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antevisão II

AT  museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


promotores textos
Filomena Gaspar
câmara municipal Fernando António Baptista Pereira
de abrantes Luiz Oosterbeek
Presidente Davide Delfino
Maria do Céu Albuquerque Gustavo Portocarrero
Luís Jorge Gonçalves
fundação estrada Rui Oliveira Lopes
Presidente
João Lourenço Sigalho Estrada arquitectura
João Luís Carrilho da Graça
coordenação geral do projecto Colaboração
Isilda Jana Susana Rato
Nuno Barros
museologia e história da arte Clara Bidorini
Fernando António Baptista Pereira
(coordenação) comunicação
Rui Oliveira Lopes P-06 atelier, ambientes e comunicação

arqueologia catálogo
Luiz Oosterbeek Paulo Passos
(coordenação) Edgar Rei
Davide Delfino Divisão de Comunicação / CMA
Gustavo Portocarrero
Filomena Gaspar fotografia
Luís Jorge Gonçalves Fernando Sá Baio
Divisão de Comunicação / CMA

montagem museográfica de peças


José Manuel Frazão

construção
Construções António Martins Sampaio, Lda

produção de lettering
Demetro a Metro, Lda

impressão
Tipografia Central do Entroncamento, Lda

isbn
978-972-9133-41-1

depósito legal
311943/10

  museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


museu ibérico de arqueologia
e arte de abrantes
“Ver para crer” E se há um ano, mostrámos algumas
Expressão bíblica que reflecte uma das peças que constituem o acervo deste
postura crítica para o que acreditamos. Museu, agora levantamos um pouco mais
do véu:
Há um ano fizemos a primeira antevisão Conhecer mais a colecção
do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de arqueologia da Fundação Estrada.
de Abrantes. Conhecer melhor as colecções
Demos a conhecer o projecto base da pintora Maria Lucília Moita
de arquitectura. Concluído e preparado e do escultor Charters de Almeida.
para lançar a obra, apresentamo-lo.
Aos proprietários destas colecções,
Se o edifício é importante, e é, senão que abnegadamente as disponibilizam,
veja-se a polémica que tem gerado, como o reconhecimento e agradecimento
qualquer obra importante, a obra que da comunidade Abrantina.
encerra é o que torna o MIAA o projecto A nós, Câmara Municipal, cabe-nos
estruturante para o desenvolvimento a nobre missão de dar continuidade
de Abrantes e da Região. ao vosso trabalho. À vossa vida.
É para mim, um privilégio poder
contribuir decisivamente para
a sua prossecução.

Para Abrantes é um privilégio poder


acolher o MIAA.

M aria d o C éu Albuquerque
P re si de n t e da C â m a r a Mu n ic i pa l
de A b r a n t e s

  museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


em busca da verdade
Fundação Ernesto
Lourenço Estrada, Filhos

É com muito gosto que a Fundação Por essa busca da verdade, a Fundação
Ernesto Lourenço Estrada, Filhos vê Ernesto Lourenço Estrada, Filhos tem
de novo mais umas centenas de peças financiado bolsas de estudo a alunos
da sua colecção estudadas e apresentadas de vários países para fazerem o seu
ao público. Como já no anterior catálogo, mestrado sobre peças da colecção.
o trabalho de grandes investigadores Este é o caminho que o Sr. João Estrada
e especialistas começa a dar corpo nos ensinou e a sua história de procurar
ao grande projecto que é o MIAA. saber não pode ficar por aqui.

A busca de saber mais, é o desafio


que se propõe à comunidade Abrantina, José Morgad o Henriques
aos investigadores especialistas e a todas
aquelas pessoas que como o Sr. João
Estrada gostam de saber mais, pois cada
objecto tem uma história para contar.
Este não pode, nem deve ser, em nosso
entender, só mais um Museu. Tem
de ser algo que pode mudar a História,
não só pela beleza das suas colecções,
mas pela procura de saber a verdade
do que cada peça representa e o que
isso pode contribuir para a mudança
do conhecimento histórico.

  museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


o edifício
trabalhos arqueológicos
no convento de s. domingos

No ano de 2009 iniciaram-se os trabalhos As sondagens


arqueológicos na primeira plataforma
de estacionamento, anexa ao Convento Definiu-se a metodologia de trabalho,
de S. Domingos. Com este trabalho seriam abertas várias valas de sondagem
pretende-se determinar a forma como e foi solicitada a respectiva autorização ao
se foram operando as transformações IGESPAR e Direcção Regional de Cultura.
ao nível da ocupação do solo no local, Dada a enorme área a intervencionar,
de maneira a poder evitar-se ou minimizar optou-se pela realização de sondagens
possíveis destruições decorrentes mecânicas, recorrendo a uma pequena
da implantação do futuro Museu escavadora com pá de cerca de 40 cm,
Ibérico de Arqueologia e Arte. que permite a escavação lenta
e controlada do subsolo.
Este projecto está ainda em execução, De cada camada diferenciada em cor
pelo que os possíveis impactos negativos ou textura, são retirados todos os elementos
sobre bens patrimoniais podem ainda necessários à sua caracterização.
ser minorados, através do estudo
das ocorrências e mesmo da possível Cada vez que há a ocorrência
integração no projecto. de estruturas ou elementos significativos
A proximidade das muralhas da fortaleza para o estudo do sítio, faz-se a escavação
motivou também os trabalhos uma vez manual, são feitos os registos em desenho
que se torna essencial determinar (em corte e planta) e fotografia. O espólio
a tipologia e estabilidade dos sedimentos associado é registado.
da área. Os materiais arqueológicos exumados
são posteriormente tratados e darão
entrada no acervo do Museu Municipal
D. Lopo de Almeida.

Os resultados

Durante a abertura das valas


de sondagem detectou-se uma grande
quantidade de entulhos associados à área
de deposição junto à muralha da fortaleza.
Verificou-se também a existência de
várias estruturas, ligadas possivelmente
ao Convento de S. Domingos. Trata-se
de muros e uma canalização de pequenas
dimensões, na sua maioria construídos
em xisto e terra, cuja funcionalidade,
cronologia e organização total
tentaremos ainda compreender.
Material arqueológico

Da área sondada recolheu-se um espólio Para além das cerâmicas, recolheu-se


significativo, embora por amostragem, ainda material metálico: moedas, poucas
dado tratar-se, como já foi dito, de níveis e em mau estado de conservação
de entulho. e alfinetes.
Este material arqueológico não é muito O material osteológico, associado
diversificado. Predominam as cerâmicas, a rejeições de lareira, é também
classificáveis cronologicamente dentro importante e variado. Foram encontrados
de um período relativamente restrito ossos de vários animais: ovelhas, cabras,
e tardio que medeia o séc. XVI vacas e porcos.
e o séc. XVIII. Foi ainda registado o aparecimento
Dentro do material cerâmico, de fauna malacológica (bivalves)
encontraram-se fragmentos de vários e piscícola.
tipos: cerâmicas de construção, comuns,
vidradas, faianças e porcelanas.
A proveniência é variada. Temos Fil omena Gaspar
a produção local ou regional, mas
também temos elementos de produção
nacional e de importação. Deste último
tipo encontramos, sobretudo, porcelana
chinesa.

  museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


arquitectura
museu ibérico de arqueologia
e arte de abrantes

introdução

O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, Convento


a instalar no edifício do convento
de S. Domingos em Abrantes, é Implantado num planalto dominante
promovido pela Câmara Municipal sobre o vale do Tejo, localizado na Praça
de Abrantes e pela Fundação Estrada. da República, o Convento de S. Domingos,
Tem como vocação fundamental edificado no séc. XVI, tem uma localização
apresentar as colecções de Arqueologia, e um carácter arquitectónico que à
de História e de Arte, desde a Pré partida o individualiza e lhe confere
–História até à Época Contemporânea, um lugar de destaque relativamente
reunidas pelas duas instituições. ao centro histórico de Abrantes.
O edifício presentemente alberga
A proposta engloba o restauro a Biblioteca Municipal António Botto que
e conservação do edifício existente ocupa o conjunto do que outrora fora a
e a sua ampliação, de forma a possibilitar igreja . Os restantes espaços do convento
a adaptação a Museu. Trata-se estão ocupados pela Escola Superior
do desenvolvimento de um projecto de Tecnologia, que irá em breve ser
de recuperação/ reestruturação/ transferido para um novo edifício.
ampliação com componente museológica, Ao longo dos anos o convento foi alvo
oferecendo condições físicas e técnicas de obras de consolidação, nomeadamente
apropriadas tornando assim possível a nível estrutural. Praticamente em
o acesso a colecções, actualmente todas as alas os pavimentos originais
inacessíveis ao público por falta foram substituidos por lajes de betão.
de espaços condignos, respondendo Apenas a ala Poente mantém ainda a
ao papel social, cultural e educativo sua configuração original. O edifício
a que um museu aspira. apresenta sinais evidentes de degradação
com os rebocos e pavimentos muito
intervenção deteriorados, para além da cobertura,
que será necessário substituir.
A proposta teve como preocupação
prioritária a explicitação dos valores A avaliação patrimonial do edifício, levou
patrimoniais do conjunto, da mesma a que se proponha com pragmatismo
forma que procurou responder, com e inesperada rentabilidade, em termos
uma solução adequada e flexível, de qualidade arquitectónica e flexibilidade
às exigências programáticas solicitadas funcional, o regresso, dentro do possível,
pelo Museu Ibérico de Arqueologia ao projecto original do Convento
e Arte de que Abrantes carece. Dominicano. Uma vez que a maioria
A instalação de um Museu Ibérico das celas, outrora existentes, já foram
de Arqueologia e Arte no Convento demolidas, existem assim, actualmente
de S. Domingos pressupõe distintas salas amplas correcta e significativamente
operações; articuladas em torno do Claustro.
Torre

A intervenção no convento consistirá Proposta de um edifício novo,


genericamente na articulação dos que integrará de forma racional
espaços, com os seguintes objectivos: e eficaz todos os sistemas (climatização,
iluminação, segurança contra incêndios
u Restauro e reabilitação do edifício e intrusão, entre outros) fundamentais a
existente incluindo a introdução um espaço expositivo, para apresentação
de sistemas de infraestruturas adequados da “colecção Estrada” - Arqueologia e
a espaços museológicos e de apoio. Arte da Pré –história e da Antiguidade.
A nível programático propõe-se que Um volume de planta quadrada, com
o piso 0 do convento, seja ocupado 21 x 21m e sete pisos – seis de exposição
maioritariamente por espaços de apoio e um, o último, destinado a cafetaria
ao museu, sendo o piso 1 destinado - revestido com uma tela textil.
a núcleos expositivos.
O volume é intersectado por um vazio
u Optimizar a acessibilidade entre coleante que atravessa todos os pisos,
os espaços criando novos núcleos perfurando-os. Cria-se um espaço
verticais de acessos com ligações uno de exposição inundado por luz
por elevador e escadas, relacionando natural, percorrível através de escadas
directamente o piso de entrada que ocupam esse vazio e estabelecem
do convento com o átrio de acolhimento o percurso museológico descendente.
e entrada do museu, localizado
no edifício novo, e com o espaço Desde o interior estabelece-se, em
expositivo do piso 1 do convento. simultâneo uma relação de proximidade
e distância com o exterior. Algumas
u Dotar os espaços, de uma maneira aberturas, que interrompem a tela
racional e discreta, de todas que envolve o volume, focam
as infra-estruturas necessárias, pontualmente pontos essenciais
incluindo a criação de condições da paisagem - o castelo, o rio,
climáticas ambientais que, entram a cidade- como lugares criteriosamente
em linha de conta com as características convidados a entrar no espaço expositivo.
do edifício e com a sua utilização. Outras, diluem ou desfocam o exterior
Desta forma, e sempre que possível, através da tela, afastando a envolvente,
as redes e condutas serão instaladas mas pemitindo filtrar a luz, optimizando
ou nos pavimentos a refazer (centro a qualidade luminica do espaço.
de investigação) ou no espaço da O vazio entre a tela textil exterior
estrutura das coberturas objectivando e a parede em betão integra o sistema,
uma necessidade de grande economia em espiral, de escadas de emergência.
de meios e presença mínima.

10 11 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


museu ibérico de arqueologia Praça/ Acessibilidade
e arte de abrantes
No âmbito de uma nova estratégia de
Data Início Projecto
2008/ ...
reabilitação do centro histórico de Abrantes,
enunciada pela Câmara Municipal,
Projecto com o objectivo de permitir diversificar,
João Luís Carrilho da Graça, arquitecto enriquecer e estimular a utilização do
espaço público, aliada às necessidades reais
Colaboradores
Susana Rato, Filipe Homem, Nuno Pinho,
de acessibilidade ao novo Museu,
Paula Miranda (arquitectos) tornou-se eminente a vontade de repensar
Clara Bidorini, Inês Ferreira (estagiários) a estrutura de percursos na cidade.
Paulo Barreto e Vanda Neto (maquetistas)

A necessidade de estabelecer ligações


Fundações e estrutura
ADF,Engenheiros Consultores, Lda. / António
privilegiadas para o centro histórico,
Adão da Fonseca e Pedro Morujão numa rede de percursos públicos de maior
Instalações Mecânicas permeabilidade que, consequentemente,
Natural Works, Projectos de engenharia e irão potenciar a vivência em novos lugares
optimização energética / Guilherme Carrilho
públicos é um dos objectivos.
da Graça
Física dos Edifícios
Este conceito materializa-se numa
Natural Works, Projectos de engenharia e plataforma de nível, pública e contígua
optimização energética / Guilherme Carrilho ao Jardim da República, na qual se
da Graça implantam afirmativamente os edifícios
Acústica
do novo museu de Abrantes e da Escola
Natural Works, Projectos de engenharia e
optimização energética. / Guilherme Carrilho
Superior de Tecnologia, futuro edifício
da Graça dos Paços do Concelho.
Instalações Hidráulicas, Gás
ADF,Engenheiros Consultores, Lda. / A partir desta plataforma, conforma-se
Fernanda Valente
uma nova área pedonal que estabelece
Instalações Eléctricas,
Telecomunicações e Segurança
ligações com o pátio de entrada do museu
GPIC, Projectos de Instalações e os espaços sobreelevados que envolvem
e Consultadoria, Lda./ Fernando Aires o convento e ligação por elevador à Rua
e Alexandre Martins da nossa Senhora da Conceição e a Praça
Arquitectura Paisagista
1º de Maio.
Global Lda. / João Gomes da Silva
Design Gráfico
P06 Atelier, Ambientes e comunicação Lda./ Estabelece ainda, um eixo de perspectiva,
Nuno Gusmão união e valorização entre os elementos
Fotografia urbanos existentes. A rua converte-se numa
FG+SG Fotografia de Arquitectura/ Fernando
trajectória visual e organizadora de efeitos
Guerra e Sérgio Guerra
Vasco Melo
estéticos e cénicos, configurando, em
simultâneo, o espaço público e privado,
Museologia e História de Arte a articulação e o diálogo entre várias
Fernando António Baptista Pereira unidades programáticas e estruturação
Arqueologia
e dinamização do espaço exterior.
Luiz Oosterbeek

Área Bruta A praça, define uma geometria de


10 698 m2 [convento: 3120,1 m2; construção centralidade denunciada pela subtil
nova; 7578,6m2; deformação da superfície de nível.
espaços exteriores 4523,3m2]
Sucede, a este espaço, uma superfície
Promotor
vegetal com acesso por rampa, que delimita
Câmara Municipal de Abrantes toda a plataforma sobreelevada de cota
e Fundação Estrada com o Convento.

