito de
Catoca,
Agradecer ao Sr. Eng. Chocolate a oportunidade que me deu de conhecer o Projecto Luemba e
de estar em contacto com as sondagens que se verificavam à data na Chaminé do Tchiuso, no
qual se revelou muito interessante.
Agradecer a Dina, uma esposa fantástica, o meu braço forte, muito obrigada pelo dinamismo e o
encorajamento que me tens dado na vida. Agradecer a paciência que tens tido ao longo deste
período, de facto “sem ti, isto não era possível”. Aos meus filhos, Camila e Pedro Afonso que
adoro. A vós os três, dedico o presente trabalho.
Aos meus pais, Jorge e Abrilina Sêco, que tão bem me educaram e ensinaram, julgo que melhor
é impossível. A minha irmã “Caty”, obrigada por seres tu mesma. Aos meus avós, Júlio e Helena
Sêco que já partiram, ao Manuel e Elvira Rodrigues, muito agradeço o carinho e o apoio que me
deram.
Agradecer a amizade dos meus sogros, Henrique e Altina Rodrigues. Agradecer o apoio
incondicional da Marilene Rodrigues e do Tó-Zé Marreco.
Agradeço aos meus tios, Germano e Encarnação Francisco, a minha prima Corina Francisco e ao
Rui toda a amizade e coragem que me conferiram.
Aos meus grandes amigos “Geólogos Açoreanos”, Fernando de Sousa Moniz e Francisco
Rodrigues, homens bons, amigos. Ainda recordo com saudade esse tempo de estudante, as noites
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de tertúlia bem passadas, de amizade, por vezes mal dormidas, mas únicas. Um agradecimento
também muito especial a todos os meus colegas de Curso e de Mestrado.
De uma forma especial, agradecer ter cruzado com um grande Geólogo, Dr. Luís Conde,
obrigado pela amizade, pelos bons momentos partilhados, por aquilo que nos ensinou, no qual
me atrevo a dizer: “quem o escutou, aprendeu”.
Aos meus bons amigos Horácio Santos, Carlos Rafael e Fausto Morais, quero agradecer todo o
apoio e colaboração que me deram. Ao Luís Cancela, Filipe Nuno, Horácio Rosa, José Paulo
Abranches, agradeço todo o apoio demonstrado, obrigado por confiarem em mim.
Agradeço a todos os meus familiares e todos os meus amigos que me ajudaram ao longo da
minha vida.
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RESUMO
Planear qualquer prospecção diamantífera é uma tarefa de elevada responsabilidade. A
prospecção mineira a executar requer uma boa preparação e uma organização capaz. É
necessário, um vasto conjunto de materiais, equipamentos e técnicos especialistas, para além das
condições necessárias para execução do trabalho.
No decorrer dos vários estudos de análise de concentrações diamantíferas, qualquer
prospecção deve reflectir as várias fases, até serem identificadas as possíveis localizações de
concentrações primárias e secundárias, obtendo-se assim, as informações necessárias de
resultados para posterior decisão.
Os kimberlitos são sem dúvida uma rocha complexa, rara e que terá de ter reunido
determinados factores favoráveis para poder trazer os diamantes até à superfície terrestre.
Segundo Ilupin e Haggerty, esta inicia-se a uma profundidade aproximada de 150 a 200 km, a
uma temperatura de 1200ºC e a uma pressão de 40 Kb. São reconhecidos como provindo de
magma ultrabásico rico em voláteis, com alto conteúdo de H 2 O e CO 2 e potássio com alto ratio
de K/Na.
De uma forma geral, os kimberlitos epiclásticos e piroclásticos, ocorrem por cima dos
kimberlitos de diatrema. Com o aumento de profundidade encontramos kimberlitos abissais e
hipoabissais, a que se associa a existência de soleiras. Os seus afloramentos podem apresentar
uma estrutura circular ou elíptica como topo de verdadeiras chaminés vulcânicas.
No decorrer do presente trabalho, foi muito importante a possibilidade de poder analisar a
chaminé kimberlítica do Catoca, em Angola. Situa-se no nordeste da República de Angola e a
sua exploração é feita pela Sociedade Mineira do Catoca. A concessão encontra-se numa região
situada nos limites entre as Lunda Norte e Sul, a cerca de 30 km a norte de Saurimo e ocupa uma
área de 340 km2. No período de trabalho e estágio nesta empresa foi realizado um levantamento
geológico da chaminé kimberlítica do Catoca e foram recolhidas várias amostras representativas
com o intuito de serem estudadas em laboratório. A chaminé do Catoca pertence ao grupo das
intrusões kimberlíticas do Cretácico a oeste do escudo Cassai. A rocha encaixante é constituída
por gnaisses do Précâmbrico e as rochas sobrejacentes, são rochas sedimentares mais recentes e
pertencem à formação de Kalahari. Para além dos kimberlitos propriamente ditos, pertencentes a
qualquer intrusão, podem ser reconhecidos kimberlitos brechóides maciços, tufos kimberlíticos e
kimberlitos brechóides autolíticos. As rochas vulcano-sedimentares diamantíferas, das fácies da
cratera, estão geneticamente ligadas à formação do próprio corpo mineralizado.
No entanto, sabemos que a erosão dos depósitos primários de diamantes tem início logo após
a actividade vulcânica, após a intrusão kimberlítica, depositando-se os diamantes em diversos
ambientes sedimentares. Os ambientes conhecidos onde existem depósitos diamantíferos
secundários estão ligados a ambientes fluviais de leques aluvionares, de rios entrelaçados, de rios
meandrizados e depósitos que resultam da interacção destes sistemas. Mas os ambientes dos rios
glaciares e dos canais subglaciares apresentam elevado potencial para a acumulação de minerais
pesados. Assim, num patamar de prospecção, as características dos depósitos secundários são
relativamente importantes, podendo valorizar e muito, o potencial exploratório.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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ABSTRACT
Planning any diamond prospecting is a task of high responsibility. The mineral prospecting
to run requires good preparation and capable organization. You need a wide range of materials,
equipment and technical experts, beyond the necessary conditions for execution of work.
Throughout the various studies of diamond concentration analysis, any prospecting should
reflect the various stages to be identified as possible locations of primary and secondary
concentrations, thus obtaining the necessary information of the results for later decision.
The kimberlites are undoubtedly a complex rock, rare and must have met certain favourable
factors in order to bring the diamonds to the surface. According Ilupin and Haggerty, this starts
at a depth of about 150 to 200 km at a temperature of 1200ºC and a pressure of 40 Kb. They are
recognized as coming from ultrabasic magma rich in volatiles, with high content of H 2 O and
CO 2 and potassium with high ratio of K/Na.
Overall, the epiclastic and pyroclastic kimberlites occur over the kimberlites of diatrema.
With increasing depth we find abyssal and hypoabyssal kimberlites, which is associated with the
existence of sills. Its outcrops may have a circular or elliptical structure as top of real volcanic
pipes.
In the course of this work was very important the possibility to analyze the kimberlitic pipe
of Catoca, in Angola. Situated in the northeast of Angola and its exploitation is done by the
Mining Society of Catoca. The grant is a region in the boundary between the North and South
Lunda, about 30 km north of Saurimo and occupies an area of 340 km2. In the working stage in
this company was conducted a geological survey of the kimberlitic pipe of Catoca and were
collected varied representative samples in order to be studied in the laboratory. The pipe of
Catoca belongs to the intrusion of Cretaceous kimberlites located west to the Cassai shell. The
country rock consists of Precambrian gneisses and overlying rocks, sedimentary rocks are more
recent and belong to the formation of the Kalahari. Apart from the kimberlites themselves,
belonging to any intrusion, can be recognized massif breccia kimberlites, kimberlites tufts and
kimberlitic breccia autolite. The volcano-sedimentary rocks diamond, from the crater facies are
genetically related to the formation of mineralized body.
However, we know that the erosion of primary deposits of diamonds begins immediately
after the volcanic activity, after the kimberlitic intrusion, depositing the diamond in various
sedimentary environments. Environments where there are known deposits of secondary
diamonds are linked to river environments of alluvial fans, intertwined rivers, meandering rivers
and deposits resulting from the interaction of these systems. But the environments of glacial
rivers and subglacial canals have high potential for accumulation of heavy minerals. Thus, in a
prospecting, the characteristics of secondary deposits are relatively important and valued in the
exploration potential.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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1. INTRODUÇÃO
A República de Angola situa-se na costa do Atlântico Sul da África Ocidental, entre a
República da Namíbia a Sul, a República do Congo a Norte, mas faz fronteira também com a
República Democrática do Congo a Norte e Este e com a República da Zâmbia a Este. Angola
tem uma área com cerca de 1 246 700 km2, uma costa marítima de 1650 km e uma fronteira
terrestre com 4837 km. As coordenadas de Angola inserem-se entre a Latitude Norte 04°22`G e
Latitude Sul 18°02`G e a Longitude Leste 24°05`E.G e Longitude Oeste 11°41`E.G.
Em termos económicos, Angola teve um crescimento sempre acima dos 15%, nos últimos
anos, de acordo com o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional). Muito deste
crescimento deriva da indústria petrolífera, mas muitos outros sectores estão em crescimento,
como por exemplo a construção civil, comunicações, serviços, agricultura, pesca, etc. No entanto,
para além do petróleo, a exploração de outros recursos naturais tem vindo a aumentar,
nomeadamente a exploração do diamante.
A base da economia angolana é de certa forma dominada pelos recursos petrolíferos e
diamantíferos. A título de curiosidade, só em Cabinda existem 62% dos recursos petrolíferos do
país. Relativamente à produção das explorações diamantíferas, estas têm evoluído dado o
controlo das concessões do Ministério de Geologia e Minas e do próprio Governo Angolano.
Temos de ter em conta que o Governo só controla, neste caso, cerca de 70% das explorações,
dado que os garimpeiros controlam a restante percentagem, provavelmente com mais de 350 mil
garimpeiros, embora a tendência seja a diminuição do controlo pelos garimpeiros.
No entanto, várias são as sociedades mineiras que estão a laborar em Angola, tanto em
explorações primárias como em depósitos secundários. Podemos observar no esquema 1 a
localização de operações mineiras formais na Província das Lundas, Angola, nomeadamente:
- Sociedade Mineira do Catoca, Ltd, labora na chaminé diamantífera do Catoca, próximo da
cidade de Saurimo, com as reservas estimadas em 40 milhões de quilates, sendo o líder na
produção de diamantes em Angola.
- Sociedade de Desenvolvimento Mineiro de Angola SARL, labora em depósitos secundários
com 85.6 km2 no Rio Cuango, perto da cidade de Luzamba. Numa primeira fase iniciou a sua
laboração na mina de Tázua (aluvionar).
- Associação de Chitotolo, onde no ano 2000 exploraram 194 mil quilates.
- Diamond Works, Ltd, no aluvião do Luo e do Yetwene.
- Sociedade Mineira do Camafuca, Ltd, no kimberlito de Camafuca com uma estimativa de
exploração na ordem dos 23.24 milhões de quilates.
- Trans Hex Group, Ltd, Endiama, Micol e Som Veterang, estão a proceder a exploração no
aluvião do Fucuana, com um potencial de 1.7 milhões de quilates, bem como do aluvião do
Luarica, com reservas na ordem dos 800 mil quilates.
- Sociedade Mineira de Lucapa e a Sociedade Portuguesa de Investimentos, iniciaram há alguns
anos os estudos para projectos aluvionares Lunda Norte e Lunda Sul em Calonda, Lucapa e
Mufuto.
- Energem Resources Inc., Alrosa e o Banco Espírito Santo estão a proceder à exploração de
Depósitos diamantíferos no Luo.
- Petra Diamonds Alto Cuilo Limited, constituído por Petra Diamonds Limited juntou-se ao
Billiton World Exploration Inc. para desenvolver um projecto de exploração no Alto Cuilo.
- Sociedade Mineira do Cuango, Ltd.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Esquema 1 – Localizações de operações mineiras formais nas Lundas, segundo Christian Dietrich (2001), em
Inventory of Formal Diamond Mining in Angola – Angola’s war economy. p. 141-172.
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identificado o primeiro diamante. Em 1921, a produção anual está estimada em 100 mil quilates,
em 1940 em 800 mil quilates, em 1945 centrou-se em 1 milhão de quilates, atingindo em 1973
cerca de 2.4 milhões de quilates, diminuindo nos anos seguintes, com uma contabilidade na
produção oficial em 1986 com cerca de 270 mil quilates e no início dos anos 90 com mais de 900
milhões de quilates, aumentando sucessivamente a produção até aos nossos dias. Podemos
observar essa evolução no presente gráfico 1.
Gráfico 1 – Produção de diamantes em quilates, entre o ano de 1995 a 2006. Informação retirada da Diamond
Industry, Annual Review – Republic of Angola 2007, adaptado.
As primeiras explorações em Angola ocorrem nas áreas de Andrada e Lucapa na região das
Lundas, com um potencial estimado em 0,2 a 0,3 quilates/m3. Desde 1970, a área do Cuango foi
um local de grande importância na exploração de diamantes com um potencial estimado de 2 a 5
quilates/m3, atingindo em certas áreas segundo Helmore (1984) 100 quilates/m3. Mas, neste país
de grande riqueza foram também encontrados diamantes na região central, como também na
região sudeste e sudoeste. Nas áreas referidas, encontramos chaminés kimberlíticas, tanto nas
regiões do Huambo, Andulo, Saurimo e Mavinga, entre outros locais que ainda não tiveram os
diversos estudos geológicos efectuados, com a finalidade de se obter os dados necessários para se
saber se têm ou não potencialidades de exploração.
Deve referir-se que em Angola os diamantes explorados têm uma qualidade excelente,
estando já colocados mundialmente na terceira posição do ranking, com gemas centradas
segundo Kun (1987) entre 8 a 10 quilates.
No que se refere à primeira descoberta de diamantes no mundo, estes tiveram início na Índia
muitos séculos antes de Cristo, mais precisamente há quatro milénios atrás, de acordo com os
registos que se encontraram nos textos transcritos de Ratnaparȋkskȃ, segundo Janse (1996). Mais
é referido por Jean-Batiste Tavernier, comerciante de pedras preciosas e aventureiro que até ao
século XVII era o único produtor mundial de diamantes, segundo as Edições Inapa “Diamantes –
No coração da Terra, no coração das Estrelas, no coração do Poder”.
Por outro lado, foram vários os diamantes famosos encontrados do ponto de vista histórico,
nomeadamente, Great Modal com 900 quilates, Nissam com 440 quilates, Regent com 410
quilates, Orloff e o Darya-I-Noor com 195 quilates, e o Shah com 95 quilates, entre outros.
Podemos também referir que Africa representa cerca de 76% da produção mundial em
diamantes, a Russia cerca de 17%, a América do Sul e Austrália cerca de 2%, e o Canada bem
como outros produtores cerca de 1%, segundo a Mining Review Africa.
O diamante é mais conhecido pelas qualidades das suas gemas, no entanto, algumas das suas
propriedades tornam-no ideal para muitas aplicações industriais, por ser o mineral de dureza mais
elevada. O diamante é constituído por carbono, no qual podem ocorrer algumas pequenas
quantidades de impurezas. Os diamantes industriais podem ser utilizados para corte,
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Figura 1 – Cidade de Kimberley. University of Cape Town, Department of Geological Sciences (1998), Kimberley
Mine, consultado no ano de 2009, http://web.uct.ac.za/depts/geolsci/dlr/hons1998/kimb1.jpg
O conhecimento relativo à formação dos kimberlitos tem evoluído bastante, mas apesar de
serem estudados, provoca na comunidade científica ainda opiniões divergentes.
Em Angola, como no resto do mundo, os diamantes são separados em duas categorias, os
primários que aparecem nas rochas hospedeiras de diamantes, kimberlitos e lamproítos, e os
secundários em depósitos sedimentares.
Os kimberlitos são rochas ígneas exóticas com grande potencial petrológico e económico
quando contêm diamantes. Este tipo de rocha tem particular interesse, como por exemplo para o
conhecimento científico da evolução do Manto, na ponderação de rochas de diatremas para os
vulcanólogos e na descoberta de diferentes variedades de diamantes.
O kimberlito é uma rocha ígnea intrusiva derivada do Manto Superior em área cratónica. No
quadro 1 seguinte, podemos observar exemplos de registos de idade de diamantes e idade da
intrusão:
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lamproítos foram descobertas na Austrália Ocidental, um país que se tornou um dos maiores
produtores mundiais de diamantes.
Os kimberlitos e os lamproítos, podem aparecer em afloramentos de pequenas dimensões,
desde algumas dezenas a centenas de metros de diâmetro, podendo estas rochas estar muito ou
totalmente alteradas, o que poderá dificultar a sua correcta identificação.
É de referir que ainda existem poucos dados sobre a ocorrência de lamproítos portadores de
diamantes, assim como é muito difícil obter as indicações possíveis sobre alguma prospecção dos
mesmos.
O objectivo do presente trabalho, insere-se numa área de exploração geológica que não é
aplicada em Portugal. A possibilidade de se poder efectuar e publicar um contributo sobre a
prospecção dos kimberlitos e formações ou depósitos secundários em Angola, poderá auxiliar
futuras colaborações. Desta forma, o presente trabalho irá certamente ajudar-nos a ter uma visão
diferente sobre este tipo de ocorrências, para além de enriquecer o conhecimento geral dos
apaixonados pela geologia. A presente dissertação poderá ainda “abrir portas” para uma futura
ligação Luso-Angolana de técnicos portugueses, dado que a República de Angola necessita de
muitos quadros com competências nesta área, bem como em diversas outras.
No desenvolvimento desta dissertação, principalmente nas referências Angolanas, a falta de
informação na bibliografia e aquisição da mesma, foi sem dúvida uma tarefa deveras difícil, dado
os poucos trabalhos executados e/ou publicados. Algumas das publicações são antigas e são do
tempo colonial. No entanto, procedeu-se também ao estudo e compreensão de outras publicações
sobre áreas de outros locais da Terra, na tentativa de se perceber as várias ocorrências de
intrusões continentais. Contudo, denota-se de uma forma geral, que se pretende que este
conhecimento esteja restringido a uma determinada comunidade científica e económica.
Relativamente à experiência vivida durante algumas semanas na Sociedade Mineira de
Catoca em Angola, foi muito importante para o desenvolvimento da capacidade de compreensão
das intrusões. Podemos observar na figura 2, a referida exploração através de uma imagem
retirada do Google Earth. Considero até, que o balanço relativo ao período de permanência na
terceira maior exploração do Mundo foi de facto de excelência. O contacto claro com a realidade
da intrusão kimberlítica de Catoca ajuda a entender este tipo de intrusões, criando uma
experiência única e um conhecimento de relevo.
Figura 2 – Exploração do Catoca, Sociedade Mineira do Catoca, retirado do Google Earth em 2008, adaptada.
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Figura 3 – Esboço estrutural e geotectónico de Angola, segundo Heitor de Carvalho (1983). No presente esboço
foram efectuadas adaptações necessárias, dado o erro de impressão à data, coloração da legenda, bem como
sobreposição do esboço geológico com o geotectónico.
Legenda: 1 – Fanerozóico – coberturas e rochas sedimentares; magmatismo mesozóico, genericamente do Cretácico.
2 – Pan-Africano (450 – 1000 Ma); 3 – Kibariano (1000 – 1400 Ma); 4 – Kibariano (?), Eburneano (?); 5 –
Eburneano (1700 – 2200 Ma); 6 – Intervalo Eburneano-Arcaico/Paleoproterozóico (?) (> 2200 e < 2500 Ma);
Arcaico (Neoarcaico) (?) (2500 – 2800 Ma); 7 – Arcaico rejuvenescido; 8 – Arcaico (2500 – 2900 Ma); 9 –
Paleoarcaico (Katarcaico rejuvenescido (?); 10 – Paleoarcaico (Katarcaico) (> 3200 Ma).
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Câmbrico Ordovícico
450
Paleozóico
Orogenia Pan-Africana
488.3
542
Mesoproterozóico Neoproterozóico
1000
Kibariana
Orogenia
Proterozóico
1400
Orogenia Eburneana
1700
Paleoarcaico Mesoarcaico Neoarcaico Paleoproterozóico
2500
Orogenia Limpopo-Liberiana
2800
Arcaico
3200
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1700
≤2160 Grupo Oendolongo
(H)
2160 Granitos do
Supergrupo
Eburneano (G)
Ventersdorp e
2250 Pórfiros Graníticos e
Formação de
Rochas Vulcânicas
Makwassie
(F) 2250 Ma
Orogenia Eburneana
Grupo Chivanda-
Paleoproterozóico
Proterozóico
Negola-Utende-Cela
≥2423
2500
Neoarcaico
Orogenia Limpopo-Liberiana
2700 Gnaisses
Migmatíticos
2800 Dibareanos (B)
Mesoarcaico
2820
Arcaico
Charnokítico (A)
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orientada segundo uma direcção NE e foi afectada por uma tectónica que deu origem a dobras e
eixos com orientação N-S e NW-SE, com existência de um muito baixo metamorfismo.
No que diz respeito aos pórfiros graníticos e rochas vulcânicas associadas, estas afloram
desde o Sul de Angola até ao Rio Cuanza e são constituídos concretamente por pórfiros
graníticos e granodioríticos, no qual se associam riolitos, dacitos, andesitos, ignimbritos, felsitos,
entre outros de menor expressão. Estas rochas apresentam-se muitas vezes recristalizadas, e
foram datadas em diversos locais, entre os 2210 e os 1880 Ma, segundo Silva e Kawashita
(1978), Carvalho et al. (1979), Torquato et al. (1979), Bassot et al. (1979), Carvalho (1981-
1982), (in Carvalho 1983). Os resultados isotópicos obtidos podem corresponder à idade da
recristalização das rochas, mas estas são provavelmente mais antigas.
