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O documento discute a evolução das organizações internacionais como a Liga das Nações e ONU, e como elas lidaram com questões como refugiados, direitos humanos, comércio e desenvolvimento. Após a 2a Guerra Mundial, a ONU assumiu muitas das funções da Liga das Nações e expandiu suas atividades para novas áreas, como manutenção da paz e direitos humanos. No entanto, a Guerra Fria limitou sua capacidade de resolver conflitos. Organizações como OMS e OIT também desempenharam papéis
Descriere originală:
Resumo de um dos capítulos do livro de Craig Murphy
O documento discute a evolução das organizações internacionais como a Liga das Nações e ONU, e como elas lidaram com questões como refugiados, direitos humanos, comércio e desenvolvimento. Após a 2a Guerra Mundial, a ONU assumiu muitas das funções da Liga das Nações e expandiu suas atividades para novas áreas, como manutenção da paz e direitos humanos. No entanto, a Guerra Fria limitou sua capacidade de resolver conflitos. Organizações como OMS e OIT também desempenharam papéis
O documento discute a evolução das organizações internacionais como a Liga das Nações e ONU, e como elas lidaram com questões como refugiados, direitos humanos, comércio e desenvolvimento. Após a 2a Guerra Mundial, a ONU assumiu muitas das funções da Liga das Nações e expandiu suas atividades para novas áreas, como manutenção da paz e direitos humanos. No entanto, a Guerra Fria limitou sua capacidade de resolver conflitos. Organizações como OMS e OIT também desempenharam papéis
CIÊNCIAS ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL II DATA: 21 DE MARÇO DE 2016. DISCENTE: THALES DARLAN REIS MACÊDO.
Cap. 6: O Trabalho da Liga e do Sistema ONU. In. MURPHY, Craig N.
Organização Internacional e Mudança Industrial: Governança Global Desde 1850.
Entre 1914 e 1971, houve crescimento da população, de estados e do trabalho das
organizações mundias. A expansão dos campos de desenvolvimento, finanças públicas, manutenção da paz e direitos humanos no pós-guerra garantiu que a ONU ultrapassaria as uniões públicas internacionais. Esses campos são tão dominados pelas atividades da ONU que seria fácil esquecer que as tarefas fundamentais desempenhadas pelas uniões pré-guerra continuaram sendo as fundações da governança global. Após essas novas atividades da ONU, as organizações mundiais tinham importância secundária em relação a resolução de conflitos entre Estados e a proteção dos direitos humanos. A capacidade da ONU de administrar conflitos internacionais estava restringida pela divisão da Guerra Fria. Duas ordens mundiais comunistas conectadas existiam ao lado do Mundo Livre. Conflitos entre países não-alinhados e o centro do Mundo Livre e entre os próprios nãoalinhados tornaram-se o foco da ONU. A ONU continuava a desenvolver a “manutenção da paz” usando ferramentas padrão de organizações mundiais. A Liga criou a maioria dos mecanismos para apátridas, mas fracassou em proteger refugiados da xenofobia durante à Depressão, culminando numa resposta inadequada da Comissão Intergovernamental para os Refugiados (ICR). O ICR se mostrou melhor sucedido que a ONU nos tempos de guerra contra o Fascismo. Os líderes da ONU eram divididos, com relação aos refugiados, a União Soviética queria refugiados sendo repatriados, já os EUA se recusavam a mudar suas políticas migratórias. Os EUA lideraram a criação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), esperando comandar a situação para evitar batalhas Oriente x Ocidente. Em 1951, a embaixadora dos EUA para o Conselho de Direitos Humanos (UNHRC) propôs um projeto voluntarista da agência do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde então o principal coordenador dos esforços internacionais de socorro às vítimas das guerras, sendo mais eficiente que às agências da ONU preocupadas com a administração de conflitos entre Estados. Apesar do aumento da agenda de Direitos Humanos na ONU, a maior parte do monitoramento era feito por ONGs. Os primeiros regimes a tratar da questão dos refugiados influenciaram agências da ONU. A OMS, por exemplo, evoluiu a partir da União