João Luís Carrilho da Graça


arquitecto
FG+SG Fotografia de Arquitectura (Fernando Guerra e Sergio Guerra)

12 13 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


planta do piso -2
8

6
7 7

4 4

1 1

4 4

1 2 2 4 4

149,66 12 13 14

b c
a
150,00 149,66

3 3

1 3 3 4 5 8
10 10

1 9
11 11

1 6

15

149,66
8

0 5 15
planta do piso -1

6
7 7

158,00

158,00 156,80
19 28

1 1

156,78

17

h 155,76
16
a
d
150,00

3 f g i 3

10
155,78

j 18
10

k
6 e

152,72

149,66
6
8

0 5 15
PISO -1

14 15 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


planta do piso 1

jardim da república

159,00
largo mota ferraz
8

6
7 7

limite da área de intervenção

158,00 161,90 161,00

161,90

l n
1 1

20
f
21 21 22 22
156,78

23 m

7
n

2 2
33

limite da área de intervenção


n
161,85

161,90 28
155,76
161,18
a
150,00
32
3 3 25

24 26 26 27 27 8 10 29
30 30 30 24

160,00

155,50

158,14

a
6
8

N
0 5 15

projecto 1 aréas tecnicas 21 gabinete direcção


legenda plantas e cortes: 2 armazens 22 gabinete estudo
3 embalagem / desembalagem 23 pátio
a entrada cargas e descargas 4 depósito / reserves 24 sala de reuniões
b cargas e descargas 5 central de segurança 25 gabinetes técnicos
c área pessoal 6 exposições temporaries 26 gabinetes técnicos conservadores
d acesso exposição permanente núcleo Estrada 7 exposição permanente colecção Estrada 27 gabinetes técnicos investigadores
e acesso exposições temporaries 8 copa / sala de descanso 28 serviço educativo
f átrio de acolhimento 9 arrumo 29 administração
g recepção / atendimento e informação 10 IS 30 gabinetes
/ bilheteira 11 balneários 31 gabinetes de estudo
h entrada museu 12 depósitos / reservas (cofre) 32 cafetaria
i acesso convento 13 cabine de segurança 33 exposição permanente história
j recepção de serviço 14 gabinete investigadores do convento e colecção municipal
k entrada de serviço 15 lixo 34 exposição permanente obra escultórica
l acesso centro de investigação 16 cabina de interpretação de joão chartes de almeida
/ administração 17 auditório (192 lug.) 35 exposição permanente pintura
m claustro 18 bengaleiro e desenho de maria lucília moita
n biblioteca municipal antónio botto 19 loja 36 centro de restauro de arqueologia e arte
20 centro de investigação 37 biblioteca/ mediateca
planta do piso 0

jardim da república

159,00
largo mota ferraz
8

6
7 7

limite da área de intervenção

158,00 161,90

161,90

1 1 n

24 31 37
existente
156,78

m
23
limite da área de intervenção

n
7

2 2
36

161,85

167,30
155,76
161,18
7
a
150,00

3 3
f
f

160,00 35 34

158,14

a
6
8

0 5 15
PISO 1

8 32

7 36 7 34

n
28 33

1 2 2 7 4

CORTE 2-2 0 5 15
corte 5-5

16 17 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


5

5
10

7 7 32
10
15

2 2 2 2 2 2
8

2
172,70 179,72 185,12
5

5
PISO 2 PISO 3 PISO 4

planta dos pisos 2, 3 e 4

N
0 5 15

1
L

32

f g

7 3 6

CORTE 5-5 0 5 15
corte 5-5
18 19 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Vasco Melo
20 21 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Vasco Melo

22 23 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


antevisão 2
as colecções do miaa
a investigação e as narrativas museológicas

A segunda exposição de antevisão Com efeito, a apresentação das colecções


do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte em determinadas sequências temáticas
de Abrantes (MIAA) escolheu como opção e narrativas faz antever os grandes
programática a apresentação das colecções eixos do futuro discurso expositivo
que o irão constituir sob a perspectiva do MIAA. Desta feita, optou-se
das narrativas que a própria investigação por iniciar a cronologia pelas Civilizações
das mesmas está a consolidar. do Próximo Oriente Antigo, sublinhando,
Ao invés de se centrar na recuperação em primeiro lugar mas não exclusivamente,
do convento de S. Domingos e no novo as transformações ocorridas na
edifício que o arquitecto Carrilho representação da figura humana
da Graça projectou para o ampliar e num dos seus principais atributos,
– um novo «contentor» de excelência prolongamento do seu braço e mão, as
para uma colecção também a vários títulos armas. É também a evolução da armaria
de excelência, o que acabou por, de algum na Península Ibérica, durante a Idade
modo, polarizar a sempre indispensável do Ferro, que ocupa uma longa vitrina.
e útil discussão pública – a mostra que O Mundo Clássico é abordado através
agora se inaugura, não deixando de de várias colecções e narrativas:
referenciar e documentar as sondagens em primeiro lugar, a cerâmica grega,
arqueológicas prévias ao início da mas também a diversificada joalharia
construção, assim como o estado de dos reinos helenísticos (estendendo-se
andamento do projecto de execução, até à época romana e paleocristã),
insiste no binómio que irá constituir a escultura romana e os seus ecos
a missão e a acção do futuro museu: neoclássicos e, finalmente, uma magnífica
a investigação e a exposição das suas mostra da evolução da vidraria, anterior
ricas e diversificadas colecções segundo e posterior à invenção do vidro soprado.
paradigmas de narratividade que O Islão e o Extremo Oriente (a China)
exploram, por um lado, as formas, estão representados através de peças
os significados e os usos dos testemunhos excepcionais que nos revelam ora o gosto
e, por outro, os inúmeros universos pelo luxo ora o requinte do coleccionismo
contextuais para que remetem. intelectual dessas civilizações. Já quanto
A partir destas antevisões, não só será às Idades Média e Moderna europeias,
viável e até prático organizar exposições seleccionámos, da rica colecção recolhida
itinerantes de apresentação pública do na igreja de Nossa Senhora do Castelo,
MIAA noutros pontos do país e até do um conjunto de estatuária devocional
estrangeiro, como também programar as que estabelece uma clara evolução
narrativas museológicas, quer das próprias estilística, no território nacional, entre o
exposições permanentes, quer de muitas século XIV e o XVIII, a que se acrescenta
das temporárias que irão constituir um uma pintura barroca do círculo de
dos fulcros da acção do MIAA no futuro. Rubens, pertencente à colecção Estrada.
Um apontamento final, relativo à arte Análises estilísticas e tecnológicas
contemporânea, apresenta-nos a mais das peças, com recurso a diversos
recente (já do século XXI) obra pictórica laboratórios em Portugal e no estrangeiro,
de Maria Lucília Moita, em relação envolvendo diferentes equipas por forma
com os seus próprios carvões sobre papel a contrastar resultados, é o caminho
e com a fase mais abstracta da sua obra, que o MIAA já iniciou e que será,
nos anos 70. certamente, a sua marca essencial
O Museu que se começa a apresentar no futuro. O presente catálogo reflecte
nestas antevisões, é fruto da convergência já essa diversidade de equipas, devendo
de uma excepcional colecção particular no entanto sublinhar-se que ele é apenas
e de fundos arqueológicos e artísticos uma pequena expressão de uma rede
contextualizados. Mas é, sobretudo, mais vasta, que irá ser divulgada
um espaço de interrogação, de debate, no ritmo próprio do avanço das pesquisas.
de polémica e de didáctica da importância
da investigação e do rigor. Por isso,
na preparação do Museu, se tem vindo Fernand o António Bap tista P ereira
Fac u l da de de Be l as - A rt e s da Un i v e r si da de
a constituir uma ampla equipa de
de L i sb oa - C e n t ro de In v e st ig aç ão
especialistas, que têm vindo a estudar e E st u d o s e m Be l as - A rt e s
todas as obras expostas de forma crítica.
Uma parte muito importante do acervo Luiz O osterbeek
In st i t u to Pol i t é c n ic o de Tom a r
do Museu, devido ao facto de não
- Gru p o de Q uat e rná rio e P ré - Hi stória
ser conhecida a sua proveniência d o C e n t ro de Ge o c i ê nc ias
exacta, suscita diversas interrogações,
designadamente sobre os contextos
de origem e modos de fabrico, que estão
no cerne da importância e da missão deste
Museu. São, aliás, questões que percorrem
a realidade de todos os grandes museus,
onde não são escassas as peças sem
contexto preciso. O que é específico
do MIAA neste domínio, no entanto,
é a opção em abrir publicamente a
discussão metodológica e em futuramente
inscrever no percurso museográfico essa
mesma discussão, em estreita articulação
com a didáctica dos métodos científicos
de exame e análise. Neste plano, o MIAA
será um museu de arqueologia e arte,
mas será também um museu de prática
e didáctica da ciência e da tecnologia.

24 25 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


próximo oriente antigo
artes das civilizações urbanas e artes
dos povos das montanhas e estepes
A Colecção Estrada permite admirar Os caracteres eram gravados com um
vários objectos produzidos na cinzel que deixava marcas semelhantes
Mesopotâmia, onde se desenvolveram às dum cravo, dito em latim cuneus,
as primeiras civilizações urbanas o que levou o escritor latino Plínio,
em meados do IV milénio a.C. o Velho, a designar esta escrita
e nas regiões das montanhas do Irão, de “cuneiforme”. Inicialmente de carácter
região de povoados que também tiveram pictográfico, passou mais tarde a ser
um papel importante na história desta de carácter ideográfico, representando
vasta e complexa área dita Próximo a primeira forma de alfabeto conhecido.
Oriente Antigo. Os grafismos serviam para marcar
a quantidade, natureza, origem
e destino dos produtos comercializados
A Mesopotâmia e, posteriormente, para escrever textos
e a arte da escrita mitológicos, hinos a divindades,
tratados científicos e textos
O mensageiro tinha a língua pesada, não jurídico-administrativos. A partir
conseguiu repeti-lo. Então o senhor de do final do III milénio a.C. eram escritos
Kullab trabalhou o barro e nisto gravou da direita para esquerda seja em
palavras como numa tabuleta […….]. pequenos ou grandes suportes de barro
O senhor de Kullab gravou as palavras não cozido (CE03722), de acordo com
como numa tabuleta e estas furam visíveis. a finalidade do texto. Outros suportes
para os grafismos eram artefactos
Nestas linhas do poema sumério que se encontravam em templos,
“Enmerkar e o senhor de Aratta”, como as cunhas de fundação (CE01499),
os escribas explicam muito simplesmente sendo estas, por um lado, elementos
uma das maiores invenções da mente arquitectónicos postos horizontalmente
humana: a escrita. No caso deste poema, com a cabeça pintada para fora formando
a exigência deste novo meio mosaicos nas fachadas exteriores
de comunicação explica-se com a e, por outro lado, sendo talvez marcas
necessidade de transmitir uma mensagem para recordar o soberano construtor
com clareza da parte do rei Enmerkar ao e dedicador dos templos.
senhor da região de Aratta. Esta inovação
que permitiu o nascimento quer
da civilização quer da história, surgiu
na Baixa Mesopotâmia, na cidade
de Uruk, cerca de 3000 anos a.C.,
com a necessidade de registar as reservas
agrícolas produzidas pela primeira
civilização urbana do mundo.
O “Crescente Fértil” a personalidade da estatueta se centra
e as artes plásticas exclusivamente na cabeça, também
ela estilizada, sendo o elemento mais
A figura humana é um elemento significativo o nariz em forma de bico
importante na estatuária de todas as de ave, figurando pessoas seja reais
grandes civilizações que se sucederam (CE02877 e CE02884) seja fantásticas
na área do dito “Crescente Fértil”, entre (CE02879).
a Mesopotâmia e a Síria. A visão do
corpo humano do período mais antigo,
nas culturas neolíticas, estava ligada mais O Luristão e as artes do bronze
à necessidade de representar os
problemas naturais da fertilidade O Luristão, área montanhosa no sul
humana, do que com a exigência do Irão, sendo já há muitos séculos uma
de identificá-lo exclusivamente região periférica das grandes civilizações
com deuses ou deusas. mesopotâmicas, desenvolveu entre os
sécs. XII e VII a.C. uma extraordinária
As “Vénus” de terracota pintada produção de bronze: espadas, adereços
do Neolítico (5500- 4500 a.C.) da cultura militares, adereços sagrados e pessoais,
de Halaf, que se desenvolveu no norte os quais manifestam uma elevada
do Iraque, são óptimos exemplos habilidade na metalurgia do bronze e
desta visão (CE02873, CE02874), uma forte tradição local. Uma variada
sendo moldadas como formas “pesadas”, produção de espadas, quase todas com
evidenciando os caracteres de fertilidade lâmina feita para golpear de ponta,
feminina com um material, o barro, inicia-se nos finais do II milénio a.C..
que por sua vez está ligado à fertilidade Inicialmente aparecem exemplares
da terra. Com a definitiva afirmação de curta lâmina e cabo de espigão
das civilizações urbanas, em meados (CE02479) e, sucessivamente, na primeira
do III milénio a.C. e o nascimento na metade do I milénio a.C., afirma-se um
Baixa Mesopotâmia das dinastias reais modelo de adagas, com lâmina folhada
sumérias e dos grupos de funcionários (CE02485) e depois triangular (CE02482
estatais, o corpo humano torna-se um e CE03926) com o característico crescente
meio para sublinhar a grandeza do rei na junção entre cabo e lâmina, bem como
e o poder socioeconómico dos grandes outras espadas curtas com cabo maciço
funcionários, seguindo critérios de mais simples (CE02484). Para as
proporções e modelos geométricos características formais mais adaptadas a
precisos. A estatuária torna-se, assim, um combate frente a frente e em pouco
pública, sendo um meio de sublinhar espaço, todas estas adagas parecem
o poder do encomendador. testemunhar um largo uso de infantaria
Pequenas figuras de pedra em pé em provavelmente pesada e em formação
acto de oração (CE03037 e CE03038) fechada por parte das pequenas entidades
provavelmente substituíam nos templos estatais do Luristão. Não faltam neste
o encomendador, orando em seu lugar. período as armas mais adaptadas para
Outros exemplos de estatuária humana combates mais individuais, com lâmina
são as personagens sentadas (CE03501 mais comprida e bem balançada no cabo
e CE03502) delineando um esquema (CE02944 e CE02486) de provável origem
trapezoidal onde é inserida a figura caucasiana. Todas as adagas mostram
humana, modelada tendencialmente na forma das lâminas uma influência
arredondada e sempre com olhos das áreas da Mesopotâmia mais próximas
redondos e grandes. No Estado do Luristão, relação também visível
confederativo do Elão, entre a planície na forma dos machados provavelmente
mesopotâmica oriental e os montes rituais (CE03335). Tipicamente iraniana
Zagros, desenvolveu-se no início é a simbologia dos términos dos
do II milénio a.C. uma estatuária estandartes militares: nestes a figura
em terracota de gosto estilizado onde do “mestre dos animais” (CE00651)

26 27 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


está associada com a iconografia do deus Bi b l io g r a f ia

justiceiro Sraosha, ligado ao culto


de Mitra e posto nos estandartes Liverani, M. (2009)

para protecção das tropas. Os animais Antico Oriente; storia, societá, economia,

típicos dos montes Zagros são também Bari: Biblioteca Storica Laterza

protagonistas de reelaborações
tipicamente iranianas nos adereços Pettinato, G. (2007)

de adorno pessoal (CE02294). Finalmente, I Sumeri,

nos bronzes destinados às libações Milão: Tascabili Bompiani

(CE01003), é possível ver uma forma


característica do Elão-Luristão, Matthiae, P. (2000)

originalmente em cerâmica policroma La storia dell’arte nell’ Oriente Antico,

e depois realizada em bronze; nestes Milão: Ed. Electa

caldeirões, o longo bico servia


para fazer libações. Parrot, A. (1969)

L’ art du Sumer,

Milão : Bibliothéque d’art de l’UNESCO

A Sarmácia e a arte do ouro


Mallowan, (1965)

Entre todos os chamados “povos Mesopotâmia e Irão,

das estepes”, que desde o II milénio a.C. Londres: Thames and Hudson

ameaçavam as civilizações mesopotâmicas


com contínuas invasões desde o norte, Caubet, A. e L. Martinez-Sève (2004)

os cavaleiros Sármatas desenvolveram, Figures d’ Elam, terrecuites de Suse (Iran),

em finais do I milénio a.C., uma finíssima Paris : Musée du Louvre

arte do ouro, visível nos ricos túmulos,


ditos kurgan. Entre os vários objectos Moorey, P. R.S. (1971)

encontrados nos ricos adereços Catalogue of the Ancient Persian Bronzes

funerários destes chefes e dos seus in the Ashmolean Museum,

familiares, destacam-se raras adagas Oxford: Oxford University Press

com cabo em folha de ouro e pedras


verdes encaixadas (CE02471) que formam Khorasani, M., (2006)

uma simbologia típica dos nómadas Arms and armours from Iran,

das estepes, onde são protagonistas Tubingem: Legat Publishers

felinos e animais selvagens.


Ghirshman, R. (1964)

Arte Persiana; proto-iranici, Medi

Os adereços do sagrado e Achemenidi,

Milão: Feltrinelli

A Colecção Estrada tem vários objectos


ligados a ex-votos e a oferendas rituais, Aruz, J., A. Farkas, A. Alekseev

sendo a sua produção feita com os e E. Korolkova (2000)

materiais disponíveis nas diversas regiões The golden deer of Eurasia,

do Próximo Oriente. No II milénio a.C., Nova Iorque: The Metropolitan Museum of Art

na Mesopotâmia, o barro é protagonista


nas realizações plásticas que caracterizam
os pratos em cerâmica (CE00640) ou as
estatuetas em terracota (CE00642).
Na produção do Luristão, as pedras
duras locais são protagonistas na
realização dos adereços ligados com
as actividades cultuais, quer em meados
do III milénio a. C. (CE03500), quer
em meados do I milénio a.C. (CE03058).

Davide D elfino
Inv. CE03722

Tabuleta. Rectangular com linhas


de inscrições em cuneiforme
nas duas faces
Mesopotâmia,
segunda metade do III milénio a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (4 cm)
comprimento (3,6 cm)
largura (1,8 cm)

Tablet. Rectangular with cuneiform


printed lines on both sides
Mesopotamia,
second half of III millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (4 cm)
length (3,6 cm)
width (1,8 cm)

28 29 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01499

Cunha de fundação.
Inscrições em cuneiforme
Mesopotâmia,
final do III milénio a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (15,3 cm)
comprimento (6,1 cm)

Foundation wedge.
Cuneiform inscriptions
Mesopotamia,
end of III millennium BC
Ceramic
Dimensions:
height (15,3 cm)
length (6,1 cm)
Inv. CE02873

Ídolo ou deusa.
Figura humana estilizada
em posição sentada
Síria Setentrional, Cultura Halaf,
VIII-VI milénios a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (6,4 cm)
comprimento (3,9 cm)
largura (2,8 cm)

Idol or goddess.
Sitting stylized human figure
Northern Syria, Halaf Culture,
VIII-VI millenniums BC
Terracotta
Dimensions:
height (6,4 cm)
length (3,9 cm)
width (2,8 cm)

Inv. CE002874

Deusa.
Figura humana estilizada
em posição sentada
Síria Setentrional, Cultura Halaf,
VIII-VI milénios a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (10,9 cm)
comprimento (6,1 cm)
largura (3,8 cm)

Goddess.
Sitting stylized human figure
Northern Syria, Halaf Culture,
VIII-VI millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (10,9 cm)
length (6,1 cm)
width (3,8 cm)

30 31 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE003038

Fragmento de escultura.
Parte inferior de figura humana
Mesopotâmia,
início do III milénio a.C.
Calcário
Dimensões:
altura (3,3 cm)
comprimento (4,1 cm)
largura (4,6 cm)

Sculpture fragment.
Lower part of human figure
Mesopotamia,
early III millennium BC
Limestone
Dimensions:
height (3,3 cm)
length (7,1 cm)
width (4,6 cm)

Inv. CE03037

Fragmento de escultura.
Parte inferior de figura humana
Mesopotâmia,
início do III milénio a.C.
Calcário
Dimensões:
altura (4,3 cm)
comprimento (7,1 cm)
largura (5,3 cm)

Sculpture fragment.
Lower part of human figure
Mesopotamia,
early III millennium BC
Limestone
Dimensions:
height (4,3 cm)
length (7,1 cm)
width (5,3 cm)
Inv. CE03501

Fragmento de escultura.
Parte superior de figura feminina
Mesopotâmia,
meados do III milénio a.C.
Calcário
Dimensões:
altura (8,2 cm)
comprimento (6,3 cm)
largura (4 cm)

Sculpture fragment.
Upper part of female figure
Mesopotamia,
mid-III millennium BC
Limestone
Dimensions:
height (8,2 cm)
length (6,3 cm)
width (4 cm)

Inv. CE03502

Fragmento de escultura.
Parte inferior de figura humana
sentada
Mesopotâmia,
meados do III milénio a.C.
Calcário
Dimensões:
altura (8,1 cm)
comprimento (7,1 cm)
largura (7,1 cm)

Sculpture fragment.
Lower part of sitting human figure
Mesopotamia,
mid-III millennium BC
Limestone
Dimensions:
height (8,1 cm),
length (7,1 cm),
width (7,1 cm)

32 33 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02877

Figura humana estilizada.