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Democrática do Congo, Mativa e Yoyo, segundo Korpershoeck (1964), foram datados por Cahen
et al., (1978), e apresentaram uma idade centrada nos 1027 ± 56 Ma. Estes granitos são intrusivos
nas rochas metassedimentares de Mayumbo na República Democrática do Congo. Estas últimas
rochas podem ser de idade kibariana, mas no seu prolongamento para Angola existem rochas
metasedimentares onde são intrusivos os granitos, que também poderão ser Eburneanas.
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reservas naturais, onde as suas idades estão compreendidas entre Pré-Aptiano e o Holocénio,
segundo Carvalho (1983).
Relativamente às coberturas Cenozóicas, elas são muito abundantes em Angola podendo
atingir por vezes, centenas de metros de espessura. Podemos assim, encontrá-las principalmente
desde o início do Terciário até ao Holocénio, pois são observadas laterites recobertas por areias,
sub-grupos do Kalahari Inferior, depósitos continentais do SW, sub-grupos do Kalahari Superior,
laterites do Terciário Médio, dunas antigas do Terciário Médio e coberturas recentes tal como
areias do Kalahari reciclado, aluviões e eluviões, segundo Carvalho (1983).
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limites destas três litologias, dobradas, apontavam para o interior de Angola, definindo assim
limites entre o W e o E do Cratão do Congo.
Para um melhor entendimento, podemos observar e comparar a figura 3, que corresponde a
um esboço estrutural e geotectónico de Angola, segundo Heitor de Carvalho (1983) e a figura 4,
que corresponde a um mapa Tectónico de Angola, segundo Torquato (1975).
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ligações das idades dos restantes sedimentos do karroo que aparecem dispersos em África ou no
Sul da América.
As estruturas que estiveram envolvidas na estabilização da plataforma angolana, foram desta
forma: o Arco do Zaire, o Arco do Congo e o Horst do Cuanza (Kwanza), o qual inicialmente
condicionou o depósito sedimentar do karroo Carbónico/Pérmico, onde o Horst do Cuanza serviu
como fonte de material que preencheu o topo do paleograben do Cassange que apareceu no
estado de reactivação.
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Figura 5 – Modelo de sistema magmático de um kimberlito tipo Sul Africano, segundo Mitchell (1986), adaptado.
Demonstrando a relação ente rochas efusivas, de diatrema e rochas abissais. A fácies de rochas abissais inclui as
Soleiras, Diques, as Zonas de Origem e o Soco. O presente modelo apresentado não se encontra a escala.
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Figura 6 – Modelo crostal para ambiente de formação de diamantes, modificada por Mitchell (1995), adaptado.
Delimita a linha de estabilidade entre diamante e grafite. Legenda: K-kimberlito, O-orangeíto, L-lamproíto, M-
melilitito, N-nefelinitos e carbonatitos., LAB-limite litosfera-astenosfera.
Figura 7 – Modelo de fonte de diamantes, modificada segundo por Kirkley et al. (1991), adaptado. Delimita a linha
de estabilidade entre diamante e grafite. Legenda: K-Kimberlito, L-Lamproíto.
Nas mineralizações diamantíferas, o maior interesse que existe nestas intrusões está
relacionado com aquelas que existem em regiões cratónicas ou nas suas faixas marginais, dado
que há uma relação conhecida entre a ocorrência de diamantes em corpos cujas rochas
encaixantes foram estabilizadas no Precâmbrico. A presente relação é observada na figura 6, que
ilustra a curva de estabilidade da grafite e do diamante com aproximadamente 150 km de
profundidade, facilmente alcançada pela porção basal do cratão, e onde são formados os
diamantes.
Relativamente ao magma kimberlítico, deve ser referido que este não tem nenhuma relação
genética com os diamantes, mas exerce apenas a tarefa de transportador, possibilitando a
ascensão das gemas à superfície, segundo Mitchell (1986).
O processo que se julga responsável pelo transporte do material até à superfície é apelidado
por Fluidização Gasosa, isto é, o processo que transporta o material sólido num turbulento meio
gasoso. Nos estudos químicos efectuados às rochas kimberlíticas, estas demonstraram que existiu
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uma quantidade de gás na sua formação e que se moveram rapidamente até à superfície, com um
efeito do tipo “jacto de pedra”, podendo de certa forma existir um aumento no descargamento de
xenólitos de profundidade. Este efeito tem alguma razão de ser, dado que segundo Nixon (1973),
já foram observadas em chaminés kimberlíticas nódulos de massas ultrabásicas com mais de 400
kg, com origem no manto, a mais de 100 km de profundidade.
Segundo vários estudos realizados, o processo de transporte é muito rápido podendo demorar
somente poucas horas, cerca de 2h até chegar à superfície com uma velocidade de ascensão
centrada nos ± 80 km/h, no qual é expelido o gás e os grãos finos enquanto que os fragmentos
mais pesados são contidos na chaminé propriamente dita. Devemos ter em conta que
possivelmente durante a descompressão do gás no processo kimberlítico, os blocos de rochas que
foram arrancadas das paredes da chaminé, podem diminuir ou aumentar a ascensão do magma.
Devemos também ter em consideração a densidade e velocidade dos fluidos locais.
No processo de arrefecimento ocorrem vários processos de fracturação e dá-se um
reajustamento da estrutura da intrusão e, deste modo, podem surgir colunas de tufos e outras
intrusões magmáticas de temperaturas mais baixas.
Muitos autores interpretam o topo da cratera kimberlítica como uma cratera injectada devido
aos factos anteriormente referidos. Deste modo, podemos dizer que a configuração e o tamanho
da chaminé pode variar dependendo da variação de tempo da fluidização, das condições
geológicas do local e da perturbação ou agitação que ocorre na chaminé.
Em todo o processo, deve-se considerar a possibilidade de existirem novas intrusões
vulcânicas num estado mais avançado, sendo estas de composição distintas ao nível fisico-
quimico da(s) anterior(es), dado que a maior parte dos kimberlitos provêm da constituição das
paredes rochosas encontradas em condições diferentes.
As rochas kimberlíticas possuem uma alta porosidade e permeabilidade, que em condições de
climas tropicais, dado as chuvas, podem facilitar a alteração mais acelerada do material. Segundo
Ruotsala (1975), a meteorização dos minerais dos kimberlitos conduzem a várias alterações.
Ocorre assim, uma modificação da composição química em diferentes níveis da estrutura
kimberlítica, que se traduz mais perto da superfície em concentrações de CaO, MgO e CO 2 ,
como também em maior profundidade em concentrações de CaO e CO 2 . Nestas condições, pode
ocorrer que existam concentrações mais pobres de Fe em profundidade, dado que, segundo
Ruotsala, quando existe uma reacção com a magnetite, a mesma é convertida em limonite e
outros hidróxidos de ferro, por esse facto é que nestas zonas apresentam uma baixa
susceptibilidade de manterem kimberlitos com magnetite.
Sabemos que, conforme a natureza de cada uma das intrusões, tendo em conta a profundidade
de erosão e do grau de alteração, estas determinam o tamanho e mineralogia da superfície
exposta.
É deveras importante referir que embora muitas chaminés de kimberlitos conhecidos ocorram
de forma isolada, estas estruturas tem tendência a ocorrer associadas entre si.
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ascensão do magma até a superfície. Portanto, deste modo a velocidade de ascensão é muito
importante, definindo a esterilidade da intrusão. O tempo de implementação pode demorar cerca
de 2 horas.
Figura 8 – Podemos observar as curvas de estabilidade do Diamante e da Grafite, e gradientes geotermal, modificada
segundo por Kirkley et al. (1991), adaptado.
3.1.1. DIAMANTE
C – Elemento; Dureza: 10; Traço: branco; Cor: incolor, cinzento-azulado, esverdeado,
amarelado, castanho e negro; Transparência: transparente e não transparente; Brilho:
adamantino; Clivagem: perfeita; Fractura: concoidal; Morfologia: cristais, maclas; Densidade:
3,52; Sistema cristalográfico: cúbico; Forma dos cristais: octaedros, dodecaedros, hexaedros;
Luminescência: azul a esverdeada; Composição química: teoricamente, 100% C, inclusões de
granada e olivina, azoto e boro; Propriedades químicas: insolúveis nos ácidos e nas bases;
Manipulação: lavar com água ou com ácidos diluídos.
3.1.2. GRAFITE
C – Elemento; Dureza: 1 – 1,5; Traço: cinzento-metálico-escuro, brilhante; Cor: cinzento-
escuro (cristais), negro, cinzento-metálico (agreado); Transparência: não transparente,
translúcido em escamas cinzentas muito finas; Brilho: forte, metálico, baço nas formas
cristalinas; Clivagem: perfeita; Características de coesão: flexível mas não elástico, pode
cortar-se; Morfologia: raramente em cristais, mas em escamas, discos, agregados esféricos e
preenchimentos terrosos; Outras propriedades: gorduroso ao toque; Densidade: 2,25 (variável
de acordo com as inclusões); Sistema cristalino: hexagonal; Forma dos cristais: plaquetas
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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X X Raro
Fenocristais
X X X
Macrocristais/Fenocristais X, flogopite a flogopite-
X, flogopite X, flogopite
Mica
Ti
Matriz X, flogopite
X, tetraferriflogopite X, tetraferriflogopite-Ti
kinoshitalite
Abundante, cromite-Mg Raro, cromite-Mg a Raro, cromite-Mg a
Espinela
a ulvospinela-Mg magnetite-Ti magnetite-Ti
Monticelite X --- ---
Diópsido --- X, Al + Ti-pobre X, Al + Ti-pobre
Perowskite X, Sr + ETR-pobre Raro, Sr + ETR-rico Raro, Sr + ETR-rico
Abundante, Sr + ETR-
Apatite X, Sr + ETR-pobre X, Sr + ETR-rico
rico
Calcite Abundante X ---
Sanidine --- Raro, na matriz X, fenocristais + matriz
Richerite-K --- Raro, na matriz X, fenocristais + matriz
Titanatos-K-Ba (esfena) Muito raro X X
Silicatos-Zr Muito raro X X
Ilmenite-Mn Raro X Muito raro
Leucite --- Raros pseudomorfos X, fenocristais
Quadro 4 – Diferenças mineralógicas entre Kimberlitos, Lamproítos e Orangeítos, adaptado segundo Mitchell, 1995.
Legenda: X – está presente, --- – não está presente.
Desta forma, Mitchell (1995), encontra as definições de rochas kimberlíticas e das rochas
associadas, como orangeítos, lamproítos, lamprófiros e kamafugitos. Toda esta classificação tem
por base a petrografia, a geoquímica da rocha e a química mineral.
Porém, nem sempre é possível aplicar esta classificação, dada a grande variação química e
mineralógica destes litotipos. Apesar disso, podemos definir as suas fácies, nomeadamente da
cratera, diatrema, hipabissal e abissal, utilizando-se simplesmente o estudo da petrografia e
mineralogia, bem como da química mineral e da rocha.
3.2.1. KIMBERLITOS
Anteriormente à nomenclatura proposta em 1995 por Mitchell, essas rochas eram
denominadas como kimberlito do Grupo 1. Estas rochas são definidas como um grupo que
apresenta feições mineralógicas e petrográficas típicas de magmas ricos em voláteis, onde
predomina o CO 2 . A principal característica que diferencia os kimberlitos é a sua textura
heterogranular que resulta da presença de macrocristais e/ou megacristais imersos numa matriz
fina. A matriz é de característica fina, composta principalmente por olivina, mas pode ser
acompanhada por monticelite, flogopite, perowskite, solução sólida de espinela magnesiana,
cromite magnesiana, magnetite, apatite e serpentina. Todos estes minerais são de origem
primária, podendo de certa forma existir alteração de alguns minerais primários para serpentina.
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Embora estas intrusões não apresentem na matriz diópsido primário, poderá ocorrer sim,
numa fase secundária, bastando para isso existir a presença de xenólitos mantélicos.
Os macrocristais e megacristais são quase sempre anédricos e são representados por olivina,
ilmenite, piropo, diópsido, flogopite, cromite e enstatite. Alguns desses minerais apresentam
composições típicas que caracterizam a referida rocha, assim, o diópsido tem baixos teores de Cr,
por vezes sub-cálcico; a ilmenite é tipicamente magnesiana; o piropo é titanífero e com baixos
teores de Cr; a cromite é pobre em Ti.
3.2.2. ORANGEÍTOS
Anteriormente à presente classificação, os orangeítos eram classificados como kimberlitos do
grupo 2. Estas rochas apresentam diferenças consideráveis no que concerne ao registo
mineralógico e petrogenético. Os orangeítos são semelhantes aos kimberlitos, dado que também
são rochas ricas em voláteis, porém dentro dos voláteis representados, predomina a H 2 O.
Estas rochas apresentam macrocristais e microfenocristais de flogopite e olivina, no qual a
olivina pode formar cristais primários euédricos, e a mica é abundante. A matriz é composta por
diópsido, cromite-Mg a magnetite-Ti, perowskite, apatite, fosfatos ricos em terras raras (monazite
e daquingshanite), titanatos do grupo da holandite, rutilo e ilmenite. A perowskite e apatite
apresentam elevados teores de Sr, e na perowskite de terras raras. Também podem ocorrer
carbonatos, que apresentam enriquecimento em terras raras, serpentina, witherite (carbonato de
bário) e norsetite (grupo da dolomite, carbonato de bário).
A diferença entre os orangeítos e os kimberlitos, é a ausência nos orangeítos de monticelite,
espinela magnesiana e das micas ricas em bário da série flogopite-kinoshitalite.
3.2.3. LAMPROÍTOS
Este tipo de rocha admite grande variação das características geoquímicas, ocorrendo assim,
uma classificação que abrange diferentes litotipos. As fases principais de minerais são: flogopite,
tetraferriflogopite, richterite (anfíbola), olivina forsterítica, diópsido, leucite e sanidina (feldspato
potássico), os quais podem apresentar variações nos seus teores de óxidos.
É relevante referir que não é necessário que os lamproítos tenham todas as fases acima
descritas, embora a caracterização geoquímica de elementos maiores e menores seja muito
importante e, de certa forma, essencial para a correcta classificação desse grupo de rochas.
Os lamproítos podem apresentar-se geoquimicamente da seguinte forma: ultrapotássica
(K 2 O/Na 2 O molar> 3); perpotássica (K 2 O/Al 2 O 3 molar> 0,8); e peralcalina [(K 2 O+
Na 2 O)/Al 2 O 3 > 1].
3.2.4. LAMPRÓFIROS
A definição mineralógica e textural dos lamprófiros, é descrita pela presença de fenocristais
de mica e/ou anfibolas, em matriz que pode conter plagioclase, feldspato-K, feldspatóide,
carbonato, monticelite, melilite, mica, anfíbolas, piroxenas, perowskite, óxidos de Fe-Ti e vidro
vulcânico, abrangendo desta forma um grande número de rochas.
3.2.5. KAMAFUGITOS
O presente tipo de rocha agrupa três conjuntos, nomeadamente, katungitos, mafuritos e
uganditos. A figura 9 indica a classificação dos mesmos, segundo Sahama (1974), onde
diferencia a composição modal dos kamafugitos. Os kamafugitos: têm altos teores de K e baixos
de Si, e apresentam na sua composição mineralógica, olivina, melilite e vidro vulcânico. Para os
katungitos; olivina, clinopiroxena e kalsilite. Para os mafuritos; olivina, clinopiroxena e leucite
para os uganditos.
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Figura 10 – Ilustra-se um modelo de um vulcão kimberlítico, baseado na fácies de cratera de kimberlitos da Tanzânia
(entre outros o de Igwisi), Orapa (Bostswana) e Kasami (Mali), com ocorrência na superfície de um anel de tufos e
um lago, adaptado segundo Mitchell (1986).
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Figura 11 – Adaptado, segundo Wohletz e Sherindan (1983), ilustramos um modelo de Anéis de Tufos formados por
hidrovulcanismo.
Segundo Wohletz e Sherindan (1983), figura 11, os anéis de tufos evoluem através da fase de
explosão que afectam as brechas para uma fase de enchimento, devido à relação existente entre:
quantidade de água e a proporção de fusão. A actividade pode evoluir para outra fase,
caracterizada pelo enchimento de rochas com existência de picos de chuva piroclástica. Nesta
última actividade, ocorre o crescimento dos cones acima dos anéis de tufos, se existir uma
quantidade de magma ainda disponível. Deste modo, irá produzir-se certamente um cone de tufo
unilateral com grande inclinação. No que concerne à paragem da actividade do magmatismo
kimberlítico, esta inicia-se logo após existir uma relação de baixo teor de água e proporção de
fusão, e após resultar também a explosão das camadas de brechas.
Com a ocorrência rara dos kimberlitos de cratera e com a complexidade dos mesmos, não é
assim de todo possível desenvolver um modelo para determinar com a certeza absoluta, que todos
os kimberlitos de cratera são formados segundo as características que estão presentes a seguir.
Este tipo de kimberlitos podem então apresentar rochas de duas naturezas principais, deste modo:
- Rochas Piroclásticas: são depositadas por força eruptiva, e são encontradas em anéis de tufos à
volta e dentro da cratera. Estes anéis têm a particularidade de serem pouco preservados nos
kimberlitos, bem como demonstram uma pequena relação entre altura por diâmetro da cratera.
Em 1962, Manard distinguiu quatro tipos de camadas piroclásticas, desta forma, começando pela
camada mais antiga, isto é, mais profunda, para as mais novas, temos: brechas de base;
piroclastos mal estratificados e grosseiros; tufos bem estratificados; depósitos epiclásticos
lacustrinos.
Os tufos bem estratificados, consistem na alternância de camadas de tufos de lapilli de tamanho
grosseiro (2 a 64 mm) com tufos laminados de tamanho fino (< 2 mm). A alternância de
camadas, grosseiras ou finas são de composição idêntica e consistem no pseudomorfismo da
serpentina depois da olivina, conjuntamente com a flogopite, granada, e ilmenite macrocristalina,
a ajustar a matriz de serpentina, argila, calcite e clorite. A quantidade de tufo cristalino, no tufo
lítico, aumenta o conteúdo de quartzo, feldspato e biotite, dado que derivam das rochas
encaixantes.
Mannard (1962), considera que os tufos são principalmente depósitos que se acumularam na
queda pela atmosfera (ar), em alguns casos, podem ter sido depositados na água.
Por outro lado, estes tufos, que parecem ser bem estratificados, são tufos pouco estratificados. Os
tufos brechóides contêm na sua textura, fragmentos de rocha envolvente, fragmentos de intrusões
de kimberlitos anteriores, bem como xenólito derivados do manto, cimentado por material
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- Rochas Epiclásticas: São sedimentos que representam um trabalho fluvial nas Rochas
Piroclásticas (tufos) no topo da diatrema, podendo inclusivamente formarem-se lagos. Estes
sedimentos encontram-se dispersos e por vezes afastados do centro, bem como das paredes das
rochas encaixantes, mas são preservados em áreas que foram submetidas a pequenas acções de
erosão, ou devido à ocorrência de falhas ou “slumps” na cratera ou diatrema do kimberlito.
Os depósitos deverão ser designados de acordo com os nomes aprovados para as partículas em
sedimentologia, como é o exemplo, kimberlito xistoso, kimberlito arenoso, kimberlito argiloso,
etc, dado que existe uma diversificação na dimensão das partículas. Devemos ter em conta, que a
maior parte desses sedimentos pertencem ao kimberlito de cratera, no qual podemos encontrar
também detritos das rochas encaixantes, para além de já ter ocorrido aparecimento de fósseis de
peixe nos kimberlitos da Tanzânia, segundo Mannard (1962).
Partes de algumas rochas epiclásticas foram substituídas por calcedónias que resultaram de
maiores temperaturas, devido ao estado de vulcanismo tardio.
Segundo os estudos de Hawthorne (1975), as rochas epiclásticas são normalmente encontradas
em formas ovais ou elípticas, na estrutura da bacia com cerca de 50 a 1500 m de diâmetro. A
margem da profundidade da bacia pode apresentar uma inclinação de 25º a 70º. Estas bacias
podem encontrar-se a mais de 300 m abaixo da superfície terrestre, mas geralmente situam-se nos
150 m. A sucessão epiclástica pode ser complexa e poderá assemelhar-se a uma série de camadas
aluviais conjuntamente com um depósito de fundo lacustre.
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As fácies de diatrema kimberlíticas são classificadas por tufo kimberlítico e por tufo
kimberlítico brechoíde, dado o seu carácter intrusivo piroclástico. O termo tufo kimberlítico
implica que os fragmentos foram colocados por um fluxo de gás, durante a formação da diatrema
por um processo de fluidização gasoso/sólido, segundo Reynolds (1954). Mas, mesmo que este
processo tenha desempenhado um papel importante na formação da fácies kimberlítica de
diatrema pode, de certo modo, não ter sido o principal responsável na formação da diatrema,
segundo Clement (1979, 1982). Sabemos que a natureza da diatrema ainda é objecto de
discussão, dado que vários autores defendem que estas rochas devem ser apelidadas de
kimberlitos vulcanoclásticos, pois são incluídos todos os materiais vulcânicos e clásticos que são
formados por qualquer processo de fragmentação, dispersos por qualquer tipo de agente de
transporte, bem como depositados em qualquer tipo de meio ambiente.