Sanitária. Expectativa de vida, dieta e níveis de alfabetização no Terceiro Mundo demonstraram melhora dramática no auge da Ordem do Mundo Livre, e os programas para a satisfação de necessidades básicas do sistema ONU desempenharam papel-chave para alcançar esses objetivos. Apesar disso, o objetivo ostensivo das organizações internacionais ligadas ao desenvolvimento não foi atingido. Entretanto, as organizações mundiais do período pós-guerra tiveram profundo impacto na mudança industrial. O rádio foi a primeira das tecnologias de infraestrutura do século XX a ser regulada por acordo internacional e permaneceu crucial para o transporte de cargas e comunicações por telefones e satélites, papel impossível sem acordos internacionais sobre a difusão de programas de rádio. Os estreitos laços entre empresas e governo acabaram encorajando o estabelecimento da Organização Internacional de Telecomunicações por Satélite (Intelsat). Um padrão similar foi o regime global de aviação civil, no qual as organizações internacionais sempre foram tanto um sinal de regulação conduzida por um cartel privado, como elas próprias sempre foram fontes de regulamentação. Algumas transportadores europeias criaram a não governamental Asoociação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) para regulamentar rotas e tarifas. A Iata competiu por alguns anos com a Comissão Internacional de Navegação Aérea (Ican), a Ican lidaria apenas com segurança e direitos soberanos, incluindo o direito à aterrissagem. A Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci) substituiu a Ican, que ficou restrita a lidar com tarifas e propor tratados para restringir responsabilidades das companhias aéreas. A Oaci foi a primeira agência global a ter sede fora da europa, em Montreal, o que satisfazia a intenção dos EUA de mover o centro do governo mundial através do Atlântico. O arranjo anterior, conseguido no setor aéreo e de rádio, era difícil de ser alcançado no setor naval. A Câmara Internacional do Comério introduziu um fator-chave no comércio de produtos industrializados no Mundo Livre: transporte intermodal em contêineres. Uma solução cooperativa à competição entre diferentes meios de transporte, mas a indústria de transporte oceânico só cedeu após pressão crescente da competição e dos trabalhadores. A regulação intergovernamental do pós-guerra de transporte oceânico lembra a do rádio e da aviação civil: as organizações internacionais focaram a união de centros industriais do Mundo Livre e dependeram do desenvolvimento tecnológico para diminuir os custos. Algumas organizações mundiais continuam tentando aprimorar velhas infraestruturas continentais de comércio encorajando a adoção de novas tecnologias. O maior impacto de uma nova tecnologia em velhos sistemas veio da mudança da indústria automotiva em direção à produção em massa, levando a cooperação entre companhias ferroviárias, uma regulação internacional rodoviária e ferroviária que permaneceu no nível continental na era da ONU. Embora as uniões de direitos autorais e patentes tenham se expandido lentamente durante a era da Liga, ela voltaram a crescer após a Segunda Guerra Mundial. Em 1967, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) consolidou uniões mais antigas, combinando-as com agências que estabeleciam direitos de propriedade intelectual para criadores de plantas, viticultores e fabricantes de queijos. As agências da ONU continuaram a manter padrões para esses e outros produtos alimentícios, tarefa de organizações mundiais do pré-guerra. No pós-guerra, os Aliados tinham o plano de ter uma Organização Internacional do Comércio (ITO) conduzindo a nova ortodoxia dos Estados de bem-estar social de supervisionar as regulações nacionais do comércio, mas forças protecionistas pressionaram legislaturas para não quebrar cartéis globais. O Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (Gatt), uma espécie de pré-ITO, se tornou uma organização permanente. Uma vez que as liberalizações do Gatt entram em vigor, moldam as percepções de governos sobre os interesses nacionais, orientando-os para uma direção liberal. A maioria dos objetivos originais dos trabalhadores