Corpo trapezoidal,
cabeça feminina com chapéu
Elão,
II milénio a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (23 cm)
comprimento (9,6 cm)
largura (4,3 cm)

Stylized human figure.


Trapezoidal body,
female head with headgear
Elam,
II millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (23 cm)
length (9,6 cm)
width (4,3 cm)

Inv. CE02884

Figura humana estilizada.


Corpo cilíndrico,
cabeça com penteado feminino
Elão,
II milénio a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (18,9 cm)
comprimento (5,8 cm)
largura (3,8 cm)

Stylized human figure.


Cylindrical body,
head with female hairstyle
Elam,
II millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (18,9 cm)
length (5,8 cm)
width (3,8 cm)

Inv. CE02879

Figura humana estilizada.


Corpo trapezoidal, cabeça bífida
Elão,
II milénio a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (18,7 cm)
comprimento (6,8 cm)
largura (3,3 cm)

Stylized human figure.


Trapezoidal body, bifid head
Elam,
II millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (18,7 cm)
length (6,8 cm)
width (3,3 cm)

34 35 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02479

Espada.
Curta, com nervura central e cabo
de espigão
Luristão,
final do II milénio a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (5,1 cm)
comprimento (42 cm)
largura (0,7 cm)

Sword.
Short, with central rib and tang
Luristan,
late II millennium BC
Bronze
Dimensions:
height (5,1 cm)
length (42 cm)
width (0,7 cm)
Inv. CE02485

Adaga.
Lâmina folhada, com nervura
central, cabo fundido e forma
de meia lua na base da lâmina
Luristão,
séculos IX-VII a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (4,5 cm)
comprimento (38,6 cm)
largura (0,6 cm)

Dagger. Leafed blade, central rib,


molten cable and crescent
in the base of blade
Luristan,
IX-VII centuries. BC
Bronze
Dimensions:
height (4,5 cm)
length (38,6 cm)
width (0,6 cm)

Inv. CE02482

Adaga. Lâmina triangular, nervura


central e base curva; cabo fundido
com pomo
Luristão,
séculos VIII- VI a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (6,6 cm)
comprimento (46 cm)
largura (0,7 cm)

Dagger.
Triangular blade, central rib,
curved base; molten cable
with pommel
Luristan, VIII-VI centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (6,6 cm)
length (46 cm)

Inv. CE03926

Adaga.
Cabo fundido, com pomo de pedra
cónico; guarda em forma de lua.
Luristão, final do II milénio a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (6,6 cm)
comprimento (42,7 cm)
largura (5,5 cm)

Dagger. Merged cable with conical


stone pommel; crescent-shaped
guard
Luristan,
late II millennium BC
Bronze
Dimensions:
height (6,6 cm)
length (42, 7 cm)
width (5,5 cm)

36 37 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02484

Adaga.
Lâmina folhada, cabo fundido
e de forma piriforme, com pomo.
Luristão,
séculos IX-VII a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (4,5 cm)
comprimento (38,5 cm)
largura (0,9 cm)

Dagger.
Leafy blade, molten
and piriformis cable, with snitch
Luristan,
IX-VII centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (4,5 cm)
length (38,5 cm)
width (0,9 cm)

Inv. CE02944

Espada.
Cabo fundido em forma de T
e decoração incisa em espinha
de peixe
Luristão,
séculos XII-X a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (4 cm)
comprimento (74,5 cm)
largura (0,8 cm)

Sword.
Molten cable T- shaped,
engraved decoration in fishbone
Luristan,
XII-X centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (4 cm)
length (74,5 cm)
width (0,8 cm)
Inv. CE02486

Espada.
Lâmina longa, cabo compósito,
com pomo em forma de disco
de grande dimensão e elemento
cónico
Luristão,
séculos VIII- VII a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (7,3 cm)
comprimento (53 cm)
largura (0,6 cm)

Sword. Long blade, composite


cable, with large discoid pommel
and conical element
Luristan,
VIII-VII centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (7,3 cm)
length (53 cm)
width (0,6 cm)

Inv. CE03335

Machado
Luristão,
séculos XII- XI a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (7,6 cm)
comprimento (15,7 cm)
largura (1,5 cm)

Axe
Luristan,
XII-XI centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (7,6 cm)
length (15,7 cm)
width (1,5 cm)

38 39 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00651

Estandarte.
Figura antropomórfica
estilizada entre duas figuras
de animais mitológicos
Luristão,
séculos VIII-VII a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (13,6 cm)
comprimento (7,2 cm)
largura (1,2 cm)

Part of banner.
Stylized anthropomorphic figure
between two mythological animals
Luristan,
VIII-VII centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (13,6 cm)
length (7,2 cm)
width ( 1,2 cm)

Inv. CE02294

Pendente.
Formado por dois veados
encaixados um no outro
e formando um arco
Luristão,
primeira metade do I milénio a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (4 cm)
comprimento (6,5 cm)
largura (2 cm)

Pendent.
Formed by two deer embedded
in each other and forming an arc
Luristan,
first half of I millennium BC
Bronze
Dimensions:
height (4 cm)
length (6,5 cm)
width (2 cm)
Inv. CE01003

Caldeira.
Corpo globular, círculo de mamilos
e cabeça antropomorfa estilizada
na base do bico longo
Luristão,
séculos VIII-VII a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (11,6 cm)
comprimento (23,3 cm)
largura (8,9 cm)

Boiler.
Globular ware, ring of nipples
and anthropomorphic head down
of a long beak
Luristan,
VIII-VII centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (11,6 cm)
length (23,3 cm)
width (8,9 cm)

Inv. CE02471

Adaga.
Lâmina de ferro, cabo coberto
com lâmina de ouro e pedras
verdes
Ásia central,
século IV séc. d.C.
Ferrro, ouro e pedras duras
Dimensões:
altura (6,2 cm)
comprimento (39,5 cm)
largura (1,8 cm)

Dagger.
Iron blade, cable recovered in gold
and green stones
Central Asia,
1th century AC
Iron, gold and hard stone
Dimensions:
height (6,2 cm)
length (39,5 cm)
width (1,8 cm)

40 41 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00642

Estatueta.
Ovídeo estilizado
Mesopotâmia,
II milénio a.C.
Terracota
Dimensões:
altura (7,9 cm)
comprimento (6,1 cm)
largura (2,8 cm)

Statuette.
Stylized ovid
Luristan,
II Millennium BC
Terracotta
Dimensions:
height (7,9 cm)
length (6,1 cm)
width (2,8 cm)
Inv. CE00640

Prato.
Figura plástica zoomorfa no meio
Síria ou Mesopotâmia,
final do II- início do I milénio a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (4,8 cm)
comprimento (24,8 cm)

Dish.
Zoomorphic plastic figure
in the middle
Syria or Mesopotamia,
end of II- early I millennium BC
Ceramic
Dimensions:
height (4,8 cm)
length (24,8 cm)

42 43 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE03500

Copo
Luristão,
primeira metade do III milénio a.C.
Clorita verde
Dimensões:
altura (8,7 cm)
comprimento (6,6 cm)

Glass
Luristan,
first half of III millennium BC
Green chlorite
Dimensions:
height (8,7 cm)
length (6,6 cm)
Inv. CE03058

Bica.
Tubo terminando
numa cabeça de animal
Luristão,
séculos VI-V a.C.
Serpentina
Dimensões:
altura (6,3 cm)
comprimento (10,5 cm)
largura (15,4 cm)

Spout. Tube ending


in zoomorphic head
Luristan, VI-V centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (6,3 cm)
length (10,5 cm)
width (15,4 cm)

44 45 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


o armamento da idade do ferro
na península ibérica
A “arte” da guerra muda ao longo Na área Ibera, no final do séc. V a.C.,
do tempo, influenciada por mudanças observam-se inovações na armaria,
na estrutura social, no conhecimento como as espadas ditas “de frontón”
tecnológico e, obviamente, no modo (CE02945) e a falcata (CE00263), a qual
e técnicas de combate. A Idade do Ferro resulta da adopção e re-elaboração
é o período onde se observa as mais dum modelo greco-ilírico, dando origem
significativas inovações na armaria. a esta mortal espada feita para formações
Circula e adoptam-se modelos que virão de infantaria pesada. Finalmente,
a constituir os mais directos antecessores no séc. III a.C., chegaram ao Levante
das armas dos grandes exércitos Ibérico espadas celtas do tipo La Téne B
das civilizações clássicas. (CE00218 e CE00219), tendo sido
No caso particular da Península adoptadas pelos iberos que criaram uma
Ibérica da Segunda Idade do Ferro arma de dupla capacidade cortante
(sécs. VI- II a.C.) chegaram modelos e esfaqueante. Mais tarde foram usadas
de armaria da área Grega Pré-Clássica, pelas legiões romanas no séc. II a.C.
da Europa Céltica e do Mediterrâneo com o nome de gladius Hispaniensis.
Oriental, nomeadamente para as Os iberos das Ilhas Baleares adoptaram
infantarias pesada e ligeira. Estes modelos já a partir do séc. VI a.C. a funda,
foram re-elaborados pelas populações arma de lançamento para a infantaria
locais. Tendo sido misturados com outros ligeira muito simples mas eficaz,
herdados da Primeira Idade do Ferro tornando-se nos sécs. IV-III a.C.
(sécs. VIII-VI a.C.), do que resultaram os melhores fundibulários
armas ofensivas e defensivas para a do Mediterrâneo. Os projécteis eram feitos
infantaria que, em parte, viriam a ser em cerâmica, de pedra e, os melhores,
adoptadas pelos exércitos de legionários de chumbo, feitos em moldes (CE02824),
romanos a partir da época Tardo- podendo-se assim disponibilizar projécteis
-Republicana (sécs. II-I a.C.), na de peso certo e estandandardizado para
sequência da experiência adquirida nas poder calcular melhor a força e permitir
campanhas contra os mercenários iberos uma maior precisão no lançamento.
nas Guerras Púnicas e, mais tarde, contra Finalmente, a panóplia ibera é conhecida
os celtiberos. Na Colecção Estrada também por intermédio de figuras
pode admirar-se um notável conjunto de guerreiros em ídolos votivos de bronze.
de armas típicas dos celtiberos da Meseta, Assim, nos sécs. V-IV a.C. aparecem
dos vetões e dos iberos, geralmente figuras de “chefes” montados, vestindo
provenientes de contextos funerários, adereços “exóticos” como os capacetes
mostrando assim a importância que a com crista de origem mediterrânica,
prática da guerra tinha nestas sociedades. estando também armados com falcatas
(CE03631). Na época mais tardia, sécs.
IV-III a.C., representa-se a figura humana
num estilo mais abstracto. Nota-se que
era comum o uso dum pequeno escudo
redondo para formações de infantaria
ligeira (CE01726 e CE03629), juntamente
com espadas curtas (CE03630),
provavelmente para apoio de grupos
mais pequenos de infantaria pesada.
Na área ocidental da Celtibéria Adornos pessoais, como as fíbulas
o combate corpo a corpo em formação antropomorfas (CE03635), testemunham
fechada, constituida provavelmente por o uso de cavalaria ligeira e do costume
guerreiros pertencentes à elite social, dos cavaleiros celtiberos exporem
era de grande importância. Armas típicas a cabeça dos inimigos mortos em
são as espadas de antenas globulares combate na parte da frente do cavalo.
do tipo “Arcóbriga” (CE01691), Fazem também parte do conjunto geral
caracterizadas por curta lâmina de armaria dos celtiberos as fivelas
pistilliforme e ricas decorações de cinturão, simples nos sécs. VI-V a.C.
damasquinadas de prata, resultando (CE02260 e CE02261) e muito mais
duma re-elaboração, no séc. IV a.C., elaboradas e valiosas nos sécs. IV-III a.C.,
das espadas de antenas com globos sendo ricamente decoradas com
provenientes da Europa Central, damasquinado de prata (CE02241,
competindo na sua decoração com CE02256 e CE02262), pormenor que
espadas similares alentejanas do tipo enfatiza o poder económico e social
“Alcácer do Sal”. Também os punhais da elite guerreira nesta altura.
do tipo “Quintas de Gormaz” (CE00282) No Médio e Alto Vale do rio Douro,
são uma evolução destas espadas, no fim do séc. V a.C., a cultura de
transformadas em armas de defesa Montebenório-Miraveche elabora
pessoal. um punhal, que se tornará típico,
Mais tarde, no séc. III a.C., na área de cabo compósito e bainha com quatro
Celtibéria, na sequência da circulação dos discos, geralmente decorada com rico
modelos de armas entre o Levante damasquinado em prata ou cobre
e a Meseta, as espadas tipo “de frontón” (CE01742). Este punhal veio a ser
transformaram-se nos punhais do tipo adoptado pelos seus vizinhos vetões
“doble globular” (CE01744 e CE02947). da Meseta Ocidental, juntamente com
Este é o armamento típico destas as espadas curtas do iberos e celtiberos.
populações aos olhos dos historiadores
romanos, e, na época Tardo-Republicana
seria adoptado, com leves variantes,
pelos legionários romanos como arma
de defesa pessoal.

46 47 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Algumas das armas mais características Bi b l io g r a f ia

dos Vetões encontram-se presentes


na Colecção Estrada como lanças Almagro Gorbea, M. e M. Torres (1999) Martin Bravo, A. (1999)

com pontas e contos de ferro (CE00284, Las fíbulas de jinete y de caballito. Los origenes de Lusitania,

CE00286, CE00803 e CE00804) e escudos Aproximación a las elites ecuestres y su Madrid: Real Academia de la Historia

de madeira com placas de bronze expansión en la Hispania céltica,

(CE00264-CE00272), leves e de pequenas Zaragoza: Institución Fernando el Católico Nicolini, G. (1973)

dimensões, ditos caetra e usados Les Iberes, art et civilisation,

em formações de infantaria ligeira. Almagro-Gorbea, M. et al. (2004) Paris : Éditions Fayard

Completam a sua panóplia longos Prehistoria: antiguedades españolas, I,

cinturões em bronze, também usados Madrid: Real Academia de la Historia Prados Torreira, L. (1992)

pelos iberos (CE01734 e CE01735). Exvotos Ibericos de bronce del Museo

Lanças, espadas curtas ou punhais Alonso Baquer, M. (1997) Arqueologico Nacional,

e escudos pequenos e redondos são Que es la guerra?, in La guerra en la Madrid: Ministerio de Cultura

armas bem adaptadas ao combate Antigüedad: una aproximación al origen de los

corpo-a-corpo, permitindo ainda ejércitos en Hispania, Quesada Sanz, F. (1997)

uma boa mobilidade em terrenos difíceis. Fundacion Caja de Madrid, pp. 17-23 Algo mas que un tipo de espada: la falcata

Isto faz supôr a existência de formações ibérica”, in La Guerra en la Antigüedad: una

pequenas de infantaria ligeira usadas Blásquez, J.M., F. Presedo, F. J. Lomas aproximación al origen de los ejércitos en

para “golpear e desaparecer” em rápidos e J. F. Nieto (1991) Hispania,

ataques. Historia de España Antiga. Fundacion Caja de Madrid, pp. 196-205

Protohistoria, tomo I,

Madrid: Ediciones Catedra Quesada Sanz, F. (2008)

Davide D elfino Armas de Grécia y Roma,

Cabré de Moran,E., M. I. Baquedano Madrid: La Esfera de los Libros

Beltrán (1997)

El armamento céltico de la II Edad del Hierro, in Rapin, A. (1983-84)

La guerra en la Antigüedad: una aproximación L’armement du guerrier celte au II Age du fer,

al origen de los ejércitos en Hispania, n L’art celtique en Gaule,

Fundacion Caja de Madrid, pp. 240-260 Collections des Musées de Province.


Inv. CE02945

Espada do tipo “de frontón”.


Cabo com restauro contemporâneo
de madeira
Península Ibérica, Cultura Ibera,
início do século V - meados do século IV a.C.
Ferro
Dimensões:
altura (6 cm)
comprimento (54,6 cm)
largura (0,6 cm)

Sword, “De frontón” type.


Cable with recent restoration
in timber
Iberian Peninsula,Iberian Culture,
early V- middle IV centuries BC
Iron
Dimensions:
height (6 cm)
length (54,6 cm)
width (0,6 cm)

Inv. CE00263

Espada do tipo “Falcata”


Península Ibérica, área Ibérica,
século IV a.C.
Ferro
Dimensões:
altura (5,2 cm)
comprimento (61,2 cm)
largura (0,2 cm)

Sword, “Falcata” type.


Iberian Peninsula, Iberian Culture,
IV century BC.
Iron
Dimensions:
height (5,2 cm)
length (61,2 cm)
width (0,2 cm)

48 49 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00218 Inv. CE00219

Espada. Espada.
Cabo em forma de espigão Cabo em forma de espingão
França e Península Ibérica Oriental, França e Península Ibérica Oriental,
Cultura de La Téne, fase B, Cultura de La Téne, fase C,
século III a. C. Primeiro quartel do século III
Ferro - último quartel do século II a. C.
Dimensões: Ferro
altura (4,1 cm), Dimensões:
comprimento (77,5 cm), altura (4,1 cm)
largura (0,3 cm) comprimento (74,6 cm)
largura (0,3 cm)
Sword. Tab cable
France and Eastern Iberian Peninsula, La Téne Sword. Tab cable
culture, phase B, France and Eastern Iberian Peninsula,
III century BC La Téne culture, phase C,
Iron first quarter of III -last quarter
Dimensions: of II centuries BC
height (4,1 cm) Iron
length (77,5 cm) Dimensions:
width (0,3 cm) height (4,1 cm)
length (74,6 cm)
width (0,3 cm)
Inv. CE02824

Projécteis de fundibulário.
Forma de bolota
Península Ibérica,
séculos V-II a.C.
Chumbo
Dimensões:
altura (2,1 cm)
comprimento (1,8 cm)
largura (1,3 cm)

Slingshot bullets.
Acorn’s form
Iberian Peninsula,
V-II centuries BC
Lead
dimensions:
height (2,1 cm)
length (1,8 cm)
width (1,3 cm)

50 51 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE03631

Estatueta, tipo “bronze ibero”.