As rochas mais comuns na zona de diatrema são os tufos kimberlíticos brechoíde, que
contêm brechas de rochas encaixantes, angulares e arredondadas, em que a maioria é de pequeno
diâmetro, variando de alguns centímetros, para partículas mais finas, até microscópicas em
profundidade. Embora estes tufos kimberlíticos brechóides contenham um conjunto de clastos
heterogéneos, estes apresentam um conjunto bem misturado de aparência homogénea. Em
menores quantidades estão representados os fragmentos de clastos de gerações anteriores de
kimberlito hipabissal que foram transportados até ao topo pela diatrema. É de facto importante
referir, que é habitual aparecerem grãos disseminados e fracturados de olivina, granadas e macro
e megacristais de ilmenite, os quais estão inseridos numa matriz de grão fino, constituída
principalmente por microcristais de diópsido e serpentina. De referir também que a calcite
primária raramente é encontrada num cimento interclástico médio, mas esta massa é susceptível a
alterações próximas da superfície com ambiente mais brusco, substituindo-se por minerais
argilosos e calcite secundária.
Segundo Clement, em 1982, os tufos kimberlíticos não são tão comuns como os tufos
kimberlíticos brechóides, dado que petrograficamente diferem somente no conteúdo dos clastos,
e ocorrem como corpos intrusivos anteriores às brechas ou como cortina nas margens da
chaminé.
Nas texturas da fácies de diatrema, as rochas aparentam-se macroscopicamente com
fragmentos. Têm uma tonalidade que varia de cinzento a cinzento-escuro ou cinzento-esverdeado
e apresentam uma boa mistura homogénea apesar de serem compostos por variedades de clastos.
Estes tipos de rochas não são fáceis de estudar petrograficamente, dado as alterações secundárias
que ocorrem, e também devido à sua alta permeabilidade. Muitas das suas características são
preservadas, mas a matriz interclástica é normalmente substituída por minerais secundários. Nos
tufos kimberlíticos brechóides, os clastos variam muito no seu carácter e conteúdo. Os tamanhos
dos grãos de lápili podem variar de 1 a 10 mm e podem ter forma esférica ou elíptica. Muitos
contêm no seu centro um cristal ou fragmento de cristal euédrico que é predominantemente de
olivina, mas também ocorrem geralmente de flogopite ou outros macrocristais e muito raramente
pertencem às rochas encaixantes, mas quando aparecem estão associados ao manto kimberlítico.
As massas que provêm da base do kimberlito aparecem opticamente com cor negra acinzentada e
são amorfos. As espinelas e a perowskite são reconhecidas como componente de matriz, a
flogopite e o diópsido são observados como grãos inalterados e de grão grosseiro. A calcite é
encontrada, muito raramente, na primeira fase. As margens são geralmente alteradas e
substituídas por minerais secundários ou por serpentina, e/ou diópsido derivado da matriz
interclástica.
O clasto de lápili de kimberlito tem uma textura característica da formação rápida de um
magma pobre em voláteis, contendo fenocristais, e é melhor descrito como um lápili
microfenocristal de um kimberlito hipabissal. O grão de lápili não aumenta, dada a base da sua
textura, mas segundo Fisher e Schminke (1984), o lápili tardio pode ser formado pela agregação
de pedaços de vidro da erupção.
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Figura 12 – Sequência paragenética da cristalização dos principais megas e macrocristais, bem como minerais
Kimberlíticos das massas mais fundas, segundo Mitchell (1986).
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magmática. A explosão é de curta duração, e a rocha brechificada satura-se novamente com água
superficial. Após este processo, torna-se sequencial, ocorrendo mais um pulso de magma
kimberlítico pela mesma fraqueza estrutural entrando em contacto com a água e produzindo nova
explosão. Existem outros pulsos subsequentes, que reagem com a água da mesma maneira,
enquanto que a fonte de contacto move-se para baixo até alcançar a profundidade média da
transição entre a fácies abissal e a do diatrema.
Existem várias críticas que a teoria não explica, nomeadamente em relação: à ocorrência de
toda a erupção se fazer em contacto com a àgua; à rede de chaminés encontradas na área de
transição de fácies abissal; à falta de características que apontam para a subsidência através da
chaminé; à ausência de soerguimento associado com as chaminés kimberlíticas.
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kimberlíticos está relacionada também com a ocorrência dos grupos kimberlíticos que podem ser
compostos por 1 a 20 intrusões diferentes numa proximidade inferior a 1 km um dos outros e
separados por uma distância superior a 2 km de outro grupo semelhante. Segundo Mitchell, os
agrupamentos parecem ter uma característica comum de associação dos diatremas, embora com
diferentes tipos de actividade magmática. Se as localizações dos diatremas são controladas pelas
condições hidrogeológicas, estes agrupamentos reflectem o local de ambiente hidrogeológico e
topográfico no tempo do encaixe intrusivo. Esta conclusão não se aplica à zona mais profunda
que é desgastada/erodida na zona de raíz e nos diques, dado os estudos das zonas expostas.
- As províncias do tipo 3: estas províncias exibem episódios de magmatismo múltiplos e são
muito importantes na visualização do controlo tectónico e no que concerne ao encaixe dos
magmas kimberlíticos, bem como na localização dessas fontes na região.
Entre outros autores, os estudos de Mitchell (1970 a 1979), demonstraram que o conceito dos
kimberlitos associados a zonas de vales de riftes está errado, não existindo evidências que sirvam
de suporte para a defesa do mesmo. Entre esses autores, nomeadamente, Dawson (1970),
Verwoerd (1966 a 1970) e Bailey (1974), mostraram que os kimberlitos ocorrem em zonas que
não tenham riftes ou em regiões entre riftes, mas os carbonatitos e rochas vulcânicas alcalinas
estão associadas às zonas de rifte. Podemos observar estas relações na figura 13.
Figura 13 – Distribuição de Campos Kimberlíticos e Rochas Alcalinas, em relação ao sistema de rift Africano,
adaptado, segundo a compilação de Dawson (1970), McConnell (1972), Mitchell e Garson (1981), e Janse (1985).
Adaptado, Mitchell (1986).
Os kimberlitos e as rochas alcalinas que estão localizados nas margens continentais definem
distintas fracturas lineares que podem estar relacionadas com as extensões de falhamentos
transformantes oceânicas. Wilson (1965) e Sykes (1978), entendem que a localização das falhas
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Figura 14 – Relação entre o Campo Kimberlito de Yakutian e os Complexos alcalinos proposto por Arsenyev (1962)
e Bardet (1965), a sul do Mar Laptev, NE da Russia. Kimberlitos: 1 – Daldyn-Alakit; 2 – Muna; 3 – Olenek Médio;
4 – Olenek Baixo; 5 – Malo-Butuobinsk; 6 – Luchakan (Anabar Superior); 7 – Aldan. Complexos Alcalinos: A –
Maimecha-Kotui; B – Tobukski; C – Ingili; D – Arbarastakh.
O conceito na distribuição dos kimberlitos africanos foi explicado por Bardet (1964) e
Dawson (1970). Foi sugerido pelo autor, que os campos kimberlíticos africanos ocorrem nas
margens de grandes bacias, onde existe maior concentração de falhas. Assim, deu como exemplo
os campos de Kundelungu, Bakwanga e Lucapa. Os campos referidos, estão inseridos em arcos
concêntricos localizados nas margens da bacia Okavango-Kalahari. Na bacia de Taoudini,
província W de África, existe uma disposição similar. No entanto, deve-se ter sempre uma
atenção especial aquando das presentes análises. Assim, as falhas epeirogénicas controlam de
certa forma a distribuição kimberlítica. Podemos também referir que, quanto maior for o número
de falhas, aparentemente existe maior associação kimberlítica. Desta forma, as fracturas de zonas
profundas provocam canais para a ascensão do magma. Segundo Sengor e Burke (1978), embora
não exista concordância científica de alguns autores, os eventos tectónicos que desencadeiam
fusão parcial, podem ser descritos como passivos, devido às tensões atribuídas aos falhamentos e
riftes, dado os movimentos de placas. Relativamente aos descritos como activos, é devido às
tensões atribuídas aos falhamentos que ali actuam, dado a incidência do manto sobre a base da
plataforma continental.
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ser favoráveis para os encaixes kimberlíticos. Podemos observar na figura 15, a distribuição dos
campos kimberlíticos sobre o presente modelo.
Figura 15 – Relação entre os campos kimberlíticos e as anticlises e sinclises, segundo Pretorius (1973).
Enstatite (piroxena)/Bronzite Silicato, Mg, Fe, Al, Ca, Ti. Verde oliva, castanho. 5,5 / 3,1-3,3
(Ortopiroxena)
Zircão Silicato, de Zr, baixo U e Th. Incolor, rosado, amarelo, 7,5 / 4,68-4,7
castanho.
Kricherita/Mg Silicato, Mg, K, Ti, Fe, Ca, Vermelho, rosa, castanho. 5-6 / 3,09
Katforita Na.
Priderita Titanato, Fe, Ba, K. Castanho, avermelhado. 6 / 3,86
Quadro 6 – Composição mineralogica clássica das rochas kimberlíticas, lamproítos e outros usados como guias ou
indicadores prospectivos, segundo Muggeridge (1995).
Para além dos minerais acima referenciados, as rochas kimberlíticas e as outras rochas
referidas, por serem extremamente ricas em voláteis, produzem um complexo conjunto de
minerais secundários, principalmente devido à alteração hidrotermal: minerais do grupo das
serpentinas, carbonatos e zeólitos.
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Entre as duas partes da Rodínia ficou um terceiro continente, menor, o cratão do Congo,
correspondente a grande parte da África Central setentrional.
No final do Precâmbrico, isto é, no final do Proterozóico, há cerca de 550 Ma, os três
continentes colidiram, formando um supercontinente, a Panócia. Esta colisão está
geologicamente expressa pela orogenia pan-africana.
No que concerne às relações de formação dos cratões, estas ocorrem em várias teorias
fundamentais, nomeadamente:
- A Rodínia, foi suposto ter crescido durante o evento grenvillian entre 1300 e os 1000 Ma a
partir de fragmentos de todos os actuais continentes. Este crescimento ocorreu tipicamente com
colisões suaves que não deram origem a um extenso espessamento crustal. Estes sinais de
crescimento foram erodidos, ocorrendo um conjunto complexo de deformação anfibolítica a
fácies migmatíticas de gnaisses granulítico. Em amostras estudadas do moderno manto, apenas
aqueles que foram amostrados em arco insular ou continental alcançaram o grau de depleção de
um cratão peridotítico.
- Outro modelo envolve o empilhamento da subducção das camadas oceânicas. Mas, esta teoria
falha, dado que existem exemplos mais recentes que não apresenta composições iguais às do
manto litosférico sub-continental Arcaico, e não há provas de que o manto litosférico sub-
continental Fanerozóico seja feito dessa forma. Este modelo requer que o manto litosférico sub-
continental seja deformado no tempo de formação, e que logo a seguir se torne suficientemente
forte para resistir ao corte. Isto também não é claro, porque o empilhamento de subducção da
crosta iria conduzir até aos 300 km, entre as zonas profundas e menos profundas, ou porque
parece existir um único período na história da Terra, onde ocorre a formação das zonas de raiz
cratónica. As evidências geoquímicas são consistentes na hipótese que as zonas de raiz são o
resultado da fusão parcial residual, mas é difícil de conciliar a hipótese relativamente ao
empilhamento de subducção.
- O limite abaixo da espessura de camada do cratão tem um empobrecimento químico dado que a
fusão do manto por upwelling era muito mais quente do que o da actualidade. Todo o cratão pode
ter sido formado num grande evento de aquecimento, como uma fusão de pluma, apresentando
uma espessura forte e quimicamente dinâmica. Conjuntamente com os elevados graus de fusão
devem ter grandes quantidades no magma ultramáfico complementar. Uma única etapa de maior
grau de fusão do manto produz um magma com alto teor de magnésio. Mas a abundância contida
no registo crostal Arcaico é manifestamente insuficiente para equilibrar a quantidade alta de
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magma peridotítico no manto cratónico. Elevados graus de fusão de magma teriam desidratado o
manto cratónico. Pensa-se que o manto mais profundo teve a sua percolação para cima, para
temperatura mais baixa, trazendo componentes voláteis como Fe. Apesar dos eventos
metassomáticos não intervirem no manto superior, muitas rochas formadas por estes mantos
indicam metassomatismos hidratados. Mas ocorrendo sobre hidratação, poderia levar a litosfera
continental enfraquecida a provocar uma reciclagem de volta para o manto. Por último, não há
qualquer redução gradual da fertilidade com o aumento da profundidade. Tudo indica que o
manto cratónico não é o manto residual de uma coluna de pluma.
Dos estudos efectuados às várias províncias de kimberlitos na Terra, estas foram classificadas
em blocos antigos de acordo com os seguintes termos e com as seguintes idades:
- Archons (Arcaico+cratão), com idades ≥ 2500 Ma, com kimberlitos diamantíferos.
- Protons (Proterozóico+cratão), com idades compreendidas entre os 2500 e os 1600 Ma, com
lamproítos diamantíferos, exemplos descobertos na Austrália e na Zâmbia.
- Tectons, com idades compreendidas entre os 1600 e os 800 Ma, onde as suas potencialidades
são ainda uma incerteza na comunidade científica, dado que não são totalmente conhecidos. Mas
podemos informar que os Tectons, são constituídos por vários tipos de magmas do manto
litosférico sub-continental.
Figura 17 – Segundo Haggerty, S. E. (1999), observamos as localizações dos Archons, Protons e Tectons, de
concentrações e de explorações de diamantes representados pelo símbolo do mesmo. A Diamond Trilogy.
Science. Vol. 285, p. 851-858.
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Figura 18 – Distribuição de campos kimberlíticos nas províncias de Africa do Sul, segundo Mitchell (1986).
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Figura 19 – Localizações de áreas de maior concentração de diamantes em Angola, tanto em depósitos primários como em secundários continental. É utilizado um esboço
estrutural e geotectónico de Angola, segundo Heitor de Carvalho (1983), e Torquato (1975).
Legenda: 1 – Fanerozóico – coberturas e rochas sedimentares; magmatismo mesozóico, genericamente do Cretácico (x). 2 – Pan-Africano (450 – 1000 Ma); 3 – Kibariano (1000 – 1400 Ma); 4 – Kibariano (?), Eburneano
(?); 5 – Eburneano (1700 – 2200 Ma); 6 – Intervalo Eburneano-Arcaico (?) (> 2200 e < 2500 Ma); Arcaico (?) (2500 – 2800 Ma); 7 –Arcaico rejuvenescido; 8 – Arcaico (2500 – 2900 Ma); 9 –Paleoarcaico (Katarcaico)
rejuvenescido (?); 10 – Paleoarcaico (Katarcaico) (> 3200 Ma).
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Figura 20 – Corredor de Lucapa, adaptado, segundo Michael Smith (2004), Concessão C9 na Lunda Sul, da Angola
Resources (PVT) Ltd, pertencente à New Millennium Resources Limited, Perth, Western Austrália,
http://www.new-millennium.com.au/images/lucapa_map.gif, pesquisada em 2008.
Na região das Lundas poderá não ocorrer, somente nas intrusões, os kimberlitos
propriamente ditos, dada a presença de minerais formados a grandes profundidades, como é o
exemplo da distena (silicato natural de alumínio) na composição mineralógica da formação de
Calonda. Este é um testemunho da possibilidade da presença de outras fontes primárias de
diamantes nesta região. As intrusões básicas e ultrabásicas são factores resultantes dos
kimberlitos. Mas existem também outros tipos de depósitos primários devido à ocorrência da
chamada fileira diamantífera na série de rochas magmáticas, obedecendo a uma linhagem como
são exemplo as seguintes ligações: kimberlito- alienito, kimberlito-carbonatito, entre outros.
Dados os processos geotectónicos ocorridos na zona das Lundas, são apontados para o
aparecimento dos depósitos primários, como factor de maior relevo, a relação tectónica com as
intrusões, sendo constituídos por vários alinhamentos de falhamentos já referenciados. Como é
exemplo, o facto das chaminés kimberlíticas se encontrarem nos vales dos rios, é um testemunho
inequívoco de que são herdeiras das principais falhas tectónicas. Ao longo dos rios Luembe,
Chiumbe, Luachimo, Chicapa, existem mais de 60 kimberlitos e estão todos implantados nas
zonas demarcadas com as fracturas. Desta forma, deve-se prestar especial atenção aos
falhamentos associados. As chaminés datam do Jurássico, numa idade centrada nos 130 Ma.
A configuração de cada chaminé kimberlítica pode ter um tamanho variável na sua
superfície. Podendo variar entre os 10 e os 100 m de diâmetro, e podendo ocorrer apresentando
uma forma circular, como são o exemplo de Catoca 66 ha e Camatchia com 28,8 ha, elíptica,
como é o exemplo de Cangoa e Camutué com 9,6 ha, e com a forma de um dique, com um
coeficiente de alongamento de 1:8, como é o exemplo de Camafuca Camazambo com 160 ha.
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É defendido por vários investigadores que os kimberlitos referentes a esta província, parecem
ser de geração diferente da província seguinte, também do NE Angolano.
favoráveis de concentração de diamantes. O tufo arenítico e tufo brechóide ocorrem até uma
profundidade de 170 m, e mais abaixo pode ser localizado o corpo kimberlítico maciço. As
chaminés são cobertas em toda a superfície por uma camada que pode variar entre os 10 e os 40
m de substrato sedimentar argilo-arenoso. Os minerais primários estão representados por
ilmenites, granadas tipo piropos e o cromodiópsido.
Segundo Araújo et al. (1988, 1998), existem 19 corpos kimberlíticos em Camazambo. A
forma e distribuição dos corpos são variáveis, apresentando de certo modo uma forma mais
alongada para uma determinada direcção como é a de Camafuca-Camazambo, bem como de
tamanhos variáveis de algumas dezenas a centenas de metros, como por exemplo no kimberlito
do Camafuca-Camazambo que tem um diâmetro com mais de 3 km. O kimberlito do campo
Camazambo inclui um dos maiores kimberlitos, a chaminé de Camafuca-Camazambo, segundo
Barget (1973), Jance (1995), Scott Smith (1992), cujo campo tem uma área de 156 ha. As rochas
da parte superior da diatrema, são significativamente alteradas devido aos sedimentos argilo-
arenosos, e gnaisses em profundidade. A forma está condicionada pelo sistema local de falhas
com orientação NNW e ENE, segundo Real (1958). Esta província de intrusão kimberlítica tem
uma grande potencialidade económica.
As rochas da fácies de diatrema são representadas por kimberlitos brechóides com
quantidade significativa de fragmentos das rochas encaixantes e basaltos kimberlíticos,
pertencentes ao início da intrusão, contendo intercrescimentos de granadas e clinopiroxenas. Os
diamantes e os minerais indicadores de diamantes nas chaminés, são reconhecidos no aluvião do
rio Chicapa.
As características dos campos kimberlíticos de Camazombo têm elevadas concentrações de
minerais pesados, ocorrendo mais de 50 kg/m3, e tem um vasto espectro paragenético de
minerais indicadores como granadas do tipo piropo e ilmenite.
presente troço, parece ter um elevado potencial em diamantes devendo ser intensivamente
prospectado e estudado.
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5.1. INTRODUÇÃO
Os aspectos relativos à geomorfologia fluvial são deveras importantes para a descoberta de
depósitos primários e secundários de diamantes, nomeadamente pelo entendimento da
morfologia dos canais fluviais e dos seus padrões de drenagem, para assim podermos entender
quais os canais a que devemos prestar mais atenção bem como as relações que têm com a própria
geologia, as estruturas geológicas, a tectónica, entre outros.
Os cursos de água existem devido a descarga pluvial numa determinada área que excede a
quantidade de água que se infiltra no solo e rochas, ocorrendo assim escorrência superficial. A
corrente dos cursos de água pode variar, a deslocação pode dar-se a uma velocidade média de
alguns dm/s e pode alcançar vários m/s, apresentando-se geralmente com um deslocamento
turbulento, com uma variável irregular de um ponto a outro, embora possa ser laminar apenas em
alguns casos.
O gradiente de um rio num determinado ponto é de certa forma a diferença de cota existente
entre esse ponto e o seu nível de base. Normalmente, o nível de base adoptado é o nível médio
das águas do mar, mas também é comum adoptarem-se níveis de base locais, por exemplo, o
local onde um rio desagua noutro maior.
A corrente nunca é constante e uniforme, assim o leito do canal, bem como as suas margens,
são compostos por material que a corrente é capaz de erodir e transportar. O volume de água por
unidade de tempo que passa num determinado ponto de um rio é denominado de descarga e é
normalmente medido em m3/s.
O material que uma corrente transporta, isto é a carga, pode ser originado em processos de
vertente para o canal fluvial, ou processos dentro da própria corrente que provoca erosão no leito
fluvial e nas margens, mas o mais importante é o de vertentes. A acção de erosão, transporte ou
sedimentação através da água depende da sua velocidade e do tamanho das partículas
disponíveis, como é representado no diagrama da figura 22.
Figura 22 – Diagrama de Hjulstrom. Modelo sobre a velocidade média da corrente necessária para o início do
movimento em condições lineares e uniformes, numa profundidade de 1 metro. Adaptado de Campy e Macaire
(1989).
À medida que a velocidade da corrente decresce, parte das partículas transportadas são
depositadas no leito fluvial, originando uma sedimentação fluvial com uma classificação
granulométrica vertical, geralmente positiva, em que as partículas grosseiras ficam na base e as
partículas mais finas no topo da camada.
A carga transportada pela corrente pode ser dividida em três classes: carga dissolvida, carga
em suspensão e carga de fundo, o que se pode observar na figura 23.
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Figura 23 – Tipos de carga e modo de transporte pela corrente, segundo Burchfiel et al. (1982).
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Figura 24 – Formação de um canal anastomosado a parir de canal entrelaçado. Experiência laboratorial, segundo
Thorne (1997). Fig. A: (a) – banco de areia; B: (a) – banco de areia, (b) – banco de ilha de areia; C: (a, b) –
aparecimento de vários bancos de ilhas de areia; E: (b) – complexo de vários bancos de ilhas de areia.