para a OIT havia sido alcançada. Muitos dos países que estavam começando a se industrializar não aderiam às convenções trabalhistas internacionais. O poder da OIT era o reflexo do novo poder dos trabalhadores, que era maior em alguns países industrializados e menor nos que começaram a se industrializar. Os sucesso dos pactos nacionais formados durante os anos 1930 foi combinado com uma unidade social maior demandada pela Segunda Guerra Mundial para diminuir a importância da OIT como parte do cimento social no mundo industrializado. Os padrões trabalhistas da OIT se tornaram sinais do limite entre o “Norte” e o “Sul” do Mundo Livre. As organizações mundiais relacionadas à agricultura seguiram trajetória similar. Acordos internacionais apoiando os produtores de matérias-primas no centro da Ordem do Mundo Livre começaram a trabalhar ao lado da ajuda indireta concedida aos agricultores da OCDE ao se manter a agricultura fora do Gatt. De início, a Liga promoveu a ideia de eliminar subitamente subsídios agricolas e restrições, mas os governos voltaram a velha política com a Depressão. A agricultura permaneceu for a da jurisdição do Gatt. Isso criou um problema para os EUA: ter que manter caros sistemas de bem- estar para agricultores que poderiam ter sobrevivido em uma ordem mundial liberal. Tanto Keynes quanto White queriam que o sistema Bretton Woods protegesse os novos Estados de bem-estar social das crises financeiras. O principal temor era o de acontecerem crises financeiras provocadas pela ação dos capitalistas ao tentarem fugir da tributação dos Estados de bem-estar social. As condições impostas pela Liga refletiam as visões dos banqueiros centrais. Essa cooperação foi institucionalizada dentro do Banco de Compensações Internacionais (BIS). No início dos anos 1970, os governos que mais procuravam o FMI eram os que estavam desenvolvendo sua periferia. As organizações mundiais sempre foram aliadas na luta do Terceiro Mundo para ganhar as vantagens desfrutadas pelos países industrializados. Os sistemas da Liga e da ONU ajudaram os líderes nativos a construir uma coalizão internacional entre seus próprios movimentos de massa e as forças anti-imperialistas geograficamente separadas em outras colônias e no Norte. Essa coalizão pressionou organizações mundiais a assumirem várias tarefas ligadas ao desenvolvimento. Os objetivos dos países industrializados podem ser agrupados em cinco categorias: 1. Estabelecer uma ordem mundial baseada numa hegemonia “ética”; 2. Garantir acesso a matériasprimas necessárias; 3. Segurança para o sistema financeiro global contra uma sequência de calotes pelo Terceiro Mundo; 4. Conter movimentos antissistêmicos; 5. Identificar regiões prestes a serem incorporadas ao centro industrializado em expansão da Ordem do Mundo Livre. O sistema de mandatos deu à Liga a responsabilidade de supervisionar os territórios ultramarinos alemães e otomanos cedidos aos vitoriosos na Primeira Guerra Mundial. Como a OIT, a Comissão de Mandatos da Liga foi capaz de impor algumas restrições aos governos nacionais. A própria OIT cooperava na investigação sobre o trabalho colonial forçado ao adotar convenções para combatê-lo. As agências mundiais do pós-guerra mantiveram o interesse da Liga em garantir que o Terceiro Mundo permanecesse um lugar de matérias-primas alimentando as fábricas do Norte. As instituições da era da Liga iniciaram práticas para proteger os mercados financeiros mundiais do descumprimento das obrigações financeiras pelo Terceiro Mundo. O BIS combateu o problema ajudando a criar bancos centrais e adoção de políticas de crédito ortodoxas em nações recémindependentes. Após a guerra, os EUA tiveram papel-chave ao oferecer apoio para acelerar a descolonização e estender o princípio de responsabilização internacional pela administração de possessões coloniais remanescentes das potências europeias. A visão dos EUA mudou em consequência da Guerra Fria. No início dos anos 1960, o Sul perseguiu um aumento de sua governança do sistema financeiro internacional e uma isenção pelo liberalismo global para os produtores dos países menos desenvolvidos. As organizações mundiais desempenharam