Figura de cavaleiro, com arreios
e capacete com crista
Península Ibérica, Cultura Ibera,
séculos V-IV a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (9 cm)
comprimento (7,5 cm)
largura (3,1 cm)

Statuette, “iberian bronze” type.


Knight figure, taking reins,
with crested helmet.
Iberian Peninsula, Iberian Culture,
V- IV centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (9 cm)
length (7,5 cm)
width (3,1 cm)

Inv. CE03630

Estatueta, tipo “bronze ibero”.


Figura humana estilizada, com
escudo, arma e falo visível
Península Ibérica, Cultura Ibera,
séculos IV-III a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (17,3 cm)
comprimento (9,5 cm)
largura (5,2 cm)

Statuette, “iberian bronze” type.


Stylized human figure with shield,
weapon and phallus
Iberian Peninsula, Iberian Culture,
IV-III centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (17,3 cm)
length (9,5 cm)
width (5,2 cm)
Inv. CE01726

Estatueta tipo “bronze ibero”.


Figura humana estilizada
com escudo redondo.
Península Ibérica, Cultura Ibera,
séculos III-II a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (7,7 cm)
comprimento (3,7 cm)
largura (1,1 cm)

Statuette “iberian bronze” type.


Stylized human figure with round
shield
Iberian Peninsula Iberian Culture,
III-II centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (7,7 cm)
length (3,7 cm)
width (1,1 cm)

Inv. CE03629

Estatueta, tipo “bronze ibero”.


Figura humana estilizada
com braços cruzados e escudo
no peito
Península Ibérica, Cultura Ibera,
século IV a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (7,2 cm)
comprimento (1,9 cm)
largura (1,5 cm)

Statuette, “iberian bronze” type.


Stylized human figure with crossed
arms and shield supported in the
chest
Iberian Peninsula, Iberian Culture,
IV century BC
Bronze
Dimensions:
height (7,2 cm)
length (1,9 cm)
width (1,5 cm)

52 53 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01691

Espada tipo “Arcobriga”


com bainha. Cabo de dois globos
e damasquinada em prata
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
século IV a.C.
Ferro
Dimensões:
altura (6,7 cm)
comprimento (62,5 cm)
largura (0,9 cm)

Sword “Arcobriga” type


with sheath. Cable with two globes
and silver damasquinature
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture,
IV century BC
Iron
Dimensions:
height (6,7 cm)
length (62,5 cm)
width (0,9 cm)
54 55 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Inv. CE00282 Inv. CE01744

Adaga. Punhal tipo “Doble globular”


Cabo com dois globos e bainha. Bainha formada
Península Ibérica Ocidental, de lâminas de bronze e anéis
século IV a.C. de ferro para suspensão ao cinto.
Ferro Península Ibérica, Cultura Celtibera,
Dimensões: Séculos III-II século a.C.
altura (4,5 cm) Ferro e bronze
comprimento (41,6 cm) Dimensões:
largura (0,4 cm) altura (8 cm)
comprimento (32 cm)
Dagger. largura (1,3 cm)
Cable with two globes
Western Iberian Peninsula, Dagger “Doble globular” type
IV century BC and sheaht. Sheath formed by
Iron bronze plates and iron ring
Dimensions: to suspend at belt
height (4,5 cm) Iberian Peninsula, Celtiberian Culture,
length (41,6 cm) III-II centuries BC
width (0,4 cm) Iron and bronze
Dimensions:
height (8 cm)
length (32 cm)
width (1,3 cm)

Inv. CE02947

Punhal, tipo “Doble globular”.


Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos III-II a.C.
Ferro
Dimensões:
altura (6,4 cm)
comprimento (28,8 cm)
largura (0,5 cm)

Dagger, “Doble globular” type.


Iberian Peninsula, Celtiberian Culture, III-II
centuries BC
Iron
Dimensions:
height (6,4 cm)
length (28,8 cm)
width (0,5 cm)
Inv. CE03635

Fíbula. Fibula.
Aro em forma de cavaleiro Arc in form of a knight
Península Ibérica, Cultura Celtibera, Iberian Peninsula, Celtiberian Culture,
séculos IV-III a.C. IV-III centuries BC
Bronze Bronze
Dimensões: Dimensions:
altura (5,8 cm) height (5,8 cm)
comprimento (6 cm) length (6 cm)
largura (0,8 cm) width (0,8 cm)

56 57 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02260

Fivela de cinturão.
Decoração fina incisa
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos VI-V a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (7 cm)
comprimento (7,9 cm)
largura (0,1 cm)

Belt buckle.
Fine engraved decoration
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture,
VI-V centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (7 cm)
length (7,9 cm)
width (0,1 cm)

Inv. CE02261

Fivela de cinturão.
Decoração fina incisa.
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos VI-V a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (6,7 cm)
comprimento (8,3 cm)
largura (0,3 cm)

Belt buckle.
Fine engraved decoration
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture,
VI-V centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (6,7 cm)
length (8,3 cm)
width (0,3 cm)

Inv. CE02241

Fivela de cinturão.
Decoração antigamente
damasquinada
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos IV-III a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (9,4 cm)
comprimento (10,9 cm)
largura (0,2 cm)

Belt buckle. Disappeared


damasquinature decoration
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture, IV-III
centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (9,4 cm)
length (10,9 cm)
width (0,2 cm)
Inv. CE02256

Fivela de cinturão.
Decoração damasquinada de prata
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos IV-III a.C.
Bronze e prata
Dimensões:
altura (7,7 cm)
comprimento (9,9 cm)
largura (0,1 cm)

Belt buckle.
Silver damasquinature decoration
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture, IV-III
centuries BC
Bronze and silver
Dimensions:
height (7,7 cm)
length (9,9 cm)
width (0,1 cm)

Inv. CE02262

Fivela de cinturão.
Decoração damasquinada de prata
Península Ibérica, Cultura Celtibera,
séculos IV-III a.C.
Bronze e prata
Dimensões:
altura (8,5 cm)
comprimento (10,8 cm)
largura (0,1 cm)

Belt buckle.
Silver damasquinature decoration
Iberian Peninsula, Celtiberian Culture, IV-III
centuries BC
Bronze and silver
Dimensions:
height (8,5 cm)
length (10,8 cm)
width (0,1 cm)

58 59 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01742

Punhal tipo “Montebenorio”


e bainha. Aplicações circulares
de bronze
Península Ibérica Centro-Ocidental,
séculos V-IV a.C.
Ferro e bronze
Dimensões:
altura (10,1 cm)
comprimento (25,5 cm)
largura (1,5 cm)

Dagger “Montebenorio” type and


sheaht. Discoid bronzes applied
Central-Western Iberian Peninsula, V-IV
centuries BC
Iron and bronze
Dimensions:
height (10,1 cm)
length (25,5 cm)
width (1,5 cm)
Inv. CE00804

Ponta de lança.
Cabo em forma de canhão
Península Ibérica,
século V a.C.
Ferro
Dimensões:
altura (2,5 cm)
comprimento (17 cm)
largura (0,4 cm)

Spearhead. Gunned cable.


Iberian Peninsula,
V century BC
Iron
Dimensions:
height (2,5 cm)
length (17 cm)
Inv. CE00284 Inv. CE00286 width (0,4 cm)

Ponta de lança. Ponta de lança.


Cabo em forma de canhão Cabo em forma de canhão Inv. CE00803
e nervura central e ligeira nervura central
Península Ibérica, Península Ibérica, Conto de lança
séculos V-IV a.C. séculos V-IV a.C. Península Ibérica,
Ferro Ferro século V a.C.
Dimensões: Dimensões: Ferro
altura (2,4 cm) altura (2,8 cm) Dimensões:
comprimento (18 cm) comprimento (20,9 cm) altura (0,9 cm)
largura (1,2 cm) largura (0,8 cm) comprimento (14,6 cm)
largura (1,4 cm)
Spearhead. Spearhead.
Gunned cable and central rib Gunned cable and light central rib Speartip
Iberian Peninsula, Iberian Peninsula, Iberian Peninsula,
V-IV centuries BC V-IV centuries BC V century BC
Iron Iron Iron
Dimensions: Dimensions: Dimensions:
height (2,4 cm) height (2,8 cm) height (0,9 cm)
length (18 cm) length (20,9 cm) length (14,6 cm)
width (1,2 cm) width (0,8 cm) width (1,4 cm)

60 61 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00264-CE00272

Elementos de escudo
Península Ibérica Ocidental,
séculos V-IV a.C.
Bronze
Dimensões:
altura (5,3 cm)
comprimento (1,7 cm)
largura (0,2 cm)

Shield’s elements
Western Iberian Peninsula,
V-IV centuries BC
Bronze
Dimensions:
height (5,3 cm)
length (1,7 cm)
width (0,2 cm)
Inv. CE01734 Inv. CE01735

Cinto. Lâmina e cravos Cinto. Lâmina e cravos de bronze


de bronze aplicados e decoração aplicados e decoração fina
fina de incisão. de incisão.
Península Ibérica, Península Ibérica,
Séculos V-II a.C. séculos V-II a.C.
Ferro e Bronze Ferro e bronze
Dimensões: Dimensões:
altura (5,5 cm) altura (5,5 cm)
comprimento (23 cm) comprimento (23,1 cm)
largura (0,4 cm) largura (0,4 cm)

Belt. Applied bronze plate Belt. Applied bronze plate


and studs, fine engraved decoration and studs, fine engraved decoration
Iberian Peninsula, Iberian Peninsula,
V-II centuries BC V-II centuries BC
Iron and bronze Iron and bronze
Dimensions: Dimensions:
height (5,5 cm) height (5,5 cm)
length (23 cm) length (23,1 cm)
width (0,4 cm) width (0,4 cm)

62 63 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


joalharia da colecção estrada:
uma panorâmica
A Colecção Estrada possui um notável Passemos agora às jóias do mundo
conjunto de jóias de diversos períodos, helénico e helenístico. A mais antiga
com particular destaque para os visível aqui data dos séculos XIV-XIII a.C.,
seguintes: Orientalizante, Helénico e tratando-se de um alfinete de cabelo
Helenístico, Romano e Paleo-Cristão. micénico (CE03343). As restantes jóias
Nesta exposição são apresentadas são já dos séculos IV-I a.C. Muitas
algumas peças de ouro de cada um delas são brincos com términos com
desses períodos. Simbolicamente, o ouro, uma cabeça humana ou de animal.
nestas culturas, evocava o sol e todo Em alguns deles podemos reconhecer
o seu simbolismo multivalente, motivos que parecem estar relacionados
o qual variava segundo o contexto: com o culto do deus Dionísio (o Baco
fecundidade-riqueza-dominação, romano): 2 pares de brincos com cabeças
centro de calor-amor-dom, fogo de mulheres que parecem ser bacantes
de luz-conhecimento-irradiação. (CE01778, CE01779, CE03020, CE03021),
Começando pelo Orientalizante, tendo o último par uma ânfora, contentor
este nome designa um período que de líquidos, geralmente de vinho, o qual
coincide sensivelmente com os séculos tinha um importante papel no culto
VIII-VI a.C., quando várias técnicas báquico; de notar ainda um par
e formas de jóias provenientes do de brincos com cabeça de cordeiro
Próximo Oriente foram adoptadas (CE03347, CE03348), que neste culto
por diferentes povos mediterrânicos. e em muitos outros cultos mediterrânicos
Um deles foram os Etruscos de quem encarna o triunfo da renovação da vida.
são dois brincos em forma de crescente Pode-se ainda ver expostos os seguintes
(CE02126, CE02127). Esta forma estava brincos: quatro Eros (CE01384, CE01385,
associada à deusa egípcia Ísis, senhora CE01477, CE01478), símbolo do desejo
dos mistérios da vida e morte e amoroso; quatro pombas (CE01454,
facilmente associável a outras Mães-Terra CE01455, CE03018, CE03019), símbolo
mediterrânicas. O granulado que os da pureza, da alma, estando nos dois
brincos apresentam foi uma das técnicas últimos as pombas a beber numa taça
que mais se vulgarizaram neste período que representa a fonte da memória;
e na qual, os Etruscos, se tornaram dois brincos com uma bolota suspensa
os principais especialistas, conseguindo de um sol (CE01397, CE03011),
um grau de miniaturização nunca simbolizando a união com o divino
ultrapassado. Outras duas peças etruscas já que a bolota era o fruto do carvalho,
expostas são dois suportes circulares a árvore cósmica que unia o Céu e a Terra;
(CE03337, CE03338) para objectos de vidro, por último, um golfinho (CE01439), animal
sendo estes, nessa altura, objectos de psicopompo que transportava os mortos
luxo. Uma peça deste período, mas para as ilhas dos Bem-Aventurados.
proveniente da Grécia Arcaica é um Este mesmo animal e respectiva
pendente (CE00518) que representa simbologia pode igualmente ser visto
Core/Perséfone (cujo simbolismo é num anel onde se encontra gravado
explicado no texto sobre cerâmica grega) (CE04724).
e onde se notam as linhas rígidas de
influência egípcia, sem o naturalismo
que veio a caracterizar a arte grega a
partir do século V a.C. Note-se ainda
mais algumas peças deste período aqui
expostas: uma lucerna votiva (CE02553),
um pendente (CE01418) e dois brincos
circulares (CE02639, CE02640).
Noutros dois anéis expostos pode Aliás, a mesma técnica (e intenção) Bi b l io g r a f ia

ver-se uma serpente enrolada (CE02995) pode ver-se num colar de contas aqui
e um nó de Hércules (CE01205), exposto (CE03340). Mais dois colares, Almagro Gorbea, Martin (1986)

funcionando ambos como talismãs ambos em ouro, estão também expostos: Orfebreria Fenicio-Punica,

protectores. De notar também um um com uma corrente de onde estão Madrid: Artes Gráficas MCM

crescente (CE02586), cujo simbolismo suspensos pendentes com pedras


já foi atrás referido. As últimas peças preciosas (CE01465) e outro com um Chevalier, Jean

gregas aqui expostas são de maiores pendente onde se vê uma imagem e Alain Gheerbrant (1994)

dimensões. Assim, temos 3 diademas de Vénus, embora este último esteja Dicionário dos Símbolos,

funerários: um com vegetação espiralada incompleto dado faltarem algumas Lisboa: Teorema

(CE00595), outro em forma de folhas das contas (CE01776). Também algumas


(CE00596) e o último com folhas braceletes podem ser vistos (CE01777, Higgins, Reynold (1980)

de palmeira estilizadas (CE01441), CE02633, CE04687), sendo que um Greek and Roman Jewellery,

todos eles recorrendo à renovação anual deles (CE04687) é constituído por duas Berkeley: University of California Press

da natureza para simbolizar a vitória serpentes, com o mesmo simbolismo do


sobre a morte. Outra peça de grande anel com a mesma forma atrás referido. López, Gisela Ripoll (1998)

dimensão é um peitoral funerário Anéis de ouro eram vulgares nesta altura Toréutica de la Bética (siglos VI y VII d.C.),

onde se podem ver as linhas de dois e três deles estão aqui expostos: um com Barcelona: Reial Acadèmia de Bonnes Lletres

templos simétricos com personagens uma gema onde está gravado um busto
divinas por cima dos telhados (CE01443). (CE02987), outro com um escorpião Price, Judith (2008)

Uma coroa com folhas de oliveira, (CE02988) e um terceiro com uma pedra Masterpieces of Ancient Jewelry,

possivelmente associada às iniciações com várias camadas coloridas, a sardónica, Philadelphia: Running Press

eleusianas, onde esta árvore era sagrada, geralmente usada como selo (CE03415).
também pode ser vista aqui (CE02651). As últimas peças romanas aqui expostas Tait, Hugo (ed.) (2008)

As duas últimas peças deste período já são: uma colherzinha de um serviço 7000 Years of Jewelry,

não são propriamente gregas, mas sim de mesa (CE02981); um pendente Londres: Firefly Books

Citas, povos que viviam nas margens (CE03017) onde se vê um Cupido


do Mar Negro e cuja joalharia foi (o Eros grego) montado numa águia Williams, Dyfri e Jack Ogden (1994)

fortemente influenciada por formas e com um arco e flechas (uma inovação Greek Gold. Jewellery of the Classical World,

e decorações gregas, como o pomo romana); um unguentário com uma Londres: British Museum Press

de espada com uma cabeça de felino pinça (CE02583). O último conjunto


em ambos os lados (CE03336) de ourivesaria aqui exposto é já do
e uma larga taça (CE03475). período Paleo-Cristão, sendo datável
Já do mundo romano, também dos séculos VI-VII d.C. Três deles faziam
se encontra aqui exposto um parte do mesmo conjunto funerário: uma
variado conjunto de peças, datáveis placa de cinturão (CE02952) e duas outras
dos 4 primeiros séculos da era cristã. placas aquiliformes (CE02950, CE02951).
Também aqui se podem ver vários As três são feitas em bronze, sendo
brincos: dois com cachos de uvas cobertas com folhas de ouro. Na placa
no interior de um disco (CE01434, de cinturão pode ver-se uma cruz e dois
CE01435), uma temática ligada ao culto grifos estilizados – símbolo das duas
báquico; em dois outros pode ver-se o naturezas, humana e divina, de Jesus
velho motivo em crescente (CE01402, Cristo – com um propósito apotropaico.
CE01403); dois em forma de espiral Já as duas águias fazem provavelmente,
(CE03386, CE03387), símbolo das forças neste contexto, referência à contemplação
cósmicas da vida; alguns deles com discos de Cristo. De notar também a exposição
solares (CE01489, CE01490, CE02973, de um pendente em forma de águia
CE02974, CE01438, CE04700, CE01395, (CE01609) feito segundo a técnica de
CE01396). Este dois últimos brincos cloisonné, em que tiras finas de ouro
apresentam a particularidade de ter o formam um desenho que é preenchido
interior feito em gesso coberto por uma com pedras preciosas. Por último,
fina folha de ouro, de modo a dar uma um anel com uma cruz, feita também
ilusão de serem mais maciços. em cloisonné (CE04711).