- Canais anastomosados: são constituídos por um número de subcanais sinuosos com baixa
energia, seguindo percursos através de uma planície de inundação. Estes canais podem cruzar-se
e actuam de forma independente por grandes distâncias. Num determinado sistema
anastomosado podemos afirmar que o comprimento dos subcanais entre as suas junções é mais
longo do que o comprimento característico dos bancos. Desta forma, as secções individuais de
subcanais contêm as suas próprias barras, com escalas próprias para a largura de cada subcanal.
Geralmente, os subcanais meandrizam e podem atingir um percurso muito sinuoso em
associação às correntes de baixa energia que fluem através de sedimentos mais coesivos. Assim,
o uso de índices de entrançamento é baseado tanto na divisão do fluxo bem como na medida da
sinuosidade total, o qual permite fazer uma diferenciação quantitativa de rios entrançados e
anastomosados. Desta forma, os rios entrançados apresentam um alto grau de divisão da corrente
e uma baixa sinuosidade total, enquanto que os rios anastomosados têm um baixo grau de
divisão da corrente e uma sinuosidade total elevada. Devemos ter em conta que, na prática,
muitos rios aluvionares de maior dimensão apresentam, simultaneamente, estruturas de
entrançamento, bem como estruturas anastomosadas, podendo até serem encontrados nas
mesmas secções.
Segundo os estudos efectuados por Thorne (1997), os padrões de drenagem dos canais
fluviais, podem ser divididos em vários padrões diferentes, o que é observado na figura 25, e
descrito em seguida:
- Num padrão dendrítico, sendo considerado como a forma mais simples de um sistema de
drenagem, resultando da operação de processos fluviais em áreas de terreno homogéneo sem
controlos geológicos acentuados;
- Padrão paralelo, desenvolvendo-se onde existe uma acentuada inclinação regional do terreno ou
plataforma, o que impõe uma direcção de drenagem preferencial.
- Padrão radial, apresentando a sua ocorrência em redor de um domo estrutural erodido ou de um
vulcão, indicando actividade tectónica que esteja a decorrer ou já passada, bem como de uma
possível actividade vulcânica.
- Padrão anelar, estando associado a um domo erodido, contudo, os canais formam-se onde o
sistema fluvial segue camadas menos resistentes em rochas estratificadas.
- Padrão em treliça, indica a existência de um pendor regional preferencial, bem como de um
forte controlo geológico dado a existência de rochas sedimentares enrugadas.
- Padrão rectangular, estando associado a um forte controlo geológico, mas através de diaclases
em ângulo recto e de falhamento.
- Padrão multi-basinal, com sub-bacias pequenas e aparecendo em áreas onde existem depósitos
“hummocky”, deixados por deposição glaciogénica mas também em áreas onde existe dissolução
de calcários.
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- Num padrão contorcido, no qual podemos encontrar um terreno que é fortemente marcado pela
geologia e por estruturas produzidas por neo-tectonismo.
Figura 25 – Diferenciação de padrões de drenagem dos canais fluviais segundo Thorne (1997).
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Dos vários estudos efectuados por Miall (1977), as características dos tipos de depósitos
fluviais podem sobrepor-se tanto no tempo como no espaço. Desta forma, os depósitos
observados, hoje em dia, em cursos de rios tipo meandros, foram na realidade gerados no
passado quando o rio apresentava um canal mais rectilíneo do tipo entrelaçado, em que
ocorreram importantes deposições de cascalho. Deste modo a melhor fase de concentração
diamantífera é a que está associada à evolução fluvial juvenil.
Devemos também no estudo de quaisquer depósitos secundários, ter em atenção que os
grandes diamantes localizados a centenas de quilómetros das fontes primárias podem certamente
não ter sido depositados por um sistema fluvial, dado que o mais provável é que exista a
actuação de processos glaciogénicos. Ora vejamos, o transporte de diamantes pode acontecer
através de ambientes fluviais mas condicionados, isto é, o transporte de diamantes não ocorre
somente por processos tradicionais fluviais de longa distância, embora alguns investigadores
defendam o seu transporte por várias centenas de quilómetros através do ambiente fluvial.
A título de exemplo, Ambroise (1991), que efectuou um estudo no NE de Angola propõe um
transporte de centenas de quilómetros para estes diamantes. Esta opinião é baseada na análise de
campo relativo às deposições de diamantes, utilizando estudos experimentais de laboratório. Mas
os minerais pesados e os diamantes apresentam um curto transporte em ambiente fluvial e
tendência rápida de deposição. A tendência dos minerais pesados é de sofrer um pequeno
transporte fluvial, no qual poderá ser pouco provável o transporte de diamantes a centenas de
quilómetros de distância de uma dada área principal por este tipo de agente transportador.
Poderão ocorrer sim, outras fontes primárias/secundárias a alimentar o curso fluvial. Pode
acontecer em ambiente glaciar a ocorrência de transporte de diamantes para distâncias
consideráveis, dado que transporta grandes volumes de massa pela expansão do gelo e por
muitas centenas de quilómetros. Segundo Flint (1971), existem matacões estudados que foram
transportados pelo gelo a distâncias com cerca de 1200 km. Deste modo, mesmo com a actuação
de vários e sucessivos ciclos de transporte fluvial, e não considerando o transporte num instante
de tempo, não é esperada a transferência de diamantes por centenas de quilómetros numa bacia
sedimentar, uma vez que o contraste de densidade entre o diamante (3,5) e os materiais dos
cascalhos fluviais (2,75) é significativo, resultando assim, uma tendência geral para a deposição
destes minerais.
Num patamar de prospecção, estas características de depósitos secundários são deveras
importantes, pois valorizam o seu potencial exploratório tais como: a natureza inconsolidada que
viabiliza economicamente depósitos, o baixo custo de exploração, pesquisa e lavra, o
desenvolvimento de uma lavra em circuito hidráulico fechado (impacto ambiental), e a alta razão
entre as gemas e diamantes industriais que aumenta o valor em quilates.
Devemos ter em conta que, a presença de diamantes numa determinada área pode atingir
milhares de quilómetros quadrados, implicando assim, e sem sombra de dúvidas, a presença de
numerosas fontes distribuídas por toda a bacia. Estas fontes podem ser representadas por
depósitos primários, por depósitos secundários, ou ambos os depósitos.
Relativamente ao estudo das curvas de calibração, com o objectivo de sabermos a que
distância estamos da fonte principal, e dado a tendência de diminuição dos diamantes com o
avanço do transporte fluvial é, segundo Rouffaer (1988), frequente que existam variações erradas
na distribuição dos tamanhos dos diamantes, quando se tenta colocar esta aplicação para
populações de diamantes muito distantes da fonte, dado que existe noutras fontes ao longo do
curso fluvial. No entanto, existe necessidade de estudarmos a granulometria e a qualidade
comercial do diamante nos depósitos aluvionares, na tentativa de conseguir, assim, um conjunto
de dados que apoie o desenvolvimento de um possível modelo para a identificação da origem de
diferentes populações de diamantes.
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Figura 26 – Esquema simples, apresentando os tipos de depósitos secundários com possível concentração de
diamantes. Baseado no esquema sobre os tipos de depósitos secundários de diamantes, segundo Moisés (2003).
leitos dos rios associado também, a fenómenos tectónicos. Estes têm como característica
principal o pouco ou nenhum trabalho fluvial, apresentando-se com seixos quartzíticos numa
matriz argilosa vermelha e parcialmente laterizado;
- Depósito de Lezíria: estes depósitos apresentam de um forma geral, teores económicos muito
importantes de exploração, sendo datados do período Quaternário. Os depósitos mais
importantes assentam por cima da rocha base, apresentando um cascalho diamantífero, seguindo
de certa forma a seguinte sequência: quartzitos e seixos quatzíticos, sedimentos arenosos e
sedimentos pelíticos;
- Depósito de Rio/Ribeiro: os depósitos desta natureza têm uma relação com toda a estrutura
geomorfológica. Podemos encontrar depósitos diamantíferos em meandros, bem como em vales
mais estreitos e sinuosos. Os cascalhos desses depósitos são essencialmente compostos por um
conjunto de sedimentos, nomeadamente, quartzo, com seixos arredondados de rochas ígneas
(eruptivas, granitóides), rochas metamórficas, e grés polimorfo principalmente do Sistema de
Kalahari.
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Figura 27 e 28 – A primeira imagem (esquerda) de satélite retirada do Google, mostra uma concessão de depósitos
secundários muito perto da Vila de Calonda, Lunda Norte, com uma altitude de ponto de visão de 8,20 km, nas
coordenadas 8º28’58.08” S e 20º32’19.53” L. A segunda imagem (direita) de satélite é retirada também do Google,
mostra uma exploração de depósitos secundários efectuada por garimpeiros na Lunda Norte, com uma altitude de
ponto de visão de 466 m, nas coordenadas 9º11’27.68” S e 20º20’27.68” L.
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- Rio Lapi (Garimpo): a área estudada tem dimensões de 1500 por 200 m, dentro da qual foram
retiradas amostras de poços antigos, solos não perturbados e “bed-rock”. Dentro da área, a
espessura média da sobrecarga é da ordem dos 0,75 m, 1,25 m de cascalhos e 0,25 m de
penetração de base rochosa. A quantidade de diamantes recuperados variou de 0,30 quilates/m3
no antigo material escavado e 0,90 quilates/m3 no solo não perturbado, sendo a média para todos
os estudos de 0,627 quilates/m3. Desta forma, o volume de cascalho diamantífero disponível
neste bloco é 1500x200x1,25 = 375 mil m3, sendo um grau médio de 0,627 quilates/m3. Esta
medida representa um recurso de 235,1 mil quilates. Poderá ser um valor baixo, dado que o
método utilizado é do tipo prospecção garimpeiro, e este método garimpeiro recupera em média
aproximadamente 40% das pedras, sendo o verdadeiro valor dos recursos muito maior. Desta
forma, um processo de extracção recupera cerca de 80% do material, assim o recurso medido
recuperável deve ser 188,1 mil quilates. Existem outras áreas-alvo que estão presentes na área do
rio Lapi, utilizando a espessura estudada, o grau e a recuperação, foi possível calcular o recurso
correspondente a cada área-alvo, indicados no quadro seguinte:
Recursos
Alvo Comprimento (m) Largura (m)
(quilates)
Várias outras estruturas estão presentes na bacia do rio Lapi, nomeadamente depósitos
eluvionares, terraços e relíquias internas de depósitos aluvionais.
- Rio Chicapa: o vale do rio tem altas perspectivas de diamantes, incluindo depósitos a jusante
da convergência do Lapi e Chicapa, onde existe um complexo meandro, sendo um objectivo
primordial numa exploração. A colheita de amostras indicou graus de percentagem de diamantes
comparáveis com o Lapi (Garimpo). O volume de sedimentos nesta área é de aproximadamente
4 milhões de m3 e com uma colheita de 0,6 quilates/m3 a 80% de valorização, isto representa um
recurso de 1920 mil quilates.
No que se refere aos depósitos aluvionares em todo o rio Chicapa existe um extenso plano
aluvionar. A colheita de amostras nestes planos, à superfície, tem rendido cerca de 0,20-0,30
quilates/m3. O presente valor é baixo, dada a quantidade de areia e cascalho que pertence à área
do campo kimberlítico do Catoca, e esta quantidade ser susceptível de aumentar com a
profundidade. Estes dados só poderão ser confirmados após um trabalho de prospecção. O
presente depósito contém aproximadamente 12 milhões de m3 de areia e cascalho e assumindo
um baixo grau de diamantes, cerca de 0,30 quilates/m3, calculando 80% de valorização, isto
representa um recurso com 2880 milhões quilates. Relativamente ao canal do rio Chicapa e seus
rápidos, não existem muitos dados sobre a prospecção, mas os valores médios de recolha de
diamantes na dragagem do leito de rio são de 0,20-0,25 quilates/m3 nas zonas adjacentes a
jusante, enquanto que a quantidade de recolha pode chegar aos 2,3 quilates/m3 a montante dos
rápidos.
- Rio Luo: nenhuma prospecção foi efectuada neste rio até ao momento, mas existem escavações
de recolha artesanal de diamantes, existindo a probabilidade de grandes concentrações de
diamantes nesta área, bastando, para isso, confirmar com os diversos estudos necessários. Todos
estes estudos têm de ser sujeitos a mais investigação e fornecem a base para a avaliação de toda a
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área. Estas áreas foram avaliadas através da avaliação de poços cavados à mão e os cascalhos
obtidos foram lavados à mão.
Figura 29 – Concessão C9 na Lunda Sul, da Angola Resources (PVT) Ltd, pertencente à New Millennium
Resources Limited, Perth, Western Austrália e elaborado por Michael Smith (2004).
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Figura 30 – Mapa de Angola representando os depósitos primários e os secundários com referência aos depósitos
marítimos. Imagem retirada da Diamond Industry, Annual Review – Republic of Angola 2004.
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conglomerados, xistos, grauvaques e grés. Na parte sul da mesma região, estão representados por
xistos argilosos, quartzitos, arcoses, chertes e grés, cortados por intrusões de gabros e doleritos.
Nos estudos efectuados, a informação geológica recolhida informa que não existem até ao
Cretácico, formações geológicas na área de Catoca, embora se destaque a existência na parte
norte do escudo de Cassai, de sedimentos do Triásico, pertencentes ao sistema karroo e sistema
intercontinental.
No Mesozóico, os sedimentos continentais do Cretácico, isto é, a Formação Calonda
encontra-se preservada dentro dos limites de base e possuem uma especial importância, dado que
é aqui que se encontram os grandes placeres diamantíferos secundários. Estas formações estão
situadas mais a norte, a NE de Angola.
Acima destes apresentam-se os sedimentos do Kalahari, com uma plataforma de inclinação
para norte, o qual pode rondar como espessura nesta região os 50 a 150 m.
Nos sedimentos, possivelmente do Paleocénio-Eocénio, no Terciário, referente ao Grupo de
Kalahari, são caracterizados por um desenvolvimento de laterites que se formaram na superfície
das peneplanícies depois do Cretácico. As mesmas, estão representadas por arenitos polimorfos,
e vários tipos de conglomerados de diversas cores como, branco, amarelo, violeta e vermelho.
Os sedimentos, provavelmente do Eocénico-Pliocénicos, também no Terciário, e
pertencentes ao Grupo Kalahari, são constituídos essencialmente por areias, argila, e níveis de
formações argilo-arenosas e cascalhentas, podendo esta última apresentar algum teor de
diamantes.
Os sedimentos do Quaternário, são essencialmente formações dos fundos de correntes
fluviais do tipo aluvial e diluvial, isto é, de lezíria, mas também de vertentes, de terraços, os
quais podem ser observados na figura 26 do capítulo 5. Estes sedimentos são representados por
cascalhos, areias, areias argilosas, e cuja espessura pode variar desde os 0,15 cm até mais de uma
dezena de metros. As presentes fácies mais cascalhentas de algumas correntes fluviais, como é
exemplo do Lova no Catoca, entre outros exemplos, podem estar relacionadas com placeres
diamantíferos.
Estas ocorrências kimberlíticas do Cretácico segundo Reis (1972), encontram-se numa zona
regional de fracturas, chamado Corredor de Lucapa e que tem a direcção submeridional, cuja
extensão atinge os 1200 km de comprimento e cerca de 55 a 85 km de largura. Na parte sudoeste
desta estrutura, para além dos kimberlitos, são muito frequentes os corpos do tipo carbonatítico e
de rochas de composição mais alcalina.
As intrusões kimberlíticas desta região, localizam-se segundo as zonas de cruzamento das
fracturas regionais características, apresentando-se a primeira com direcção NE, e a segunda com
uma direcção mais a NW, mas estão ligadas a um sistema de falhas de periferia, hospedado em
rochas do Precâmbrico e recobertos por depósitos sedimentares do Meso-Cenozóico, segundo
Janse e Sheahan (1995).
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apareciam por cima da intrusão e que era desconhecida a idade desses arenitos. Desta forma os
mesmos podem ter idade idêntica às areias encaixantes. Provavelmente, a sílica derivou das
soluções siliciosas dado à compressão das argilas.
No interior dos limites da chaminé de Catoca a espessura das areias de Kalahari não tem
grandes variações e não ultrapassa as três dezenas de metros, já que as areias interformacionais
variam bastante, tanto na espessura como nas propriedades físicas. Na camada superior e debaixo
das areias Kalahari foram encontrados os blocos de arenitos com o cimento silicioso. Numa zona
mais intermédia das areias, encontramos entre as cotas de 950 a 940 m as areias finas com
alguma compactação, homogéneas, de cores variadas com predomínio de tonalidades amarelas.
De acordo com a informação dos técnicos do Departamento da Sociedade Mineira de Catoca, a
parte mais inferior a que se encontram as presentes areias atingem a profundidade de 130 m,
apresentando-se compactas corresspondendo até a um arenito fracamente litificado, de cor
castanha, fissurado, com estratificação e com uma pequena inclinação.
Podemos observar tal facto nas fotografias 26 a 59, em anexo.
Assim;
a) O sector da cratera está representado por um corpo em forma de taça, com forma arredondada
a oval. A superfície do corpo mineralizado, ocupa uma área de 238 km2, diminuindo à medida
que aumenta a profundidade da taça da chaminé. Os ângulos de mergulho das paredes da taça,
variam de certa forma de sub-verticais nas suas extremidades, até sub-horizontais junto ao fundo
da mesma e antes da diatrema propriamente dita. O tecto da taça tem forma côncava
apresentando as cotas máximas entre os 960 e os 840 m, e a cota mínima, no sopé da taça onde
aparecem os sedimentos da cratera tem cerca de 700 m.
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A maior parte do volume da taça da chaminé, tem provavelmente no seu conteúdo, mais de 50%
de sedimentos, nomeadamente arenitos estratificados com textura e granulação diferente, e tufos
arenitos apresentando uma composição mais quartzítica, com impregnação de material
kimberlítico.
Mas também são observadas sequências sedimentares de grão fino, isto é, de aleurolito ou
alevrolito, bem como tufos aleurolitos e argilitos desenvolvidos em forma de corpos lenticulares
ou estratiformes, sobretudo no SW e na parte central da taça, onde estão relacionadas com os
arenitos mediante uma transição de fácies gradativa. Mais perto do centro da taça da chaminé, as
rochas alojam-se sub-horizontalmente. Nas extremidades da taça, a sua acomodação foi
dificultada pelos numerosos acidentes tectónicos. Deste modo, este material está dividido em
vários conjuntos e adquirem um mergulho bastante abrupto, que pode ir desde os 20 e os 30º até
aos 70 e os 80º, com a inclinação para o centro da chaminé. O ângulo do seu mergulho diminui
na direcção do centro à periferia da chaminé, fazendo o contacto com os kimberlitos brechóides
micáceos subjacentes.
Muito importante é o facto das rochas vulcano-sedimentares apresentarem no seu conteúdo
material kimberlítico, fácies Epiclásticas, e de serem diamantíferas, com maiores ou menores
quantidades em diamantes. Em outras localizações da Terra, nomeadamente nas intrusões
kimberlíticas da antiga União Soviética não aparecem diamantes nesta fácies.
No topo das rochas vulcano-sedimentares, imediatamente abaixo das areias interformacionais de
cobertura, aloja-se uma camada estratiforme de tufo kimberlítico brechóide (anelares) com
clastos grossos, com intercalações de tufos areníticos, e uma camada, neste topo, de gravelitos do
material depositado proveniente das mesmas brechas. A espessura dessas rochas pode rondar os
60 m. Por informação fornecida pelo Gabinete Técnico de Catoca, elas possuem teores de
diamantes muito altos e podem ter uma grande importância como recursos reservados de
minérios industriais. Estas rochas têm uma textura bandada irregular, com alternância das
estruturas de granulação desde as mais grossas até às de grão mais fino, de passagem lenta
indefinida aos tufos areníticos encaixantes. Nos espaços de contacto dos tufos brechóides com os
kimberlítos brechóides maciços, observam-se contornos nítidos e bem demarcados com
mergulho abrupto, os quais mais raramente são destacados por deslocamentos de pequena
amplitude dos tufos kimberlíticos brechóides para o centro da chaminé.
Os tufos kimberlíticos apresentam-se na parte superior e são rochas com tonalidade cinzenta, que
podem variar desde uma tonalidade esverdeada, lilás, violeta até uma tonalidade acastanhada. A
sua textura apresenta-se tanto como um maciço brechóide como também com estratificação
paralela, no qual o ângulo de inclinação da estratificação pode rondar até os 35º, e a espessura da
estratificação pode variar de alguns centímetros até alguns metros. Estes tufos são também
representados por detritos das rochas vulcano-sedimentares, rochas encaixantes de base e por
sedimentos arenosos que apresentam uma composição de quartzo e feldspato. O cimento de
preenchimento tem uma composição fina a muito fina, parecendo ser constituído por serpentina e
carbonatos. Podemos observar a olivina numa quantidade considerável e distribuição irregular.
São também visualizados lentículas de flogopite, bem como granadas do tipo piropo e
picroilmenite.
Os tufos kimberlíticos brechóides e as variações de tufos brechóides, têm clastos que podem
variar de pequenos e médios, até aglomerados, e mais raramente blocos, que assentam
principalmente acima dos kimberlitos brechóides autolíticos. Podemos dizer que o limite entre os
mesmos está pouco evidente e sendo este caracterizado por um conjunto xenolítico nos tufos
brechóide.
possivelmente os 80 a 85º. A ligação com a parte interna, isto é, com a zona do interior da cratera
é efectuada com as rochas vulcano-sedimentares.
Os contactos entre os kimberlitos brechóides maciços e as vulcano-sedimentares no interior são
observados como transições gradativas de uma para a outra, com a formação de uma zona de
transição. À medida que nos aproximamos da camada vulcano-sedimentar, os kimberlitos
brechóides adquirem uma textura do tipo camada estratificada, podendo atingir 1 m.