um papel central para capacitar os governos do Terceiro Mundo desde que a ONU estabeleceu comissões regionais de desenvolvimento e como propagandistas para as minorias nos países mais pobres. A diversidade de objetivos torna a governança global do desenvolvimento algo similar à ideia de agência autônoma. Todas as agências são efetivas na perseguição dos poucos objetivos que possuem em comum, que se revelam ser preocupações populistas direcionadas à melhora de condições no Terceiro Mundo. As agências de desenvolvimento tendem a fortalecer Estados do Terceiro Mundo. Ao moldar as aspirações na direção de um projeto de prosperidade material e igualdade com os Estados “avançados”, os governos do Terceiro Mundo conseguiram enfatizar linhas específicas de conflito político, enquanto obscureciam outras. O sistema de desenvolvimento ajudou a remover a ameaça para a economia mundial liberal representada pelos blocos de comércio imperiais e os problemas de matérias-primas do entreguerras. A redistribuição internacional facilitada pelas agências de desenvolvimento ajudou a garantir a estabilidade para a maioria dos Estados pós-coloniais. Os grandes fundos administrados por agências intergovernamentais de desenvolvimento ilustram uma diferença básica entre o sistema ONU e seus antecessores: possui mais autonomia. O poder do FMI e das agências de desenvolvimento de cortar fundos dos quais os membros passaram a depender criou uma nova capacidade de impor sanções. Os experimentos do entreguerras em relação ao aumento das capacidades das organizações internacionais globais encorajaram tendências contraditórias na autonomia dos mais poderosos orgãos mundiais. Algumas atividades tornaram-se independentes de todos seus membros, outras quase tornaram-se ferramentas dos Estados mais poderosos. Ambas divergiam da visão original de “administração global limitada” da Liga. O desejo no entreguerras de encontrar a estrutura organizacional mais eficiente foi combinado com um desejo de se afastar de maneiras ineficientes e ineficazes de tomar decisões coletivas e fiscalizar o trabalho das equipes das agências. Havia um movimento bastante realista no sentido de governar essas atividades por sistema de voto ponderado ou comitês e havia um movimento relacionado ao intuito de eliminar fiscalizações intrusivas das atividades das equipes do sistema Liga. Os programas criados pelo FMI refletiam a ortodoxia em transformação da comunidade intelectual transnacional. Críticos das políticas tomadas pelo FMI declaravam que elas eram consequência de mudanças em moda na comunidade transnacional, pela qual a organização é influenciada. Os crescentes papéis das agências intergovernamentais forneceram um espaço político adicional para que grupos não governamentais se organizassem e pressionassem por reconhecimento mais amplo dos direitos. A ONU apoia e depende de empresas privadas, e se relaciona similarmente com comunidades intelectuais que serviram de fonte de grande parte das ideias para a expansão ou reforma das organizações mundiais no século XX. A Liga e a ONU educaram muitos dos intelectuais que posteriormente projetaram instituições internacionais. O resultado tem sido o estabelecimento de comunidades intelectuais transnacionais operando fora das organizações mundiais e prontas para contribuir para a reforma das instituições internacionais ligadas ao seu campo de atuação. Esse apoio é responsável pela maior parte da diferença entre o trabalho das organizações internacionais globais após as guerras mundiais e suas atividades no pré-guerra. O sistema ONU do pós-guerra demonstrou capacidade maior para crescer e se transformar em resposta a novos problemas globais do que as uniões públicas internacionais. Isso pode ajudar a explicar por que o auge do sistema ONU foi mais duradouro do que o das uniões públicas internacionais, mas não impediu a crise da Ordem do Mundo Livre do pós-guerra e pode ter ajudado as organizações mundiais a entrarem em um período de crescimento sem rumo. Elas continuam expandindo seu alcance e transformação, ainda que não haja ainda uma solução para como construir um novo bloco histórico internacional.