Gustavo Porto carrero

64 65 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02126 e CE02127

Brincos com crescente


Etrúria, Itália,
século VI a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (3,3 cm)
comprimento (1,9 cm)
largura (1 cm)
Peso:
10 gr

Earrings with crescent


Etruria, Italy,
6th century BC
Gold
Dimensions:
height (3,3 cm)
length (1,9 cm)
width (1 cm)
Weight:
10 gr
Inv. CE03337 e CE03338

Suportes de vidros
Etrúria, Itália,
século VI a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (1,8 cm)
comprimento (9,4 cm)
largura (0,1 cm)
Peso:
22 gr

Glass stands
Etruria, Italy,
6th century BC
Gold
Dimensions:
height (1,8 cm)
length (9,4 cm)
width (0,1 cm)
Weight:
22 gr

66 67 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00518 Inv. CE01418

Pendente com imagem Pendente


de Core/Perséfone Mediterrâneo,
Grécia, I milénio a.C.
século VI a.C. Ouro
Ouro Dimensões:
Dimensões: altura (5,8 cm)
altura (7,2 cm), comprimento (4,8 cm)
comprimento (3 cm), largura (0,1 cm)
largura (1,2 cm) Peso:
Peso: 1 gr
5 gr
Pendent
Pendent with image Mediterranean,
of Core/Persephone I millennium BC
Greece, Gold
6th century BC Dimensions:
Gold height (5,8 cm)
Dimensions: length (4,8 cm)
height (7,2 cm) width (0,1 cm)
length (3 cm) Weight:
width (1,2 cm) 1 gr
Weight:
5 gr

Inv. CE02553

Lucerna
Mediterrâneo,
I milénio a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (3,4 cm)
comprimento (2,7 cm)
largura (0,7 cm)
Peso: 6 gr

Oil-lamp
Mediterranean,
I millennium BC
Gold
Dimensions:
height (3,4 cm)
length (2,7 cm)
width (0,7 cm)
Weight:
6 gr
Inv. CE02639 e CE02640

Brincos
Mediterrâneo,
I milénio a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (1,9 cm)
comprimento (2 cm)
largura (0,3 cm)
Peso:
10 gr

Earrings
Mediterranean,
I millennium BC
Gold
Dimensions:
height (1,9 cm)
length (2 cm)
width (0,3 cm)
Weight:
10 gr

Inv. CE03343

Alfinete de cabelo
Grécia,
séculos XIV-XIII a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (11,9 cm)
comprimento (1,3 cm)
Peso:
12 gr

Hair pin
Greece,
14th-13th centuries BC
Gold
Dimensions:
height (11,9 cm)
length (1,3 cm)
Weight:
12 gr

Inv. CE01778 e CE01779

Brincos com cabeça de Bacante


Grécia,
séculos IV-I a.C.
Ouro
Dimensões:
altura (2,8 cm)
comprimento (2 cm)
largura (0,3 cm)
Peso:
14 gr

Earrings with Maenad head


Greece,
4th-1st centuries BC
Gold
Dimensions:
height (2,8 cm)
length (2 cm)
width (0,3 cm)
Weight:
14 gr

68 69 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE03020 e CE03021 Inv. CE03347 e CE03348 Inv. CE01384 e CE01385

Brincos com cabeça Brincos com cordeiro Brincos com Eros


de Bacante e ânfora Grécia, Grécia,
Grécia, séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
séculos IV-I a.C. Ouro Ouro
Ouro Dimensões: Dimensões:
Dimensões: altura (2,3 cm) altura (2,2 cm)
altura (3,8 cm) comprimento (1,5 cm) comprimento (2,5 cm)
comprimento (1,1 cm) largura (0,6 cm) largura (0,2 cm)
largura (0,5 cm) Peso: Peso:
Peso: 2 gr 6 gr
8 gr
Earrings with lamb Earrings with Eros
Earrings with Maenad head Greece, Greece,
and amphora 4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC
Greece, 4th-1st centuries BC Gold Gold
Gold Dimensions: Dimensions:
Dimensions: height (2,3 cm) height (2,2 cm)
height (3,8 cm) length (1,5 cm) length (2,5 cm)
length (1,1 cm) width (0,6 cm) width (0,2 cm)
width (0,5 cm) Weight: Weight:
Weight: 2 gr 6 gr
8 gr

Inv. CE03018 e CE03019 Inv. CE01397 e CE03011 Inv. CE01439

Brincos com pombas Brincos com sol e bolota Brinco com golfinho
a beber da taça da memória Grécia, Grécia,
Grécia, séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
séculos IV-I a.C. Ouro Ouro
Ouro Dimensões: Dimensões:
Dimensões: altura (4,4 cm), altura (2,6 cm)
altura (4,8 cm) comprimento (1,4 cm) comprimento (2 cm)
comprimento (2,1 cm) largura (0,7 cm) largura (0,2 cm)
largura (1 cm) Peso: Peso:
Peso: 6 gr 3 gr
14 gr
Earrings with sun and acorn Earring with dolphin
Earrings with doves drinking Greece, Greece,
from the cup of memory 4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC
Greece, Gold Gold
4th-1st centuries BC Dimensions: Dimensions:
Gold height (4,4 cm) height (2,6 cm)
Dimensions: length (1,4 cm) length (2 cm)
height (4,8 cm), width (0,7 cm) width (0,2 cm)
length (2,1 cm) Weight: Weight:
width (1 cm) 6 gr 3 gr
Weight:
14 gr
Inv. CE01477 e CE01478 Inv. CE01454 Inv. CE01455

Brincos com Eros Brinco com pomba Brinco com pomba


Grécia, Grécia, Grécia,
séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
Ouro Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (2,4 cm) altura (3,2 cm) altura (2,3 cm)
comprimento (2 cm) comprimento (3,2 cm) comprimento (2,5 cm)
largura (0,4 cm) largura (0,8 cm) largura (1,8 cm)
Peso: Peso: 3 gramas Peso: 3 gramas
8 gr
Earring with dove Earring with dove
Earrings with Eros Greece, Greece,
Greece, 4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC
4th-1st centuries BC Gold Gold
Gold Dimensions: Dimensions:
Dimensions: height (3,2 cm) height (2,3 cm)
height (2,4 cm) length (3,2 cm) length (2,5 cm)
length (2 cm) width (0,8 cm) width (1,8 cm)
width (0,4 cm) Weight: Weight:
Weight: 3 gr 3 gr
8 gr

Inv. CE04724 Inv. CE02995 Inv. CE01205

Anel com golfinho gravado Anel com serpente Anel com nó de Hércules
Grécia, Grécia, Grécia,
séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
Ouro Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (2,4 cm) altura (2,5 cm) altura (1,8 cm)
comprimento (2,3 cm) comprimento (2,4 cm) comprimento (2,1 cm)
largura (1 cm) largura (2,1 cm) largura (0,2 cm)
Peso: Peso: Peso:
7 gr 8 gr 3 gr

Ring with engraved dolphin Ring with serpent Ring with Hercules knot
Greece, Greece, Greece,
4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC
Gold Gold Gold
Dimensions: Dimensions: Dimensions:
height (2,4 cm) height (2,5 cm) height (1,8 cm)
length (2,3 cm) length (2,4 cm) length (2,1 cm)
width (1 cm) width (2,1 cm) width (0,2 cm)
Weight: Weight: Weight:
7 gr 8 gr 3 gr

70 71 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02586 Inv. CE00595 Inv. CE00596

Pendente Diadema Diadema


Grécia, Grécia, Grécia,
séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
Ouro Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (4,2 cm) altura (4 cm) altura (4 cm)
comprimento (2,8 cm) comprimento (43,5 cm) comprimento (21,8 cm)
largura (0,1 cm) largura (0,1 cm) largura (0,1 cm)
Peso: Peso: Peso:
12 gr 1 gr 1 gr

Pendent Diadem Diadem


Greece, Greece, Greece,
4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC
Gold Gold Gold
Dimensions: Dimensions: Dimensions:
height (4,2 cm) height (4 cm) height (4 cm)
length (2,8 cm) length (43,5 cm) length (21,8 cm)
width (0,1 cm) width (0,1 cm) width (0,1 cm)
Weight: Weight: Weight:
12 gr 1 gr 1 gr

Inv. CE01443 Inv. CE03336 Inv. CE03475

Peitoral Pomo de espada Taça


Grécia, Mar Negro, Mar Negro,
séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
Ouro Ouro Prata e ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (6,8 cm) altura (6,8 cm) altura (10 cm)
comprimento (21,8 cm) comprimento (4,5 cm) comprimento (16,5 cm)
largura (14,6 cm) largura (1,4 cm) Peso:
Peso: Peso: 173 gr
6 gr 11 gr
Cup
Pectoral Pommel of sword Black Sea,
Greece, Black Sea, 4th-1st centuries BC
4th-1st centuries BC 4th-1st centuries BC Silver and gold
Gold Gold Dimensions:
Dimensions: Dimensions: height (10 cm),
height (6,8 cm) height (6,8 cm) length (16,5 cm)
length (21,8 cm) length (4,5 cm) Weight:
width (14,6 cm) width (1,4 cm) 173 gr
Weight: Weight:
6 gr 11 gr
Inv. CE01441 Inv. CE02651

Diadema Coroa com folhas de oliveira


Grécia, Grécia,
séculos IV-I a.C. séculos IV-I a.C.
Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões:
altura (2,7 cm) altura (6 cm)
comprimento (20,5 cm) comprimento (14,1 cm)
largura (0,1 cm) Peso:
29 gr
Diadem
Greece, Crown with olive leaves
4th-1st centuries BC Greece,
Gold 4th-1st centuries BC
Dimensions: Gold
height (2,7 cm) Dimensions:
length (20,5 cm) height (6 cm)
width (0,1 cm) length (14,1 cm)
Weight:
29 gr

72 73 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01434 e CE01435 Inv. CE01402 e CE01403 Inv. CE03386 e CE03387

Brincos com imagem de cachos Brincos com crescente Brincos com forma de espiral
de uvas Império Romano Império Romano
Império Romano Ouro Ouro
Ouro Dimensões: Dimensões:
Dimensões: altura (7,8 cm) altura (2 cm)
altura (4,6 cm) comprimento (3,3 cm) comprimento (1,1 cm)
comprimento (1,7 cm) largura (1,8 cm) largura (0,2 cm)
largura (0,6 cm) Peso: Peso:
Peso: 4 gr 4 gr
8 gr
Earrings with crescent Earrings with spiral shape
Earrings with image of grapes Roman Empire Roman Empire
Roman Empire Gold Gold
Gold Dimensions: Dimensions:
Dimensions: height (7,8 cm) height (2 cm)
height (4,6 cm) length (3,3 cm) length (1,1 cm)
length (1,7 cm) width (1,8 cm) width (0,2 cm)
width (0,6 cm) Weight: Weight:
Weight: 4 gr 4 gr
8 gr

Inv. CE01489 e CE01490 Inv. CE02973 e CE02974 Inv. CE01438 e CE04700

Brincos com disco solar Brincos com disco solar Brincos com disco solar
Império Romano Império Romano Império Romano
Ouro Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (2,8 cm) altura (2,8 cm) altura (2 cm)
comprimento (0,9 cm) comprimento (1 cm) comprimento (1,7 cm)
largura (0,7 cm) largura (1,2 cm) largura (0,3 cm)
Peso: Peso: Peso:
2 gr 2 gr 4 gr

Earrings with solar disc Earrings with solar disc Earrings with solar disc
Roman Empire Roman Empire Roman Empire
Gold Gold Gold
Dimensions: Dimensions: Dimensions:
height (2,8 cm) height (2,8 cm) height (2 cm)
length (0,9 cm) length (1 cm) length (1,7 cm)
width (0,7 cm) width (1,2 cm) width (0,3 cm)
Weight: Weight: Weight:
2 gr 2 gr 4 gr
Inv. CE01395 e CE01396 Inv. CE01465

Brincos com disco solar Colar


Império Romano Império Romano
Gesso e ouro Ouro
Dimensões: altura (3,5 cm) Dimensões:
comprimento (1,6 cm) altura (39,5 cm)
largura (1,6 cm) comprimento (2,3 cm)
Peso: largura (0,9 cm)
8 gr Peso:
52 gr
Earrings with solar disc
Roman Empire Necklace
Plaster and gold Roman Empire
Dimensions: Gold
height (3,5 cm) Dimensions:
length (1,6 cm) height (39,5 cm)
width (1,6 cm) length (2,3 cm)
Weight: width (0,9 cm)
8 gr Weight:
52 gr

Inv. CE03340

Colar
Império Romano
Gesso e ouro
Dimensões:
altura (26 cm)
comprimento (1,1 cm)
largura (0,5 cm)
Peso:
23 gr

Necklace
Roman Empire
Plaster and gold
Dimensions:
height (26 cm)
length (1,1 cm)
width (0,5 cm)
Weight:
23 gr

74 75 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01776 Inv. CE01777 Inv. CE02633

Colar com pendente de Vénus Bracelete Bracelete


Império Romano Império Romano Império Romano
Ouro Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões: Dimensões:
altura (7,8 cm) altura (5,3 cm) altura (7,2 cm)
comprimento (4,5 cm) comprimento (5,9 cm) comprimento (7,2 cm)
largura (0,7 cm) largura (0,4 cm) largura (0,6 cm)
Peso: Peso: Peso:
9 gr 14 gr 37 gr

Necklace with Venus pendent Bracelet Bracelet


Roman Empire Roman Empire Roman Empire
Gold Gold Gold
Dimensions: Dimensions: Dimensions:
height (7,8 cm) height (5,3 cm) height (7,2 cm)
length (4,5 cm) length (5,9 cm) length (7,2 cm)
width (0,7 cm) width (0,4 cm) width (0,6 cm)
Weight: Weight: Weight:
9 gr 14 gr 37 gr

Inv. CE04687 Inv. CE02987 Inv. CE02988

Bracelete com duas serpentes Anel com busto Anel com escorpião
Império Romano gravado na gema gravado na gema
Ouro Império Romano Império Romano
Dimensões: Ouro Ouro
altura (5,6 cm) Dimensões: Dimensões:
comprimento (6,3 cm) altura (2,7 cm) altura (2,4 cm)
largura (1,4 cm) comprimento (3,1 cm) comprimento (2,6 cm)
Peso: largura (1,8 cm) largura (0,9 cm)
22 gr Peso: Peso:
10 gr 11 gr
Bracelet with two serpents
Roman Empire Ring with bust Ring with scorpion
Gold engraved on gem engraved on gem
Dimensions: Roman Empire Roman Empire
height (5,6 cm) Gold Gold
length (6,3 cm) Dimensions: Dimensions:
width (1,4 cm) height (2,7 cm) height (2,4 cm)
Weight: length (3,1 cm) length (2,6 cm)
22 gr width (1,8 cm) width (0,9 cm)
Weight: Weight:
10 gr 11 gr
Inv. CE02583

Unguentário com pinça


Império Romano
Ouro
Dimensões:
altura (6,6 cm)
comprimento (3,1 cm)
largura (2,5 cm)
Peso:
52 gr

Unguentary with tweezers


Roman Empire
Gold
Dimensions:
height (6,6 cm)
length (3,1 cm)
width (2,5 cm)
Weight:
52 gr

Inv. CE03415 Inv. CE02981 Inv. CE03017

Anel com sardónica Colher Pendente com Cupido


Império Romano Império Romano montado em águia
Ouro Ouro Império Romano
Dimensões: Dimensões: Ouro
altura (2 cm) altura (6,1 cm) Dimensões:
comprimento (2,3 cm) comprimento (1,2 cm) altura (4,4 cm)
largura (1,5 cm) largura (0,1 cm) comprimento (4,6 cm)
Peso: Peso: largura (0,1 cm)
3 gr 5 gr Peso:
6 gr
Ring with sardonyx Spoon
Roman Empire Roman Empire Pendent with Cupid
Gold Gold mounted on eagle
Dimensions: Dimensions: Roman Empire
height (2 cm) height (6,1 cm) Gold
length (2,3 cm) length (1,2 cm) Dimensions:
width (1,5 cm) width (0,1 cm) height (4,4 cm)
Weight: Weight: length (4,6 cm)
3 gr 5 gr width (0,1 cm)
Weight:
6 gr

76 77 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02952 Inv. CE02950 e CE02951

Placa de cinturão Placas aquiliformes


Paleo-Cristão, Paleo-Cristão,
séculos VI-VII d.C. séculos VI-VII d.C.
Cobre e ouro Cobre e Ouro
Dimensões: Dimensões:
altura (10,6 cm) altura (11,3 cm)
comprimento (4,3 cm) comprimento (5,1 cm)
largura (0,3 cm) largura (0,4 cm)
Peso: Peso:
45 gr 92 gr

Plaque of belt Plaques with shape of eagle


Paleo-Christian, Paleo-Christian,
6th-7th centuries AD 6th-7th centuries AD
Copper and gold Copper and gold
Dimensions: Dimensions:
height (10,6 cm) height (11,3 cm)
length (4,3 cm) length (5,1 cm)
width (0,3 cm) width (0,4 cm)
Weight: Weight:
45 gr 92 gr
Inv. CE01609 Inv. CE04711

Pendente em forma de águia Anel com cruz


Paleo-Cristão, Paleo-Cristão,
séculos VI-VII d.C. séculos VI-VII d.C.
Ouro Ouro
Dimensões: Dimensões:
altura (3,9 cm) altura (2,8 cm)
comprimento (4,2 cm) comprimento (3,5 cm)
largura (0,4 cm) Peso:
Peso: 35 gr
14 gr
Ring with cross
Pendent with shape of eagle Paleo-Christian,
Paleo-Christian, 6th-7th centuries AD
6th-7th centuries AD Gold
Gold Dimensions:
Dimensions: height (2,8 cm)
height (3,9 cm) length (3,5 cm)
length (4,2 cm) Weight:
width (0,4 cm) 35 gr
Weight:
14 gr

78 79 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


da cerâmica vidrada
aos vidros romanos
A Colecção Estrada possui um rico Também era vulgar a produção
acervo de vidraria da Antiguidade, de contas de vidro e pequenas figuras.
o qual permite ao público familiarizar-se Os fenícios, devido à sua actividade
com a história das suas diferentes técnicas comercial nas costas do Mediterrâneo,
e das diversas formas e usos que assumiu. divulgaram durante a primeira metade
Na história da vidraria, antes do vidro do I milénio a.C. o vidro por toda esta
propriamente dito, encontramos área, passando a ser produzido
exemplares de cerâmica vidrada. em zonas como a Grécia ou a Etrúria.
Os mais antigos exemplares conhecidos Como exemplos de vidros deste género
do mundo mediterrânico segundo esta e provavelmente datáveis já dos séculos
técnica são provenientes do Egipto, VI-V a.C. encontram-se aqui expostas
os quais começaram a ser fabricados 3 peças da Colecção Estrada: uma
no IV milénio a.C., tendo como cores figurinha em forma de peixe (CE00614)
predominantes a turquesa e o verde. e duas anforetas (CE01527 e CE02915).
A sua produção e consumo conheceu Mais tarde, já no século I a.C., quando
uma longa duração e dois deles, o Mediterrâneo era um mar romano,
já de época Ptolomaica, são aqui foi inventada na Síria a técnica do sopro
expostos: uma tigelinha (CE02354) para o fabrico do vidro. Esta técnica teve
e um unguentário em forma de anforeta importantes consequências para o vidro.
(CE02358). A sua textura deixou de ser opaca, mas
Os primeiros vidros conhecidos sim transparente e sem cor; as suas
começaram a ser fabricados no Próximo paredes passaram a ser mais finas; toda
Oriente no II milénio a.C., tendo sido uma imensa variedade de novas formas
usados, à semelhança da cerâmica passou a ser possível. Como esta técnica
vidrada, como objectos de luxo. A técnica era mais barata e permitia um fabrico
de fabrico básico dos primeiros objectos mais massificado, o vidro passou a ser
de vidro baseava-se na colocação de vidro produzido em grandes quantidades
derretido em moldes com as formas deixando de ser exclusivamente um
dos objectos que se pretendia. Os vidros produto de luxo, embora continuassem
obtidos ficavam com uma cor azul ou a ser produzidos vidros mais elaborados
negra, cujas paredes eram pintadas com para este fim.
várias cores, geralmente assumindo
padrões em zigue-zague. Quanto às
formas, baseavam-se em cerâmicas
já existentes, em particular, oenochoes
(jarros), aryballos e alabastrons
(recipientes, respectivamente, globulares
e cilíndricos para óleos perfumados),
anforetas e potezinhos.