Apresentam, também, uma granulometria que vai de grãos finos até aos mais grossos. Aparecem,
também, materiais mais arenosos e argilosos, dando uma coloração que pode variar desde o
cinzento ao cinzento mais esverdeado, com algumas tonalidades mais vermelhas acastanhadas a
violetas. As rochas vulcano-sedimentares junto ao contacto com os kimberlitos brechóides
maciços, apresentam-se mais partidos e com deslocamentos bem visíveis que vaiam de alguns
milímetros a centímetros.
As relações referidas anteriormente, estão relacionadas com a intrusão activa do kimberlito
magmático na zona anelar, entre o gnaisse e as das rochas vulcano-sedimentar, e os abatimentos
da parte central das rochas vulcano-sedimentares. É de referir, também, a existência de várias
falhas que reflectem reajustes na estrutura do kimberlito.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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- As cromo-espinelas, fazem parte da matriz dos kimberlitos, têm a forma de grãos isométricos,
octaedros, apresentando os vértices arredondados ou com arestas muito próximas, de cor negra
opaca.
- A magnetite é um mineral muito representado, e ocorre em grãos irregulares com brilho
metálico ou semi-metálico, de cor negra opaca.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Desta forma, a formação do jazigo de Catoca pode ser dividida por várias fases;
- A primeira fase pode ser considerada essencialmente vulcânica em consequência de uma forte
emanação dos gases até a superfície terrestre, possivelmente em locais de cruzamento das zonas
sub-verticais de fracturas. As rochas que formavam esse espaço foram desintegradas e expelidas,
tendo sido formada a cavidade vulcânica da chaminé. O processo era tão acentuado que ocorreu
facilmente a abertura da cavidade do canal e cratera. Assim, uma parte do material expelido ou
elevado acima da sua posição inicial voltou à cratera, e a parte sub-superficial da diatrema ainda
não está totalmente preenchida pela coluna magmática face ao aumento da viscosidade da sua
matéria e retardamento da ascensão no processo de desgasificação. O volume do material que
voltou à cavidade formada após a erupção, foi limitado e confinado. É de referir que, o principal
agente na formação desse aparelho vulcânico, era certamente o fluido gasoso-líquido. Tudo
indica que é com essa etapa que se relaciona a formação dos tufos kimberlíticos brechóide
(anelar) da geração inicial e duma parte do componente clástico da zona xenolítica.
Continuando a ascensão na coluna magmática, com um magma mais viscoso, empurrava o
material brechado para cima, até que todo a diatrema e a parte inferior da cratera fosse
preenchida com a brecha autolítica, formando assim a zona xenolítica.
A primeira etapa termina com a meteorização parcial da zona xenolítica, bem como com o
preenchimento adicional de material detrítico na cratera, proveniente das fragilidades das
paredes da cratera dado à estrutura vulcânica que foi criada.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Todo o processo geológico de preenchimento da cratera, teve grande influência pela cedência ou
colapso da mesma, devido ao resfriamento e compactação do fundo da taça da cratera e da
diatrema, constituídas essencialmente pelas brechas autolíticas. Este processo foi interrompido
durante a deposição dos arenitos interformacionais fracamente cimentados.
Na fase final da formação das rochas vulcano-sedimentares, ocorre uma nova actividade
vulcânica. Desta forma ocorrem kimberlitos brechóides tufísicos (internos) da cratera, por
expulsão de fácies piroclásticas sólido-gasoso, e subsequentemente redeposição de piroclastos e
formação de arenitos e gravelitos.
- A quarta e última fase de formação da diatrema, foi procedido por intrusão de filões compostos
por veios kimberlíticos mais compactos, isto é, kimberlitos afaníticos hipabissais.
Posteriormente, a parte ainda vazia da taça da cratera foi preenchida por produtos de destruição e
arrastamento das formações envolventes, formando-se um depósito lenticular e de certa forma
estratificado.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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7. PROSPECÇÃO DE DIAMANTES
A prospecção executada para a pesquisa de depósitos de diamantes requer uma preparação e
organização da missão de prospecção mineira. Existe um conjunto de materiais, equipamentos e
transportes necessários para servir a prospecção. A organização da equipa de trabalho com vários
técnicos especialistas, e outros colaboradores como acessores, consultores, administrativos, e
desenhadores gráficos são também indispensáveis. Também, durante qualquer prospecção, não
nos podemos esquecer que temos de ter equipas com pessoal de manutenção de equipamentos,
alimentação, cuidados de saúde/médicos, vigilância e segurança, limpeza, de stocks, entre outros.
Antes da partida para qualquer prospecção devemos munir-nos de vários documentos
técnicos importantes, nomeadamente de um memorando com objectivos bem definidos,
contactos, bem como de laboratórios de análises, proceder à recolha de bibliografia, cartografia,
fotografia aérea ou de satélite e se possível termos já alguns estudos geofísicos aéreos
efectuados.
Dentro da concessão de prospecção e acompanhamento, o acampamento deverá estar
localizado numa zona agradável e acessível. Todo o equipamento a instalar deverá conter o
máximo de conforto possível, nomeadamente no que concerne ao equipamento e condições
necessárias para executar as tarefas do dia a dia, e principalmente existirem boas condições para
um descanso tranquilo.
Logo à chegada ao acampamento deverá ser estabelecido um contacto local ou regional com
as diversas autoridades, nomeadamente, a administrações públicas, polícia, e outros como os
correios, entidades privadas, individualidades e população.
Na prospecção, esta deve reflectir várias fases até serem identificadas possíveis localizações
de concentrações primárias e secundárias. No final da prospecção geral, nas operações
estratégica e de prospecção sistemática no estágio de operações tácticas devem ser executadas as
cartas de resultados. A segurança é fundamental e deve ser tida em particular atenção desde o
início de qualquer prospecção. A equipa de prospecção deverá ter uma equipa de segurança que
deverá estar constantemente atenta às numerosas possibilidades de furtos, principalmente nas
operações manuais. Mas devemos ter muita atenção, não somente à atitude de furtar, mas
também ao facto de que os dados de campo não representam, nestes casos, os dados reais,
podendo alterar o sentido de decisão.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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em execução meticulosamente, desde o estudo de base de afloramentos até aos métodos mais
delicados.
O quadro seguinte reflecte de uma forma geral as fases de prospecção utilizadas:
Consulta de documentação técnica e jurídica. As técnicas de prospecção utilizadas na fase I de análise do
alvo são determinadas por detecção remota, utilizando imagens de satélite e de radar e fotogeologia, a
Fase I – Análise do
Prospecção Geral – (Estágio de Operações
cor e/ou preto e branco. Nesta primeira fase podemos também utilizar a Geobotânica. Deve-se efectuar
raides de reconhecimento geológico.
Alvo
mecanizada, estudos tipológicos e de topografia sumária, isto é, prospecção táctica. Deverão utilizar-se
métodos geofísicos no solo, como magnéticos, electromagnéticos, potencial espontâneo, polarização
Operações Tácticas)
induzida, resistividade, gravimetria, entre outros. Utilizar métodos geoquímicos, utilizando uma malha
mais fechada nos sedimentos e rochas. Também podemos utilizar técnicas aluvionares no sentido de
interesse
tentar chegar ao ponto principal através da amostragem, paragénese e extensão, empregando poços e/ou
sanjas, sondagens mecânicas, para deste modo ser possível efectuar-se testes de valorização, bem como
efectuar-se um pré-estudo económico de orientação para uma primeira análise geoestatística.
Objectivos: Definição dos alvos. Classificação por ordem de interesse.
Primeiros teores. Selecção dos alvos para reconhecimento.
Escala: 1/20 000 a 1/5 000: Área: 5 a 50 km2 (10 km2): Tempo: Alguns meses
Decisão: Decisão sobre o facto de devermos ou não avançar para os estudos dos indícios propriamente
ditos, tendo em conta os dados recolhidos.
Na fase IV, deve proceder-se ao levantamento topográfico e geológico e ao estudo através de sondagem
Fase IV – Reconhecimento do
com recolha de amostragem, para o estudo dos guias locais nas análises da petrografia, mineralogia e
Investigação da Área Alvo
geoquímica. Deve proceder-se também aos vários estudos geofísicos no terreno, nomeadamente através
Estudo dos Indícios –
Corpo Mineralizado
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Amostragem: A densidade das amostras deve ser regular e dependente da rede hidrográfica. Os locais de
colheita deverão ser efectuados nos seios rochosos, nas marmitas que correspondem a zonas de deposição rápida
de minerais pesados, nos depósitos de grandes calhaus, isto é cascalho (seixos), zonas de estrangulamento do
leito, entre outros.
Os volumes devem ser pesados e numerados.
- Amostragem em Leite Vivo: Equidistância 500 m a 1km. Densidade de 5 amostras/km2. As amostras são
compostas por duas tomas com 10 a 20 m de distância uma da outra. Colher as mostras a uma profundidade entre
10 a 40 cm. Colher as amostras em zonas de Cascalho mais espesso e menos lodoso. Utilizar um crivo de 5 mm.
Utilizar 5 litros de areia/seixos por bateia, e obter o concentrado.
- Amostragem por poços: Aplicada em zonas com meandros e muito arenosas. O “bed-rock” é raramente visível.
É uma técnica muito aplicada para a prospecção diamantífera utilizando 2 a 3 m3 de sedimentos. Equidistância
500 m a 1km. Densidade de 5 amostras/km2. As amostras são compostas por duas tomas com 10 a 20 m de
distância uma da outra. A metodologia de abertura de poços é idêntica à prospecção geral ou volante seguinte.
Objectivos: Controlar os índices encontrados na fase de prospecção aluvionar estratégica. Estudar a rede
hidrográfica, nomeadamente, comprimento e largura dos cursos de água, regime hídrico, caudal, pendor do curso
de água e condições de concentração. Estudar os depósitos secundários, nomeadamente estudar a largura dos
aluviões, espessura do estéril e do cascalho, dimensão e tipo do depósito, e natureza do “bed-rock”. Outras
observações topográficas e geológicas. Estimação preliminar das reservas. Observar as figuras 31 e 32.
Prospecção Geral ou Volante
Amostragem por poço: Existência ou não de cascalho no ponto escolhido. Poços isolados na parte convexa de
dois meandros consecutivos com 200 a 400 m. Os eixos de recolha são efectuados perpendicularmente ao rio.
Nas linhas de poços: O espaçamento entre linhas podem rondar os 200 m quando os cursos de água são menos
importantes, e utilizar linhas de 1000 m quando a mineralização é bem repartida. No entanto, utiliza-se
geralmente um espaçamento de 400 m. O espaçamento entre poços ronda cada um a distância de 10 a 30 m. O
espaçamento de poços isolados centra-se na ordem dos 400 a 500 m, mas pode variar para metade para os cursos
de água menos importantes.
Observar as figuras 33. A prospecção de diamante exige grandes volumes de amostra. As secções dos poços
podem atingir 4 a 6 m de comprimento e 4 m de largura, ou poços quadrados com 5 a 6 m. Na colheita das
amostras o estéril é rejeitado e só existe aproveitamento do cascalho mineralizado. Recolhe-se juntamente com o
cascalho mineralizado 10 a 15 cm, que existem no topo do “bed-rock”. Para camadas múltiplas a amostragem
deve ser feita ao longo de cada camada. Pode existir a necessidade de uso de motobombas para a retirada de água.
Deverá ter-se atenção à segurança colocando a entivação com quadros e pranchas e utilizar todos os
equipamentos de protecção individual.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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A lavagem de quaisquer sedimentos pode ser observada na figura 34, e pode ser efectuada
por vários processos, dependendo do modo como se objectiva a prospecção e assim, podemos
utilizar de uma forma geral, bateias, sluices e jigas. A concentração é efectuada no local de
amostragem ao lado de um plano fluvial de fácil acesso ou em bacias artificiais, quando estamos
num local mais árido. De certa forma a divisão das amostras é efectuada por enquartação ou
amostradores, e é utilizada a lavagem integral dos sedimentos nas sluices ou nas jigas.
Relativamente às sluices podemos dizer que são muito utilizadas para as prospecções nos poços,
dado que separam logo o material da amostragem, mas as jigas mecânicas são sem dúvida o
melhor equipamento para a prospecção de diamantes, trabalhando na separação por classificador
de densidades.
Figura 34 – Lavagem de sedimentos: A – Bateia; B – Sluice; C – Jiga a pedais manual; D – Jiga mecânica.
Fotografias retiradas de imagens pesquisadas em 2008:
A - http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/eb/Gold_Pan.jpg/250px-Gold_Pan.jpg
B, C e D - https://woc.uc.pt/dct/getFile.do?tipo=2&id=49
Em todo este processo devemos saber qual o volume de amostragem retirado e o seu peso.
Descrever cada amostra pormenorizadamente, relativamente à localização, profundidade de
mineralizações e estéril, identificações várias e importantes, incluindo nomes de rios e estradas,
entre outros, no sentido de se poder obter dados os mais realistas possíveis, para assim sabermos
mais correctamente as correlações e a rentabilidade propriamente dita da zona a explorar.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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A escolha do cascalho para lavar é determinante nas fases de pesquisa estratégica. Quanto
mais o cascalho for trabalhado, mais ele é concentrado e mais fácil será a detecção de diamantes,
assim, o cascalho em leito vivo é preferível aos depósitos de cascalho de margens, mas, estes
dois últimos são preferíveis aos depósitos de cascalho de terraço. Existem outras vantagens na
retirada de cascalho em leito vivo; estas são mais fáceis de serem amostradas, dado não terem
camadas de estéril a recobrir o cascalho mineralizado; são mais fáceis de lavar, dado conterem
pouca argila em relação aos depósitos de margens e de terraços; a cubicagem do cascalho a ser
lavado é muito importante, dado que numa grande parte as quantidades de teores são fracas, de
certo modo, um teor de 0,50 ct/m3 constitui um teor muito considerável, que corresponde a um
número limitado de pedras de diamantes, neste sentido aconselha-se proceder à lavagem de 2,5
m3 de cascalho por local; nas técnicas de tratamento do cascalho intervêm dois tipos de
operações, a classificação e a concentração, que passamos a descrever:
- Classificação: é realizada geralmente com malhas decrescentes com ajuda de peneiros, isto é,
10; 6; 4; 2,5; 2; 1 mm. Poderá ser executada a operação de forma manual ou mecânica com ajuda
de água corrente. De certa forma o cascalho extraído é colocado e passado por uma série de
peneiros, iniciando, desde logo, com um peneiro de 10 mm e assim sucessivamente. O material
não mineralizado do peneiro dos 10 mm, após análise, é rejeitado. As restantes amostras dos
peneiros seguintes são recolhidas e separadas em bacias diferentes e serão de seguida
concentradas. Podemos observar como exemplo a figura 35 que se segue:
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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O passo seguinte, será entrar numa prospecção sistemática, isto é, deve proceder-se a uma
identificação dos pontos de interesse, construção de cartas e avaliação dos jazigos aluvionares.
Objectivos: Estado de operações mais tácticas. Identificação dos pontos de interesse, e identificar a importância
do jazigo prospectado.
Densidade da amostragem: Deve proceder-se à redução das linhas de poços para distâncias que rondam os 400,
200, 100, 50 e 25 m. Deve também proceder-se à redução das distâncias entre os poços para 20, 10 e 5 m.
Devemos manter distâncias maiores quando as amostragens são estéreis, caso contrário devemos cerrar a malha.
Cálculo de teores:
Os presentes cálculos, mesmo com algumas imprecisões têm a vantagem de informar sobre a primeira ideia do
jazigo e direccionar-nos para uma possível exploração.
Estimação do teor de cascalho
P× N P ×V × K
t= ou t = ; t – teor em g/m3; P – peso em g; n – número de bateias lavadas; N – número de
n v
bateias por m3; v – quantidade lavada em litros; V – volume de referência; V=1000 litros (ou 1 m3); K –
coeficiente de empolamento, isto é, número de litros de cascalho correspondente a 1 litro de cascalho “in situ”.
Determinação do volume de cascalho num poço:
X
V = ( Ss + Si + Ss × Si ) ; V – volume do cascalho; X – espessura do cascalho; Ss – nível do poço na
Prospecção Sistemática
3
parte superior do cascalho; Si – nível do poço na parte inferior do cascalho.
Estimação do teor por m2 de cascalho:
tc = t × g ; tc – teor em gramas ou quilates/quilates por m2 de cascalho; t – teor em gramas ou quilates/quilates
por m3; g – espessura do cascalho.
Estimação do teor por m3 de cascalho escavado:
t×g t×g tc tc
te = = ou = ; te – teor da escavação; t – teor do cascalho; tc – teor por m2; g –
g×S X g+S X
espessura do cascalho; S – espessura do estéril; X – espessura total do aluvião.
Cálculo de reservas:
Ve = S × e e Vc = S × c ; Ve – Volume do estéril; Vc – Volume do cascalho; S – superfície total do jazigo; e –
espessura média do estéril; c – espessura média do cascalho.
S1 g1t1 + S 2 g 2 t 2 + .... + S x +1 g x +1t x +1
Tmgr = , teor médio do cascalho no conjunto do jazigo.
S1 g1 + S 2 g 2 + .... + S x +1 g x +1
S g t + S 2 g 2 t 2 + .... + S x +1 g x +1t x +1
Tme = 1 1 1 , teor médio da escavação. Onde, S 1 , S 2 , …, S x+1 – secções dos
S1 H 1 + S 2 H 2 + .... + S x +1 H x +1
poços de prospecção; g 1 , g 2 , …, g x+1 – espessura do cascalho; t 1 , t 2 , …, t x+1 – teores do cascalho; H 1 , H 2 , …,
H x+1 – espessura do cascalho e do estéril.
P = V × Tmgr e P = V1 × Tme ; P – peso; V – volume total do cascalho; V 1 – volume total do cascalho e do
estéril; Tmgr – teor médio do cascalho; Tme – Teor médio do escavado.
De uma forma geral, os vários métodos utilizados para proceder aos cálculos são quatro,
nomeadamente o método de rectângulos, método dos trapézios, método das zonas e o método
das curvas de isoteores. Deste modo e de uma forma sucinta descrevemos estes vários métodos:
Método dos rectângulos: O presente método, por experiência, apresenta resultados muito
próximos da realidade e o controlo das operações é simples e rápido, este pode observar-se na
figura 36. O método tem como princípio a delimitação de uma ou várias áreas mineralizadas de
acordo com a distância média dos estudos efectuados.
Na delimitação da superfície de exploração é recomendável a utilização de um coeficiente de
segurança inferior a 1, dado a dificuldade de recuperação. Deste modo, o coeficiente pode variar
entre 0,64 a 0,90 de acordo com características da mineralização.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Figura 36 – Método dos rectângulos, segundo R. Antoine, “Les méthodes pratiques d’évaluation des gîtes
secondaires aurifères appliquées dans la région de Kilo-Moto”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier”
(1981).
Figura 37 – Método dos trapézios, segundo Bonte, “L’étude des gîtes secondaires: métaux et pierres précieuses.
Prospection et exploitation des alluvions”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier” (1981).
Método das zonas: O processo de delimitação é igual ao do método dos trapézios, delimita os
teores de uma determinada área e considera o teor médio em função da área de cada poço, este
método pode ser observado na figura 38.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Figura 38 – Método das zonas, segundo Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier” (1981).
Método das curvas de isoteores: O presente método é pouco utilizado e é mais empregue em
termos de prospecção geoquímica para minerais indicadores como, granada, ilmenite, cromite,
cromo-diópsido, através da colheita de amostras de sedimentos correntes na rede de drenagem da
área ou de solos, em malha regular que é estabelecida no terreno, podendo ser observado na
figura 39.
Figura 39 – Método das curvas de isoteores, segundo R. Antoine, “Les méthodes pratiques d’évaluation des gîtes
secondaires aurifères appliquées dans la région de Kilo-Moto”, in Chaussier, “Manuel du Prospecteur Minier”
(1981).
efectuar uma maior densidade de amostragem, quer nas linhas de água quer no solo, ou talvez
utilizar em simultâneo outros métodos, nomeadamente levantamentos electromagnéticos.
Numa dada prospecção, o indivíduo que efectua a mesma, poderá ficar confrontado com a
necessidade de a avaliar ou reavaliar o potencial de uma determinada área. Assim, se existem
trabalhos numa dada área ou se estão a decorrer, deve continuar-se com os vários estudos de
gabinete no sentido de melhorar a avaliação geral da área para se encontrar o Kimberlito
principal.
No caso de uma determinada área, que poderá ser de interesse para uma exploração e que
nunca foi estudada, os vários trabalhos de gabinete baseiam-se em determinados critérios, como
é o exemplo das idades das zonas cratonizadas (mais antigas possíveis), bem como os estudos da
estrutura regional, no sentido de evidenciar as intersecções de fracturas bem delimitadas e com
grandes extensões. Segundo Pretorius, (1970), defende que também são zonas de interesse os
locais com padrão de fracturação atípica ou anómala.
Nos estudos de estrutura regional, são as interpretações ou reinterpretações das cartas
geológicas que nos ajudam a entendermos as estruturas. Mas, se neste contexto adicionarmos ao
estudo as fotografias aéreas (1/30.000 e/ou 1/80.000) ou imagens de satélite (no mínimo de duas
bandas, domínio do verde e outra no domínio do infravermelho próximo e com uma resolução no
solo entre os 30-80 metros), estas poderão fornecer dados muito interessantes.
As áreas onde são conhecidos os kimberlitos, apresentam uma série de características em
comum, como: elevado espessamento da crusta; falhas transformantes importantes que provocam
zonas de fraqueza crustal; um soco com zonas de contacto entre diferentes blocos que
correspondem a zonas potenciais de fraqueza na crusta; existência de anticlises, podendo
apresentar um grande raio de curvatura. Estes dados podem ser observados procedendo aos
vários estudos electromagnéticos e gravimétricos de carácter regional. A distinção entre os vários
blocos, pode estar associada com os domínios onde existam contraste acentuados entre
densidades ou susceptibilidade magnética dos materiais ou interrupções bruscas por estruturas
regionais.