Inv. CE02354

Tigela
Egipto, Dinastia Ptolomaica,
séculos IV-I a.C.
Cerâmica vidrada
Dimensões:
altura (4,2 cm)
comprimento (9,8 cm)

Bowl
Egypt, Ptolomaic Dynasty,
4th-1st centuries BC
Glazed ceramic
Dimensions:
height (4,2 cm)
length (9,8 cm)
A Colecção Estrada possui uma grande De notar também um unguentário cuja Bi b l io g r a f ia

quantidade de vidros da época romana base tem uma cabeça humana moldada
datados dos primeiros cinco séculos (CE00653). Também o serviço de mesa Arveiller-Dulong, Véronique

da era cristã. Formas mais tradicinais passou a ter objectos de vidro, como e Marie-Dominique Nenna (2005)

como um aryballos (CE00654), um pratos (CE00659), copos (CE01629), Les Verres Antiques du Musée du Louvre,

oenochoe (CE02914) e uma anforeta garrafas (CE01628, CE02353, CE03604) vol. II, Paris: Musée du Louvre Éditions

(CE03599) permaneceram. Mas também e tigelas (CE00609, CE02357, CE02921).


surgiram variantes destas formas mais As possibilidades da técnica de sopro Grose, David (1989)

tradicionais como um aryballos anelar também permitiram fazer formas mais Early Ancient Glass:

(CE02314), um aryballos com festões fantasiosas como esta garrafinha em The Toledo Museum of Art,

(CE00608), um potezinho com várias forma de ave (CE00666). Nova Iorque: Hudson Hills Press

asas (CE00655) e jarros mais compridos Para finalizar, note-se ainda que alguns
(CE02313) ou com duas asas (CE01637) dos vidros expostos apresentam a Mariacher, Giovanni (1966)

ou volumosos e sem asas (CE02852). curiosidade de apresentarem restauros Glass from Antiquity to the Renaissance,

Objectos que até então eram feitos em feitos ainda no mundo antigo (CE00666, Londres: Hamlyn

metal ou cerâmica passaram a ser feitos CE02357, CE02852), o que mostra


igualmente em vidro. Passou assim a o valor que eles tinham para os seus Whitehouse, David (1997)

haver balsamários e unguentários feitos proprietários. Roman Glass in the Corning Museum of Glass,

em vidro (CE00033, CE00042, CE00621, volume I, Nova Iorque: Hudson Hills Press

CE00660, CE01631, CE01633, CE02347,


CE03600), destacando-se entre estes os Gustavo Porto carrero
recipientes para khol (CE02854, CE02918)
que era o pó de maquilhagem mais usado
nesta época.

80 81 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02358

Anforeta
Egipto, Dinastia Ptolomaica,
séculos IV-I a.C.
Cerâmica vidrada
Dimensões:
altura (16 cm)
comprimento (5,3 cm)

Amphora
Egypt, Ptolomaic Dynasty,
4th-1st centuries BC
Glazed ceramic
Dimensions:
height (16 cm)
length (5,3 cm)

Inv. CE00614

Figurinha de peixe
Mediterrâneo,
séculos VI-V a.C.
Vidro
Dimensões:
altura (5,5 cm)
comprimento (8,2 cm)
largura (2,9 cm)

Fish figurine
Mediterranean,
6th-5th centuries BC
Glass
Dimensions:
height (5,5 cm)
length (8,2 cm)
width (2,9 cm)
Inv. CE01527 Inv. CE02915

Anforeta Anforeta
Mediterrâneo, Mediterrâneo,
séculos VI-V a.C. séculos VI-V a.C.
Vidro Vidro
Dimensões: Dimensões:
altura (13,8 cm) altura (5,7 cm)
comprimento (6,8 cm) comprimento (3 cm)
largura (5,1 cm)
Amphora
Amphora Mediterranean,
Mediterranean, 6th-5th centuries BC
6th-5th centuries BC Glass
Glass Dimensions:
Dimensions: height (5,7 cm)
height (13,8 cm) length (3 cm)
length (6,8 cm)
width (5,1 cm)

82 83 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00654

Aryballos.
Contentor de perfume
Romano,
séculos I-II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (7,2 cm)
comprimento (6 cm)

Aryballos.
Perfume container
Roman,
1st-2nd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (7,2 cm)
length (6 cm)
Inv. CE02314 Inv. CE02914

Aryballos. Oenochoe. Jarro


Contentor de perfume Romano,
Romano, séculos I-II d.C.
século III d.C. Vidro,
Vidro Dimensões:
Dimensões: altura (10 cm)
altura (10,2 cm) comprimento (6,8 cm)
comprimento (8,2 cm)
largura (2,5 cm) Oenochoe. Jar
Roman,
Aryballos. 1st-2nd centuries AD
Perfume container Glass
Roman, Dimensions:
3rd century AD height (10 cm)
Glass length (6,8 cm)
Dimensions:
height (10,2 cm)
length (8,2 cm) Inv. CE03599
width (2,5 cm)
Anforeta
Romano,
século IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (21 cm)
comprimento (7,4 cm)

Amphora
Roman,
th century AD
Glass
Dimensions:
height (21 cm)
length (7,4 cm)

84 85 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00608

Aryballos.
Contentor de perfume
Romano,
século II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (6,6 cm)
comprimento (4,7 cm)
largura (4,2 cm)

Aryballos.
Perfume container
Roman,
2nd century AD
Glass
Dimensions:
height (6,6 cm)
length (4,7 cm)
width (4,2 cm)
Inv. CE00655

Pote
Romano,
séculos IV-VI d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (7,3 cm)
comprimento (7,6 cm)

Bowl
Roman,
4th-6th centuries AD
Glass
Dimensions:
height (7,3 cm)
length (7,6 cm)

86 87 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE02313

Jarro
Romano,
século III d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (12 cm)
comprimento (6,7 cm)

Jar
Roman,
3rd century AD
Glass
Dimensions:
height (12 cm)
length (6,7 cm)
Inv. CE01637 Inv. CE02852

Jarro Jarro
Romano, Romano,
séculos I-II d.C. século IV-V d.C.
Vidro Vidro
Dimensões: Dimensões:
altura (15,7 cm) altura (10,5 cm)
comprimento (6,6 cm) comprimento (8,8 cm)

Jar Jar
Roman, Roman,
1st-2nd centuries AD 4th-5th centuries AD
Glass Glass
Dimensions: Dimensions:
height (15,7 cm) height (10,5 cm)
length (6,6 cm) length (8,8 cm)

88 89 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00033

Unguentário
Romano,
séculos I-II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (11,2 cm)
comprimento (4,2 cm)

Toilet bottle
Roman,
1st-2nd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (11,2 cm)
length (4,2 cm)

Inv. CE00042

Unguentário
Romano,
século II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (15,7 cm)
comprimento (5,5 cm)

Toilet bottle
Roman,
2nd century AD
Glass
Dimensions:
height (15,7 cm)
length (5,5 cm)

Inv. CE00660

Unguentário
Romano,
séculos I-II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (12 cm)
comprimento (7,4 cm)

Toilet bottle
Roman,
1st-2nd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (12 cm)
length (7,4 cm)
Inv. CE00621

Balsamário
Romano,
séculos II-IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (6,6 cm)
comprimento (4,3 cm)

Toilet bottle
Roman,
2nd-4th centuries AD
Glass
Dimensions:
height (6,6 cm)
length (4,3 cm)

90 91 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01631

Unguentário
Romano,
século III d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (15,1 cm)
comprimento (3,1 cm)

Toilet bottle
Roman,
3rd century AD
Glass
Dimensions:
height (15,1 cm)
length (3,1 cm)

Inv. CE01633

Unguentário
Romano,
século IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (11 cm)
comprimento (8,2 cm)

Toilet bottle
Roman,
4th century AD
Glass
Dimensions:
height (11 cm)
length (8,2 cm)

Inv. CE02347

Unguentário
Romano,
século II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (12,5 cm)
comprimento (7,5 cm)

Toilet bottle
Roman,
2nd century AD
Glass
Dimensions:
height (12,5 cm)
length (7,5 cm)

Inv. CE03600

Unguentário
Romano,
século III d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (9,7 cm)
comprimento (6,8 cm)

Toilet bottle
Roman,
3rd century AD
Glass
Dimensions:
height (9,7 cm)
length (6,8 cm)
92 93 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Inv. CE02918

Recipiente de khol
Romano,
séculos III-IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (11,4 cm)
comprimento (6,8 cm)
largura (3,7 cm)

Khol container
Roman,
3rd -4th centuries AD
Glass
Dimensions:
height (11,4 cm)
length (6,8 cm)
width (3,7 cm)
Inv. CE00653

Unguentário
Romano,
séculos III-IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (10,4 cm)
comprimento (4,3 cm)

Toilet bottle
Roman,
3rd -4th centuries AD
Glass
Dimensions:
height (10,4 cm)
length (4,3 cm)

94 95 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01629 Inv. CE01628

Copo Garrafa
Romano, Romano,
séculos I-II d.C. séculos IV-V d.C.
Vidro Vidro
Dimensões: Dimensões:
altura (11,2 cm) altura (19,5 cm)
comprimento (8,1 cm) comprimento (7,3 cm)

Cup Bottle
Roman, Roman,
1st-2nd centuries AD 4th -5th centuries AD
Glass Glass
Dimensions: Dimensions: height (19,5 cm), length (7,3 cm)
height (11,2 cm)
length (8,1 cm)
Inv. CE02353

Inv. CE00659 Garrafa


Romano,
Prato séculos I-II d.C.
Romano, Vidro
século IV d.C. Dimensões:
Vidro altura (12,3 cm)
Dimensões: comprimento (4,5 cm)
altura (3,5 cm)
comprimento (17,5 cm) Bottle
Roman,
Dish 1st-2nd centuries AD
Roman, Glass
4th century AD Dimensions:
Glass height (12,3 cm)
Dimensions: length (4,5 cm)
height (3,5 cm),
length (17,5 cm)
Inv. CE03604

Garrafa
Romano,
séculos III-IV d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (19,6 cm)
comprimento (13,2 cm)

Bottle
Roman,
3rd -4th centuries AD
Glass
Dimensions:
height (19,6 cm)
length (13,2 cm)
96 97 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Inv. CE00609

Tigela
Romano,
século I d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (5,5 cm)
comprimento (7,6 cm)

Bowl
Roman,
1st century AD
Glass
Dimensions:
height (5,5 cm)
length (7,6 cm)

Inv. CE00666

Garrafinha
Romano,
séculos I-III d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (3,9 cm)
comprimento (8,2 cm)
largura (3 cm)

Bottle
Roman,
1st-3rd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (3,9 cm)
length (8,2 cm)
width (3 cm)
Inv. CE02357

Tigela
Romano,
séculos I-II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (3,5 cm)
comprimento (8 cm)

Bowl
Roman,
1st-2nd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (3,5 cm)
length (8 cm)

Inv. CE02921

Tigela
Romano,
séculos I-II d.C.
Vidro
Dimensões:
altura (10,1 cm)
comprimento (19,1 cm)

Bowl
Roman,
1st-2nd centuries AD
Glass
Dimensions:
height (10,1 cm)
length (8,2 cm)

98 99 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


cerâmica grega na colecção
estrada: uma panorâmica
Entre as diversas artes do antigo mundo Relativamente à sua iconografia,
grego, a cerâmica pintada foi uma as cerâmicas desta altura mostram
das que melhor sobreviveu ao passar diferenças significativas relativamente
dos tempos, constituindo actualmente às do período anterior – o Geométrico.
uma das principais fontes para a Neste último, predominavam figuras
compreensão da cultura e sociedade geométricas e abstractas e temas
dessa época. geralmente relacionados com funerais,
A Colecção Estrada possui algumas procissões, cenas rotineiras da vida
cerâmicas gregas, as quais se dividem e animais domésticos. Já no período
por três grupos cronológicos: o Arcaico Arcaico, predominam representações
(séculos VII-VI a.C.), o Clássico de animais fantásticos (como sereias,
(sécs.V- IV a.C.) e o Helenístico esfinges) e animaisselvagens (como
(finais séc. IV-I a.C.), tendo 10 delas felinos), motivos florais e guerreiros.
sido seleccionadas para esta exposição. Tais mudanças estarão, provavelmente,
Estas cerâmicas apresentam uma grande relacionadas com novos contextos,
variedade formal e decorativa, tendo mais concretamente a expansão grega
sido usadas em contextos variados, pelo Mediterrâneo em que os laços
com funções e simbolismos diversos, com as comunidades de origem se
como se verá nas próximas linhas. tornam mais fracos e os colonos têm
O período Arcaico encontra-se que sobreviver pelos seus meios num
aqui representado por duas cerâmicas mundo tantas vezes estranho e hostil.
fabricadas em Corinto: um oenochoe Além disso, assiste-se também a uma
(CE00177) – jarro de vinho – e um maior centralização no interior das
aryballos (CE01542) – recipiente cidades gregas que caem sob o controlo
para óleo perfumado. O vinho, entre das famílias mais ricas, mas dependentes
os gregos, simbolizava o sangue do deus da lealdade de exércitos de hoplitas,
Dionísio, sendo simultaneamente bem como a maiores rivalidades
portador de alegria e bebida da entre as cidades. As imagens reflectem,
imortalidade. Já os perfumes eram vistos desta maneira, um mundo mais vasto
como essências divinas, dom dos deuses e violento ao contrário do mundo
e privilégio de reis e aristocratas, paroquial do Geométrico. Assiste-se
conferindo assim prestígio ao seu igualmente a uma mudança nas técnicas
detentor. Estas cerâmicas são de representação: assim, enquanto no
vulgarmente encontradas em túmulos Geométrico as figuras eram pintadas a
da elite grega dessa altura, não só negro em silhueta, no Arcaico utilizou-se
como demonstração da sua riqueza a incisão combinada com a policromia,
e poder (como acontecia quando os seus o que possibilitava um maior detalhe nas
detentores estavam vivos), mas também representações. Desta forma, as cerâmicas
como forma de permitir um renascimento. tornaram-se um meio para comunicar
narrativas, bem como um comentário
visual sobre as vidas e crenças dos seus
detentores.
Já do período Clássico, encontram-se Uma das mais populares era a dedicada
aqui representadas seis cerâmicas, ao deus Dionísio (o Baco romano),
todas elas feitas segundo uma técnica sendo que cenas com ela relacionadas
de representação característica desta podem ser vistas numa sítula (CE00671)
altura: a figura vermelha. Esta baseava-se – contentor onde se misturava água e
na pintura a negro dos fundos, vinho. Aqui, vê-se uma bacante a fazer
destacando-se dessa forma as figuras uma libação a Dionísio que se encontra
no barro vermelho. As figuras ganhavam sentado; do outro lado, vê-se um sátiro.
ainda relevo através da pintura de Ainda dentro das religiões dos mistérios,
detalhes com linhas finas ou grossas. uma outra que era popular era a de
Surgida em Atenas, esta técnica Elêusis. Esta estava relacionada com
divulgou-se pelas colónias gregas a morte e o renascimento de Perséfone,
na Itália meridional e na Sicília – a Magna filha da deusa da terra Deméter, depois
Grécia –, sendo desta área geográfica da sua mãe a ter reencontrado no
que as cerâmicas aqui expostas provêm. Inferno. É possível que um pelike –
Vejamos, então, estas cerâmicas. contentor de líquidos – da Colecção
Duas delas têm como iconografia Estrada (CE00366) faça referência a este
cenas de casamento: um lebes gamikos mistério: num dos lados vêm-se duas
(CE00675) e uma ânfora (CE00672). mulheres face a face no que parece ser o
Na primeira cerâmica vê-se um Eros, reencontro entre Perséfone e Deméter
simbolizando o amor e a fertilidade, assinalando, assim o renascimento da
e a jovem noiva; na segunda os dois primeira; do lado oposto uma figura
esposos. A primeira conteria água ritual feminina isolada, representando a
ou bolos de casamento; a segunda condição anterior a esse reencontro.
conteria líquidos como vinho, água, leite. A peça seguinte é um Kylix (CE00888)
Ambas eram prendas para a noiva e, em – copo para beber vinho. Apresenta o seu
contextos funerários de mulheres adultas, interior decorado com folhas de loureiro,
podiam ser reaproveitados e depositados as quais simbolizavam a imortalidade
no seu túmulo, simbolizando desta vez adquirida pela vitória e que eram
o seu casamento com Hades, o senhor apanágio de heróis e sábios.
do Inferno, onde residiam os mortos. Por último, assinale-se ainda um
Na sociedade grega, as mulheres não oenochoe (CE01784), no qual podem
tinham um lugar independente na ver-se 3 efebos numa palestra (lugar onde
sociedade sendo, ao invés, oferecidas a juventude fazia exercícios físicos).
em casamento para ligar linhagens Um deles segura um strigile, o qual era
patrilineares. Assim, aparecem várias um instrumento de limpeza usado pelos
vezes representadas como esposas gregos; para limparem os corpos sujos
de alguém que, depois da morte, e suados cobriam-no com azeite
seria Hades. e retiravam este com o dito strigile.
Este oinochoe apresenta a particularidade
Apesar desta visão dominante face de um fragmento do seu bico se ter
às mulheres, nem todas aceitavam partido e ter sido restaurado ainda na
passivamente este papel. Várias Antiguidade com um grampo de chumbo
procuravam uma fuga nas chamadas que o uniu de novo ao jarro, mostrando
religiões dos mistérios, cujo papel assim o apreço que o seu detentor tinha
era o de arrancar os indivíduos das suas por ele.
relações e papéis sociais habituais e
ajudá-los a alcançar a salvação pessoal.

100 101 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Para finalizar, duas cerâmicas do período Bi b l io g r a f ia

Helenístico, também provenientes


da Magna Grécia. Neste período, Boardman, John (1998)

muita da cerâmica decorada desaparece, Early Greek Vase Painting,

sendo substituída por metais e vidros. Londres: Thames & Hudson

As formas com decoração mais simples


ou somente negra passaram a ser Boardman, John (2007)

predominantes, de que as duas cerâmicas The History of Greek Vases,

aqui apresentadas são dois bons Londres: Thames & Hudson

exemplos. Uma delas é um oenochoe


(CE00934), de estilo Gnathia, o qual Bonet, Paloma (ed.) (2003)

se caracteriza por paredes pintadas La Colección Várez

a negro com decoração policromática en el Museo Arqueológico Nacional,

de motivos vegetais. Neste oenochoe, Ministerio de Educación, Cultura y Deporte

a vegetação representada é a hera e a


videira, ambos símbolos bem conhecidos Chevalier, Jean

ligados aos seguidores do deus Dionísio, e Alain Gheerbrant (1994)

e que provocavam delírios místicos. Dicionário dos Símbolos,

A outra cerâmica é um gutus (CE01554), Lisboa: Teorema

que era um recipiente com azeite usado


para encher lamparinas. Osborne, Robin (1998)

Archaic and Classical Greek Art, Oxford:

Oxford University Press

Gustavo Porto carrero


Trendall, Arthur Dale (1989)

Red Figure Vases of South Italy

and Sicily: A Handbook,

Londres: Thames and Hudson

Vernant, Jean-Pierre (1990),

Myth and Society in Ancient Greece,


Nova Iorque: Zone Books

Inv. CE01542

Aryballos.
Recipiente com perfume
Corinto, Grécia,
séculos VII-VI a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (6,4 cm)
comprimento (6,3 cm)

Arybalos.
Perfum container
Corinth, Greece,
7th-6th centuries BC
Ceramics
Dimensions:
height (6,4 cm)
length (6,3 cm)
Inv. CE00177

Oenochoe.
Jarro de vinho
Corinto, Grécia,
séculos VII-VI a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (29,2 cm)
comprimento (17,5 cm)

Oenochoe.
Wine jar
Corinth, Greece,
7th-6th centuries BC
Ceramics
Dimensions:
height (29,2 cm)
length (17,5 cm)

102 103 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00675

Lebes Gamikos.
Contentor de água ou bolos
Itália Meridional,
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (25,3 cm)
comprimento (12,7 cm)

Lebes Gamikos.
Water or cake container
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (25,3 cm)
length (12,7 cm)
Inv. CE00672

Ânfora.
Contentor de líquidos
Itália Meridional
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (34,2 cm)
comprimento (13,5 cm)

Amphora.
Liquids container
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (34,2 cm)
length (13,5 cm)

104 105 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00671

Sítula.
Vaso para misturar água e vinho
Itália Meridional,
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (21,2 cm)
comprimento (15,9 cm)

Situla.
Vessel to mix wine and water
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (21,2 cm)
length (15,9 cm)
Inv. CE00366

Pelike.
Contentor de líquidos
Itália Meridional,
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (16,5 cm)
comprimento (8,8 cm)

Pelike.
Liquids container
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (16,5 cm)
length (8,8 cm)

Inv. CE00888

Kylix.
Copo para beber vinho
Itália Meridional,
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (4,6 cm)
comprimento (21 cm)

Kylix.
Cup to drink wine
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (4,6 cm)
length (21 cm)

106 107 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01784

Oenochoe.
Jarro de vinho
Itália Meridional,
século IV a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (17 cm)
comprimento (11,2 cm)

Oenochoe.
Wine jar
Southern Italy,
4th century BC
Ceramics
Dimensions:
height (17 cm)
length (11,2 cm)
Inv. CE00934

Oenochoe.
Jarro de vinho
Itália Meridional,
séculos IV-III a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (15 cm)
comprimento (9 cm)

Oenochoe.
Wine jar
Southern Italy,
4th -3rd centuries BC
Ceramics
Dimensions:
height (15 cm)
length (9 cm)

Inv. CE01554

Gutus.
Recipiente para azeite
Itália Meridional,
séculos III-II a.C.
Cerâmica
Dimensões:
altura (14,1 cm)
comprimento (15 cm)
largura (11,9 cm)

Gutus.
Olive oil container
Southern Italy,
4th -3rd centuries BC
Ceramics
Dimensions:
height (14,1 cm)
length (15 cm)
width (11,9 cm)

108 109 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01946

Busto de Augusto
Europa,
c. 1790-1830
Mármore
Dimensões:
altura (21 cm)
comprimento (29 cm)
largura (17,5 cm)

Bust of Augustus
Europe,
c. 1790-1830
Marble
Dimensions:
height (21 cm)
length (29 cm)
width (17,5 cm)
escultura neoclássica na colecção
estrada: uma panorâmica
No Renascimento o gosto pelas Na Colecção Estrada, destacamos Bi b l io g r a f ia

esculturas antigas fez com que se o busto do imperador Augusto, com


executassem réplicas dessas mesmas dois exemplares aqui expostos (CE01946 Bentini, Jadranka (2005)

esculturas para gostos privados. e CE04610) e o busto do imperador Il “Museo Lapidário Modenese: luogo

Um dos temas com maior sucesso foram Marco Aurélio (CE01128), pela qualidade e formazione”, in Nicoletta Giordani e

as séries dos imperadores. No período plástica que os copistas, do período Giovanna Paolozzi Strozzi (eds.)

Neoclássico, no final do século XVIII Neoclássico, imprimiram às suas réplicas. Il Museo Lapidário Estense Catalogo generale,

e nas primeiras décadas do século XIX, Roma: Marsilio, pp. 3-7

em particular, houve inúmeras séries


de cópias deste tema iconográfico. Luís Jorge G onçalves Bruno, Matthias (2002)

Os imperadores mais reproduzidos “Fuste di colonnina tortile do Ostia Antica”,

eram os chamados “bons imperadores”, in Marilda De Nuccio e Lucrezia Ungaro (eds.),

nos quais se incluia Augusto, Vespasiano, I marmi colorati della Roma imperiale,

Trajano e Marco Aurélio. Roma: Marsilio, p. 413, n.º 119

Favaretto, Irene (2002)

Arte Antica e cultura antiquarian nnelle

collezioni Venete al Tempo della Sereníssima,

Roma: “L’Erma” di Bretschneider, pp. 28-30

Guerrini, Lucia (1982).

Palazzo Mattei di Giove. Le Antichità,

Roma

Papini, Massimiliano (2000)

Palazzo Braschi.

La collezione di Sculture Antiche,

Roma

Strozzi, Giovanna Paolozzi (2005)

“Passione Antiquaria e archeologica


della casata regnante e delle più insigni

famiglie modenesi”, in Nicoletta Giordani

e Giovanna Paolozzi Strozzi (eds.)

Il Museo Lapidário Estense Catalogo generale,

Roma: Marsilio, pp-59-67

110 111 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE04610

Busto de Augusto
Europa,
c. 1790-1830
Mármore e bronze
Dimensões:
altura (78 cm)
comprimento (60 cm)
largura (31 cm)

Bust of Augustus
Europe,
c. 1790-1830
Marble
Dimensions:
height (78 cm)
length (60 cm)
width (31 cm)

112 113 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE01128

Busto de Marco Aurélio


Europa,
c. 1790-1830
Mármore
Dimensões:
altura (29,4 cm)
comprimento (23,3 cm)
largura (9,5 cm)

Bust of Marcus Aurelius


Europe,
c. 1790-1830
Marble
Dimensions:
height (29,4 cm)
length (23,3 cm)
width (9,5 cm)

114 115 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


símbolos auspiciosos nos gabinetes
de erudito na china imperial
Durante cerca de cem anos, entre 1271 Por outro lado, a alternativa ao exercício
e 1368 a China foi governada pela de funções como oficial do governo
Dinastia Yuan, fundada por Kublai Khan poderia passar pela educação dos filhos
durante as invasões do Império Mongol de famílias abastadas ou uma carreira
sobre a Ásia Central. Os Han, povo artística, incorporando a Academia
nativo e maioritário na China, eram Imperial onde eram instruídos para
pela primeira vez governados por uma seguirem os modelos de representação
dinastia estrangeira. Apesar de Kublai e o estilo da pintura académica
Khan ter adoptado muitos dos costumes dos pintores da Dinastia Song do Sul
das dinastias anteriores verificou-se uma (1227-1279).
profunda alteração na organização social,
através de uma discriminação étnica, Durante o reinado do imperador
definindo quatro classes de privilégios Xuande (1426-1435), ele próprio
sociais, sendo que os cargos de um literati de referência e conotado
administração central eram reservados pintor e poeta, viveu-se um momento
aos mongóis. Por outro lado, a herança de grande prosperidade artística, tendo
Turco-Mongol e a ligação comercial ficado conhecido como o primeiro
entre a Europa e a Ásia tornou a China grande mecenas depois de Huizong
permeável a um intercâmbio cultural da Dinastia Song.
e ao despoletar de processos Os literati oficiais do estado construíram
de alteridade artística. nas propriedades que adquiriam extensos
Após o declínio da Dinastia Yuan, jardins, com lagos e rochas que simulam
a Dinastia Ming (1368-1644) devolveu montanhas numa miniaturização da
o poder da China Imperial aos Han natureza. Aí eram levantados pequenos
que procuram imediatamente apagar pavilhões que imitam as casas dos poetas
da memória a herança cultural dos ou dos anciãos taoistas na montanha.
mongóis através de uma revitalização Esta prosperidade económica que muitas
das tradições culturais da Dinastia Song famílias viviam durante todo o século
(970-1279). Neste panorama, XVI e o alto nível educacional dos literatii
o Confucionismo retoma o seu lugar tornou possível a reunião de importantes
de proeminência como ordem social colecções de antiguidades como bronzes
e moral e os Analetos de Confúcio, e jades, um pouco à imagem dos grandes
as interpretações de Mencius dos textos eruditos e artistas da Dinastia Song.
confucianos, a Doutrina do Meio Suzhou, na província de Jiangsu, tornou-se
e o Grande Ensinamento foram no maior centro cultural, onde filhos
profusamente estudados a partir de famílias abastadas e políticos
das interpretações do grande erudito reformados preferiam a vida em comunhão
da Dinastia Song, Zhu Xi. com a natureza às suas funções
A necessidade de formação administrativas na corte imperial.
de uma nova geração de literati Aí viviam uma vida edílica dedicando-se
submetidos a rigorosas examinações à poesia, à pintura e à caligrafia
visava a substituição dos oficiais mongóis e ao coleccionismo das grandes obras
nos cargos de administração do governo. e objectos que mantinham nos seus
Rapidamente, estes literati ganharam gabinetes.
um estatuto de proeminência pelas O elevado nível de erudição e prosperidade
funções governativas que assumia, cultural e artística deu um salto substancial
mas também enquanto conhecedor durante os reinados de Kangxi
da cultura chinesa, sendo-lhes (1662-1722), Yongzheng (1722-1735)
dadosprivilégios, propriedades e Qianlong (1736-1795) da Dinastia Qing
e vivendo de forma abastada. (1644-1911). Apesar de serem Manchus,
uma minoria étnica do Nordeste da Ásia,
os imperadores da Dinastia Qing foram
mecenas entusiásticos de todas as formas
artísticas da arte Chinesa e deram
continuidade à organização burocrática
da Dinastia Ming.
O estímulo ao desenvolvimento Objectos exóticos como o rython Inv. CE00758

intelectual e o patronato a uma vasta (Inv. CE01104) são coleccionados como Lokapala
elite de eruditos culminou numa elevação uma raridade do ponto de vista formal China,
ainda maior do estatuto e dos privilégios e simbólico. Os primeiros exemplares Dinastia Qing (1644 - 1911)
Jade
dos literatii e, por consequência, num surgem na China durante a Dinastia Dimensões:
interesse pelo coleccionismo de raridades, Han como fruto das primeiras transacções altura (29,7 cm)
preciosidades e curiosidades. comerciais da Rota da Seda, tendo comprimento (13,5 cm)
largura (7 cm)
Nos gabinetes dos literatti encontravam-se chegado até nós um extraordinário
vários tipos de objectos entre os quais exemplar recolhido do túmulo Lokapala
os utensílios como o pincel, a pedra do Rei Wen de Nanyue, em Guangzhou. China,
Qing Dynasty (1644 – 1911)
de tinta, o pau de tinta e naturalmente Durante a Dinastia Qing tornou-se Jade
o papel, fundamentais para o exercício um objecto bastante apreciado pela Dimensions:
das funções de oficial do governo sua raridade, destinando-se mormente height (29,7 cm)
length (13,5 cm)
ou da pintura e da caligrafia. à ornamentação exposto em mobiliário width (7 cm)
Era particularmente comum coleccionar Huanghuali do sul da China.
antiguidades em jade das culturas Entre todos esses objectos encontram-se
Hongshan, Liangzhou e das primeiras ainda outros que emanam as energias
dinastias imperiais, da mesma forma cósmicas da natureza como os penjing
como eram coleccionados os bronzes ou as pedras de erudito que simulam
funerários pelos eruditos da Dinastia as montanhas sagradas. A miniaturização
Song. Durante as Dinastias Ming e Qing da natureza permite uma aproximação
os objectos que outrora haviam servido e contacto permanente do erudito ao
rituais funerários eram reproduzidos em mundo natural e, por consequência
jade numa escala reduzida para ser exposta às energias cósmicas.
junto com outras relíquias, como é exemplo
o Lokapala ou guardião tumular
(Inv. CE00758) executado em jade a
partirde um modelo em terracota bastante
popular durante a Dinastia Tang.

116 117 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Um erudito rodeava-se de símbolos De acordo com várias lendas ancestrais
auspiciosos, de forma a atrair as energias Xi Wang Mu vivia no remoto e celestial
positivas e a boa fortuna. A boa sorte, Monte Kunlun rodeada por outras
a saúde, a felicidade, e sobretudo a divindades femininas. No seu jardim
prosperidade e a longevidade são os celestial encontrava-se um vasto pomar
principais aspectos do estilo de vida na de pêssegos que conferiam imortalidade
China, encontrando em vários animais, a quem os comesse. Magu e Shoulao,
plantas, árvores e elementos da natureza deuses da longevidade, tornaram-se
símbolos dessas virtudes. imortais pelo seu culto a Xi Wang Mu que
Dong Qichang (1555-1636) foi o pintor, lhes retribuiu oferecendo-lhes os pêssegos
calígrafo, erudito e teórico da arte do final da imortalidade durante um banquete no
da Dinastia Ming que elaborou a teoria que Monte Kunlun. Os pêssegos do pomar
correlaciona a grande erudição, a harmonia de Xi Qang Mu tornaram-se tão cobiçados
com a natureza e incorporação do qi que Dongfang Shuo, um oficial do
(energia cósmica vital) com a longevidade imperador Wu Di da Dinastia Han não
da vida. Qichang enuncia na sua teoria resistiu a roubar três pêssegos do seu jardim.
da arte vários exemplos de eruditos O culto da imortalidade e da longevidade
das Dinastias Song, Yuan e Ming está naturalmente associado aos princípios
que viveram mais de cem anos e alguns do triunfo sobre as vicissitudes da ordem
dos quais mantendo um rosto jovial. cósmica e ao sucesso durante a vida.
Sendo o jade o mais precioso material No contexto dos eruditos oficiais do
pela sua dureza e, em simultâneo, pela sua Governo esse sucesso traduz-se,
suavidade ao toque, ou ainda pela sua naturalmente, no sucesso de uma brilhante
diversidade de cores, existem hoje vários carreira.
exemplares que representam Xi Wang Mu,
a Rainha Mãe do Ocidente, deusa da
Imortalidade (Inv. CE00759). O culto
a Xi Wang Mu remonta a 1500 BCE com
as primeiras referências nas inscrições
encontradas em ossos de oráculo,
surgindo na cultura ancestral chinesa
associada à prosperidade e longevidade.
Inv. CE00784

Elefante carregando um macaco


China,
Dinastia Qing (1644 - 1911)
Jade
Dimensões:
altura (25,3 cm)
comprimento (12,2 cm)
largura (4,9 cm)

Elephant carrying a monkey


China,
Qing Dynasty (1644 – 1911)
Jade
Dimensions:
height (25,3 cm)
length (12,2 cm)
width (4,9 cm)

118 119 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00759

Xi Wang Mu.
Rainha Mãe do Ocidente
China,
Dinastia Qing (1644 - 1911)
Jade
Dimensões:
altura (30,5 cm)
comprimento (6,9 cm)
largura (4,2 cm)

Xi Wang Mu.
Queen Mother of the West
China,
Qing Dynasty (1644 - 1911)
Jade
Dimensions:
height (30,5 cm)
length (6,9 cm)
width (4,2 cm)
Na tradição chinesa o Macaco é um A diversidade e preciosidade dos objectos Bi b l io g r a f ia

dos principais signos do zodíaco, símbolo do gabinete do erudito resultam de uma


da inteligência e dos grandes oficiais correlação entre a prosperidade política, AA.VV.

pela sua associação à forma como económica e cultural da China a partir Arts from the scholar’s studio.

preparam a continuidade e prosperidade do século XIV e a formação de uma Hong Kong: Oriental Ceramic Society

da sua descendência. elite de homens eruditos e artistas que of Hong Kong and the Fung Ping Shan

A representação do macaco sobre alimentavam um efervescente cultivo Museum, University of Hong Kong, 1986.

as costas de um elefante (Inv. CE00759) do saber e do conhecimento. O gabinete


é um símbolo auspicioso para o sucesso de do erudito é, em suma, o reflexo de um Rawson, Jessica.

um jovem que assume funções como oficial equilíbrio entre o significado simbólico The British Museum of Chinese Art.

do governo, construindo o seu sucesso dos elementos da natureza e a delicadeza London: British Museum, 1992.

sobre os ombros da força e sabedoria e requinte dos objectos, entre as grandezas


de outros oficiais que cedem o seu lugar. do passado e o desejo de prosperidade Clunas, Craig.