Se os estudos forem bem detalhados e altamente especializados, nomeadamente na área de
petrologia e mineralogia, dão respostas essenciais para o desenvolvimento de técnicas de
exploração, pois podem auxiliar no entendimento dos processos que influenciam na geração e
transporte dos diamantes do manto para a superfície.
Para concluir, é de facto notável que quase todos os trabalhos relacionados com a
prospecção, avaliação e exploração de fontes primárias de diamantes, ressaltam a necessidade da
avaliação do contexto regional e principalmente o contexto local para que se obtenha o sucesso
desejado, isto é, o sucesso no descobrimento de novas jazidas de diamante. Esse facto resulta da
enorme variação litogeoquímica dos kimberlitos, bem como das rochas associadas, o que implica
sem sombra de dúvidas a impossibilidade de se criar um padrão universal ou um modelo para
que exista um maior aproveitamento económico destas rochas.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Quando a ocorrência dos kimberlitos forem do tipo filoneana pode existir uma forte
dominância de carbonatos, tornando-se assim muito complicado distingui-los dos calcários
metamorfizados.
Podemos através de levantamentos electromagnéticos, geralmente aerotransportados,
localizar as chaminés kimberlíticas, dado a susceptibilidade electromagnética dos kimberlitos. A
percentagem de ilmenite e magnetite é quase sempre superior à das rochas encaixantes e serve de
referência na prospecção magnética. Neste caso, é muito importante a interpretação dos
resultados, não interessando se o valor da intensidade magnética é ou não elevado. De facto o
que interessa realmente é a disposição espacial, sendo as anomalias de maior significado às de
carácter pontual e de disposição concêntrica. No que se refere aos levantamentos aéreos
electromagnéticos, estes correspondem a levantamentos de pormenor em que o espaçamento da
linha de voo deverá estar situado entre os 120 e os 300 metros, sendo a altura de voo inferior a
200 metros. É relevante referir que se devem efectuar estudos magnéticos, eléctricos e de
espectrometria em conjunto, pois o custo adicional destes trabalhos é diminuto, mas em conjunto
podem fornecer-nos informação de grande interesse. Assim, os kimberlitos quando estão muito
alterados podem apresentar uma condutibilidade elevada, devido à existência de grandes
quantidades de montmorilonite de forma a contrastarem com as rochas encaixantes. Os
kimberlitos podem também ter alguma quantidade de radioactividade, com mais relevância
quando são de natureza micácea e com uma relação com a flogopite.
É importante referir que as formações kimberlíticas não ocorrem de forma única, mas sim
sempre em conjunto, agrupados com várias unidades. Mas, nem todos os kimberlitos têm
diamantes, e mesmo os que contêm diamantes pode não ter uma exploração economicamente
rentável.
Até ao presente, a única forma que existia para determinar a rentabilidade do kimberlito, era
através da utilização da amostragem directa. Têm sido realizados vários estudos para a definição
de critérios que permitem determinar o interesse económico de um kimberlito com base na
química de vários minerais, definindo deste modo prioridades nos trabalhos de prospecção de
amostragem sistemática. Nestes estudos de mineralometria, as granadas permitem numa primeira
avaliação, saber se estamos perante um kimberlito produtivo, sendo a granada do tipo piropo um
mineral utilizado como indicador.
Os peridotitos com granadas, nomeadamente os lherzolitos contêm piropos ricos em Mg e
Cr, mostrando também uma boa correlação entre os teores de Ca e Cr. Verifica-se que as
granadas associadas aos diamantes, especialmente as que têm inclusões ou as que fazem parte
dos xenólitos de lherzolitos com diamantes, são ricos em Cr e subcálcicas. Estas granadas podem
englobar-se tanto na série peridotítica como na série eclogítica das inclusões, mas a maioria
pertence à série peridotítica.
Para além do baixo teor de cálcio, essas granadas associadas aos kimberlitos produtivos, têm
como particularidade um teor mais elevado em Sr e Nd.
A interpretação de minerais indicadores pode delinear o interesse da intrusão. Minerais como
a granada do tipo piropo, minerais do grupo das clinopiroxenas como é exemplo o diópsido
(cromodiópsido), a espinela, a ilmenite e até mesmo a olivina e o corindo, podem informar-nos
sobre a produtividade da intrusão kimberlítica, o qual será descrito mais a frente nos métodos de
prospecção referente aos métodos geoquímicos. Os critérios geoquímicos permitem-nos assim,
avaliar a potencialidade de uma intrusão kimberlítica com diamantes, mas não nos dão
informação sobre a forma e dimensão do corpo kimberlítico. Assim, para sabermos as referidas
características físicas do corpo intrusivo, principalmente relativas à profundidade e existência de
apófises não aflorantes, devemos recorrer à aplicação de técnicas geofísicas.
Numa prospecção geológica, é por vezes possível identificar à superfície alguns afloramentos
kimberlíticos, e se a avaliação do teor e qualidade dos diamantes não for favorável,
abandonamos a sua exploração.
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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- Granadas: As granadas do tipo piropo, com composição subcálcica e com elevado teor de
crómio são chamadas de granadas G10. São reconhecidas como o mais fiel indicador da presença
de diamantes com potencial económico num Kimberlito. O diagrama que se apresenta a seguir,
na figura 40, reflecte a ligação das granadas G10 aos kimberlitos nos vários continentes.
Figura 40 – Diagrama Cr 2 O 3 – CaO, para as inclusões de granadas peridotíticas de diversos locais do mundo,
publicado por Gurney (1984).
Como podemos observar, a maior percentagem das granadas caem no campo pobre de Ca,
em relação à linha delimitadora G10/G9 definida por Gurney (1984).
Deste modo, as granadas provenientes do manto são considerados os mais importantes
indicadores de minerais de diamantes nos kimberlitos. Mas foi em 1975, que Dawson e Stephens
desenvolveram um trabalho pioneiro, e mostraram que as granadas são um mineral muito
importante na prospecção de diamantes em kimberlitos. Outros estudos efectuados à data
confirmaram o mesmo. No presente, os dois estudos mais importantes para a classificação e
interpretação das granadas pertencem a Schulze (2003) e Grütter et al. (2004). Estas
classificações são importantes na distinção das granadas do tipo piropo das granadas eclogíticas
e das granadas crustais. Os principais elementos usados para identificar e interpretar as granadas
derivadas do manto, e estimar o potencial em diamantes de uma área ou de uma chaminé
individual são nomeadamente: Cr, Ca, Mg, Fe, Ti e o Na.
O esquema introduzido por Grütter et al. (2004), é utilizado para classificar diferentes
espécies de granadas. Apesar da presente abordagem, introduzir conceitos que não sejam
familiares para determinadas áreas na geologia, tais como a intercepção do Ca, é compreensível,
simples e muito bem adaptado na prospecção do diamante, o qual podemos observar na figura
41.
Figura 41 – Diagrama de granadas Cr 2 O 3 -CaO, mostrando a composição de granadas segundo Grütter et al. (2004).
Di/Gr é a curva invariante da grafite/diamante.
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Figura 44 – Discriminação das clinopiroxenas Cr 2 O 3 -Al 2 O 3 , segundo Ramsey and Tompkins (1994).
- Ilmenite: As ilmenites são dos minerais mais utilizados como mineral indicador de
kimberlitos. É um membro comum do conjunto de megacristais e que contêm concentrações
maiores elementos de TiO 2 , MgO, CrO 2 , MnO 2 e Fe 2 O 3 . É utilizada para distinguir as ilmenites
kimberlíticas daquelas que não são kimberlíticas, segundo Wyatt et al. (2004), como se observa
na figura 45. Deve referir-se que as ilmenites não kimberlíticas, isto é, as que derivam da crusta
apresentam um baixo teor de MgO. Mas também, as ilmenites com baixa relação Fe3+/Fe2+,
indicam condições favoráveis de oxidação-redução para a preservação do diamante e, por isso,
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Figura 46 – Gráfico de discriminação da ilmenite Cr 2 O 3 e MgO, segundo Haggerty (1991). Campo simplificado das
ilmenites Kimberlíticas que são derivadas de amostras da América do Norte, Austrália e África do Sul, segundo
Wyatt et al. (2004).
- Olivina: As olivinas que existem nos climas mais frios são mais resistentes à serpentinização.
É considerada também um mineral indicador de kimberlitos. Deve relembrar-se que para além de
ser um mineral comum nos kimberlitos, também está presente em variedades de rochas
ultramáficas, não dando informação do potencial em diamantes como é exemplo dado pelas
granadas, as clinopiroxenas, cromites e ilmenites. As olivinas, não podem somente ser analisadas
a nível visual. É muito importante que se proceda a análises por microssonda electrónica. As
olivinas que podem aparecer no gráfico com o campo de “cor verde” da figura 47, derivam das
rochas kimberlíticas, segundo Eccles e Sutton (2004).
Figura 47 – Gráfico de discriminação da olivina NiO-Fo. As olivinas que derivam das rochas kimberlíticas
apresentam-se no campo do gráfico, segundo Eccles e Sutton (2004).
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- Corindo: O corindo e as suas gemas equivalentes, em raras circunstâncias, são encontrados nas
rochas sobre-saturadas de sílica, tal como os gnaisses ricos em alto grau de alumínio, e também
numa variedade de basaltos alcalinos nos locais de contacto metamórficos segundo Simandl e
Paradis (1999).
Também nestes locais são encontrados outros tipos de minerais associados a estes, embora não
sejam minerais indicadores de kimberlitos, como é o exemplo:
a) Diásporo, este ocorre associado ao corindo, é um hidrato de alumínio (AlO(OH)),
especialmente um produto final de um possível metamorfismo regional. Cristaliza também com a
goetite e manganite. O presente não serve de pista em termos de distância de percurso desde a
fonte primária e a distribuição química.
b) Saponite, que se apresenta como um silicato natural hidratado de magnésio e alumínio
((½Ca,Na) 0.33 (Mg,Fe+2) 3 (Si,Al) 4 O 10 (OH) 2 ·4H 2 O) de cor branca a cinza, apresenta-se sob a
forma de massas moles, amorfas, saponiformes, que enchem cavidades e veios. Segundo
Coenraads (1990), estão também associados às concentrações de depósitos de diamantes.
A ligação directa mas não exclusiva de corindo-diamante é estabelecida através do estudo das
inclusões de corindo no diamante, segundo Hutchison et al. (2001 e 2004). Dados preliminares
indicam que as inclusões interpretam a existência singética com o crescimento do diamante, com
mais alto teor de Ni e alto ratio de Mg/Fe, do que o corindo de qualquer outro nível de
temperatura e pressão, segundo Hutchison et al. (2004).
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Métodos Geofísicos
Geoeléctricos Sísmicos Potenciais
Objectivos RES PI EM PS GPR REFR REFL MAG GRAV
Contactos Geológicos 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Falhamentos e Fracturamentos 1 1 1 1 1 2 1 1 1
Topo Rochoso 1 2 2 3 1 1 1 2 2
Identificação Litológica 1 1 3 3 2 1 1 3 3
Corpos Intrusivos-Diques 1 1 1 2 1 1 1 1 1
Derrames Basálticos 1 1 1 3 1 1 1 1 1
Resultados esperados: (1) BOM; (2) LIMITADO; (3) NÃO RECOMENDADO
Quadro 9 – Aplicação da Geofísica nas principais questões relacionada com a intrusão kimberlítica.
Como se pode observar no quadro 9, a utilização dos vários métodos são um aliado poderoso
na prospecção kimberlítica, diminuindo os custos finais de um projecto e auxiliando na precisão
e entendimento dos resultados finais. Neste sentido, no ou nos vários estudos a realizar, visando
a identificação do corpo intrusivo, os principais factores que condicionam a escolha da
metodologia geofísica, podem ser sintetizados nos seguintes: profundidade de investigação a ser
atingida; pela espessura e forma do corpo a ser prospectado; tipos e contrastes de propriedades
físicas entre o corpo a ser prospectado e o meio encaixante; poder de resolução; custo e
celeridade; e a topografia e área de estudo.
Como já foi referido anteriormente, os diamantes podem ocorrer em quantidades
economicamente rentaveis nos depósitos aluvionares e nos kimberlitos. O trabalho de Gerryts
(1970), muito contribuiu para a confirmação da potencialidade dos métodos geofísicos,
reexaminando áreas de programas de exploração kimberlíticas. Assim, os métodos geofísicos
foram incluídos como método de prospecção, há pouco mais de quatro décadas atrás, dado que
até essa altura utilizavam-se somente a prospecção geoquímica e mineralógica, baseada na
amostragem de minerais pesados, normalmente dispersos a partir da fonte.
Num contexto geral, as respostas de anomalias geofísicas das chaminés kimberlíticas são
complexas. Os kimberlitos têm propriedades físicas particulares, intrínsecas e não homogéneas,
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SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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bem como a quantidade e a natureza da rocha encaixante que foram arrancadas, como também a
presença de rochas de cratera, a erosão e alteração das rochas, etc, onde a resposta varia de área
para área. A presente conjuntura causa diferentes investigações e consequentemente diferentes
conclusões para as aplicações das diferentes técnicas de exploração kimberlítica. Estas
conclusões são perfeitamente comprovadas nos vários e diferentes modelos de chaminé. Assim,
existem três factores importantes de controlo na resposta geofísica na prospecção das chaminés:
o tamanho original e não homogéneo das camadas da chaminé; a profundidade de erosão que
afecta o tamanho e os agrupamentos dos minerais de superfície; e os processos de alteração que
ocorrem à superfície onde são condutivos mas não são magnéticos.
As ferramentas de prospecção geofísica utilizadas como métodos geofísicos são: magnéticos;
electromagnéticos (EM); e também gravimétricos como as principais na localização das
intrusões segundo Haralyi e Svisero (1984), Macnae (1995), Power et al. (2004), utilizando
meios aerotransportados (avião e helicóptero). Outros métodos como sísmica,
eletrorresistividade e GPR também são citados, porém para os detalhes e modelamento de
corpos, isto é, para alvos prioritários.
O kimberlito tem uma gravidade específica entre os 2,7-3,0 e a rocha encaixante pode ter
entre 2,3-2,5. Neste contexto, as anomalias gravimétricas detectam somente alguns décimos de
miligal.
A presença nos kimberlitos, principalmente de montmorilonite (argila), produz uma
condutividade baixa na resistividade induzida. Essa condutividade baixa reflecte-se mais nas
zonas que estão a delimitar as chaminés kimberlíticas. No que concerne ao topo da chaminé, as
zonas ricas de argila provocam uma condutividade e/ou uma grande anomalia magnética onde os
corpos condutivos perto da superfície têm um diâmetro ligeiramente mais largo do que a fonte
magnética em profundidade.
Relativamente às anomalias electromagnéticas (EM), são de interpretação e utilização
duvidosa no que respeita aos limites entre o kimberlito e a rochas encaixante quando o estado em
que se apresentam é semelhante.
A gamaespectrometria não é um método usual na prospecção de kimberlitos, dado a sua
pequena profundidade de penetração, e grande susceptibilidade a variações em relação à
geologia. Assim é pouco utilizada, embora seja usado para avaliação preliminar das anomalias
magnéticas. Quando os kimberlitos apresentam anomalias gamaespectrométricas mais
expressivas é de facto uma boa contribuição para a delimitação do mesmo.
A refracção sísmica, num contexto geológico generalizado relativo à prospecção geofísica a
realizar, revela muita informação acerca do contacto entre a rocha encaixante e o kimberlito,
embora se torne inútil numa operação de rotina. De forma geral, para a detecção sísmica dos
kimberlitos, a velocidade é mais baixa do que a rocha encaixante.
Muito importante é o facto dos estudos geofísicos realizados para uma determinada área, não
poderem ser assumidos como modelo para serem empregues noutras regiões, uma vez que os
litotipos das rochas encaixantes e as próprias intrusões podem apresentar características
geofísicas diferentes.
Assim, em qualquer pesquisa de kimberlitos, as variações que entendamos consideráveis e
importantes devem ser antecipadas para a melhor escolha do método ou métodos.
Num estudo geofísico aplicado a este tipo de intrusões como primeira estimativa, deve
envolver-se e é recomendável num ante-projecto a interpretação magnética, de resistividade,
técnicas electromagnéticas, bem como o uso de fotografia aérea ou imagens de satélite.
Podemos utilizar alguns critérios de relacionamento para classificar as anomalias. Existe uma
relação entre as superfícies de intrusão mostradas nos dados magnéticos e/ou electromagnéticos
numa fonte com dimensão de 100 a 1600 m. A presença de várias respostas de anomalias na
proximidade da chaminé estudada demonstra um conjunto de aglomerados kimberlíticos. Se a
anomalia é magnética e condutiva, a anomalia electromagnética mostra o aparecimento de uma
fonte menor do que a da magnética. A relação da anomalia magnética e electromagnética de
grande amplitude, no que respeita à cobertura aluvionar, poderá dar informação de uma grande
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espessura aluvionar. Também importante é o facto das características coincidentes dos vários
estudos e que se apresenta na observação de fotografia aérea, excepto quando existe grande
cobertura aluvionar.
Em qualquer reconhecimento aéreo de prospecção, várias considerações geológicas podem
ser usadas para determinar ou decidir se um estudo magnético, ou a combinação de um estudo
magnético e electromagnético devem ser efectuados. Quando temos uma área onde esperamos
que existam zonas de alteração, a combinação destes estudos são essenciais para se encontrar as
chaminés, dado que uma complementa a outra esclarecendo-se assim, dúvidas que possam
surgir.
Figura 48 – Várias texturas de rochas: a) Arenitos grosseiros; b) Arenitos mal calibrados; c) Calcário; d) Deposição
Gresosa; e) Granito; f) Basalto.
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Quanto aos métodos de resistividade, existem dois tipos de procedimentos que podem ser
empregues na prospecção. As sondagens eléctricas verticais (SEV) são usadas sobretudo para
estudar a estratificação horizontal das interfaces. Neste procedimento os eléctrodos de corrente e
potencial são mantidos com o mesmo espaçamento relativo e todo o aparato é expandido em
torno de um ponto central que é mantido fixo. Em consequência as leituras são feitas para
profundidades de penetração progressivamente maiores. O grande problema é que a natureza não
é muito estratificada. No entanto, este procedimento encontra boas aplicações para definir zonas
horizontais de estratos porosos. No que diz respeito aos perfis eléctricos, estes são usados para
determinar variações laterais de resistividade. Nestes casos, os eléctrodos de corrente e de
potencial são mantidos com uma separação fixa e deslocados progressivamente ao longo do
perfil.
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Neste sentido, podemos utilizar vários métodos de acordo com a figura 49, seguinte:
Figura 50 – Variação da resistividade aparente em função da separação dos eléctrodos a. Segundo Braga (2001),
“Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada, Instituto de
Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
Figura 51 – Variação da resistividade aparente com a separação dos eléctrodos para uma situação de 3 camadas
horizontais. Segundo Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de
Geofísica Aplicada, Instituto de Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São
Paulo, Brasil”.
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Figura 52 – Segundo Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de
Geofísica Aplicada, Instituto de Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São
Paulo, Brasil”.
Na prática, o que se executa é uma inversão matemática que pretende calcular o número de
camadas, a sua espessura e a sua resistividade. Estas soluções não se libertam das incertezas,
devido ao problema inverso (ρ 1 t 1 =ρ 1 ’t 1 ’). Devemos ter em consideração que as camadas que são
muito finas não podem ser detectadas em curvas de sondagens a grande profundidade.
Figura 53 – SEV obtida com um dispositivo de Schlumberger e modelo calculado para uma curva tipo H. Segundo
Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada,
Instituto de Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
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Figura 54 – Perfil de resistividade aparente ao longo de uma descontinuidade vertical. Segundo Braga (2001),
“Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada, Instituto de
Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
A figura 55 mostra como exemplo, vários perfis calculados para o caso de uma esfera
condutiva enterrada a uma certa profundidade, usando três dispositivos diferentes. O método que
melhores resultados apresenta, é o do dipólo-dipólo.
Figura 55 – Perfis de resistividade sob uma esfera enterrada. Segundo Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados.
Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada, Instituto de Geociências Exactas da Universidade
Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
Figura 56 – Método de representação de uma pseudo-secção. Segundo Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados.
Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada, Instituto de Geociências Exactas da Universidade
Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
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Figura 57 – Modelo a duas dimensões, de acordo com a combinação de sondagem vertical e de perfil. Segundo
Braga (2001), “Métodos eléctricos aplicados. Módulos Hidrogeologia. Departamento de Geofísica Aplicada,
Instituto de Geociências Exactas da Universidade Estatual Paulista Campus de Rio Claro, São Paulo, Brasil”.
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ms. Na zona de um kimberlito de maior profundidade, isto é, que não está alterado a sua
resistividade anda por volta dos 500Ωm.
Neste sentido, os estudos das resistividades do terreno podem ter grande utilidade na
determinação da chaminé kimberlítica, distinguindo os sedimentos sobrejacentes, os terrenos
alterados e os terrenos não alterados de maior profundidade. O presente estudo deverá dar
informações não só dos níveis da estrutura, bem como dos mapas de descontinuidades ao longo
das linhas.
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A prospecção magnética, é uma técnica passiva de campo potencial, onde as fontes do campo
não podem ser alteradas. Assim, auxilia-nos na variação da profundidade da investigação e para
melhorar a relação sinal/ruído, no qual o sinal é a componente da leitura produzida pelo objecto
da prospecção e o ruído é uma leitura gerada por uma ou mais fontes que não interessam ao
propósito da investigação em curso. Nesta primeira limitação não se pode fazer nada, mas na
segunda, podem aplicar-se técnicas de suavização e filtração do sinal. No entanto, é preferível
reconhecer e remover os erros e ruído tanto quanto possível, antes de usar tais técnicas. O erro é
a componente irreprodutível da leitura dos dados, associado ao próprio processo de aquisição,
onde o erro sistemático é geralmente atribuível aos procedimentos de medida e o erro aleatório
ao que tem como componente principal a deriva temporal dos potenciais.
Assim, e como já foi referido, o tratamento dos dados de uma campanha de prospecção
magnética, inicia com a correcção da deriva temporal, caso esta seja necessária, e da filtração de
ruído e separação regional – residual. Sempre que as variações temporais do campo total sejam
de ordem a mascarar a anomalia magnética que se prospecta, estas têm que ser filtradas e de
acordo com as seguintes condições: quando existem anomalias de grande comprimento de onda e
baixa amplitude; quando os perfis são muito longos; quando a prospecção é referente a corpos
profundos; e quando a prospecção é efectuada a altas latitudes magnéticas. O método mais
simples para corrigir a deriva temporal consiste em fazer periodicamente leituras na estação de
base, anotando a hora da leitura. Assim, assume-se que a deriva é linear e que o tempo entre cada
leitura nas estações de medida é constante. Assim, se projectarem as leituras da deriva contra os
tempos de cada leitura e se ajustar uma curva aos pontos assim obtidos, curva de deriva
temporal, os valores da curva podem ser subtraídos às leituras em cada estação de medida e à
hora a que a medida foi realizada. Podemos observar um exemplo na figura 58.
Figura 58 – Correcção da deriva temporal. Exemplo segundo Alves, E. Ivo (1997). “Elementos de Geofísica.O
magnetismo na Terra, Volume II. Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra”.
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ou mais. Quando existe um espaçamento menor que 500 m entre os picos magnéticos, não é
possível estabelecer qualquer relação com a devida segurança dos corpos intrusivos.
Figura 59 – Anomalias para vários corpos ideais e diversas orientações de campo. Adaptado de Garland, G. D.
(1971), Introduction to Geophysics.
Figura 60 – Resultados de estudos de magnetometria. Amplitude do sinal analítico (ASA) e campo magnético
anómalo (CMA).
corpos intrusivos mais pequenos com anomalias expressivas têm possibilidade de estarem
representados nos dados magnéticos.
O procedimento utilizado para o estudo das anomalias magnéticas num estudo de uma
chaminé kimberlítica baseia-se na utilização do levantamento através de perfis (5 a 10) em linhas
de 200 m de distância, para visualizar as formas da superfície das intrusões e que tenha pelo
menos uma perpendicular ao longo da rede principal.
7.2.3.3. GRAVIMETRIA
O valor da aceleração da gravidade num ponto real da superfície real da Terra é influenciado
por cinco factores, nomeadamente, a latitude, a altitude, a topografia da área envolvente, as
marés e as variações sub-superficiais da densidade. O principal objectivo da gravimetria é a
determinação do último daqueles factores. Deste modo devemos proceder numa primeira fase às
correcções, obtendo-se a anomalia de Bouguer, e de seguida à remoção do gradiente regional. O
cálculo das correcções é lento e laborioso.
Quando executamos medidas da aceleração da gravidade procedemos às correcções de modo
a que os seus valores sejam aqueles que teriam sobre uma superfície equipotencial do campo,
como o geóide. A diferença entre o valor corrigido da gravidade e o valor teórico que se
esperaria sobre o geóide, toma o nome de anomalia gravimétrica e deve-se, essencialmente, ao
factor que procuramos, a variação da densidade. Em relação às intrusões kimberlíticas, devemos
referir que este procedimento de prospecção toma elevada importância quando a diferença de
densidade é sentida entre o kimberlito e a rocha encaixante. De facto, a quantidade de minerais
de ferro provoca esta diferença, nomeadamente, a ilmenite, a magnetite, a goetite, entre outros.
No entanto, este método de prospecção deverá estar associado aos métodos de resistividades
eléctrica e magnética, para se ter uma percepção mais clara de uma possível intrusão, de forma a
complementar qualquer estudo numa determinada região. O estudo da densidade nos kimberlitos
pode fazer a diferença, dado que podem existir problemas nos métodos de resistividade pela falta
de condutividade eléctrica, e nos métodos magnéticos quando existe falta de campo magnético
nos kimberlitos. Assim, este processo associado a outros poderá certamente, ser uma mais valia
na complementaridade e na determinação destas intrusões.
7.2.3.4. GAMAESPECTOMETRIA
Os estudos de gamaespectrometria podem ser alterados por diversas causas. A alteração das
características do solo por uso de fertilizantes na agricultura, revolvimento do solo como é o
exemplo do garimpo, e transporte de material e lixiviação por efeito da topografia (relevo),
podem fazer com que os resultados não sejam os esperados. Neste contexto, quando iniciamos
estes tipos de estudos, devemos ter estes factores em consideração.
Alguns dos corpos intrusivos, podem apresentar anomalias gamaespectrométricas mais
expressivas. Assim, os resultados mais significativos relativamente à caracterização
gamaespectrométrica dos corpos, são as imagens dos canais de Th e U, nos quais é possível
observar em detalhe as anomalias geradas pelos corpos aflorantes. Neste sentido, podemos obter
como exemplo a figura 61.
Relativamente à figura 62, a imagem do canal de K torna por vezes difícil a associação de
valores anómalos às intrusões, principalmente por causa da sua grande mobilidade e do baixo
contraste com as rochas encaixantes.
Figura 62 – Perspectiva tridimensional das imagens do modelo digital de terreno (MDT), dos canais K, Th e U, e da
amplitude do sinal analítico (ASA) sobre o Kamafugito Limpeza-06, na província alcalina do Alto Paranaíba, no
Brasil. Escala aproximada.
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quando existe um contraste de cor/tonalidade que não permite que se consiga definir o
kimberlito.
As clareiras anunciam a possível presença de chaminés kimberlíticas, onde as rochas se
apresentam muito alteradas. Relativamente às coberturas vegetais, podemos distinguir dois tipos
de clareiras: aquelas que estão desprovidas de árvores ou arbustos e as que estão desprovidas de
árvores, mas em que existe sobre-população de arbustos, que se distingue na fotografia aérea
(preto e branco) com tonalidades cinzentas mais claro e uniforme.
A erosão diferencial provoca relevos com diferenciação positiva, demonstrando assim a
possível existência de chaminés kimberlíticas, com forma circular e forma da bacia hidrográfica
radial.
Os factores que determinam principalmente as características dos corpos kimberlíticos nos
estereogramas são baseados nos aspectos particulares dos kimberlitos, de acordo com a sua
forma de ocorrência e outros factores relevantes. Relativamente aos aspectos peculiares devemos
ter em atenção a situação topográfica dado as modificações no relevo podendo formar-se colinas,
e ter também em atenção as estruturas, a grandeza e a forma de ocorrência. Pode também ajudar-
nos ao reconhecimento geoquímico das rochas kimberlíticas, dado que algumas plantas são
sensíveis à natureza química do solo, ao grau de humidade e à sua textura. Existem assim,
plantas que só se instalam dado a preferência dos materiais ricos em certos elementos e outros
que não se conseguem desenvolver nesses determinados solos kimberlíticos. Deste modo, a
existência de sobre-população de arbustos em clareiras, pode indicar a presença de rochas
kimberlíticas, principalmente de fácies da diatrema, e a simpatia de elementos químicos que
existem com as mesmas. Em relação a outros factores, tomamos em conta o clima, o ambiente
geológico, a constituição das formações de recobrimento, o valor da erosão, a cobertura vegetal,
a acção exercida pelos animais, entre outros.
A relação que existe entre o clima e as rochas kimberlíticas é muito importante, pois nas
Lundas o período de chuvas pode ocorrer durante sete meses, provocando um favorecimento na
alteração superficial das rochas kimberlíticas. As camadas sedimentares do sistema continental
que se encontram por cima das intrusões podem atingir alguns metros como também dezenas de
metros. As maiores espessuras impedem a acção diferencial dos agentes erosivos sobre os
kimberlitos e sobre as rochas encaixantes.
A ligação que existe no enriquecimento de argilas dos solos de clareira indica a presença de
chaminés kimberlíticas. Julga-se que o teor de humidade local relacionado com as camadas de
intemperismo argiloso é favorável para a fixação da presente vegetação arbustiva.
Nas bacias hidrográficas que se apresentem dendríticas, podemos encontrar também aspectos
de bacias radial e anelar, que demonstra um indício importante de intrusões kimberlíticas, e
podemos observar tais bacias na figura 64. Mas pode acontecer que apresentem péssima
definição das mesmas, nomeadamente quando existe dependência de dois a três kimberlitos na
mesma zona.
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Nestes estudos, devemos ter em particular atenção as estruturas que apresentem lagos do tipo
anelar, pois podem evidenciar uma intrusão Kimberlítica, e podemos observar o aspecto de bacia
de pressão que é representada na figura 64 (B).
7.2.5. FAUNA
A acção das térmitas podem auxiliar-nos, dado a sua acção de devastação das árvores sobre
as chaminés kimberlíticas, já que construindo os seus ninhos nos troncos destroem os troncos
pouco a pouco. A sua ocorrência abundante, conhecida por observação sobre as chaminés
kimberlíticas, dado a preferência que as térmitas têm nas coberturas por intemperismo
kimberlíticas, parece relacionar-se com as condições de humidade mais favorável e com o
enriquecimento de argilas no solo.
A acção das próprias formigas na construção dos seus ninhos em profundidade, e sabendo
que o preferem executar em zonas mais argilosas para manterem os seus ninhos frescos, pode
revelar à superfície a presença de determinados minerais acessórios como a mica, isto é, minerais
de flogopite, entre outros.
7.2.6. SONDAGEM
As sondagens em prospecção mineira servem para proceder a uma antecipação da
amostragem em profundidade mais ou menos importantes. Estas sondagens ao serem efectuadas,
são executadas após ser identificado o possível corpo kimberlítico, iniciando-se assim, um
programa de estudo com o objectivo de provar definitivamente a viabilidade económica.
Deste modo, inicia-se um programa sistemático de sondagens a rotação e roto-percusão, para
delinear-se a geometria do corpo, o seu volume, as diversas fácies kimberlíticas e deposição
sedimentar. Podemos utilizar sondagens de pequeno diâmetro, com 56 a 88 mm, à base duma
rede de 100x100 m, e nalguns casos, reduzindo a malha até 100x50 a 50x50 m. A profundidade
máxima poderá rondar os 300 m, dependendo do local da sondagem dado que, estas sondagens
visam determinar a morfologia da chaminé e obter noções sobre a sua estrutura interna.
No entanto, são efectuadas no jazigo aberturas dos poços de grande diâmetro através de
máquinas de sondagem de grandes diâmetros, a fim de recolher volumes representativos das
amostras para a determinação fidedigna do teor médio de diamantes. A abertura dos poços de
pesquisa geológica ronda os 1,25 a 1,52 m de diâmetro. Os poços são abertos por métodos de
perfuração maciça, em que o material desintegrado das amostras é extraído até a superfície em
intervalos de 6 m, podendo atingir muitas dezenas em profundidade, mas ronda normalmente
entre os 100 e os 150 m. Pretende-se com esta investigação, centrar o estudo no teor de minério
em quilates/tonelada, bem como, avaliar no mercado os diamantes recuperados na pesquisa. O
estudo pretendido terá de ser efectuado sempre com um grande volume de amostragem, podendo
chegar mesmo a dezenas de milhares de toneladas numa primeira fase, utilizando uma lavaria de
prospecção.
Relativamente à utilização de sondagens para depósitos secundários, estas não são tão
utilizadas dado que são necessários alguns metros cúbicos de amostra e consegue-se atingir esse
objectivo de forma mais económica executando poços manualmente ou com máquinas
escavadoras.
Durante a execução das várias sondagens podemos proceder a análises geofísicas,
nomeadamente através de diagrafias em todo o comprimento do mesmo.
Para além do referido, a execução de sondagens dão-nos outras informações importantes tais
como as propriedades físicas das rochas, a porosidade, a permeabilidade, a temperatura, a
existência de fluidos, entre outras características.
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8. DA EXPLORAÇÃO À COMERCIALIZAÇÃO
A descoberta dos depósitos kimberlíticos diamantíferos veio de certa forma, alterar a
perspectiva de lavra nas explorações. Anteriormente, os diamantes eram explorados a partir de
depósitos fluviais através da lavra em fosso aberto utilizando utensílios e ferramentas como a
picareta, pá, enxada, escavadeira e alavanca. No entanto, utilizavam as bateias e peneiras para
concentrar o material e de seguida iniciavam a catação manual para recuperar os diamantes
contidos no concentrado.
Nos kimberlitos produtivos, a lavra é executada numa primeira fase a céu aberto até uma
determinada profundidade, recorrendo-se depois à lavra subterrânea. Nesta última, o minério
lavrado é transportado em vagonas até ao poço e depois puxado o minério até à superfície.
Relativamente ao grau de mecanização da lavra em aluvião, este depende da escala de
produção.
No caso de pequenas lavras ou do garimpo, a extracção do cascalho é efectuada através de
ferramentas manuais, e o transporte por carro de mão até ao local de tratamento. Nas lavras em
médias ou grande escala, a mecanização é utilizada em tractor e/ou draga de rasto, pá
carregadora e camiões.
Na lavra de grande escala em leitos de rios, é utilizada geralmente uma draga de alcatruzes
ou balsas com moto-bomba, que produzem a sucção do cascalho para a balsa, com a ajuda de um
mergulhador. Na presente balsa, procede-se à retirada das lamas do cascalho, o grosso é
rejeitado, e o passante é processado nas sluices. Nas dragas onde o tratamento é mais
mecanizado é muito utilizado o uso das jigas para fazer a pré-concentração do diamante com os
minerais pesados.
Num trabalho mais pormenorizado, o processo inicia-se com uma draga de sucção para
retirar, caso seja necessário, o capeamento arenoso, estéril, e de seguida devemos proceder ao
lavramento por dragas alcatruzes ou por monitores hidráulicos. Depois, é submetido numa
primeira fase a uma etapa de lavagem em tromeis, com peneiras de abertura entre 20-25 mm. O
material que é retido, é descartado como rejeitado e o material passante é encaminhado para uma
jiga, onde o presente concentrado é constituído por minerais pesados e diamantes e é separado
novamente por tamanhos em peneiras com aberturas de 1,5; 3,0; 6,0 mm. Deste modo, os
grossos são novamente submetidos a concentração em jigas e os finos, inferiores a 1,5 mm, são
descartados como rejeitados. O material que tem características magnéticas e/ou condutoras que
existe no concentrado é separado pela utilização de separadores magnéticos e/ou electrostáticos.
Segundo Barbosa (1991), as empresas pequenas e médias, utilizam na etapa final de
concentração dos diamantes a separação por catação manual utilizando uma mesa ou correia de
graxa. Na figura 65 que se segue, podemos observar as dragas de alcatruzes e de sucção.
Figura 65 – A imagem mostra uma draga de alcatruzes à esquerda e uma draga de sucção à direita, em operação no
depósito aluvionar do médio Rio Jequitinhonha, Brasil. Fotografia pertencente à Mineração Rio Novo.
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internacional. De referir que ocorrem outras cores como o laranja, cor de rosa, azul, etc, mas a
cor mais procurada é o amarelo.
No que respeita à lapidação, a forma como é lapidado e polido é um factor determinante na
vida, brilho e lustre do diamante. Das várias lapidações que se efectuam no diamante como,
marquise, pêra, oval, esmeralda, formato de coração, a que é mais procurada é a lapidação
arredondada, dado o brilho que emite.
Figura 66 – Fluxograma de uma central de tratamento de diamante de minério duro e intemperizado, segundo
Reckling et al., (1994), adaptado.
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9. CONCLUSÃO
Os kimberlitos ocorrem em regiões Cratónicas Arcaicas, com xenocristais e xenólitos
diamantíferos, colocados por intrusão de chaminés subverticais ou por sedimentação vulcânica,
depositadas na cratera. Deve referir-se que os kimberlitos penetram em qualquer tipo de rocha,
não são rochas produtoras mas sim, transportadoras de diamantes.
Os kimberlitos são ricos em voláteis (H 2 O e CO 2 ), pertencendo ao grupo das rochas
ultrabásicas potássicas, com cristais numa matriz de grão fina de textura heterogranular com
xenólitos. A matriz contém assim, fenocristais primários e/ou constituintes das rochas
encaixantes, olivina e vários outros minerais, nomeadamente, flogopite, calcite, serpentina,
diópsido, monticelite, apatite, espinela, perowskite, ilmenite, entre outros. Existem outros
minerais primários que podem estar presentes, como a granada do tipo piropo e outros minerais
acessórios.
No Mundo, a média de ocorrência dos kimberlitos com produtividade está geralmente
centrada em 1%, embora em Angola ocorram numa percentagem mais elevada. No que diz
respeito à intrusão e ajuste geológico, podemos referir que os kimberlitos ascendem rapidamente
do manto e actuam em várias fácies. As mineralizações ocorrem em quaisquer idades excepto
para intrusões Arcaicas, dado ser a partir daqui que se formam os cratões. Os depósitos
economicamente rentáveis ocorrem em kimberlitos desde o Proterozóico até ao Terciário.
As rochas kimberlíticas são, de certa forma, pequenas intrusões abissais com progressão para
cima num diatrema brechoíde até a superfície, com ocorrência de rochas piroclásticas na fácies
de cratera. No que se refere aos kimberlitos hipabissais, estes dão geralmente origem a diques e
soleiras.
Os diamantes apresentam-se na estrutura de uma forma dispersa, com tendência a serem
distribuídos aleatoriamente dentro da estrutura kimberlítica. Desde a zona de origem, em todas as
zonas de percurso e em todas as intrusões multifaciais, cada fase é caracterizada por um único
conteúdo de diamantes. Pode também verificar-se que algumas fácies kimberlíticas de cratera
sejam enriquecidas em diamantes, dado a associação da camada intrusiva com o diatrema. No
que se refere aos diques kimberlíticos, estes podem dispor de uma linha de tendência, que pode
ser paralela às articulações de diques ou outras estruturas.
Neste vasto complexo intrusivo, podem ocorrer também alterações mineralógicas, tais como
serpentinizações, em que a olivina é convertida em serpentina, silicificação ou branqueamento ao
longo de contactos por impregnação. Pode também observar-se em fracturas uma calcite
secundária, quartzo e zeólitos. Os diamantes estão também sujeitos a alterações como a
reabsorção ou grafitização.
Nos climas tropicais, a zona da intrusão kimberlítica, que está mais próxima da superfície,
fica facilmente e mais profundamente alterada, predominando a Argila. Por outro lado, nos
climas temperados, o intemperismo é menos evidente mas verifica-se também predominância de
argilas. Neste caso, as fácies de cratera e de diatrema tendem a formar depressões topográficas
enquanto que os diques hipabissais são mais resistentes.
De um modo geral, os kimberlitos ocorrem tipicamente em campos que podem chegar até às
100 intrusões individuais, que muitas vezes se juntam por grupos. Cada um dos corpos
kimberlíticos exibe uma considerável diversidade no que respeita à petrologia, mineralogia,
manto xenólito bem como ao seu conteúdo de diamantes. Pode mesmo acontecer que kimberlitos
diamantíferos, com pouca produtividade ou estéreis, possam ocorrer lado a lado ou nas suas
proximidades.
A existência de controlos sobre as diferenças de conteúdo em diamantes nos kimberlitos não
é totalmente explicada, dado que pode ser devido a inúmeros factores, nomeadamente:
- A profundidade de origem dos magmas kimberlíticos, isto é, que pertence ou que está acima do
campo de estabilidade do diamante;
- A diferença no conteúdo de diamantes de cada amostra que veio pelo magma kimberlítico;
- O grau de reabsorção do diamante durante o transporte;
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relativamente às explorações dos lamproítos, que são geralmente muito ricos em diamantes
apenas nas porções piroclásticas das chaminés, segundo Mitchell (1995).
A Chaminé do Catoca pertence ao grupo das intrusões kimberlíticas do Cretácico a W do
escudo Cassai. A rocha encaixante é constituída por gnaisses do Precâmbrico e as rochas
sobrejacentes, são rochas sedimentares mais recentes e pertencem à formação de Kalahari. Foi
realizado, no período de estágio/trabalho no Catoca, um levantamento geológico da chaminé
kimberlítica. É um corpo com várias fácies. A chaminé está dividida em três complexos
estruturais mais importantes, que compõem três sectores diferentes. Na parte central do corpo
mineralizado, até uma profundidade de cerca de 260 m existem rochas vulcano-sedimentares
com uma quantidade diamantífera importante, nomeadamente nas areias interformacionais e
tufos gravelíticos, bem como por tufos kimberlíticos brechóides (internos) com teores
diamantíferos interessantes. O cinturão anelar da chaminé que está limítrofe com as paredes da
taça da cratera, tem na sua composição principal kimberlitos brechóides maciços e parcialmente
tufos kimberlíticos brechóides (anelares), contendo estes a maior quantidade de diamantes do
jazigo. A parte central do corpo kimberlítico, abaixo da profundidade de 260 m, está
representada por kimberlitos brechóides autolíticos, com características diamantíferas próximas
dos kimberlitos brechóides maciços, segundo informações dos geólogos da Sociedade Mineira
de Catoca.
A chaminé kimberlítica de Catoca é constituída, principalmente, pelos seguintes minerais
primários mais importantes: granadas do tipo piropo; ilmenite; clinopiroxenas e flogopite; para
além dos diamantes. Mas existem outros minerais de relevo, como a olivina, a picroilmenite, as
cromo-espinelas e a magnetite. Relativamente aos minerais secundários, o kimberlito é
constituído pelos seguintes minerais mais importantes: a horneblenda; a calcite; e a limonite.