Está igualmente implícita a ideia no presente e no futuro, entre a sabedoria Art in China.

de tempo e da sucessão cíclica do universo, da estética e a inteligência da estratégia Oxford: Oxford University Press, 1997.

dotando este tipo de objectos de uma para a acção de governar, numa constante
energia mística positiva respeitada harmonização com as energias do cosmos. Pei, Fang Jing.

pelos mestres de Feng Shui. A imagem Treasures Of The Chinese Scholar.

da aliança do macaco e do elefante New York: Weatherhill, 1997.

representa, por excelência, a aliança Rui O liveira L opes


entre a destreza e a força, resultando Siren. Osvald.

no equilíbrio da energia cósmica. The Chinese On The Art Of Painting:

A lenda conta que um dia ambos Texts By The Painter-Critics,

comparavam, por um lado a destreza From The Han Through

e velocidade do macaco a passar de ramo he Ch’ing Dynasties.

em ramo e, por outro lado, o elefante Dover Publications, 2005.

que pisava os arbustos e abria caminho


na selva, até que encontraram o Sábio Welch, Patrícia Bjaaland.

mocho e perguntaram o que era melhor. Chinese art. A guide to motifs

O mocho disse-lhes que para saberem and visual imagery.

a resposta deveriam atravessar o rio Hong Kong: Tuttle Publishing, 2008.

e apanhar o fruto dourado que estava


na árvore mais alta. O macaco tentou
atravessar o rio mas recuou com medo
de ser arrastado pela corrente forte.
O elefante disse ao macaco para se colocar Inv. CE01104
nas suas costas e atravessaram o rio.
Chegando ao outro lado, o elefante subiu Rython
China,
a tromba mas não conseguiu chegar Dinastia Qing (1644 - 1911)
ao fruto. Então o macaco estando em cima Serpentinite
do elefante conseguiu chegar à árvore Dimensões:
altura (10,3 cm)
para recolher o fruto dourado. comprimento (19,8 cm)
largura (7,8 cm)

Rython
China,
Qing Dynasty (1644 - 1911)
Serpentinite
Dimensions:
height (10,3 cm)
length (19,8 cm)
width (7,8 cm)

120 121 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE00764

Queimador de incenso
Afeganistão,
século XII
Bronze
Dimensões:
altura (13,9 cm)
comprimento (42 cm)
largura (12,6 cm)

Incense Burner
Afghanistan, 12th century
Bronze
Dimensions:
height (13,9 cm)
length (42 cm)
width (12,6 cm)
do médio oriente
à índia islâmica
A Rota da Seda abriu no século Destes contactos entre culturas resultou Bi b l io g r a f ia

II BCE uma vasta rede de comércio uma simbiose de formas e significados


e intercâmbio cultural entre a China, espirituais que se reflectem em objectos AA.VV.

o Norte da Índia, o Médio Oriente como o queimador de incenso (CE00764) Gandharan Art in Context: East-West

e o Mediterrâneo. que segue o protótipo dos modelos Exchanges at the Crossroads of Asia,

Na Ásia Central, Báctria tornou-se emergentes na Ásia Central durante Cambridge: Ancient India and Iran Trust

nesta altura um ponto nevrálgico o século XII no actual Afeganistão. Delhi; Delhi: Regency Publications, 1997.

entre o universo islâmico do Império A forma quadrangular, a decoração


Persa, o Império Chinês e o Império vegetalista em espiral com a flor de lótus Errington, Elizabeth and Cribb, Joe (ed.).

Máuria da península Hindustânica. e as quatro cabeças de cervídeos The Crossroads of Asia:Transformation

O Budismo encontrou na Rota denunciam a influência de elementos in Image and Symbol in the art of ancient

da Seda uma estrada aberta para uma decorativos budistas. Afghanistan and Pakistan,

disseminação pela Ásia Central, Médio As bacias de bronze (CE03994) Cambridge: The Ancient India

Oriente até à Grécia e Sudeste Asiático. destinavam-se originalmente para a and Iran Trust, 1992.

Nos primeiros séculos da nossa Era toda higiene pessoal, contudo, ao longo do
a região da Ásia Central e Norte da Índia tempo, as ricas decorações, muitas vezes Haider, Syed Zafar.

era dominada pelo Império Kushan em ouro e prata, atribuíram a estes Islamic arms and armour of Muslim India,

até sucumbir, durante o século IV, objectos funções meramente ornamentais Lahore: Bahadur Publishers, 1991.

ao crescimento do poder do Império e de ostentação de poder ou como


Sassânida, que ocupou a região do actual recipientes para a recolha de ofertas.
Irão, Afeganistão, Iraque, Síria e Cáucaso, A decoração figurativa e a narrativa
e do Império Gupta que ocupou a região contínua eventualmente de um santo
Norte da Índia. Sufi, remete-nos para uma produção
Naturalmente daqui surgiu uma do período Timuríada ou Safávida,
simbiose cultural que se reflecte numa durante o qual a figuração na arte
expressão artística islâmica permeável islâmica era de certo modo permitida.
à influência budista da Índia. Finalmente, os escudos (CE04017)
A proximidade geográfica voltou na tradição islâmica foram igualmente
a cruzar os destinos da Índia com utilizados tanto em batalha como ao nível
o mundo islâmico no século XVI do cerimonial, como poderemos observar
com a fundação do Império Mogol na pintura de miniatura Safávida.
sob o reinado de Babur em 1526. Estes escudos, usados em cerimoniais
Descendente da herança cultural islâmica para homenagear actos de coragem
da Dinastia Timuríada e dos Safávidas em batalha eram normalmente
que reinavam no Irão e na Península detalhadamente decorados.
Arábica desde o século XIV, a Dinastia Este exemplar, pela quantidade excessiva
Mogol manteve no Decão Indiano de bossas de cobre e pelo desgaste
o poder imperial islâmico até meados que apresenta deverá ser servido
do século XIX. apenas em campo de batalha.

Rui O liveira L opes

122 123 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CE03994

Bacia
Afeganistão,
séculos XIV a XVI
Bronze
Dimensões:
altura (44,5 cm)
comprimento (55 cm)

Basin
Afghanistan,
14th-16th centuries
Bronze
Dimensions:
height (44,5 cm)
length (55 cm)
Inv. CE04017

Escudo
Afeganistão ou Gujarate,
século XVIII
Bronze, ferro e couro
Dimensões:
altura (31,6 cm)
comprimento (4,5 cm)

Shield
Afghanistan or Gujarat,
18th century
Bronze, iron and leather
Dimensions:
height (31,6 cm)
length (4,5 cm)

124 125 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


arte do final da idade média,
do renascimento e do barroco
No rico acervo artístico que se recolhe Gostaríamos de alvitrar a possibilidade
na igreja de Santa Maria do Castelo, de estas peças, tal como um outro
que outrora integrou o Museu D. Lopo conjunto, formado por um S. Bartolomeu
de Almeida e que será incorporado (apresentado na exposição anterior),
no MIAA, destacam-se, a par de duas um Apóstolo e um Profeta ou Rei Mago,
notáveis estátuas acéfalas da Época e, ainda, alguns fragmentos guardados
Romana, várias esculturas em pedra nas reservas, possam ter pertencido
e em madeira que se estendem do final ao primitivo portal do Convento
da Idade Média ao Renascimento de S. Domingos ou a um conjunto
e ao Barroco, assim como uma pintura retabular pétreo ou funerário
quinhentista atribuível à oficina do pintor no seu interior.
luso-flamengo Francisco Henriques O Convento de S. Domingos, um
(actividade documentada em Portugal dos complexos edificados religiosos
entre 1509 e 1518), que terá pertencido mais importantes de Abrantes,
à armação retabular de inícios do século foi mandado construir por iniciativa
XVI ainda in situ. Na exposição da coroa, pelos anos de 1509-17, e sofreu
Antevisão 2, continuam patentes obras de remodelação em 1542-47,
as duas estátuas romanas e a pintura dirigidas por Pêro Fernandes,
luso-flamenga e foi seleccionado um que lhe conferiram o interessante
conjunto de esculturas em pedra carácter classicizante que conserva
e em madeira que documentam a evolução até aos dias de hoje. O convento
da imagem devocional em Portugal, contou com o alto patrocínio do Infante
desde o século XV ao século XVIII. D. Fernando, filho de D. Manuel, que se
faria sepultar, com sua mulher, D. Guiomar
Principia o circuito da imaginária em Coutinho, na capela-mor da igreja.
pedra com uma Santa Mártir proveniente Após a sua extinção e em sequência
da igreja de S. Vicente, que apresenta da posterior adaptação a hospital e
o atributo que a identificaria mutilado, aquartelamento militar, foi despojado do
presumindo-se que possa ter sido Santa seu património artístico aplicado e móvel.
Luzia, protectora contra as doenças Este foi distribuído pelas igrejas paroquiais
dos olhos, ou Santa Bárbara, patrona da cidade, onde pode ser ainda
dos artilheiros. Integra-se na produção identificado, por vezes muito
das oficinas secundárias de Coimbra desenquadrado e quase sempre em
de meados de quatrocentos que seguem precárias condições de conservação.
a «maneira» do escultor João Afonso. Contudo, nem tudo terá sido reutilizado.
Apresentam-se, de seguida, duas Várias peças, como as que aqui nos
magníficas estátuas renascentistas ocupam e até outras em madeira, como
de Evangelistas. Ainda que as alegadas o teólogo dominicano S. Tomás de Aquino
proveniências destas peças não sejam que se refere adiante, deverão ter sido
coincidentes, as suas características salvas dos desmantelamentos e viriam
materiais e iconográficas parecem indicar a ser recolhidas no Museu D. Lopo
que pertenceram a um mesmo conjunto, de Almeida, que começou a ser
eventualmente em registos sobrepostos organizado na igreja de Santa Maria
de um portal ou de um retábulo. do Castelo no final da terceira década
Reflectem claramente a penetração do século XX.
do gosto renascentista nas oficinas
de Coimbra que resultou da permanência
nessa cidade do escultor francês
Nicolau Chanterene, de 1518 a 1528.
Inv. CMA003 A imagem seguinte é supostamente
Santa Mártir
proveniente da igreja de S. João Baptista
Coimbra, e não ostenta todos os atributos que
século XV a identificariam, embora se presuma
Pedra de ançã
Dimensões:
que represente Santa Catarina, patrona
altura (80 cm) de teólogos e livreiros e invocada
comprimento (29 cm) em viagens marítimas e em afogamentos.
largura (21 cm)
Apresenta apreciável individualidade
Saint Martyr plástica, aproximando-se dos modelos
Coimbra, patentes na obra documentada
15th century
Limestone
e atribuída a João de Ruão, escultor
Dimensions: francês do Renascimento radicado
height (80 cm) em Coimbra de 1528 a 1580.
length (29 cm)
width (21 cm)
Termina o circuito com a imaginária
em madeira, que se inicia com uma
excelente escultura maneirista da segunda
metade do século XVI representando
Santa Catarina, seguindo-se, já do século
XVII, uma Nossa Senhora da Conceição
e um São Tomás de Aquino, ambas
de pequeno formato, para terminar
com uma bela imagem setecentista
da Virgem com o Menino.

Já no Coro Alto da igreja, apresenta-se


uma muito interessante pintura a óleo
sobre madeira da época barroca
(CE04190), que pertence à Colecção
Estrada, que julgamos poder filiar
no círculo de Rubens, embora ainda
se encontre em estudo. Trata-se
de uma versão ligeiramente reduzida
em largura do Jardim do Amor
de Rubens que se encontra no Museu
do Prado. Foi restaurada há alguns
anos por Carlos Nodal.

126 127 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


Inv. CMA024 Inv. CMA028

Santa Catarina São João Evangelista


Coimbra, Coimbra,
século XVI século XVI
Pedra de ançã Pedra de ançã
Dimensões: Dimensões:
altura (98 cm) altura (114 cm)
comprimento (30 cm) comprimento (35 cm)
largura (38 cm) largura (22 cm)

Saint Catherine Saint John Evangelist


Coimbra, Coimbra,
16th century 16th century
Limestone Limestone
Dimensions: Dimensions:
height (98 cm) height (114 cm)
length (30 cm) length (35 cm)
width (38 cm) width (22 cm)

Inv. CMA020

São Mateus Evangelista


Coimbra,
século XVI
Pedra de ançã
Dimensões:
altura (115 cm)
comprimento (31 cm)
largura (18 cm)

Saint Matthew Evangelist


Coimbra,
16th century
Limestone
Dimensions:
height (115 cm)
length (31 cm)
width (18 cm)
128 129 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Inv. CMA005 Inv. CMA025

Santa Catarina S. Tomás de Aquino


Portugal, Portugal,
século XVII século XVII
Madeira Madeira
Dimensões: Dimensões:
altura (89 cm) altura (67 cm)
comprimento (33,2 cm) comprimento (23 cm)
largura (29,2 cm) largura (22 cm)

Santa Catarina Saint Thomas of Aquinas


Portugal, Portugal,
17th century 17th century
Wood Wood of oak
Dimensions: Dimensions:
height (89 cm) height (67 cm)
length (33,2 cm) length (23 cm)
width (29,2 cm) width (22 cm)

Inv. CMA012

Nossa Senhora da Conceição


Portugal,
século XVIII
Madeira
Dimensões:
altura (46,2 cm)
comprimento (21 cm)
largura (14,5 cm)

Lady of the Conception


Portugal,
18th century
Wood of oak
Dimensions:
height (46,2 cm)
length (21 cm)
width (14,5 cm)
130 131 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes
Inv. CMA039

Virgem com o Menino Jesus


Portugal,
século XVIII
Madeira
Dimensões:
altura (127 cm)
comprimento (29 cm)
largura (28 cm)

Virgin and Child


Portugal,
18th century
Wood
Dimensions:
height (127 cm)
length (29 cm)
width (28 cm)
Inv. CE04190

O Jardim do Amor The Garden of Love


Círculo de Peter Paul Rubens Circle of Peter Pauil Rubens
Escola Flamenga, Flemish School,
século XVII 17th century
Óleo sobre madeira Oils on wood
Dimensões: Dimensions:
altura (106,5 cm) height (106,5 cm)
comprimento (96,6 cm) length (96,6 cm)

132 133 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes


pintura de maria lucília moita

No futuro MIAA, a secção dedicada Maria Lucília retoma, nestas obras


à Arte Contemporânea contemplará mais recentes, os seus grandes temas
duas galerias dedicadas às colecções de sempre, inspirados na sua visão poética
legadas ao Município de Abrantes da natureza-morta e da paisagem, mas
pela Pintora Maria Lucília Moita e pelo afasta-se de uma abordagem «territorial»,
Escultor João Charters de Almeida. ampla e distanciada do objecto, típica
Na exposição Antevisão 1, apresentaram-se, do seu «paisagismo interior» dos anos 90,
no coro-alto da igreja de Nossa Senhora para se acercar, de novo, de uma visão
do Castelo, uma curta selecção de obras mais próxima e intimista, embora não
dos dois artistas. Nessa ocasião, foi verdadeiramente microscópica e analítica,
inaugurado o impressionante monumento como acontecera na sua fase «orgânica»
desenhado por Chartes de Almeida dos anos setenta, de teor claramente
na beira-Tejo, que, doravante, marcará abstracto.
a silhueta da cidade vista do rio.
Desta feita, na Antevisão 2, e no mesmo Por esse motivo, decidimos expor,
local da igreja do Castelo, privilegia-se ao lado das obras mais recentes, desenhos
a pintura mais recente de Maria Lucília a carvão, que constituem os referentes
Moita, já realizada no século XXI e ainda plásticos mais próximos, assim como
inédita, relacionando com segmentos duas obras representativas da fase
do seu percurso anterior. «orgânica» com a qual as pinturas
As obras realizadas por Maria Lucília actuais partilham uma mesma
nos últimos anos derivam, em grande concepção da relação entre a mancha
medida, da vasta experiência de desenho pictural e o suporte e uma visão mais
a carvão realizada pela artista nos anos ostensivamete subjectiva e lírica.
90. José-Augusto França, no texto do
catálogo da exposição desses desenhos
realizada no CCB, salientou a profunda Fernando António Baptista Pereira
originalidade na abordagem das
temáticas e a liberdade e segurança
evidenciadas pela artista no domínio
desse medium.

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