Deve referir-se que não se teve acesso aos teores em diamantes de cada uma das unidades
referidas anteriormente. Também não foi possível o envio para o Departamento de Geociências,
da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, das amostras
representativas recolhidas com o intuito de serem estudadas em laboratório.
Embora não tenha sido possível desenvolver ainda mais o trabalho com a selecção das
amostras de Catoca recolhidas, a oportunidade concedida pela Sociedade Mineira de Catoca,
permitindo a deslocação e permanência com o objectivo de estudar o kimberlito, foi muito
gratificante.
Quanto aos depósitos secundários, podemos dividi-los em formações sedimentares antigas e
mais recentes.
Nas rochas do sistema continental intercalar, portanto, as mais antigas, esses depósitos
secundários, foram depositados em extensa depressão de sedimentação continental, centrados
entre os movimentos pós Triásico e a série de movimentos Cretácico com que se relacionam as
intrusões kimberlíticas. Deste modo, existem duas formações mais antigas, as quais podem estar
ligadas, que apresentam acumulações de depósitos secundários de diamantes, nomeadamente: a
Formação de Calonda (principalmente) e o Sistema de Kalahari.
Os depósitos secundários mais recentes estão relacionados com a ocorrência de deformação
na plataforma continental, verificando-se inclinação, orientando assim a corrente dos rios e
ribeiros, contribuindo para este tipo de depósito. Deste modo podemos ter depósito de colina,
depósito de vertente, depósito de terraço, depósito de lezíria e depósito de rio/ribeiro.
Sabe-se que as zonas de concentrações de kimberlitos e consequentemente, dos depósitos
secundários, estão localizados em afloramentos que atravessam Angola em diagonal. A
orientação privilegiada é de SW para NE e são caracterizadas pela existência de falhas com as
direcções principais, muito próximas de N20ºW, N60ºW, N80ºE, SW-NE e NW-SE. No entanto,
a formação dos kimberlitos está relacionada com os últimos três conjuntos de falhas.
Hipoteticamente, é nas zonas mais centrais do cratão que ocorrem as maiores erupções
kimberlíticas. Os kimberlitos de Camutué, Sangombe, Caitondo, Caixepa, Sacuango, Sachipita,
Capombo, Cambuage, Uári e Cariué que ocorrem na bacia hidrográfica do Luachimo a NE de
Angola, mostram a localização do centro do cratão.
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FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS
E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS
ANEXOS
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Quantidade
Quantidade
N.º ensaios
Superfície
Cascalho
Cascalho
Tratado
Tratado
Estéril
Estéril
Sector
Peso
Peso
Peso
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Designation Gnt1 Gnt2 Gnt3 Gnt4 Gnt5 Gnt6 Gnt7 Gnt8 Gnt9 GntI0 Gnt11 Gnt12 Gnt13 Gnt14 Gnt15 Gnt16 Gnt17 Gnt18 Gnt19 Gnt20 Gnt21 Gnt22
SiO 2 43.34 43.84 42.76 43.34 43.84 43.40 43.37 42.87 42.93 42.71 42.67 43.17 43.42 42.85 43.21 42.86 42.71 43.29 43.11 43.82 43.10 43.73
TiO 2 0.83 0.94 0.94 0.46 0.41 0.35 0.39 0.84 0.42 0.78’ 0.25 0.01 0.01 0.05 0.07 0.05 0.09 0.00 0.01 0.04 0.52 0.00
Al 2 O 3 20.33 20.27 20.07 21.05 21.32 20.90 20.76 18.60 20.62 18.72 20.57 19.89 19.81 21.04 20.09 19.67 21.74 20.18 19.44 20.27 19.7i 19.45
Cr 2 O 3 1.15 1.17 1.10 1.81 1.76 1.93 2.21 3.39 2.26 3.51 2.79 4.83 4.85 2.50 4.45 4.57 0.97 3.99 4.55 4.49 2.95 4.35
FeO 8.98 9.05 8.52 7.75 7.70 7.26 6.96 7.66 7.57 8.22 6.48 7.50 7.43 7.85 7.53 7.64 12.13 7.29 7.47 7.33 7.23 7.66
MnO 0.16 0.17 0.21 0.08 0.20 0.15 0.22 0.14 0.14 0.00 0.21 0.17 0.03 0.28 0.08 0.19 0.25 0.28 0.14 0.33 0.13 0.02
MgO 21.42 21.36 20.82 21.12 21.13 20.70 20.84 20.44 21.36 21.01 21.84 21.46 21.47 20.08 22.34 21.31 19.19 21.84 21.20 22.15 21.12 21.54
CaO 4.08 3.89 4.17 4.54 4.31 4.19 4.14 4.60 4.15 4.71 4.24 3.88 3.54 4.40 3.25 3.80 2.05 2.78 3.23 2.64 4.28 3.93
Na 2 O 0.10 0.06 0.07 0.03 0.03 0.05 0.05 0.09 0.05 0.09 0.03 0.00 0.00 ; 0.05 0.07 0.01 0.05 0.01 0.01 0.07 0.06 0.00
NiO 0.00 0.00 0.07 0.00 0.00 0.05 0.00 0.13 0.00 0.00 0.03 0.05 0.00 0.02 0.00 0.07 0.02 0.00 0.00 0.07 0.04 0.00
Totals 100.40 100.73 98.72 100.18 100.70 98.98 98.94 98.75 99.50 99.75 99.12 100.94 100.55 99.13 101.07 100.17 99.20 99.66 99.16 101.20 99.17 100.68
Si 3.07 3.09 3.08 3.07 3.08 3.10 3.09 3.10 3.06 3.07 3.05 3.05 3.07 3.07 3.04 3.05 3.08 3.08 3.09 3.07 3.08 3.09
Ti 0.04 0.05 0.05 0.02 0.02 0.02 0.02 0.05 0.02 0.04 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00
Al 1.70 1.69 1.70 1.75 1.77 1.76 1.75 1.58 1.73 1.58 1.73 1.66 1.65 1.78 1.67 1.65 1.85 1.69 1.64 1.67 1.66 1.62
Cr 0.06 0.07 0.06 0.10 0.10 0.1 l 0.12 0.19 0.13 0.20 0.16 0.27 0.27 0.14 0.25 0.26 0.06 0.22 0.26 0.25 0.17 0.24
2+
Fe 0.53 0.53 0.51 0.46 0.45 0.43 0.42 0.46 0.45 0.49 0.39 0.44 0.44 0.47 0.44 0.46 0.73 0.43 0.45 0.43 0.43 0.45
Mn 0.01 0.01 0.01 0.00 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.00 0.01 0.01 0.00 0.02 0.00 0.01 0.02 0.02 0.01 0.02 0.01 0.00
Mg 2.26 2.25 2.23 2.23 2.21 2.20 2.22 2.20 2.27 2.25 2.32 2.26 2.26 2.15 2.34 2.26 2.06 2.31 2.26 2.31 2.25 2.27
Ca 0.31 0.29 0.32 0.34 0.32 0.32 0.32 0.36 0.32 0.36 0.32 0.29 0.27 0.34 0.24 0.29 0.16 0.21 0.25 0.20 0.33 0.30
Na 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 0.01 0.01 0.00
Ni 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Totals 8.01 7.99 7.99 7.98 7.97 7.96 7.95 7.97 7.99 8.01 8.00 7.99 7.97 7.97 8.00 7.99 7.97 7.97 7.96 7.97 7.98 7.98
Mg# 80.97 80.80 81.32 82.93 83.03 83.55 84.23 82.62 83.42 81.99 85.72 83.61 83.75 82.02 84.10 83.26 73.83 84.22 83.49 84.34 83.88 83.37
Ca# 12.04 11.57 12.59 13.38 12.78 12.70 12.50 13.92 12.24 13.88 12.25 11.49 10.61 13.62 9.46 11.36 7.14 8.39 9.87 7.90 12.71 11.59
Cr# 3.66 3.72 3.53 5.46 5.24 5.83 6.67 10.90 6.84 11.18 8.33 14.00 14.10 7.38 12.92 13.49 2.90 11.72 13.57 12.95 9.12 13.06
Endmembers (mol.%)
Pyrope(Mg) 72.89 73.07 72.79 73.51 74.03 74.49 75.18 72.89 74.72 72.42 76.56 75.43 76.18 72.63 77.31 75.23 69.87 78.19 76.50 78.65 74.75 75.16
Almandine(Fe) 17.14 17.37 16.72 15.14 15.13 14.67 14.08 15.33 14.85 15.90 12.75 14.78 14.79 15.92 14.61 15.13 24.76 14.65 15.13 14.60 14.36 14.99
Grossular(Ca) 9.98 9.56 10.49 11.35 10.84 10.84 10.74 11.78 10.43 11.68 10.69 9.79 9.04 I I .45 8.07 9.65 5.37 7.16 8.37 6.75 10.89 9.85
133
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Coordenadas Fotografias
Pontos Elevação (m) SUL ESTE
1 876 09º24.341´ 20º18.038´
2 958 09º24.117´ 20º17.836´ Foto 1, 2.
3 - -
4 - -
5 873 09º24.328´ 20º17.936´
6 876 09º24.325´ 20º17.957´
7 870 09º24.337´ 20º17.956´
8 873 09º24.329´ 20º17.936´
9 871 09º24.408´ 20º17.950´
10 873 09º24.335´ 20º17.922´ Foto 94, 95, 96.
11 868 09º24.319´ 20º17.930´ Foto 97, 98.
12 874 09º24.434´ 20º17.980´ Foto 99, 100, 101, 102, 103.
13 870 09º24.434´ 20º18.022´
14 876 09º24.431´ 20º18.055´ Foto 104.
15 870 09º24.384´ 20º18.028´ Foto 86, 87.
16 873 09º24.393´ 20º18.037´ Foto 84.
17 873 09º24.411´ 20º18.039´
18 867 09º24.371´ 20º18.031´ Foto 85.
19 867 09º24.413´ 20º18.044´
20 886 09º24.422´ 20º18.085´ Foto 88, 89.
21 879 09º24.406´ 20º18.093´
22 895 09º24.435´ 20º18.109´
23 902 09º24.431´ 20º18.190´ Foto 90.
24 893 09º24.389´ 20º18.164´ Foto 83.
25 895 09º24.371´ 20º18.159´ Foto 66, 67.
26 887 09º24.315´ 20º18.147´ Foto 68, 69, 70.
27 887 09º24.305´ 20º18.149´
28 876 09º24.292´ 20º18.147´ Foto 71, 72.
29 879 09º24.280´ 20º18.134´ Foto 60.
30 879 09º24.239´ 20º18.128´ Foto 61.
31 870 09º24.194´ 20º18.120´ Foto 112.
32 871 09º24.215´ 20º18.033´ Foto 113.
33 875 09º24.245´ 20º17.990´
34 896 09º24.253´ 20º17.958´
35 882 09º24.252´ 20º17.937´
36 874 09º24.227´ 20º17.930´ Foto 93.
37 881 09º24.316´ 20º17.900´
38 879 09º24.335´ 20º17.903´
39 877 09º24.391´ 20º17.912´
40 873 09º24.417´ 20º17.913´
41 880 09º24.431´ 20º17.932´
42 875 09º24.448´ 20º17.949´
43 874 09º24.452´ 20º17.961´
44 875 09º24.448´ 20º18.031´
45 883 09º24.444´ 20º18.061´
46 889 09º24.458´ 20º18.075´
47 904 09º24.451´ 20º17.913´ Foto 17, 18, 19, 109.
48 911 09º24.394´ 20º17.885´ Foto 20, 21, 108.
49 900 09º24.325´ 20º17.876´ Foto 107.
50 897 09º24.286´ 20º17.868´
134
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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136
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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137
SOBRE A PROSPECÇÃO DE DIAMANTES EM ANGOLA. FORMAÇÕES DE KIMBERLITOS E DE DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS.
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Anexo H – Fotografias
141
Foto 1 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P002.
Foto 2 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P002. TBM – Kimberlito Brechóide Maciço; TKB – Tufo Kimberlítico Brechóide; TA/A – Tufo Arenítico/Argilítico; AI –
Areias Interformacionais; Gra – Gravelitos; AL – Aleurolito; Ka – Kalahari; KaM – Kalahari com grau de metamorfismo; Gn – Gnaisse.
Foto 9 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P051. Foto 10 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P053.
Foto 11 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P055. Foto 12 – Vista geral do Kimberlito do Catoca, P067.
Foto 17, 18, 19 – Contacto da chaminé, representada pelos Tufo Kimberlítico Brechóide e a rocha encaixante “Gnaisse”, P047.
Foto 20, 21 do P048, 22 do P065 e 23 do P071 – Contacto da chaminé, representada pelos Tufo Kimberlítico Brechóide e a rocha encaixante “Gnaisse”.
Foto 24 do P088 e 25 do P089 – Contacto da chaminé, representada pelo Tufo Kimberlítico Brechóide e a rocha
encaixante “Gnaisse”.
Foto 26 do P0106 e 27 do P107 – Contacto da rocha encaixante “Gnaisse” com a Formação de Kalahari.
Foto 28 do P108, 29 do P109 – Contacto da rocha encaixante “Gnaisse” com a Formação de Kalahari.
Foto 30 do P105 – Formação do Kalahari encontra-se por cima da chaminé, tendo abaixo destes Tufos Kimberlíticos
Brechóides que não são visíveis.
Foto 31, 32 (em cima) do P109 – A fotografia 31 representa a passagem
do gnaisse para a Formação de Kalahari. A fotografia 32 representa a
base da Formação do Kalahari. Estão representadas por areias médias a
finas cauliníferas de tonalidade branca na base. Mais acima as areias e as
argilas apresentam uma tonalidade vermelha. Ocorre também
intercalações de estratos de areias médias a finas com conglomerados.
Nestes conglomerados aparecem gnaisses, mas não existem granadas do
tipo piropo. Observar as fotografias seguintes respeitantes a mesma
formação.
Foto 33 (à direita em cima), 34 (à direita em baixo) do P110 – Base da
Formação do Kalahari, continuação.
Foto 41 (à esquerda), 42 (à direita) do P113 – Base da Formação do Kalahari. As presentes fotografias representam
uma sequência de baixo para cima, Arenitos e argilitos, Aleurolito, e alternância de níveis conglomerático, argilitos e
areias.
Foto 43 do P106 – Vista geral da base da Formação do Kalahari, continuação.
Foto 45 e 46 do P114 – Formação do Kalahari. As presentes fotografias representam uma sequência de baixo para
cima, aleurolito e areias com caulinos.
Foto 47 do P116 e 48 do P117 – Arenitos da Formação do Kalahari e vista geral para NE no P117, continuação.
Foto 49 do P118 e 50 do P119 – Formação do Kalahari. Nas fotografias, observamos areias com tonalidade vermelha
e níveis mais brancos. Na fotografia da direita existem níveis conglomeráticos.
Foto 51, 52, 53 do P119 – Formação do Kalahari. Nas fotografias, observamos areias com tonalidade vermelha e
níveis conglomeráticos. Na fotografia 53, à esquerda, observamos minerais de goetite nas areias que se localizam nas
camadas superiores do Kalahari.
Foto 54, 55, 56 do P120 – Formação do Kalahari. Observamos um arenito aglomerado com o cimento silicioso.
Foto 57 do P120 – Formação do Kalahari. Observamos um arenito aglomerado com o cimento silicioso.
Foto 58 do P096 – Formação de Kalahari. A presente fotografia representam uma sequência de baixo para cima,
aleurolito e arenitos e argilitos (Tufos), com algum grau de metamorfismo devido a alteração por temperatura dos
Kimberlitos que estão na sua base.
Foto 59 do P096 – Formação de Kalahari. A presente fotografia a sequência da fotografia anterior com maior
pormenor.
Foto 60 do P029 – Areias Interformacionais da cratera do Kimberlito apresentam uma cor vermelha. Apresentam
veios de diamantes com horizontes de areias mineralizadas. Na cota 900 existem níveis com grande teor de
diamantes, com grandes quantidades de minerais satélites.
Foto 62 do P058 (a esquerda) – Areias Interformacionais da cratera do Kimberlito. Foto 63 (à direita, em cima) e 64
(à direita, em baixo) do P059 – Contacto entre as Areias Interformacionais e os Tufos gravelitos da cratera do
Kimberlito, representado na fotografia 63. Na fotografia 64, observamos os Tufos gravelitos.
Foto 65 do P125 – Contacto entre as Areias Interformacionais a esquerda na fotografia, e os Tufos gravelitos da
cratera do Kimberlito.
Foto 66 do P025 – Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito. O presente conjunto é muito rico em diamantes no qual
encontramos vários minerais acessórios. Podemos considerar que são formados a partir da erosão dos Tufos
Kimberlíticos Brechóides anelar. São constituídos principalmente por arenitos.
Foto 67 do P025 e 68 do P026 – Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito, apresentando na foto 67 mais compacto e
na foto 68 mais alterado. Na observação das fotografias, podemos ver as tonalidades mais brancas que pertencem a
material Kimberlítico.
Foto 69 do P026 – Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito, vista geral. Na presente localização, encontramo-nos
no eixo central da bacia.
Foto 70 (esquerda) do P026 e 71 (direita) do P028 – Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito. Na fotografia 70
podemos observar minerais acessórios, os quais provam a ocorrência de diamantes nas presentes rochas vulcano-
sedimentares. Pela informação dos Técnicos da Sociedade Mineira do Catoca o teor médio nesta formação é de cerca
de 3 quilates por tonelada.
Foto 72 do P028 – Contacto entre o Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito a direita com as Areias
Interformacionais, vista geral.
Foto 73 do P123 – Contacto entre o Tufos gravelitos da cratera do Kimberlito a direita com as Areias
Interformacionais a esquerda, vista geral a partir da cota 890m.
Foto 74 do P085 – Contacto entre o Tufos Areníticos a direita com os Tufos Kimberlíticos Brechóide, vista geral.
Foto 78 e 79 do P083 – Na fotografia 77, observa-se os Tufos Areníticos níveis de Tufos Gravelitos. Associado aos
Tufos Gravelitos encontramos Saponite (tonalidade mais branca), é um silicato natural hidratado de magnésio e
alumínio, enchendo cavidades e veios.
Foto 80 do P081 – Contacto entre os Tufos Areníticos a esquerda e os Tufos Kimberlíticos Brechóide a direita.
Foto 81 do P081 – Observamos nos Tufos Areníticos com Saponite.
Foto 86 do P015 – Zona de transição dos Tufos Areníticos à direita e mais à esquerda com os Aleurolitos.
Foto 89 do P020 – Contacto por falhamento entre os Aleurolitos à esquerda e os Kimberlitos Brechóides Maciços
mais à direita.
Foto 90 do P023 e 91 do P063 – Contacto entre os Aleurolitos à esquerda e os Kimberlitos Brechóides Maciços mais
à direita.
Foto 92 do P052 e 93 do P036 – Kimberlitos Brechóides Maciços. Na fotografia da esquerda observa-se níveis de
Saponite. Na fotografia da direita observamos xenólitos de gnaisse e intercalações de Tufos Kimberlíticos.
Foto 94 e 95 do P010 – Kimberlitos Brechóides Maciços. Podemos observar minerais de flogopite, olivina, granada
e picroilmenite.
Foto 96 do P010 – Vista geral do Kimberlitos Brechóides Maciços.
Foto 97 e 98 do P011 – Observamos na primeira fotografia um falhamento nos Kimberlitos Brechóides Maciços e na
segunda uma vista geral do Kimberlito Brechóide.
Foto 99 e 100 do P012 – Observamos na fotografia à esquerda um falhamento nos Kimberlitos Brechóides Maciços,
o qual está preenchido em parte por calcite. Na fotografia da direita podemos observar xenólitos de gnaisse no
Kimberlito Brechóide.
Foto 101 e 102 do P012 – Nas fotografias podemos observar xenólitos de gnaisse no Kimberlito Brechóide.
Foto 103 do P012 e 104 do P014 – Kimberlitos Brechóides Maciços. Na fotografia observa-se níveis de Saponite. Na
fotografia da direita podemos observar Kimberlitos Brechóides Maciços com alguma alteração devido à pressão dos
falhamentos neste local.
Foto 105 e 106 do P073 – Kimberlitos Brechóides Maciços. Na fotografia observa-se níveis de Saponite.
Foto 107 do P049 – Tufos Kimberlitos Brechóides do anel. Vista geral no qual estão em contacto com o gnaisse.
Foto 108 do P048 e 109 do P047 – Tufos Kimberlitos Brechóides do anel. Na fotografia à esquerda observa-se níveis
de Saponite. Observamos na fotografia da direita, a conjugação ente Tufos Kimberlitos Brechóides e o gnaisse.
Foto 110 do P066 – Vista geral do Tufos Kimberlitos Brechóides do anel na base do talude e em frente observamos
o gnaisse.
Foto 111 do P054 – Tufos Kimberlitos Brechóides, mais interno.
Foto 112 do P031 – Tufos Kimberlitos Brechóides, mais interno. Apresentam-se mais alterados devidos às falhas
existentes na sua proximidade.
Foto 113 do P032 – Tufos Kimberlitos Brechóides, mais interno. Apresentam-se mais alterados devidos às falhas na
sua proximidade e apresentam também níveis de Saponite.
Foto 117 e 118 – Amostra de Tufo Kimberlítico Brechóide à esquerda e de Kimberlito Brechóide Maciço à direita.
Foto 119 e 120 – Amostra de Kimberlito Brechóide Maciço com xenólitos à esquerda e um Kimberlito Brechóide
Maciço Micáceo à direita.
Foto 121 e 122 – Amostra de Areias Interformacionais à esquerda e de Tufo Arenítico com veios de calcite à direita.
Foto 123 e 124 – Amostra de Aleurolito e Tufo Argilítico na fotografia da esquerda e Tufo arenítico na da direita.